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Capítulo 1 2 Introdução à P.O.

compõem o que chamamos de Pesquisa


Operacional.
CAPÍTULO 1
Não foi muito difícil criar adap-
tações para as áreas não-bélicas dos
procedimentos anteriores, sendo que
INTRODUÇÃO À P.O. hoje a Pesquisa Operacional (P.O.)
encontra aplicações em diferentes
campos como a agricultura, a indústria,
Introdução a administração pública, o trânsito, a
mineração, nos hospitais, entre outros.

A
“Não existe situação em que sistemas
Pesquisa Operacional (P.O.),
humanos ou sistemas homem-máquina
enquanto nome, constitui numa
realizem trabalhos e a P.O. não possa
expres-são ainda pouco
ser utilizada para assegurar a eficácia
conhecida, principal-mente no Brasil.
dos aspectos de programação daqueles
Suas aplicações, por outro lado, já se
trabalhos.”1
fazem presentes até mesmo no cotidiano
de pessoas comuns, seja através do
Neste capítulo, apresentaremos
disposição em filas únicas nas agências
algumas técnicas de P.O. que são as
bancárias, seja no agendamento de
seguintes:
consultas em clínicas e hospitais, seja
 Programação Linear;
no planejamen-to das mãos de direção
no trânsito de uma cidade. Vamos nas  Teoria de Filas;
linhas seguintes tentar traçar um  Estatística Aplicada;
panorama geral de seus elementos e de  Teoria da Decisão;
seus objetivos.  Teoria dos Jogos;
 Jogo de Empresas;
Até 1950, a Pesquisa Operacio-
nal era utilizada apenas na área militar, O objetivo deste capítulo é o de
quando os generais americanos e ingle- apresentar resumidamente os princípios
ses planejavam a disposição de seus de cada uma delas, delineando suas
exércitos de ataque e de defesa com funções e procedimentos utilizados para
finalidades de otimizar as conquistas que as mesmas sejam desempenhadas.
com a menor baixa de homens possível. Pretende-se que tais técnicas sejam
Obviamente que isso era conseguido estudadas em pormenores nos capítulos
graças a um planejamento minucioso e que se seguirão.
matemático das ações das tropas. Daí,
começaram a modelar a realidade das
forças armadas com elementos mate- Programação Linear
máticos, o que resultou em alguma
complexidade. Paralelamente, desafios
Trata-se da técnica mais ampla-
eram colocados para os profissionais da
mente utilizada da P.O.. A dificuldade
área de exatas, como engenheiros,
maior desta técnica foi, sem dúvida, a
matemáticos, físicos, administradores,
de caráter operacional, isto é, dificul-
contadores, etc, no sentido de desen-
dade em se criar e de se aplicar proce-
volver procedimentos numéricos e
lógicos que resolvessem determinados dimentos matemáticos seqüenciais  os
problemas. Estes procedimentos, hoje 1
DUCKWORTH, E. Guia à Pesquisa
em sua maioria informatizados, Operacional, editora Atlas, São Paulo, 1972.

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Capítulo 1 3 Introdução à P.O.

algoritmos. Felizmente, em 1947, o Produto preço kg quant. kg preço tot.


matemático George B. Dantzig criou tomates R$ 0,30 600 R$ 180,00
um algoritmo batizado por Simplexo e cenouras R$ 0,40 0 R$ 0,00
este é usado até hoje pelos programado- batatas R$ 0,50 0 R$ 0,00
custo total R$180,00
res de computador. No ano passado, em
1998, eu mesmo cheguei a desenvolver O custo e o preço do quilo do sacolão
um programa (o JC Simplexo 1.0) que sairão por:
resolvia problemas de P.L. (Programa-
ção Linear) de até 5 variáveis e 10
restrições. Depois disso, descobri que o
MS Excel vinha com uma ferramenta
que utiliza também o simplexo, além de preço do quilo = R$ 0,30 + 50% = R$ 0,45
outros algoritmos, para resolver tais
problemas de P.L. Assim, deveremos
estudá-los no Excel e aposentar por 2) Obviamente, um sacolão que se preze
enquanto o JC Simplexo. não deveria negociar um único produto,
mas todos, conforme sua procura.
Vamos ilustrar o raciocínio utili- Vamos colocar, então, que a demanda
zado em um problema típico de P.L.. mínima de cada um dos produtos tenha
Imagine que você gerencia um que ser as seguintes:
minimercado horti-granjeiro do tipo  tomates : mínimo de 100 kg
sacolão e seu objetivo é o de minimizar  cenouras : mínimo de 130 kg
os custos de seus produtos, a fim de se  batatas : mínimo de 90 kg.
tornar competitivo no mercado. Imagine A solução deste problema agora será a
também que você venda apenas 3 tipos de adquirir a menor quantidade possível
de legumes, a saber tomates, cenouras e de batatas e de cenouras, já que seus
batatas. As estatísticas têm mostrado custos são maiores. Assim, a tabela
que o consumo semanal destes alimen- ficará em:
tos é de 600 kg. Assim, você deseja
adquirir quantidades tais dos três produ- Produto preço kg quant. kg preço tot.
tos que resultem em 600 kg. No entanto, tomates R$ 0,30 380 R$ 114,00
cada um dos legumes tem um custo cenouras R$ 0,40 130 R$ 52,00
diferente, digamos: batatas R$ 0,50 90 R$ 45,00
custo total R$211,00
 tomates : R$ 0,30 / kg
 cenouras : R$ 0,40 / kg
Evidentemente, o nosso custo foi eleva-
 batatas : R$ 0,50 / kg
do, mas o problema assumiu uma forma
Vamos também considerar que o preço
mais próxima da realidade a partir da
de venda do sacolão é calculado com
condição adicional quantidades míni-
base no custo mais 50%.
mas, condição esta que denominaremos
a partir de agora restrição. O custo e o
1) Considerando as condições acima,
preço do quilo do sacolão ficarão agora
podemos perceber a grande vantagem
em:
em adquirir somente tomates, o que
levaria o custo total a:

preço do quilo = R$ 0,35 + 50% = R$ 0,53

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Capítulo 1 4 Introdução à P.O.

3) Podemos agora tornar o problema


ainda mais complexo com a adição de tomates batatas cenouras restr.
uma nova restrição: O espaço físico. 1) 380 130 90 1,096
Sabemos que os legumes possuem 2) 350 160 90 1,079
tamanhos diferentes e exigem condições 3) 300 210 90 1,050
4) 280 230 90 1,039
especiais de acomodação nas barracas.
5) 200 310 90 0,993
Assim, vamos agora supor que a 6) 210 300 90 0,999
quantidade máxima de cada um dos 7) 215 295 90 1,001
legumes acima, se fossem comprados 8) 212,5 297,5 90 1,000
com exclusividade, sejam:
 tomates : máximo de 500 kg Vamos verificar se a solução realmente
 cenouras : máximo de 700 kg obedece à restrição de espaço físico:
 batatas : máximo de 600 kg Ao acomodar 212,50 kg de tomates,
Isto significa que se comprarmos 500 estamos ocupando um espaço físico de:
kg de tomates, os mesmos ocuparão
todo o sacolão e não haveria espaço
para acomodar mais nada. Se comprar- Analogamente, ao acomodar 297,5 kg
mos 250 kg de tomates, estes ocupariam de cenouras, estaremos ocupando um
a metade do sacolão e a outra metade espaço físico do barracão:
poderia ser preenchida com 350 kg de
cenouras; etc. Esta restrição que envol-
ve quantidades a serem acomodadas Idem para 90 kg de cenouras:
com exclusividade requer um pouco
mais de elaboração matemática, confor-
me veremos no capítulo seguinte e se Somando estes percentuais, teremos
chega a: 100,00% do barracão ocupado. Pode-
mos agora avaliar o custo e o preço de
venda do quilo do sacolão:
Partindo da solução do item 2), temos
que a mesma não verifica a restrição Produto preço kg quant. kg preço tot.
acima: tomates R$ 0,30 212,50 R$ 63,75
cenouras R$ 0,40 297,50 R$ 119,00
batatas R$ 0,50 90 R$ 45,00
Logo, devemos ir diminuindo aos custo total R$227,75
poucos a quantidade de tomates e ir
acrescentando na quantidade de cenou-
ras (mais baratas do que as batatas) de
modo a chegarmos na solução. Obser-ve
que, manualmente, tivemos que fazer
várias tentativas para obter a solução: preço do quilo = R$ 0,38 + 50% = R$ 0,57

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Capítulo 1 5 Introdução à P.O.

8) na administração de uma empresa, no


Ocorre, na prática que o número dimensionamento de funcionários por
de variáveis é bastante elevado (em vez setores a fim de obter uma maior
de 3 legumes, poderíamos ter 30), o que produtividade global;
acrescenta dificuldades imensas à reso- 9) etc.
lução do problema. Sem falar também
de restrições de outras naturezas que
poderiam tornar o problema ainda mais Teoria das Filas
complexo. Assim, a parte operacional
exigiu o desenvolvimento de um algo-
Numa estação de serviços, sem-
ritmo capaz de chegar à solução através
pre que estes são solicitados de forma
de operações matemáticas  o que hoje aleatória no tempo, é bastante provável
é o simplexo. Ainda melhor, o simplexo a formação de filas. Por exemplo, numa
está disponível na ferramenta Solver do agência bancária, os caixas constituem
MS Excel. Aprenderemos a resolver estações de serviço e os clientes que o
problemas de P.L. nesta planilha eletrô- solicitam podem chegar em intervalos
nica em breve. aleatórios no tempo, isto é, sem previ-
sões exatas. Além disso, a prestação de
Problemas de P.L. são utilizados serviços a cada cliente também não está
em diversas áreas, e podemos citar determinada no tempo e pode ser consi-
exemplos: derada também como aleatória. A teoria
1) Numa fundição, para determinar os de filas se faz útil principalmente para
percentuais de metais que formarão que o gerente consiga administrar as
ligas com certas características de modo filas de modo que as mesmas não cres-
que o custo de produção seja o mais çam continuamente e que também não
baixo possível; exija um tempo de espera demasiada-
2) na fabricação da ração mais barata, mente longo, o que, sem dúvida,
levando em conta os percentuais comprometeria a produtividade do
mínimos de nutrientes que a mesma lugar.
deverá apresentar;
3) Numa refinaria de petróleo, para se Se por um lado as filas represen-
checar a composição mais barata da tam uma preocupação administrativa, a
gasolina a partir de diversos fornece- ausência delas também é preocupante,
dores; porque pode sinalizar que exista
4) na determinação da rota de cami- desperdício de tempo. Por exemplo,
nhões de uma transportadora para mini- existem lojas com muitos balconistas de
mizar o tempo de percurso; forma que, quando a gente chega, logo é
5) nos planejamentos de produção em atendido. Neste momento, podemos
geral onde se deve dimensionar as notar alguns balconistas sem ter o que
quantidades produzidas de cada produto fazer, aguardando novos clientes. Se
para maximização do lucro; isso se repetir por muitas vezes ao longo
6) no planejamento da localização de dos dias, é sinal de que menos balconis-
escolas públicas com o intuito de mini- tas fariam o serviço da mesma forma,
mizar as distâncias percorridas pelos portanto, com menos custo para o em-
alunos; pregador. Em contrapartida, um super-
7) no campo, para se estabelecer a mercado, que exige muito tempo de
divisão de terras em atividades de seus clientes aguardando na fila do
cultivo e de pecuária de forma a obter caixa, costuma perdê-los para sempre.
uma maior rentabilidade;

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Capítulo 1 6 Introdução à P.O.

A Teoria das Filas é uma 1) Se as estações de trabalho forem


técnica da P.O. que objetiva estudar o planejadas para atender exatamente à
fenômeno da formação de filas e o demanda, a fila tende a crescer conti-
administrador que dela se utiliza terá nuamente.
melhores condições de gerenciá-las,
encontrando um ponto ótimo entre a Isso ocorre em muitos bancos
ociosidade das estações de trabalho mal administrados, quando percebemos
(como os caixas de um supermercado) e que a fila só pára de crescer quando o
a espera dos clientes na fila. Este ponto segurança fecha a entrada do banco.
ótimo é dimensionado a partir do tempo Nestes casos, com certeza, não há
médio de atendimento de um cliente e o nenhum planejamento e provavelmente
tempo médio de chegada dos clientes. A o intervalo médio de chegada de
partir disso, pode-se dimensionar o clientes é ainda menor do que o de
número exato de caixas para que os atendimento dos mesmos pelos caixas.
clientes estejam sujeitos a um tempo
médio de espera de 10 minutos, por 2) Se as estações de trabalho forem
exemplo, o que não chega a ser irritante. planejadas para atender imediatamente
toda a demanda, na melhor das hipóte-
A Teoria das Filas apresenta ses, metade do tempo será perdido com
aplicações também em diversas áreas, ociosidade das estações.
como você pode notar na tabela2 abaixo:
Como já discutimos, um lugar
Cliente Operação Estação sem filas implica que as estações ficam
1. veículo abasteci- bomba de desocupadas. No geral, elas ficarão 50%
mento combustível de seus tempos livres para que nenhum
2. máquinas manutenção mecânico de seus clientes tenha que esperar para
quebradas
realizar algum serviço. A não ser que as
3. veículo transporte barcas
estações possam desenvolver algum
4. pessoa compra de vendedor
produto
outro tipo de serviço enquanto aguar-
5. navio carga- porto dam clientes, isso representará uma
descarga realidade bastante indesejável.
6. avião aterrissagem pista de
aeroporto Estudaremos a Teoria de Filas
7. peça para saída do consumidor em maiores detalhes num capítulo desta
estoque almoxarifado apostila.
8. pessoa saque de caixa do
dinheiro banco
9. paciente clínica médico
hospitalar Estatística Aplicada
10. requisição baixa no controlador
de material estoque de estoque Além de se fazer presente em
técnicas da P.O., como a Teoria das
Filas, Teoria da Decisão, Jogos de
Podemos catalogar duas impor- Empresas entre outras, a Estatística
tantes conclusões obtidas a partir da apresenta ferramentas que, por si só, já
Teoria das Filas: compõem técnicas de otimização de
recursos e que ajudam na tomada de
decisão. Um exemplo destas técnicas é
2 o estudo da Correlação e Regressão.
CONTADOR, J.C.. Alguns modelos da
Pesquisa Operacional. UNIP, São Paulo, 1998. Através dele, procura-se verificar se

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Capítulo 1 7 Introdução à P.O.

existe dependência entre duas variá-


veis, até que ponto esta dependência é
verdadeira e como fazer projeções
futuras baseando-se em estatísticas pre-
téritas.

Imagine que você gerencia a


prefeitura de uma cidade e esteja rece-
bendo denúncias de que o aumento de
circulação de veículos esteja compro-
mendo a qualidade do ar. Assim, você
poderá encomendar uma pesquisa para
saber se isto realmente está acontecen- Por exemplo, a partir da reta,
do. A partir desta pesquisa, chegou-se à uma frota com 1.400 mil veículos
seguinte tabela: implicaria num nível de qualidade do ar
em torno de 25%, enquanto que para se
Nº veículos (em mil) Qualidade do ar (em %) obter uma qualidade do ar mínima de
1089 55 90%, deveremos ter, no máximo 790
1000 70 mil veículos circulando.
700 100
753 98 Este estudo poderia ser feito
808 84
também supondo que se ajustem curvas
894 86
em vez de retas, como exponenciais,
950 63
1200 50
logaritmos, polinômios, etc. Existe
também o estudo de mais de duas variá-
veis, o que é chamado de Correlação e
Existe um parâmetro que
Regressão Múltipla, em oposição à
acusará a dependência entre a qualidade
Correlação e Regressão Simples. Sua
do ar e o número de veículos em circu-
complexidade, no entanto, foge aos
lação, que é denominado coeficiente de
objetivos do curso, que analisará num
correlação linear, no caso, calculado
capítulo subsequente os casos de Corre-
em 0,9576, evidenciando uma forte
lação e Regressão Simples Linear e
dependência ou correlação entre as
Exponencial. Ambos encontram facili-
variáveis envolvidas.
dades imediatas de cálculo na calcula-
dora HP-12C, o Linear de modo direto
A partir do momento em que se
e o Exponencial com pequenas adapta-
verifica a correlação, pode ser de inte-
ções.
resse o dimensionamento da frota para
que se obtenha um percentual de quali-
dade do ar desejado. Assim, calcula-se
uma reta de tal modo a minimizar as Teoria da Decisão
somas das distâncias aos pontos consi-
derados, e esta reta é chamada de reta Vamos ilustrá-la com uma situa-
de regressão. A partir dela, podem ser ção problema retirada de um excelente
feitas previsões com relação à qualidade trabalho3, em breve à nossa disposição
do ar caso o número de carros seja na biblioteca desta faculdade:
determinado, e vice-versa, quantos
carros devemos ter circulando para se
obter uma qualidade de ar específica.: 3
CONTADOR, J.C.. Alguns Modelos da
Pesquisa Operacional, UNIP, São Paulo, 1998.

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Capítulo 1 8 Introdução à P.O.

Uma grande companhia de Vamos retornar a este assunto,


energia oferece R$ 60.000 ao proprietá- ainda que seja no segundo semestre
rio de uma área pelos direitos de explo- deste ano, na disciplina P.O.M.Q. II.
ração de gás natural e, se existir gás,
mais R$ 600.000 durante a fase de
exploração. O proprietário, percebendo Teoria de Jogos
que o interesse da companhia é um bom
indício da existência de gás, está cogi-
Igualmente à técnica anterior-
tando da possibilidade de desenvolver
mente apresentada, vamos ilustrar um
ele mesmo o empreendimento. Para
problema também retirado do trabalho
isso, é necessário contratar uma equipe
de CONTADOR:
de especialistas, cujo custo inicial é de
R$ 100.000, que serão perdidos se o gás
Duas redes de supermercados
não for encontrado. Se existir gás,
propõem-se a construir, cada uma delas,
entretanto, o proprietário avalia que terá
uma loja em uma região onde existem
um lucro de R$ 2.000.000. Se estimar
três cidades, A, B e C, cujas distâncias
em 60% a probabilidade de existir gás,
são entre si:
o que deve decidir?
AB = 10 km; BC = 15 km; AC = 20 km.
Aproximadamente 45% da
Trata-se de uma situação mate-
população da região vivem próximos à
maticamente simples, mas cuja decisão
cidade A, 35% próximos à cidade B e
poderá ser tomada mediante a aplicação
20%, próximos à cidade C.
de diferentes critérios. A escolha dos
Cada rede está ciente do interes-
critérios estará, sem dúvida, atrelada a
se da outra na região, e ambas fizeram
condições sócio-econômicas do proprie-
pesquisas de mercado que deram proje-
tário, bem como de características de
ções idênticas. A rede I, por ser maior e
sua personalidade. Se for alguém com
ter desenvolvido melhor reputação que
espírito agressivo e gostar de correr
a rede II, conta com a preferência do
riscos, é bem provável que resolva
consumidor. Se ambas as redes se
empreender sozinho a exploração do
localizarem na mesma cidade, ou eqüi-
provável gás. Caso oposto, alguém com
distantes de uma cidade, a rede I terá
característica mais pessimista preferirá a
65% de participação de mercado nessa
primeira alternativa, pois é a que
cidade. Se a rede I ficar mais próxima
confere maior segurança, apesar de
de uma cidade que a rede II, deterá 90%
menor rentabilidade.
de participação no mercado dessa
cidade. Se a rede I ficar mais distante de
Os critérios de decisão podem
uma cidade que a rede II, deterá 40% do
ser os seguintes:
mercado dessa cidade. O restante das
 Critério da Maximização da Expec- vendas, sob qualquer circunstância, irá
tativa; para a rede II. Além disso, ambas as
 Critério da Variância; redes sabem que a rede I tem como
 Critério da Perspectiva de Ruína; política não localizar-se em cidades
 Critério da Tranqüilidade; muito pequenas, como é o caso da
 Critério Maximin; cidade C.
 Critério Maximax;
 Critério Mediano.

