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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIBLIOTECONOMIA

ALINE SILVA DE OLIVEIRA SOUZA

O PAPEL DA BIBLIOTECA SOCIAL E INCLUSIVA PARA PESSOAS


SURDAS.

NATAL-RN
2022
ALINE SILVA DE OLIVEIRA SOUZA

O PAPEL DA BIBLIOTECA SOCIAL E INCLUSIVA PARA PESSOAS


SURDAS.

Monografia apresentada ao Departamento de Ciência


da Informação, da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, como requisito parcial para
obtenção do grau de Bacharel em Biblioteconomia.

Orientadora: Prof. Me. Maria da Conceição Davi

NATAL-RN
2022
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA

Souza, Aline Silva de Oliveira.


O papel da biblioteca social e inclusiva para pessoas surdas
/ Aline Silva de Oliveira Souza. - 2022.
48f.: il.

Monografia (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do


Norte, Curso de Ciências Sociais e Aplicadas, Curso de
Biblioteconomia, Natal, RN, 2022.
Orientadora: Profa. Ma. Maria da Conceição Davi.

1. Biblioteconomia - Monografia. 2. Estudo de usuários -


Monografia. 3. Biblioteca inclusiva - Monografia. 4. Deficiência
auditiva - Monografia. 5. Biblioteca universitária - Monografia.
I. Davi, Maria da Conceição. II. Título.

RN/UF/CCSA CDU 36

Elaborado por Shirley de Carvalho Guedes - CRB-15/440


O PAPEL DA BIBLIOTECA SOCIAL E INCLUSIVA PARA PESSOAS
SURDAS.

Monografia apresentada ao Departamento de Ciência


da Informação, da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, como requisito parcial para
obtenção do grau de Bacharel em Biblioteconomia.

Orientadora: Prof. Me. Maria da Conceição Davi

MONOGRAFIA APROVADA EM 15/12/2022.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________
Prof. Me. Maria da Conceição Davi (UFRN)
Orientadora

_____________________________________________
Prof. Dr. Monica Marques Carvalho Gallotti (UFRN)
Examinadora

_____________________________________________
Prof. Me. Arthur Ferreira Campos (UFRN)
Examinador
AGRADECIMENTOS

Sinto-me imensamente feliz por poder chegar até o fim dessa etapa em minha
vida. E quero externar essa conquista agradecendo, primeiramente a Deus por me permitir
concluir com êxito essa fase tão importante e crucial para minha vida pessoal e formação
profissional.
A meu esposo por seu apoio deste o início para que eu pudesse ter uma formação
e realizar esse grande desejo pessoal.
A minha mãe e irmãos pelo incentivo e demonstração de orgulho por minhas
escolhas.
A minha orientadora professora Nina, pelo apoio e auxilio em meu trabalho de
conclusão de curso.
A todo o corpo docente que fazem parte do curso de biblioteconomia da
universidade e por seus esforços em sempre fazer o melhor para transmitir o
conhecimento para nós discentes, como também ao nosso secretário do curso, Laerte, que
sempre fez um trabalho ágil e muito prestativo em auxiliar e orientar-nos quando
precisávamos.
E aos meus colegas de turma que por muitas vezes me ajudaram nos trabalhos em
grupo e no aprendizado compartilhado.
RESUMO

O presente trabalho busca trazer um olhar para os usuários surdos e deficientes auditivos
que integram a comunidade acadêmica, com foco no corpo discente, nas Universidades
Federais brasileiras. A temática procura demostrar a inserção deste público no nível
superior e as barreiras encontradas na forma comunicacional. A pesquisa tem, por
objetivo, identificar, se com a crescente demanda de discentes surdos ou deficientes
auditivos no nível superior, as bibliotecas destas instituições dispõem de profissionais
qualificados para atender de forma satisfatória seus usuários; se o uso da Língua
Brasileira de Sinais é difundida para os funcionários da unidade de informação. Quanto
aos objetivos específicos, identificar se esta demanda de usuários utilizam as bibliotecas
destas instituições; compreender como esses usuários são atendidos e como são satisfeitas
suas buscas informacionais. Desta forma, foi utilizado como instrumento de trabalho o
uso de pesquisa por questionário e coleta de dados. O universo da pesquisa contempla os
bibliotecários e profissionais atuantes nas unidades de informação das bibliotecas
universitárias federais brasileiras. Mediante os resultados obtidos chega-se à conclusão,
da evidente necessidade de melhoria dos serviços ofertados nas Universidades Federais
do país, bem como dispor de materiais e acervo acessíveis para este público, além de
formação dos funcionários, possibilitando um atendimento satisfatório e a necessidade de
um olhar por parte dos governantes para este grupo de usuários que necessitam do
aprendizado como qualquer cidadão, e para tal, as bibliotecas exercem o papel de apoio
e parceria com outras unidades de ensino e educação para pessoas surdas, para vencer as
dificuldades comunicacionais e de inclusão.

Palavras- chave: Usuários Surdos; Língua Brasileira de Sinais; Biblioteca Inclusiva;


Biblioteca Social; Bibliotecas Universitárias Brasileiras.
ABSTRACT

The present research aims looking towards the deaf and hearing-impaired users who are
part of the academic community, focusing on the student, in the Brazilian Federal
Universities. The theme aims to demonstrate the insertion of this public in higher
education and the barriers found in the communicational form. The research aims to
identify, with the growing demand of deaf or hearing-impaired students in college
education, the libraries of these institutions have qualified professionals to satisfactorily
serve their users; whether the use of Brazilian Sign Language is disseminated to
employees of the information unit. As for the specific objectives, identify whether this
user demand uses the libraries of these institutions; understand how these users are served
and how their informational searches are satisfied. In this way, the use of this research by
form and data collection was used as a working tool. The research universe includes
librarians and professionals acting in the information units of brazilian Federal University
libraries. Based on the results obtained, it is concluded that there is an evident need to
improve the services offered in the Federal Universities of the country, as well having
accessible materials and collections for this public, in addition to training employees,
enabling satisfactory service and the need to a perspective by governors for this group of
users who need learning like any other citizen, and for that, libraries play the function of
support and partnership with other teaching and education units for deaf people, to
overcome communicational difficulties and inclusion.

Keywords: Deaf Users; Brazilian Sign Language; Inclusive Library; Social Library;
Brazilian University Libraries
LISTA DE ILUSTRAÇÕES, QUADROS E TABELAS

Quadro 1 Diretrizes para Serviços de Biblioteca para Surdos............................ 25

Quadro 2 Quantitativo de bibliotecas Universitárias Federais por região......... 28

Quadro 3 Atendimento Satisfatório................................................................... 36


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DGLAB Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas


IFLA International Federation of Library Associations and Institutions
INES Instituto Nacional de Educação dos Surdos
LIBRAS Língua Brasileira de Sinais
MEC Ministério da Educação do Brasil
UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura
UFABC Universidade Federal do ABC
UFC Universidade Federal do Ceará
UFCA Universidade Federal do Cariri
UFCG Universidade Federal de Campina Grande
UFCSPA Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
UFPel Universidade Federal de Pelotas
UFERSA Universidade Federal Rural do Semiárido
UFES Universidade Federal do Espírito Santo
UFG Universidade Federal de Goiás
UFGD Universidade Federal da Grande Dourados
UFJ Universidade Federal de Jataí
UFMA Universidade Federal do Maranhão
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
UFMT Universidade Federal de Mato Grosso
UFNT Universidade Federal do Norte do Tocantins
UFOB Universidade Federal do Oeste da Bahia
UFOP Universidade Federal de Ouro Preto
UFPE Universidade Federal de Pernambuco
UFR Universidade Federal de Rondonópolis
UFRG Universidade Federal do Rio Grande
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UFRRJ Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina
UFSCar Universidade Federal de São Carlos
UFSJ Universidade Federal de São João del-Rei
UFT Universidade Federal do Tocantins
UFTM Universidade Federal do Triângulo Mineiro
UFV Universidade Federal de Viçosa
UNIFAL Universidade Federal de Alfenas
UNIFEI Universidade Federal de Itajubá
UNIFESP Universidade Federal de São Paulo
UNILA Universidade Federal da Integração Latino-Americana
UNIR Universidade Federal de Rondônia
UNIRIO Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

