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NATAL/RN
2022
EROS GIBSON MAINIERI DA CUNHA PINTO
NATAL/RN
2022
EROS GIBSON MAINIERI DA CUNHA PINTO
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________
Profª. Dra. Ilaydiany Cristina Oliveira da Silva (UFRN)
Orientadora
_____________________________________________________
Profª. Dra. Mônica Marques Carvalho Gallotti (UFRN)
Examinadora interna
_____________________________________________________
Profª. Ma. Maria da Conceição Davi (UFRN)
Examinadora interna
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todos que me ajudaram neste longo caminho, direta e
indiretamente. Se eu consegui chegar até aqui, foi por mérito de todos vocês também.
À minha mãe, que sempre sonhou com este momento e sempre esteve ao meu lado,
me apoiando e amando incondicionalmente. Ao meu companheiro Luis, que me
motivou a não desistir e me apoiou desde o começo da graduação. Ao meu
companheiro Pablo, que esteve ao meu lado nessa reta final, sempre que precisei,
me dando todo o suporte quando eu achava que tudo iria dar errado. Aos meus
familiares, aos meus amigos, aos meus professores. Dedico a todos vocês.
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 14
5 CONSIDERAÇÕES ..................................................................................... 48
REFERÊNCIAS........................................................................................... 50
14
1 INTRODUÇÃO
2 INCURSÃO TEÓRICA
Sabe-se que sexo se relaciona com o tipo de genitália, que é uma característica
biológica, na qual o indivíduo nasce com um órgão sexual, podendo este ser um órgão
masculino ou feminino, porém há indivíduos que nascem com os dois órgãos e nestes
casos são chamados de Intersexual, ou hermafrodita como era chamado antigamente,
e que se refere as pessoas que nascem com características tanto masculinas quanto
femininas, podem possuir ambos os cromossomos XX e XY e genitálias (ou parte do
sistema reprodutor) de ambos os sexos. Jesus (2012), esclarece que Intersexual é
uma
Assim, afirma-se que “gênero vai além do sexo: O que importa, na definição do
que é ser homem ou mulher, não são os cromossomos ou a conformação genital, mas
a autopercepção e a forma como a pessoa se expressam socialmente” (JESUS, 2012,
p. 6). Compreende-se então que gênero é uma classificação pessoal e social. Logo,
Identidade de Gênero se refere ao gênero com que uma pessoa se identifica, seja ele
de acordo ao gênero que o foi dado ao nascer ou não.
CONCEITO DESCRIÇÃO
Identidade de Gênero Gênero com o qual uma pessoa se identifica, que pode ou não
concordar com o gênero que lhe foi atribuído quando de seu
nascimento. Diferente da sexualidade da pessoa. Identidade
de gênero e orientação sexual são dimensões diferentes e que
não se confundem. Pessoas transexuais podem ser
heterossexuais, lésbicas, gays ou bissexuais, tanto quanto as
pessoas cisgênero.
Assexual Pessoa que não sente atração sexual por pessoas de qualquer
gênero.
Assim, um ano após a Revolta ocorreu uma passeata que reuniu quase dez
mil homossexuais para comemorar a Rebelião de Stonewall, e o dia 28 de junho ficou
conhecido como Dia do Orgulho Gay. Assim, foi formada a Gay Liberation Front
(Frente de Libertação Homossexual) que a partir dela centenas de organizações de
homossexuais começaram a surgir no mundo (OKITA, 2007, MACRAE, 2011).
pesquisarem e estudarem sobre o tema, e que resiste até os dias de hoje. Nesta
mesma década, ocorre o primeiro Encontro Brasileiro de Homossexuais, e um ano
depois, a primeira celebração do Dia do Orgulho Gay, em 28 de junho (CANABARRO,
2013). Com isso, surgem filiais do Somos - Comunicação e Sexualidade, espalhando-
se através do Brasil, concomitantemente a novas organizações de travestis e
transexuais.
Vale destacar que foi apenas em 1985, que no Brasil o Conselho Federal de
Medicina removeu a homossexualidade da classificação de doenças através de uma
campanha nacional que obteve o apoio de mais de 16 mil pessoas, entre intelectuais
renomados, políticos e artistas, se pondo à frente até de resolução semelhante da
Organização Mundial e Saúde (CANABARRO, 2013). Assim, a Organização Mundial
de Saúde remove de seus catálogos médicos em 1990 o “homossexualismo” (o sufixo
ismo neste caso se remetia à doença e caiu em desuso) de seu DSM - Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais e CID - Código Internacional de
Doenças, passando a se chamar “homossexualidade” como orientação sexual
individual (CANABARRO, 2013).