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Capítulo 1 9 Introdução à P.O.

10 km Veremos num capítulo desta


A 45% B 35% apostila o desenvolvimento um pouco
mais aprofundado deste tipo de proble-
ma.
15 km

20 km Jogos de Empresas

C 20% “A técnica de Simulação Empre-


sarial ou Jogo de Empresas  como é
mais conhecida, está sendo utilizada
com muito sucesso para o treinamento e
Devemos agora montar a matriz desenvolvimento gerencial. Esta técnica
de ganho para a rede I, afim de se deter- capacita estudantes e profissionais de
minar qual a melhor opção para se loca- competência intelectual, habilidade es-
lizar, independente de qual será a tratégica e visão empresarial...
escolha feita pela rede II em termos de
localização. Para tanto, devemos calcu- Os jogos de empresas surgiram
lar. Esta matriz constitui uma tabela em 1956 ... nos Estados Unidos ... Esse
onde são dispostos todas as alternativas jogo foi uma adaptação dos jogos exis-
de localização para ambas as redes. tentes na área militar para o ambiente
Usando um pouco de matemática, empresarial.4
chega-se à seguinte matriz de ganho:
Os primeiros jogos eram proces-
rede II sados de forma manual. Com o advento
rede I A B C dos computadores, eles tiveram um
A 65% 62,5% 80% grande impulso, permitindo que fossem
B 67,5% 65% 80% elaborados modelos mais complexos e
com um alto nível de precisão. A intro-
Analisando a matriz acima, nota- dução dos computadores permitiu ainda
se uma vantagem da rede I localizar-se que os dados fossem processados com
na cidade B, pois, independente de a maior rapidez, tornando os jogos mais
rede II localizar-se em A, B ou C, dinâmicos. Atualmente, os jogos de
através desta decisão, a rede I estará empresas são um importante instrumen-
garantindo para si melhores retornos: Se to de treinamento e desenvolvimento
a rede I escolher A e a II escolher A, I empresarial.
ficará com 65% das vendas contra 35%
de II. Se a rede I escolher A e a II Os jogos de empresa são abstra-
escolher B, I ficará com 62,5% e II com ções matemáticas simplificadas de uma
37,5%, e assim por diante. situação relacionada com o mundo dos
negócios. Os participantes do jogo,
Considerando agora que o individualmente ou em grupo, adminis-
quadro acima também estivesse de tram toda a empresa, ou parte dela,
posse dos administradores da rede II, a através de decisões administrativas por
melhor escolha seria a cidade B, pois períodos sucessivos.
seus ganhos ou seriam 37,5% (caso I 4
O jogo War, lançado pela Grow no Brasil, é
escolhesse A) ou 35% (caso I escolhes- um dos jogos baseados naqueles jogos de
se B). guerra (nota de João Carlos dos Santos)

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Capítulo 1 10 Introdução à P.O.

Os jogos funcionais são elabora-


Os jogos de empresa também dos para desenvolver habilidades em
podem ser definidos como um exercício áreas específicas da organização. Dentre
estruturado e seqüencial da tomada de elas, tem-se as áreas de finanças,
decisões em torno de um modelo de produção, vendas e recursos humanos.
operação dos negócios, no qual os par- O principal objetivo dos jogos funcio-
ticipantes assumem o papel de adminis- nais é, portanto, o desenvolvimento de
tradores de uma empresa simulada. habilidades nas tarefas básicas da área
em questão....
Os fundamentos dos jogos de
empresa estão baseados na simulação. Um dos principais benefícios
Entende-se por simulação uma técnica dos jogos de empresas é a possibilidade
que manipula modelos representativos e da compactação do tempo. Como o
simplificados da realidade complexa e resultado das decisões tomadas estão
suas dependências, para obter determi- disponíveis automaticamente, é possível
nados resultados que seriam técnica ou simular vários anos da gestão de uma
economicamente inviáveis de serem empresa em poucas horas.
obtidos no ambiente real considerado.
Todo jogo de empresas encontra-se Nos jogos de empresas, os
baseado em um modelo de simulação participantes podem cometer erros que
específico. Esse modelo representa acarretam em grandes prejuízos à
matematicamente as características empresa simulada. Nesse caso, o erro
físicas, tecnológicas e econômicas da pode ser assimilado pelos participantes,
empresa, bem como o ambiente que a não permitindo que se repita na
cerca. realidade.

Os jogos de empresa podem, Alguns jogos de empresas


então, ser classificados de acordo com também permitem que as decisões
algumas das características que formam tomadas para um período tenham
o seu modelo... influência não somente nesse período,
mas também nos seguintes. Isso exige
Os jogos de empresas podem ser dos participantes uma visão de longo
gerais ou funcionais... Os jogos de prazo no momento da tomada das
empresas do tipo geral são elaborados decisões...
para desenvolver habilidades gerenciais
em administradores do nível mais alto Quando utilizado no meio aca-
da estrutura organizacional da empresa. dêmico, os jogos de empresas se tornam
Nesse tipo de jogo de empresas, as uma importante ferramenta para exerci-
principais áreas funcionais da empresa tar os conhecimentos adquiridos nas
estão consideradas.5 Os gerentes desen- disciplinas do curso, permitindo ainda
volvem habilidades na tomada de que sejam feitas integração entre elas.”6
decisões a nível de política da empresa,
bem como na coordenação de esforços
para alcançar os objetivos traçados. CAPÍTULO 2

5
Administração Geral, Adm. de Vendas, Adm
da Produção, Adm. Financeira e Adm. de 6
Manual do Coordenador do software de
Recursos Humanos (nota de João Carlos dos Simulação Industrial, Bernard Sistemas,
Santos). Florianópolis, 1.997.

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Capítulo 1 11 Introdução à P.O.

PROGRAMAÇÃO LINEAR Informática Básica, no semestre passa-


do.

Em terceiro lugar, teremos a


análise das respostas assim obtidas,
Introdução ocasião em que iremos tomar uma
decisão a respeito do problema
estudado. A partir deste estudo, compre-
O presente capítulo objetiva enderemos melhor a natureza do proble-
desenvolver a técnica de Pesquisa ma proposto e veremos também até que
Operacional mais conhecida e usada em ponto nossa solução é afetada por modi-
todo o mundo: a Programação Linear, ficações feitas no problema inicial
que também será designada por P.L.. (Análise de Sensibilidade).
Partiremos da hipótese de que o leitor
não dispõe de conhecimentos básicos
em Álgebra, o que será fundamental na
modelagem dos problemas. Assim, Tópicos de Álgebra
vamos propor inicialmente um estudo
dos tópicos elementares desta importan- Uma das premissas básicas da
te ramificação do conhecimento mate- Álgebra é a de que quantidades numéri-
mático. cas podem ser representadas por letras
ou símbolos, que chamaremos variá-
O que se pretende fazer é, basi- veis. Assim, quando desconhecemos a
camente, três coisas: Primeira, a partir quantidade a ser adquirida de um certo
de um problema concreto, chegar em produto, poderemos nos expressar em x
sua modelagem matemática. Segunda, a unidades. Se desconhecemos a quanti-
partir desta modelagem, obter sua dade de um outro produto, dizemos y
resposta com o auxílio do computador. unidades, assim por diante.
Terceira, analisar as respostas obtidas.
Vale a pena rever algumas de
Você não tardará em perceber suas regras usadas nas operações:
que a primeira destas tarefas é a mais
difícil, pois envolve um pouco de
habilidades em matemática e um pouco 7 + 7 + 7 + 7 = 4.7
de raciocínio abstrato. Não obstante, x + x + x + x = 4.x = 4x
y + y + y = 3y
estaremos propondo exercícios que irão
orientar o aluno nesta direção, aos
2x + 3x = (x + x) + (x + x + x) = 5x
poucos e sempre. 4y + 2y = 6y
9x + 11x – 3y = 20x – 3y
Em segundo lugar, a utilização
do laboratório de informática exigirá 5x – 3x = (x + x + x + x + x) – (x + x + x) = 2x
um pouco de conhecimento na planilha 10z – 2z = 8z
eletrônica Excel, pois nela é que se 10x – 3y – 4x = 6x – 3y
encontra o algoritmo usado (o Simple- 5z – 3y + z – 8y = 6z – 11y
xo). Igualmente, vamos supor que o 2y + x – 5y – 7x = -3y – 6x
aluno desconheça por completo este
0,3x + 0,6x = 0,9x
software, embora partiremos do princí-
1,99x – 0,34y + 0,23x = 2,22x – 0,34y
pio de que saiba utilizar o microcom-
putador, por ter cursado a disciplina
Exercício

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Capítulo 1 12 Introdução à P.O.

1 1 . 0,30 = 0,30
2 2 . 0,30 = 0,60
1) Calcule o valor das seguintes
3 3 . 0,30 = 0,90
expressões:
... ...
x x . 0,30 = 0,30x
a) x +x+x+x+x=
b) y+y=
Assim, o lucro obtido com x unidades será
c) 4x + 6x = igual a
d) 9y + 3y = L = 0,30x
e) 10x – 3x = Por exemplo, se a quantidade for 40,
f) 9y – 12y = teremos lucro de L = 0,30.40 = 12,00, e
g) –3z – 6z = assim por diante.
h) 2x – 3y + x =
i) 7w – 2x + w - 5x =  Um comerciante de combustível paga
j) 5x – 3y + 8z – z = R$ 0,25 por litro de diesel, R$ 0,45 por
k) – 6x + 3y – 4z = litro de álcool e R$ 0,55 por litro de
l) 8x – 3x + 9x = gasolina. Expresse a função custo C.
m) y–x+z=
n) y–y+y= A palavra função deverá ser entendida
o) 10x – 11x + x = aqui como uma relação de dependência
entre o que irá se pagar com as quantida-
p) –x – 5x + 2x – 8x =
des adquiridas de cada combustível. Se
q) 5x – 3y + 5x + y =
acaso o comerciante só adquirisse diesel,
r) 9x – 6y –2x – 2y =
teríamos C = 0,25x, onde x é a quantidade
s) 0,40x + 0,35x = em litros de diesel. Se consumisse apenas
t) 1,21y – 3,45y + 0,34x = álcool, C = 0,45y, onde y é a quantidade
u) 1,23x –3,45y –5,66y = em litros de álcool. Se consumisse apenas
v) 0,01x + x = gasolina, C = 0,55z, onde z é a quantidade
w) 3,45y – 2,33x = em litros de gasolina. Mas, consumindo os
três combustíveis, a função custo se
Modelagens Iniciais transforma em:

C = 0,25x + 0,45z + 0,55z


O que não se deve perder de
vista é que as letras estudadas na seção Exercícios
anterior representam quantidades variá-
veis, isto é, números que não foram 2) O custo do metro quadrado de certo
ainda determinados. Acompanhe o azulejo para uma loja de materiais de
exemplo a seguir e veja como fazer uma construção é R$ 3,28. Expresse o custo
pequena modelagem matemática com o C em função da quantidade pedida em
auxílio das variáveis: metros quadrados (x).

 No setor de laticínios de um super- 3) Numa cidade, o imposto predial


mercado, o lucro obtido com a (IPTU) é proporcional à área construída
margarina Floriana é de R$ 0,30 por em m2 . Se tal imposto é igual a 1,80
unidade vendida. Expresse a variável UFIR por m2, determine a função IPTU
Lucro (L) em termos da quantidade (x) em termos da área construída em m2.
vendida.

Quantidade Lucro 4) Numa mercearia, o preço de venda

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Capítulo 1 13 Introdução à P.O.

de um refrigerante A é igual a R$ 1,20,


enquanto que o de outro refrigerante B é Uma restrição é qualquer condi-
igual a R$ 1,40. Qual a receita obtida ção imposta pela realidade, como a
(R) com a venda de certa quantidade x
demanda mínima e máxima de um
de refrigerantes A e quantidade y de
produto, o espaço físico reservado para
refrigerantes B?
sua alocação, o tempo máximo que
5) Um artesão lucra R$ 3 por cada podemos dispensar a cada produto
cinzeiro que vende e lucra R$ 8 por fabricado por uma máquina, etc. Nesta
cada abajur. Qual o lucro obtido com a seção, vamos aprender a expressar tais
venda destes objetos? restrições matematicamente.

6) Um operador cuida da manutenção  Considerando o exemplo da seção


de três máquinas, A, B e C. Para cada anterior da margarina Floriana,
assistência prestada à máquina A, gasta, digamos que o espaço físico do setor
em média, 10 min, para cada assistência reservado a ela possa acomodar no
a B, em média 15 min e para cada máximo 220 unidades. Expresse tal
assistência a C, 18 min. Qual o tempo restrição matematicamente.
total de assistências as máquinas, se
cada uma delas requer números Seja x a quantidade de potes de
diferentes de reparos, x, y e z?
margarina. Se x não pode ultrapassar a
220, então, x deve ser menor ou igual a
7) Numa livraria, com os livros da
área jurídica, se obtém um lucro médio 220. O símbolo matemático desta
de R$ 30,00 / livro, com os livros da condição é . Assim:
área médica, um lucro médio de R$ x  220
48,00 / livro e da área gerencial, R$
25,00 / livro. Qual a função lucro com a  Considerando o segundo exemplo da
venda de livros destas três áreas? seção anterior, as demandas semanais
mínimas para cada combustível são
8) Numa agência bancária, existem 5 3.000 litros de diesel, 1.500 litros de
caixas, A, B, C, D e E. O tempo médio álcool e 2.500 litros de gasolina.
de atendimento prestado por cada um Expresse tal restrição matematicamente.
deles a clientes do banco são, em
minutos, 1,2; 1,8; 4,0; 1,0; 2,8. Qual a Se a quantidade mínima de diesel a ser
função tempo trabalhado nesta agência?
adquirida é de 3.000 litros, o comerciante
poderá adquirir 3.000 litros ou mais.
9) Uma transportadora cobra R$ 0,80
por quilometro rodado para volumes de Assim, a quantidade poderá ser igual ou
até 10 litros, cobra R$ 1,00 para maior a 3.000. O símbolo matemático
volumes de 10 a 15 litros, R$ 1,15 para agora é . Assim:
volumes de 15 a 20 litros e R$ 1,30 para
volumes de 20 a 30 litros. Expresse a x  3.000
receita em função dos números de
volumes de diferentes especificações Analogamente:
transportados numa viagem de 1 km.
Y  1.500
z  2.500

Expressando Restrições

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Capítulo 1 14 Introdução à P.O.

Exercícios com o tipo B, lucra R$ 0,15 por


unidade. Exprima o lucro da fábrica
com os sabonetes A e B.
10) Considerando o exercício 2, as
acomodações para o estoque permitem (B) A empresa gasta 2 segundos para
alojar até 500 m2 de tal azulejo. fabricar o sabonete A e 3 segundos para
Exprima tal condição em linguagem a fabricação de B. O tempo disponível
matemática. para a fabricação de sabonetes é de 2
horas. Passe este valor para segundos e
11) Considerando o exercício 3, naquela expresse matematicamente tal restrição.
cidade, a área construída não pode ser
menor que 30 m2. Determine este fato (C) As demandas em dias anteriores
em desigualdade matemática orientaram o fabricante a limitar em
2400 unidades de sabonete A e limitar
12) Considerando ainda o exercício 3, em 1800 unidades de sabonete B.
naquela cidade, a área construída não Exprima tal restrição.
pode ser maior do que 800 m2. Expresse
tal restrição.
Trabalhando com Exclusividade
13) Considerando o exercício 4, o
refrigerador de tal mercearia comporta, Você notará que uma das restri-
no máximo, 60 unidades de ções mais complicadas nos problemas
refrigerantes. Exprima esta condição de P.L. é a que expressa exclusividade.
matematicamente. Vamos ilustrá-la com o exemplo do
sacolão apresentado no capítulo ante-
14) Considerando ainda o exercício 4, rior:
pesquisas mostraram que as demandas
para cada refrigerante são, por semana,  “... Podemos agora tornar o problema
em média de 30 refrigerantes A e 24 ainda mais complexo com a adição de
refrigerantes B, com incertezas de 10% uma nova restrição: O espaço físico.
para baixo e para cima destas médias. Sabemos que os legumes possuem
Como você expressaria estas restrições tamanhos diferentes e exigem condições
matematicamente? especiais de acomodação nas barracas.
Assim, vamos agora supor que a
15) Considerando ainda o exercício 7, a quantidade máxima de cada um dos
demanda mensal de livros jurídicos é de legumes acima, se fossem comprados
400, a de livros médicos é de 300 e a de com exclusividade, sejam:
livros gerenciais, 250, dados com  tomates : máximo de 500 kg
incerteza de 15% acima e abaixo deste
valor. Quais as expressões de restrição  cenouras : máximo de 700 kg
para este fato?  batatas : máximo de 600 kg...”
Expresse matematicamente tal restrição.

