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Duraram muito, pois eram protegidos pelas florestas. Mas foram destruídos com as invasões muçulmanas e européias no séc. 19, a
colonização européia e o intenso comércio de escravos europeu. Eram ricos comerciantes que utilizavam búzios, ouro, sal e bronze
como moedas com cultura é patrilinear, permitindo a poligamia e o divórcio. A áfrica só conseguiu se tornar independente na década
de 90 e ainda assim muitos dirigentes implantaram um regime militar corrupto e incompetente, continuando com a miséria no
continente.
*Reinos de Oyó (parte do atual Benin/Ketu e Nigéria) – de idioma iorubá ou nagô, criado entre os anos de 600-900 (sécs. 6-9) e no
séc. 15 começa a dominar outros reinos menores. As cidades de Oyó e de Ifé eram muito conhecidas devido o tráfico de escravos,
comércio e artesanato em bronze, argila e madeira. No século 17, as cidades iorubás se unem sob um governo central na cidade de
Oyó, formando um império. Foram conquistados pelos reinos daomés com ajuda dos portugueses no início do séc. 19 e por fim pelos
ingleses.
*Reinos de Benin – de idioma iorubá, atual Nigéria, criado entre os sécs. 12-13 habitado pelos Edos na cidade de Benin que se torna
um grande reino entre sécs. 14 e 15, estabelecendo no século 17 comércio com os portugueses de pimenta, marfim, azeite de dendê,
tecidos, óleo de palma artesanato de metal e marfim e escravos em troca os portugueses trocavam cânhamo-de-manila (planta que faz
cordas e papel) e armas. Em 1553, desenvolveu um comércio com a Inglaterra e mais dominados por esta.
*Reinos do Abomé ou Daomé – atual Togo, Gana e Benin, de idioma iorubá, gegê e fon, atual Benin, criado no séc. 17, habitado
pelos fons, ewe, mina, fanti e ashanti, se tornou poderoso devido o comércio de escravos, seu exército com armas de fogo e amazonas.
Mas foram dominados pelos franceses em 1894.
Divisão social de cada cidade ou reino iorubá:
1. Obás ou Alafin (reis) – vistos como filhos dos deuses e escolhidos e vigiados pelos nobres
2. Nobres – famílias mais antigas que também mandavam no reino
3. Chefes das aldeias – os/as mais velhos
4. Onis (sacerdotes)
5. Artesãos e comerciantes
6. Camponeses, pastores e outros
7. Escravos
*Reinos Ashanti- de idioma ashanti, atual Gana, criado no séc. 13, habitado pelos Akans. Rico pelo tráfico de escravos e com
estradas que levavam à outros reinos do Norte para o comércio de ouro, noz de cola (usadas como café), tecidos e marfim. No séc. 14,
todas as cidades ashanti se unem sob o comando do príncipe Osei Tutu contra os europeus e instituem um exército permanente.
Muitos são cristãos ou muçulmanos, mas que mantiveram parte do culto do deus criador Odomankoma, o qual teria criado o deus do
céu – Nyame e a deusa da terra e da fertilidade – Asase Yaa, estes que criaram outros deuses e espíritos que ajudam os humanos. São
deuses ligados à natureza ou ao destino. O culto de Ifá é de origem ashanti. Sociedade ashanti:
1. Rei (a partir do séc. 14)
2. Chefes ou Amanhene do clã
3. Clãs – diversas famílias
4. Sacerdotes
5. Funcionários do reino (a partir do séc. 14)
6. Artesãos e comerciantes
7. Camponeses, pescadores
8. Escravos
*Império de Gana (séc 4-11) – atual Mali, Senegal, Guiné e Sul da Mauritânia. Idioma bambara e soninquê. Reino sudanês-bérbere
com sucessão do trono matrilinear. Os povos de Gana estavam ligados pelo comércio e por estradas com os egípcios, cuxitas,
cartaginenses e berberes. De 300 até 770, os seus primeiros governantes constituíram a dinastia dos Magas, uma família berbere
muçulmana, apesar do povo ser constituído por negros das tribos soninquês. Em 770, os Magas foram derrubados pelos soninquês, e o
império expandiu-se grandemente sob o domínio de Kaya Maghan Sisse, que foi rei cerca de 790. Nessa altura, Gana extraia ouro e
trocava por sal e manufaturas, o comércio que foi facilitado pelo uso de camelos. Entre os séculos 9-11, a dinastia dos
Almorávidas berberes (mouros do Marrocos) subiu ao poder. O império de Gana entrou em declínio e, em 1240, foi tomado
pelo império do Mali.
