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A VEZ E A VOZ
ESCUTAS
ANTROPOLÓGICAS
E POÉTICAS DAS
INFÂNCIAS
DAS CRIANÇAS
ADRIANA FRIEDMANN
A VEZ E A VOZ
ESCUTAS
ANTROPOLÓGICAS
E POÉTICAS DAS
INFÂNCIAS
© Adriana Friedmann
Friedmann, Adriana
A vez e a voz das crianças: escutas antropológicas e poéticas das
infâncias. Adriana Friedmann. – 1. ed. – São Paulo: Panda Books,
2020. 200 pp.
Inclui bibliografia
ISBN: 978-85-7888-753-7
2020
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Sumário
9 Agradecimentos
17 Apresentação
178 Posfácio
178 Carta de uma criança que ainda há de ser
A
gradecimentos 9
braços e corações abertos o curso de pós-graduação que
inspira este livro e onde os temas aqui tratados são efeti-
vamente aprofundados, vivenciados e debatidos: obrigada
pelo carinho e parceria cotidiana.
A todos os parceiros que compõem a rede de professo-
res e orientadores que fazem parte do curso de pós-gradua-
ção, contribuindo com seus conhecimentos e experiências
no enriquecimento deste tema: “Sonho que se sonha só, é
só um sonho que se sonha só. Mas sonho que se sonha jun-
to é realidade”.
Aos meus alunos, aos atuais e aos de tantos cursos, vi-
vências e palestras que tenho ministrado no decorrer de
mais de quarenta anos, os quais se tornaram, cada um a seu
modo, meus interlocutores e mestres inspiradores: obriga-
da pela confiança e pelo carinho que sempre me motivam
a continuar.
A todos os que participaram dos grupos de pesquisa
que fui formando no decorrer dos anos e que desenharam
junto as diversas pesquisas que deram vez e voz às crianças:
sem vocês não existiriam tantos olhares e escutas sensíveis
e poéticas para as infâncias.
Prefácio 15
assim como pelos pais, educadores e outros adultos envol-
vidos, não se limita aos aspectos negativos, mas aponta tam-
bém os aspectos positivos das crianças e dos seus entornos.
No capítulo “Olhares diversos sobre as crianças e as
infâncias” há um vislumbre instrutivo sobre o desenvolvi-
mento da antropologia e da sociologia das crianças e da
infância. O capítulo seguinte, sobre os aspectos éticos e me-
todológicos da pesquisa com crianças e sobre elas, é muito
importante. No final deste livro, Adriana propõe uma dis-
cussão útil e detalhada sobre as práticas de escuta e obser-
vação de crianças e de seus ambientes.
A mensagem fundamental de A vez e a voz das crian-
ças é de não só respeitá-las e tornar-se aprendiz do que elas
pensam, acreditam, comunicam e criam, mas também de
respeitar seus segredos.
Pessoalmente estou convencido de que as crianças de-
sempenham um papel ativo e importante na aprendizagem,
transmissão e adaptação de muitos aspectos relacionados ao
desenvolvimento dos indivíduos, das culturas e das sociedades
e que, portanto, é necessário não apenas promover seus direi-
tos, mas também valorizar suas contribuições. Nessa perspec-
tiva, este livro constitui uma obra maior.
Apresentação 17
Inúmeros segmentos da sociedade têm lançado luz so-
bre a área da infância e das crianças. Há longas-metragens,
sites, vídeos e documentários, exposições fotográficas, es-
tudos, pesquisas e publicações sobre crianças, prêmios, edi-
tais, concursos. Enfim, uma lista interminável de atores e
segmentos sociais que, a partir de estudos, interesses es-
pecíficos, informações e conhecimentos disponíveis, têm
colocado o tema infância e as crianças como prioridade,
bandeira e até modismo.
Inúmeros aspectos, temas e objetos de interesse têm
pautado as agendas desses diversos atores sociais: a quali-
dade de vida das crianças; a importância de espaços livres
e junto à natureza; a diminuição do consumismo; propa-
ganda imprópria; hiperestimulação; pressão escolar preco-
ce; agendas lotadas; hipnotismo e as incontáveis horas em
que as crianças ficam grudadas em frente às telinhas; ter-
ceirização do cuidado das crianças pelas famílias; falta de
referências quanto à educação dos filhos; ausência de segu-
rança em inúmeros contextos e situações; questões de ali-
mentação inadequada e doenças que têm afetado as atuais
gerações de crianças; questões de gênero; reflexão e busca
de adultos pelo equilíbrio entre o tempo livre e as ativida-
des direcionadas às crianças. Uma relação de temas, reali-
dades e polêmicas que não se esgotam por aqui e que não
param de crescer.
Projetos, programas governamentais, estaduais ou
municipais têm sido oferecidos nos mais diversos espaços,
ambientes e organizações, assim como uma ampla rede de
mobilização e campanhas defendendo os direitos na área
da infância são destaque na mídia. O foco e os investimen-
Apresentação 19
suas culturas e linguagens. Possibilitar que crianças vivam
plenamente suas infâncias a partir de suas expressões e res-
significar ações adequadas a interesses e necessidades dos
diversos grupos infantis – na família, na escola, na comuni-
dade – é o grande desafio que se apresenta para a vida e a
educação das novas gerações.
A partir dessas premissas, como educadora e antropólo-
ga, tenho promovido, no decorrer de mais de quarenta anos,
inúmeros cursos de formação e orientação de pesquisadores
e educadores em processos de escuta, observação e conhe-
cimento de crianças, de suas linguagens, atividades e com-
portamentos em vários grupos infantis. Entre 1980 e 2000
me debrucei como ativista, formadora, pesquisadora e es-
critora sobre as temáticas do brincar, dos espaços lúdicos e
do desenvolvimento integral das crianças. Movida pela mi-
nha inquietação de dar voz às crianças, a partir da déca-
da de 2000 comecei a desenvolver processos de formação
e pesquisas sobre esse tema, como cursos de antropologia
da infância e processos de escuta, observação e pesquisas
com crianças, nos formatos de cursos de pós-graduação lato
sensu (em faculdades) e cursos de extensão; pesquisas ela-
boradas pelo núcleo de estudos que coordeno, o Núcleo de
Estudos e Pesquisas em Simbolismo, Infância e Desenvolvi-
mento (NEPSID)2; cursos e pesquisas desenvolvidas no Cen-
tro de Pesquisa e Formação (CPF) do Sesc São Paulo e na
comunidade de aprendizagem Mapa da Infância Brasileira3,
onde desenvolvemos pesquisas entre diversas comunidades