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06 - Aula - Estacio
06 - Aula - Estacio
Apresentação
Nesta aula, você identificará o mito fundador das sociedades iorubas, além de analisar a importância religiosa
desempenhada por Ifé e examinar as relações econômicas desenvolvidas pela cidade do Benin.
Objetivo
Identificar a matriz mitológica que une a história das duas cidades (Ifé e Benim);
Atenção
Lá eram comercializados milhete, inhame, dendê, feijão e quiabo cultivados nas regiões de floresta, os grãos e cereais produzidos
nas savanas, além dos instrumentos feitos de ferro e contas de pedra e de vidro (utilizadas como ornamentos e enfeites). Além
dos habitantes da cidade, esse forte comércio atraia povos vizinhos como os nupês e os vangaras.
Junto com a religião e o comércio, a produção artística
também era uma característica marcante da cidade de Ifé.
As esculturas de cabeças, tanto em terracota como em
bronze encontradas em escavações colocaram as
esculturas de Ifé na mesma tradição artística encontrada no
Egito Antigo, na Grécia e Roma Clássicas e na Itália
renascentista, na qual os artistas procuravam alcançar a
beleza perfeita por meio do retrato fiel do ser humano.
Se observadas com atenção, percebe-se que as cabeças encontradas em Ifé possuem um acabamento perfeito e são de uma
beleza quase inigualável. Tanto as esculturas de bronze como as de terracota retratam o rosto humano em harmonia e
equilíbrio, o que sugere que o artista era inspirado em modelos humanos na busca da beleza ideal.
Benin era uma cidade-estado murada que se formou a partir da cornubação de diversos vilarejos próximos. Embora essas
aldeias formassem uma unidade política maior, cada uma delas manteve sua estrutura social e seus chefes, o que, com o
passar do tempo, causou inúmeros conflitos entre as diferentes lideranças.
Head of Oba, 16th C, Edo peoples, Nigeria, Court of Benin, brass (Met #1979.206)
Dentro das muralhas, o obá contava com o auxílio de nobres que cuidavam da vida particular do obá e controlavam as
finanças, sobretudo os impostos cobrados pela circulação de mercadorias na cidade.
A baixa fertilidade do solo fez com que Benin tivesse uma produção agrícola pobre. O inhame era a base da alimentação da
população edo, só que, ao contrário dos demais produtos, era cultivado por homens. A produção do amendoim, do melão, do
dendê e dos feijões ficava a cargo das mulheres.
Em contrapartida, a localização geográfica de Benin
permitiu que a cidade rapidamente se transformasse em um
importante entreposto comercial. Produtos oriundos da
costa atlântica, como o peixe seco, eram vendidos nos
mercados de Benin, que também negociavam o inhame, os
feijões e a criação de gado da região das savanas e o sal
que vinha do Saara.
Cabeça de terracota
Mapa hidrográfico de Benin nomeados pelo próprio Euare e recebiam escarificações que
os distinguiam dos demais habitantes e dos escravos.
Com um forte exército e uma nobreza coesa, conta-se que as tropas de Euare conseguiram capturar cerca de duzentas cidades
e aldeias que passaram a copiar as instituições políticas de Benin. Todavia, mesmo com todo esse poderio militar, Benin não foi
capaz de subjugar os povos edos que viviam nas montanhas.
Euare também foi responsável pela reconstrução da cidade de Benin. Além de fortificar as muralhas, ele mandou construir
grandes avenidas que separavam o palácio da cidade, onde dispôs as corporações de ofício em bairros específicos, cujas
casas eram feitas de barro socado e cobertas de palha. Segundo o relato de um viajante holandês, o palácio de obá era
composto por diversos edifícios nos quais viviam o soberano, suas esposas e os nobres com suas famílias, seus agregados e
deuses escravos.
Como ocorreu com muitas sociedades da África Ocidental, a história da cidade de Benin sofreu muitas mudanças a partir da
chegada dos europeus e do estabelecimento de relações comerciais.
Atividade
1. Podemos dizer que Ifé, no séc. VI d.C., foi considerada...
a) o cérebro do mundo
b) o coração do mundo
c) o umbigo do mundo
d) o berço do mundo
Referências
M'BOKOLO, Elikia. África Negra: história e civilizações. Lisboa: Vulgata, 2003.
SILVA, Alberto da Costa e. A manilha e o libambo. A África e a escravidão de 1500 a 1700, Rio de Janeiro, Nova Fronteira:
Fundação Biblioteca Nacional, 2002.
SILVA,A.C. A enxada e a lança. A África antes dos portugueses. Nova Fronteira/EDUSP. São Paulo, 1992.
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