A religião era inicialmente culto aos ancestrais e às manifestações da natureza, como o Culto ao deus serpente Uagadu-Bida. Depois
foi introduzido o Islã. A serpente é a guardiã do Estado e vive em uma caverna que lhe é devotada. Quando o rei morre, seus possíveis
sucessores se reúnem em uma assembléia, e a serpente é trazida para picar um deles. Essa pessoa é então chamada para ser o novo rei.
*Império de Mali (séc. 13-15 antes dominados pelo império de Gana) – atual Mali, Senegal, Gambia, Burkina Fasso, Guiné e Guiné
Bissau. Criado pala tribo dos mandingas. A grande cidade de Timbuktu era voltada para o comércio e a cultura, inclusive com
universidade (Madrasal Sankore) e cerca de 150 escolas com muitos estudantes vindos de outras partes do território africano, sendo
visitada até por europeus. Comercializava-se ouro, o sal, o peixe, o cobre, escravos, couro de animais, nós de cola, plumas, marfim,
instrumentos de metal e cavalos.
A religião oficial do Império do Mali era o islamismo misturado às religiões que cultuam deuses da natureza: os dyeli (sacerdotes)
praticavam ritos com os rostos cobertos por máscaras, a população comia carnes consideradas impuras pelo islão, mas também lêem o
Alcorão (livro sagrado do islã).
* Império de Songai (séc. 15-16) – atual Nigéria, Mali, Senegal, Gambia, Níger, Guiné, Mauritânia, Benin, Burkina Fasso. Habitado
por povos muçulmanos com comércio, sobretudo de ouro e de sal. Como resultado de suas guerras, conseguiu territórios que pagavam
impostos e o controle das principais rotas do comércio pelo deserto do Saara. As tribos mouros e tuaregues do deserto eram vassalos
dos songais e forneciam tropas montadas em dromedários e a troca de mercadorias . O país era administrado pelo rei (sonni), vice-rei
(canfari), governadores e ministros.
O comércio de Songai era de artesanato, ouro, noz de cola e escravos em troca de cerâmica, tecidos, cavalos, sal e bens de luxo
trazidos por mercadores da Ásia, Oriente Médio e Europa. Os escravos eram muito usados também na agricultura.
*Império de Kanem-Bornu (séc. 8-19) – atual Camarões, Chade, Líbia e parte da Nigéria e Níger. Foi formado pelo povo zagaua e
fulani que são seminômades com criação de gado, ovelhas, camelos e a colheita de grãos selvagens. Abasteciam os mercados no
Norte, exportando ouro, sal, marfim, almíscar, pedra-ume, ceras, peles, plumas de avestruz, animais, natrão (para coalhar leite e curtir
couro) e escravos - moeda de troca, principalmente por cavalos de guerra, sendo substituídos pelo cobre apenas no século 14. Os
governantes eram membros da família Sef, cujo rei converteu-se à religião muçulmana no final do século 11, mas mantiveram as
práticas de culto aos ancestrais, à figura sagrada do rei e à natureza. Em 1846, a dinastia Sef foi substituída pela família de guerreiros
Al-Kanami. Em 1893, há invasão de povos do Sudão e logo depois franceses, britânicos e alemães atacaram Kanem-Bornu.
