Você está na página 1de 78

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
CURSO DE BIBLIOTECONOMIA

ANA CLÁUDIA NOGUEIRA DA COSTA

COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA NO YOUTUBE: ANÁLISE


CIBERMÉTRICA DO CANAL BIBLIOUFRN

NATAL
2022
ANA CLÁUDIA NOGUEIRA DA COSTA

COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA NO YOUTUBE: ANÁLISE


CIBERMÉTRICA DO CANAL BIBLIOUFRN

Monografia apresentada ao curso de graduação


em Biblioteconomia, da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte, como requisito parcial
à obtenção do título de Bacharel em
Biblioteconomia.

Orientadora: Profa. Dra. Nancy Sánchez Tarragó

Coorientadora: Profa. Ma. Adelaide Helena


Targino Casimiro

NATAL
2022

Esta obra está licenciada com uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.
Permite que outros distribuam, remixem, adaptem e desenvolvam seu trabalho, mesmo
comercialmente, desde que creditem a você pela criação original. Link dessa licença:
creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema De Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA.

Costa, Ana Cláudia Nogueira da.


Comunicação e Divulgação Científica no YouTube: análise cibermétrica do canal
BiblioUFRN / Ana Cláudia Nogueira da Costa. - 2022.
76f.: il.

Monografia (Graduação em Biblioteconomia) - Universidade Federal do Rio


Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Departamento de Ciência da
Informação. Natal, RN, 2022.
Orientadora: Profa. Dra. Nancy Sánchez Tarragó.
Coorientadora: Profa. Ma. Adelaide Helena Targino Casimiro.

1. Biblioteconomia - Monografia. 2. Comunicação científica - Monografia. 3.


Divulgação científica - Monografia. 4. Redes sociais - YouTube - Monografia. 5.
Canal BiblioUFRN - Monografia. I. Sánchez Tarragó, Nancy. II. Casimiro, Adelaide
Helena Targino. III. Título.

RN/UF/Biblioteca CCSA CDU 02:007

Elaborado por Shirley de Carvalho Guedes - CRB-15/440


ANA CLÁUDIA NOGUEIRA DA COSTA

COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA NO YOUTUBE: ANÁLISE


CIBERMÉTRICA DO CANAL BIBLIOUFRN

Monografia apresentada ao curso de graduação


em Biblioteconomia, da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte, como requisito parcial
à obtenção do título de Bacharel em
Biblioteconomia.

Aprovada em: 16/12/2022

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________
Profa. Dra. Nancy Sánchez Tarragó
Orientadora
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

______________________________________________________________
Profa. Ma. Adelaide Helena Targino Casimiro
Coorientadora
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

______________________________________________________________
Profa. Dra. Monica Marques Carvalho Gallotti
Membro Interno
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

______________________________________________________________
Profa. Dra. Ilaydiany Cristina Oliveira da Silva
Membro Interno
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Dedico aos meus pais Genaro e Luzia e minha
tia Terezinha (in memoriam), que foram
essenciais no meu crescimento como pessoa,
Claudianne (irmã), Victor Andreas e Clarissa
(sobrinhos) por me apoiarem e estarem ao meu
lado todo o tempo, até mesmo quando estou de
mau humor. A todas às famílias que no período
da Pandemia por COVID-19 perderam algum
ente querido.
AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Genaro Florentino da Costa e Luzia Nogueira da Costa (In Memoriam)
por proporcionarem a melhor educação que podiam dar e que norteou o meu caminho até chegar
aqui através dos sacrifícios e que não foram em vão. O grande legado deles é minha educação.
À minha tia Terezinha Nogueira (In Memoriam) que sempre torcia pelos sobrinhos durante a
vida acadêmica e vibrava a cada conquista realizada.
À minha irmã Claudianne Nogueira da Costa e aos meus sobrinhos Victor Andreas e
Clarissa que sempre estão comigo nos meus melhores e piores dias.
À Regina Paulina que incentivou a fazer o curso de Biblioteconomia, além do apoio,
suporte e sobretudo a amizade e que me aguentou mesmo quando tirei o seu juízo durante toda
essa jornada.
À Professora Dra. Nancy Sánchez Tarragó que aceitou me orientar, soube esperar e
teve paciência quando eu estava num processo de falta de inspiração para escrever a
monografia. Suas orientações foram importantes nesse processo e grata pela amizade
desenvolvida durante o curso; obrigada por me deixar participar, aprender e confiar nas minhas
habilidades no Apoio Editorial da Revista Informação na Sociedade Contemporânea (RISC)
como minha Editora Chefe.
À Professora Ma. Adelaide Helena Targino Casimiro (Adel) que aceitou o convite de
me coorientar nesse processo, além de me incentivar a não desistir e dar conselhos quando eu
estava com dificuldades para iniciar a monografia. Seu carinho e bom humor foram essenciais
nessa jornada, além da compreensão do quão foi difícil tentar escrever durante a pandemia por
Covid-19. Obrigada pela sua amizade.
Aos amigos de turma que fiz ao longo dessa jornada e que acompanharam as alegrias e
agruras da vida acadêmica. Eliud Tavares (desde o início do curso), Joyce Ingrid (minha
companhia em artigos e normalização de trabalhos), Rogério Torquato (suas loucuras e sacadas
criativas contagia qualquer um, comprou e executou as ideias loucas que tive durante a “Gestão
Participativa” do Centro Acadêmico, serei eternamente madrinha de Boy & Véi), Hugo Nóbrega
(meu afilhado) que também estava lá para compartilhar as alegrias e resenhas durante o curso.
Os amigos que fiz durante a Gestão do Centro Acadêmico Zila Mamede (CAZMA)
durante o ano de 2021. Sulamita Lima, Antônia Danielle, Daniela Cândido, Élen Ferreira,
Rafael dos Santos, Rogério Torquato (Thor4) e Márcia Josélia (fizemos história e deixamos
nossa marca no coração do curso). Vocês são os melhores. Sula, Antônia e Daniela obrigada
por me incentivarem a não desistir da monografia.
A Bruno Vinício e Larissa Alves, demais colegas do curso que sempre estavam
presentes e que partilharam as loucuras, resenhas e aprendizados no “Escritório do Curso”.
À Malkene Wytiza que estava lá quando eu estava com minhas incertezas para
produzir minha monografia (obrigada por escutar minhas lamúrias e não me deixar desistir).
Aos meus queridos professores que ensinaram o que sabem de melhor na
Biblioteconomia para nossa formação e por me deixar aperreá-los fora do horário do expediente
universitário. Mônica Marques Carvalho Gallotti (obrigada pelos conselhos e por me ouvir
sempre), Andrea Vasconcelos Carvalho (obrigada por participar do Projeto CEEP), Professora
Antônia Freitas Neta (obrigada por participar do Projeto Leitura para Liberdade da Penitenciária
Estadual de Parnamirim - PEP), Francisco de Assis Noberto Galdino de Araújo (por ajudar nas
adaptações necessárias à minha chegada no curso) e demais professores, Gabrielle Francinne
Tanus, Eliane Ferreira, Pedro Barbosa Neto, Nádia Vanti, Fernando Vechiato, Jacqueline
Aparecida, Luciana Moreira, Wagner Medeiros, Ana Cláudia Ribeiro, Carla Beatriz e
Conceição Guilherme (In Memoriam).
À Mônica Gallotti e Ilaydiany Cristina, obrigada por aceitarem participar da minha
banca e me proporcionar outros olhares acerca da minha produção acadêmica.
À Valéria Maria Lima da Silva, Bibliotecária e Coordenadora da Biblioteca Setorial
Professor Rodolfo Helinski da Escola Agrícola de Jundiaí, pela parceria, ensinamentos e
amizade ao longo do estágio obrigatório do curso.
Aos funcionários do DECIN/COBIB e ao pessoal terceirizado, nas pessoas de Jussier
e Messias que me deram suporte quando precisei.
À UFRN por proporcionar um ensino de qualidade a todos, independente de cor, credo,
raça e ideologia (mesmo sofrendo cortes orçamentários brutais nos últimos quatro anos).
Obrigada às pessoas que contribuíram direta e/ou indiretamente para que eu pudesse
concluir o curso.
RESUMO

As tecnologias digitais, a web 2.0 e as mídias sociais têm transformado profundamente os canais
e mecanismos de comunicação e divulgação da ciência. A pandemia de Covid-19 também
trouxe imensos desafios para a educação e a pesquisa, relevando a importância de plataformas
como YouTube para a realização de atividades de ensino, pesquisa, extensão e sua comunicação
e divulgação entre pares e a sociedade em geral. Nesse contexto, o objetivo geral da pesquisa
é analisar as características, alcance e importância do canal BiblioUFRN no YouTube, como
meio de comunicação e divulgação da ciência na área de Biblioteconomia e Ciência da
Informação. Como objetivos específicos o trabalho visa: descrever as características dos vídeos
publicados pelo canal no Youtube; caracterizar o perfil dos palestrantes e mediadores do canal;
analisar visibilidade e engajamento do canal e verificar sua repercussão em outras plataformas
e organizações. Do ponto de vista metodológico, se caracteriza como exploratória e descritiva,
e utiliza como técnicas a pesquisa bibliográfica, documental e a cibermetria, na vertente dos
estudos métricos de mídias sociais. A amostra selecionada para a pesquisa foram 70 vídeos
disponíveis no canal BiblioUFRN entre junho de 2020 e dezembro de 2021, abrangendo todo
o período do ensino remoto emergencial. Foram levantados indicadores de visibilidade e
engajamento, assim como outros que permitiram caracterizar os vídeos, seus participantes como
palestrantes e mediadores e o público. Uma parte dos indicadores foi levantada manualmente e
outros por meio da ferramenta YouTube Analytics. Os resultados apontam para um predomínio
de vídeos transmitidos ao vivo no YouTube; um notável incremento de inscritos no canal
durante o período analisado assim como altos volumes de visualizações. A audiência do canal
é composta majoritariamente pela audiência feminina e a faixa etária do público que mais
acompanha o canal tem entre 25 e 34 anos. Os eventos realizados no canal contaram com um
grande número de palestrantes e mediadores, a maioria com titulação de doutorado e vinculados
às instituições de educação superior. Entre as temáticas mais abordadas pelos eventos
transmitidos no canal se encontram aquelas relacionadas com Atuação Profissional, Pesquisa
Científica, Estudos Métricos da Informação e Formação Acadêmica. A pesquisa permite
concluir que o canal BiblioUFRN se mostra relevante no campo da Biblioteconomia e Ciência
da Informação, como espaço de comunicação e divulgação científica.

Palavras-Chave: comunicação científica; divulgação científica; YouTube; cibermetria; canal


BiblioUFRN; Biblioteconomia e Ciência da Informação.
ABSTRACT

Digital technologies, web 2.0 and social media have profoundly transformed the channels and
mechanisms for communicating and disseminating science. The Covid-19 pandemic also
brought immense challenges to education and research, highlighting the importance of
platforms such as YouTube for carrying out teaching, research, extension activities and their
communication and dissemination among peers and society in general. In this context, the
general objective of the research is to analyze the characteristics, scope and importance of the
BiblioUFRN channel on YouTube, as a means of communication and dissemination of science
in the area of Librarianship and Information Science. As specific objectives, the work aims to:
describe the characteristics of the videos published by the YouTube channel; characterize the
profile of the channel's speakers and mediators; analyze channel visibility and engagement and
check its impact on other platforms and organizations. From the methodological point of view,
it is characterized as exploratory and descriptive, and uses bibliographic and documental
research and cybermetrics as techniques, in the field of metric studies of social media. The
sample selected for the research was 70 videos available on the BiblioUFRN channel between
June 2020 and December 2021, covering the entire period of emergency remote teaching.
Indicators of visibility and engagement were surveyed, as well as others that allowed
characterizing the videos, their participants as speakers and mediators, and the public. A part
of the indicators was raised manually and others through the YouTube Analytics tool. The
results point to a predominance of videos transmitted live on YouTube; a notable increase in
subscribers to the channel during the analyzed period, as well as high volumes of views. The
channel's audience is made up mostly of female audiences and the age group that most follows
the channel is between 25 and 34 years old. The events held on the channel had a large number
of speakers and mediators, most with doctoral degrees and linked to higher education
institutions. Among the themes most addressed by the events broadcast on the channel are those
related to Professional Practice, Scientific Research, Metric Studies of Information and
Academic Training. The research allows us to conclude that the BiblioUFRN channel is
relevant in the field of Librarianship and Information Science, as a space for communication
and scientific dissemination.

Keywords: scientific communication; scientific divulgation; YouTube; cybermetrics;


BiblioUFRN channel; Librarianship and Information Science.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Modelo dos processos de comunicação científica ................................................ 20


Figura 2 – Conceitos e características da Web 2.0 ................................................................ 26
Figura 3 – Os 4 Rs da responsabilidade do YouTube para coibir conteúdos que violem
regras e políticas de publicação de vídeos ............................................................ 29
Figura 4 – Relação entre as subáreas em Estudos Métricos da Informação .......................... 35
Figura 5 – Quadrantes dos Estudos Métricos da Informação na web .................................... 40
Figura 6 – Print da tela do Canal BiblioUFRN no YouTube ................................................. 45
Figura 7 – Nuvem de palavras-chave atribuídas aos vídeos do Canal BiblioUFRN ............. 52
Figura 8 – Prints da enquete no Twitter da FEBAB e anúncio do resultado no Instagram ... 59
Figura 9 – Resultado da enquete no site da FEBAB sobre canais de Biblioteconomia
recomendados no YouTube .................................................................................. 60
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Características da comunicação científica e da divulgação científica .................. 23


Quadro 2 – Canais brasileiros de divulgação científica no YouTube ..................................... 32
Quadro 3 – Canais de comunicação e divulgação científica no YouTube de instituições de
educação superior brasileiras ............................................................................... 33
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Tipologia de vídeos no canal BiblioUFRN segundo plataforma de transmissão


(2020-2021) ......................................................................................................... 50
Tabela 2 – Tipo do evento transmitido no canal BiblioUFRN (2020-2021) .......................... 51
Tabela 3 – Temáticas abordadas nos eventos do canal BiblioUFRN (2020-2021) ................ 52
Tabela 4 – Titulação dos palestrantes do canal BiblioUFRN (2020-2021)............................ 53
Tabela 5 – Área de titulação dos palestrantes do canal BiblioUFRN (2020-2021) ............... 54
Tabela 6 – Categorização das afiliações institucionais dos palestrantes do canal BiblioUFRN
(2020-2021)........................................................................................................... 55
Tabela 7 – Titulação dos mediadores do canal BiblioUFRN (2020-2021) ............................ 56
Tabela 8 – Área de formação dos mediadores do canal BiblioUFRN (2020-2021)............... 56
Tabela 9 – Afiliações institucionais dos mediadores do canal BiblioUFRN (2020-2021) .... 56
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CAZMA Centro Acadêmico Zila Mamede


CBG Curso de Biblioteconomia e Gestão de Unidades de Informação
CCSA Centro de Ciências Sociais Aplicadas
CI Ciência da Informação
C&T Ciência e Tecnologia
COBIB Coordenação de Biblioteconomia
COVID-19 Doença do Coronavírus
DECIN Departamento da Ciência da Informação
EMI Estudos Métricos da Informação
FEBAB Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas da informação
e Instituições
FURG Universidade Federal do Rio Grande
IoT Internet of Things (Internet das Coisas)
LABJOR Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo
MCM Meios de Comunicação de Massa
OMS Organização Mundial da Saúde
PSLE Período Letivo Suplementar Excepcional
SARS-CoV-2 Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2 (Síndrome Respiratória
Aguda Grave Coronavírus 2)
UCS Universidade de Caxias do Sul
UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina
UEL Universidade Estadual de Londrina
UFG Universidade Federal de Goiás
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
UFPB Universidade Federal da Paraíba
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina
UFSCar Universidade Federal de São Carlos
WWW World Wide Web (Rede Mundial de Computadores)
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 13
1.1 OBJETIVO GERAL ...................................................................................................... 16
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 17
1.3 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 17
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................... 17
2 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 19
2.1 COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA – CONCEITOS,
CARACTERÍSTICAS E INTER-RELAÇÕES ............................................................. 19
2.2 YOUTUBE COMO CANAL DE COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E DIVULGAÇÃO
CIENTÍFICA .................................................................................................................. 26
2.3 ESTUDOS MÉTRICOS DA INFORMAÇÃO NA WEB ............................................. 34
3 METODOLOGIA ........................................................................................................ 43
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ........................................................................ 43
3.2 TÉCNICAS DE PESQUISA .......................................................................................... 43
3.3 UNIVERSO DA PESQUISA: CANAL BIBLIOUFRN NO YOUTUBE ..................... 44
3.4 POPULAÇÃO E AMOSTRA ........................................................................................ 47
3.5 INSTRUMENTOS DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS. INDICADORES E
FERRAMENTAS .......................................................................................................... 47
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................. 50
4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS VÍDEOS ........................................................................... 50
4.2 CARACTERIZAÇÃO DOS PALESTRANTES E MEDIADORES ............................ 53
4.3 VISIBILIDADE E ENGAJAMENTO DO CANAL ..................................................... 57
4.4 REPERCUSSÃO DO CANAL ...................................................................................... 59
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 61
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 64
APÊNDICE A – LISTA DOS VÍDEOS DO CANAL BIBLIOUFRN (2020-2021) .. 72
APÊNDICE B – LISTA DAS PALAVRAS-CHAVE ATRIBUÍDAS AOS VÍDEOS
DO CANAL BIBLIOUFRN (2020-2021) .......................................... 74
13

