FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO

Antonio Arvelos
João Pedro Silva
Luiz Sodré
Maria Clara Aude
Maria Eduarda Szafir
Teodoro Chiesa

Gestão de pessoas no setor público

Professora: Regina Pacheco

São Paulo
2023.1
 As contratações de servidores na área pública podem ser feitas de diversas
maneiras. Por exemplo: por concurso público, processo seletivo unificado,
contratação direta e terceirização. Considerando que todas as formas de
contratação na área pública devem seguir regulamentações próprias, como a Lei de
Licitações e Contratos. Tem a finalidade de estabelecer como os procedimentos
devem ser seguidos para a aquisição de bens e contratação de serviço pelo setor
público. O concurso público é a forma mais tradicional de contratação na área. O
processo se inicia com a abertura de um edital, que informa as etapas que os
candidatos passarão, como provas e dinâmicas.
Em alguns casos, como a contratação direta, é permitida a contratação sem
necessidade de realizar um processo seletivo. Isso ocorre quando o profissional
escolhido para assumir o cargo já possui conhecimentos e experiências na
respectiva área. Outro modo é a terceirização, que é a forma de contratar empresas
que possuem pessoas qualificadas para realizarem tarefas. Outra forma de
contratação é por meio do processo seletivo simplificado, que é a forma mais
simples de contratação, fazendo com que preencham vagas emergenciais ou
temporárias. É feita de forma básica, analisando currículos e realizando entrevistas
para esses cargos que são temporários. Este é o modo que foi utilizado em 2018
para contratação de pessoas para trabalharem na obra pública pertencente à
secretaria SEMOBI, antiga SETOP.
No documento encontrado pelo grupo, referente ao ano de 2018, é possível
analisar o edital do processo seletivo do Instituto de Obras Públicas do Estado do
Espírito Santo (IOPES), que agora corresponde ao Departamento de Edificações de
Rodovias (DER-ES). O IOPES era uma autarquia vinculada à Secretaria de Estado
dos Transportes e Obras Públicas (SETOP), que hoje corresponde à Secretaria de
Mobilidade e Infraestrutura (SEMOBI), onde o DER está vinculado atualmente.
O processo seletivo em questão é um processo seletivo simplificado, como
explicado anteriormente tem como finalidade preencher vagas temporárias ou
emergenciais. Este processo seletivo pertencente ao IOPES é destinado ao
atendimento às necessidades de excepcional interesse público no âmbito do
IOPES. As vagas são destinadas a profissionais de engenharia e arquitetura, e o
contrato tem vigência de 12 meses.
O processo seletivo é por meio de uma Prova de Títulos, de caráter
classificatório e eliminatório. O cargo em questão é de Técnico Superior
Operacional, e varia de especialidade, começando na especialidade 1 e terminando
na especialidade 9. As diferenças de requisitos para as especialidades de Técnico
Superior Operacional são os diplomas, sendo cada categoria para um tipo de
engenharia, como engenharia civil, engenharia elétrica, engenharia mecânica e
também arquitetura. É necessário para todas as especialidades a comprovação de
experiência profissional de 3 anos, as especialidades de Técnico Superior
Operacional podem ser em fiscalização de obras; elaboração de planilhas
orçamentárias; fiscalização de instalações de climatização; elaboração de projetos
de instalações prediais, hidrossanitário e drenagem; elaboração de projetos de
instalação elétrica, cabeamento estruturado e SPDA; e elaboração de projetos de
estrutura metálica.
Há diferentes atribuições que são distintas entre as especialidades. Para as
especialidades 1, 2, 3, 4 e 5 as atribuições são: Gerenciar, fiscalizar e supervisionar
a execução dos projetos, contratos e serviços executados pelo IOPES; Executar
e/ou participar de levantamentos, da elaboração de termos de referência, projetos,
especificações técnicas e estudos de viabilidade técnica; Analisar e emitir relatórios
e pareceres técnicos sobre projetos, obras e serviços no âmbito da sua área de
atuação; Elaborar e/ou analisar projetos básico e/ou executivo; Elaborar
especificações técnicas de obras, materiais e serviços e respectivas planilhas de
quantidades; Analisar e compatibilizar os diversos projetos; Executar, analisar e
revisar cálculos; Realizar vistorias técnicas em edifícios públicos; Realizar estudos
técnicos pertinentes à área de atuação; outras atividades correlatas.
Para as especialidades 6, 8 e 9 as atribuições são: Gerenciar, fiscalizar e
supervisionar a execução dos serviços, contratos e obras executadas pelo IOPES;
Analisar e emitir relatórios e pareceres técnicos sobre projetos, obras e serviços no
âmbito da sua área de atuação; Realizar medições de obras e serviços; Supervisão,
coordenação e orientação técnica; Direção de obra e serviço técnico; Vistoria,
perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico em edifícios públicos;
Desempenho de cargo e função técnica; Padronização, mensuração e controle de
qualidade; Execução de obra e serviço técnico; Realizar estudos técnicos
pertinentes à área de atuação; Produção técnica e especializada; Condução de
trabalho técnico; Execução de instalação; Serviços afins e correlatos.
Por último, a especialidade 7 possui uma atribuição única, cuja está
responsável por: Elaborar orçamento de obras e serviços de engenharia,
compreendendo as etapas de levantamento, cadastramento, elaboração de
composições de custos e cotação de preços de insumos no mercado, com o fim de
estabelecer parâmetros de preços para licitação e contratação do objeto proposto
pela administração pública; Elaborar elementos técnicos de licitações tais como:
cronograma, termo de referência, dentre outros; Realizar estudos técnicos
pertinentes à área de atuação.
O cidadão que tem vontade de trabalhar no setor público deve passar por um
processo seletivo composto por três etapas. A primeira delas consiste em realizar o