16) Considerando o exercício 9, se o A quantidade x de tomates ocupará uma


caminhão tem a capacidade para
fração de do estabelecimento co-
acondicionar 100000 litros, expresse tal
restrição, considerando a capacidade mercial, pois se x = 250, teremos
máxima de cada volume.
, isto é, metade do sacolão
17) tomado com tomates, ou 50% do espaço
(A) Uma indústria de sabonetes fabrica
físico comprometido como os tomates.
2 tipos de sabonetes, A e B. Com o tipo
Analogamente, y quilogramas de cenouras
A, a mesma lucra R$ 0,10 por unidade e
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Capítulo 1 15 Introdução à P.O.

caso só vendesse tal fruta, 40 quilos


ocuparão um espaço físico de do
de uvas se só vendesse uvas e 30
sacolão e z quilogramas de batatas quilos de melancias caso comer-
cializasse apenas esta fruta. Expres-
ocuparão do sacolão. No entanto, a se matematicamente esta restrição.
soma destes espaços não poderá ultra-
passar a 1 (ou 100%). Assim:
22) Considerando o exemplo do
capítulo 1, do sacolão:
a) Determine a função custo;
b) Expresse matematicamente a
restrição demandas mínimas;
Poderíamos chegar a conclusões idênticas c) Expresse matematicamente a
montando regras de três. O software JC restrição espaço físico;
Simplexo exigia que se eliminassem os
denominadores, o que não é verdadeiro
para o Excel, conforme veremos. Passos para a Modelagem
de um Problema de P.L.
Exercícios
Em vista da dificuldade apresen-
18) Considerando o exercício 5, com o tada pelos alunos do curso passado,
material que o artesão dispõe, dá para se desenvolvi uma orientação em passos
fazer somente 100 cinzeiros ou somente
para a modelagem de um problema de
40 abajures. Como o mesmo poderá
Programação Linear, que, seguidos
fazer os dois objetos, expresse tal
restrição. sistematicamente, conduzirão o aluno à
formulação matemática do mesmo.
19) Considerando ainda o exercício 5,
no dia de trabalho, o artesão consegue  Uma fábrica de brinquedos pretende
fazer somente 120 cinzeiros ou somente produzir dois tipos de aeromodelo. O
50 abajures. Como o mesmo poderá primeiro tipo tem corpo de madeira,
fazer os dois objetos, expresse tal uma hélice e um conjunto de rodas para
restrição. pouso. O segundo tipo tem corpo de
aço, duas hélices e dois conjuntos de
20) Considerando o exercício 7, o rodas. Sabe-se que a fábrica pode
espaço físico da livraria permite acondi- produzir, por hora 30 hélices, 20
cionar, em média, somente 1000 litros conjuntos de rodas, 10 corpos de
jurídicos; somente 800 livros médicos madeira e 6 corpos de aço. Determinar a
ou somente 1200 livros gerenciais.
quantidade de cada um dos tipos de
Como a mesma pretenderá vender os
aeromodelo a ser produzido por hora
livros das três áreas, qual a restrição
matemática a ser obedecida? para se obter o máximo lucro, sabendo
que o aeromodelo de madeira propor-
21) ciona lucro unitário de R$2,00 e o de
(A) Um feirante vende maçãs, uvas e aço R$5,00.
melancias, lucrando por quilogra-
ma, respectivamente, R$ 0,20, R$
0,30 e R$ 0,40. Expresse a função  Passo 1 – Determinar o objetivo
lucro. O aluno deve se fazer a pergunta:
(B) Sua barraquinha no entanto, daria “Qual é o objetivo do problema?”
para acomodar 50 quilos de maçã, Neste caso o objetivo é maximizar o
lucro.
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Capítulo 1 16 Introdução à P.O.

A segunda pergunta é: “de que?”


A resposta será de produção e venda de Cada aeromodelo de madeira
dois tipos de aeromodelos, de madeira e usa 1 conjunto de rodas, x usarão 1.x
de aço. conjuntos de rodas. Cada aeromodelo de
A terceira pergunta: aço usa 2 conjuntos de rodas, y usarão
“Quais são as variáveis?” 2.y conjuntos de rodas. Mas, o número
A resposta será x aeromodelos de de conjuntos de rodas não poderá
madeira e y aeromodelo de aço. ultrapassar a 20. Então:
A quarta: x + 2y  20
“Como fica a função objetivo?”
Como cada aeromodelo de madeira dá Cada aeromodelo de
um lucro de R$ 2,00, então, x aero- madeira usa 1 corpo de madeira, x
modelos darão um lucro de 2x reais. aeromodelos usarão 1.x corpos de
Como cada aeromodelo de a aço dá um madeira. Aeromodelos de aço não usam
lucro de R$ 5,00 , y aeromodelos darão corpos de madeira. Como o número de
um lucro de 5y reais. corpos de madeira está limitado em
10, temos:
A função objetivo fica: x  10
L = 2x + 5y
Aeromodelos de madeira não
usam corpos de aço. Cada aeromodelo
 Passo 2 – Especificar restrições de aço usa 1 corpo de aço. Logo, y
Restrição é qualquer limitação imposta aeromodelos de aço usarão 1.y corpos
pelo tempo, matéria prima, mão-de- de aço. Mas, o número de corpos de aço
obra, dinheiro, espaço físico, demanda., está limitado em 6. Assim:
etc. Temos, inicialmente que deter- y6
minar quais as naturezas e quantidades
das restrições do problema.
As restrições neste problema são de  Passo 3 – Montagem do Problema
matéria prima, pois existe uma Agora, basta compor as conclusões
quantidade limitada de componentes por
feitas anteriormente:
hora de trabalho na fábrica. Temos, por
hora: max L = 2x + 5y
30 hélices sujeito a x + 2y  30
20 conjuntos de rodas x + 2y  20
10 corpos de madeira x  10
8 corpos de aço y6

Em seguida, devemos estabele-


cer uma conexão destes dados com as
variáveis da função objetivo (em geral Exercícios
etapa mais delicada).
23) Modele o problema exemplo do
No problema como cada capítulo anterior, seguindo os passos
aeromodelo de madeira usa 1 hélice, x discutidos anteriormente.
usarão 1.x hélices. Como cada
aeromodelo de aço usa 2 hélices, y 24) Uma empresa da indústria
usarão 2.y hélices. Mas, o número de automobilística produz automóveis e
hélices não poderá ultrapassar a 30. caminhões e está organizada em quatro
Então:
departamentos.
x + 2y  30

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Capítulo 1 17 Introdução à P.O.

 Departamento de Carroceria pode um tipo ou de outro, pois as latas são


estampar chapas para 30.000 idênticas.
automóveis por mês, caso só Modele matematicamente este problema
produza este tipo de chapa ou de P.L. seguindo os três passos
10.000 chapas para caminhões se apresentados.
produzir somente este tipo de chapa.
 Departamento de Motor pode
produzir somente 40.000 motores de Resolvendo um Problema de P.L.
automóveis por mês, caso só
fabrique este tipo de motor e idem Para resolver um problema de
para 20.000 motores de caminhão. P.L., isto é, determinar sua solução
 Departamento de Montagem de ótima, vamos recorrer aos recursos da
Automóveis pode montar 20.000 ferramenta Solver, disponível no Excel
automóveis por mês. da Microsoft. Isso exigirá um pouco de
 Departamento de Montagem de familiaridade com o programa, mas
Caminhões pode montar 8000 acredito que o aluno irá adquiri-la
caminhões por mês. rapidamente, levando em conta o curso
O lucro unitário proporcionado por um de Informática Básica feito no semestre
automóvel é de R$ 6.000,00 e o lucro passado, ainda que não tenhamos vistos
unitário proporcionado por um nada sobre esta planilha eletrônica.
caminhão é de R$ 10.000,00. A empre-
sa pode vender motores separadamente, Para facilitar seu entendimento,
sendo que o de automóvel proporcional desenvolvi uma apresentação no Power
lucro de R$ 2.000,00 e o de caminhão, Point que irá mostrar passo a passo
R$ 3.000,00. como se resolve um problema de P.L..
Deseja-se saber qual o programa de Para tanto, o aluno deverá se dirigir ao
produção que proporciona máximo laboratório de informática, inicializar o
lucro. Monte o problema de P.L., Power Point e abrir o arquivo Progra-
seguindo os três passos apresentados mação Linear.ppt. Em seguida, escolha
anteriormente. o menu Apresentações e depois a opção
Exibir apresentação. Agora, limite-se a
25) Uma fábrica produz sucos de laranja dar cliques sucessivos para exibir os
e de tomate. O processo consiste na slides da apresentação. Se necessitar
fabricação da lata, na extração do suco e retornar um slide, pressione a tecla
no enlatamento. O mercado pode Backspace. A impressão destes slides
fornecer tomate para 20000 latas por está disponível para os interessados, o
semana, e laranjas para 30000 latas por que facilita ainda mais no momento de
semana. O lucro gerado por uma lata de resolver os demais problemas. Após a
suco de tomate é RS 0,20, e por uma de obtenção de todas as páginas desta
laranja, R$ 0,30. As latas são idênticas, apostila, o aluno poderá inclui-lo num
diferindo apenas o rótulo. As sessões de apêndice da mesma.
fabricação de latas têm capacidade para
produzir 40000 latas por semana. A
seção de extração trabalha 40 horas por Exercícios
semana e pode produzir, por hora, 1000
latas de suco de laranja ou 2000 latas de
26) Vá ao laboratório de informática e
suco de tomate, trabalhando exclusiva-
resolva os problemas dos exercícios 23,
mente. A seção de enlatamento pode
24 e 25.
enlatar até 35000 latas por semana, de

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Capítulo 1 18 Introdução à P.O.

O tempo de fabricação de A é o dobro


27) Uma companhia produz do de B. Se fosse suspensa a fabricação
locomotivas, vagões e unidades de de A, poderiam ser feitas 1000 unidades
controle. A fábrica possui três seções por dia de B. O estoque de couro é
principais: A, B e C. Cada vagão suficiente para 800 cintos por dia (A ou
produzido consome, por mês, 3 B). Os contratos de fornecimento
unidades da capacidade da seção A, 1 obrigam a um mínimo de 150 unidades
da seção B e 3 da seção C. Cada de A e 500 de B.
locomotiva produzida consome 2 Deseja-se saber quais quantidades de A
unidades da capacidade da seção A, 4 e B devem ser produzidas diariamente
da seção B e 3 da seção C. Cada para que o lucro seja máximo.
unidade de controle consome 1 unidade
da capacidade da seção C. Sabendo que 30) Uma empresa pode fabricar os
a capacidade mensal das seções A,B e C produtos A, B e C na mesmo máquina.
é, respectivamente, 10, 11 e 13, e que o A máquina trabalha, no máximo, 45
lucro auferido por uma unidade de horas por semana. A produção horária
locomotiva, vagão e unidade de controle de cada produto é 50 peças A, 25 peças
é, respectivamente, 4, 5 e 1 unidades B e 75 peças C. Uma pesquisa
monetárias, determinar o programa mercadológica revelou que, no máximo,
ótimo de produção. serão absorvidas por semana: 1000
peças A, 500 peças B e 1500 peças C.
28) Uma editora imprime livros Sabendo que o lucro unitário é,
técnicos e romances em três tipos de respectivamente, para A, B e C, R$ 4,
encadernação. A capacidade semanal de R$ 12 e R$3, determinar o plano
produção para qualquer livro é: semanal de produção que propicie
 encadernação de luxo = 250 unid. máximo lucro.
 encadernação tipo brochura = 1400
unid. 31) O fabricante de rações garante que a
 encadernação de bolso = 300 unid. fórmula de uma de suas marcas contém
O lucro unitário é de R$ 4 por livro um mínimo de 35% do peso em
técnico e R$ 8 por romance. A demanda proteína, um mínimo de 1,5% de
semanal média que deverá ser atendida gordura e um máximo de 8% de fibras
para cada edição lançada, durante as 15 (celulose). Determinar o custo mínimo
primeiras semanas, é: para fabricar uma tonelada de ração,
sabendo que o fabricante pode comprar
Encadernação quatro alimentos como matéria prima:
Luxo Brochura Bolso (A) Alfafa, de custo R$ 66 / tonelada.
Livro Técnico 200 600 100
(B) Resíduos de destilaria, R$ 92 /
Romance 100 1000 400
tonelada.
(C) Torta de peixe, R$ 156 / tonelada.
Para obter máximo lucro: (D) Torta de soja, R$ 96 / tonelada.
(A) quantos livros deve editar por As porcentagens de proteína,
semana? gordura e celulose de cada um desses
(B) em quais encadernações deve editá- alimentos são dadas no quadro abaixo:
los?
Alfafa Resíduos Torta Torta Soja
29) Uma empresa fabrica dois tipos de Peixe
cintos: A e B. O tipo A, de melhor Celulose 25 3 1 6,5
Proteína 17 25 60 45
qualidade, dá um lucro de R$ 20,00 por
Gordura 2 2 7 0,5
unidade e o B, de R$ 15,00 por unidade.
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Capítulo 1 19 Introdução à P.O.

32) Uma refinaria deseja que sua de vitaminas A, B, C e D especificada


gasolina Premium contenha, no na tabela abaixo. A dieta poderá incluir
mínimo, as seguintes porcentagens dos leite, arroz, feijão e carne, que contêm a
componentes A, B e C, a saber: 10% de quantidade de vitaminas, em miligramas
A, 20% de B e 12% de C. Dispõe de por litro ou quilo mostrada na tabela.
três tipos diferentes de petróleo: Determinar o consumo diário de cada
 O petróleo do Texas tem 15% de A, um dos alimentos, de tal maneira que a
10% de B e 9% de C e custa $ 2 por dieta satisfaça à prescrição médica pelo
barril. menor custo possível.
 O petróleo da Pensilvânia tem 18%
de A, 25% de B e 3% de C e custa $ Vitaminas A B C D Preço
2,50 por barril. leite 10 8 15 20 1,00
 O petróleo da Califórnia tem 10% arroz 5 7 3 2 0,80
de A, 15% de B e 30% de C e custa feijão 9 6 4 3 1,20
$ 1,80 por barril. carne 10 6 7 9 6,00
Quant.Mín 80 70 100 60
Determinar a mistura para a produção
da gasolina que proporcione o mínimo
custo.
35) Um fornecedor deve preparar, a
33) Uma refinaria de petróleo produz partir de cinco tipos de bebida à base de
duas qualidades de gasolina, cujo galão frutas disponíveis em seu estoque, 500
é vendido, respectivamente, por 18 e 21 galões contendo, pelo menos, 20% de
centavos. A refinaria pode comprar suco de laranja, 10% de suco de uva e
quatro tipos diferentes de produtos 5% de suco de tangerina. Quanto de
básicos, com as seguintes composição e cada uma das bebidas deve utilizar para
preço: minimizar os custos? Valores abaixo em
%:
Preço
Produtos básicos Componentes por Sucos Estoque Custo por
galão galões galão
A B C laranja uva tangerina
1 0,80 0,10 0,10 0,14 A 40 40 0 200 1,50
2 0,30 0,30 0,40 0,10 B 5 10 20 400 0,75
3 0,70 0,10 0,20 0,15 C 100 0 0 100 2,00
4 0,40 0,50 0,10 0,12 D 0 100 0 50 1,75
E 0 0 0 80 0,25
A gasolina de 21 centavos deve ter,
pelo menos, 60% de A e não mais que
35% de C. A gasolina de 18 centavos 36) Uma fazenda possui 45 hectares de
não pode ter mais de 30% de C. No terra, 20 tratores e 15 homens, dispondo
processo de misturar a gasolina, 2% de de três processos de produção, por
A, 1% de B e 1% de C se perdem por ordem de mecanização crescente. A
evaporação. Determinar as quantidades tabela mostra, para cada processo, os
relativas de produtos básicos que devem recursos que são necessários, em termos
ser usados a fim de minimizar o custo de terra, trator e homem, para a
por galão. produção de 1000 toneladas por safra de
um determinado produto.
34) Uma pessoa é obrigada pelo seu
médico a fazer uma dieta que forneça, Processo A B C Recursos
disponíveis
diariamente, pelo menos a quantidade terra 50 40 20 45

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Capítulo 1 20 Introdução à P.O.

homens 4 5 25 15 potencial estão no quadro seguinte.


tratores 0 4 20 20 Códigos:
A – rendimento;
Qual deve ser a política de utilização B – trabalho de plantio;
desses recursos para obter a máxima C – trabalho de cultivo;
produção? D – trabalho de colheita;
E – terra;
37) Um fazendeiro dispõe de 100 acres F – renda;
de terra, 100 horas de trabalho em G – preço líquido.
março e 80 horas de trabalho em julho,
e pode aplicá-las no cultivo do milho, Por unid. Por unid. Prod.máx.
aveia, soja ou trigo (as demais horas de de terra de produto por recurso
Código milho trigo milho trigo milho trigo
trabalho já estão comprometidas e os
demais recursos não limitarão a A 40 20
produção). A partir dos dados abaixo, B 0,8 0,8 0,020 0,040 10mil 5mil
determinar a melhor distribuição dos C 1,0 0 0,025 0 3mil infinito
recursos, de forma a maximizar o lucro D 0,8 2,0 0,020 0,010 8mil 1600
E 0,025 0,050 4mil 2mil
do fazendeiro (modelar as variáveis em
F 40 30
quantidades de acres de plantio de cada
G 1,00 1,50
cultura. Códigos:
A – trabalho necessário em março para
cada acre cultivado (em horas).
B – trabalho necessário em julho para
cada acre cultivado (em horas). 39) Uma refinaria tem capacidade para
C – produção obtida para cada acre processar 50000 barris de petróleo por
cultivado (em toneladas). dia e precisa fornecer, para seus postos
D – preço de venda por tonelada (% / de serviço, 27000 barris de gasolina por
ton). dia. Três são as opções para operar a
E – custo do plantio por acre ($ / acre). refinaria:
(A) operar obtendo baixa produção de
Código Milho aveia soja trigo gasolina e baixa produção dos demais
A 0 1 0 0,5 produtos.
B 1 0 2 0
(B) operar obtendo alta produção de
C 40 30 30 12
gasolina e baixa produção dos demais
D 125 60 200 250 produtos.
E 2000 800 2000 1800 (C) complementar a produção de
gasolina da própria refinaria comprando
gasolina no mercado.
38) Um fazendeiro quer determinar o Pelo processo (A), cada barril de
melhor programa para produzir milho e petróleo fornece 0,40 barril de gasolina
trigo. Dispõe de: e mais 0,60 barril de demais produtos.
 100 unidades de terra;
Pelo processo (B) cada barril de
 200 unidades de trabalho de plantio;
petróleo fornece 0,60 barril de gasolina
 75 unidades de trabalho de cultivo;
e 0,30 barril dos demais produtos.
 150 unidades de trabalho de Um barril de gasolina é vendido por R$
colheita. 240 e um barril dos demais produtos,
Os dados sobre o rendimentos, por R$160.
exigências em recursos e produção Um barril de petróleo é comprado por
R$ 120 e um de gasolina por R$ 210.
O custo do processamento de um barril
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Capítulo 1 21 Introdução à P.O.

de petróleo pelo processo (A) é de procedimentos poderão ser designados


R$24,00 e, pelo processo (B), de como o passo quinto do problema de
R$32,00. programação linear. Vamos ilustrar com
Qual deve ser a programação da o antigo exemplo da fábrica de aeromo-
produção desta refinaria para que seu delos que se encontra desenvolvido nas
lucro seja máximo? páginas 18 e 19 desta apostila e também
ilustrado na aula visual do Power Point
cujas listagens de seus slides foram
Análise de Pós-otimização entregues aos alunos em sala de aula.