1 INTRODUÇÃO

No final do ano de 2019, na cidade de Wuhan na China foi reportado o surgimento de


uma nova doença infecciosa viral, transmitida por meio do contato direto por gotículas de saliva
de pessoas contaminadas, através da tosse ou espirro. Pouco depois foi nomeada como Covid-
19 (Doença do Coronavírus), infecção respiratória causada pelo agente patológico Severe Acute
Respiratory Syndrome Coronavirus 2 (SARS-CoV-2). O novo vírus teve uma rápida
disseminação que tomou proporções globais migrando de um continente a outro numa
velocidade jamais imaginada e que a Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2020 declarou
como pandemia (SOUZA et al., 2020; TASSARA et al., 2021).
O novo retrato mundial que essa pandemia causou foi a necessidade urgente de
isolamento social para diminuir o contágio, uma vez que a ciência estava longe de encontrar
uma cura, medicamento ou vacina que controlasse a contaminação. Medidas paliativas e
controversas foram aplicadas a fim de tentar diminuir a proliferação do contágio, mas sem
sucesso e a ciência teve que criar uma vacina para prevenir os casos graves da doença.
A medida mais correta a ser utilizada quando os números estavam ficando alarmantes,
uma vez que o índice de morte das pessoas contaminadas estava crescendo vertiginosamente
foi o isolamento social para diminuir a chance do contágio pessoa a pessoa, sobretudo porque
as que mais sofriam eram as idosas e com comorbidades, naquele momento. A vida social
mundial deu uma guinada e todos se concentraram em suas residências. A normalidade
conhecida da vida até 2019 foi mudada, as pessoas precisaram trabalhar no modo home office1,
aliado a isso ocorreu uma grande disseminação de notícias falsas sobre a doença divulgadas na
rede mundial de computadores, o que prejudicou a ciência, pois houve um negacionismo
inimaginável acerca dos estudos científicos e os cientistas corriam contra o tempo à procura de
uma cura para a doença.
Aliado a toda essa mudança no cenário mundial, o ensino também sofreu ajustes.
Dessa forma, a partir de março de 2020 as escolas, faculdades e universidades suspenderam
suas aulas devido ao alto risco de contágio entre as pessoas. Diante deste cenário, as entidades
de ensino logo precisaram promover mudanças, criando alternativas para que pudessem ter aula
em formato remoto; então, entre o segundo e terceiro trimestre de 2020, as instituições de ensino
investiram em tecnologia para a transmissão das aulas por plataformas virtuais.

1
“[...] é uma forma de relação de trabalho na qual o colaborador atua a distância. Para isso, faz uso dos
meios computacionais para produzir junto à empresa, como se estivesse presente fisicamente no
escritório” (DOCUSIGN, 2020).
14

Em paralelo com tudo isso, os eventos científicos (nacionais e internacionais) também


foram prejudicados. Inicialmente houve vários cancelamentos de atividades, não somente
científicas, mas também no âmbito geral, pois não se podia mais realizar presencialmente, a fim
de evitar aglomeração de pessoas (JANARY JÚNIOR, 2021; LORE, 2022; SÃO PAULO…,
2020; SARAIVA, 2020); seminários, congressos, encontros, palestras, precisaram se reinventar
e passaram a ocorrer na internet. Nesse momento, as tecnologias digitais aumentaram sua
importância, pois favorecem o encurtamento das distâncias entre as pessoas, e por conseguinte,
as relações científicas e acadêmicas. Os eventos passaram a ocorrer através de mídias sociais
como YouTube2, Facebook3, Instagram4 e diversas plataformas de meeting (Google Meet5,
Zoom6, Microsoft Teams7, etc.). Então, a partir de março de 2020 o distanciamento social e
geográfico dos palestrantes foi amenizado com o uso das mídias socias e plataformas de
meeting, a comunicação e divulgação científica passaram a ser feitas através da internet.

2
“Site de compartilhamento de vídeos enviados pelos usuários através da internet. O YouTube hospeda
uma imensa quantidade de filmes, documentários, videoclipes musicais e vídeos caseiros, além de
transmissões ao vivo de eventos”. (O QUE É…, 2022).
3
“Facebook é uma rede social que conecta usuários em todo o mundo. Por meio de perfis — pessoais e
profissionais —, é possível encontrar e conhecer pessoas, acompanhar personalidades públicas e
marcas, criar, consumir e compartilhar conteúdos e muito mais. As lives são uma grande tendência
entre os usuários em diversas redes sociais — inclusive o Facebook, que já possui um recurso
específico para isso. Por meio dessa funcionalidade, é possível fazer transmissões ao vivo para os seus
seguidores, amigos ou para todos os usuários da plataforma. As lives, [...] possuem um alto
engajamento nas redes sociais. [...] criar transmissões que sejam de interesse do seu público-alvo. [...]
consegue unir informações de interesse [...] da audiência e a divulgação dos seus produtos em uma
tacada só.” (LOPES, 2022b).
4
“Instagram é uma rede social visual, criativa e interativa. Possibilita o compartilhamento de imagens
e vídeos de curta duração diretamente do aplicativo de celular. Nele, também é possível seguir
usuários, curtir, comentar e compartilhar as publicações. A rede oferece diversas outras
funcionalidades, como: boomerang, live e stories. Live são as transmissões ao vivo que ocorrem na
plataforma. Quando uma conta realiza uma live, ela aparece na mesma barra dos Stories e basta clicar
para ver, ao vivo, a transmissão. Além disso, os seus seguidores são notificados assim que a live
começa.” (LOPES, 2022c).
5
É um serviço de comunicação de vídeo desenvolvido pelo Google que pode ser acessado no celular,
tablets (aplicativo) e computadores (navegadores), e que é voltado principalmente para o uso
corporativo, mas que também tem o seu uso para fins educacionais. Entre suas funções permite criar
sala de aula/reunião, com bate-papo através do chat, compartilhamento de páginas e documentos,
gravar reuniões e posteriormente disponibilizá-las (MAGALHÃES, 2022).
6
É um aplicativo que permite realizar reuniões virtuais, tanto pelo celular, tablets e computadores. As
reuniões podem ser gravadas, tem bate-papo integrado, permite compartilhamento de tela, tem o seu
uso tanto para equipes corporativas quanto para uso educacional. A Zoom Video Communications é
uma empresa americana de serviços de conferências remotas (CGFGLOBAL, 2022),
7
É um software da Microsoft desenvolvido para colaboração de equipes, voltada para equipes
corporativas e que passou a ser usado para fins educacionais, especialmente durante a pandemia por
Covid-19. Suas funções tem similaridades com o concorrente Google Meet. Entre as muitas funções
podem criar sala de aula para reuniões, ter sala de bate-papo, apresentar conteúdos através de
compartilhamento de tela, fazer videoconferências, gravar reuniões e disponibilizá-las ao final
(MICROSOFT..., 2022; UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA, 2022).
15

As entidades de ensino e instituições de ensinos superiores, e entre elas, a Universidade


Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) precisaram se adequar a esse cenário. Foram
elaborados e publicados conjuntos de normativas para este período, tais como, a Resolução Nº
23/2020-CONSEPE de 1 de junho de 2020, que instituiu o Período Letivo Suplementar
Excepcional (PSLE) para o retorno remoto das aulas no período da pandemia
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, 2020). No curso de
Biblioteconomia, a disciplina ministrada no período suplementar foi Tópicos Especiais em
Biblioteconomia e Ciência da Informação. Com intuito de acrescentar mais qualidade ao plano
de trabalho da matéria, se planejou o evento virtual II Troca de Saberes na Ciência da
Informação, no qual vários professores do departamento participaram com palestras
relacionadas à disciplina e sob a organização e mediação da professora Adelaide Helena
Targino Casimiro. O evento inaugurou as transmissões do canal BiblioUFRN8, que tinha sido
criado recentemente (9 de junho de 2020), por iniciativa da professora Gabrielle Francinne de
Souza Carvalho Tanus, à época, coordenadora do curso de Biblioteconomia.
A primeira palestra em formato live9 ocorreu no dia 18 de junho de 2020, utilizando
como plataforma de transmissão o StreamYard10. Desde então, o canal passou a transmitir e
divulgar conteúdos tais como palestras, conferências, seminários, workshops, mesas redondas,
incluindo o evento Biblioweek (semana dedicada ao acolhimento dos calouros de
Biblioteconomia em cada semestre letivo) fundamentalmente ao vivo.
O canal BiblioUFRN se tornou um meio para comunicar informação científica entre
pares (pesquisadores, professores, estudantes de pós-graduação e graduação) e, também para a
sociedade, por meio da divulgação científica, alcançando potencialmente amplas audiências,
transpassando barreiras disciplinares e geográficas, levando os conteúdos relacionados com
Biblioteconomia e Ciência da Informação, além dos muros da universidade. Isso cobrou enorme

8
https://www.youtube.com/c/BiblioUFRN.
9
“Uma live é uma transmissão ao vivo. Vindo da televisão, o conceito se popularizou quando passou a
ser possível transmitir esse tipo de conteúdo por meio das redes sociais. Atualmente, o recurso está
disponível para qualquer usuário por meio de plataformas como Instagram, YouTube, Facebook e
TikTok. Um dos grandes trunfos das lives nas redes sociais é a possibilidade de interação. Durante o
vídeo, os espectadores podem mandar mensagens e quem está apresentando pode ler esses comentários
e responder dúvidas.” (LOPES, 2022a).
10
É um estúdio de transmissão ao vivo no navegador (não é necessário instalar nada), que pode ser
transmitido diretamente pelo Facebook, YouTube, LinkeIn, Twitter, Twitch e RTMP e outras
plataformas por ser de caráter multistreaming. Tem transmissão de até 10 pessoas na tela e mais outras
nos bastidores. Os convidados para a transmissão no estúdio podem participar através de qualquer
dispositivo (celular ou computador). As apresentações dos convidados e os comentários/perguntas do
público participante (de qualquer plataforma) podem ser compartilhados em tela em tempo real
(STREAMYARD, 2022).
16

importância em um período de ensino remoto emergencial11, pois, as palestras, conferências e


eventos virtuais constituam complemento precioso para as aulas em formato virtual. O referido
canal se tornou também um meio de incrementar a visibilidade do curso de Biblioteconomia, o
currículo e suas características, seus professores e suas pesquisas.
Diante do exposto, e após dois anos de iniciada essa experiência, considera-se
necessário fazer uma avaliação do alcance do canal em termos de audiência e sua importância
como meio de comunicação e divulgação científica na área da Biblioteconomia e Ciência da
Informação (CI).
Como antecedente desta pesquisa pode-se citar o artigo de Rodrigo Silva Caxias de
Sousa e Patrícia Valerim que, ainda em 2020, analisaram dois canais de Biblioteconomia e
Ciência da Informação no Instagram (@webconcib e @biblioforadacaixa), mapearam as lives
ocorridas e descreveram o conteúdo para refletir sobre as práticas informacionais realizadas por
profissionais da Ciência da Informação durante a pandemia (SOUSA; VALERIM, 2020). Essa
pesquisa inquietou a autora e a motivou a realizar a presente investigação que busca responder
às seguintes perguntas: quais as características dos vídeos publicados no canal BiblioUFRN?
qual a visibilidade e a importância do canal BiblioUFRN como meio de comunicação e
divulgação da ciência na área da Biblioteconomia e Ciência da Informação?
Os objetivos delineados a partir da pergunta de pesquisa são os seguintes:

1.1 OBJETIVO GERAL

Analisar características, visibilidade e repercussão do canal BiblioUFRN como meio


de comunicação e divulgação da ciência na área da Biblioteconomia e Ciência da Informação.

11
Ensino Remoto Emergencial (ERE) é um conjunto de estratégias didáticas e pedagógicas, adotados
por instituições em diferentes níveis de ensino de modo temporário, criadas para diminuir os impactos
das medidas de isolamento social sobre a aprendizagem durante a pandemia por Covid-19. Foi
instituído por meio do acesso temporário e planejado a conteúdos e suportes de ensino e instrução
utilizando plataformas virtuais. Os conteúdos previstos para serem ministrados presencialmente
foram ministrados de forma totalmente remota. Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
esta modalidade foi antecedida pelo Período Letivo Suplementar Excepcional (PLSE), regulamentado
em 1º de junho de 2020, abarcando entre o dia 2/6/2020 até 31/7/2020. Os períodos letivos regulares
em formato remoto iniciaram o dia 24/8/2020 e finalizaram em 31/12/2021. Em 11 de janeiro de
2022 foi aprovado calendário do ano letivo de 2022, e a retomada do ensino presencial
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE NO NORTE, 2020a, 2020b, 2020c, 2022).
17

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

● Descrever as características dos vídeos publicados pelo canal BiblioUFRN no


YouTube;
● Caracterizar o perfil dos palestrantes e mediadores dos vídeos;
● Analisar a visibilidade e engajamento do canal;
● Verificar a repercussão do canal em outras plataformas e organizações.

1.3 JUSTIFICATIVA

Como motivo pessoal, evidencia a contribuição com o curso de Biblioteconomia da


UFRN, a fim de divulgar o Canal BiblioUFRN que tem a função de fazer comunicação e
divulgação científica na rede de internet e a dedicação que a equipe competente do Departamento
de Ciência de Informação/Coordenação de Biblioteconomia (DECIN/COBIB) teve e tem em
manter um canal que dá apoio aos estudantes por meio de conteúdo para além da sala de aula e a
toda comunidade que busca informações no campo da CI, gerando conteúdo de qualidade e que
serve de referência aos outros profissionais.
Para o curso, é relevante realizar essa análise para, por um lado, deixar registrada a
história do canal e suas contribuições, e, por outro, identificar pontos de melhoria no sentido de
aproveitar ao máximo as potencialidades das tecnologias digitais e a web 2.0 para realizar
comunicação e divulgação da ciência na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação.
Para a universidade, esse estudo contribui para abrir novas portas para que outros
cursos universitários utilizem essas plataformas mais populares como forma de estreitamento
na relação entre o conhecimento produzido na academia e a sociedade.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho é composto por cinco seções. Após a seção introdutória, a segunda seção
é o referencial teórico que embasa as discussões sobre a comunicação científica e divulgação
científica através de seus conceitos, características e relações. Seguidamente, se analisa
YouTube como plataforma que permite a criação e consumo de conteúdos de acordo com o
paradigma da Web 2.0, o que a torna um canal interessante de comunicação e divulgação
científica. Mostra alguns canais que usam o YouTube como plataforma de divulgação científica
e canais de instituições de educação superior que usam a plataforma para divulgar e comunicar
18

ciência científica. Completa essa seção, uma breve contextualização sobre os Estudos Métricos
da Informação, como método de pesquisa que embasa os procedimentos metodológicos deste
estudo. São apresentadas as tipologias de estudos métricos, com ênfase na cibermetria e nos
estudos métricos das mídias sociais.
A terceira seção é focada na metodologia usada para a execução da pesquisa,
apontando sua caracterização, as técnicas de pesquisa utilizadas, população e amostra, os
instrumentos de coleta e análise dos dados além dos indicadores e ferramentas utilizadas na
pesquisa. A quarta seção apresenta os resultados e sua discussão. Nesta seção se caracterizam
os vídeos, sua audiência, palestrantes e mediadores. Também são apresentados indicadores que
evidenciam a visibilidade, engajamento e repercussão do canal. A quinta e última seção
apresenta as considerações finais sobre a pesquisa, apontando as implicações dos resultados e
as recomendações derivadas da pesquisa.
19

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Essa seção trata da contextualização relativa ao assunto comunicação e divulgação


científica, trazendo à tona autores que discutem os conceitos, as características e relações entre
os termos. O enfoque é dado à plataforma YouTube como canal que promove discussões
científicas a partir da comunicação e divulgação científica, uma vez que permite criar, divulgar,
consumir conteúdos produzidos pelos próprios usuários através da Web 2.0. A seção apresenta,
brevemente, as tipologias dos Estudos Métricos da Informação, com ênfase na cibermetria e
nos estudos métricos das mídias sociais para avaliar e monitorar os processos
infocomunicacionais que ocorrem na web.