Sociedade Kanem-Bornu:
1. Rei (mai) – considerado sagrado
2. Rainha –mãe (magira)
3. Rainha-irmã
4. 4 grandes chefes (governadores)
5. Chefes locais (bulamas) – eram guerreiros, chefes de aldeias e considerados príncipes.
6. Pequenos donos de terras
7. Funcionários, fiscais, artesãos
8. Camponeses e outros
9. Escravos.
*Reinos hauças (séc. 10-19) – atual Norte da Nigéria e Sudoeste do Níger. Idioma hauça. Os reinos hauçás começaram como sete
Estados/hauças que partilhavam a mesma mitologia de seus fundadores, segundo a qual seriam os filhos de uma rainha. As cidades-
Estado ficavam entre o reino Kanem-Bornu e o Império de Songai.
As principais exportações eram de couro, ouro, pano, sal, nozes de cola, comida, penas, borracha, objetos de metal e vidro, armas,
cavalos, tecidos, pérolas, artesanato, peles, hena e escravos. A agricultura e a mineração de ferro eram desenvolvidas. Os hauças
foram atacados por outros muçulmanos no séc. 19 e a maioria de seus habitantes vendidos como escravos.
Os hauças acreditavam em um deus supremo, criador do mundo, chamado de Ubanjiji, em espíritos, os iscóquis, que influenciavam na
vida humana. Mas os rituais dessa religião foram se adaptando ao islamismo.
*Reino dos Mossi - Os Mossi migraram do norte Gana para Burkina Faso por volta do século 11. Deslocaram os habitantes originais
e começaram a formar estados com grande força militar que duraram até início do séc. 20. Os mossi cultuavam espíritos da natureza e
dos ancestrais, só a partir do séc. 18 passaram a adotar o Islã e depois o Cristianismo. Em 1898, foram conquistados pelos franceses.
Sociedade Mossi:
1. Rei (Moro Naba) - escolhido entre os herdeiros reais e eleito e pelos quatro dignitários principais com poder hereditário (o
primeiro-ministro, o chefe da cavalaria, o chefe dos escravos do rei e o administrador do palácio), os quais não eram nobres.
2. Aristocracia – familiares do rei ou grandes chefes de certas profissões
3. Homens livres- agricultores, comerciantes, soldados e artesãos
4. Escravos- na maioria, prisioneiros de guerra e dividiam-se em: domésticos, camponeses; funcionários públicos, e os
destinados à venda. Podiam ser libertos da sua condição, se cumprissem certas condições, entre elas o alistamento no
exército.
Dos povos desses impérios, muitos vieram para o Brasil, EUA e Caribe escravizados, chamados de fulanos, fulas, hauças ou malês ou
mandingas.
Tribo Maasai (do Quênia e Tanzânia) e Mursi (da Etiópia) - Os masai e os mursis são um grupo
étnico africano de seminômades localizado no Quênia e no norte da Tanzânia. Eles criam gado e crêem em 1 grande deus do Céu que
teria enviado o gado aos homens e outros deuses ligados à natureza, como Olapa (deusa da Lua). Os Maasai circuncidam homens e
mulheres representando a vida adulta e os Mursi usam grandes rodelas de madeira nos lábios para se diferenciarem de outras tribos.
A cor oficial masai é o vermelho e se distinguem das outras tribos vestindo sempre alguma coisa vermelha, porém pequena. Sua
sociedade é patriarcal por natureza, com os mais velhos decidindo sobre a maioria das questões para cada grupo masai. O "laibon", o
assim chamado líder espiritual deste povo, atua como intermediário entre os masai e seu único deus, "Enkai", assim como também ele
é a fonte do conhecimento sobre as ervas. O estilo de vida tradicional masai se concentra em seu gado, que constitui sua principal
fonte de alimento. A classe social dos masai é determinada pelo número de vacas pertencentes às famílias. Sendo nômades, os masai
constroem casas temporárias com esterco de vaca e barro. As casas são construídas em um círculo, e às noites, as vacas são
conduzidas ao centro, protegidas dos animais selvagens.