Seguindo os três passos anterior- O Quinto Passo


mente apresentados, conseguimos partir
de um problema real de programação Uma fábrica de brinquedos
linear e chegarmos em sua modelagem pretende produzir dois tipos de
matemática. Isto representa a tradução aeromodelo. O primeiro tipo tem corpo
do problema real de uma linguagem de madeira, uma hélice e um conjunto
particular do nosso idioma para uma de rodas para pouso. O segundo tipo
linguagem universal, que é a da tem corpo de aço, duas hélices e dois
matemática. Depois disso, fizemos uma conjuntos de rodas. Sabe-se que a
adaptação do problema escrito nesta fábrica pode produzir, por hora 30
linguagem e fomos ao laboratório e hélices, 20 conjuntos de rodas, 10
aprendemos a montar uma planilha no corpos de madeira e 6 corpos de aço.
Microsoft Excel e, utilizando a ferra- Determinar a quantidade de cada um
menta Solver, obtivemos a solução ideal dos tipos de aeromodelo a ser produzido
do problema, que é chamada solução por hora para se obter o máximo lucro,
ótima, pois determina os melhores sabendo que o aeromodelo de madeira
valores para as variáveis x, y, etc... de proporciona lucro unitário de R$2,00 e
modo a atingirmos nosso objetivo o de aço R$5,00.
(maximizar os lucros ou minimizar os
custos). Esta etapa pode ser considerada A modelagem matemática deste
como o quarto passo. problema ficou em (terceiro passo):
max L = 2x + 5y
Uma vez encontrados os valores sujeito a x + 2y  30
ótimos de x, y, etc., faz-se necessária x + 2y  20
uma análise posterior para se verificar a x  10
legitimidade das respostas obtidas, pois y6
não muito raro, o aluno poderá se
equivocar tanto na hora de modelar Através da ferramenta Solver do
matematicamente o problema quanto na MS Excel forneceu:
hora de montar a planilha no Excel. x=8
Assim, procuramos substituir os valores y=6
obtidos para as variáveis x, y, etc. na L = 46
formulação matemática do problema,
afim de checar se houve o segundo tipo A primeira pergunta do quinto
de engano. Assim procedendo, teremos passo é: “Os valores obtidos para as
outras informações valiosas sobre as variáveis x, y, etc. conferem com a
quantidades dos recursos disponíveis função objetivo?” Substituímos direta-
utilizados e não utilizados que com- mente em sua fórmula para esta
põem as restrições do problema. Estes

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Capítulo 1 22 Introdução à P.O.

constatação: ser implantada utilizará todos estes 20.


Assim, não haverá excedentes de rodas.
L = 2x + 5y A terceira restrição refere-se aos corpos
= 2.8 + 5.6 de madeira que podem ser produzidos
= 16 + 30 por hora, isto é, 10. Como serão
= 46 (ok) fabricados apenas 8 aeromodelos de
madeira por hora, haverá um excedente
A segunda pergunta do quinto de 2. As providências a serem tomadas
passo é: “Os valores obtidos com as aqui assemelham-se às da produção de
variáveis x, y, etc. satisfazem às restri- hélices. Finalmente, a quarta restrição
ções do problema?” Igualmente, subs- informa que o número máximo de
tituímos os valores nas restrições: corpos de aço a ser fabricado por hora é
x + 2y  30 de 6, sendo este o exato número de
8 + 2.6  30 aeromodelos de aço a serem construí-
8 + 12  30 dos. Assim, não haverá excesso de
20  30 (ok) corpos de aço.

x + 2y  20
8 + 2.6  20 Resolução do Problema 36
8 + 12  20
20  20 (ok) O problema de número 36 apre-
senta uma dificuldade bastante própria
x  10 das situações práticas onde a Programa-
8  10 (ok) ção Linear é aplicada: Uma vez estabe-
lecidas as variáveis, nem sempre é
y6 imediato a relação que as mesmas terão
6  6 (ok) com a função objetivo e com as
restrições do problema:
Finalmente, a partir das nature-
zas das restrições anteriores, podemos Uma fazenda possui 45 hectares de
“determinar os recursos excedentes e terra, 20 tratores e 15 homens, dispondo
demais características da solução ótima de três processos de produção, por
obtida”. Por exemplo, a primeira desi- ordem de mecanização crescente. A
gualdade acima refere-se ao número de tabela mostra, para cada processo, os
hélices máximo que a fábrica poderá recursos que são necessários, em termos
produzir por hora, isto é, 30. No de terra, trator e homem, para a
entanto, as características do programa produção de 1000 toneladas por safra de
de produção ótimo a ser implantado um determinado produto.
assegura que somente 20 hélices serão
necessárias, o que determina um recurso Processo A B C Recursos
disponíveis
excedente de 10 hélices por hora. A terra 50 40 20 45
partir disso, a fábrica poderá ou reduzir homens 4 5 25 15
a produção horária de hélices de 30 para tratores 0 4 20 20
20 ou trabalhar duas horas seguidas e
folgar uma, por exemplo. Já a segunda
Qual deve ser a política de utilização
desigualdade indica que o número de
desses recursos para obter a máxima
conjunto de rodas máximo a ser produ-
produção?
zido por hora é 20 e a solução ótima a

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Capítulo 1 23 Introdução à P.O.

 Passo 1 – Determinar o objetivo  Passo 2 – Especificar restrições


O aluno deve se fazer a pergunta: “Quais as naturezas e quantidades das
“Qual é o objetivo do problema?” restrições do problema?”
Maximizar a quantidade produzida.  terras  45 hectares
A segunda pergunta é: “de que?”  mão de obra  15 homens
De um produto agrícola, dividindo as  máquinas  20 tratores
terras em três partes onde em cada uma
delas será adotado um dos três “Faça a conexão entre as restrições
processos de produção. acima e as variáveis do problema.”
A terceira pergunta:  Como x representa o número de
“Quais são as variáveis?” hectares para o cultivo através do
x : hectares reservados p/ processo A; processo A, y são as terras do processo
y : hectares reservados p/ processo B; B e z as terras do processo C, então,
temos que
z : hectares reservados p/ processo C.
x + y + z = 45
“Como fica a função objetivo?”
 Em cada 50 hectares cultivados pelo
 Em cada 50 hectares de terra processo A, teremos a necessidade de 4
cultivados através do processo A, serão homens. Logo, em x hectares, necessita-
produzidas 1.000 toneladas do produto. remos de:
Assim, com uma quantidade x, serão hectares homens
produzidas (regra de três): 50 4
hectares toneladas x Hx
50 1.000
x Tx
Analogamente, teremos:

 Analogamente, em cada 40 hectares


de terra cultivados através do processo Como o número máximo de homens
B, serão produzidas 1.000 toneladas do disponíveis é 15, teremos:
produto. Assim, com uma quantidade y, Hx + Hy + Hz  15
serão produzidas:
hectares toneladas
40 1.000
y Ty  Analogamente para tratores:

 Analogamente, para y hectares de  Passo 3 – Montagem do Problema


terra cultivados pelo processo C: Agora, basta compor as conclusões
Tz = 50z feitas anteriormente:

Logo, a quantidade total de toneladas de Max T = 20x + 25y + 50z


produto, que deverá ser maximizada, sujeito a x + y + z = 45
será:

Max T = 20x + 25y + 50z

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Capítulo 1 24 Introdução à P.O.

 Passo 4 – Resolução no Excel

Resolvendo este problema através da


planilha da Microsoft, chegamos aos
seguintes valores:

x = 0,00 hectare
y = 36,67 hectares
z = 8,33 hectares
P = 1.333,33 toneladas

Isso significa que o processo A não


deverá ser adotado, o processo B deverá
ocupar 36,67 hectares e o processo C
deverá ocupar 8,33 hectares das terras a
serem cultivadas. Através desta divisão
de terras, alcançar-se-á a máxima “Determinar os recursos excedentes”
produtividade, que será de 1.333,33 A partir das substituições anteriores,
toneladas do produto agrícola. podemos notar que o recurso homens
será totalmente aproveitado (15),
enquanto que o recurso tratores não, isto
 Passo 5 – Análise de Pós-Otimização é, necessitaremos de 12 tratores,
enquanto que dispomos de 20. Logo,
“Os valores obtidos para as variáveis x, haverá ociosidade de 8 tratores.
y e z conferem com a função objetivo?”
Substituindo os valores encontrados na
função objetivo, teremos: “Demais características da solução
T = 20x + 25y + 50z ótima obtida”
T = 20.0 + 25.36,67 + 50.8,33 Observe que o número de homens que
T = 0 + 916,75 + 416,15 irá trabalhar no processo B é 4,58,
T = 1.333,25 enquanto que no processo C é 10,41.
Logo, devemos concluir que é melhor
A diferença aqui notada se deve ao fato colocarmos 5 homens trabalhando no
de arredondarmos os valores de x e de y processo B e 10 homens no processo C,
assim obtidos. ainda que isso, na prática, altere um
pouco os resultados obtidos. O mesmo
“Os valores obtidos com as variáveis x, dizer para o número de tratores 3,67
y, etc. satisfazem às restrições do para o processo B e 8,33 para o
problema?” processo C. Como, neste caso, existe
Substituindo os valores encontrados nas ociosidade de tratores, poderemos
restrições: incumbir 4 tratores para o processo B e
9 tratores para o processo C.
x + y + z = 45
0 + 36,67 + 8,33 = 45
Exercício
45 = 45 (ok)

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Capítulo 1 25 Introdução à P.O.

40) Um fabricante de invólucros


plásticos possui em estoque 1.200
caixas em uma de suas fábricas e outras
1.000 caixas em uma segunda fábrica. O
fabricante recebeu pedidos deste
produto provenientes de três diferentes
varejistas nas quantidades de 1.000, 700
e 500 caixas, respectivamente. Os
custos unitários de expedição desde as
fábricas até os varejistas são os
seguintes:

varejista 1 varejista 2 varejista 3


fábrica 1 14 13 11
fábrica 2 13 13 12

Determinar o programa de expedição


que atenda todas as demandas a partir
do estoque disponível a um custo
mínimo.

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Capítulo 1 26 Introdução à P.O.

CAPÍTULO 3 conta toda a infra-estrutura de produção


na qual as duas máquinas acima estejam
inseridas.
TEORIA DAS FILAS
Inicialmente, vamos estudar a
Introdução Distribuição Binomial, que representa a
teoria básica de probabilidades na qual
se apoiam diversos estudos estatísticos.
Em seguida, vamos apresentar a

N o capítulo 1, apresen-

tamos a Teoria das Filas como uma


Distribuição de Poisson, que constitui
um modelo matemático de excelente
aproximação de diversas situações da
realidade objetiva. Vamos, através de
exemplos tirados da experiência do
ferramenta da Pesquisa Operacional
professor, discorrer sobre seus aspectos
que tem por estudo os sistemas em que
principais, procurando mostrar sua
a formação de filas é inevitável.
aplicabilidade direta nos sistemas onde
Poderíamos nos questionar: a formação
há formação de filas. De fato, podemos
de filas não é interessante sob o aspecto
considerar que as pessoas chegam a um
da produti-vidade, já que sempre
terminal de caixa eletrônico conforme
significará que alguém ou alguma coisa
tempos aleatórios e a duração de cada
estará aguardando para ser atendido ou
uma delas no interior do mesmo
processado, o que não deixa de ser
também é aleatória. Apesar de
desperdício de tempo. Imagine que
aleatórios, ambos apresentam média e
peças após serem processadas por uma
desvio padrão, conforme veremos, o
máquina A, mais rápida, tenham que ser
que ajuda a prever o seu comporta-
processadas por outra máquina B, mais
mento.
lenta. Neste caso, se a máquina A não
for desligada por algum tempo, haverá a
O presente capítulo objetiva,
formação de uma fila que tende a
inicialmente, o estudo de sistemas em
crescer indefinidamente:
que se formam filas: filas num caixa
eletrônico de um banco, filas de avião
Máq. A  Máq. B num aeroporto para aterrissagem, filas
peças em fila numa cabine telefônica, etc. A
princípio, vamos estudar sistemas com
Por outro lado, ainda que se a máquina uma única estação de atendimento ou de
A seja mais lenta que B, mas produza processamento e calcular elementos tais
peças em intervalos de tempos como: probabilidades de o sistema estar
aleatórios, haverá também a formação vazio, com um cliente, com dois, etc;
de filas, controlada, com um tamanho número médio de clientes na fila e no
médio específico e com as peças sistema; número médio de clientes
esperando também um tempo médio sendo atendidos; tempo médio de espera
específico na fila. Digamos que ocorra na fila; tempo médio gasto no sistema;
uma fila com tamanho médio de 50 entre outros. Logo, trata-se de um
unidades de peças. Obviamente, poderá estudo descritivo do sistema.
não ser economicamente interessante
substituir ou adquirir mais máquinas Finalmente, estudaremos siste-
para auxiliar no processo, levando em mas com mais de uma estação através

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Capítulo 1 27 Introdução à P.O.

de uma macro do Microsoft Excel, já total 16 = 16/16 = 100,00%


que a matemática envolvida torna-se
bastante complicada. Tal planilha A segunda coluna foi obtida a partir de
eletrônica deverá estar habilitada para contagem na tabela anterior, enquanto
também dimensionar o número exato de que a terceira coluna é a freqüência
estações que atendam a certas res- percentual, que é obtida dividindo a
trições, como o número médio de freqüência pelo número total de casos
clientes na fila ser igual a 10, por (isto é, 16), e, em seguida, multiplican-
exemplo, ou o tempo médio de espera do-se por 100.
na fila ser de 12 minutos.
Podemos dizer que as freqüên-
cias encontram-se distribuídas conforme
A Distribuição Binomial as possibilidades: nenhuma, 1, 2, 3 ou 4
meninas. Isto é considerado uma
distribuição de freqüências binominal,
Considere o nascimento de 4
já que em cada nascimento, podíamos
crianças. As possibilidades quanto ao
ter duas possibilidades (binômio)
sexo da criança serão:
homem (H) ou mulher (M).
1º nasc. 2º nasc. 3º nasc. 4º nasc.
H H H H Como todas as alternativas
H H H M acima apresentam as mesmas chances,
H H M H individualmente, podemos dizer que,
H H M M em cada um dos nascimentos a
H M H H probabilidade de nascer menina é de
H M H M
H M M H 50%, isto é, 1 em 2. Considere agora 10
H M M M nascimentos em vez de 4. Qual seria a
M H H H probabilidade de nascer 4 mulheres?
M H H M Obviamente, o cálculo das diferentes
M H M H possibilidades resultariam em número
M H M M
M M H H muito maior que 16  no caso, 1.024 
M M H M o que torna inviável sob o ponto de
M M M H vista prático. Poderemos, assim, lançar
M M M M mão da fórmula para o cálculo de tal
probabilidade:
No quadro acima, a letra H indica o
nascimento de um homem, enquanto
que a letra M indica o nascimento de
uma mulher. Assim, admitindo todas as
possibilidades acima com iguais
chances de ocorrer, podemos ainda
anotar as freqüências com que ocorrem onde:
o nascimento de nenhuma, 1, 2, 3 ou 4 k é o número de sucessos que se deseja;
mulheres (M): n é o número total de tentativas;
p é a probabilidade individual em cada
freqüência freqüência % tentativa;
nenhuma 1 = 1/16 = 6,25%
1 4 = 4/16 =25,00%
2 6 = 6/16 = 37,50%
3 4 = 4/16 = 25,00%
4 1 = 1/16= 6,25%

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Capítulo 1 28 Introdução à P.O.

o símbolo ! indica fatorial e correspon- a) 10 sejam meninos?


de ao produto do número por todos os b) 14 sejam meninas?
seus antecessores até a unidade7. c) 29 sejam meninos?
d) todos sejam meninas?
Assim, adaptando a fórmula acima às e) pelo menos 2 sejam meninos?
características da questão levantada,
teremos que k é igual a 4, pois 2) Uma máquina produz peças perfeitas
desejamos 4 nascimentos de mulheres e defeituosas, na razão de 1 peça
em n igual a 10 nascimentos (tentativas) defeituosa para 49 perfeitas. Qual a
totais. A probabilidade p de nascer probabilidade:
mulher em cada nascimento pode ser a) individual de que uma peça saia
considerada 50% ou 0,50, já que defeituosa?
estamos supondo que nasçam mulheres b) de que numa caixa com 40 peças
e homens com a mesma freqüência. tenhamos 5 com defeito?
Assim:

3) Um fabricante de radiadores sabe que


0,3% do que fabrica apresenta incorre-
ções no encaixe dentro do comparti-
mento específico do carro. Uma
Na maioria dos problemas práticos, a montadora de veículos passará a utilizar
probabilidade individual (p) será menor tais radiadores se os mesmos passarem
do que 50%, pois quando existem duas no seguinte teste: Utilizar uma amostra
possibilidades para algo, quase sempre com 50 e nenhum apresentar defeito.
uma delas tem mais chances de ocorrer. Quais as chances de o negócios ser
Por exemplo, uma máquina pode fechado?
produzir peças perfeitas ou defeituosas,
sendo que a freqüência com que isso 4) Um medicamento novo foi testado
ocorra seja de 3% de peças com defeito em 46 pacientes, apresentando reação
(e obviamente, 97% de peças perfeitas). adversa grave num deles. Reformulou-
se a sua composição, mas infelizmente,
A matéria em questão já foi o componente que provocou tal reação
apresentada no curso de Estatística, não foi modificado. Para que tal
embora tenhamos evitado a operaciona- remédio seja aprovado pelo Ministério
lidade de seus cálculos através de da Saúde, far-se-á um novo teste, agora
tabelas de distribuição, que serão com 60 pacientes. Quais as chances
geradas agora como exercício prático no deste medicamento ser aprovado,
laboratório de informática. Tente sabendo que para tanto não deverá
resolver os seguintes exercícios a apresentar o efeito colateral indesejado
seguir, utilizando a fórmula acima. em nenhum dos pacientes?

5) Um vendedor observou que 60% dos


clientes que entram em sua loja apenas
Exercícios
especulam preços. Qual a chance de
entrarem 10 pessoas e todas adquirirem
1) Num berçário, existem 30 crianças. algum produto?
Qual a probabilidade de que:

7
por exemplo, 5!=5.4.3.2.1=120. Por definições
especiais, 0! = 1! = 1.

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Capítulo 1 29 Introdução à P.O.

A Distribuição de Poisson e é o número de Euler9.