2.1 COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: CONCEITOS,


CARACTERÍSTICAS E INTER-RELAÇÕES

A ciência evolui no tempo por meio da comunicação científica feita entre os cientistas,
pesquisadores e acadêmicos através de diferentes meios e processos, dentre eles, também a
divulgação científica. Mas, para entendermos o que é comunicação científica e divulgação
científica, as relações existentes entre os termos e os conceitos associados a elas, devemos
iniciar pelas suas definições, pois, de acordo com Caribé (2015, p. 89) “O entendimento e
comunicação de qualquer disciplina ou ciência dependem da sua terminologia”.
A autoria do termo comunicação científica é atribuída a John Desmond Bernal
(irlandês, físico e historiador da ciência), que escreveu o livro “A Função Social da Ciência” em
1939. Bernal (1939) conceitua comunicação científica como “as atividades associadas à
produção, disseminação e uso da informação, desde o momento de a concepção da ideia pelo
cientista até a informação referente aos resultados alcançados ser aceita como constituinte do
estoque universal de conhecimentos pelos pares” (CARIBÉ, 2011, p. 27). Na obra, o autor
defende que o termo comunicação científica tem uma abrangência ampliada para além das
fronteiras da comunidade científica, pois tanto o cientista quanto o público leigo devem receber
as informações necessárias e úteis para o desenvolvimento dos seus trabalhos e atividades
cotidianas; portanto, a informação científica deve fluir entre os cientistas e também chegar até o
público geral (CARIBÉ, 2009). Nesse sentido, a comunicação científica é vista sob o aspecto
interno (comunicação se dá no âmbito da comunidade científica) e externo (comunicação se dá
no ambiente externo a comunidade científica, denominada de educação científica e popularização
da ciência - popular science) (CARIBÉ, 2009).
20

Na Figura 1 se apresenta uma síntese do modelo de comunicação científica adaptado


de Caribé (2011, 2015).

Figura 1 - Modelo dos processos de comunicação científica

Fonte: Adaptado de Caribé (2011, p. 185; 2015, p. 101)

Caribé (2015, p. 101) destaca que a comunicação científica “desde a sua concepção,
constitui um termo genérico, que engloba todas as demais formas de comunicação que irão
variar de acordo com o tipo de linguagem que utilizam ou com o tipo de entidade do processo
de comunicação ao qual se encontra relacionado”, incorporando, portanto, tanto a comunicação
interna quanto a externa.
Por outro lado, a comunicação científica tem sido classificada em formal e informal.
A comunicação científica formal é aquela que permite a informação circular entre as
comunidades acadêmicas e tornar público o conhecimento produzido, registrando-o através de
livros, revisão de literatura, periódicos, relatórios, entre outros. Ao passo que a comunicação
informal utiliza outros meios como eventos e reuniões científicas, associações, intercâmbios
por e-mail, entre outros (MEADOWS, 1999 apud VALERIO; PINHEIRO, 2008). Contudo,
essa classificação está passando por mudanças e transformações significativas em função das
tecnologias da informação.
Seguindo a Figura 1, a comunicação científica tem a vertente da disseminação
científica, onde a informação científica flui dentro da própria comunidade científica (cientistas,
pesquisadores, acadêmicos) quando estes frequentam espaços e ambientes em que acessam
21

veículos especializados como reuniões científicas (congressos, seminários, simpósios, etc),


periódicos/revistas científicas especializadas, bancos de dados, colégios invisíveis12, pois
nesses espaços se atualizam acerca de novos conceitos, termos e processos. O meio mais
comum é através de livros, periódicos científicos e glossários de termos técnicos de sua área de
abrangência (BUENO, 2010). A disseminação da ciência “é a transferência de informação
científica, transcrita em códigos especializados, direcionada ao público seleto de especialistas,
[...] é o envio de mensagens elaboradas em linguagens especializadas a receptores selecionados
e restritos” (CARIBÉ, 2015, p. 93). Essa transferência de informação é classificada como
comunicação horizontal e ela abrange dois níveis: intrapares e extrapares.
Na comunicação intrapares a circulação de informações científicas, tecnológicas e de
inovação ocorre entre os especialistas de um mesmo campo (conteúdo específico) ou de campos
conexos (onde eles compartilham os mesmos termos e jargões conhecidos, estão familiarizados
com temas e conceitos da área) e o código é fechado. Um exemplo prático são os periódicos de uma
determinada área e os eventos científicos em áreas bem delimitadas. Na comunicação extrapares
ocorre o mesmo processo, mas com perspectivas multidisciplinares (ocorre pontos de interesse para
diferentes especialistas) que atraem um público mais eclético, ainda que tenham especialização e
inúmeras competências (BUENO, 2020; CARIBÉ, 2015). Na comunicação extrapares, Caribé
(2011, p. 185) ressalta que ainda que o público-alvo não pertença a uma área de especialização
específica, estes possuem capacidade de decodificar as mensagens, contudo, existindo diversas
áreas de especialização, um cientista se torna leigo na área temática que não seja a sua específica.
Outra vertente da comunicação científica é a divulgação científica. De acordo com
Caribé (2015, p. 92), Bernard de Bouyer de Fontenelle em 1686 faz “uma referência explícita
à necessidade de buscar uma linguagem explicativa com o objetivo de satisfazer tanto ao mundo
sábio quanto ao público leigo” na obra Entretiens sur la pluralité des mondes (Diálogos sobre
a pluralidade dos mundos). Portanto, segundo Semir (2002) essa constitui a primeira definição
do termo divulgação científica.
De acordo com Caribé (2015, p. 93)

[...] a divulgação científica constitui-se no processo de transmissão de


informações científicas e tecnológicas ao grande público, em linguagem
decodificada e acessível. É o envio de mensagens, elaboradas a partir da
recodificação de linguagens científicas para linguagens compreensíveis pelo
homem comum, à totalidade dos receptores disponíveis.

12
“A expressão Colégio Invisível foi criada por Robert Boyle (1627-1691) e define um grupo de
pesquisadores que trabalham juntos, mas não estão fisicamente próximos, não trabalham na mesma
instituição, podem ter nacionalidade diferentes e falar línguas diversas” (INSTITUTO
COGNOPOLITANO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2022).
22

Também Silva Neto (2018) destaca a importância da divulgação científica como parte
do processo de retorno das pesquisas à sociedade:

O repasse das descobertas e processo de iniciação científica é extremamente


importante para o desenvolvimento social quanto cultural. A comunicação
entre o meio acadêmico e a sociedade é crucial, uma vez que todo
conhecimento e pesquisa desenvolvida tem como objetivo central garantir um
retorno a sociedade. [...] precisam estar alinhados à sociedade e as suas
necessidades sociais.

A divulgação científica pode ser feita através do jornalismo científico pelos Meios de
Comunicação de Massa (MCM), pois passou a ser incorporada pela imprensa. Os jornalistas
realizam essa divulgação seja por meio da participação em eventos científicos (a fim da
divulgação das novidades e descobertas, mediante definição ou elaboração de pautas para
publicação), intermédio das revistas especializadas como fonte de pesquisa e do contato direto
com as fontes (cientistas, pesquisadores, centros de produção de ciência e tecnologia como
universidades, empresas e institutos de pesquisas). No entanto, essa relação de mediação pode
sofrer ruídos na comunicação, o que afeta na interação com o público, comprometendo a
informação divulgada (BUENO, 2010). Esses problemas podem ocorrer se o jornalista ou
divulgador, não estiverem capacitados para o processo de decodificação ou recodificação do
discurso especializado. Hoje, no Brasil, se desenvolvem iniciativas para fortalecer a comunicação
e divulgação científica, a partir de parcerias qualificadas entre cientistas/pesquisadores e
jornalistas/divulgadores. Entre essas iniciativas está o Curso de Especialização em Jornalismo
Científico, do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo13 da Universidade Estadual de
Campinas (Labjor/UNICAMP) que prepara jornalistas para atuarem no campo da divulgação
científica (BUENO, 2010).
A divulgação científica também ocorre por meio de instituições como museus,
bibliotecas, programas de tv e rádio, entre outros. Caribé (2011), na sua tese de doutorado, faz
uma cronologia da importância do museu na divulgação científica. Segundo Gaspar (1993)
René Descartes, Francis Bacon e Wilhelm Leibniz propuseram que os museus deveriam

13
“O Labjor é um centro de referência, no país e na América Latina, para a formação e para os estudos
em divulgação científica e cultural. Trabalhando, em suas diversas atividades e programas
acadêmicos, com os fenômenos contemporâneos ligados à cultura científica, o Labjor oferece, de
forma multidisciplinar, a oportunidade de cursos de pós-graduação e de realização de pesquisas e
produtos culturais, que contribuem para a compreensão e entendimento, para a análise e a explicação
da dinâmica das relações entre ciência e sociedade que, por sua vez, integram, também
dinamicamente, os fatos, eventos e acontecimentos próprios da cultura científica”
(UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, 2022).
23

“realizar demonstrações experimentais com água, ar e vácuo, realizar testes com vários tipos
de máquinas, utilizar telescópio para mostrar a lua e outros astros celestes, exibir plantas raras
e painéis sobre anatomia humana”. Contudo, esse movimento encontrou auge após a Segunda
Grande Guerra Mundial quando novas transformações ocorreram na ciência e tecnologia e foi
captado a importância de elevar a percepção pública da ciência.
Na atualidade, a divulgação científica ocorre não apenas via jornalismo científico, e
instituições culturais como os museus, mas também utilizando meios digitais como blogs e
vlogs, neste segundo caso, usando plataformas de redes sociais como Youtube.
Convém destacar que o quê diferencia os termos comunicação (difusão) e divulgação
de acordo com Caribé (2015) é o nível de codificação da linguagem utilizada e o público-alvo.
Portanto, comunicação científica é o termo genérico e a divulgação científica é um termo
específico, numa relação hierárquica tipo gênero-espécie.
Já de acordo com Bueno (2010), ainda que os conceitos de comunicação científica e
divulgação científica revelem características comuns, eles pressupõem, na prática, aspectos
distintos: o perfil do público-alvo, o nível do discurso, a natureza dos canais ou ambientes
utilizados para sua veiculação e a intenção explícita de cada processo em particular. No Quadro
1 mostra-se essas características que as diferenciam.

Quadro 1 - Características da comunicação científica e da divulgação científica


(cont.)
Características Comunicação Divulgação
“à transferência de informações "utilização de recursos, técnicas, processos
científicas, tecnológicas ou e produtos (veículos ou canais) para a
associadas a inovações e que se veiculação de informações científicas e
Conceito
destinam aos especialistas em tecnológicas ou associadas a inovações ao
determinadas áreas do público leigo” (BUENO, 2009, p. 162 apud
conhecimento.” (p. 2) BUENO, 2010, p. 2).
“prioritariamente, um não iniciado, [...], não
“[...] especialistas, ou seja, pessoas
tem, obrigatoriamente, formação técnico-
que, por sua formação específica,
científica que lhe permita, sem maior
Perfil do estão familiarizadas com os temas,
esforço, decodificar um jargão técnico ou
Público os conceitos e o próprio processo
compreender conceitos que respaldam o
de produção em ciência e
processo singular de circulação de
tecnologia (C&T).” (p. 2)
informações especializadas.” (p. 2)
“nítida das especificidades do
método científico e não ignora o
“difusa e encerra uma série de equívocos,
fato de que a produção da ciência
como o de imaginar que C&T não se
Percepção do está respaldada num processo
viabilizam num continuum, mas que
Público cumulativo, que se refina ao longo
progridem aos saltos a partir de insights de
do tempo, pela ação daqueles que a
mentes privilegiadas.” (p. 2)
protagonizam (pesquisadores /
cientistas).” (p. 2)
24

Quadro 1 - Características da comunicação científica e da divulgação científica


(cont.)
Características Comunicação Divulgação
“O público leigo, em geral, não é
“não precisa fazer concessões em
alfabetizado cientificamente [...] a difusão
termos de decodificação do
de informações científicas e tecnológicas
discurso especializado porque,
para este público obrigatoriamente requer
Nível de implicitamente, acredita que seu
decodificação ou recodificação do discurso
Discurso público compartilha os mesmos
especializado, com a utilização de recursos
conceitos e que o jargão técnico
(metáforas, ilustrações ou infográficos, etc.)
constitui patrimônio comum.”. (p.
que podem penalizar a precisão das
3)
informações.” (p. 3)
“Na prática, a divulgação científica não está
restrita aos meios de comunicação de
massa. Evidentemente, a expressão inclui
não só os jornais, revistas, rádio, TV
[televisão] ou mesmo o jornalismo on-line,
mas também os livros didáticos, as palestras
de ciências […] abertas ao público leigo, o
“presente em círculos mais uso de histórias em quadrinhos ou de
Natureza dos restritos, como eventos técnico- folhetos para veiculação de informações
Canais científicos e periódicos científicos.” científicas (encontráveis com facilidade na
(p. 4) área da saúde / Medicina), determinadas
campanhas publicitárias ou de educação,
espetáculos de teatro com a temática de
ciência e tecnologia (relatando a vida de
cientistas ilustres) e mesmo a literatura de
cordel, amplamente difundida no Nordeste
brasileiro” (BUENO, 2009, p. 162 apud
BUENO, 2010, p. 4).
“busca permitir que pessoas leigas possam
“mobiliza o debate entre
entender, ainda que minimamente, o mundo
especialistas como parte do
em que vivem e, sobretudo, assimilar as
Intenções processo natural de produção e
novas descobertas, o progresso científico,
legitimação do conhecimento
com ênfase no processo de educação
científico.” (p. 5)
científica.” (p. 5)
Fonte: Adaptado de Bueno (2010)

Bueno (2010, p. 5) resume de forma simples e direta a função e a diferença entre o que
é a comunicação científica e divulgação científica:

A comunicação científica visa, basicamente, à disseminação de informações


especializadas entre os pares, com o intuito de tornar conhecidos, na
comunidade científica, os avanços obtidos (resultados de pesquisas, relatos de
experiências, etc.) em áreas específicas ou a elaboração de novas teorias ou
refinamento das existentes. A divulgação científica cumpre função primordial:
democratizar o acesso ao conhecimento científico e estabelecer condições
para a chamada alfabetização científica.

Como mencionamos antes, as mídias audiovisuais vêm se destacando fortemente no


quesito da comunicação científica e divulgação científica. De acordo com Silva Neto (2018):
25

A evolução da sociedade, as mudanças no ambiente e o desenvolvimento da


tecnologia afetam a forma como a comunicação se manifesta. Naturalmente, a
internet e sua popularização também afetaram a forma de se comunicar,
principalmente por facilitar de forma drástica o acesso à informação (SILVA
NETO, 2018).

Dal Pian (2015) explica como a sociedade se apropria da midiatização da comunicação


e as transformações que ela proporciona:

Dessa forma, a sociedade em processo de midiatização, conectada em redes


virtuais interativas, tem se apropriado, de forma crescente, das possibilidades
de comunicação que as tecnologias digitais oferecem. Este cenário tem
proporcionado transformações na maneira como adquirimos conhecimentos,
trabalhamos, participamos do processo político, consumimos entretenimento,
nos engajamos em causas de interesse coletivo, nos mobilizamos e nos
relacionamos com outras pessoas (DAL PIAN, 2015, p. 6).

De acordo com Dal Pian (2015, p. 2), os atores sociais (dentre eles os cientistas)
exploram as potencialidades das tecnologias digitais, pois estas favorecem expressar o
pensamento e defender pontos de vista e visões do mundo, devido a que assumem o papel social
de “(tentar) solucionar problemas cotidianos e dar respostas a inquietações milenares, buscando
explicar, de forma lógica, racional e empírica, os fenômenos da natureza”. Os pesquisadores
têm usado como canais os websites especializados, blogs, vlogs, colunas e mídias sociais,
plataformas de podcasts e streaming de vídeos como por exemplo o YouTube, e vêm ampliando
a conexão e interação do pesquisador-público e a aproximação ciência-sociedade.
De acordo com Piscitelli (2005 apud DAL PIAN, 2015, p. 3),

[...] presenciamos a maior revolução da história da comunicação: a criação da


Internet. O acesso crescente da rede mundial de computadores deu início a
uma circulação pervasiva de mensagens e a uma distribuição global de
conteúdos. Nesse contexto, atores sociais outrora classificados apenas como
receptores de informação passaram a assumir novos papéis. Não consomem
informação apenas, mas também seguem, curtem, questionam, criticam,
sugerem, compartilham e ainda se tornam produtores independentes de
conteúdos midiáticos, conectados em redes virtuais interativas.

Entre os muitos canais de divulgação audiovisual que têm se destacado e de acordo com
Dal Pian (2015, p. 6) a plataforma Youtube é uma delas:

Uma das plataformas democráticas mais importantes no âmbito da Cultura da


Conexão tem sido Youtube. Embora não seja o único site de compartilhamento
de vídeos na internet, sua rápida ascensão desde o lançamento, em 2005, resultou
na disseminação de uma variedade de conteúdos produzidos por diferentes atores:
instituições, empresas, escolas, igrejas, organizações não governamentais, grupos
alternativos, artistas ou mesmo indivíduos independentes.
26

Na seção seguinte será mostrado quais as características, regras e políticas de utilização


da plataforma YouTube, e seu papel na comunicação e divulgação científica.