Os casamentos são planejados, marcados por um homem que desenha um X vermelho na barriga de uma mulher grávida solteira. Se
ela recusar, será desligada de sua casa. As mulheres podem se casar uma única vez na vida, enquanto que os homens podem ter mais
de uma esposa (se tiverem vacas suficientes para o dote, eles podem ter mais de uma ao mesmo tempo).
A circuncisão é realizada nos meninos (que são proibidos de fazer qualquer ruído durante a cerimônia) e a clitoridectomia (remoção
do clitóris) nas mulheres durante a puberdade. As mulheres mais velhas operam as garotas. O governo queniano e ONGs estão
tentando acabar com a clitoridectomia. Os homens e as mulheres têm suas orelhas furadas e alargadas com o uso de discos .
Kalangas (atual Botsuana e Zimbabue) – são camponeses, pastores, animistas que praticam culto aos ancestrais e fazem sacrifícios
com animais.
Berberes – no norte da África, principalmente no deserto do Saara. Têm religião com influência egípcia, fenícia, judaica, muçulmana
e cristã. Enterram seus mortos em pequenas pirâmides com cascas de ovos, armas e riquezas; cultuam seus ancestrais. Inicialmente os
berberes viviam em tribos esparsas que cobriam uma boa parte do deserto do Saara, principalmente na região que nós costumamos
chamar de “Magreb”, onde hoje temos Mauritânia, Marrocos, Argélia, Mali, Líbia e até mesmo uma parte da Tunísia. Como nômades,
ao longo do tempo eles desenvolveram a capacidade de viver e cobrir grandes distâncias no deserto. A economia é baseada no
comércio, principalmente de tecidos, alimentos, sal, artesanato, jóias, animais selvagens, marfim, cerâmicas, lanças, pedras preciosas
e até escravos, capturados nas batalhas para outras tribos e povos do Egito, da Núbia e do Oriente Médio. Usavam muito o camelo
como meio de transporte de mercadorias, pois este animal está muito adaptado a vida no deserto. Eles usam os oásis para descansar
durante os longos percursos pelo deserto do Saara. Junto com as mercadorias, circulavam também informações importantes e
aspectos culturais.
Normalmente os berberes faziam a ponte entre as mercadorias produzidas pelos ashantis, iorubas, bantos, songhais, haussas e
bambaras, entre outros povos.
Sociedade e poder
Até hoje nas aldeias de cidades pequenas a população se divide em clãs (comunidades formadas por parentes). Cada clã tem
seu chefe ou patriarca – o mais velho ou o mais respeitado da tribo. O poder do chefe no litoral norte da África provinha também do
número de esposas que ele possuía. As mulheres ajudavam os homens nas plantações, assim quanto mais esposas maiores plantações
o homem possuía e mais filhos teria. Perder uma mulher ou filhos era sinal de fraqueza para o homem. A mulher podia largar o
homem se quisesse, isso seria uma desonra para ele. Nessas sociedades todos cuidam de todas as crianças e o marido pertence a varias
mulheres e não elas pertencem a ele para que possa gerar mais crianças (força e trabalhadores para tribo). Os chefes dos clãs estavam
abaixo dos chefes das aldeias. Este era juiz, liderava guerras e controlava o uso da terra que era dividida por todos.
Todas as tribos tinham aqueles que tinham a função de contar sobre o passado para evitar erros, lembrar sobre a história, os
mitos e a religião da tribo, como os griots.
Em várias regiões da África a escravidão já existia antes da chegada dos europeus. Uma pessoa se tornava escravo quando uma
família não conseguia se sustentar, vendendo um parente. Em certos casos famílias ou aldeias inteiras aceitavam se tornar escravos em
troca de alimentos. Mas esta escravidão não era para sempre. Um endividado também podia se tornar escravo ou quem cometesse um
crime. A escravidão ligada a cor da pele e a venda de pessoas, feita pelos europeus, só começou a partir do século 15.
Muitas aldeias se uniram e formaram reinos. Eram reinos ricos de pedras preciosas, comida, sistema de água e esgoto e asfalto.
No litoral oriental africano as construções eram de pedra, mas muitas aldeias na maior parte da áfrica eram de palha e madeira.