Ilustrando a fórmula apresenta-


Muitos fenômenos práticos
da, podemos calcular a probabilidade de
apresentam probabilidades individuais
passar 1 veículo (k = 1) no tempo em
muito pequenas, isto é, próximas de
zero porque ocorrem pouco numa que se baseia a média ( = 0,0178
sucessão de muitas provas. Por veículo por segundo), isto é, num
exemplo, a verificação dos veículos que segundo que será:
passam num ponto de uma rua durante 2
horas, que podem ser consideradas
7.200 segundos. Assim, cada segundo é
considerado uma prova e a probabili-
dade de passar veículo num segundo o que resultou bem próximo da média
específico será: (0,0175  0,0178), já que a pequena
diferença é explicada a partir das
probabilidades de passar mais de um
veículo no ponto (k = 2, 3, etc).
Recomenda-se utilizar todas as casas
isto é, a cada 7.200 segundos observa- decimais oferecidas pela calculadora, a
dos (provas), ocorreram 128 deles em fim de obter melhor precisão. Na HP-
que houve a passagem de veículos, de 12C isso pode ser obtido usando o
modo a considerarmos a passagem de recurso de memória para o valor de .
veículo como uma ocorrência probabi-
lística com menos de 2% em cada Se quiséssemos encontrar a
segundo na rua em questão. Tal probabilidade de 2 veículos (k = 2) em
probabilidade poderia expressar a média 1 segundo específico, teríamos:
com que os veículos passam por
segundo em tal rua:

que corresponderia ao fato de dois


onde a letra grega lambda () indica a veículos se encontrarem exatamente no
média. O matemático francês Poisson ponto da rua em observação.
demonstrou que a fórmula apresentada
para a distribuição binomial na seção Obviamente, poderemos alterar
anterior poderá ser simplificada para a o valor de  conforme o tempo
seguinte8: considerado na observação. Por
exemplo, em 30 segundos, a nova média
’ seria:

’ = 30. = 0,5333333 veículo / 30 seg.


onde
k é o número de sucessos desejados; É bastante significativo para a
 é a média no tempo com que ocorre o veracidade do estudo de Poisson
sucesso; comparar a probabilidade teórica com
os resultados práticos obtidos. Isso quer
8
Esta demonstração belíssima encontra-se em dizer que, ao utilizarmos a fórmula da
MORETTIN, L.G. Estatística Básica, LCTE,
9
São Paulo, 1980. vale, aproximadamente, 2,718281828.

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Capítulo 1 30 Introdução à P.O.

distribuição de Poisson estaremos


medindo a probabilidade de k veículos
estarem passando pelo ponto no Exercícios
intervalo de tempo considerado:
6) A média de chamadas por minuto
numa central telefônica é de 3. Qual a
probabilidade de que num minuto
específico ocorra:
De fato, em 240 intervalos de 30 a) nenhuma chamada?
segundos observados, tivemos 134 b) uma única chamada?
intervalos sem veículos transitando, o c) duas chamadas?
que representa: d) três chamadas?
e) quatro chamadas?
f) cinco chamadas?
g) seis chamadas?

cuja diferença para o valor teórico 7) Os clientes de uma lanchonete


esperado é menor do que 3 pontos chegam em média de 1 a cada 2
percentuais. Analogamente, aplicamos a minutos. Calcule:
fórmula de Poisson para 1, 2, 3 veículos a) a média de chegada por hora.
transitando num intervalo de 30 b) a probabilidade de que cheguem 40
segundos e comparamos com a clientes em 1 hora.
freqüência observada na prática da c) a probabilidade de que cheguem 35
experiência: clientes em 1 hora.
d) a probabilidade de que cheguem 20
veículos freqüência freq. % clientes em 1 hora.
observada observada Poisson
0 134 55,83% 58,66%
1 86 31,29% 35,83%
2 18 7,50% 8,34% Fila com 1 Estação de Serviços
3 2 0,83% 1,48%
Conforme afirmamos na intro-
Existem fortes razões para se acreditar dução deste capítulo, vamos apresentar
que a freqüência percentual observada a teoria envolvida em sistemas com 1
fique ainda mais próxima da prevista fila e 1 estação de serviço. Para tanto,
por Poisson caso aumentássemos o utilizaremos um exemplo a fim de
número de observações feitas. No tornar as coisas mais assimiláveis.
entanto, apenas pelos resultados acima,
já notamos espantosa correlação entre Imagine um caixa eletrônico de
os percentuais. um banco instalado dentro de uma
empresa. No mesmo, chega uma média
O que foi apresentado é extre- de 1 pessoa a cada 1 minuto. Assim,
mamente significativo, já que podería- vamos representar a média de chegadas
mos estender os resultados para na fila por :
experiências tais como: pessoas
chegando em uma fila de um caixa
 = 1 pessoa / min = 60 pessoas / hora
eletrônico, clientes chegando em uma
padaria, máquinas quebrando exigindo
Suponha agora que cada pessoa gaste
reparo mecânico, etc.
em média 45 segundos neste terminal, o

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Capítulo 1 31 Introdução à P.O.

que será representado por , média de No exemplo, as probabilidades de haver


atendimento: n clientes no sistema seriam:

 = 1 pessoa / 45 seg = 80 pessoas /hora n Pn


0 0,750.(1-0,75) = 0,2500
1 0,751.(1-0,75) = 0,1875
Um importante conceito na Teoria de 2 0,752.(1-0,75) = 0,1406
Filas é o fator de utilização (também 3 0,753.(1-0,75) = 0,1055
chamado de intensidade de tráfego  ou 4 0,754.(1-0,75) = 0,0791
índice de congestionamento) que nada 5 0,755.(1-0,75) = 0,0593
6 0,756.(1-0,75) = 0,0445
mais é do que a razão (divisão) entre as
7 0,757.(1-0,75) = 0,0334
médias de chegada e de atendimento: 8 0,758.(1-0,75) = 0,0250
9 0,759.(1-0,75) = 0,0188
10 0,7510.(1-0,75) = 0,0141

No exemplo, teremos que:  Probabilidade de haver n ou mais


clientes no sistema

Pn ou mais = n
No exemplo:
Podemos interpretar este fator de
utilização como a probabilidade de o n ou mais Pn ou mais
sistema estar ocupado (75%), ou o 5 0,755 = 0,2373
9 0,759 = 0,0751
número médio de clientes sendo 12 0,7512 = 0,0317
atendidos (0,75 cliente). Além disso, tal 15 0,7515 = 0,0134
fator simplifica muito as fórmulas a 30 0,7530 = 0,0002
seguir.

 Probabilidade de o sistema não estar  Número médio de clientes no sistema


ocupado Também entendido como com-
Tal probabilidade será designada por P0 primento (length) médio da fila.
que indica que não há clientes no
sistema. Como a probabilidade
complementar, isto é, de haver clientes
no sistema é de , temos que:
No exemplo, o número médio de
P0 = 1 -  clientes será de:

No exemplo,  = 0,75, o que implica


que P0 = 0,25.
 Número médio de clientes sendo
 Probabilidade de haver n clientes no atendidos
sistema Vimos que tal número é igual ao
fator de utilização :
Pn = n.(1 - )
La = 

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Capítulo 1 32 Introdução à P.O.

o que dá um tempo de 1/80 hora por


No problema, La = 0,75 cliente cliente, isto é, 45 minutos.

 Número médio de clientes na fila  Tempo médio no sistema


Logicamente, será igual ao
número médio de clientes no sistema
(fila + atendimento) menos o número
médio de clientes no atendimento: Esta fórmula também é trivial, já que o
sistema é igual à fila mais atendimento.
Lq = Ls – La No exemplo, temos que Ws = 2,25 +
0,75 = 3 minutos.
No exemplo, temos que Lq = 3 – 0,75 =
2,25 clientes. Observação: fila em Exercícios
inglês é queue.
8) O balcão de uma sorveteria é
atendido por uma pessoa. Os clientes
 Probabilidade de o tempo de espera
chegam de acordo com um processo de
na fila ser superior a W
Poisson, a uma taxa média de 30 por
PW ou mais = .e- ( - ).W hora. Devido à qualidade do sorvete, os
No exemplo, se quiséssemos saber quais clientes chegam e estão dispostos a
as chances de uma pessoa esperar mais esperar. O tempo de atendimento de
de 10 minutos (10/60 hora), teríamos: cada cliente é distribuído exponencial-
mente com média de 1,5 minuto.
Determine:
a) o fator de utilização;
b) a probabilidade de o atendente estar
desocupado;
c) a probabilidade de existir 5 clientes
 Tempo médio de espera na fila na sorveteria;
d) a probabilidade de a fila estar com 7
clientes;
e) o número médio de clientes no
sistema;
No problema, teremos: f) o número médio de clientes sendo
atendidos;
g) o número médio de pessoas na fila;
h) probabilidade de um cliente esperar
mais de 5 minutos para ser atendido;
i) o tempo médio de espera na fila;
 Tempo médio de atendimento j) o tempo médio gasto no sistema;

9) As chegadas a uma cabine telefônica


seguem uma distribuição de Poisson,
com intervalo médio de 8 minutos entre
Esta fórmula é óbvia, já que 
duas chegadas consecutivas. A duração
representa a média horária de clientes
das chamadas apresenta uma
atendidos pela estação de serviços. No
distribuição exponencial, com média de
exemplo, tínhamos 80 clientes por hora,
4 minutos. Perguntam-se:

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Capítulo 1 33 Introdução à P.O.

a) Qual o fator de utilização do


sistema? As características do sistema de
b) Qual a probabilidade de uma pessoa, filas foram estudadas com o objetivo de
chegando à cabine, esperar? escolher o modelo de filas adequado.
c) Qual o número médio de pessoas no Inicialmente, determinou-se que não
sistema? havia necessidade de estudar individual-
d) Qual o número médio de pessoas ao mente o desempenho de cada elemento
telefone? da equipe, face a cada tipo de
e) Qual o número médio de pessoas na formulário, já que qualquer funcionário
fila? tinha condições de preencher todos os
f) Qual o tempo médio de espera? tipos existentes, indistintamente. Anali-
g) Qual a probabilidade de uma pessoa sando cuidadosamente a operação do
esperar 12 minutos ou mais até sistema, concluiu-se que os “clientes”
iniciar o telefonema? da seção eram os formulários e
h) Qual a probabilidade de uma pessoa requisições, uma vez que eram esses
gastar 12 minutos ou mais com elementos que exigiam tempo da
espera e telefonema? equipe, ou seja, requeriam serviços.
Como não havia restrições a seu
número, a população de clientes foi
Um Estudo de Caso10 considerada infinita. Assim, verificou-
se que o sistema podia ser analisado
pelo modelo de 1 fila e 1 estação de
 Proposição do Problema
serviços, com população infinita. Para o
levantamento das características das
Uma seção de apoio administra-
chegadas e dos atendimentos, foi feito
tivo, ligado à linha de produção de uma
um levantamento estatístico do número
grande indústria, é encarregada de
de pedidos de formulários por dia de
preencher diversos tipos de formulários
serviço e dos tempos gastos no
referentes à requisição de peças,
preenchimento dos mesmos. Os
materiais e manutenção de equipamen-
experimentos foram realizados em 120
tos. Para o bom desempenho da linha de
dias úteis e os trabalhos estão mostrados
produção, essa seção deve processar os
nas tabelas 1 e 2:
formulários rapidamente, de forma a
não causar atrasos nos processos nº pedidos por dia freqüência em dias
produtivos que dependem das 8 2
requisições e formulários processados. 9 4
Por outro lado, o sistema tem 10 6
características aleatórias, já que os 11 8
12 10
encarregados da produção não podem
13 12
prever com muita antecipação os 14 13
pedidos que devem ser feitos. Deseja-se 15 14
estudar o funcionamento da equipe, de 16 12
forma a determinar os elementos de 17 10
18 9
decisão com relação a uma possível
19 7
ampliação. 20 5
21 3
 Levantamento de Dados 22 2
23 2
10
conforme descrito em ANDRADE, E.L. 24 1
Introdução à Pesquisa Operacional, editora tabela 1.
LTC, São Paulo, 1998.

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Capítulo 1 34 Introdução à P.O.

13 12 0,1000 0,0956
14 13 0,1083 0,1024
nº formulários freqüência em dias 15 14 0,1167 0,1024
atendidos por dia 16 12 0,1000 0,0960
12 2 17 10 0,0833 0,0847
13 2 18 9 0,0750 0,0706
14 3 19 7 0,0583 0,0557
15 5 20 5 0,0417 0,0418
16 6 21 3 0,0250 0,0299
17 8 22 2 0,0167 0,0204
18 9 23 2 0,0167 0,0133
19 11 24 1 0,0083 0,0083
20 12 total 120 1,0000 0,9708
21 13
22 10 Média de pedidos por dia:
23 9 Vamos utilizar a calculadora HP-12C
24 8
25 6
para fazer tal cálculo. Inicialmente,
26 5 devemos digitar os pares de valores (xi,
27 5 fi). Depois disso, a média ponderada do
28 2 número de pedidos por dia, cujos pesos
29 2 serão as freqüências, estará em :
30 1
tabela 2.
 Tratamento dos Dados
Pressione Visor
f CLEAR  0,00
Com esses dados levantados, é
8 ENTER 2 + 1,00
possível determinar as características
9 ENTER 4 + 2,00
das chegadas de pedidos e dos
10 ENTER 6 + 3,00
atendimentos. O processo de determina-
... ...
ção dessas características é feito da
24 ENTER 1 + 17,00
seguinte forma:
g 15,02
* Calcula-se a freqüência relativa do
número de pedidos por dia. Logo, .
* Escolhe-se a distribuição teórica de
probabilidades que mais se aproxima da Cálculos de algumas freqüências:
freqüência relativa real, por algum
método de ajuste de curvas. 8 pedidos por dia:
* Toma-se a média da distribuição
ajustada como o elemento que descreve
o processo real.

A tabela 3 mostra o processo


acima aplicado aos dados das chegadas.

nº pedidos freqüência freqüência freqüência 15 pedidos por dia:


por dia em dias relativa relativa
real Poisson
8 2 0,0167 0,0194
9 4 0,0333 0,0324
10 6 0,0500 0,0486
11 8 0,0667 0,0663
12 10 0,0833 0,0829
20 pedidos por dia:
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Capítulo 1 35 Introdução à P.O.

nº médio de documentos no sistema:

O gráfico abaixo mostra a nº médio de pedidos aguardando:


paridade entre as freqüências reais
observadas e as previstas pelo modelo
de Poisson: tempo médio de espera na fila:

considerando o dia com 8 horas úteis (8


x 60min = 480 minutos).

tempo médio gasto no sistema:

O mesmo processo pode ser Analisando os resultados acima,


usado para a determinação das podemos concluir que a seção não se
características dos atendimentos por encontra sobrecarregada, pois o
parte da equipe. Com uma análise preenchimento dos documentos ocupa
análoga à anterior, podemos concluir apenas 71,43% () do seu tempo útil.
que a curva de Poisson se ajusta bem Além disso, um documento demora
aos dados reais, com média  = 21 pouco mais de 1h20min (80,14 min)
formulários preenchidos por dia, dando para ser despachado e o número de
um tempo médio de preenchimento de documentos aguardando despacho não é
22,8 minutos (dia de 8 horas), segundo elevado (Lq = 1,79 documentos).
a distribuição exponencial negativa11.
Verifique em sua HP-12C o valor da
média  (= 20,68  21). Exercícios

 Medidas de Desempenho do Sistema


10) Considerando a tabela 2 da seção
Um Estudo de Caso, calcule:
Com as fórmulas apresentadas
a) a média ;
na seção anterior, teremos:
b) as freqüências relativas para o
número de formulários atendidos
 = 15 pedidos / dia
por dia para 12, 19 e 25 formulários.
c) as freqüências previstas por Poisson
 = 21 atendimentos / dia para o número de formulários
atendidos por dia para 12, 19 e 25
taxa de utilização : formulários.

11
enquanto que o número de formulários 11) Um levantamento estatístico em um
despachados por dia segue uma distribuição de sistema de 1 fila e 1 estação de serviços
Poisson, os tempos de despacho de tais forneceu os seguintes resultados:
formulários segue uma distribuição exponencial
negativa.

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Capítulo 1 36 Introdução à P.O.

nº pedidos freqüência freqüência freqüência b) Quanto tempo um cliente espera


por hora em horas relativa Poisson gastar na sala do alfaiate?
0 29
c) Qual a probabilidade de um cliente
1 55
2 53 esperar mais que 10 minutos na fila
3 34 para ser atendido?
4 17 d) Qual o tempo médio de espera na
5 10 fila experimentado por todos os
6 4
clientes?

nº atend. freqüência freqüência freqüência 14) A seção de doces finos de uma


por hora em horas relativa Poisson confeitaria é atendida exclusivamente
0 6 pelo proprietário, como parte de sua
1 21 estratégia comercial. O modelo de
2 47
3 63
chegada de clientes, aos sábados, segue
4 68 aproximadamente uma distribuição de
5 53 Poisson, com uma taxa média de
6 37 chegada de 10 pessoas por hora. O
7 23 tempo gasto para atender um cliente é
8 7
9 4
estimado como sendo distribuído expo-
nencialmente com média de 4 minutos.
a) Calcule as médias  e , usando Determine:
duas casas decimais. a) a probabilidade de formar fila;
b) Complete as colunas acima, usando b) o tamanho médio da fila;
quatro casas decimais. c) o tempo médio que um cliente
espera na fila;
12) Considerando o exercício anterior, d) a probabilidade de um cliente gastar
calcule: mais de 12 minutos na loja;12
a) o fator de utilização do sistema; e) a probabilidade de um cliente gastar
b) o número médio de clientes na fila; menos de 12 minutos na loja.
c) a probabilidade de 3 ou mais
clientes estarem na fila; 15) Um barbeiro trabalha sozinho e não
d) o tempo médio de espera na fila em marca hora para clientes, atendendo na
minutos; ordem de chegada. As chegadas seguem
e) a probabilidade de um cliente o modelo de Poisson, com média de
esperar mais de 10 minutos. duas pessoas por hora. O tempo de
atendimento é distribuído segundo uma
13) O departamento masculino de uma exponencial com média de 20 minutos.
grande loja emprega um alfaiate para Pedem-se:
ajustar roupas de clientes. O número de a) o número médio de clientes na
clientes que requer ajustes segue uma barbearia;
distribuição de Poisson com uma taxa b) o número médio de clientes
média de chegada de 2 clientes por esperando para ser atendido;
hora. O tempo gasto para ajustar uma c) o tempo médio gasto por um cliente
roupa segue aproximadamente uma na barbearia;
distribuição exponencial com média de d) a probabilidade de um cliente gastar
24 minutos. mais que a média de tempo na
a) Qual o número médio de clientes na barbearia.
sala do alfaiate? 12
Tal probabilidade é calculada por
Ps/W ou mais = PW ou mais / .

