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COMPLEXO ESCOLAR 10 DE FEVEREIRO

TRABALHO INVESTIGATIVO DE
HISTÓRIA

TEMA:

O REINO DO BENIN ANTES DA


OCUPAÇÃO DE ÁFRICA

• ELABORADO PELO GRUPO Nº 04


• CLASSE:
• TURMA:
• PERIÓDO:
• ESPECIALIADADE:

O DOCENTE
________________________

BENGUELA, 2023
COMPLEXO ESCOLAR 10 DE FEVEREIRO

TRABALHO INVESTIGATIVO DE
HISTÓRIA

TEMA:

O REINO DO BENIN ANTES DA


OCUPAÇÃO DE ÁFRICA

INTEGRANTES DO GRUPO Nº 05

Nº NOMES N.COLETIVA N.INDIVIDUAL


40 Lúcia Gabriel
39 Justina Raiva
35 Joaquina Lisba
49 Rita Jauca
46 Melina Linco Reis
44 Margarida Gando
48 Paula Batista
55 Teresa Pastana
51 Madalena Sozinho
52 Stiviandra Sozinha

BENGUELA/2023
INTRODUÇÃO

O Império do Benim ou Império Edo foi um estado africano pré-colonial no


que atualmente é o sudoeste da Nigéria. Não deve ser confundido com o país dos nossos
dias chamado Benim (outrora chamado Daomé).
O Reino do Benin era situado na parte sul do litoral oeste africano em uma região
que hoje é o sul da Nigéria (o estado moderno do Benin fica mais adiante no litoral oeste
e tem seu nome derivado da Baía do Benin). O território é uma mistura de florestas
tropicais, florestas secas e manguezais. Formado no século XIII EC como um estado
propriamente dito, o Reino do Benin foi povoado pelo povo edo de idioma Kwa, e em
seu apogeu chegou a cobrir 400 Km de comprimento e 200 Km de largura. O coração era
um círculo ao redor da capital, também chamada Benin, que se estendia por 60
quilômetros em todas as direções sendo governado diretamente pelo rei. Depois vinham
as terras do círculo de fora que eram governadas por príncipes reais e finalmente o terceiro
anel de tribos que ofereciam tributo, mas que não eram diretamente governadas pelo rei
do Benin.

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DESENVOLVIMENTO

PRIMÓRDIOS
Segundo um conto tradicional, os povos originais e fundadores do Império de
Benim, os edos (binis), foram inicialmente governados pelos Ogisos (Reis do Céu). A
cidade de Ubini (mais tarde chamada Cidade do Benim) foi fundada em 1180 AD.
Cerca de 36 Ogiso conhecidos são contabilizados como príncipes do império.
Uma tradição oral afirma que durante o último reinado o Ogiso, seu filho e evidente
herdeiro Ekaladerhan foram banidos do Benim em consequência de uma mensagem do
oráculo para Ogiso, modifica por uma das rainhas. O príncipe Ekaladerhan era um
poderoso guerreiro e bem amado. Na partida do Benim se deslocaram no sentido oeste
para à terra dos iorubás. Nessa ocasião, o oráculo de Ifá disse que os iorubás de Ifé seriam
regidos por um homem que sairá da floresta. Na sequência Ekaladerhans chegou à cidade
iorubá de Ifé, ele finalmente subiu à posição do obá (significado 'rei' ou 'soberano'
na língua iorubá) e depois recebeu o título de oni de Ifé.

Figure 1-Placa ornamental de bronze de guerreiros do Império de Benim com espadas cerimoniais. século
XVII-XVIII, Nigéria

Ele mudou seu nome para Izodua, (que na língua dele diz, "Eu escolhi o caminho
da prosperidade") e ser digno de Odudua dos iorubás. Na morte de seu pai, o último
Ogiso, um grupo de Chefes de Benim liderados pelo Chefe Oliha veio para Ifé, implorar
a Odudua para voltar ao Benim para subir o trono. A resposta de Odudua foi "um
governante não pode deixar o seu domínio", mas ele tinha sete filhos e iria pedir para um
deles voltar ao Benim para se tornar o próximo rei.
Oraniã, um dos filhos de Odudua com Ocambi, concordou em ir para o Benim.
Ele passou alguns anos em Benim antes de voltar para às terras iorubás e estabelecer
o Império de Oió. Diz-se que ele deixou o local com raiva e chamou-o "Ilê Ibinu" (que
significa, "terra de aborrecimento e irritação"), e foi esta frase que se tornou a origem do
antigo nome 'Ubini' de Cidade do Benim. Oraniã, em seu caminho de casa para Ifé, parou

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brevemente em Ego, onde engravidou a princesa Erimuindê, a filha do Enogiê de Ego e
ela deu à luz uma criança chamada Euecá.
Durante o reinado de Odudua como alafim de Oió, Euecá tornou-se obá em Ilê
Ibinu. Euedê, um ancestral de Euecá I, mudou o nome da cidade de Ilê Ibinu para Ubini,
que o português, na sua própria língua, corrompeu-a para Benim ou Bini. Em 1440, Euarê,
também conhecido como "Euarê, o Grande", chegou ao poder e transformou a cidade-
estado em um império.
Idade de Ouro

Figure 2-Cidade do Benim no século XVII

O Oba tornou-se o poder supremo na região. Euarê, o primeiro obá da Idade de


Ouro, é creditado como o responsável por converter a Cidade do Benim em uma fortaleza
militar protegida por fossos e paredes. Foi a partir deste baluarte que ele lançou a sua
campanha militar, e começou a expansão do reino aos redutos dos povos falantes da
língua Edo. Uma série de muros, marcaram o crescimento incrementado da cidade
sagrada de 850 até o seu declínio no século XIV. No século XV, Benim tornou-se a maior
cidade do império. Para incluir o seu palácio, Euarê comandou a construção dos muros
internos, uma muralha de barro de 11 quilômetros de comprimento, cingida por um fosso
de 15 metros de profundidade.