2.2 YOUTUBE COMO CANAL DE COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO DA CIÊNCIA

O YouTube é uma plataforma on-line que permite a criação e o consumo de conteúdos


em vídeos via streaming. Está aberta ao público em geral, onde o espectador pode se tornar um
criador de conteúdo e vice-versa. Isso responde ao paradigma da Web 2.0 que visava a
participação do usuário, uma vez que ele passou a colaborar na rede não apenas consumindo os
conteúdos e produtos produzidos, mas também passando a criar, editar, distribuir e compartilhar
conteúdo criado por ele, além de poder trocar informações com outros usuários conectados na
internet, como exemplificado na Figura 2.

Figura 2 – Conceitos e características da Web 2.0

Fonte: Adaptado de Carvalho (2019).

Como demonstrado na Figura 2, o paradigma da Web 2.0 não se restringe ao uso do


YouTube, outras redes sociais também, além de viabilizar a criação de novos métodos de
compartilhamento de informações com as tecnologias que surgirem no futuro.
O YouTube foi criado por Chad Hurley, Jawed Karin e Steve Chen, em 2005 com o
intuito de compartilhar vídeos de forma mais ágil, pois isso anteriormente era feito através de
e-mails, o que muitas vezes limitava o tamanho do vídeo a ser enviado. O site logo se tornou
uma febre entre os usuários. Em 2006 a plataforma chamou a atenção do Google que a comprou
27

pelo valor de US$ 1,65 bilhões (o que foi considerado uma pechincha devido ao potencial
comercial da plataforma). “O nome YouTube veio da junção das palavras inglesas ‘you’, que
significa ‘você’ e ‘tube’, que pode ser entendido como uma gíria para ‘TV’. Desse modo,
YouTube significa algo como ‘Sua TV’, o que representa, de fato, a proposta do serviço”
(LOPES, 2022d).
Atualmente, a plataforma possui mais de 1 bilhão de usuários espalhados em mais de
100 países, o que a posiciona como líder no mercado de mídias sociais de conteúdo digital. O
YouTube é responsável por 37% do tráfego mundial de internet móvel, de acordo com a
pesquisa The Mobile Internet Phenomena Report realizada pela Sandvine (SANDVINE, 2019).
Está disponível nos mais diversos dispositivos (smartphones, computadores e notebooks,
tablets, smart tvs, IoT14, etc); a qualidade e a boa experiência de navegação são pontos fortes
da plataforma. Além de permitir que os usuários assistam aos vídeos de qualquer lugar, boa
parte dos conteúdos são disponibilizados com resolução 4K15. Seu funcionamento é como uma
grande rede colaborativa onde os usuários podem criar e compartilhar os seus conteúdos
produzidos (LOPES, 2022d).
O objetivo de uso da plataforma pode ser diferenciado de acordo com o usuário: criadores
(acessam para editar, publicar e divulgar conteúdos) e espectadores (acessam em busca de vídeos
para assistir via smartphone, desktop, smart TV etc.) (LOPES, 2022d). Para os criadores de
conteúdo a plataforma ainda possui uma ferramenta de edição de vídeo on-line, permitindo alterar
tons de cor, iluminação, áudio, estabilização da filmagem e outros. Portanto, o usuário tem o
domínio do processo de captura, edição e publicação do conteúdo, o qual não exige formação
específica de edição de vídeos para essas ações (REALE; MARTYNIUK, 2016).
A plataforma permite que outros usuários interajam com os vídeos publicados, por meio
de comentários, curtidas e “descurtidas”; durante as transmissões ao vivo pode-se conversar via
chat on-line com os espectadores. Também, permite aos criadores do conteúdo enviar links de
qualquer conteúdo publicado por meio de suas redes sociais ou pelo próprio link [por exemplo,
copiando e colando em algum texto produzido, podendo deixar ele com hiperlink se for em

14
O termo IoT, ou Internet das Coisas, refere-se à rede coletiva de dispositivos conectados e à tecnologia
que facilita a comunicação entre os dispositivos e a nuvem, bem como entre os próprios dispositivos.
Graças ao advento de chips de computador baratos e telecomunicações de alta largura de banda, agora
temos bilhões de dispositivos conectados à Internet. Isso significa que dispositivos do dia a dia, como
escovas de dentes, aspiradores, carros e máquinas, podem usar sensores para coletar dados e responder
de forma inteligente aos usuários (AMAZON WEB SERVICE, 2022.)
15
A resolução 4K é um termo que refere-se a uma resolução de imagem aproximada de 3840 pixels na
horizontal e 2160 na vertical usada em equipamentos de televisão digital e cinema digital. Tal resolução
é apontada como a resolução limite para um televisor doméstico (RESOLUÇÃO 4K, 2022).
28

meio digital ou não, se for em modo impresso, enviando em um e-mail, etc.]. Adicionalmente,
a plataforma permite a criação de playlists com o intuito de organizar os conteúdos produzidos;
possui funcionalidades para que os usuários se inscrevam e recebam notificação de conteúdos
novos e para monetização destes (LOPES, 2022d). A plataforma ainda permite que o conteúdo
seja expandido para outras plataformas, através da conexão da conta do usuário do Google com
outras redes sociais como o Facebook e o Twitter (REALE; MARTYNIUK, 2016).
O YouTube possui regras e políticas para utilização da plataforma, pois não são
permitidos violação de direitos autorais; violação de privacidade; conteúdo sexual ou nudez;
conteúdo prejudicial ou perigoso; conteúdo explícito ou violento; risco à segurança infantil;
incitação ao ódio; assédio e bullying digital; spam e golpes e falsificação de identidade.
Atualmente também são banidos conteúdos que promovam a desinformação (tanto para
medicamentos, tratamentos e processos democráticos como eleições) (LOPES, 2022d).
Apesar de ter regras e políticas quanto a publicação de conteúdo, nem sempre se
consegue fiscalizar e retirar vídeos impróprios da plataforma. Rosa (2019) diz que grandes
companhias estão em processo de modificação dos seus códigos de conduta, especialmente com
o crescimento de notícias falsas, a fim de deixar seus espaços seguros; e que em 2019 o
YouTube tinha divulgado medidas chamadas de “os 4 Rs da Responsabilidade” (Figura 3) para
aprimorar a plataforma que são Remove, Raise, Reward and Reduce: Remove → remover
(conteúdo que viole nossa política o mais rápido possível), Raise → elevar (levante vozes
autoritárias quando as pessoas estão procurando notícias e informações de última hora),
Reward → recompensar (criadores e artistas qualificados e confiáveis) e Reduce → reduzir (a
disseminação de conteúdo que vai de encontro à nossa linha política). Para um melhor controle
eles contam com aprendizado de máquina para sinalizar conteúdos impróprios e contribui com
bancos de dados da indústria para flagrarem conteúdos ainda no upload.
É importante ressaltar que para que esse intento tenha sucesso é necessário que os
usuários ao perceberem conteúdos impróprios façam a denúncia na própria plataforma clicando
no ícone “Reportar” ( ) e indicar qual o problema com o conteúdo. O YouTube analisará o
conteúdo através de suas equipes e tecnologias apropriadas, e constatada violação fará a
remoção (lembrando que é uma tarefa difícil pois diariamente na plataforma sobem milhares
de vídeos simultaneamente).
29

Figura 3 - Os 4 Rs da responsabilidade do YouTube para coibir conteúdos que violem regras


e políticas de publicação de vídeos

Fonte: Rosa (2019).

Destacam Reale e Martyniuk (2016) que a plataforma evoluiu rapidamente e colabora


com a circulação de informações com maior velocidade, que se tornam mais visíveis para uma
variedade de público. Como foi comentado antes, ela possibilita não apenas acessar para assistir
a conteúdos, senão também para o visitante se engajar através da inscrição nos canais,
promovendo discussão nos comentários e outras redes sociais, e também acompanhar os novos
conteúdos produzidos. O importante nesse contexto não é somente a quantidade de cliques, mas
a capacidade do conteúdo produzido ser engajador, pois a troca e compartilhamento dos
conteúdos fomentam discussões em comunidades.
Sobre os benefícios que a plataforma Youtube promove Dal Pian (2015, p. 6-7) declara:

Um dos grandes benefícios proporcionados pelo Youtube é o compartilhamento


de informações úteis à construção coletiva do conhecimento, fazendo uso das
diversas ferramentas típicas das plataformas e linguagens do audiovisual.
Estudiosos, pesquisadores, intelectuais, educadores e demais especialistas em
diferentes áreas do saber passaram a se utilizar dos recursos e técnicas de captação
e edição de vídeos para produzir, compartilhar e dialogar com outros usuários da
rede acerca de diferentes temas filosóficos, científicos e tecnológicos.

O YouTube tem oferecido uma oportunidade interessante ao movimento de divulgação


científica na internet, oferecendo um espaço de grande reverberação, com demanda de público.
Os divulgadores de conteúdo fomentam comunidades com seu público e outros canais (como
por exemplo Instagram, Twitter, Facebook), pois as comunidades se relacionam e acabam
compartilhando e distribuindo o conteúdo alcançando uma divulgação maior na rede
(FONSECA; BUENO, 2021, p. 5-6).
Reale e Martyniuk (2016, p. 4) apontam que “a divulgação científica nas redes digitais
se constitui um caminho possível para o fomento de uma comunicação normativa da ciência,
utilizando o potencial do ambiente digital como meio de integração, socialização e trocas de
30

experiência, informação e conhecimento”. Os autores também argumentam como a plataforma


YouTube cumpre esse papel em um tipo específico de público:

A divulgação científica nas redes digitais constitui um caminho possível para


o fomento de uma comunicação da ciência, utilizando o potencial do ambiente
digital como meio de integração e trocas de experiência, informação e
conhecimento. Ela trabalha para promover uma nova cultura científica no qual
o diálogo com a população aconteça de maneira natural. A plataforma
Youtube tem um potencial de cumprir esse papel, especialmente com os
jovens, posto que o consumo de vida na internet tem crescido
exponencialmente nos últimos anos (REALE; MARTYNIUK, 2016, p. 6).

Em suas pesquisas, Aranha et al. (2017, p. 23) confirmam que o YouTube pode ser
um aliado no ensino das ciências pois “canais aliados a outras metodologias ou estratégias
educacionais planejadas frente às competências almejadas, podem auxiliar os profissionais em
suas novas tarefas”.
Segundo Fonseca e Bueno (2021, p. 6) “essencialmente, um divulgador científico no
YouTube deve tornar a ciência atrativa para seu público, estimulando não apenas visualizações,
mas engajamento e disseminação orgânica. A grande virtude envolvendo o YouTube é a facilidade
de inscrição, produção e distribuição de conteúdo”. Os autores ainda destacam que o divulgador
fomenta comunidades com seu público e outros canais e redes sociais como Instagram, Twitter ou
Facebook, de forma que se relacionam, compartilhando e distribuindo conteúdo.
No Brasil, existem atualmente diversos canais no YouTube para comunicação e
divulgação da ciência, com grande quantidade de inscritos, conteúdos e visualizações,
periodicidade nas publicações e que demonstram terem um grande alcance na audiência. Os
conteúdos predominantes nesses canais estão relacionados com as ciências exatas, biológicas,
tecnologia e afins. A continuação, alguns exemplos16:

● Meteoro Brasil: canal sobre cultura pop, ciência e filosofia, criado em abril de 2017 pelos
jornalistas Álvaro Borba e Ana Lesnovski, com 1,52 milhão de inscritos e 418.799.593
visualizações, ainda conta com perfis no Instagram, Twitter e Facebook que ampliam a
interação com o público (SILVA NETO, 2018);
● Nerdologia: canal sobre cultura nerd, criado em 15 de agosto de 2010 no YouTube, tem
equipe de apresentação e pesquisa composto por Filipe Figueiredo, Átila Iamarino, Ana
Arantes, Caio Gomes, Sérgio Sacani, André Souza, Pirula, Altay de Souza, Mila

16
Os canais Meteoro Brasil, Nerdologia, Peixe Babel e Science Vlogs Brasil os dados de quantidade de
inscritos e visualizações foram atualizados durante a pesquisa.
31

Laranjeira, edição e arte do Estúdio 42 com 3,29 milhão de inscritos e 384.536.489


visualizações, ainda conta com perfis no Instagram, Facebook, Twitter e o canal Jovem
Nerd no Youtube. O canal tem a função de aproximar a ciência a diferentes públicos jovens,
com conteúdos relacionados a entretenimento e conhecimento. O canal tem foco em
ciências exatas, humanas e biológicas com conteúdos novos toda terça (humanas) e quinta
feira (biológicas e exatas). O canal nasceu em 2011 como um quadro do NerdOffice do
Jovem Nerd (blog criado em 2002, com o tempo o site se tornou um grande portal de
notícias e entretenimento, que abriga podcasts, videocasts e uma central de notícias).
(REALE; MARTYNIUK, 2016)
● Peixe Babel: canal17 que transmite conhecimentos do mundo da tecnologia, criado em 16
de junho de 2014 por Mila Laranjeira (mestre em Ciência da Computação, seguindo rumo
ao doutorado) e Vivi Mota (doutora em Ciência da Computação). O canal é membro do
Science Vlogs Brasil (selo que atesta a qualidade da divulgação científica no YouTube),
com 87,6 mil inscritos e 2.671.184 de visualizações, ainda conta com perfis no Instagram
e Twitter. O canal tem o propósito de mostrar que a tecnologia pode ser feita por todos e,
principalmente, para todos (CARVALHO, 2016).
● Science Vlogs Brasil: canal criado através de um projeto inédito e inovador da união dos
mais influentes e famosos nomes da divulgação científica em vídeos no Brasil, que criaram
um selo de qualidade colaborativo que garante que os canais de informação científica
possuem qualidade, confiável e relevante. Criado em 15 de outubro de 2015, com 70,5 mil
inscritos e 59.583 visualizações, ainda conta com perfil no Facebook. (O número de
inscritos e visualizações aqui em questão é pequeno, pois o canal divulga vídeos de outros
canais parceiros) (SCIENCE VLOGS BRASIL, 2022).

Dal Pian (2015) ainda dá outros exemplos de canais no YouTube que merecem ser citados
como divulgadores científicos. No Quadro 2 a quantidade de inscritos dos referidos canais estão
atualizados (verificados em 15 de novembro de 2022). Convém frisar que o mais importante é o
conteúdo produzido do que somente a quantidade de inscritos, pois esse número pode variar com o
tempo, dependendo do engajamento que cada canal promove, ficando o conteúdo permanente na rede.

17
Uma curiosidade, “O nome do canal, Peixe Babel, é uma referência ao personagem da série ‘O guia
do mochileiro das galáxias’, de Douglas Adams. Na história, ele é uma espécie de peixe tradutor,
que é capaz de traduzir as palavras para qualquer idioma. É justamente essa a proposta de Camila:
traduzir temas da área de computação e robótica para o ‘idioma’ do público não especializado.”
(CARVALHO, 2016, p. 10-11)
32

Quadro 2 - Canais brasileiros de divulgação científica no YouTube


Canal Link Inscritos
Ciência Todo Dia https://www.youtube.com/@CienciaTodoDia 3.21 M
Canal do Pirula https://www.youtube.com/user/Pirulla25 1.02 M
Ateu Informa https://www.youtube.com/c/ateuinforma 38.2 K
Neuro Channel https://www.youtube.com/@neurochannel1 4.47 K
UAu! https://www.youtube.com/user/UAUtvciencia 515
Cerebrando https://www.youtube.com/channel/UCQ8B4TvNubDgzOiK9DFFt9w 713
Socrática https://www.youtube.com/user/SocraticaPortugues 306 K
Minuto Ciência https://www.youtube.com/user/MinutoCiencia 29.1 K
Manual do Mundo https://www.youtube.com/user/iberethenorio 17.1 M
Fonte: adaptado de Dal Pian (2015, p. 7)

É interessante mencionar acerca desses canais de divulgação científica que no artigo


de Carvalho (2016, p. 2) o canal Nerdologia aparecia, de acordo com o Social Blade18, na
trigésima quinta colocação na categoria “Os 100 principais canais de tecnologia dos Youtubers
classificados por inscritos”. Já em 15 de novembro de 2022, Manual do Mundo é o canal melhor
ranqueado, ocupando a trigésima sétima colocação.
Em linhas gerais, e de acordo com Fonseca e Bueno (2021, p. 15), “O Youtube oferece
aos divulgadores a oportunidade de interagir com sua audiência, fomentando o interesse pela
ciência por meio de estímulo à cultura participativa”. O que estes canais possuem em comum é
uma forma atrativa de apresentar o conteúdo informativo, utilizando recursos multimídia que
captam a atenção da audiência, com linguagem de fácil entendimento, sem deixar de lado o
discurso científico, pois ele é apenas codificado para o público leigo.
Acrescidos aos canais anteriormente citados, podemos destacar alguns canais
específicos da Biblioteconomia e Ciência da Informação que também fazem comunicação e
divulgação científica no Youtube. Muitos destes são oriundos de instituições de ensino (Quadro
3) e organizações profissionais. Nesses, diferentemente dos citados na página anterior, predomina
uma linguagem científica e uma intenção de comunicação entre pares acadêmicos:
● FEBAB (Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas da informação e
Instituições): A FEBAB é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, constituída por entidades-
membro – associações e sindicatos de bibliotecários e cientistas da informação, instituições
filiadas tem como principal missão defender e incentivar o desenvolvimento da profissão. Seu
canal Youtube foi criado em 14 de maio de 2013, com 7,64 mil inscritos e 168.748 visualizações,
a FEBAB ainda está presente em site, Instagram, Facebook e Twitter (FEBAB, 2022).