1.1 JUSTIFICATIVA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 13

2 METODOLOGIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

2.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 15

3 CONTEXTUALIZANDO A BIBLIOTECA SOCIAL:


TIPOLOGIAS E CARACTERISTICAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

3.1 O PAPEL DAS UNIVERSIDADES NO CONTEXTO DA


BIBLIOTECA SOCIAL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

4 AS NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIFICAS NO


AMBITO DA BIBLIOTECA INCLUSIVA PARA PESSOAS
SURDAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

5 ANALISE E APRECIAÇÕES. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

REFERÊNCIAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

APENDICE A. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

APENDICE B. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
11

1 INTRODUÇÃO

A educação é um processo que tem por finalidade a facilitação do aprendizado e


a aquisição de conhecimentos, bem como habilidades, valores, crenças e hábitos. Seja ela
de forma inclusiva, bilíngue ou qualquer outro meio em que se apresente, não deixa de
ser importante, pois sem educação o ser humano não possui exito, não só
profissionalmente, intelectual ou pessoal, mas como agente transformador da sociedade
em que vive. Contribuindo para uma sociedade mais igualitária e humana, que enxerga o
outro com empatia e busca formas de melhorar a qualidade de vida de seu semelhante e
sobrepujar as dificuldades que enfrentam.
Deste modo o presente trabalho busca trazer um olhar voltado para os usuários
surdos e deficientes auditivos que integram a comunidade academica, no corpo discente,
nas universidades federais brasileiras. A temática procura demostrar a inserção deste
público no nível superior e as barreiras encontradas na forma comunicacional, como as
bibliotecas destas universidades estão se adequando quanto ao atendimento para esses
usúarios, e se dispõem de colaboradores habilitados em Língua Brasileira de Sinais
(LIBRAS), para realização de mediação informacional.
Tendo em vista a incersão de usuários surdos e deficientes euditivos no ensino
superior, as intituições universitárias federais brasileiras necessitam de adequações para
estarem preparadas não só para essa necessidade especial, mas para qualquer outra
especificidade que os usúarios venham a precisar. Contando com profissionais
capacitados em língua brasileria de sinais, matériais disponivéis para estes usuarios, além
de dispor de acervo identificado em Libras, sinalizações e acessibilidade.
A educação inclusiva tem sido muito explanada nos dias atuais, por tratar-se de
uma modalidade de ensino voltado para o lado social, defende que todas as pessoas, sejam
elas portadoras de alguma deficiência ou não, possuam o direito a escolarização e
educação de qualidade. Com o âmbito educacional livre de preconceitos e respeitando as
diferenças, fazendo com que todos possam sentir que ali existe igualdade. De acordo com
Diniz (2020),
A educação inclusiva é regida por cinco princípios fundamentais, que
são: Todas as pessoas têm o direito de acesso à educação, possuem a
capacidade de aprendizado, cada indivíduo aprende ao seu tempo, o
convívio no ambiente escolar faz bem para todos e a educação inclusiva
diz respeito a todos. (DINIZ, 2020, não paginado)

Desta forma entendemos que, se faz necessário compreender que em meio aos
12

diferentes tipos de indivíduos, cada um possui as suas particularidades e até mesmo os


seus próprios desafios, o que não quer dizer que tenham que ser enxergados com qualquer
forma de exclusão ou preconceitos, mas sim como pessoas que fazem parte da sociedade
e que possuem os mesmos direitos e deveres de qualquer outro cidadão, ou seja, merecem
respeito, direitos educacionais e sociais. Em outras palavras a educação inclusiva, como
o próprio nome já indica, é ofertar meios, sejam eles físicos, estruturais ou intelectuais
para todos os indivíduos, de forma igualitária, para que todos possam ter a oportunidade
de aprender, interagir e experimentar a vida em comunidade, diminuindo assim as
diferenças e aumentando a empatia e o respeito.
As instituições de ensino brasileiras, bem como de qualquer outro lugar do mundo,
tendo em vista a referente tematica, torna evidente a existencia de carência e falta de
assitência para esse público de pessoas, que por muitos não são vistos, que necessitam de
mais esforços pra que as escolas e universidades possam ter esse acesso inclusivo para os
surdos ou qualquer outro tipo de deficiência do ser humano, para que eles possam exercer
o direito a educação e possuir condições necessarias para concluir sua jornada
educacional e assim poder entrar no mercado trabalho com capacitação para realiza-lo,
contribuindo assim com a melhoria da sociedade de forma inclusiva.
Neste contexto as bibliotecas possuem papel importante, pois como organismos
em crescimento, possuidoras de grande parte do conhecimento, vista como porta de
entrada para o acesso e busca informacional por qualquer tipo de usúario que necessite
de seus serviços, pois são nestas unidades informacionais que os discentes podem ampliar
e adquirir conhecimento. Por isso é imprescindível que estes locais estejam adequados
para atender de forma satisfatória toda a comunidade acadêmica, independente de
especificidade ou não dos usúarios. De acordo com Silva e Bernardino (2015).
A biblioteca inclusiva deve partir do princípio que as pessoas com
e sem deficiência devem tem uma vida normal e com qualidade.
Todos utilizando ao mesmo tempo os serviços e os espaços da
biblioteca possibilitando que as pessoas possam desenvolver
atividades da vida diária com autonomia. E essa autonomia para
ser plena deve ser sem a presença de barreiras arquitetônicas
(degraus, buracos), comunicacionais (não saber Libras ao atender
um surdo), atitudinais (preconceito), metodológicas (falta de
técnicas adequadas), instrumentais (falta de reglete4para escrever
braille, por exemplo) e programáticas (regulamentos inadequados que
impedem o acesso). (SILVA; BERNARDINO, 2015, p. 32).
13

Desta forma, se faz necessário uma atenção de forma mais eficaz por parte dos
governantes com conscientização, capacitação e ensino de Libras nas escolas, e assim
tornar mais viável a comunicação e desenvolvimento destes usuários.

1.1 JUSTIFICATIVA

O presente trabalho tem como principal intuito expor as dificuldades e barreiras


enfrentadas pelos usuários que possuem deficiência auditiva e surdos, como também as
diversas situações que os profissionais atuantes nestas unidades de ensino e conhecimento
se deparam ao atenderem este público em especial. Com um olhar voltado para esses
usuários que por muitos não são notados ou ignorados, o trabalho busca chamar a atenção
e despertar o interesse para as organizações educacionais que a inclusão faz parte da nossa
realidade e precisa ser posta em prática, na busca por melhores formas de atender a
demanda e satisfazer a busca informacional dos diversos pesquisadores que utilizam as
bibliotecas universitárias.
As bibliotecas precisam ser vistas como ambiente acolhedor que fornece
orientação e diretrizes aos que buscam, sendo assim pode-se ressaltar a relevância que a
pesquisa traz, trabalhando o grande papel social que as bibliotecas possuem, com um
olhar direcionado aos usuários e a preocupação em dispor e suprir as deficiências
informacionais dos usuários. Como também o papel inclusivo, visto que existem
diferentes públicos que fazem uso dos serviços ofertados pelas bibliotecas para diversos
fins, como pesquisa, estudo ou lazer.
Outro fator importante é a falta de profissionais capacitados para atender estes
usuários e a falta de um tradutor-interprete presente nas bibliotecas, acredita-se que estes
usuários não são mais vistos como aquele único e solitário portador de alguma
necessidade, que enfrentava o medo e os preconceitos e chegava até a biblioteca, mas os
vários deficientes auditivos e surdos que hoje se fazem presente nestes ambientes, por
conseguirem alfabetizarem-se e vencer os obstáculos da fala e falta da audição, para
comunicarem-se com os ouvintes de forma a serem compreendidos.
De acordo com o portal do Ministério da Educação do Brasil (MEC):
O Dia Nacional da Libras é comemorado em 24 de abril porque foi
nessa data, no ano de 2002, que a Lei 10.436 reconheceu a língua
brasileira de sinais como meio legal de comunicação e expressão. Foi
só em 22 de dezembro de 2005, porém, que o Decreto 5.626
regulamentou essa lei, incluindo libras como uma disciplina curricular
obrigatória na formação de professores surdos, professores bilíngues,
pedagogos e fonoaudiólogos. (MEC, 2022, não paginado)
14

Com a oferta da disciplina de Libras nas universidades federais do país, seria


muito interessante se os departamentos de ciência da informação pudessem incluir como
obrigatória esta disciplina ao curso de biblioteconomia, visto que a falta de conhecimento
desta língua para muitos discentes do curso, que se formam e atuam em unidades
informacionais e não possuem essa habilidade, deixa de contribuir de forma mais eficaz
no atendimento aos usuários surdos e deficientes auditivos. Acredita-se que a mudança,
ou seja, a inclusão desta disciplina e área de conhecimento, pode ser um diferencial
grandioso para os futuros profissionais bibliotecários e suprir essa demanda nas
bibliotecas universitárias.
Em caráter pessoal o fator pelo interesse da temática abordada se fez, pela
experiência com a disciplina Libras, ofertada como optativa pela universidade, o que
despertou um olhar mais empático por esses usuários que enfrentam a dificuldade
comunicacional e a necessidade de uma assistência informacional do profissional
bibliotecário.
Por fim, o presente trabalho serve de contribuição, não só para a área da Ciência
da Informação, ou para os profissionais que atuam nestes ambientes de trabalho, mas para
a sociedade em geral, em especial aos usuários que necessitam de inclusão e de serem
vistos e tratados como os outros pesquisadores que utilizam os serviços das bibliotecas
universitárias, tendo suas buscas informacionais atendidas.
15

2 PERCURSO METODOLÓGICO

A metodologia da pesquisa explana o processo pelo qual o trabalho foi


desenvolvido, através da exposição detalhada dos passos seguidos, formulação;
desenvolvimento e conclusão do estudo em questão, possibilitando ao leitor subsídios
para a compreensão e entendimento do mesmo. De acordo com Bruyne (1991), a
metodologia é a lógica dos procedimentos científicos em sua gênese e em seu
desenvolvimento, não se reduz, portanto, a uma “metrologia” ou tecnologia da medida
dos fatos científicos.
Neste sentido, ela deve ajudar a explicar não apenas os produtos da investigação
científica, mas principalmente seu próprio processo, pois suas exigências não são de
submissão estrita a procedimentos rígidos, mas antes da fecundidade na produção dos
resultados. (BRUYNE, 1991 p. 29). Segundo Strauss e Corbin (1998), o método de
pesquisa é um conjunto de procedimentos e técnicas utilizados para se coletar e analisar
os dados. O método fornece os meios para se alcançar o objetivo proposto, ou seja, são
as “ferramentas” das quais fazemos uso na pesquisa, a fim de responder a questão de
pesquisa.
A investigação científica depende de um “conjunto de procedimentos intelectuais
e técnicos” (GIL, 1999, p. 26) para que seus objetivos sejam atingidos: os métodos
científicos. A metodologia da pesquisa compreende um conjunto de atividades
sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o
objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido,
detectando erros e auxiliando as decisões do cientista (LAKATOS; MARCONI, 2003, p.
85). Sendo assim, é possível notar a importância que a metodologia traz para se
desenvolver uma pesquisa cientifica e alcançar excelentes resultados.