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Capítulo 1 37 Introdução à P.O.

acordo com uma distribuição de Poisson


16) Uma datilógrafa recebe trabalho de de média 300 por hora. Determinar:
acordo com um processo de Poisson à a) o número médio de automóveis na
taxa média de 4 trabalhos por hora. Os fila;
trabalhos são datilografados com média b) o tempo médio de espera na fila;
de 12 minutos por trabalho, exponen- c) a probabilidade de a espera ser
cialmente distribuídos. Determine: superior a 5 minutos.
a) a probabilidade de um trabalho estar
concluído em até 45 minutos; Solução :
b) a probabilidade de todos os A partir do enunciado acima, teremos:
trabalhos estarem concluídos até o  = 300 automóveis por hora
final do expediente;  = 32 automóveis por hora
k = 10 bombas de combustível

Fila com K Estações de Serviço Utilizando o arquivo Teoria de Filas.xls,


obtemos, automaticamente, os seguintes
Obviamente, sistemas com resultados:
apenas um atendente ou uma estação de a) Lq = 11,77 automóveis
serviços constituem casos isolados na b) Wq = 2,35 min
prática e, geralmente, quando se deseja c) P1min ou + = 14,82%
aplicar a teoria de filas em situações
concretas, dificilmente será nesta
condição. Felizmente, é possível Exercícios
ampliar os conceitos aqui discutidos
para sistemas com mais de uma estação 17) Oito vendedores cuidam do
de serviços, que, a partir de agora, atendimento aos clientes em uma
designaremos por k estações de serviço. finíssima joalheria. O tempo médio de
Em contrapartida, devido à complexida- atendimento é meia hora por cliente,
de de suas operações, foi desenvolvida tempo este exponencialmente
uma planilha eletrônica no MS Excel distribuído. Os clientes chegam a uma
com o intuito de poupar o aluno de sua taxa média de doze por hora.
matemática. Tal planilha foi intitulada Determinar:
Teoria de Filas.xls, e encontra-se no a) o número médio de clientes na loja;
servidor do laboratório desta faculdade. b) o número médio de clientes
Assim, para resolver os exercícios a esperando;
seguir, utilizaremos apenas tal planilha, c) a probabilidade de um cliente
que é bastante simples de ser utilizada chegar e esperar;
(veja suas instruções na própria d) a probabilidade de um cliente
planilha). A planilha poderá servir esperar mais de 7 minutos para ser
também de prova real para os atendido;
exercícios anteriores, quando e) o tempo médio gasto no sistema;
consideraremos o parâmetro k (número f) o número médio de vendedores
de estações) igual a 1. desocupados.
g) a variação percentual do tempo em
Um posto automotivo possui 10 espera na fila se for contratado mais
bombas de combustível, cada uma com um vendedor.
capacidade para atender 32 clientes por h) o que ocorreria se a joalheria
hora segundo uma distribuição de demitisse um vendedor e ficasse
Poisson. Os automóveis chegam de com apenas 7?
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Capítulo 1 38 Introdução à P.O.

Dimensionando o nº de Estações Utilizando a planilha de forma conveni-


ente, encontramos os seguintes
O arquivo Teoria de Filas.xls, resultados:
além da planilha 1, que trata de cálculos
quando são conhecidos os parâmetros , 1 = 70 clientes/hora:
 e k, possui ainda a planilha 2, que k = 13 caixas em operação
objetiva o dimensionamento do sistema Wq = 4,64 minutos
em termos do número de estações,
conforme o tempo médio de espera em 2 = 100 clientes/hora
fila desejado. A partir dela, muitos k = 19 caixas em operação
cálculos de interesses podem ser Wq = 3,45 minutos
implementados e a mesma constitui
uma importante ferramenta para Assim, é recomendável colocar 13 caixas
gerenciamento de filas dinâmicas, isto em operação no horário de abertura e
é, aquelas que mudam suas mais 4 caixas, totalizando 19, em horário
características ao longo do tempo. Por de almoço, para que o cliente não espere
exemplo, o movimento num supermer- em média mais do que 5 minutos.
cado em horário de almoço é maior do
que no início de seu expediente, por
exemplo. Assim, exige de seu gerente Exercícios
uma administração diferenciada.
Através desta planilha, pode-se alterar
18) Num posto pedágio, chegam 30
convenientemente o número de caixas
automóveis por minuto, conforme
de modo a não obrigar os clientes a um
Poisson, e a duração do atendimento é
tempo de espera muito longo. Vamos
distribuído exponencialmente em torno
ilustrar com o exemplo seguinte.
da média de 20 segundos.
a) Qual o número de cabines que
Num supermercado, existe a
deverão estar em operação de modo
possibilidade de operação com 20
a fazer com que o tempo de espera
caixas. A média com que os clientes
em fila não exceda a 2 minutos?
chegam em fila única é de 70 por hora
b) Qual o tempo de espera médio na
no horário de abertura e de 100 por hora
fila em segundos?
em horário de almoço, segundo a
c) Qual o número médio de
distribuição de Poisson e o tempo mé-
automóveis na fila única?
dio de atendimento está exponencial-
d) Qual a probabilidade de um
mente distribuído com média de 10
automóvel aguardar mais de 1
minutos. Calcular os números de caixa
minuto na fila?
ideais em operação para ambos
horários, de modo a fazer com que o
19) Numa agência bancária, os tempos
tempo médio de espera em fila não
de atendimentos são distribuídos
ultrapasse a 5 minutos.
exponencialmente em torno da média de
2 minutos por cliente, e o gerente conta
Solução:
com até 15 caixas para operar. O
1 = 70 clientes/hora
primeiro gráfico abaixo ilustra como
2 = 100 clientes/hora
varia a média de chegadas por hora
 = 6 clientes/hora (1 a cada 10 minutos)
(conforme Poisson) ao longo de um dia
Wq máx = 5 minutos
comum. Esboce o segundo gráfico que
representa o número ideal de caixas em
operação (menor possível) de modo que
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Capítulo 1 39 Introdução à P.O.

o tempo de espera médio da fila nunca


ultrapasse a 5 minutos. CAPÍTULO 4

REGRESSÃO SIMPLES

Introdução

O objetivo deste capítulo é ini-


ciar o aluno no estudo da relação entre
duas variáveis observadas na prática. É
comum do ser humano procurar enxer-
gar uma dependência entre as coisas que
o cercam, designando uma delas como
causa e a outra como efeito. Por exem-
plo, podemos pensar que o aumento da
criminalidade é devido ao aumento do
desemprego, que as notas tiradas pelos
alunos em uma matéria estão relaciona-
das à presença em sala de aula, que
colocando-se litros de água sobre o
relógio que mede o consumo de energia
elétrica estaremos fazendo economia da
mesma. Isso é só o começo.
20) A maternidade de um hospital tem 5
Nosso estudo pretende colocar
salas de parto. As pacientes da mater-
um ponto de interrogação nestas nossas
nidade chegam ao hospital de acordo
observações ou crendices, através de
com um processo de Poisson, a uma
uma regressão aos dados já ocorridos e
taxa de 3 por dia. São acomodadas
procurando saber se há uma relação
numa sala de parto, se houver
nítida de dependência entre os mesmos
disponível, caso contrário, são enca-
ou o que observamos são valores alea-
minhadas a outro hospital. Uma
toriamente distribuídos. Em outras
paciente ocupa uma sala de parto por 24
palavras, vamos estudar os parâmetros
horas, em média, tempo exponencial-
que indicam se as variáveis observadas,
mente distribuído. Calcular:
de fato, parecem interagir entre si, ou se
a) a probabilidade de uma paciente
o que observamos umas poucas vezes
chegar e ser acomodada numa sala;
são fatos casuais e não deverão se
b) a probabilidade de ser transferida
repetir no futuro. Para tanto, começare-
para outro hospital;
mos com uma pequena revisão sobre a
c) o aumento percentual de pacientes
Geometria Analítica, para um posterior
atendidos se uma nova sala for
desenvolvimento dos conceitos relacio-
destinada para partos.
nados com a Regressão.

Entendemos por Regressão a re-


tomada a valores que aconteceram num
passado próximo com a finalidade de
entender o presente e planejar o futuro.

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Capítulo 1 40 Introdução à P.O.

Assim, se conseguimos relacionar a valores negativos, na reta x horizontal.


baixa produtividade de um setor à O mesmo dizer para a reta y vertical:
temperatura insuportável do mesmo, para cima, valores positivos, para baixo,
certamente seria mais vantajoso para o valores negativos:
administrador gastar com equipamentos
de refrigeração do que continuar do
jeito que está. Se, de fato, a baixa pro-
dutividade de dever exclusivamente ou
principalmente ao calor, teremos um
caso de regressão simples, isto é, esta-
remos relacionando uma variável  pro-
dutividade  a uma única outra  tem-
peratura. Poderia ocorrer, no entanto,
que, além da temperatura, a baixa pro-
dutividade tivesse relacionada a outros
fatores, tais como a motivação de seus
funcionários, a integração entre os mes-
mos, aos baixos salários, etc. Neste Um ponto será localizado no
caso, teríamos uma regressão múltipla, sistema acima pelas suas coordenadas, x
o que foge ao nosso objetivo no e y. Introduzindo linhas de grade no
momento, por representar uma maior sistema acima, teremos um reticulado
complicação operacional. semelhante ao do papel milimetrado, o
que torna mais imediata a localização de
pontos, que representaremos por um x:
Geometria Analítica

Geometria Analítica é a parte da


Matemática que se preocupa em estudar
as características algébricas dos elemen-
tos geométricos. Por exemplo, sabemos
que uma reta é uma linha que não muda
de direção, mas também poderemos
equacionar sua posição num plano ou
no espaço através de coordenadas. Va-
mos começar com pontos. B

Num plano, isto é, em alguma


superfície não-curva, podemos localizar Assim, a localização dos pontos acima
seus pontos através de coordenadas, que será escrita como um par, onde o pri-
são os endereços destes pontos. Para meiro número é a coordenada x e o se-
tanto, precisaremos de duas refe- gundo número é a coordenada y. Com
rências, duas retas perpendiculares. O isso, teremos:
ponto de encontro das duas retas será o
marco zero para ambas. A reta horizon- A = (2,3) B = (1,-3) C = (-2,0)
tal será chamada de x e a vertical de y:
depois disso, para a direita iremos medir Observe agora a reta do próximo
a distância até o encontro das retas com gráfico. Veja que a mesma pode ser
valores positivos; para a esquerda considerada um conjunto de pontos
iremos também medir a distância com
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Capítulo 1 41 Introdução à P.O.

sucessivos uns aos outros e que estes onde m é um número que multiplica x e
pontos têm coordenadas bem definidas: h é um número que vem somando ou
diminuindo. Nos exemplos anteriores:

y=x+1m=1eh=1

y y = 6 – 2x  m = -2 e h = 6

O parâmetro m é responsável
x pela inclinação da reta  quanto maior
for o m, maior será sua inclinação e
vice-versa. Valor negativo indicará
inclinação para baixo. A partir de agora,
m será designado por inclinação.

O parâmetro h pode ser entendi-


A partir dos pontos desta reta, notamos do como a coordenada y do ponto de
que, se o x for um número, o y será encontro da reta com o eixo y. Por
sempre o mesmo número mais 1: x = 0 exemplo, na primeira reta, temos que o
e y = 1; x = 1 e y = 2; x = 2 e y = 3; etc. ponto de encontro era (0, 1) e notamos
que h = 1. Já no segundo exemplo, o
y=x+1
ponto de encontro era (0, 6) e h = 6.
Generalizando, se x = 0, através da
Esta característica é o que mais define a fórmula teremos:
reta acima, sendo por isso denominada
de equação da reta. Cada reta terá sua y = mx + h
própria equação. Por exemplo, a equa- y = m.0 + h
ção da reta abaixo será y=h
A
y = 6 – 2x
Por isso, o parâmetro h será designado
por intercepção.
C
Além de retas, poderemos ter
ainda parábolas, cúbicas, exponenciais,
etc, cada qual com equações específi-
cas. Entretanto, tais estudos fugiriam de
nosso objetivo atual.

Regressão Linear Simples

Considere a tabela de valores


abaixo que representa a frota de veícu-
Em geral, a equação da reta terá los que trafegam em determinados dias
a seguinte forma: acompanhada pelo índice de qualidade
do ar em percentual para uma metrópole
brasileira:
Nº veículos (em mil) Qualidade do ar (em %)
1089 55

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Capítulo 1 42 Introdução à P.O.

1000 70 cia para projeções futuras e ajuda a


700 100
753 98 entender a dependência entre as duas
808 84 variáveis  número de veículos e quali-
894 86 dade do ar. Ficou claro que a qualidade
950 63
1200 50 do ar depende do número de veículos
Se considerarmos que a cada nú- que circula pela cidade. Assim, atribuí-
mero de veículos corresponde uma mos à qualidade do ar o caráter de
qualidade do ar, teremos a formação de variável dependente, enquanto que ao
pares (x, y). Colocando estes pares num número de veículos, atribuímos o
plano, teremos: caráter de variável independente.
Assim, não foi por acaso que colocamos
o número de veículos na variável x, que
será sempre a variável independente e a
qualidade do ar na variável y, que será
sempre a variável dependente.

A Equação da Reta de Regressão

A reta de regressão, como qual-


quer outra reta, apresenta uma equação
da forma y = mx + h. O cálculo da
inclinação e o da intercepção dependerá
Pelo gráfico, notamos uma nítida dos pares de pontos (x, y) presentes em
relação entre a frota e a qualidade do ar nossa regressão e foi deduzido a partir
nesta circunstância. Observe que não há do Cálculo Diferencial, estudo que foge
um alinhamento perfeito entre os ao nosso objetivo atual. Por hora, dire-
pontos, mas o mesmo poderá ser intuído mos apenas que sua fórmula foi deduzi-
sem muito esforço. Podemos passar da usando como base a idéia de melhor
inúmeras retas próximas a estes pontos. reta, isto é, aquela que minimiza a dis-
Uma destas retas será tal que a soma das tância aos pontos considerados. O Cál-
distâncias aos pontos acima será a culo Diferencial nos forneceu:
menor possível. Obviamente, esta será a
melhor reta. Esta reta será chamada de
reta de regressão.

onde
 m é a inclinação;
 N é o número de pontos;

Esta reta de regressão, depois de


calculada, poderá servir como referên-
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Capítulo 1 43 Introdução à P.O.

  xy é a soma dos produtos de x por y;


  x é a soma das coordenadas x;
  y é a soma das coordenadas y;
  x2 é a soma das coordenadas x2;
 ( x)2 é o quadrado de  x.

Como, na prática, utilizaremos a nossa


calculadora HP-12C para tais cálculos,
não nos deteremos em ilustrar a aplica-
ção desta fórmula.

O Cálculo Diferencial também


nos forneceu um dado muito importante
que é o fato de que as médias de cada
variável pertencerem à reta de regressão.
Agora, vemos que uma linha reta já não
Em outras palavras, o ponto
é tão fortemente sugerida pelos pontos
pertence à reta de regressão:
acima. Em síntese, não podemos dizer
que haja uma relação entre as notas e a
presença tão nítida como havia entre o
número de veículos e a qualidade do ar.
Mesmo que ainda possamos calcular a
reta de regressão, a mesma não será tão
significativa como o foi no exemplo
anterior. Então, para saber se há sentido
em fazer uma regressão, podemos utili-
zar o gráfico para ver se há uma tendên-
cia linear sugerida ou não.

Sem lançar mão do gráfico,


existe um parâmetro matemático que nos
informa se há boa ou não correlação
Coeficiente de Correlação
entre os pontos considerados. Este parâ-
metro é chamado de coeficiente de cor-
Considere o quadro abaixo que relação. Sua fórmula, também fornecida
relaciona a nota tirada em Matemática pelo Cálculo Diferencial, será:
com a presença do aluno em sala de aula.

Aluno Presença (em %) Nota


Alessandra 75 8,3
Aurélio 77 6,1
Eduardo 77 9,3
Ivanildo 80 7,3
Como este resultado também estará
Jose 85 6,1 disponível em nossa calculadora HP-
Lucas 85 9,7 12C, também nos pouparemos de uma
Maurício 90 8,0 penosa ilustração.
Núbia 91 5,4
Patrícia 94 8,4
Odir 100 7,0 Após calcularmos o coeficiente
de correlação para os dados do nível de
Colocando estes valores num gráfico, qualidade do ar, chegamos a –0,9576,
teremos: enquanto que para as notas de Matemáti-

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Capítulo 1 44 Introdução à P.O.

ca temos um coeficiente de correlação de qualidade do ar acaso tenhamos circu-


–0,1871. Este coeficiente, conforme lando 1.400 veículos. Para isso, ne-
vimos, mede o quanto o conjunto de cessitaremos da equação da reta de re-
valores nos sugere a existência de uma gressão, que foi calculada como:
reta, isto é, se há uma forte correlação
linear entre os dados. Inicialmente, y = -0,1071x + 174,70
tiramos o sinal negativo deste coefi-
ciente. Podemos usar a seguinte tabela Como o número de veículos corresponde
para concluir tal coisa: à variável x, fazemos x = 1 400 e substi-
tuímos na equação acima:
Coeficiente de Correlação Indicação
de 0 a 0,30 nenhuma correlação
y = -0,1071.1400+174,70
de 0,30 a 0,50 correlação muito fraca
de 0,50 a 0,70 correlação fraca y = 24,76  25%
de 0,70 a 0,90 correlação moderada
de 0,90 a 0,95 correlação forte
de 0,95 a 1,00 correlação muito forte Assim, caso a frota de veículos seja de 1
400, poderemos esperar uma qualidade
Concluímos assim que o primeiro do ar entorno de 25%.
exemplo tem uma correlação muito Alternativamente, caso quisésse-
forte, isto é, faz bastante sentido mos dimensionar o número de veículos
aproximar uma reta para representar a para circular de modo que a qualidade do
dependência entre as variáveis, pois o ar fosse de 90%, teríamos agora que a
coeficiente de correlação (sem o sinal) é variável y é que seria a conhecida.
de 0,9576. A qualidade do ar, realmente, Substituindo na mesma equação da reta
é comprometida com o número de veícu- de regressão:
los que trafega na cidade.
y = -0,1071.1400 + 174,70
Por outro lado, o coeficiente de 90 = -0,1071x + 174,70
correlação para as notas de matemática, 0,1071x = 174,70 – 90
como esperávamos, é baixo e não indica 0,1071x = 84,70
correlação entre as variáveis. Assim,
podemos concluir que não há indícios de
que a presença afete significativamente a x = 790,85  791 mil veículos
nota tirada pelos alunos. Observe que o
coeficiente (sem o sinal) ficou abaixo de
0,30. Usando a calculadora HP-12C

Se você entendeu a importância


Fazendo projeções dos conceitos discutidos nas seções
anteriores, vai apreciar muito a grande
Com base na reta de regressão, facilidade operacional da nossa máquina,
podemos fazer projeções e estimar o que o que dispensa a maioria das fórmulas
vai acontecer no futuro. Assim, a regres- apresentadas.
são passa a ser mais uma ferramenta de
administração e de controle. Vamos Vamos lembrar que, quando pres-
continuar exemplificando com os níveis sionamos a tecla ENTER, estamos trans-
de qualidade do ar em função da frota ferindo o número do visor (registrador
que circula em uma cidade. Digamos que X) para o registrador Y. (Para maiores
pretendemos saber qual será o nível de esclarecimentos, consulte o Capítulo 8)
Assim, para que o valor digitado fique
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Capítulo 1 45 Introdução à P.O.

no registrador Y, devemos digitá-lo pri- Pressione Visor


meiro e, logo após, digitar o valor para
ficar no registrador X, antes de pressio- 1400 g 24,82
nar a tecla de entrada de dados, +.
Exemplificando com a tabela da página
Note que o valor é ligeiramente diferen-
62, temos:
te do projetado anteriormente devido ao
Nº veículos (em mil) Qualidade do ar (em %) arredondamento maior feito naquela
1089 55 ocasião.
1000 70
700 100
753 98
 Para fazer uma projeção em x
808 84 Se quiséssemos saber qual o número de
894 86 veículos implicaria num índice de quali-
950 63
1200 50
dade do ar de 90%, usaríamos as teclas g
e ,r. Esta segunda tecla corresponde
ao valor 1 do teclado.