Por fim, em 13 de junho de 2019, por oito votos a três, o Superior Tribunal
Federal determinou que a homofobia passasse a ser punida pela Lei de Racismo
(7716/89), que a partir deste momento prevê crimes de discriminação, ou preconceito
por raça, cor, etnia, religião e procedência nacional (FERREIRA; SACRAMENTO,
2019).
De forma geral, pode-se afirmar que ocorreram vários avanços ao longo das
décadas no tocante às lutas pelos direitos das pessoas LGBTs, com vistas à formação
de uma sociedade mais igualitária e tolerante que respeite as diferenças e os espaços
dos indivíduos que nela integram. Mas, ainda há muito a se discutir junto à sociedade
com vistas a diminuir os preconceitos entre os indivíduos. Por isso, há a necessidade
de se falar sobre o assunto dentro das universidades, instigar estudos científicos
acerca deste grupo social, de forma a quebrar barreiras sociais e promover uma ampla
divulgação sobre quem são estes indivíduos que são marginalizados há décadas.
Para tanto, a seção a seguir abordará a importância da discussão dessa temática na
ciência.
27
Assim, enfoca-se que a maior parte dessa produção formal é oriunda das
universidades e centros de pesquisa, os quais possibilitam o desenvolvimento de
pesquisas que irão contribuir com a resolução ou minimização dos problemas
existentes. Estas produções possibilitam uma visão por diversos atores sociais sobre
questões que permeiam a vida da sociedade. E por isto há a importância de ampla
divulgação destas temáticas científicas para que os indivíduos tenham conhecimento
acerca dos problemas que os cercam e possam contribuir com ideias e opiniões sobre
os assuntos relacionados a estes indivíduos.
1
Reforça-se a ideia de que este estudo não pretende esgotar a temática e sim indicar suas premissas
principais.
31
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Assim, este estudo realizou uma coleta de dados sobre a produção científica
acerca do Movimento LGBTQIA+ dentro da área da Ciência da Informação e
Biblioteconomia publicada na Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos
em Ciência da Informação (Brapci) com vistas a gerar novos entendimentos acerca
de características que permeiam essas publicações.
Para a coleta dos dados dessa pesquisa, foi realizada uma busca acerca das
publicações científicas sobre o movimento LGBTQIA+ na Brapci (https://brapci.inf.br/),
buscando dessa forma identificar todas a produções sobre a temática dentro da área
de Ciência da Informação, de modo a identificar características nessas publicações
que subsidiam o entendimento acerca da importância da temática por autores e
período.
responsável por 1/3 das publicações. Assim, é possível identificar quais são os
periódicos que mais contribuem com a publicação de determinada temática.
No tocante aos autores que mais publicam, identificou-se que 238 autores
integram este estudo e pôde-se constatar por meio da aplicação da Lei de Lotka que
20% destes, ou seja, 46 autores são os mais produtivos quanto a temática LGBTQIA+
dentro da área. Buscando representar estes autores, elaborou-se a tabela 01 abaixo
com a relação dos 39 autores, visto que a quantidade de publicações por autor são
poucas e que a partir da 40ª colocação, os demais autores possuem apenas 01
publicação. Dessa forma, listou-se os autores que publicaram até 02 artigos sobre a
temática, conforme a tabela abaixo.