2.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Mediante as indicações metodológicas apresentadas anteriormente, a pesquisa


científica em questão caracteriza-se do tipo descritiva, ou seja, este tipo de pesquisa
possibilita uma análise minuciosa e descritiva do objeto de estudo. Segundo Silva e
Menezes (2000, p. 21), “a pesquisa descritiva visa descrever as características de
determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis”.
Como forma de abordagem da problemática utilizou-se na pesquisa a forma quantitativa,
16

ou seja, através de estudos e resultados estatísticos, pode-se chega a conclusões de um


determinado problema.
De acordo com Silva e Menezes (2005, p.20), “considera que tudo pode ser
quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-
las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média,
moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.)”.
O universo da pesquisa contempla os bibliotecários e profissionais técnicos
administrativos atuantes nas 36 (trinta e seis) bibliotecas universitárias federais brasileiras
participantes. Possui como instrumento de coleta de dados, a utilização de questionário
com 11 (onze) questões, sendo 9 (nove) fechadas e 2 (duas) abertas. Segundo Mattar
(1999), as pesquisas descritivas compreendem grande número de métodos de coleta de
dados compreendendo: entrevistas pessoais, entrevistas por telefone, questionários pelo
correio, questionários pessoais e observação. O questionário (apêndice A) aplicado no
estudo foi enviado por correio eletrônico, através de e-mails para as unidades de
biblioteca de 36 (trinta e seis) Universidades Federais do Brasil, de forma a coletar os
dados necessários para a realização do estudo.
A escolha do instrumento utilizado se deu pelo baixo custo, capacidade de maior
alcance em relação a quantidade de unidades universitárias públicas em todo território
brasileiro, padronização e uniformidade das perguntas, maior facilidade para análise dos
dados, através dos resultados obtidos e demostrados em gráficos. Após coleta dos
resultados, torna-se possível à análise e conclusão da pesquisa.
Buscando atender as características metodológicas apresentadas anteriormente, optou-se
por trabalhar com os seguintes objetivos. Do ponto de vista geral, identificar se com a
crescente demanda de discentes surdos ou deficientes auditivos no nível superior, as
universidades federais brasileiras dispõem de profissionais qualificados para atender de
forma satisfatória estes usuários e se o uso da língua brasileira de sinais é difundida para
os funcionários da unidade de informação. Quanto aos objetivos específicos, identificar
se essa demanda se usuários utilizam as bibliotecas destas instituições; compreender
como esses usuários são atendidos e como são satisfeitas suas buscas informacionais.
17

3 CONTEXTUALIZANDO A BIBLIOTECA SOCIAL: TIPOLOGIAS E


CARACTERISTICAS

Desde os tempos remotos as bibliotecas se fizeram presente, devido a necessidade


imposta pelas pessoas de registrar o conhecimento por elas produzido. Na antiguidade
surgiram grandes bibliotecas, uma delas é a de Alexandria que data entre os anos de 280
a.C a 416 d.C, responsável por reunir o maior acervo de cultura e ciência da antiguidade,
sendo considerada a mais famosa e importante do mundo antigo, sobreviveu a muitos
saques e incêndios. Na Idade Média, predominaram as bibliotecas ligadas a ordens
religiosas, os mosteiros e conventos foram grandes responsáveis pela preservação do
conhecimento e da antiga cultura greco-romana. Porém seu acervo era fechado ao público
em geral, pois os monges consideravam que a biblioteca era a guardiã dos livros. Somente
entre os séculos XIII e XV, quando a Europa passa por uma grande mudança intelectual
e social, surgem as primeiras universidades e com elas a necessidade da organização da
informação.
Com o passar do tempo as bibliotecas ganharam grande relevância pública e
social, primeiramente nos países mais desenvolvidos da Europa e depois nos Estados
Unidos, surgindo assim a biblioteca pública moderna, constituída de acervos gerais de
livros e aberta gratuitamente ao público em horários regulares. Desde então, a biblioteca
pública passou a representar a modernidade, em oposição às bibliotecas da antiguidade e
da idade medieval que a antecederam. Na atualidade as bibliotecas dividem-se em
algumas tipologias, que podem ser públicas, universitárias, escolares entre outras, não
mudando sua função de propagadoras de conhecimento, sendo vistas como socialmente
imprescindíveis e os profissionais bibliotecários passam a ter como missão o incentivo à
leitura, o acesso à informação e auxiliar de forma efetiva na busca informacional dos
usuários.
Algumas nomenclaturas vão tornando a biblioteconomia mais conhecida em meio
a sociedade, e trazendo maior familiaridade aos usuários, com um olhar mais voltado para
atender as demandas existentes e tentar compreender e satisfazer as necessidades
apresentadas pelos usuários, as bibliotecas passaram a enxergar a parte mais humanista
da sociedade e tornar-se um ambiente, que possa ser visto como lugar de amparo
informacional, definindo assim a biblioteca social. Essa nomenclatura ainda é pouco
utilizada no brasil, mas se faz tão importante para a sociedade. Segundo Lindemann,
Spudeit e Corrêa (2016), a nomenclatura biblioteconomia social é pouco utilizada no
Brasil; toda via, traz consigo a necessidade de um olhar político-social dos governantes,
18

para investirem nas bibliotecas públicas espalhadas pelo país, bem como dos profissionais
da informação, que podem ajudar de alguma forma na demanda informacional destas
pessoas. Em outros países como os da América Latina, a exemplo: Argentina e México,
essa perspectiva social tem sido cada vez mais fortalecida com ações e pesquisas sobre o
tema. Segundo as autoras:
Biblioteconomia social pode ser a ponte para a travessia ou ligação
entre a técnica tradicional da Biblioteconomia e o social
contemporâneo. É preciso olhar o entorno da sociedade, locais em que
os livros sequer são disponibilizados, onde muitos não possuem acesso
à informação como comunidades quilombolas, indígenas,
assentamentos de movimentos de sem-terra, presídios, entre vários
outros. Torna-se essencial levar o fazer bibliotecário para as mais
diversas comunidades em que, em plena explosão tecnológica, as
bibliotecas sequer existem (LINDEMANN; SPUDEIT; CORRÊA,
2016, p. 6).

O Grupo de Trabalho Estratégico sobre Função Social das Bibliotecas do


Conselho de Coordenação Bibliotecária do Ministério da Cultura e Desporto de Espanha,
elaborou os “10 Mandamentos para uma Biblioteca Social”, em 2018, como forma de
sensibilizar bibliotecários e decisores para a necessidade das bibliotecas reforçarem a sua
dimensão social e estarem mais atentas às reais necessidades da comunidade. De acordo
com o grupo de trabalho esses mandamentos são definidos da seguinte maneira:
1. Elabore um projeto de biblioteca social;
2. Procure parceiros;
3. Promova a participação;
4. Pense em momentos crucias;
5. Conheça o trabalho feito na área;
6. Incentive uma equipe com sentido de responsabilidade;
7. Crie um espaço de espaço;
8. Aprende a comunicar;
9. Fomente a mudança;
10. Reivindique o caráter público da biblioteca.

Segundo a portal das bibliotecas da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e


das Bibliotecas (DGLAB),
O objetivo deste documento é o de alertar para a necessidade
das bibliotecas reforçarem a sua dimensão social, em todas as suas
intervenções, na convicção de que cada uma delas, independentemente
do seu tamanho e área de abrangência, pode transformar esta vertente
social numa estratégia que marque a sua atividade e contributo para as
19

comunidades, ao mesmo tempo que pode servir para monitorizar o seu


desempenho e demonstrar a importância do seu papel junto dos
decisores. (DGLAB, 2018, não paginado)

Desta forma fica evidente a importância e a necessidade de um olhar voltado para


a temática abordada, visto que as bibliotecas são instrumento de ensino e aprendizagem
que contribuem de forma extraordinária para a sociedade, vai além dos conceitos antigos
de um simples deposito de livros e informações, ela torna-se uma preservadora da
memória social, cultural, de transformação e mudança de vida de toda uma sociedade,
perpassando assim para futuras gerações.