18
Social Blade ou SocialBlade é um site gratuito que presta o serviço de rastreamento de estatísticas e
análises de mídias sociais. A principal ferramenta do site gira em torno da plataforma de vídeos
YouTube, mas também gera informações e números sobre o Twitch, Mixer, Dailymotion, Twitter,
Instagram e Facebook. (SOCIAL BLADE, 2022).
33

● Bibliocanto UFMG: O canal Youtube foi criado em 12 de junho de 2018, através do


Projeto de Extensão “Biblioteca Escolar: formando agentes” da Universidade Federal de
Minas Gerais - UFMG). Tem 2,9 mil inscritos e 38,41 mil visualizações. O projeto tem
também perfis no Instagram e Facebook (BIBLIOCANTO UFMG, 2022).
● CBGCOM: canal criado em 16 de agosto de 2021 para um programa de extensão
universitária do Curso de Biblioteconomia e Gestão de Unidades de Informação (CBG) da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) voltado para a divulgação científica no
campo da Biblioteconomia e áreas correlatas. Tem 437 inscritos e 5.332 visualizações. O
programa conta ainda perfis no Instagram, Facebook e Twitter (CBGCOM UFRJ, 2022).

Quadro 3 – Canais de comunicação e divulgação científica no YouTube de instituições de


educação superior brasileiras
Canal Link Inscritos
Universidade de Caxias do Sul https://www.youtube.com/channel/UCznvf66Zhs_78UQ5lke
147
(UCS - EAD) 3uuw
Universidade do Estado de Santa https://www.youtube.com/channel/UC82bTz3vdYNIkJOvh6i
204
Catarina (UDESC) Xt-A/featured
Universidade Estadual de https://www.youtube.com/channel/UCyfh_i7mH7GuuYtfJf4s
646
Londrina (UEL) BFQ/featured
Universidade Federal da Paraíba https://www.youtube.com/channel/UC7KPvMRH8-
417
(UFPB) 1P9HTBgpOyzsA/featured
Universidade Federal de Goiás https://www.youtube.com/channel/UC93RdgleniGzB7SXh4
627
(UFG) CZkkw
Universidade Federal de Santa https://www.youtube.com/channel/UCVku9OFnziXvI4DL0b
58
Catarina (UFSC) gqhXw
Universidade Federal de São https://www.youtube.com/channel/UCYScVH-
207
Carlos (UFSCar) WGBHAezQlwvP0Ofg/featured
Universidade Federal do Rio https://www.youtube.com/c/CursodeBiblioteconomiaFURG/f
796
Grande (FURG) eatured
Universidade Federal do Rio https://www.youtube.com/channel/UCkn7A7Ub9i7VdJUnFJ
143
Grande do Sul (UFRGS – EAD) HWRlA/featured
Fonte: Adaptado de Monteiro (2021, p. 56)

Outros canais no YouTube da área de Biblioteconomia e Ciência da Informação,


também elencados por Monteiro (2021), mas com menor número de inscritos, são
Librarianship, UCS; Biblioteconomia UDESC; Departamento de Ciência da Informação UEL;
Biblioteconomia UFPB; Biblio em Foco, UFG; Biblioteconomia UFSC; DCI UFSCar -
Departamento de Ciência da Informação; FURG Library Science Course; Biblioteconomia
EAD, UFRGS.
Muitos desses canais antes citados ainda possuem outras mídias que junto com o
YouTube promovem divulgação e visibilidade da área da CI e Biblioteconomia, entre eles sites
próprios, Blog, Facebook, Twitter e Instagram.
34

Como mencionamos anteriormente, o YouTube tem regras e políticas de uso (ROSA,


2019), contudo, ainda há espaço para violações que representam desafios para os criadores dos
canais. Um exemplo desses desafios foi o acontecido com o canal CBGCom. Em 7 de agosto
de 2021 o canal foi invadido por crackers19 e conteúdos alheios ao trabalho do CBGCom foram
publicados por terceiros. Apesar do conteúdo indesejável ser excluído e revisado os protocolos
de segurança, o YouTube decidiu excluir o canal, por alegar violação das suas políticas. O canal
perdeu na época todas as lives transmitidas até aquele momento, apesar de ter boa parte dos
vídeos em backup. O canal contava com mais de mil inscritos e atingiu mais de 10 mil
visualizações. Na época, o perfil do CBGCom no Instagram publicou uma nota de repúdio
(CBGCOM UFRJ, 2021).
Nos exemplos antes mencionados de canais de comunicação e divulgação da ciência é
possível ter uma ideia de sua audiência e engajamento do público por meio de indicadores
métricos que contabilizam quantidade de inscritos, comentários, visualizações, entre outras. Na
subseção seguinte, aborda-se com mais detalhes as características das disciplinas que avaliam
desde um ponto de vista métrico a circulação da informação.

2.3 ESTUDOS MÉTRICOS DA INFORMAÇÃO NA WEB

Os Estudos Métricos da Informação (EMI), de acordo com Araújo (2015, p. 44) “podem
ser considerados como métodos e técnicas de mensuração e avaliação quantitativa (estatístico-
matemático) da produção, circulação e uso da informação”. Noronha e Maricato (2008, p. 122)
complementam que esses métodos possuem “diversas abordagens teórico-metodológicas e
diferentes denominações em função de seus objetivos e objetos de estudo”.
Os EMI, de acordo com Oliveira (2018, p. 33), constituem uma subárea da Ciência da
Informação que evoluiu junto com outras subáreas como informação científica e tecnológica
(ICT), gestão da informação e do conhecimento (GIC), política e economia da informação,
estudos dos usuários da informação e representação da informação.
De acordo com Mattos (2019, p. 3-4, grifo nosso) hoje existe um reconhecimento da
“importância dos estudos métricos para o desenvolvimento econômico, [...] avaliação e
monitoramento das atividades científicas [pois existe] e observa-se um crescente interesse por

19
Os crackers são pessoas que têm habilidades tecnológicas para promover ações maléficas como:
roubos ou desvio de informações a fim de ganhar vantagens financeiras, e são considerados
criminosos cibernéticos profissionais que utilizam seu know-how para praticar o cracking que nada
mais é que quebra de sistemas de segurança (CODEBIT, 2022).
35

indicadores de produtividade e visibilidade nas mais diversas áreas em todo o mundo”. A


importância da sua função reside em acompanhar o desenvolvimento das tecnologias, verificar
a produtividade das instituições e autores, uma vez que a partir do final dos anos 60, o volume
de informação aumentou juntamente com o desenvolvimento de novas tecnologias de
informação e comunicação (MATTOS, 2019). Outras aplicações dos estudos métricos são
auxiliar na identificação do alcance dos serviços de disseminação da informação de uma
unidade de informação e dar suporte a políticas de aquisição e descarte de publicações para
bibliotecas (MATTOS, 2019).
As funções e aplicações dos estudos métricos são variadas, assim como seus métodos
e âmbitos de aplicação. A partir dessa diversidade na literatura especializada se reconhecem
diferentes tipos de estudos métricos, embora em muitos casos, as fronteiras entre eles sejam
difíceis de demarcar. Gouveia (2013, p. 221) demonstra graficamente quais as tipologias dos
Estudos Métricos da Informação e o quanto elas se inter-relacionam (Figura 4).

Figura 4 - Relação entre as subáreas em Estudos Métricos da Informação

Fonte: Gouveia (2013, p. 221)

A continuação, descrever sinteticamente as principais características dos tipos de


estudos métricos.
Bibliometria: foi o primeiro estudo métrico desenvolvido. De acordo com Oliveira (2018,
p. 34) o termo foi tradicionalmente atribuído a Pritchard em 1969, quem o utilizou no seu artigo
36

Statistical Bibliography or Bibliometrics para descrever todos os estudos que buscam quantificar
os processos de comunicação escrita, em substituição do termo Bibliografia estatística que estava
em uso desde princípios do século XX. A Bibliografia estatística tinha sido usada para avaliar
características da produção científica com fins de gestão de coleções e serviços em bibliotecas.
Apesar do termo Bibliometria ter sido atribuído a Pritchard, posteriormente foi
reconhecido que Paul Otlet já o tinha usado no livro Tratado de Documentação 20 (Traité de
Documentatión) em 1934 (OLIVEIRA, 2018). Para Oliveira (2018, p. 34), independentemente
de quem foi o primeiro a nomear bibliotemetria, seu significado é único: “são os estudos
estatísticos aplicados ao campo biblioteconômico".
A definição que Pritchard deu ao termo bibliometria é “a aplicação de métodos
matemáticos e estatísticos para analisar o curso da comunicação escrita e o curso de uma
disciplina. Em outras palavras, é a aplicação de tratamentos quantitativos às propriedades do
discurso escrito e seus comportamentos típicos”21 (SPINAK, 1996, p. 34, tradução nossa).
Tague-Sutcliffe (1992 apud MACIAS-CHAPULA, 1998, p. 134-135) a define como “[...] o
estudo dos aspectos quantitativos da produção, disseminação e uso da informação registrada.
[...] desenvolve padrões e modelos matemáticos para medir esses processos, usando seus
resultados para elaborar previsões e apoiar tomadas de decisão”. Seus objetos de estudo são
livros, documentos, revistas, artigos, autores e usuários. Segundo Cunha e Cavalcanti (2018)
para as pesquisas na bibliometria são usadas as leis de Bradford, Lotka e Zipf, análise de
citações e indicadores de desempenho de pesquisa, entre outros.
Cientometria ou Cienciometria: segundo Spinak (1996, p. 48-49, grifo do autor) o
termo “[...] surgiu na URSS e Europa Oriental, (naukometriya) e foi utilizado especialmente na
Hungria. Originalmente se referia a aplicação de métodos quantitativos para a história da ciência
e do progresso tecnológico”22. A cientometria/cienciometria usa técnicas matemáticas e a
análise estatística para investigar as características da investigação científica (SPINAK, 1996,
p. 48-49).

20
No capítulo O livro e a medida. Bibliometria, Otlet define Biblioteconomia como “A ‘bibliometria’
será a parte definida da bibliologia que se ocupa da medida ou quantidade aplicada aos livros
(aritmética ou matemática bibliológica)” (OTLET, 2018, p. 18).
21
Texto original: “[...] como la aplicación de las matemáticas y los métodos estadísticos para analizar
el curso de la comunicación escrita y el curso de una disciplina. Dicho de otra manera, es la
aplicación de tratamientos cuantitativos a las propiedades del discurso escrito y los
comportamientos típicos de éste” (SPINAK, 1996, p. 34).
22
Texto original: “[...] surgió en la URSS y Europa Oriental (naukometriya) y fue practicado
especialmente en Hungría. Originalmente se refería a la aplicación de métodos cuantitativos a la
historia de la ciencia y el progreso tecnológico” (SPINAK, 1996, p. 48-49).
37

Quanto à sua terminologia Bufrem e Prates (2005, p. 13) dizem que o termo scientetrics
foi traduzido como cientometria em português uma vez que o termo latino scientia origina
vocábulos como ciente, científico e cientista e que por este motivo o termo “cienciometria seja
mais comumente usado na literatura especializada em português e espanhol, o primeiro termo é
uma tradução adequada do neologismo inglês.” As primeiras definições a consideravam como a
medição dos processos de informação científica (informática), pois para os pesquisadores
soviéticos Mikhilov et al. (1984) a informática é “a disciplina científica que estuda a estrutura e
as propriedades da informação científica e as leis do processo de comunicação”23 (SPINAK,
1996, p. 48-49, tradução nossa).
Tague-Sutcliffe (1992 apud MACIAS-CHAPULA, 1998, p. 134-135), define a
cientometria como “[...] o estudo dos aspectos quantitativos da ciência enquanto uma disciplina
ou atividade econômica. [...] é um segmento da sociologia da ciência, sendo aplicada no
desenvolvimento de políticas científicas”. Seus objetos de estudo são disciplinas, assunto, áreas
e campos. A cientometria/Cienciometria, portanto, aplica técnicas bibliométricas à ciência
(ciências física e naturais, bem como as sociais) e vai além, pois examina o desenvolvimento e
a política da ciência; as análises quantitativas consideram a ciência como uma disciplina ou
atividade econômica e por esse motivo, pode estabelecer comparações entre as políticas de
pesquisa entre países analisando seus aspectos econômicos e sociais.
Informetria: o termo foi proposto por Otto Nacke em 1979, diretor do Institut für
Informetrie und Scientometrie, na cidade de Bielfeld (Alemanha) e o termo foi adotado pelo
VINITI24 da URSS (SPINAK, 1996). De acordo com Spinak (1996, p. 131, tradução nossa) “se
baseia nas investigações da bibliometria e cienciometria, e inclui questões como o
desenvolvimento de modelos teóricos e as mediações da informação, para encontrar regularidades
nos dados associados à produção e a utilização da informação registrada”25.
Tague-Sutcliffe (1992 apud MACIAS-CHAPULA, 1998, p. 135), assim define a
informetria “[...] é o estudo dos aspectos quantitativos da informação em qualquer formato
[analógico ou digital], e não apenas registros catalográficos ou bibliografias, referente a qualquer

23
Texto original: “la disciplina científica que estudia la estructura y las propiedades de la información
científica y las leyes del proceso de comunicación” (SPINAK, 1996, p. 49).
24
VINITI: Vserossiiskii Institut Nauchnoi i Tekhnicheskoi Informatsii (Instituto Russo de Informação
Científica e Técnica) (CUNHA; CAVALCANTI, 2018, p. 206).
25
Texto original: “[...] se basa en las investigaciones de la bibliometría y la cienciometría, y comprende
asuntos tales como el desarrollo de modelos teóricos y las medidas de información, para hallar
regularidades en los datos asociados con la producción y el uso de la información registrada.”
(SPINAK, 1996, p. 131)
38

grupo social, e não apenas aos cientistas” e seus objetos de estudo são palavras, documentos e
bancos de dados. A informetria, portanto, é área dos estudos métricos mais abrangente, pois trata
da medição de todos os aspectos da informação, incluindo seu armazenamento e recuperação;
estuda os aspectos quantitativos da informação, não apenas aquela registrada (como registros
bibliográficos), mas todos os aspectos da comunicação formal ou informal, oral ou escrita; tem
suas aplicações práticas em contextos tão variados como recuperação de informação, gestão de
bibliotecas, história da ciência e política científica (SPINAK, 1996).
O desenvolvimento das tecnologias digitais, a expansão da internet e da web criaram
condições para uma circulação ampliada da informação em ambientes digitais, tanto
informação científica quanto outros tipos de informação. Sendo assim, os estudos métricos da
informação também passaram a ser aplicados na medição da informação no ciberespaço.
Cibermetria: De acordo com Araújo (2019, p. 18) “os estudos métricos da
informação na web são, em geral, estudos de abordagens quantitativo-descritivo e realizados
por meio de aplicações matemáticas e estatísticas no ciberespaço, na gestão, fluxos ou
atividades relacionadas às informações”. Araújo (2019) ainda contextualiza que na cibermetria,
os dispositivos como websites, páginas pessoais ou corporativas, desempenham o mesmo papel
que os documentos nos estudos bibliométricos e cientométricos.
Para Björneborn e Ingwersen (2004 apud ARAÚJO; TEIXEIRA, 2013, p. 956) a
cibermetria pode ser considerada como

[...] estudo dos aspectos quantitativos da construção e uso dos recursos de


informação, estruturas e tecnologias da internet como um todo a partir de
abordagens informétricas e bibliométricas, englobando, portanto, estudos
estatísticos de grupos de discussão, listas de discussão, e outras comunicações
mediadas por computador na Internet.