Pressione Visor
Pressione Visor
90 g ,r 791,15
f CLEAR + 0,00
55 ENTER 1089 + 1,00
70 ENTER 1000 + 2,00 Outro valor mais próximo da exatidão do
100 ENTER 700 + 3,00 que o anteriormente apresentado.
98 ENTER 753 + 4,00
84 ENTER 808 + 5,00  Para calcular o coeficiente de
86 ENTER 894 + 6,00 correlação
63 ENTER 950 + 7,00 Observe que as funções anteriores
50 ENTER 1200 + 8,00 calculam as projeções e também o coefi-
ciente de correlação r. Para tanto, após o
As duas primeiras teclas que pressiona- cálculo de uma projeção, pressione a
mos (primeira linha acima) serve para tecla de alternância dos registradores x e
limpar os registradores estatísticos de y, a tecla .
nossa máquina. O número que aparece
após darmos entrada com o par de valo- Pressione Visor
res refere-se à contagem dos mesmos. -0,96
Uma vez tendo feita a digitação acima, a f4 -0,9576
calculadora estará pronta para fornecer-
nos demais parâmetros. Acompanhe  Para calcular a intercepção
atentamente o que vamos fazer a seguir: Pensando bem, a intercepção pode ser
considerada a projeção de y quando x for
 Para fazer uma projeção em y igual a zero. De fato, pela equação da
Se quiséssemos saber qual seria o índice reta de regressão, quando x = 0, y se
para uma frota de 1 400 veículos, basta torna h:
digitar o valor e pressionar as teclas g e y = mx + h
y = m.0 + h
. Esta última corresponde ao valor 2 y=h
Assim, para obtermos h, basta fazermos
do teclado da máquina: a projeção de y considerando x igual a
zero:

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Capítulo 1 46 Introdução à P.O.

1) Realmente existe uma relação de


Pressione Visor causa e efeito entre elas, como se
havia suposto. Esta é a certeza de
0g 174,7018 um estudo bem sucedido.
2) Não existe relação de causa e efeito
entre as variáveis; o que ocorreu foi
 Para calcular as médias de x e de y apenas uma coincidência. Isto pode
As médias de x e de y poderão ser calcu- ser verificado a partir de outras ob-
ladas a partir da soma e divisão, mas servações para se concluir a vera-
existe um caminho mais direto: teclas g e cidade ou não da dependência entre
. Esta última trata-se do 0 do teclado. as variáveis.
Vamos usar a tecla de inversão 3) Pode existir uma outra variável não
para obtermos a média de y, isto é, : relacionada que esteja afetando as
outras duas. Noutras palavras, x e y
Pressione Visor são dependentes de uma variável z.
g 924,25 4) Em vez de x ser independente e y
75,75 ser dependente de x, pode estar
acontecendo o contrário. Por exem-
Assim, = 924,25 e = 75,75. plo, os gastos mensais de uma pes-
soa (y) dependem de sua renda
líquida (x), mas o contrário pode ser
mais verdadeiro para muitas pes-
 Para calcular a inclinação soas, isto é, a renda líquida (y) é
Vimos anteriormente que o ponto ( , ) quem depende de seus compromis-
pertence à reta de regressão. Assim, eles sos mensais (x). Isto se verifica
verificam a equação da reta de regressão. quando uma pessoa, por ter assumi-
Portanto, do compromissos para os próximos
meses, se empenhe a ganhar mais
y = mx + h dinheiro para dar conta dos mesmos.
= m +h
-h=m
Limitações da Regressão na
Capacidade de Prever
Pressione Visor
f4 0,0000
Uma das finalidades da análise de
75,75 ENTER 75,7500
regressão consiste na capacidade de
174,7018 - -98,9500
prever como uma variável dependente
924,25  -0,1071
(grandeza y) se comportará com uma
mudança da variável independente
(grandeza x). No entanto, além de haver
uma forte relação linear entre elas, isto
Advertências é, módulo (número sem o sinal) do
coeficiente de correlação próximo à
Uma significativa associação entre unidade, e tendo observado as
duas variáveis  grandeza independente advertências que estão no parágrafo
y e grandeza dependente x  que é anterior, para validar as previsões,
traduzida por um coeficiente de temos também que nos certificar de que:
correlação próximo de 1, pode significar 1) A previsão de x é confiável. Vamos
quatro coisas: supor que chegamos à conclusão

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Capítulo 1 47 Introdução à P.O.

que as vendas de sorvete são 2) Nos quadriculados abaixo, represente


fortemente afetadas pela tempera- as seguintes retas, conforme o exemplo
tura média do mês. Se quisermos abaixo:
estimar as vendas para janeiro de 99 reta r : y = 2x – 1
(variável y), temos que prever com Para traçar uma reta, bastam 2 pontos.
segurança também qual será a Assim, atribuímos valores para x e obte-
temperatura média daquele mês, ou mos y:
ao menos um intervalo de tempera- x = 1  y = 2.1 – 1 = 1
turas confiável. x = 2  y = 2.2 – 1 = 3
2) Estamos descartando as mudanças
repentinas. No exemplo acima, po- reta s : y=x+2
derá ser lançado no mercado um
produto que concorra com os sorve-
tes em janeiro de 99 e, ainda que
tenhamos acertado a temperatura
média, as vendas de sorvete não se
comportarão como o previsto.
3) O novo valor de x está próximo aos
antigos. Uma regressão feita com
temperaturas variando de 20 a 30
graus não é expressiva para prever
as vendas de sorvetes se a tempera-
tura for de 40 graus. Em termos
mais técnicos, uma previsão de ex-
trapolação (quando o valor de x que
preverá y estiver fora dos limites reta t : y = 3x
originais) é muito menos confiável
do que uma previsão de interpola-
ção (quando o valor de x que preve-
rá y estiver dentro dos limites origi-
nais).

Exercícios

1) No quadriculado abaixo, represente os


pontos:
A = (3, 4) B = (-2, 5) C = (2, -3)
D = (-1, - 4) E = (0, 2) F = (0, -4)
G = (1, 0) H = (-3, 0) I = (0,0) reta u : y=4–x

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Capítulo 1 48 Introdução à P.O.

reta v : y = 9 – 2x

b)

3) Para as estatísticas abaixo, já calcu-


lamos o coeficiente de correlação. Você
seria capaz de associá-los corretamente?
Coeficiente Correlação Estatística
0,9775 Muito forte
0,9191
-0,8674
-0,6139
-0,3792
0,0755

a)
c)

d)

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Capítulo 1 49 Introdução à P.O.

c) Calcule m, usando

d) Qual o retorno esperado acaso sejam


f) investidos R$ 50 mil?
e) Qual o investimento necessário para
vender 10.000 unidades?
f) Qual o valor do coeficiente de
correlação? Classifique a correlação
das variáveis com base nele.
g) Você concorda que as vendas são
significativamente afetadas pelo
investimento em marketing?

5) A produção de uma hortaliça parece


depender diretamente da concentração
(em g/l) de um certo adubo. Para tanto,
a fim de se verificar tal fato, plantou-se
a hortaliça em cinco canteiros idênticos
com concentrações diferentes do adubo
e calculou-se o peso médio das
4) Um diretor pretende avaliar se os
hortaliças de cada canteiro (em gramas),
recursos investidos num projeto de
conforme tabela abaixo:
marketing implicou ou não no aumento
de vendas de um produto. Para tanto, Canteiro Conc. (g/l) peso (gramas)
baseou-se em estatísticas dos cinco 1 15 240
últimos meses, anotando o capital 2 20 315
investido em marketing e o número de 3 30 267
4 35 528
produtos vendidos, conforme tabela: 5 40 473

a) Calcule as médias de x e de y.
b) Calcule h.
c) Calcule m, usando

d) Qual o peso da hortaliça, se a


concentração de adubo for 25,0 g/l?
e) Qual deverá ser a concentração de
adubo para que o peso da hortaliça
seja de 350 g?
f) Qual o valor do coeficiente de
correlação? Classifique a correlação
das variáveis com base nele.
Invest. (em mil R$) Vendas (em mil unid.)
g) Você concorda que a concentração
31,4 12.854
24,9 7.850 de adubo afeta significativamente o
17,9 5.820 peso das hortaliças?
40,1 13.989
30,0 11.450 6) A tabela abaixo relaciona o número
de homens/horas por mês de esforço
a) Calcule as médias de x e de y. preventivo (educacional) e o número de
b) Calcule h. acidentes por milhão de homens/hora.

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Capítulo 1 50 Introdução à P.O.

Florença 59 67
Homens/hora por mês para acidentes por milhão Maia 64 60
educação de homens/hora Moreira 70 59
200 7,0 Pereira 76 76
500 6,4 Silva 82 90
450 5,2 Souza 94 75
800 4,0
900 3,1 Você concordaria que o peso do pai
150 9,0
300 6,5
determina qual será o peso do filho?
600 4,4 Justifique baseado no coeficiente de
correlação.
a) Qual o coeficiente de correlação?
Classifique a regressão. 9) A tabela abaixo relaciona a duração
b) Você concorda que o investimento do casamento, em anos, e o número de
na educação preventiva afeta signi- separações judiciais após este tempo,
ficativamente o número de aciden- dados fornecidos por um cartório da
tes? região (baseado no trabalho de Silvia
c) A fim de se reduzir a zero o número Regina Pontes).
de acidentes por milhão de ho-
mens/hora, qual o valor de ho- Duração do casamento Número de divórcios
1 354
mens/hora por mês a ser destinado 2 301
para a educação preventiva? 3 265
4 238
5 256
7) Os números abaixo relacionam o 6 245
número de pessoas que visitou uma 7 245
choperia e a temperatura média da 8 205
9 167
noite: 10 157

Temperatura (em graus) Visitantes Você concorda que há uma forte relação
20 132
17 145
entre as variáveis acima? Justifique.
13 106
25 111
30 147
32 140
10) Um economista observou as taxas
34 130 de juros (anuais) e o total de capital
35 147 estrangeiro aplicado no Brasil em 15
39 150
datas.
Juros (% a.a.) Capital (US$ bilhões)
O gerente da choperia quis averiguar se 9,0 2,0
a temperatura exerce alguma influência 11,6 2,4
19,5 3,1
para o consumo daquela choperia. Com 25,0 3,4
base nos dados acima, a que conclusão 29,7 3,2
teria chegado? Justifique baseado no 31,7 3,9
33,0 4,0
coeficiente de correlação. 37,6 4,1
41,8 5,1
8) O quadro abaixo mostra a relação 42,9 5,2
47,5 5,5
entre os pesos em quilogramas, de pais 48,2 5,3
e filhos (baseado no trabalho de Carlos 49,0 5,4
Gustavo M. Antunes). 50,2 5,7
52,7 6,1
família peso do pai peso do filho
Álvares 50 53 a) Calcule as médias de x e de y.
Danti 55 54

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Capítulo 1 51 Introdução à P.O.

b) Calcule h. casas deste número, digite em sua HP-


c) Calcule m, usando 12C:

d) Qual o capital estimado, caso o Pressione Visor


governo fixasse os juros em 45,0%? 1 g ex f 9 2,718282828
e) Qual a confiança que existe na
estimativa do item anterior?
Para encontrar os valores de k e
de m, utilizamos uma propriedade mate-
Regressão Exponencial Simples mática importante, que é a de aplicar o
logaritmo natural nos dois lados da
Considere que a população de equação. Assim:
uma cidade variou ao longo dos anos
conforme a tabela abaixo:

x = Ano y = Habitantes (mil) Mas, o logaritmo de um produto é igual


0 500 à soma dos logaritmos individuais:
1 689
2 924
3 1.247
4 1.609
5 2300
6 3244 Mas, quando o logaritmando tem
7 4444 expoente, este pode ser transformado
8 6449
em fator multiplicativo:
Colocando estes valores num gráfico,

Mas, ln e = 1. Então, nossa equação fica:

Fazendo ln y = Y e ln k = H, temos:

percebemos que um ajuste linear não é que é a equação de uma reta.


o mais indicado, por percebemos uma
nítida curva crescente: Conclusão: Para fazer uma regressão
exponencial, fazemos uma mudança de
A equação desta curva, que irá nos variável e procedemos como se fosse
auxiliar a prever a população desta cida- uma regressão linear. Assim, a
de para os próximos anos, terá a seguin- regressão exponencial herda todos os
te forma: conceitos e atributos vistos, como as
facilidades operacionais de cálculo na
HP-12C.

Vamos exemplificar:
onde e é o número de Euler e vale apro-
x = Ano y = Habitantes Y = ln y
ximadamente 2,71828. Para obter mais (mil)
0 500 6,215

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Capítulo 1 52 Introdução à P.O.

1 689 6,535 STO 7 0,316


2 924 6,829
3 1.247 7,128
4 1.609 7,383 para obtermos o valor de m (0,316).
5 2300 7,741 Alocamos m na memória 7 (STO 7)
6 3244 8,085
7 4444 8,399
8 6449 8,772

A última coluna representa o logaritmo


natural de y, e pode ser calculada na Para calcular H, lançamos mão da
HP-12C com a seqüência de teclas g fórmula:
LN. Podemos, então, entrar com os
valores x e Y na máquina da seguinte
forma:

Pressione Visor no que digitamos:


f3 0,000
f CLEAR  0,000 Pressione Visor
500 g LN ENTER 6,215 RCL 4 ENTER RCL 1  7,454
0 + 1,000 RCL 7 ENTER 0,316
689 g LN ENTER 6,535 RCL 2 X 11,367
1 + 2,000 RCL 1   6,191
... STO 8 6,191
6449 g LN ENTER 8,772
8 + 9,000 para obtermos o valor de H (6,191).
Guardamos este valor na memória 8
Agora, buscamos: (STO 8).
Digite Valor Coment.
Assim, temos a equação da reta:
RCL 1 9,000 n
RCL 2 36,000 x
Y = 0,316x + 6,191
RCL 3 204,000 x2
RCL 4 67,087 Y
Isso quer dizer que a relação entre o ano
RCL 5 506,060 Y2
(x) e o logaritmo natural da população
RCL 6 287,291 Xy
(ln y = Y) é uma reta:
Para calcular m:

no que digitamos:

Pressione Visor
RCL 1 ENTER RCL 6 X 2.585,618
RCL 2 ENTER RCL 4 X – 170,499
RCL 1 ENTER RCL 3 X 1.836,000
No entanto, fazendo as mudanças de
RCL 2 ENTER 2 yx –  0,316
variáveis, voltamos em:

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Capítulo 1 53 Introdução à P.O.

3 1,169
4 1,753
H = ln k  k = e H
5 2,542

Pressione Visor a) Calcule a equação da reta Y, onde Y


RCL 8 g ex 488,390 = lny.
STO 9 488,390 b) Calcule o coeficiente de correlação
desta reta Y.
c) Calcule a equação da exponencial y.
Assim, a equação da curva exponencial d) Estime as receitas da empresa para os
fica: próximos três anos.

y = 488,390.e0,316x 12) A tabela abaixo representa o


Para fazer uma projeção, saber por número de divórcios registrados em um
exemplo qual será a população desta cartório em função da duração do
cidade no ano 10, fazemos: casamento (dados fictícios):

x = 10  y = 488,334.e0,316.10 Duração em anos Número de divórcios


o que na HP-12C significa: 1 150
2 104
Digite Valor 3 85
4 65
RCL 7 ENTER 10 X 3,157 5 50
g ex 23,509 6 34
RCL 9 X 11.481,679 7 22
8 12
9 9
Alternativamente, poderíamos calcular Y
10 6
através da função predefinida na HP-12C:
A princípio, notamos que quanto os
Digite Valor
divórcios tendem a ocorrer nos
10 g 9,3349 primeiros anos de casamento.
Graficando os valores acima, obtemos:
g ex 11.481,679

A última linha trata da operação inversa


na obtenção de y a partir de Y:

Exercícios
Observe que, ainda que possamos
11) As receitas obtidas por um grupo ajustar uma reta aos pontos acima (e
empresarial foram ao longo dos cinco com isso, fazer uma regressão linear), a
anos de existência da empresa: disposição dos mesmos melhor sugere
uma curva exponencial.
Ano Receita (milhões de R$) a) Caso não dispuséssemos do gráfico,
1 0,500 qual seria a medida a ser tomada para
2 0,735

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Capítulo 1 54 Introdução à P.O.

decidir qual das duas regressões (linear


ou exponencial) deveríamos usar? CAPÍTULO 5
b) Calcule a equação da exponencial.
c) Obtenha a projeção do número de TÓPICOS MATEMÁTICOS
divórcios para casamentos que duraram
5 anos e compare com o valor obtido a EM FINANÇAS
partir da tabela. A que se deve a
diferença encontrada?
d) Qual o coeficiente de correlação? Introdução

13) Considere o problema 4:

N
Um diretor pretende avaliar se os
recursos investidos num projeto de
marketing implicou ou não no aumento ão é difícil perceber a
de vendas de um produto. Para tanto,
baseou-se em estatísticas dos cinco lacuna existente entre os cursos comuns
últimos meses, anotando o capital de Matemática Financeira,
investido em marketing e o número de Administração Financeira ou de
produtos vendidos, conforme tabela: Contabilidades acerca das ferramentas
matemáticas que os justificam. Assim,
Invest. (em mil R$) Vendas (em mil unid.) resolvi preparar este capítulo para o
31,4 12.854 curso de Pesquisa Operacional &
24,9 7.850 Métodos Quantitativos II na intenção de
17,9 5.820
40,1 13.989 uma abordagem conceitual e objetiva de
30,0 11.450 assuntos tais como:
 juros simples e compostos;
Faça uma regressão exponencial  financiamentos e investimentos;
simples, calculando:  valor presente líquido;
a) a equação da exponencial;  taxa interna de retorno;
b) o coeficiente de correlação  índice de lucratividade;
exponencial;  valor anual uniforme equivalente;
c) Qual das duas regressões parece ser  payback.
mais significativa (compare os
resultados com os obtidos no Tais temas serão abordados em
exercício 4)? sala de aula com o auxílio da
calculadora HP-12C. Já no laboratório
de informática, utilizaremos a planilha
eletrônica Excel. Assim, estaremos
estudando os assuntos sob dois prismas
diferentes e complementares, como
temos estudado os capítulos anteriores.