3.1 O PAPEL DAS UNIVERSIDADES NO CONTEXTO DA BIBLIOTECA SOCIAL

As universidades podem ser definidas como organizações provedoras de educação


e ensino possuindo um papel crucial para a sociedade, vistas como unidades de
informação, referência do conhecimento e agregadora da formação intelectual e social de
uma comunidade. Além de ofertar cursos e qualificação e formação de profissionais, as
universidades contribuem com a interação social e inclusiva para a sociedade através das
bibliotecas universitárias que promovem essa interação entre instituição e comunidade.
A biblioteca como parte integrante da universidade, tem por objetivo oferecer
suporte “[...] ao ensino, à pesquisa e à extensão, de forma que os serviços de informação
da biblioteca atendam a todos os usuários, sem distinção” (BEM et al., 2013, p. 76). Ao
interagir de forma mais ativa com usuários internos e externos, a biblioteca universitária
cria uma relação mais aproximada com comunidade onde está localizada.
Essa relação com o meio externo permite que a biblioteca universitária seja um
organismo dinâmico, em constante interação com o meio externo, seja através do
fornecimento de diferentes produtos e serviços a variados públicos, como também deve
realizar parcerias com outras unidades, no sentido de compartilhar métodos, técnicas,
procedimentos e recursos, os quais viabilizarão a melhoria contínua do que é oferecido à
comunidade interna e externa (CARVALHO, 2011).
A extensão universitária compreende o relacionamento da universidade com a
comunidade, tomando comunidade ou em sentido restrito de bairro, cidade ou região onde
ela está inserida, ou em sentido amplo de sociedade nacional, que compreende também
uma multiplicidade de serviços de toda natureza, nos campos do ensino, da pesquisa e
dos serviços propriamente ditos (ANNA, J. S., 2018).
20

De certo modo a biblioteca universitária muito semelhante a outros tipos de


bibliotecas públicas, colocam-se a serviço da cidadania, promovendo uma interação e
proximidade com a comunidade em seu entorno, de forma a estreitar os laços que as
unem, possibilitando uma melhor forma de entender e atender a essa sociedade. Neste
sentido, diversos serviços podem ser oferecidos para que a prática cidadã seja
concretizada na sociedade, sendo destacados como principais: atividades culturais,
incentivo à leitura, desenvolvimento de competências informacionais, ações essas que
podem ser realizadas por meio de projetos desenvolvidos em parceria com outras
organizações e com o poder governamental (FERREIRA, 2012).
Desta forma, a biblioteca universitária desempenha um trabalho de grande
importância, contribuindo no contexto: Educacional; Social; Cultural e inclusivo.
Ajudando de certo modo a sociedade, auxiliando para o seu desenvolvimento através de
diversos serviços, considerando o contexto em que está inserida, contribuindo não
somente para a comunidade universitária, mas contemplando a localidade geográfica em
que está situada.
A biblioteca universitária de acordo com Lück (2000, p. 2), pode ser entendida
como a instância que possibilita à universidade “atender às necessidades de um grupo
social ou da sociedade em geral, através da administração do seu patrimônio
informacional e do exercício de uma função educativa, ao orientar os usuários na
utilização da informação”. Sendo assim as bibliotecas universitárias contribuem de forma
grandiosa para a formação e transformação de uma sociedade, agregando valores e
prestando serviço de qualidade a toda a comunidade. Ainda nesta linha de pensamento,
compreende-se que:

[...] A biblioteca universitária como suporte informacional para a


produção do conhecimento possibilita a universidade atender as
necessidades de um grupo social ou da sociedade em geral e, por meio
da administração do seu patrimônio informacional, exerce função
capacitadora orientando os usuários na utilização da informação,
desenvolvendo sua capacidade e apontando estratégias de uso e acesso
às informações (RIBEIRO; CAVALCANTE, 2014, p. 4).

Sendo assim, a universidade e suas partes agregadoras como a biblioteca


universitária, contribuem para o desenvolvimento e progresso da sociedade como um
todo, uma vez que auxiliam para a formação cidadã dos indivíduos, garantindo a eles uma
visão ampliada que vai além do meio que os cercam, incentivando o crescimento
intelectual e profissional, mostrando-lhes o poder inovador que possuem em relação ao
21

meio em que vivem. Com investimentos em elaboração e execução de projetos em prol


da sociedade, mudando a visão tecnicista que acompanham as bibliotecas, é possível
alcançar uma maior aproximação da biblioteca universitária com a comunidade externa.

Um país requer bibliotecas que possam ir mais além desse plano


mínimo de trabalho. Bibliotecas que, em primeiro lugar, se convertam
em meios contra a exclusão social, isto é, que se constituam em espaços
para o encontro, para o debate sobre os temas que dizem respeito a
maiorias e minorias; bibliotecas onde crianças, jovens e adultos de todas
as condições, leitores e não leitores, escolares e não escolares,
encontrem respostas a seus problemas e interesses e lhes sejam abertas
novas perspectivas (CASTRILLÓN, 2011, p. 36).

Com isso, a biblioteca e universidade são consideradas como agentes de


intervenção numa realidade nacional ainda tão desigual, seja quanto ao acesso e uso da
informação e tecnologias, seja quanto à oferta de educação com qualidade, de ampliação
do conhecimento e de condições mínimas para uma convivência mais democrática e
igualitária para todos os cidadãos (FERREIRA, 2012). Desta forma, fica evidente a
importância da temática abordada, de modo que a universidade e a biblioteca universitária
têm um papel transformador para nossa sociedade.
22

4 AS NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECÍFICAS NO ÂMBITO DA


BIBLIOTECA INCLUSIVA PARA PESSOAS SURDAS

A biblioteca conceituada como organismo em crescimento, caracteriza-se pela


grande quantidade de informações armazenadas e pelos muitos serviços que oferece a
comunidade em geral. Olhando para esse suporte informacional, ela contribui de forma
positiva para que seus frequentes usuários possam incluir-se na sociedade da informação,
visto que, o volume de informações que circulam todos os dias e as trocas informacionais
que precisam ser checadas e propagadas. Cada vez mais se faz necessário que as pessoas
busquem adquirir conhecimento e suporte educacional, e a figura da biblioteca promove
essa segurança quanto a veracidade da informação.
Tendo em vista todo esse envolto que a biblioteca abarca, e como ela necessita
atendera a todos os públicos, chegamos a um ponto muito importante que é a Inclusão.
Uma biblioteca inclusiva atende a todos os tipos de pessoas, sejam quais forem suas
necessidades e características físicas ou socioeconômicas. Não determina ou específica a
necessidade, mas sim, integra e otimiza o atendimento. Desta forma, entendesse que a
inclusão nos sistemas educacionais ou em outro âmbito, contribuem para o crescimento
e transformações da sociedade.

Biblioteca inclusiva não é aquela biblioteca específica, por exemplo,


para deficientes visuais com todo acervo disponível em Braille, mas sim
aquela que atende toda a demanda da população de maneira igualitária,
onde seus usuários possam acessar e utilizar os serviços acervos,
conforme suas especificidades (CONEGLIAN; SILVA, 2006, p. 7).

As bibliotecas como instituições de ensino deve dispor de acervo, instalações e


serviços adequados a todos os utilizadores, de forma equitativa. Com um atendimento
voltado a satisfazer a busca informacional, não havendo nenhuma discriminação com
base na raça, credo, sexo, idade ou em qualquer outro motivo.
Sendo assim, é possível compreender que mesmo com as diferentes necessidades
apresentadas pelos usuários, a biblioteca e seus profissionais da informação têm o
importante papel de atender e procurar satisfazer as buscas informacionais dos usuários,
exigindo assim que os bibliotecários possuam um maior conhecimento sobre a biblioteca,
o acervo, os recursos disponíveis, além de proporcionar o atendimento necessário para
cada usuário com especificidades especiais. Tornando a informação mais acessível,
colaborando para a busca informacional e a geração do conhecimento.
23

Compreende-se neste sentido, um contexto histórico vinculado a educação das


pessoas surdas no Brasil, não é algo recente, a história destas pessoas vai muito além do
que nos é explanado nos dias atuais. De acordo com Charles (2010), a história da língua
de sinais no Brasil começa em 1855 quando o professor francês surdo Ernest Huet, vem
ao Brasil a convite de D. Pedro II para preparar um programa que consistia em usar o
alfabeto manual e a Língua de Sinais da França. Mas tarde, no ano de 1857, fundou-se o
Instituto Nacional de Educação dos Surdos-Mudos, atualmente Instituto Nacional de
Educação dos Surdos (INES) no Rio de Janeiro. Por volta de 1911, o INES passou a
seguir a tendência mundial, utilizando o oralismo puro, quando em 1930 vem a proibição
da língua brasileira de sinais. Apenas em 2002 foi promulgada a Lei 10.436,
reconhecendo a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como uma das línguas oficiais do
Brasil.
Ainda segundo mesmo autor,
O desconhecimento e a falta de convivência com os surdos provocam
prejuízos na cultura da comunidade surda, o empobrecimento da Língua
de Sinais e a falta de acesso às informações sociais. As questões da
Educação Especial se tornam apenas vinculadas a interesses político-
econômicos (CHARLES, 2010, não paginado).