Araújo (2015, p. 52-53) entende como método científico cibermétrico aquele que tem
como finalidade quantificar os produtos (blogs, listas ou fóruns de discussão, comunidades
virtuais, temas, assuntos, entre outros) e atores (blogueiros, membros, usuários, instituições,
moderados, tutores, entre outros) sociais, com o propósito de medir os aspectos comunicativos
das articulações que eles estabelecem na web. Araújo e Teixeira (2013, p. 956) destacam que a
cibermetria pode ser usada com o intuito de

[...] compreender os aspectos info-comunicacionais nos ambientes digitais,


seja dos usuários produtores/receptores (pessoal ou institucional, gênero, faixa
etária, região geográfica, comportamento) das mensagens; o conteúdo das
mensagens (área, assunto, temática); e dos canais (blogs, microblogs, sites de
redes sociais) com fins de mensuração da comunicação e interação online.
39

De acordo com Araújo (2019) dentro dos estudos métricos da informação na web (ou
estudos cibermétricos) estão os seguintes subcampos: a webometria, a webmetria e altmetria.
No contexto da cibermetria, Araújo (2019) chama a atenção para os estudos métricos
das mídias sociais definidos como “o uso de dados webmétricos para mensurar a influência
digital e o engajamento” (ARAÚJO, 2019, p. 24). Essa área foca, sobretudo, nas interações
sociais que se estabelecem por meio das mídias sociais e cobra destaque atualmente pois causa
cada vez maior interesse da sociedade nas mídias sociais, que se tornaram canais principais de
circulação e compartilhamento de informação. Como vimos antes, no caso do YouTube, eles
se tornaram nos últimos anos meios relevantes de comunicação e divulgação científica.
Na continuação serão conceitualizados os campos dentro da cibermetria:
Webometria: o termo foi cunhado em 1997 por Tomas C. Almind e Peter Ingwersen,
pesquisadores dinamarqueses. De acordo com Björneborn e Ingwersen (2004 apud ARAÚJO,
2019, p. 21) a webometria consiste no “estudo dos aspectos quantitativos da construção e uso
dos recursos da informação, estruturas e tecnologias na web a partir de abordagens
informétricas e bibliométricas”. A aplicação de métodos informétricos à web serve para medir
a frequência da distribuição das páginas no ciberespaço. Para Thelwall (2003 apud ARAÚJO,
2019, p. 21) ainda teria uma relação próxima com a bibliometria, pois “os documentos web -
textos ou multimídia - não deixam de ser informação registrada e armazenada, mesmo que em
servidores web”. Araújo (2019) ainda aponta que os motores de busca são os instrumentos
fundamentais para os estudos webométricos, pois eles trabalham com grandes volumes de
informação e facilitam as tarefas de quantificação e avaliação de fluxos do intercâmbio de dados
e informação na web.
Webmetria: Araújo (2019, p. 22, grifo do autor) diz tratar-se de “um campo voltado
para análises métricas de tráfego de vistas em websites (acesso e uso de informação na web:
logs, page tagging) que auxilia no controle de qualidade de processos e recurso da web”. Já
Cunha e Cavalcante (2008, p. 380) definem a webmetria como “estudo quantitativo da
comunicação na internet, desenvolvido a partir das aplicações dos conceitos de análise de
audiência e especialmente da bibliometria”. Gouveia (2013, p. 27) destaca que pode ser
considerada um subconjunto da webometria. Contudo, alguns autores utilizam ambos os
termos, webometria e webmetria como sinônimos, o que reforça a ideia de que as fronteiras
entre algumas subáreas são bastante ténues.
Altmetria: É a metria mais recente, denominada assim pela junção das palavras em
inglês alternative metrics. A criação do termo foi atribuída ao pesquisador Jason Priem quando
fez o uso dela em sua conta pessoal no Twitter em 2020. De acordo com Araújo (2019, p. 25)
40

é “a aplicação das métricas de mídias sociais no contexto da comunicação científica”. Também


tem sido definida como “o uso de dados webométricos e cibermétricos em estudos
cientométricos” (GOUVEIA, 2013, p. 219). Como pode ser notado, a ênfase é na medição e
avaliação de métricas relacionadas com a informação científica, mas em ambientes web,
sobretudo, de mídias sociais.
Na figura 5 se observa o arranjo de Araújo (2019) entre os diferentes subcampos. O
autor propõe que esse arranjo não seja representado por sobreposições entre eles, como a Figura
4, mas compreendido entre três eixos.

Figura 5 - Quadrantes dos Estudos Métricos da Informação na web

Fonte: Araújo (2019, p. 29)

O eixo X abrange os estudos dos objetos e recursos que consideram as tecnologias e


estruturas da web (webometria e webmetria) e seus elementos mais estáticos e os conteúdos e
recursos mais dinâmicos da web social (as métricas de mídias sociais). O eixo Y destaca a
natureza da informação, indo desde a informação científica a uma informação “social”
(ARAÚJO, 2019). Para Ferreira (2022, p. 27, grifo da autora) na Figura 5:

[...] se observa uma representação das interfaces e interseções entre estes


estudos em forma de quadrantes. No quadrante Q1 estão os estudos
webométricos e webmétricos que se orientam ao estudo de aspectos
quantitativos de características, estruturas e padrões de uso da web, seja em
ambientes acadêmicos ou comerciais. Os quadrantes Q1 e Q2 representam
estudos métricos da web mais orientados ao estudo dos usos sociais da
informação, ou seja, ao estudo da perspectiva comunicativa e colaborativa da
web. Contudo, o quadrante 2 representa o estudo cibermétrico das áreas de
41

conhecimento das comunidades científicas (cibercientometria) e da circulação


de seus produtos em blogs e redes sociais (altmetría). O quadrante 3 está mais
orientado ao estudo das interações em mídias sociais e suas diferentes
métricas.

Segundo Araújo (2019), o terceiro quadrante (Q3) é pouco explorado pela CI, tendo
mais repercussão na comunicação social e nos estudos de marketing digital. Este quadrante
nasce com interfaces com a informação social e de aproximação com os estudos informétricos
e webmétricos. De acordo com Ferreira (2022 p. 27, grifo da autora), são precisamente os
estudos do quadrante 3 que,

estimulados pelo crescimento de ambientes de socialização na web (fóruns


online, blogs, plataformas de redes sociais como Facebook, Instagram,
Twitter, Tiktok, Youtube), possibilitam uma observação e medição da
interação dos usuários, incluindo as análises de redes sociais.

Segundo Araújo (2018) se identificam cinco principais indicadores para os estudos


métricos das mídias sociais:
1) Visibilidade: se refere à capacidade de alcance do conteúdo exposto, sendo esta
medida relacionada a audiência, tamanho e público atingido, volume e frequência. por exemplo,
saber quem e quantas são (número de seguidores) para um melhor planejamento e
direcionamento de conteúdo;
2) Influência: se relaciona com a autoridade de quem publica e o quanto este tem
influência sobre o seu público; também, tem a ver com o papel dos usuários/influenciadores na
audiência e formação de opinião de um grupo;
3) Engajamento: mede o quanto o conteúdo obtém de entrosamento e interação do
público e com o público, este indicador aponta para a qualidade uma vez que mede como a
audiência reage ao conteúdo; o engajamento é um indicador de desempenho seja ele de sucesso
ou fracasso, onde pode ser medido através do quanto o conteúdo é curtido, compartilhado,
comentado e recomendado pela audiência;
4) Reputação: valor atribuído na percepção combinada de impressões dos três
indicadores anteriores (Visibilidade - Influência - Engajamento), pois trata-se de um atributo
de confiança adquirida a partir da performance associada dos três;
5) Métricas de Conversão: medem resultados e eventos relevantes, geralmente
baseados em metas, por exemplo, visitas que recebe o canal através de pesquisa no Google,
pois estas revelam o quanto o conteúdo é atrativo em relação aos demais itens do resultado de
42

busca; o crescimento de número de seguidores também é considerado uma medida de


conversão.
Na seção seguinte serão abordados: a caracterização da pesquisa, as técnicas de
pesquisa usadas, população e amostra, instrumentos de coleta e análise dos dados bem como os
indicadores e ferramentas da pesquisa.
43

3 METODOLOGIA

Nesta seção se descreve a abordagem, natureza do trabalho, objetivo, os procedimentos


técnicos da pesquisa utilizado, os indicadores e ferramentas utilizadas.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

A natureza da pesquisa é exploratória, pois tem como finalidade proporcionar maior


familiaridade com o problema (GIL, 2008; MARCONI; LAKATOS, 2003) o que pode permitir
aprofundar o tema em pesquisa futura. Desde o ponto de vista de seus objetivos é uma pesquisa
descritiva (PRODANOV; FREITAS, 2013), pois visa descrever as características dos conteúdos
do canal BiblioUFRN, seu engajamento e importância utilizando indicadores métricos de mídias
sociais. Utiliza-se como abordagem o método indutivo (MARCONI; LAKATOS, 2003), pois
parte-se de dados particulares para tentar chegar em generalizações.
A pesquisa tem ainda, abordagem quantitativa pois como aponta Prodanov e Freitas
(2008, p.69-70) “tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e
informações para classificá-las e analisá-las”.
A pesquisa, sob o ponto de vista da sua natureza, tem a finalidade de pesquisa aplicada, pois
tem o objetivo de “[...] gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas
específicos. Envolve verdades e interesses locais” (PRODANOV; FREITAS, 2008, p. 51).

3.2 TÉCNICAS DE PESQUISA

Para esta pesquisa utilizou-se o método monográfico ou estudo de caso. Conforme


Gil (2008, p. 18), o método monográfico “parte do princípio de que o estudo de um caso em
profundidade pode ser considerado representativo de muitos outros ou mesmo de todos os casos
semelhantes”. Segundo Lakatos (1983, p. 33 apud MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 108)
complementa “o método monográfico consiste no estudo de determinados indivíduos,
profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades, com a finalidade de obter
generalizações”. Para a pesquisa este método analisou um ambiente de comunicação e
divulgação científica a fim de obter generalizações acerca de como os canais de instituições e
cursos de educação superior podem utilizar o YouTube para atingir seus públicos e aumentar
seu alcance e visibilidade.
44

Foram utilizadas como técnicas de pesquisa a pesquisa bibliográfica, documental e a


cibermetria, com foco no estudo métrico de mídias sociais (YouTube). A pesquisa bibliográfica,
segundo Marconi e Lakatos (2003, p. 183) é:

[...] toda a bibliografia já tornada pública em relação ao tema do estudo desde


publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias,
teses, artigos científicos impressos ou eletrônicos, material cartográfico e até
meios de comunicação oral: programas de rádio, gravações, audiovisuais,
filmes e programas de televisão.

Sendo utilizada para a conformação do referencial teórico, a partir dos conceitos de


comunicação científica, divulgação científica, YouTube e estudos métricos de informação na
web. Os critérios de busca da bibliografia para constituir o referencial teórico foram a seleção
de artigos e livros sobre comunicação científica, divulgação científica no YouTube e estudos
métricos da informação. A delimitação das buscas estabeleceu-se em artigos de periódicos,
trabalhos de eventos, monografias, teses, dissertações e sites em língua portuguesa e espanhol.
A pesquisa documental, de acordo com Gil (2008, p. 51) assemelha-se à pesquisa
bibliográfica, porém basicamente sua diferença está na natureza das fontes, e ainda descreve
que “a pesquisa documental se vale de materiais que não receberam ainda um tratamento
analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa”.
Marconi e Lakatos (2003, p. 176) discorre que o levantamento de dados se classifica em
“primários (depoimentos, entrevistas, questionários), secundários (coletado por meio de análise
documental: documentos escritos, relatórios, livros, revistas, jornais, sites) e terciários (citados
ou fornecido por terceiros)”. No caso desse estudo, a pesquisa documental inclui a seleção e
análise dos vídeos existentes no canal BiblioUFRN no período definido.
Os indicadores cibermétricos foram utilizados para avaliar de forma quali-quantitativa
as características dos vídeos, sua visibilidade e engajamento do público com os conteúdos do
canal. Com relação ao caráter qualitativo é possível destacar que em qualquer pesquisa
quantitativa, os dados numéricos devem ser interpretados e contextualizados para outorgar
significação.

3.3 UNIVERSO DA PESQUISA: CANAL BIBLIOUFRN NO YOUTUBE

O canal BiblioUFRN (Figura 6) objetiva disseminar conhecimento científico


relacionado com a Biblioteconomia e a Ciência da Informação. Os conteúdos divulgados no
canal são produzidos pelos docentes do curso de Biblioteconomia da UFRN, com participação
45

de palestrantes convidados, a fim de aproximar os temas da Biblioteconomia e a Ciência da


Informação para os alunos da graduação, pós-graduação, bibliotecários, pesquisadores e o
público geral. Nesse sentido, considera-se que o canal constitui um meio tanto de comunicação
da ciência quanto de divulgação científica.

Figura 6 – Print da tela do Canal BiblioUFRN no YouTube

Fonte: BiblioUFRN (2022)

Os primeiros vídeos do canal foram criados em junho de 2020 e seus criadores


(palestrantes) foram os professores do curso de Biblioteconomia. Posteriormente, os docentes
passaram a organizar eventos (palestras, conferências, mesas-redondas, workshops, lançamentos
de livros) e a desempenhar mediações nas discussões e debates, convidando então, como
palestrantes, professores, pesquisadores e bibliotecários de diversas instituições de dentro e fora
do Brasil.
O docente que media as palestras se identifica nominalmente, informa sua instituição,
o tema do evento, quem é o palestrante, as qualificações e formação deste e a qual instituição
pertence. A captação do áudio é feita de modo amador pelo próprio equipamento dos
mediadores e palestrantes (notebook, tablet, celular/smartphone) o que pode ter como
consequência interferência de ruídos do meio ambiente. Alguns palestrantes se utilizam de
recursos multimídia para apresentar o seu conteúdo (slides no PowerPoint e PDF pelo Acrobat
Reader, navegadores de internet e sites diversos). A fala é coloquial, mas ainda assim utilizando
os termos conhecidos da área dentro do contexto do assunto abordado. No final das
apresentações, os palestrantes sempre mencionam as referências usadas na apresentação e seus
46

endereços de e-mail para que os espectadores possam entrar em contato, caso queiram tirar
alguma dúvida, debater ou responder alguma questão/assunto que não foi respondido(a) durante
a transmissão. Terminada a apresentação, o mediador faz suas considerações e lê as perguntas
enviadas pela audiência no chat do canal ao palestrante. Os mediadores no final da transmissão
sempre convidam os espectadores para se inscreverem no canal, compartilhar os vídeos e deixar
o like se gostou do conteúdo, a título de engajamento para o canal. Um aspecto interessante é
que apesar de ser uma transmissão em que atores da Biblioteconomia e CI estão debatendo um
assunto, paralelamente o ambiente é fomentado pela audiência fazendo perguntas e comentários
no chat na plataforma, ao mesmo tempo em que também colocam suas impressões e relatos de
alguma experiência sobre o assunto e um debate surge quando os palestrantes estão expondo
seu conteúdo.
Os vídeos, após o fim do evento, têm a possibilidade de serem vistos com a geração
de legendas ativada (closed caption). A partir do evento Biblioweek 2021.1, em 7 de junho de
2021, as transmissões em tempo real passaram a contar também com os profissionais da
instituição que fazem a tradução em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), o qual torna o canal
mais inclusivo para pessoas com deficiência auditiva (pessoa surda).
Embora a maioria dos vídeos disponíveis no canal tenham sido transmitidos ao vivo nesta
plataforma, o canal também disponibiliza gravações de eventos e palestras que foram transmitidos
ao vivo utilizando plataformas como Zoom e Google Meet, inseridos a posteriori.
Com relação à divulgação, os eventos são divulgados a partir de iniciativas dos
próprios professores organizadores, com a colaboração de alunos de graduação, por meio de
suas próprias redes sociais. A divulgação do canal é complementada por meio de outras vias,
por exemplo, o Instagram e Facebook do Centro Acadêmico Zila Mamede (CAZMA) do curso
de Biblioteconomia e Instagram do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA). O canal
nesse aspecto é muito importante para a divulgação dos conteúdos da Biblioteconomia e CI do
ponto de vista que o curso sempre está em contato com alunos ingressantes na universidade e
que podem ter contato com profissionais e autores renomados do campo da CI para debater os
assuntos, analisar as problemáticas e realizar proposições no campo bem como acesso às
bibliografias e autores citados nas apresentações, permitindo a ampliação de conhecimento
acadêmico e profissional.
A continuação será realizada uma caracterização dos vídeos e do canal utilizando
métricas informacionais.
47

3.4 POPULAÇÃO E AMOSTRA

O período de análise que compreende o estudo dá-se a partir de 9 de junho de 2020


(data de criação do canal) até 31 de dezembro de 2021. Abarcada assim, toda a etapa de ensino
remoto emergencial. Nesse período o canal tinha 81 vídeos. Dessa população, selecionamos
como amostra de estudo 70 vídeos. Os vídeos selecionados estão listados no Apêndice A.
Foram descartados outros conteúdos por não se caracterizarem como palestras de
comunicação e divulgação científica. Os 11 vídeos que não compõem a amostra são:
Biblioteconomia UFRN produzido pelo Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA);
Biblioteca Prisional, por Catia Lindemann26; BiblioEncontro: Apresentação de banda musical
Luaz, no dia dedicado ao Centro Acadêmico na Biblioweek; Bibliotecário: o profissional de
ontem, hoje e amanhã, mais sete vídeos que integram a série Conheça mais sobre o(a)
bibliotecário(a).