Conceitos Básicos

Como em todos os ramos do


conhecimento humano, em Finanças,

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Capítulo 1 55 Introdução à P.O.

existem os conceitos que são prazo fosse de 10 anos, teríamos uma


considerados básicos, por estarem pre- taxa de juros de 40% à década!
sentes na maioria dos contextos onde as
mesmas se aplicam. Vamos considerar Exemplo: Uma camisa é anunciada por
um investimento de R$ 100,00 que R$ 50 com um cheque para 30 dias ou
retornou R$ 140,00 ao seu investidor. com um desconto de 20% à vista. Qual
Assim, temos que: será a taxa de juros mensal cobrada pela
loja?
 O capital principal ou simplesmente a) 20% b) 21% c) 22%
principal é o capital do inicio da tran- d) 24% e) 25%
sação financeira, que é o de R$ 100,00.
Solução: O preço da camisa à vista é de
 O montante é o valor de resgate do 50 – 20% = 40 reais. Logo, se alguém
investimento, que é de R$ 140,00. compra algo no valor de R$ 40, mas só
paga daqui a 30 dias o valor de R$ 50,
 Os juros ou rendimento é a diferença estará pagando R$ 10 de juros. Então,
entre o que a pessoa recebeu (montante)
e o que a mesma aplicou (principal). No
exemplo, é de R$ 40,00.

 A taxa de juros é a divisão entre os Então, a taxa mensal de juros será de


juros recebidos e o capital principal. No 25%.
exemplo, temos que a taxa de juros será:
Juros Simples x
Juros Compostos

. Um investimento de R$ 100,00 é
feito segundo uma taxa de juros de 10%
Em porcentagem, teremos uma taxa de a.m. Conforme os regimes a serem ado-
juros de 40% (basta multiplicar por tados, teremos os seguintes montantes
100). Logo, a taxa de juros é tão ao longo dos meses:
somente a divisão entre os juros e o
capital principal. sistema mês 1 mês 2 mês 3 mês 4
simples 110,00 120,00 130,00 140,00
Na sua opinião, aplicação do comp. 110,00 121,00 133,10 146,41
exercício anterior é um bom investi-
mento ou não? Você terá acertado se Conclusão: No regime dos juros sim-
afirmou que vai depender do tempo de ples, a taxa de juros incidirá sempre so-
espera ou do prazo da aplicação. Por bre o capital inicial, enquanto que no
exemplo, nos dias de hoje (outubro de de juros compostos, a taxa de juros
99), se a espera for de 1 mês, a incidirá sempre sobre o capital
aplicação é excelente, mas se o prazo corrigido anteriormente pela taxa.
for de 10 anos, não se poderá dizer o Sendo assim, os juros simples em todos
mesmo. Logo, a taxa de juros, por si só, os meses serão iguais (R$ 10), enquanto
não informa muita coisa se não vier que os juros compostos serão, mês a
acompanhada da unidade de tempo. mês, diferentes entre si (R$10, R$ 11,
Então, se o prazo fosse de um mês, R$12,10, etc).
teríamos uma taxa de juros de 40% ao
mês (40% a.m.), enquanto que se o

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Capítulo 1 56 Introdução à P.O.

A maior facilidade do uso do re- um mês equivale a 5% em quinze dias,


gime simples, é, sem dúvida, a natureza 6,67% em 20 dias, 13,33% em quarenta
das operações envolvidas (somar e dias. Já o cálculo dos juros compostos
multiplicar). Além disso, uma taxa de não obedece a este tipo de raciocínio, e
120% ao ano (120% a.a.) se torna igual veremos em breve os seus mecanismos.
a 10% ao mês (10% a.m.), bastando
dividir a taxa anual (120%) pelo
número de meses do ano (12), para
obter a taxa mensal. Exercícios

Juros simples são largamente


1) Um investimento de R$ 300,00
usados em países em que a inflação é
rendeu R$ 60 de juros após 6 meses de
muito baixa, ou em contextos em que as
aplicação. Calcule a taxa de juros
taxas de juros anuais são muito peque-
semestral da aplicação.
nas, pois nestes casos, a perda ao longo
dos tempos é relativamente insignifi-
2) Acerca do regime da aplicação do
cante. Por exemplo, considere uma
exercício anterior, baseado apenas no
inflação de 0,5% a.a. e as correções
seu enunciado, o que se pode concluir
anuais de R$ 100:
sobre o mesmo?
Sistema mês 1 mês 2 mês 3 mês 4
Simples 100,50 101,00 101,50 102,00 3) Qual é a taxa anual simples da
comp. 100,50 101,00 101,51 102,02 aplicação do exercício 1?

Juros simples também são 4) Qual é a taxa anual composta da


usados quando a unidade do prazo da aplicação do exercício 1?
aplicação for menor do que a da taxa.
Neste caso, juros simples são mais 5) Uma mercadoria é anunciada no
agressivos do que os compostos. No valor de R$ 100 para se pagar daqui a
Brasil, os bancos calculam os juros de 60 dias, sendo que, à vista, sai com um
excessos em conta corrente (cheque desconto de 30%. Qual é a taxa bimes-
especial) baseando-se neste regime  tral cobrada?
prazo em dias, mas taxa de juros men-
sal. Por exemplo, se uma conta corrente 6) Qual a taxa simples mensal do
ficou negativa de R$ 100 e o banco exercício anterior?
cobra uma taxa de juros de 10% a.m.,
teríamos os seguintes juros: 7) Qual das taxas abaixo melhor se
aproxima da taxa composta mensal do
sistema 15 dias 20 dias 30 dias 40 dias exercício 5?
simples 5,00 6,67 10,00 13,33 a) 15% b) 21,43% c) 19,52%
comp. 4,88 6,56 10,00 13,55
8) Monte um quadro comparativo para
Logo, entende-se o motivo da preferên- os dois regimes de capitalização
cia do regime simples, principalmente (simples e composto) de um
porque em geral as contas ficam negati- investimento de R$ 1.000, ano a ano,
vas num prazo inferior ao de um mês  para uma taxa anual de 5%.
ocasião em que os juros simples supe-
ram os compostos. Os juros simples Juros Simples na HP-12C
foram calculados considerando uma
proporção direta. Por exemplo, 10% em

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Capítulo 1 57 Introdução à P.O.

Sabemos que a HP-12C trabalha tivado). Assim, pressionando simples-


com registradores X (o visor), Y, Z e mente a tecla +, teremos o total a ser
W. Além destes, existem os registrado- restituído:
res financeiros, que são representados
pelas cinco teclas superiores que estão à Digite: Visor
esquerda: + -522,00

n: prazo Já no registrador Z, teremos o valor


i: taxa percentual de juros dos juros com ano de 365 dias.
PV : principal valor Verifique e explique tal diferença.
PMT : pagamento periódico
FV : futuro valor Exercícios

Atenção: Estes dois últimos registrado-


9) Uma duplicata no valor de R$ 500,00
res (PMT e FV) só deverão ser usados
é descontada 40 dias antes de seu
para juros compostos.
vencimento. Se o banco cobra uma taxa
de desconto simples de 12% a.m.,
A HP-12C apresenta uma grande
calcule o valor descontado.
limitação para o cálculo dos juros sim-
ples  automaticamente, ela só calcula 10) Uma conta ficou por 11 dias
os juros. Além disso, a taxa de juros negativa de R$ 340,00. Se o banco
deve estar expressa em anos e o prazo cobra juros simples de 15 % a.m.,
em dias. calcule os juros em reais.
Por exemplo, quais os juros 11) Um empréstimo é feito segundo a
pagos pelo uso de R$ 500 de uma conta taxa de 45% a.a. durante 59 dias.
especial, se a taxa cobrada pelo banco é Calcule o percentual pago de juros.
de 12% a.m. e o dinheiro foi usado por
11 dias?
PV = 500
Juros Compostos na HP-12C
n = 11 dias
i = 12% a.m. = 12 x 12 = 144% a.a.
Assim, digitamos: Os registradores financeiros a
serem usados aqui são as teclas
Digite Visor superiores esquerdas do teclado da
f CLEAR FIN mantido máquina: n , i, PV e FV. Temos que
500 PV 500,00 informar três destes valores e digitar a
11 n 11,00 quarta tecla para obter a resposta. O
144 i 144,00 período de n e da taxa i devem
f INT -22,00 coincidir, ao contrário do que era feito
para juros simples, onde o período era
Assim, os juros pagos serão R$22,00. O necessariamente em dias e a taxa anual.
sinal de negativo aparece para indicar a Para recuperar um valor dos regis-
saída de capital, assim como um valor tradores financeiros, pode-se usar a
positivo sinaliza a entrada de capital tecla RCL (recupera).
(conceito de fluxo de caixa).
Uma curiosidade da HP-12C é
Continuando o exemplo anterior, no que, normalmente, para períodos
registrador Y teremos o principal (nega- fracionários, a mesma calcula os juros

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Capítulo 1 58 Introdução à P.O.

como sendo simples. Assim, um 12) Qual é o montante da aplicação de


investimento de R$ 100 durante 2,5 R$ 450 a juros de 3,5% a.m. durante 8
meses à taxa de 10% a.m. daria um meses?
montante de R$ 127,05. Isso porque
teríamos 2 meses de 10% a.m.
compostos, R$ 121, mais 0,5 mês de 13) Qual é o rendimento da aplicação de
10% simples, considerando o PV como R$ 450 a juros de 3,5% a.m. durante 8
R$ 121, isto é, R$ 6,05, totalizando os meses?
R$ 127,05. No entanto, esta convenção
de cálculo (chamada convenção linear 14) Qual é o montante da aplicação de
para períodos fracionários) não é usada R$ 1 000 a juros de 1,6% a.m. durante 2
no Brasil. Aqui, em períodos anos?
fracionários, também incidem juros
compostos (convenção esta designada 15) Qual é o montante da aplicação de
por exponencial para períodos R$ 1 000 a juros de 3,4% a.t. durante 4
fracionários). Para alterar a anos?
configuração de cálculo da HP-12C,
temos que pressionar sucessivamente as 16) Qual é o montante da aplicação de
teclas STO e EEX, o que colocará R$ 500 a juros de 18% a.a. durante 6
permanentemente o indicador C no meses?
visor. Para retirá-lo, basta digitar
novamente as teclas. Para o curso, é 17) Qual é o rendimento da aplicação de
importante não tirar mais o C (o que não R$ 876 a juros de 8% a.s. durante 7
apaga ao desligarmos a calculadora), já meses?
que estamos no Brasil.
18) Qual é o rendimento de aplicação de
Quando o valor desconhecido R$ 950 a juros de 5% a.q. durante 9
for o principal, usa-se normalmente, meses?
informando a taxa, o período e o valor
futuro e pressionando PV. 19) Qual o principal capaz de gerar um
Quando o valor desconhecido montante de R$ 3 400 em 6 meses sob
for a taxa, digitam-se os três valores taxa de 2,34% a.m.?
conhecidos, entrando o PV e o FV com
sinais opostos. Caso contrário, a 20) Certa quantia foi investida durante 7
máquina acusará o aparecimento do meses sob a taxa de 2,99% a.m. e
ERRO 5. resultou em R$ 6.145,19. Descubra o
valor de tal quantia.
Quando o valor desconhecido
for o período, a calculadora aproxima o 21) Uma loja anuncia que seus produtos
resultado para o valor inteiro seguinte podem ser comprados à vista ou em 30
de prazo. Por isso, deve-se preferir dias sem acréscimo. No entanto, um
utilizar a fórmula seguinte: cliente conseguiu do gerente um
desconto de 10% sobre o valor para
pagamento à vista. Qual é a taxa de
juros a ser paga caso comprasse em 30
dias?

Exercícios

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Capítulo 1 59 Introdução à P.O.

22) Uma pessoa precisa de R$ 1 000 e Financiamentos


estuda qual das três alternativas tem o
menor custo:
Até agora, estamos recordando
(A) Uma única parcela de R$ 1 100
fluxos de caixa com uma entrada e uma
daqui a 1 mês.
saída, fluxos este designados de fluxos
(B) Uma única parcela de R$ 1 600
comuns de capitalização:
daqui a 5 meses.
(C) Uma única parcela de R$ 1 900
daqui a 7 meses.
Quais as taxas de juros de cada alterna-
tiva? Qual é a mais vantajosa para ela?

23) Um investidor comprou um título 100,00 115,00 .


no mercado financeiro cujo prazo era de
0 3
3,5 meses e valor nominal R$ 500. Se o
valor negociado foi de R$ 400, calcule a FLUXO COMUM DE
taxa de seu investimento. CAPITALIZAÇÃO
24) Uma duplicata de valor nominal No entanto, em geral, fluxos possuem
igual a R$ 1 000 é descontada com 1 várias entradas e várias saídas:
mês antes do vencimento sob juros
simples de 7% a.m. Se o banco onde se
fez o desconto cobra R$ 6,00 por título 600,00 500,00 650,00
e R$ 10,00 por borderô como tarifas 400,00
administrativas, calcule a taxa de juros 200,00 .
compostos de investimento do banco.
0 4 7 9 11
25) Uma prestação é paga antecipa-
damente com 20 dias antes de vencer e FLUXO DE CAIXA
se obtém um desconto de 1% sobre o COMPLEXO
valor nominal. Qual a taxa de
investimento do devedor? Um caso particular destes é quando
todos os movimentos intermediários são
26) Qual foi o prazo de investimento de iguais entre si, ocasião em que podemos
um capital de R$ 4 000 que resultou em utilizar a tecla PMT de nossa
montante de R$ 4 773,43 sob taxa calculadora:
mensal de juros de 2,99%?

27) Por quanto tempo, será necessário


1.000,00
aplicar R$ 5.000 para que o mesmo
retorne R$ 1.000 de juros compostos, 500,00
sabendo que a taxa da aplicação é de
299,29 299,29 299,29
3,4% a.m.?

28) Qual o prazo para que um capital


0 1 2 3 4
renda 30% de juros compostos à taxa de
2% a.m.? FLUXO DE CAIXA PMT

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Capítulo 1 60 Introdução à P.O.

Vamos designá-lo por fluxo de 0 1 2 ... 11


caixa PMT. O fluxo acima poderia ser
resultado do problema seguinte: Pressione Visor
Um televisor, no valor de R$ 1.000,00 é f CLEAR FIN (mantido)
financiado sem entrada para se pagar g BEG (mantido
em três parcelas mensais de R$ 299,29 BEGIN)
mais uma última parcela de R$ 500,00 4.500 PV 4.500,00
no quarto mês. Qual é a taxa de juros
816,97 CHS PMT -816,97
cobrada pela empresa?
12 n 12,00
Pressione Visor i 6,00
f CLEAR FIN (mantido)
1000 PV 1.000,00 Note que neste caso, FV é considerado
nulo, pois o valor da última parcela foi
299,29 CHS PMT -299,29 igual ao PMT. Conclui-se que a taxa da
4n 4,00 loja é de 6,00% a.m.
500 ENTER 299,29 – 200,71
CHS FV -200,71
i 13,59 Investimentos

Assim, a taxa de juros cobrada é de Muitos investimentos podem ser


13,59% a.m. Observe que a última aproximados para fluxos de caixa PMT
prestação (R$ 500,00) foi decomposta a título de projeções. É o caso do
em duas: uma de R$ 299,29, montante obtido em caderneta de
correspondente ao PMT e outra de R$ poupança ao longo de depósitos
200,71, correspondente ao FV e ambas mensais fixos, mantendo também a taxa
foram entradas com o sinal negativo, de rendimento constante:
indicando uma saída de capital, ao
contrário do PV. Note ainda que as Uma caderneta de poupança é aberta
prestações iniciaram no mês seguinte ao com R$ 50,00 e, nos 240 meses
financiamento (modo END). Caso as seguintes (20 anos) são feitos depósitos
prestações começassem no mês 0, mensais de R$ 50,00. Supondo a taxa de
deveríamos colocar a calculadora no rendimento da poupança fixa em 1,00%
modo BEGIN: a.m. estime qual será o montante no
mês do último depósito.
Um armário no valor de R$ 4.500,00 é
financiado em 12 prestações fixas de R$
816,97, sendo a primeira dada com FV
entrada. Calcule a taxa de juros mensal
cobrada pela loja.
50,00 50,00 50,00 50,00
4.500,00

0 1 2 ... 240
816,97 816,97 816,97 816,97

Pressione Visor

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Capítulo 1 61 Introdução à P.O.

f CLEAR FIN (mantido)


g END (sai o
BEGIN)
50 CHS PV -50,00
50 CHS PMT -50,00
240 n 240,00
1i 1,00
FV 50.007,40

Observe que em muito o montante


difere daquele nominalmente
depositado (241 x 50,00 = R$
12.050,00), o que confirma o
investimento de poupança ser ideal para
prazos longos.

Exercícios

29) Uma impressora a laser no valor à


vista de R$ 1.240 é financiada em 5
vezes, com uma entrada e mais quatro
prestações iguais (1 + 4) a juros de
3,4% a.m.. Qual o valor de cada
prestação?

30) Um aparelho de som de valor R$


574 foi financiado em 24 vezes iguais
mensais sem entrada, com juros de
8,4%. Qual o valor das prestações?

31) Uma caderneta de poupança é


aberta com um depósito de R$ 300,00
seguido mensalmente por 10 anos por
depósitos iguais de R$ 100,00. Calcule
o montante no mês do último depósito,
supondo a taxa fixa de rendimento de
1,00% a.m.

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