Desta forma vemos que pela tendência ao isolamento das pessoas com esse tipo
de deficiência, acarretou grandes prejuízos, privando assim que essas pessoas tivessem
direito a educação escolar, sua identidade como grupo social e comunidade surda.
Na atualidade a educação para alunos surdos ainda está em processo de expansão,
tendo em vista que ainda é muito frequente a inserção destes alunos no ensino regular.
Diferente do que acontecia antigamente, onde eram vistos como incapazes de aprenderem
e escolarizarem-se. Mesmo com a maior parte das escolas ainda voltadas para o ensino
de forma oralizada, muitas instituições de ensino que possuiam essa visão metodologica,
estão mudando sua forma de pensar e com os vários estudos e debates sobre o assunto
entendem que a língua de sinais, é a melhor opção para integralização e inclusão dos
surdos no sistema educacional.
Segundo Sá (2009), no Brasil, a integração escolar de surdos tem sido defendida
pelo poder oficial que, com um discurso que apela às emoções, tem tentado disseminar a
ideia de que é um ato de discriminação colocar os surdos em, como qualquer outro tipo
de “deficiente”, tristemente isolado em escolas especiais.
Com um olhar voltado para essa temática podemos dizer que todos possuem
direito a educação, idenpendente de sua condição fisica, social ou qualquer outra coisa,
24

desta forma, podemos difeni-la como um processo que tem por finalidade a facilitação do
aprendizado e a aquisição de conhecimentos, bem como habilidades, valores, crenças e
hábitos. Geralmente porpocionados por profissionais da educação, que utilizam vários
métodos de apredizagem, para ajudar os alunos a alcançarem seus objetivos educacionais.
A educação pode ocorrer em contextos formais ou informais ou por maio de qualquer
experiência que tenha um efeito formativo educacional. Mas para que a educação de
qualidade que esse grupo social necessita também se faz necessario a utilização do
modelo de educação de forma bilíngue.
A escola bilíngue é o espaço de socialização, de construção de uma identidade, de
acesso ao conhecimento e de comunicação significativa para os deficientes auditivos.
Desta forma a educação bilíngue, tem como proposito facilitar o apredizado das pessoas
surdas, que necessitam desta integralidade e inclusividade no espaço dos ouvintes, desta
forma o bilinguismo pressupõe o ensino de duas línguas. A Libras que é a língua de sinais,
como língua materna, que dará arcabouço para a aprendizagem de uma segunda língua,
que pode ser escrita ou oral, que seria a língua portuguesa. Desta forma eles aprendem
em um contexto significativo e de melhor compreensão da outra língua.
Desta forma vemos a importância e grande diferencial que a inserção da Libras
nas redes de ensino de nosso país, pois se a sociedade tivesse contato com essa outra
língua que também é nossa, haveria uma maior integralização da comunidade surda como
os ouvintes e uma maior troca informacional e de conhecimentos. Visto que a
comunicação é essencial e que esse público conseguiu quebrar muitas barreiras e chegar
até as universidades, cursando assim o ensino superior, nada mais justo que as instituições
de ensino se fazerem presentes e atentos quanto a necessidades especiais que eles
necessitam, com pessoas capacitadas para atenderem e sinalizações adequadas em sua
língua materna entre muitas outras coisas. Não deixando de citar o papel inclusivo que a
biblioteca e os profissionais da informação a integram possuem em relação a estes
usuários informacionais.

Para que a unidade de informação seja inclusiva, faz-se necessário que


o gestor (Bibliotecário) tenha a preocupação de satisfazer as
necessidades informacionais de todos os usuários, incluindo as pessoas
que apresentam NEE, aos quais sentem maiores dificuldades de acesso
à informação. A biblioteca acessível é aquela que envolve a
acessibilidade física e informacional, oferecendo um serviço adequado
que trabalhe as habilidades dos usuários com NEE no uso da
informação. (EUGÊNIO, 2011, p.23).
25

Deste modo fica nítida a importância integradora e inclusiva, que faz com que as
unidades de ensino auxiliem na inserção da comunidade surda à comunidade acadêmica.
A IFLA, foi criada em 1927 para regulamentar os princípios de bibliotecas e
bibliotecários, e juntamente com a UNESCO criou as Diretrizes para Serviços de
Biblioteca para Surdos, com o objetivo de efetivar a comunicação com o indivíduo surdo,
para assim prover plenamente seus serviços. A IFLA conta com um Grupo de Trabalho
para Identificação das Necessidades do Surdo, que além participar da construção das
diretrizes, também se mantém em constante atualização de informações para o
provimento de serviços para comunidade surda. (ABIB, 2017).
Para o desenvolvimento das diretrizes, a IFLA compreende como Comunidade
Surda os,
Usuários de língua de sinais; Usuários bilíngues da língua de sinais e
da língua oral ou escrita; Pessoas com problema de audição que se
comunicam primariamente através da língua oral e leitura labial;
Adultos com surdez tardia; idosos com perda auditiva causada pela
idade; Surdos que não usam nem a língua de sinais, nem a língua
escrita; Indivíduos com dificuldade de audição; Surdos-cegos;
Membros ouvintes de famílias de surdos; Profissionais que atendem as
pessoas acima (IFLA, 2000, p. 18).

Neste sentido, torna-se evidente a importância e grande diferença que as


bibliotecas acarretam na vida acadêmica e pessoal de um discente portado de
necessidades especiais, como é o caso dos usuários surdos ou deficientes auditivos. No
Quadro 1 apresentamos um resumo das Diretrizes para Serviços de Biblioteca destinada
a pessoas Surdos.

Quadro 1- Diretrizes para serviços de bibliotecas para surdos.


PESSOAL
A responsabilidade pelo desenvolvimento, implementação, e operação de serviços de
1 biblioteca para a comunidade surda deve ser atribuída a um bibliotecário profissional
portador de títulos, credenciamento e/ou treinamento relativos a tal estatuto profissional.
Os funcionários da biblioteca devem receber treinamento que enfoque questões
2
suscitadas pelo provimento de serviços para a comunidade surda.
Ao selecionar funcionários para serem envolvidos com o provimento de serviços para
3 surdos, as bibliotecas devem procurar empregar pessoas que tenham ou possam obter
credibilidade dentro da comunidade surda.
Instituições de ensino na área da biblioteconomia devem oferecer treinamento no
4 provimento de serviços para a comunidade surda, como parte regular de seu currículo
básico de preparação de bibliotecários, para sua qualificação profissional, e como parte
26

dos programas de educação continuada para todos os níveis de funcionários da


biblioteca.
Bibliotecas que têm responsabilidades em âmbito nacional, ou, em certos casos,
regional, devem estabelecer um setor ou departamento que seja responsável pelo
5 provimento de serviços de aconselhamento e de consultoria para todas as bibliotecas
dentro de seus limites geográficos de forma a orientá-los acerca de serviços para a
comunidade surda.
Cada associação nacional de bibliotecas deve estabelecer um grupo dentro de sua
6 estrutura que reúna os membros da associação cujo enfoque é no provimento de serviços
de biblioteca para a comunidade surda.
COMUNICAÇÃO
1 Toda a equipe técnica das bibliotecas deve receber treinamento em como comunicar-se
com surdos de forma efetiva.
2 Telefones para utilização dos usuários ou funcionários da biblioteca devem ser
equipados com amplificadores.
3 As bibliotecas devem se certificar de que sua presença na Internet é totalmente
acessível.
4 As bibliotecas devem utilizar os avanços recentes da tecnologia para a comunicação com
os surdos quando tal tecnologia é comprovadamente benéfica para a comunidade surda.
5 As bibliotecas devem ter dispositivos auxiliares de comunicação tais como sistemas
auxiliares de escuta e equipamentos que apoiem legendagem em tempo real e anotação
auxiliada por computador. Esses serviços devem ser disponibilizados para reuniões ou
programas mediante solicitação.
6 As bibliotecas que possuem instalações para exibição de programas de televisão devem
prover decodificadores de legendas ocultas para seus usuários.
7 As bibliotecas devem oferecer o provimento dos serviços de intérpretes de língua de
sinais e intérpretes orais; legendagem em tempo real auxiliada por computador, ou
anotação auxiliada por computador para todos os programas da biblioteca mediante
solicitação.
8 As bibliotecas devem instalar sinais de alerta visíveis para avisar aos usuários surdos no
caso de problemas ou emergências.
ACERVO
1 As bibliotecas devem coletar materiais relacionados à surdez e à cultura surda que sejam
de interesse tanto dos usuários surdos como ouvintes.
2 As bibliotecas devem coletar, manter e oferecer informações sobre opções educacionais,
agencias de referência e programas para surdos de forma totalmente neutra.
3 As bibliotecas devem montar e prover acesso a um acervo de materiais de alto interesse
/ baixo nível de leitura que sejam interessantes para os surdos
4 Materiais visuais não impressos devem ser parte integral de qualquer acervo de
biblioteca adquirido para atender e prestar serviços aos usuários surdos. Fitas de vídeo
com programas de televisão e outros recursos de mídia com porções em áudio, devem
ser legendados ou sinalizados de forma que possam ser entendidos por pessoas que não
têm a capacidade de ouvir.
5 As bibliotecas devem coletar e manter um acervo de fitas de vídeo e/ou filmes em língua
de sinais e prover equipamento necessário suficiente para utilizá-los.
SERVIÇOS
27