3.5 INSTRUMENTOS DE COLETA E ANÁLISE DE DADOS. INDICADORES E


FERRAMENTAS

Para a coleta dos dados, os 70 vídeos foram listados e inseridos na ferramenta de edição
de planilhas do pacote Office da Microsoft, o Excel. Os seguintes indicadores foram levantados:

Características dos vídeos:


• Tipologia de vídeo: quantidade de vídeos segundo forma de transmissão;
• Tipologia do evento: quantidade de vídeos segundo tipologia do evento;
• Duração do vídeo: quantidade de minutos de duração;
• Ano de produção: quantidade de vídeos por ano;
• Temáticas: quantidade de vídeos por categoria temática;
• Palavras-chave: quantidade de palavras-chave.

Características dos palestrantes:


• Titulação dos palestrantes: quantidade de palestrantes segundo titulação;

26
O vídeo sobre Biblioteca Prisional foi uma aula através do Google Meet que aconteceu antes do
período pandêmico e que foi acrescentado ao canal posteriormente. Diferentemente de outros
conteúdos que também aconteceram através do Google Meet ou Zoom, mas que ocorreram no período
de aulas remotas devido à pandemia e foram acrescentados após a criação do canal.
48

• Países dos palestrantes: quantidade de palestrantes por países;


• Área de titulação dos palestrantes: quantidade de palestrantes segundo área de titulação;
• Categoria de instituições dos palestrantes: quantidade de instituições segundo categoria;
• Ocupação dos palestrantes: quantidade de palestrantes segundo ocupação.

Características dos mediadores:


• Titulação dos mediadores: quantidade de mediadores segundo titulação;
• Área de formação dos mediadores: quantidade de mediadores segundo área de formação;
• Instituição dos mediadores: quantidade de mediadores segundo a instituição.

Visibilidade do canal:
• Visualizações: quantidade de visualizações do canal, quantidade de visualizações por
idade do público, quantidade de visualizações por gênero do público, quantidade de
visualizações por país de origem;
• Inscritos: quantidade de inscritos.

Engajamento:
• Curtidas: quantidade de curtidas.

Repercussão:
• Existência ou não de menções ou comentários sobre o canal em websites e redes sociais.

A coleta de dados realizou-se manualmente para quase a totalidade dos indicadores, à


exceção dos indicadores de quantidade total de visualizações, idade e gênero do público que
foram obtidos da plataforma YouTube Analytics do canal BiblioUFRN.
Para cada vídeo atribuiu-se entre duas e seis palavras-chave. Após essa fase, criou-se
categorias que permitiram agrupar os vídeos. As categorias criadas foram: Acessibilidade;
Aspectos gerais da informação; Atuação profissional; Ciência, Tecnologia e Inovação;
Desinformação; Estudos métricos da informação; Formação acadêmica; Gestão de acervos;
Gestão de processos; Livro, leitura e letramento; Organização da informação; Pesquisa
científica; Questões sociais; Segurança da informação; Usuários e serviços de informação.
Para analisar a repercussão do canal realizou-se uma busca no Google à procura de
menções do canal em redes sociais e sites de instituições.
49

As ferramentas utilizadas para análise do conteúdo do canal foram: Excel (pacote


Office da Microsoft); o YouTube Analytics do canal BiblioUFRN (dados fornecidos pelo
administrador do canal); para a geração de nuvem de palavras-chaves do canal foi utilizado o
site Word Art Generator application27 versão 4.8.1, um gerador de nuvem de palavras on-line
de fácil utilização.
Na seção seguinte serão apresentados os resultados obtidos da análise dos indicadores
indicados na secção metodológica.

27
http://wordart.com
50

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nesta seção se apresenta a caracterização dos vídeos e seus participantes, assim como os
indicadores de visibilidade e engajamento do canal. Também se apresentam as categorias temáticas
dos vídeos e indícios da repercussão do canal na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação.
Os indicadores evidenciam quanto o curso de Biblioteconomia aproveitou o potencial de YouTube
para comunicação e divulgação da ciência.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS VÍDEOS

O corpus analisado corresponde a 70 vídeos disponíveis no canal BiblioUFRN entre


junho de 2020 e dezembro de 2021, abrangendo o período de ensino remoto emergencial. Em
2020 foram disponibilizados 18 vídeos (26%), enquanto em 2021 foram disponibilizados 52
(74%). Para fins de comparação deve-se levar em conta que no ano de 2020 foram
contabilizados apenas seis meses. Contudo, é evidente o incremento notável em 2021. A
explicação pode estar na percepção de sucesso dos eventos e palestras de 2020, ou seja, tanto a
coordenação do curso quanto os professores do Departamento enxergaram as potencialidades
da plataforma para promover eventos que conseguiam atingir audiências maiores, com público
proveniente de todas as regiões federativas do Brasil, e inclusive de outros países. No caso dos
palestrantes, também a possibilidade de convidar de forma fácil e econômica, professores,
pesquisadores e bibliotecários de diversos lugares. Portanto, houve uma opção por explorar de
forma mais abrangente as possibilidades com o intuito de ampliar a visibilidade do curso e
refinar a qualidade dos eventos.
A Tabela 1 mostra a predominância dos vídeos realizados ao vivo no YouTube, pois do
total de vídeos analisados 83% foram ao vivo nessa plataforma, enquanto 17% foram previamente
gravados em outras plataformas (Google Meet e Zoom) e depois adicionados ao canal. Essa
diversificação em relação aos vídeos, com transmissão ao vivo em outras plataformas, ocorreu
devido à preferência dos professores organizadores e ao fato de que algumas palestras se
produziram no âmbito de suas disciplinas.

Tabela 1 – Tipologia de vídeos no canal BiblioUFRN segundo plataforma de transmissão (2020-2021)


TIPOLOGIA DE VÍDEO QUANTIDADE PORCENTAGEM
Transmitido ao vivo no YouTube 58 83%
Transmitido ao vivo em outras plataformas 12 17%
TOTAL 70 100%
Fonte: A autora (2022)
51

Na Tabela 2 se observa a classificação dos vídeos segundo tipo de evento científico.


Predominam as palestras (70%), enquanto outros tipos de eventos como oficinas e lançamento
de livros foram minorias. Muitas palestras foram proferidas no contexto de eventos
institucionalizados. Por exemplo: II e III Troca de Saberes na Ciência da Informação, III
Seminário Diálogos Internacionais em Ciência da Informação, I Seminário de Gestão de
Coleções da UFRN e os eventos Biblioweek 2020.2, 2021.1 e 2021.2. Como antes mencionado,
algumas palestras foram frutos das disciplinas que tinham profissionais convidados pra expor
suas experiências para os discentes.

Tabela 2 – Tipo do evento transmitido no canal BiblioUFRN (2020-2021)


TIPO EVENTO QUANTIDADE PORCENTAGEM
Palestras 49 70%
Conferências 8 11%
Mesa Redonda 7 10%
Oficinas 4 6%
Lançamento de Livro 2 3%
TOTAL 70 100%
Fonte: A autora (2022)

Em total, o canal teve 112h42min23s de transmissão de conteúdos (Apêndice A). Em


relação ao tempo de duração dos vídeos se identificou uma variação entre 38min55s (o mais
curto) e 3h23min2s (o mais longo). O vídeo mais curto correspondeu à terceira parte do
Workshop como elaborar artigos científicos, que foi dividido em 4 módulos, cada um teve a
geração de um link em separado no YouTube. Segue em menor duração (40min27s) a palestra
Boas práticas de Segurança da Informação para terceira idade, transmitida ao vivo na
plataforma Zoom e depois incorporado ao canal. O vídeo mais longo durou 3h23min2s (Estudo
de Usuários e práticas informacionais na Ciência da Informação, dia 1), conformado por duas
palestras. Diferentemente de outras plataformas que têm limite de tempo de duração da
transmissão, o YouTube não tem essa restrição, portanto as transmissões ao vivo podem durar
de minutos até horas.
Com relação às temáticas dos vídeos, foram identificadas quinze categorias temáticas.
As mais abordadas foram: Atuação Profissional com 20 vídeos; Pesquisa Científica, 7; Estudos
Métricos da Informação, 6 e Formação Acadêmica, 5 (Tabela 3). Esse resultado reflete o quanto
foi debatida a atuação do profissional e as novas atribuições face ao enfrentamento da pandemia
por Covid-19, sobretudo no âmbito das bibliotecas, assim como aspectos relacionados em como
fazer pesquisa científica com qualidade e integridade.
52

Tabela 3 – Temáticas abordadas nos eventos do canal BiblioUFRN (2020-2021)


TEMÁTICA 2020 2021 QUANTIDADE
Acessibilidade 0 3 3
Aspectos gerais da informação 1 1 2
Atuação profissional 5 15 20
Ciência, Tecnologia e Inovação 0 3 3
Desinformação 0 1 1
Estudos Métricos da Informação 0 6 6
Formação acadêmica 2 3 5
Gestão de Acervos 0 3 3
Gestão de Processos 0 1 1
Livro, Leitura e Letramento 1 3 4
Organização da Informação 0 3 3
Pesquisa Científica 6 1 7
Questões Sociais 0 4 4
Segurança da Informação 0 4 4
Usuários e Serviços de Informação 3 1 4
TOTAL GERAL 18 52 70
Fonte: A autora (2022)

Uma análise complementar das temáticas está representada por meio de uma nuvem
de palavras-chave (Figura 7). No Apêndice B se encontram todas as palavras-chaves atribuídas
e a quantidade da ocorrência de cada uma.

Figura 7 - Nuvem de palavras-chave atribuídas aos vídeos do Canal BiblioUFRN

Fonte: A autora (2022)


53

As palavras-chaves que mais apareceram foram Biblioteca (7 vezes), Comunicação


Científica (6 vezes), Ciência da Informação e Fontes de Informação (5 vezes) e Pesquisa
Científica e Segurança da Informação (4 vezes cada uma). As palestras que mais tiveram a
palavra-chave Biblioteca associada foram: Seminário acadêmico e científico sobre a atuação
dos profissionais da informação (dias 1, 2 e 3); O sistema de bibliotecas da UFRN: experiências
em tempos de pandemia; Atuação e Sistema de Bibliotecas Públicas; A contribuição de
bibliotecas e bibliotecários para a geração de inovação: desafios e oportunidades; Bibliotecas
no mundo contemporâneo: função social e desafios.

4.2 CARACTERIZAÇÃO DOS PALESTRANTES E MEDIADORES

Na Tabela 4 mapeou-se a formação dos palestrantes através de sua titulação


acadêmica. Dos 85 palestrantes registrados nos vídeos, 32 eram doutores (38%) e 28 mestres
(33%). Esses dados revelam as escolhas realizadas pelos organizadores das palestras e eventos,
que observam a autoridade científica que os palestrantes imprimem ao versar sobre os temas
abordados, bem como suas relações profissionais como outros professores doutores (ex-
orientadores, supervisores, colegas de turma, colegas de grupos de pesquisa).

Tabela 4 – Titulação dos palestrantes do canal BiblioUFRN (2020-2021)


TITULAÇÕES QUANTIDADE PORCENTAGEM
Doutorado 32 38%
Mestrado 28 33%
Especialização 4 5%
Bacharelado 16 19%
Sem titulação 5 6%
TOTAL 85 100%
Fonte: A autora (2022)

Com relação à distribuição geográfica dos palestrantes, 82 pessoas (96%) eram


brasileiras, enquanto 4 (4%) eram de Cuba (2), Colômbia (1) e Porto Rico (1). É importante
destacar que a participação de palestrantes estrangeiros visa ampliar os debates e as temáticas
uma vez que eles trazem abordagens e experiências diversas no campo da Ciência da
Informação bem como contribuem para ampliar ações de internacionalização. A
internacionalização também integra os objetivos do plano trienal da UFRN, cientes da
importância do estabelecimento de laços internacionais para a elevação da qualidade do ensino,
a pesquisa e a extensão universitária. Outro aspecto importante é a língua falada dos convidados
estrangeiros (espanhol), que permite que a audiência possa acompanhar com menos dificuldade.
54

Na Tabela 5 mostra-se as áreas de titulação dos palestrantes. A área mais presente é a


Ciência da Informação e Biblioteconomia28 com 47 palestrantes (55%) Em relação aos demais,
percebe-se uma diluição nos títulos, entre diversas áreas de formação. Isto deve-se ao fato de
os temas das palestras abordarem aspectos teóricos e práticos da Ciência de Informação e da
Biblioteconomia e por isso há a exigência de profissionais atuantes na respectiva área.

Tabela 5 – Área de titulação dos palestrantes do canal BiblioUFRN (2020-2021)


ÁREAS QUANTIDADE PORCENTAGEM
Administração 2 2%
Ciência da Comunicação 1 1%
Ciência da Comunicação Social 1 1%
Ciência da Informação e Biblioteconomia 47 55%
Ciências Humanas e Sociais da UFABC 1 1%
Comportamento Animal 1 1%
Comunicação 3 4%
Direito 1 1%
Educação 3 4%
Educação e Ensino Básico 1 1%
Engenharia Administrativa 1 1%
Estudos Brasileiros 1 1%
Gestão da Informação e Conhecimento 3 4%
Gestão de Conhecimentos para Desenvolvimento Sócio-Ambiental 1 1%
Gestão de Documentos e Informações 1 1%
Gestão de Processos Institucionais 3 4%
Gestão Documental 1 1%
Gestão em Organizações Aprendentes 2 2%
Gestão Pública 1 1%
Informação Estratégica e Crítica 1 1%
Inovação em Tecnologias Educacionais 1 1%
Literatura Infantil e Juvenil da Composição a Educação Literária 1 1%
MBA em Gestão de Pessoas 1 1%
Memória Social 1 1%
Pedagogia 1 1%
Políticas Públicas, Gestão e Avaliação do Ensino Superior 1 1%
Políticas Públicas 1 1%
Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação 1 1%
Psicologia 1 1%
TOTAL 85 100%
Fonte: A autora (2022)

Na Tabela 6 mostra-se que os palestrantes pertencem, em sua grande maioria (42%),


a instituições de ensino superior como universidades e faculdades (nacionais e internacionais).
A distribuição das 20 instituições é da maneira seguinte: 11 universidades federais, 4
universidades estrangeiras; 2 universidades particulares, 2 faculdades e 1 universidade estadual.

28
Foram agrupados todos os títulos que correspondem a mesma área da CI, mas que recebem nomes
diferentes devidos a diversificadas instituições de formação: Ciência da Informação e Documentação;
Documentación y Información Científica; Informação e Comunicação em Plataformas Digitais;
Sistemas de Información y Documentación.
55

Isso constata a centralidade das instituições de educação superior na pesquisa científica, como
motor do desenvolvimento das disciplinas e profissões.
Contudo, foi identificada também a participação da administração pública, com a
participação de governadoria (1) e prefeitura (2), além de órgãos públicos (2). Isto ocorre pelo
fato de a Biblioteconomia atuar nesses âmbitos com seus bibliotecários, além de se fazer
necessário a participação de órgãos públicos na definição e execução de legislações
regulamentos que ampliam a participação destes profissionais no mercado de trabalho,
garantindo assim a qualidade dos serviços que esses profissionais prestam à sociedade. Foi
identificada também a participação de fundações como a FIOCRUZ e a Fundação José Augusto
(RN). Também não se pode deixar de mencionar a participação de bibliotecários e bibliotecários
de bibliotecas públicas. Apesar de ter apenas 4 participações destacamos a importância dos
temas debatidos, sobretudo a discussão da temática dos serviços e empréstimos durante a
pandemia.
Quanto à ocupação dos palestrantes, percebe-se a prevalência de docentes (28; 33%);
seguidos por profissionais com cargos ou funções administrativas [coordenadores, supervisores,
diretores, chefes, vice-presidente, gestores, governador] representando (24; 28%) e bibliotecários
(23; 27%). Complementando a análise temos a presença de discentes (6; 7%), assistentes sociais
(2; 2%), assistente de pesquisa (1; 1%) e técnico (1; 1%).

Tabela 6 – Categorização das afiliações institucionais dos palestrantes do canal BiblioUFRN


(2020-2021)
INSTITUIÇÕES QUANTIDADE PORCENTAGEM
Administração Pública 5 10%
Associações 2 4%
Bibliotecas Públicas 4 8%
Escolas Particulares 2 4%
Empresas 4 8%
Ensino Superior ou Universidades 20 42%
Fundações 5 10%
Sistema S29 2 4%
Outros 4 8%
TOTAL 48 100%
Fonte: A autora (2022)

Como se mencionou antes uma das características dos eventos desenvolvidos no canal
BiblioUFRN é a presença de um mediador que apresenta aos convidados e organiza a interação

29
O Sistema S aqui é o conjunto de nove organizações das entidades corporativas voltadas para o
treinamento profissional, assistência social, consultoria, pesquisa e assistência técnica. São eles:
Senai, Sesi, Senac, Sesc, Sebrae, Senar, Sest, Senat e Sescoop. Na participação das lives do Canal
BiblioUFRN, participaram então o Sesc e a Faculdade Senai-PB.
56

com a audiência. Na Tabela 7 mapea-se a formação dos mediadores através de sua titulação
acadêmica. Dos 14 mediadores registrados, 13 possuem formação stricto sensu, com
predominância de 10 doutores (71%), seguido de 3 mestres (21%). Alguns dos mediadores
estavam cursando doutorado ou mestrado.