Tabela 1 - Ranking dos autores que mais publicam sobre LGBTQIA+ nas produções da área
de Ciência da Informação indexadas na Brapci
QUANT. DE
RANKING AUTORES
PRODUÇÕES
1 BRITO, Jean Fernandes 8
2 MATIAS, Márcio 5
3 SANTOS, Raimundo Nonato Macedo dos 4
4 OLIVEIRA, Dalgiza Andrade 4
5 CORTES, Gisele Rocha 4
6 VIANA, Azilton Ferreira 4
7 SILVA, Rafaela Carolina 3
8 SILVA, Laelson Felipe da 3
9 LIMA, Gláucio Barreto 3
10 SOARES, Gilberta Santos 3
38
QUANT. DE
RANKING AUTORES
PRODUÇÕES
(Continuação)
11 MELO, Maytê Luanna Dias de 3
12 SANTANA, Sérgio Rodrigues 2
13 FONTES, Leonardo Augusto Silva 2
14 SILVA, Diego Barbosa da 2
15 JORENTE, Maria José Vicentini 2
16 GIRARD, Carla Daniella Teixeira 2
17 APOCALYPSE, Simão Marcos 2
18 SANTOS, Bruno Almeida dos 2
19 LOPES, Luiz Rogério 2
20 SILVA, Leyde Klebia Rodrigues da 2
21 LUBISCO, Nídia M. L 2
22 SOUZA, Edivanio Duarte 2
23 MARTINS, tradução Elizabeth 2
24 SAMPAIO, Denise Braga 2
25 MATA, Marta Leandro da 2
26 SANTANA, Sérgio Rodrigues de 2
27 CAULFIELD, Sueann 2
28 COVELLO, Lucas Gatto 2
29 BISSOLI, Bruna da Silva 2
30 FERREIRA, Vinicius 2
31 NASCIMENTO, Marcela Aguiar da Silva 2
32 SILVA, Luiz Rogério Lopes 2
33 BOTELHO-FRANCISCO, Rodrigo Eduardo 2
34 FREIRE, Isa Maria 2
35 OLIVEIRA, Henry Poncio Cruz de 2
36 TARGINO, Maria das Graças 2
37 PISSELI, Bianca Iris 2
38 SACRAMENTO, Igor 2
39 LIMA, Izabel de França 2
Fonte: Dados da pesquisa (2022).
39
Os dados apresentam que o autor que mais publica na área e que está no topo
do ranking com 8 publicações é Jean Fernandes Brito2, que é professor facilitador de
aprendizagem na Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP),
doutorando em Ciência da Informação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP),
mestre em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC) e Bacharel em Biblioteconomia pela Unesp.
2
Curriculo disponível em: http://lattes.cnpq.br/3145813415160978
3
Curriculo disponível em: http://lattes.cnpq.br/1501432966944448
4
Curriculo disponível em: http://lattes.cnpq.br/2595121603577953
5
Curriculo disponível em: http://lattes.cnpq.br/2803696275869287
6
Curriculo disponível em: http://lattes.cnpq.br/9665648668089568
40
No sexto lugar, com 4 publicações, está Azilton Ferreira Viana 7 que de acordo
com seu currículo Lattes é mestre em Ciências da Informação pela UFMG, e possui
Graduação em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC
Minas).
De modo geral, foi possível observar que existem apenas 88 artigos com
temática sobre o movimento ou pessoas LGBTQIA+ produzidos no Brasil e indexados
à plataforma no período que compreende desde 1972 a 2022. Ou seja, durante 50
anos de produção científica, na Ciência da Informação, foram produzidos apenas 88
artigos dentro da referida temática, um número extremamente baixo se comparado a
outros temas dentro da CI.
Figura 3 - Relações de coautoria dos autores das publicações sobre LGBTQIA+ indexadas
na Brapci
7
Currículo disponível em: http://lattes.cnpq.br/6549772701166007
41
Saúde
Encontro Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Ciência da 9
Informação
Revista Folha de Rosto 7
Acervo - Revista do Arquivo Nacional 6
2ª Esfera
Archeion Online 2
Convergência em Ciência da Informação 1
Hipertext.net (Espanha) 1
Revista Fontes Documentais 1
Seminário Nacional de Gestão da Informação e do 1
Conhecimento
Congresso de Gestão Estratégica da Informação, 1
Empreendedorismo e Inovação
Ponto de Acesso 1
Em Questão 1
Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina 1
43
PERIÓDICOS QUANT. DE
PUBLICAÇÕES
Cadernos BAD (Portugual) 1
Comunicação & Informação 1
Ciência da Informação em Revista 1
Informação & Tecnologia 1
Fonte: Dados da pesquisa (2022).
8
Disponível em:
https://www.reciis.icict.fiocruz.br/index.php/reciis/about/editorialPolicies#focusAndScope
9
Disponível em: https://www.ufrgs.br/enancib2022/
44
10
Disponível em: https://periodicos.ufca.edu.br/ojs/index.php/folhaderosto/about
11
Disponível em: https://revista.an.gov.br/index.php/revistaacervo/about
12
Disponível em: https://rbbd.febab.org.br/rbbd/about/editorialPolicies#focusAndScope
13
Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/moci
14
Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/sobre_a_revista
45
25
20
16
15 13
11
10 8
5 2 3 3
0
2013 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Anos
15
Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/pbcib/about
46
Ao tentar aplicar a Lei de Zipf nesta pesquisa pôde-se constatar que os poucos
dados coletados não permitiram construir as classificações de termos triviais,
interessantes e ruídos, propostas por Zipf. Assim, definiu-se estabelecer uma rede de
relações dos termos existentes através da formação de um grafo representado na
figura 3 abaixo.