1 Todos os acervos, serviços e programas da biblioteca devem ser acessíveis a sua


comunidade surda.
2 Membros da comunidade surda, conforme definida nestas diretrizes, devem estar
envolvidos no planejamento e desenvolvimento dos serviços que sua biblioteca provém,
incluindo-se o desenvolvimento de serviços e acervos e o estabelecimento de conselhos
consultivos, de organizações voluntárias, e de redes de contatos.
3 Bibliotecas devem oferecer programas conduzidos em línguas de sinais.
4 As bibliotecas devem prover informações sobre programas locais de letramento que
sejam acessíveis a surdos não-leitores. As bibliotecas devem certificar-se de que os
programas de letramento patrocinados pela biblioteca atendam às necessidades dos
indivíduos surdos.
5 As bibliotecas devem incluir informações de interesse especifico da comunidade surda
nas suas bases de dados online de informações comunitárias e de referência.
6 As bibliotecas devem incluir uma variedade não tendenciosa de links eletrônicos
relacionados aos surdos e à surdez em suas bases de dados online.
DIVULGAÇÃO DOS PROGRAMAS
1 As bibliotecas devem realizar intensa divulgação frente à comunidade surda de seus
programas e serviços.
2 Toda publicidade da biblioteca deve prever o acesso à comunidade surda.
Fonte: Adaptado de INTERNATIONAL FEDERETAION OF LIBRARY ASSOCIATIONS
AND INSTITUTIONS (2000).

Sendo assim, pode-se dizer que para o cumprimento das diretrizes e demandas
existentes nas instituições de ensino de nível superior brasileiras, muito ainda a se fazer.
As bibliotecas necessitam de profissionais capacitados, com formação adequada e
treinamentos contínuos, agregando e adquirindo mais conhecimento e domínio nas áreas
exigidas, para garantir que a instituições atendam e respeitem as diretrizes apresentadas,
o emprego da língua brasileira de sinais e todos os recursos tecnológicos disponíveis
atualmente, contribuem para a facilitação da interação comunicacional e um atendimento
de qualidade para esses usuários.
Desta forma concluímos que para se ter uma educação de qualidade, diante dos
muitos desafios e obstáculos que esses discentes enfrentam, tendo em vistos as
explanações anteriores, ainda existe uma grande laguna que precisa ser preenchida por
parte dos governantes, e fazer com que as barreiras sejam dissipadas e esse público tenha
estrutura de ensino, matérias e sinalizações disponíveis em libras, autonomia e
atendimento de qualidade nas universidades e bibliotecas do país.
28

5 ANALISE E APRECIAÇÕES

A realização desta pesquisa se deu inicialmente na tentativa de vislumbrar os


desdobramentos de uma biblioteca social e inclusiva para pessoas surdas. O universo do
estudo comtempla os bibliotecários e profissionais atuantes nas unidades de informação
de caráter universitário no país, assim optou- se por analisar as bibliotecas universitárias
federais.
A coleta de dados foi realizada a partir do envio de formulários eletrônicos do tipo
Google Forms para os bibliotecários responsáveis, O questionário utilizado foi
desenvolvido com 11 (onze) questões, sendo 9 (nove) fechadas e 2 (duas) abertas. O
formulário foi elaborado com a preocupação de ser simples, pequeno e de fácil
compreensão e preenchimento. Levando em consideração a impossibilidade do contato
com os respondentes que na maioria estão alocados fora do Estado onde encontra-se a
pesquisadora.
Dessa forma, após os formulários estarem prontos foi realizado um levantamento
com os dados referentes as bibliotecas universitárias federais, com vista a obter os
contatos dos responsáveis por cada unidade. De acordo com o último levantamento
realizado pelo Ministério da Educação no ano de 2019, o Brasil conta com 69 bibliotecas
universitárias Federais, apresentadas na planilha a seguir:

Quadro 2- Quantitativo de bibliotecas Universitárias Federais por região


REGIÃO NÚMERO DE
BIBLIOTECAS
CENTRO-OESTE 8
NORDESTE 20
NORTE 11
SUDESTE 19
SUL 11
Fonte: (ADAPTADO DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2019)

Diante de tal levantamento, optou-se pela aplicação em 36 (trinta e seis)


bibliotecas que compõem as Universidades Federais Brasileiras, a escolha se deu
mediante a necessidade de contemplar as bibliotecas de todas as regiões, ficando inviável
a aplicação em 69 unidades. O envio do formulário foi realizado em 27/10/2022, ficando
a disposição para preenchimento durante 3 (três) semanas. Após realizado os envios e
aguardado o período mencionado, obteve-se um total de 36 (trinta e seis) formulários
respondidos.
29

Dessa feita, após o prazo estipulado, considerou-se o total de respondentes um


quantitativo significativo, de acordo com a justificativa acima detalhada.
A seguir será apresentado o detalhamento dos gráficos obtidos após a análise dos
formulários. A primeira questão buscava identificar o gênero dos participantes do estudo.

Gráfico 1- Gênero

Fonte: (DADOS DA PESQUISA, 2022)

Como mencionado anteriormente, optou-se por trabalhar o questionário em blocos


temáticas, iniciando com dados mais pessoais até introduzir a temática efetiva deste
trabalho, de forma a abranger de maneira mais significativa os respondentes. Neste
sentido, o primeiro questionamento buscava identificar com qual gênero os respondentes
da pesquisa se identificavam. De acordo com os dados apresentados 25% da população
entrevistada corresponde ao gênero masculino e 75% são do gênero feminino. Mostrando
uma maior incidência do gênero feminino nas bibliotecas Federais Universitárias.

Gráfico 2 –Profissão
30

Fonte: (DADOS DA PESQUISA, 2022)

Ainda buscando compreender quem são os respondentes da pesquisa, o segundo


questionamento tinha como propósito identificar a profissão dos respondentes. De acordo
com os dados apresentados 13,9% dos entrevistados são servidores técnico
administrativos e 86,1% são profissionais bibliotecários. Reforçando que a maior parte
dos profissionais são da área e estão atuando nessas bibliotecas, um dado extremamente
significativo.

Gráfico 3 – Região

Fonte: (DADOS DA PESQUISA, 2022)

Quanto as regiões que as unidades de informação (bibliotecas) participantes estão


alocadas, cerca de 8,3% são da região Norte, 16,7% da região Sul, 22,2% da região
31

Nordeste, 19,4% da região Centro-Oeste e 33,3% correspondem a região Sudeste. Aqui


vale destacar que buscou-se ao longo dessa pesquisa um cenário que abrangesse de
maneira significativa todas as regiões do país, buscando uma análise geográfica que fosse
considerada mais ampla e completa.

Gráfico 4 – Universidades Federais Brasileiras

Fonte: (DADOS DA PESQUISA, 2022)

Como mencionado anteriormente, um dos objetivos primordiais dessa pesquisa


era conseguir uma abrangência significativa no senário brasileiro, para isso foram
lançados os questionários para um total de 36 (trinta e seis) bibliotecas de universidades
federais brasileiras e obteve-se um total de 36 (trinta e seis) respostas. Tendo como
respondentes as unidades de informação vinculadas as instituições a seguir: Universidade
Federal da Grande Dourados (UFGD); Universidade Federal de Goiás (UFG);
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT); Universidade Federal de Jataí (UFJ);
Universidade Federal de Rondonópolis (UFR); Universidade Federal do Cariri (UFCA);
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE); Universidade Federal do Ceará (UFC); Universidade Federal do Maranhão
(UFMA); Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB); Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN); Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE);
Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA); Universidade Federal de Rondônia
(UNIR); Universidade Federal do Tocantins (UFT); Universidade Federal de Alfenas
(UNIFAL-MG); Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI); Universidade Federal de
32

Ouro Preto (UFOP); Universidade Federal do ABC (UFABC); Universidade Federal do


Espírito Santo (UFES); Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO);
Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA); Universidade Federal
de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); Universidade Federal de Pelotas
(UFPel); Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Universidade Federal do Rio
Grande (UFRG); Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Universidade
Federal do Norte do Tocantins (UFNT); Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG);
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP); Universidade Federal de Viçosa (UFV);
Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM); Universidade Federal de São
Carlos (UFSCar); Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ); Universidade
Federal de São João del-Rei (UFSJ).

