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Contudo, conforme se observa pela simples leitura da lei, não foi atribuído ao cargo
de AGENTE SOCIOEDUCATIVO a exigência de títulos.
I.II - NATUREZA JURÍDICA DA PROVA DE TÍTULOS
A previsão legal que abarca tal modalidade de pontuação, está prevista na própria
Lei Maior do Ordenamento Jurídico - a Constituição Federal de 1988, que em seu art. 37, II
dispõe: “a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações
para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (...)”.
A prova de títulos pode ser composta por diversos elementos, sendo mais comuns:
doutorado, mestrado, especialização e comprovação de experiência profissional.
Os títulos de experiência profissional, especificamente, justificam-se pelo fato da
Administração Pública buscar constantemente a mais eficiente prestação de seus serviços,
dessa forma, priorizar a contratação de profissionais que conheçam o serviço público e
tenham demonstrado aptidão no desempenho anterior de suas funções, nada mais é, que
uma forma de otimizar a funcionalidade dos serviços públicos.
A própria LC 614/2018, dispõe sobre a utilização de títulos para os cargos dos
grupos operacionais I e II, sendo omisso quanto ao grupo operacional IV. Para tanto, em
relação aos dois primeiros grupos, não especifica o motivo da adoção dos títulos.
Através do Edital nº 002/2021 - Concorrência/2021 referente ao Processo n.
055322/2015-4 da Comissão de Compras Governamentais da Secretaria de Estado da
Administração - SEAD, tornou-se público o termo de referência que norteará as normas do
edital do concurso público para servidores efetivos da FUNDASE.
O documento supramencionado, que é um prenúncio da realização do concurso
público, estabelece que serão disponibilizadas 420 vagas para o cargo de Agente
Socioeducativo, e que o certame contará com as seguintes fases: a) prova Objetiva e
discursiva; b) investigação social e exame toxicológico; c) teste de aptidão física; e d) curso
de formação.
As 420 vagas correspondentes ao cargo de Agente Socioeducativo, são ocupadas
atualmente por servidores temporários. O primeiro processo seletivo ocorreu em 2015 e foi
encerrado em 2018, ano em que ocorreu o segundo certame, também de caráter
simplificado, que perdura até os dias atuais. Cumpre frisar que os profissionais que
atuam presentemente, ingressaram mediante processo seletivo simplificado de
provas e títulos de formação acadêmica e experiência profissional, conforme exigido
no edital 02/2018 da FUNCERN, que foi a banca contratada pela FUNDASE para
execução do certame.
Todos os agentes socioeducativos contratados mediante processo seletivo
simplificado, possuem formação em nível superior, cumprindo assim as exigências
previstas no plano de cargos e carreira da FUNDASE - Lei nº 614/2018.
Além de possuírem a formação acadêmica necessária, tais servidores, através dos
constantes desafios peculiares da atividade socioeducativa, estão adquirindo vasta
experiência de trabalho, que vem possibilitando um desempenho funcional exitoso que
agrega valores à instituição.
É importante constar também que, os agentes socioeducativos têm buscado através
de seus próprios esforços, qualificação profissional complementar através de cursos de
extensão, instruções e cursos de pós-graduações.
Dessa forma, visando a qualidade profissional e a possibilidade de solidificar cada
dia mais a missão institucional da FUNDASE, seria de extrema necessidade que além das
fases destacadas no termo de referência, que são mesma prevista no Plano de Cargos,
fossem incluída prova de títulos com: a) formação acadêmica (especialização, mestrado e
doutorado); b) cursos de capacitação específicos na área da socioeducação; e c)
experiência profissional de atuação como agente socioeducativo.
I.III - PANORAMA DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO NO NORDESTE
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Informações retiradas do Edital 01/2019/SEAD/SEDH/FUNDAC, disponível em:
http://www.ibade.org.br/Cms_Data/Contents/SistemaConcursoIBADE/Media/FUNDACPB2019/
edital/Edital-01-2019-SEAD-SEDH-FUNDAC-Abertura-das-Inscri-es-Publicado-no-.pdf com acesso
em 28/04/2022.
A FUNDAC-PB, que anteriormente à realização do concurso no ano de 2019, era
composta por servidores temporários, na realização do certame, deu ênfase à pontuação de
títulos acadêmicos e de experiência profissional, não havendo qualquer tipo de impugnação
ou mesmo contraindicação por parte de candidatos ou órgãos de controle na esfera
administrativa ou judicial.
No entanto, o PCCR em seu artigo 33, §3º, descreve como um dos requisitos para
ingresso no cargo de agente socioeducativo, “avaliação física e médica compatíveis com as
atribuições do cargo”.
Não restam dúvidas quanto à inquestionável autonomia da administração pública
para detalhar como deve ser feita a avaliação física e médica. Porém, os critérios utilizados
para tanto, devem ser dotados de proporcionalidade e razoabilidade, critérios estes não
observados no termo de referência, ante o rigor com o qual apresenta os exercícios
exigidos no pretenso TAF.
Utilizando mais uma vez, o certame do Estado da Paraíba como parâmetro, tem-se
que, naquele concurso, a fase de teste de aptidão física, contemplou exercícios que, apesar
de menos complexos, eram capazes de aferir a capacidade de cada candidato, bem como,
guardavam compatibilidade com as atribuições do cargo de agente socioeducativo.
Vejamos:
III - DOS REQUERIMENTOS FINAIS