A partir da análise do grafo acima identificou-se que a maior parte dos termos
indexados são relacionados a sexualidade e as áreas de Biblioteconomia e Ciência
da Informação. Fato este que desperta o entendimento que a maior parte dos estudos
realizados desde então tratam da questão da afirmação do Movimento LGTQIA+
dentro da sociedade, buscando discutir as variações de gêneros com a comunidade
acadêmica e disseminando através destas publicações informações que possibilitem
a compreensão dos assuntos que cercam o Movimento para a sociedade em geral,
de modo a diminuir os preconceitos vivenciados pela comunidade LGBTQIA+.
Sendo assim, este estudo parte para as conclusões da pesquisa, que serão
apresentadas na seção a seguir.
48
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foram recuperados 157 autores que produzem sobre a temática, sendo os que
mais produzem: Jean Fernandes Brito, Márcio Matias, Raimundo Nonato Macedo dos
Santos, Dalgiza Andrade Oliveira e Gisele Rocha Cortês. Entretanto, a maior parte
destes autores não realizaram quantidade significativa de trabalhos entre si,
destacando-se relações de coautoria limitadas, com apenas uma formalização de
relações deste tipo entre os pesquisadores/autores Jean Fernandes Brito e Márcio
Matias. Portanto, é possível verificar que para além da escassez de trabalhos
publicados na área, o assunto é tratado de forma dispersa o que concorre para o
enfraquecimento a discussão na academia.
49
O estudo foi pertinente para constatar que ainda é preciso explorar ainda mais
a temática LGBTQIA+ na esfera da Ciência da Informação, pois é possível observar
que houve um declínio na produção do ano de 2019 (29 publicações) para 2020
(apenas 8), porém houve um aumento no ano de 2021 (13 artigos) que ainda não foi
alcançado no ano corrente de 2022 com até então 3 artigos recuperados na data em
que foi feita a coleta de dados. Mas, compreende-se que muito ainda precisa ser
modificado, desde a discussão maior sobre esta temática dentro da academia como
na própria sociedade em geral, de modo a possibilitar a diminuição de preconceitos
que desfavorecem a presença e aceitação da população LGBTQIA+ em diversos
âmbitos da sociedade.
Por fim, reflete-se que este trabalho poderá ser expandido em pesquisas
posteriores, visando identificar e caracterizar as produções científicas da área de
Ciência da Informação indexadas em outras bases de dados, como a Web of Science
e Scopus, de modo a retratar as características dessas produções em nível
internacional.
50
REFERÊNCIAS
CARTER, David. What made Stonewall Different. The Gay & Lesbian Review
Worldwide. 16 (4): 11–3, 2012. Disponível em: https://glreview.org/article/article-
509/. Acesso em: 13 Fev. 2022.
CIELO. Cielo explica o significado e origem da sigla LGBTQIA +. Confira!. Disponível
em: https://blog.cielo.com.br/institucional/significado-da-sigla-lgbtqia/. Acesso em: 13
jul. 2022.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2002. Disponível em:
https://home.ufam.edu.br/salomao/Tecnicas%20de%20Pesquisa%20em%20Econom
ia/Textos%20de%20apoio/GIL,%20Antonio%20Carlos%20-
%20Como%20elaborar%20projetos%20de%20pesquisa.pdf. Acesso em: 23 jan.
2022.
MELO, Iran Ferreira de. Breves notas históricas sobre sexualidades e identidades de
gênero periféricas: o alvorecer do movimento LGBT no mundo. Revista Bagoas,
Natal, n. 14, 2016, p. 205-232. Disponível em:
https://periodicos.ufrn.br/bagoas/article/view/11453/8063. Acesso em: 17 jun. 2022.
SANTOS, Raimundo Nonato Ribeiro; TARGINO, Maria das Graças; FREIRE, Isa
Maria. A temática diversidade sexual na Ciência da Informação: a perspectiva da
responsabilidade social. Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação e
Biblioteconomia, [S.L.], v. 12, n. 2, p. 114-135, 19 out. 2017. Disponível em:
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/30216. Acesso em: 16 jun. 2022.