Gráfico 5 - Discentes surdos ou deficientes auditivos

Fonte: (DADOS DA PESQUISA, 2022)

O questionamento de número 5, buscava identificar se as universidades possuíam


discentes surdos ou deficientes auditivos. De acordo com os dados apresentados 83,3%
dos entrevistados, afirmam que nas universidades federais onde prestam serviço, possuem
discentes surdos enquanto 16,7% não sabem informar, tal quantitativo é extremamente
significativo, principalmente do ponto de vista da inclusão de pessoas com necessidades
educacionais especificas na educação de nível técnico e superior. Diante disto, fica
evidente a necessidade da inclusão social e de profissionais capacitados para atender essa
demanda educacional.
33

Gráfico 6 - Discentes surdos ou deficientes auditivos que frequentam a biblioteca

Fonte: (DADOS DA PESQUISA, 2022)

O questionamento seguinte, tinha como base identificar se os discentes das


universidades frequentam as unidades de informação vinculadas a instituição. De acordo
com os dados apresentados 72,2% dos entrevistados, afirmam que nas universidades
federais onde prestam serviço, os discentes surdos ou deficientes auditivos frequentam a
biblioteca, enquanto 2,8% não frequentam e 25% não sabem informar. É importante
destacar novamente a necessidade de inclusão dessas pessoas nos diversos ambientes
universitários, a biblioteca universitária tem um papel de destaque no desempenho do
aluno durante a graduação e pós graduação, o número significativo de discentes
frequentastes desse ambiente é extremamente importante, mas ainda é necessário pensar
em uma inclusão integral e buscar identificar quais fatores afastam ou dificultam o acesso
desses estudantes dessa unidade de informação.

Gráfico 7 – Materiais, obras ou sinalização em Libras


34

Fonte: (DADOS DA PESQUISA, 2022)

A questão 7 tinha como objetivo compreender o acervo dessas unidades quanto


aos matérias acessíveis em formato da língua brasileira de sinais. Em relação ao acervo,
matérias ou sinalização em Libras 50% dos entrevistados, afirmam que nas bibliotecas
onde prestam serviço, possuem esse tipo de matérias ou sinalizações, enquanto que 50%
afirmam não possuir. Tal dado é relativamente preocupante, principalmente quando se
observa esses 50% que afirmam não possuir nenhum tipo de acervo ou sinalização.
Novamente incorpora-se o debate sobre a inclusão, onde muita se fala sobre, mas a
realidade é marcada por um processo de melhoria a passos lentos.

Gráfico 8 – Interpretes de Libras

Fonte: (DADOS DA PESQUISA, 2022)

O questionamento de número 8 tinha como objetivo identificar se existia nessas


unidades informacionais (biblioteca) o profissional interpretes de Libras como
35

prestadores de serviço, 25% dos respondentes afirmaram as bibliotecas possuem esse tipo
de profissional, enquanto que 75% não possuem. É importante apontar que de acordo com
o Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Capitulo VI, trata da garantia do direito
à educação das pessoas surdas ou com deficiência auditiva. “Art. 23. As instituições
federais de ensino, de educação básica e superior, devem proporcionar aos alunos surdos
os serviços de tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa em sala de aula e em
outros espaços educacionais, bem como equipamentos e tecnologias que viabilizem o
acesso à comunicação, à informação e à educação.”

Gráfico 9 – Servidores Interprete de Libras

Fonte: (DADOS DA PESQUISA, 2022)

O questionamento de número 9 tinha como objetivo identificar se as unidades


informacionais (biblioteca) possuem servidores, funcionários terceirizados ou
bibliotecários realizando atendimento adequado aos usuários surdos ou deficientes
auditivos, fazendo uso da língua brasileira de sinais (Libras). 27,8% afirmam que
possuem este tipo de servido, enquanto que 72,2% não possuem.

Gráfico 10 – Capacitação profissional


36

Fonte: (DADOS DA PESQUISA, 2022)

Sobre a oferta de capacitação profissional ou treinamentos para ensinar Libras aos


servidores que compõem as unidades informacionais (biblioteca) 55,6% afirmam já terem
este tipo de capacitação ofertada, enquanto que 44,4% das unidades não ofertaram este
serviço de capacitação. Considerando que atualmente são ofertados vários cursos de
capacitação gratuitos, a instituição possui o dever de ofertar capacitação profissional para
os colaboradores, de forma continuada.
Vale destacar a questão número 11, exposta a seguir, a mesma foi formulada de
maneira que as respostas fossem em formato discursivo para analisar a visão dos
respondentes quanto ao atendimento dos ambientes estudados.

Quadro 3 – Atendimento Satisfatório.

“Considero satisfatório sim, pois já foram feitas várias capacitações para a equipe neste
sentido.”

“Não, infelizmente sem preparo e aporte para tal deficiência.”

“Não. Embora não saiba informar se existe demanda ativa, acredito que precisamos nos
capacitar melhor para demandas futuras.”

“Sim. Conseguimos atender este público de maneira razoável, dentro de nossas


limitações.”

“Os servidores realizam treinamento de LIBRAS, mas não possuem aprofundamento


no assunto.”

“Não, pois não temos o devido preparo.”


37

“Ainda não é satisfatório o atendimento aos usuários surdos e deficientes auditivos na


Biblioteca, porém estamos realizando curso de libras ofertados pela instituição.”

“Ainda não é o suficiente. Estamos tendo treinamento direcionado ao atendimento ao


público surdo com intérprete da Instituição.”

“Não possuímos treinamento, nem acervo adaptado e nem profissional capacitado em


libras para atendimento e também não sei se a instituição possui discentes surdos ou
deficientes auditivos. Mas acredito que deva existir devido ao número de estudantes
existentes.”

“Não é satisfatório. Mas estamos fazendo parceria com o Núcleo de Acessibilidade da


UFCG, para que possamos avançar na oferta de serviços para esse público.”

“A biblioteca possui suporte tecnológico para o atendimento de pessoa com


necessidades especiais auditivas. A grande maioria dos funcionários fizeram cursos
para atendimento (porém como não praticam acabam não adquirindo "fluência").
Porém não há uma demanda desse tipo de atendimento na biblioteca e por tanto
considero satisfatório o atendimento oferecido.”

“Sim, mas sempre é possível melhorar, vislumbro como importante: O acervo em


LIBRAS, ter mais intérpretes de LIBRAS, servidores mais interessados em aprender
para atender melhor, etc.”

“Não, acredito que deveria existir um intérprete de Libras lotado na unidade, pois o
atendimento feito apenas por pessoas que tiveram um pequeno treinamento em Libras,
pode não ser suficiente para uma boa comunicação.”
Fonte: (DADOS DA PESQUISA, 2022)

Inicialmente cabe destacar o recebimento de uma mescla bastante significativa


nas respostas e justificativas, entretanto o entendimento da necessidade de melhoria nos
ambientes onde estão lotados é uma fala comum aos respondentes, o que nos mostra a
preocupação em adequar essas unidades informacionais para receber e oferecer produtos
e serviços satisfatórios aos seus usuários, as adequação vão de ofertas por mais cursos de
capacitação a profissionais de libras lotados nessas unidades de informação.
Neste sentido, é valido pensar que essa adequação está inserida nos termos da lei,
e já deveria ser pratica constante nos ambientes educacionais de ensino superior,
principalmente do ponto de vista de obter-se ambientes inclusivos e capacitados para essa
demanda tão urgente, fica perceptível que alguns passos já foram dados, mas ainda existe
uma necessidade imediata de melhoria nesse aspecto.
38

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme o desdobramento da temática apresentada, fica evidente a importância


que a biblioteca em seu papel social, como lugar que abarca ao usuário, buscando atender
da melhor forma possível suas necessidades. Bem como seu papel inclusivo,
proporcionando meios e um ambiente de qualidade para que os usuários que necessitam
de uma atenção maior, possam saber que naquele local eles podem se sentir integralizados
e que fazem parte daquele ambiente informacional. Desta forma, as bibliotecas
universitárias, como também os outros tipos, espalhadas pelo nosso país, possuem grande
relevância e seu trabalho transforma e contribui imensamente para a socialização da
comunidade surda e deficientes auditivos, com os ouvintes. Proporcionando assim a
formação do conhecimento e do aprendizado da comunidade como um todo, de forma a
não somente atender aos usuários da instituição de ensino, mas a toda a sociedade.
Mediante os resultados obtidos chegamos à conclusão, da evidente necessidade
de melhoria dos serviços ofertados nas universidades federias do país, como forma de
acessibilidade, materiais e dispor de acervo adequado para esse público, bem como
formação e adequação dos funcionários, possibilitando um atendimento satisfatório e a
necessidade de um olhar por parte dos governantes para esse grupo de usuários que
necessitam do aprendizado como qualquer cidadão, e para tal, as bibliotecas exercem o
papel de apoio e parceria com outras unidades de ensino e educação para pessoas surdas,
para assim talvez, vencer as dificuldades comunicacionais e de inclusão. Sendo assim fica
claro o alcance dos objetivos lançados ao trabalho, explanados nos gráficos, mostrando
que existe uma demanda crescente de usuários surdos integrando a comunidade
acadêmica das universidades do país, que estes usuários utilizam as bibliotecas e que
muitas vezes não encontram um atendimento de forma satisfatória para satisfazer suas
pesquisas acadêmicas.
Desta forma não podemos deixar de levar em consideração, que o DECRETO Nº 5.626,
DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005, inclui Libras como disciplina curricular optativa nos
demais cursos de educação superior e na educação profissional, a partir da publicação
deste decreto. Analisando a relevância do assunto abordado, explanamos a importância
da disciplina de língua Brasileira de Sinais, como obrigatória na base curricular
universitária. Visto que são os profissionais bibliotecários, como profissionais da
informação que irão auxiliar na busca informacional destes usuários, e assim contemplar
de forma mais eficaz o atendimento nas bibliotecas do país. Diante disto, compreende-se
39

que a temática abordada necessita ser estudada a partir de outros aspectos, buscando
melhorar a visibilidade da luta, que é tão importante. Como sugestão de estudos futuros,
compreende-se a necessidade de busca mais aprofundada sobre a temática e o
engajamento pela luta da inclusão e dos direitos que estes discentes com essa necessidade
especial tanto necessitam.