processo de inscrição para trabalhar na área pública. O candidato deve reunir todos
os documentos que comprovem sua experiência profissional e qualificação
profissional (títulos). No primeiro momento da inscrição o cidadão deverá informar
seu nome completo, data de nascimento, endereço residencial, telefone, CPF,
e-mail e o cargo e especialidade que estará concorrendo. Além disso, são
necessários alguns requisitos obrigatórios para a inscrição, sendo eles: ser
brasileiro nato ou naturalizado; ter no mínimo 18 anos; possuir o nível mínimo de
escolaridade; obrigações eleitorais devem estar em dia, e no caso dos homens as
obrigações militares também; não possuir contrato temporário rescindido por falta
disciplinar; não possuir qualquer registro criminal; e não tem sido demitido de
qualquer serviço público federal, estadual e municipal. Outro ponto em destaque é
que inscrições parciais, incompletas, extemporâneas ou com erro de preenchimento
ou digitação não serão aceitas, automaticamente eliminando o candidato do
processo seletivo. Quando o período de inscrição é finalizado, a relação dos
candidatos que obtiveram pontuação será disponibilizada no site do Instituto de
Obras Públicas do Estado do Espírito Santo.
A segunda etapa do processo é dividida em partes. Obedecendo a ordem de
classificação e levando em conta a necessidade da Administração. Os candidatos
classificados devem apresentar documentação comprovatória dos pré requisitos de
cada cargo, informações referentes à experiência profissional e títulos. Caso o
candidato apresente documentos inválidos ou não consiga comprovar sua
experiência profissional, ele será automaticamente eliminado. Em uma situação
onde o candidato não tenha possibilidade de comparecer a esta etapa, ele deve
nomear um procurador, com firma reconhecida, para apresentar os documentos em
seu lugar. A terceira e última etapa do processo consiste na formalização do
Contrato de Prestação de Serviço em caráter temporário junto ao Instituto. Após a
realização das três etapas, o candidato aprovado estará apto a trabalhar no serviço
público.
Após explicar o processo seletivo, o documento apresenta as provas de
qualificações necessárias para fins de pré requisito e pontuação na prova de títulos.
Dentre essas provas de qualificação estão:
1) cópia do Diploma ou Certidão de conclusão do curso de graduação na
versão original com data de colação de grau e cópia do respectivo
histórico, compatível com o âmbito de atuação pleiteada
2) cópia do Certificado de curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”,
Especialização, com duração mínima de 360 (trezentos e sessenta)
horas ou Certidão de conclusão do curso na versão original e cópia do
respectivo histórico escolar;
3) declaração, na forma do Anexo III, do domínio no uso dos softwares
exigidos no quadro de títulos constante do Anexo II, de acordo com
cada especialidade;
4)Registro no Conselho Regional da categoria profissional.
Após provar suas qualificações para o ganho de pontuações extras, é
necessário comprovar suas experiências profissionais e atender a certos padrões de
experiência profissional, determinados por meio de um processo seletivo
simplificado. Para quem já trabalhou em estabelecimentos públicos, é necessário
documento emitido pelo Governo e contrato de cessão temporária se for o caso. No
caso dos que tenham trabalhado em instituições privadas, devem ser apresentados
cartão de segurança social e declaração assinada por um superior hierárquico. Já
os que foram proprietários ou sócios de empresas, deverão apresentar os atos
constitutivos e a ART registrados no CREA-ES de suas respectivas empresas.
Estágios e serviços voluntários, obrigatórios ou não, não são considerados
experiência de trabalho. A experiência profissional só é reconhecida se obtida após
a obtenção do grau pré-requisito.
Chegando mais ao fim, temos o resultado final. Nesta etapa, a nota do
candidato será a somatória dos pontos obtidos em sua em relação a sua
qualificação e experiência. Ocorrendo o empate entre candidatos, haverá 3 critérios
para a ordem de prioridade, que são:
I.Maior pontuação no item de experiência profissional;
 II. Maior pontuação no item de formação acadêmica e atividades extra
curriculares;
III. Maior idade, considerando dia, mês e ano;
Após os resultados, tempos a etapa dos pedidos de recursos dos resultados.
Esses pedidos têm de ser enviados à Comissão do Processo Seletivo no prazo de 5
dias úteis, a partir da data subsequente à divulgação dos resultados, entregues na
sede do IOPES, não aceitando recursos via FAX, correios, e-mail ou após o período
estabelecido. Para a entrega, é necessário que os candidatos tenham um
argumento consistente e objetivo, pois se o recurso estiver de maneira inconsistente
ou desrespeitoso, o pedido será indeferido.
Após a entrega dos recursos, a Comissão possui um prazo de no máximo 10
dias após a data protocolada. O julgamento será enviado para o e-mail do candidato
e à disposição na sede do IOPES. Após a resposta do julgamento, não há a
possibilidade de revisão de recurso. Não caberá recurso administrativo nos casos
de eliminação por inscrição parcial, ou com outros tipos de erros. Os recursos
interpostos ( por meio de procuração de firma reconhecida em cartório ), serão os
únicos que podem ser aceitos após o processo.
A contratação temporária se dá pela assinatura do Contrato Administrativo de
Prestação de Serviços pelo antigo IOPES, assim o contratado concordaria com os
termos da Lei N°809/2015, e também firmando contrato de 12 meses só podendo
ser prorrogado se houver interesse da Administração. O contrato diz também sobre
os direitos do contratado, como décimo terceiro salário, férias para contratos
superior a 12 meses, vale transporte. E por fim, a cessão do contrato será
rescindido sem indenização no caso de término do prazo contratual, conveniência
da Administração e até mesmo em falta disciplinar durante todo o período de
trabalho.