Figure 3Máscara de marfim ornamentada da Rainha Idia (Iobá ne Esigie, que significa: Rainha-mãe do obá
Esigie), corte do Império do Benim, século XVI (Museu Metropolitano de Arte de Nova Iorque)

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As escavações também descobriram uma rede rural de paredes de barro de 4000
a 8000 quilômetros de comprimento que teria levado um número estimado de 150 milhões
de horas-homem e centenas de anos para ser construída. Essa foram elevadas para marcar
o território de vilas e cidades. Treze anos após a morte de Ewuare, os contos
esplendorosos de Benim atraiu mais comerciantes portugueses para os portões da
cidade[2]

NÍVEL DE ORGANIZAÇÃO POLÍTICA


O Rei ou Obá
Os reis do Benin portavam o título de Obá e eram considerados a ter direito divino
de governar. O rei não só controlava todo o comércio estrangeiro como também detinha
a maior parte dos bens de alto valor no reino como peles de leopardo, pimenta, corais e
marfim. Muitos governantes são celebrados na arte de Benin. As máscaras de marfim,
que se usava na cintura, mostram reis usando coroas e colares de cabeças humanas, talvez
de europeus, podendo significar tanto o monopólio do Obá sobre o comércio quanto sua
dominância sobre os estrangeiros. Reis frequentemente aparecem nas placas de latão que
adornavam o palácio de Benin, onde eram figurados como líderes guerreiros. Eles podem
ser identificados pelos símbolos de seu status como as manchas dos leopardos, cicatrizes
e colares feitos de dentes de leopardos. O leopardo era um símbolo apropriado para o
Obá, sendo que o animal era considerado “Rei do Mato” e somente o rei era permitido a
matá-lo, tipicamente num sacrifício anual feito pelo rei em sua própria honra. Outros
símbolos reais vistos em representações dos reis do Benin incluem um elmo com
embelezamentos corais e enfeites de máscaras para ser usados na cintura, que eram
brancas, uma cor simbólica da pureza do rei, e de sua contraparte na governança, Olokum,
o deus do mar e fonte da riqueza e fertilidade Assim como os deuses e os espíritos
antepassados, os reis recebiam oferendas e sacrifícios, incluindo humanos, após suas
mortes.

Em sua máxima extensão, o império se estendia desde as tribos ocidentais de Ibo, às


margens do rio Níger, através de partes da região sudoeste da Nigéria (boa parte do atual
estado de Ondo, e as ilhas isoladas (atual ilha de Lagos e Obalendê) na região costeira da
atual estado de Lagos). O Império de Oió, que se estendeu pela maior parte do sudoeste
da Nigéria e nas partes do oeste da atual República de Benim, e as tribos unidas do norte
sob o novo e feroz proselitismo da fé islâmica.
O estado desenvolveu uma cultura artística avançada, especialmente em seus famosos
artefatos de bronze, de ferro e marfim. Estes incluem placas de parede em bronze e
cabeças de bronze em tamanho natural representando os obás de Benim. O artefato mais
comum é baseado na Rainha Idia, agora mais conhecido como a Máscara da
FESTAC após a sua utilização, em 1977, no logotipo da Second Festival of Black &
African Arts and Culture (FESTAC 77), financiada e organizada na Nigéria.

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VIDA CULTURAL
Origens: As Tradições de Nok & Ifé
A região sul da África Ocidental foi apresentada ao (ou desenvolveu ela própria)
conhecimento do trabalho com ferro desde pelo menos o século IX EC. Com ferramentas
melhores para usar na agricultura, suas produções aumentaram. Os povos do cinturão de
florestas secas e tropicais dessa região abriram espaço para vilarejos e cultivaram com
sucesso inhames, bananas, e grãos de dendê.
O reino se desenvolveu graças ao comércio regional com benin aparentemente
atuando como um intermediário entre outros reinos.
O reino de Ifé, localizado onde hoje é a Nigéria assim como o reino de Benin, se
desenvolveu entre os séculos XI e XV EC. O reino produziu muitos bronzes finos,
especialmente expressivas esculturas de cabeças humanas. Ifé talvez tenha sido
influenciado pela cultura Nok anterior (do século V AEC ao século II EC) e Igbo-Ukwu
(com seu apogeu no século IX EC). Nas tradições orais do Benin, foi o rei de Ifé quem
enviou um mestre artesão ao sul no final do século XIII a fim de propagar suas habilidades
em esculpir, e isto pode refletir o movimento histórico do trabalho com ferro dos povos
iorubás nos territórios dos edo em Benin. A tradição edo também afirma que foram eles
quem convidaram o Príncipe Oranmiyan de Ifé para governá-los e que foi seu filho,
Eweka, quem se tornou o primeiro rei do Benin.
Como o afirma o historiador da arte P. Galarke, “Os mitos e tradições da cidade
de Benin apontam para Ifé como a origem do reinado e da fundição de metais.” (139).
Pontos de similaridade entre as obras das duas culturas incluem o uso do leopardo com
relação à morte e cobras, como aquelas que se entrelaçam nos frontões do palácio de
Benin, e os relevos de Ifé. Entretanto, a arqueologia ainda precisa estabelecer conexões
mais firmes entre estes estados que sucessivamente dominaram a parte sul da África
Ocidental, acima da Baía do Benin.

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