REFERÊNCIAS

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Evento I Jornada Científica e Tecnológica de Língua Brasileira de Sinais: Produzindo
conhecimento e integrando saberes. Rio de Janeiro, 2017. Disponível em:
https://nuedisjornadacientifica.weebly.com/anais-comunicaccedilotildees-orais.html.
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UNIVERSITÁRIAS, 18., 2014, Belo Horizonte. Anais Eletrônicos, Belo Horizonte:
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dissertação. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção, Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005, 138p.

STRAUSS, A.; CORBIN, J. Basics of Qualitative Research: Grounded Theory


Procedures and Techniques. London: SAGE Publications, 1990.
42

APÊNDICE A

Formulário de Questões:

Pesquisa Sobre: O papel da biblioteca social e inclusivo para pessoas surdas.


Olá me chamo Aline Oliveira de Souza, estou concluindo o curso de graduação em
biblioteconomia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte e venho por meio deste
solicitar sua ajuda para o preenchimento deste formulário.

Obrigada por participar da pesquisa Sobre: O papel da biblioteca social e inclusivo para
pessoas surdas! A sua opinião é extremamente importante e ajudará a saber como são
ofertados os serviços nas bibliotecas federais brasileiras para usuários surdos e deficientes
auditivos. O preenchimento do questionário dura cerca de 5 minutos e as informações
fornecidas serão mantidas no anonimato. Se você tiver dúvidas ou problemas para preencher
o
questionário, entre em contato conosco pelo e-mail: aline.oliveira.072@ufrn.edu.br.

Você permite que suas respostas sejam utilizadas conforme descrito acima, para a
composição do trabalho de conclusão de curso da referida pesquisadora? (x) SIM.

Com que gênero você se identifica?

o Feminino
o Masculino
o Outro

Qual a sua profissão?

o Profissional bibliotecário
o Servidor tec. Administrativo
o Outro

Em qual região está alocada sua unidade de informação (biblioteca)?

o Norte
o Nordeste
o Centro-Oeste
o Sudeste
o Sul

Em qual universidade federal você presta serviço?

Na universidade a qual você presta serviço possui discentes surdos ou deficientes


auditivos?

o Sim
o Não
43

o Não sei informar


Na universidade a qual você presta serviço, os discentes surdos ou deficientes
auditivos frequentam a biblioteca?

o Sim
o Não
o Não sei informar

Quanto ao acervo da unidade de informação (biblioteca) a qual você trabalha,


possui materiais, obras ou sinalizações em Língua brasileira de sinais (LIBRAS)?

o Sim
o Não

Na unidade de informação (biblioteca) a qual você trabalha existem interpretes


de Língua brasileira de sinais (LIBRAS), como prestadores de serviço?

o Sim
o Não
o
Na unidade de informação (biblioteca) a qual você trabalha, existem servidores,
funcionários terceirizados ou bibliotecários que realizam atendimento adequado
aos usuários surdos ou deficientes auditivos?

o Sim
o Não

A unidade de informação (biblioteca) a qual você trabalha, oferece ou já ofertou


capacitação profissional ou treinamentos, para ensinar língua brasileira de sinais
(LIBRAS), pensando numa melhor forma de atendimento a este tipo de usuário?

o Sim
o Não

Você considera satisfatório o atendimento oferecido na sua unidade de


informação para o público de usuários surdos e deficientes auditivos? Justifique.

Obrigada pela participação!

APÊNDICE B

Bibliotecas Universitárias respondentes ao formulário


44

UNIDADE
NOME SIGLA E-MAIL
FEDERATIVA

Universidade
Mato
Centro- Federal da
Grosso do UFGD biblioteca.csb@ufgd.edu.br
oeste Grande
Sul
Dourados

Universidade
Centro-
Goiás Federal de UFG direcao.bc@ufg.br
oeste
Goiás

Universidade
Centro- Mato
Federal de Mato UFMT bibliotecacentral@ufmt.br
oeste Grosso
Grosso

Centro- Universidade
Goiás UFJ direção.sibi@ufmt.br
oeste Federal de Jataí

Universidade
Centro- Mato
Federal de UFR biblioteca@ufr.edu.br
oeste Grosso
Rondonópolis

Universidade
Nordeste Ceará Federal do UFCA bcjn.sibi@ufca.edu.br
Cariri

Universidade
Federal de
Nordeste Paraíba UFCG bibliotecacentral@setor.ufcg.edu.br
Campina
Grande

Universidade
Nordeste Pernambuco Federal de UFPE bib.bc@ufpe.br
Pernambuco

Universidade
Nordeste Ceará Federal do UFC bu@ufc.br
Ceará
45

UNIDADE
NOME SIGLA E-MAIL
FEDERATIVA

Universidade
Nordeste Maranhão Federal do UFMA sib.bc@ufma.br
Maranhão

Universidade
Nordeste Bahia Federal do UFOB bibliotecacentral@ufob.edu.br
Oeste da Bahia

Universidade
Rio Grande Federal do Rio
Nordeste UFRN bcdir@bczm.ufrn.br
do Norte Grande do
Norte

Universidade
Nordeste Pernambuco Federal Rural de UFRPE diretoria.bc@ufrpe.br
Pernambuco

Universidade
Rio Grande
Nordeste Federal Rural UFERSA direcaosisbi@ufersa.edu.br
do Norte
do Semiárido

Universidade
Norte Rondônia Federal de UNIR bcunir@unir.br
Rondônia

Universidade
Norte Tocantins Federal do UFT coordbiblio@uft.edu.br
Tocantins

Universidade
Tocantins Federal do
Norte UFNT bibliopalmas@uft.edu.br
Norte do
Tocantins

Universidade
Minas UNIFAL-
Sudeste Federal de sibiunifal@unifal-mg.edu.br
Gerais MG
Alfenas
46

UNIDADE
NOME SIGLA E-MAIL
FEDERATIVA

Universidade
Minas
Sudeste Federal de UNIFEI maua@unifei.edu.br
Gerais
Itajubá

Universidade
Minas
Sudeste Federal de Ouro UFOP sisbin@uf.edu.br
Gerais
Preto

Universidade
Minas
Sudeste Federal de UFV bcentral@ufv.br
Gerais
Viçosa

Universidade
Minas Federal do
Sudeste UFMT biblioteca@uftm.edu.br
Gerais Triângulo
Mineiro

Universidade
Minas
Sudeste Federal de UFMG bu-bcentral@ufmg.br
Gerais
Minas Gerais

Universidade
Minas
Sudeste Federal de São UFSJ dibib@ufsj.edu.br
Gerais
João del-Rei

Universidade
Sudeste São Paulo UFABC sisbi@ufabc.edu.br
Federal do ABC

Universidade
Sudeste São Paulo Federal de São UFSCAR diretoria.sibi@ufscar.br
Carlos

Universidade
Sudeste São Paulo Federal de São UNIFESP crbu@unifesp.br
Paulo
47

UNIDADE
NOME SIGLA E-MAIL
FEDERATIVA

Universidade
Espírito
Sudeste Federal do UFES direcao.biblioteca@ufes.br
Santo
Espírito Santo

Universidade
Rio de Federal do
Sudeste UNIRIO atendimentobiblioteca@unirio.br
Janeiro Estado do Rio
de Janeiro

Universidade
Rio de Federal Rural
Sudeste UFRRJ bibliot@ufrrj.br
Janeiro do Rio de
Janeiro

Universidade
Federal da
Sul Paraná Integração UNILA ju.biunila@unila.edu.br
Latino-
Americana

Universidade
Federal de
Rio Grande biblioteca@ufcspa.edu.br
Sul Ciências da UFCSPA
do Sul
Saúde de Porto
Alegre

Universidade
Rio Grande
Sul Federal de UFPel nucleodebibliotecas@gmail.com
do Sul
Pelotas

Universidade
Santa
Sul Federal de Santa UFSC bc@contato.ufsc.br
Catarina
Catarina
48

UNIDADE
NOME SIGLA E-MAIL
FEDERATIVA

Universidade
Rio Grande
Sul Federal do Rio UFRG sib.bibliotecacentral@furg.br
do Sul
Grande

Universidade
Rio Grande
Sul Federal do Rio UFRGS bcentral@bc.ufrgs.br
do Sul
Grande do Sul

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