Tabela 7 – Titulação dos mediadores do canal BiblioUFRN (2020-2021)


TITULAÇÕES QUANTIDADE PORCENTAGEM
Doutorado 10 71%
Mestrado 3 21%
Bacharelado 1 7%
TOTAL 14 100%
Fonte: A autora (2022)

A área de formação dos mediadores é a Biblioteconomia e CI seja na graduação e/ou


mestrado. Na Tabela 8 se observa que a área de pós-graduação predominante também é na
Biblioteconomia e CI.

Tabela 8 – Área de formação dos mediadores do canal BiblioUFRN (2020-2021)


ÁREAS QUANTIDADE PORCENTAGEM
Biblioteconomia e Ciência da Informação 11 79%
Educação 1 7%
Gestão Pública 1 7%
TOTAL 14 100%
Fonte: A autora (2022)

A Tabela 9 revela as afiliações institucionais dos mediadores. A maioria é composta


de professores do Departamento de Ciência da Informação da UFRN (10; 71%), o que indica o
quanto os docentes se engajam no canal. Eventualmente o departamento convidou outros
profissionais da informação para mediar alguma palestra; na data de análise, todos eram da
região Nordeste. Os possíveis motivos são a parceria que o DECIN/COBIB tem com os
mediadores e a proximidade com os temas debatidos pelos profissionais.

Tabela 9 – Afiliações institucionais dos mediadores do canal BiblioUFRN (2020-2021)


INSTITUIÇÕES QUANTIDADE PORCENTAGEM
UFRN 10 71%
UFPB 1 7%
UFPE 1 7%
UFAL 1 7%
APB-PB 1 7%
TOTAL 14 100%
Fonte: A autora (2022)
57

4.3 VISIBILIDADE E ENGAJAMENTO DO CANAL

Como visto no referencial teórico, a visibilidade se refere à capacidade de alcance do


conteúdo exposto, sendo esta medida relacionada, por exemplo, a tamanho da audiência e
comportamentos de visualização do canal. O tamanho da audiência foi estimado segundo a
quantidade de inscritos, embora seja sabido que nem todos os que assistem uma palestra fazem
inscrição no canal. Contudo, é uma medida de certa “fidelidade” e boa recepção dos conteúdos.
Entre a criação do canal em 9 de junho de 2020 e 31 de dezembro de 2021 o canal ganhou
aproximadamente 1,8 mil inscritos. Quase mil foram ganhados nos primeiros seis meses do
canal, o que evidencia que no período (ainda em pleno ensino remoto emergencial) houve uma
grande aceitação do formato e características dos eventos transmitidos.
Em relação à quantidade de visualizações contabilizadas na data final da coleta, os 70
vídeos alcançaram no período estudado 40.289 visualizações. A coleta desses dados aconteceu
com o auxílio do YouTube Analytics. Os eventos com maior quantidade de visualizações no
período analisado foram o workshop “Como publicar um artigo científico”, as palestras do
evento “Estudos de usuários e práticas informacionais” e a palestra “Plágio e outras más práticas
na pesquisa científica”.
Desse total de visualizações, 75,9% corresponderam ao público feminino e 24,1%, ao
público masculino. Em relação às idades, predominaram as visualizações na faixa de 25 a 34
anos (36,9%). Esse público provavelmente é composto por pessoas já formadas, ou fazendo
uma segunda graduação. Talvez também inclua alunas e alunos de pós-graduação. Segue em
número de visualizações a faixa de 18 a 24 anos (30,4%), composto por alunos ingressantes na
universidade, muitos deles vindo do ensino médio ou alunos atualmente cursando a graduação.
A faixa etária de 35 a 44 anos acumula 20,7% das visualizações; esse grupo provavelmente está
composto por pessoas já formadas e exercendo no campo de trabalho, portanto, pode estar
composto por pessoas bibliotecárias, pós-graduandos e professores. Finalmente, 10,8% das
visualizações procedem do público com idades entre 45 e 54 anos. Foram identificados também
visualizações de pessoas entre 55 e 64 anos (1,3%).
É importante ressaltar que durante o período de suspensão de aulas devido à pandemia
(março-agosto de 2020), o curso de Biblioteconomia utilizou o canal para manter engajados aos
alunos em debates pertinentes na área, promover atividades de extensão, com direito a certificados
para que os alunos pudessem comprovar a participação e incluí-los como atividade complementar
que é um dos requisitos da disciplina no curso. Dessa maneira, também, o canal teve a intenção de
58

se tornar não apenas canal de comunicação científica, mas também, de divulgação da ciência, ao
ter potencialidade de atingir um público “leigo” na sociedade no geral.
Pode-se questionar a referência “ao público leigo” em Bueno (2010), pois o autor
considera que esse é um público que geralmente não tem iniciação ou formação técnico-
científica na área em discussão. Nesse sentido, o canal BiblioUFRN tem, fundamentalmente,
conteúdo direcionado às pessoas da área de Biblioteconomia e CI. Pois, em tese, as pessoas que
procuram este tipo de canal buscam estar a par das discussões atuais e ao mesmo tempo adquirir
novos conhecimentos e competências. Muito embora uma parte do público que assiste o canal
possua diversas titulações (bacharelado, especialistas, mestres, doutores etc.) o canal visa
discutir assuntos para um público acadêmico em formação, por ser um canal vinculado a um
curso universitário da UFRN e também a um público que venha a se interessar pela
biblioteconomia, sendo também uma fonte de divulgação do curso da UFRN.
Com relação a isso, vale lembrar que muitos alunos que estão ingressando no curso
ainda não têm conhecimento suficiente em vários assuntos, portanto, o interesse sobre os
assuntos abordados nele pode despertar a partir do divulgado no canal. Além de terem os seus
conhecimentos aprimorados através de novas abordagens ali mostradas. Por outro lado, os
eventos e palestras são cadastrados como ações de extensão, precisamente porque tem a
intenção de alcançar audiências mais amplas, não apenas professores, pesquisadores, alunos,
bibliotecários, senão também, qualquer pessoa da sociedade.
Desde a perspectiva dos estudos cibermétricos, o engajamento se refere em quanto o
conteúdo obtém de entrosamento e interação do público e com o público. No caso do canal
BiblioUFRN, o público interatua fundamentalmente por meio das curtidas nos vídeos e dos
comentários nos chats ao vivo. Não é comum que os vídeos tenham comentários após
finalização da transmissão, para o caso daqueles transmitidos ao vivo desde a própria
plataforma de YouTube.
Como durante o período da pesquisa não foi possível encontrar alguma ferramenta
que permitisse a coleta e análise dos comentários ao vivo, o engajamento só pôde ser estimado
por meio da contabilização das curtidas. Na data final da coleta de dados foram contabilizadas
6.243 curtidas em todos os 70 vídeos transmitidos. Prefere-se não apresentar análises
individualizadas de “curtidas” ou “descurtidas”. É importante comentar que vídeos com grande
número de visualizações acumuladas ainda podem ter um número relativamente baixo de
“curtidas”.
59

4.4 REPERCUSSÃO DO CANAL

Para estimar a repercussão do canal buscou-se por menções ao canal em mídias sociais
de instituições e organização de classe. Nesse sentido, foi importante identificar que o canal foi
indicado como um dos mais relevantes na Ciência da Informação em enquete realizada nas
mídias sociais da Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas da
Informação e Instituições (FEBAB) em 23 de abril de 2021. A enquete tinha a pergunta
“Finalizando a semana, quais canais no YouTube de pessoas, iniciativas e instituições da
Biblioteconomia e Ciência da Informação que vocês nos recomendam?” (FEBAB, 2021a) e foi
divulgada no perfil no Twitter @FEBAB em 27 de maio de 2021 (Figura 8). O resultado foi
divulgado no perfil de Instagram @febab.federacao e no site da FEBAB (Figura 9) (FEBAB,
2021b; SENA, 2021).

Figura 8 - Prints da enquete no Twitter da FEBAB e anúncio do resultado no Instagram

Fonte: FEBAB (2021a, 2021b)

O canal BiblioUFRN foi um dos 40 canais recomendados no YouTube e a FEBAB


recebeu as seguintes indicações nas mídias sociais para chegar aos canais recomendados: 38
60

indicações nos stories do Instagram, 26 no Twitter, totalizando 64 recomendações (SENA,


2021). Sena (2021) destaca que os canais recomendados possuem constantemente conteúdos
diversificados (informações científicas, técnicas e de lazer através de canais de recomendação
de leitura) e muita criatividade, e também seguem compartilhando conhecimento de altíssima
qualidade e criatividade, e nesse aspecto o canal BiblioUFRN possui todas as características
dos conteúdos diversificados.

Figura 9 - Resultado da enquete no site da FEBAB sobre canais de Biblioteconomia


recomendados no YouTube

Fonte: Sena (2021)

Por fim, sobre a repercussão das indicações dos canais mais relevantes, o canal
BiblioUFRN figura nesta listagem como um dos cinco canais vinculados às instituições de
ensino superior indicados pela audiência (canais FESPSP, Encontros Bibli & PGCIn-UFSC,
PPGCI IBICT UFRJ, PPGCI UEL). Esse resultado mostra o quanto o DECIN/COBIB tem se
engajado em produzir conteúdo de qualidade para o público de Biblioteconomia e Ciências da
Informação.
61

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização dessa pesquisa teve por objetivo geral analisar as características,


visibilidade e repercussão do canal BiblioUFRN como meio de comunicação e divulgação da
ciência na área da Biblioteconomia e Ciência da Informação e como objetivos específicos:
descrever as características dos vídeos publicados pelo canal BiblioUFRN no Youtube;
caracterizar o perfil dos palestrantes e mediadores dos vídeos; analisar visibilidade e
engajamento do canal e verificar a repercussão do canal em outras plataformas e organizações.
Os objetivos específicos pretendidos na pesquisa foram atingidos.
Dos 70 vídeos analisados, a maioria foi transmitida ao vivo desde a própria plataforma
de YouTube; os eventos que mais ocorreram foram palestras (49; 70%), quase todas associadas
a seminários com certa institucionalização. A duração de tempo dos vídeos variou entre vídeos
de aproximadamente 40 minutos até os com mais de 3 horas. Observa-se que, geralmente, a
duração dos vídeos é a extensão de uma palestra típica em formato presencial (média de 50 a
60 minutos), acompanhadas por uns 20 ou 30 minutos de interação com o público.
O ano de 2021 teve a maior quantidade de vídeos produzidos, não apenas porque se
contabilizam 12 meses completos (contra 6 meses de 2020), senão porque os professores do
curso compreenderam as potencialidades do canal e aproveitaram para organizar diversos
eventos, com variadas temáticas, convidando palestrantes de regiões distantes e uma ampla e
diversificada audiência.
Das quinze categorias temáticas atribuídas aos vídeos, destaca-se as de: Atuação
Profissional, Pesquisa Científica, Estudos Métricos da Informação e Formação Acadêmica. A
análise de palavras-chave permite aprofundar nessas nuances pelo destaque a Biblioteca,
Comunicação Científica, Fontes de Informação, Pesquisa Científica e Segurança da
Informação. Essa análise permite apreciar que embora algumas temáticas tenham maior
destaque, o canal BiblioUFRN disponibiliza conteúdos diversos e desde perspectivas plurais, a
partir também da diversidade de palestrantes e mediadores.
As características dos perfis dos palestrantes e mediadores do canal foram mapeadas.
Verificou-se que a maioria dos palestrantes possui doutorado e mestrado na área da
Biblioteconomia e Ciência da Informação, está vinculada às instituições de educação superior
e é predominada por brasileiros, embora com participação pontual de palestrantes de Cuba,
Colômbia e Porto Rico. Aponta para a necessidade de maior internacionalização dos
palestrantes, uma vez que essas pessoas contribuem com novas perspectivas e experiências.
Quanto aos mediadores, predominam os doutores, na área de Biblioteconomia e Ciência da
62

Informação e a maioria é docente do Departamento de Ciência da Informação da UFRN, o que


evidencia o engajamento desse corpo docente com os eventos organizados no canal.
Com relação aos indicadores de visibilidade e engajamento, foi possível identificar a
quantidade de inscritos, visualizações e curtidas. Traçando o marco zero da criação do canal (9
de junho de 2020) até a data 31 de dezembro de 2020 o canal cresceu em 1760 inscritos.
Importante deixar registrado que na data 12 de dezembro de 2022, o canal contou com 2,1 mil
inscritos e com 53.195 visualizações, portanto, nota-se o quanto o canal cresceu e ganhou
inscritos desde a sua criação.
Os vídeos do canal BiblioUFRN são assistidos por uma parcela maior do público
feminino que corresponde a 75,9% da audiência do canal, contra 24,1% do público masculino.
A faixa etária do público que mais acompanha o canal tem entre 25 a 34 anos (36,9%), o qual
se presume ser formado por pessoas já formadas ou fazendo uma segunda graduação, incluindo
alunas e alunos de pós-graduação.
Quanto ao estimado do engajamento do canal, uma limitação da pesquisa foi levantar
a quantidade de curtidas, número que por si só não diz muito. De fato, foi constatado que o
número de curtidas dos vídeos não acompanha necessariamente o número de visualizações, pois
vídeos com alto índice, muitas vezes tem um número relativamente baixo de curtidas. Dessa
maneira, fica como sugestão para próximas pesquisas o cálculo de engajamento por meio de
outras ferramentas e indicadores.
Em relação à repercussão do canal em outras mídias, o canal foi selecionado em 2021
entre os quarenta canais mais recomendados pela audiência de Biblioteconomia e Ciência da
Informação, numa enquete realizada pela FEBAB. Com certeza, isso já é um grande
reconhecimento, se levar em consideração que o canal é recente e está associado a um curso
relativamente novo e com, até agora, pouca visibilidade. Isso aponta, portanto, a apreciação da
audiência sobre a qualidade de seus conteúdos e palestrantes.
A pesquisa constatou que cada vez mais os cursos universitários no campo da
Biblioteconomia e Ciência da informação estão investindo em espaços de comunicação e
divulgação científica em mídias sociais, sobretudo no YouTube, uma vez que é um canal onde
todos podem acessar os conteúdos de qualquer lugar do mundo e a qualquer hora. Hoje esses
canais, com os assuntos discutidos na rede, mais parecem salas de aulas ubíquas, onde a pessoa
simplesmente se senta em frente a um computador e escolhe o assunto que quer ver, aprender
e compartilhar, bastando estar a um clique do mouse. Anteriormente não se encontravam tantos
assuntos na internet de Biblioteconomia e Ciência da Informação, sem dúvidas, a pandemia de
63

alcance mundial em 2020 fez explodir diversos conteúdos na rede. Hoje o ensino não cabe
mais dentro de uma sala de aula, extrapola fronteiras.
Algumas limitações da pesquisa foram apontadas no sentido de que dados mais
específicos só podem ser acessados com a ferramenta YouTube Analytics, na função de
administrador do Canal BiblioUFRN, eventualmente os dados necessários foram fornecidos.
Para pesquisas futuras, recomenda-se entrevistas com os docentes e discentes do curso,
a fim de questionar sobre a importância e a relevância do canal a partir dos seus próprios pontos
de vista. Outras pesquisas que podem ser feitas com o público que acessa o canal, implicaria na
análise dos equipamentos para assistir as transmissões do canal, as temáticas ou assuntos que
gostariam de ver debatido, inclusive se existe a demanda de vídeos voltados para a comunidade
acadêmica da UFRN com dicas relacionadas à publicação científica, normalização, trabalho
com metadados, entre outras. Ademais, outras pesquisas podem ser feitas aprofundando nos
estudos cibermétricos de mídias sociais, com vistas à dinâmica desses indicadores e sua rápida
evolução no tempo.
Como sugestão de investigação, que o canal BiblioUFRN utilize estratégias para
ampliar o seu engajamento com o público, por exemplo, participando em outras mídias como o
Instagram, Facebook e Twitter. Atualmente a divulgação dos eventos do canal acontece por
meio das mídias sociais do Centro Acadêmico Zila Mamede (CAZMA) do curso de
Biblioteconomia da UFRN (Facebook e Instagram), Instagram do CCSA/UFRN, páginas
pessoais dos docentes, discentes e palestrantes convidados que repassam os eventos que
ocorrerão nos seus perfis pessoais.
Seria interessante criar vídeos mais curtos, com uma linguagem mais acessível, com
uso de infográficos ou animações que sumarize as informações veiculadas, com o objetivo
expresso de atingir públicos fora do âmbito acadêmico. Dessa forma, o canal poderá atingir
plenamente o objetivo de servir de plataforma de comunicação científica e de divulgação da
ciência.
Os métodos e as técnicas aplicadas nessa pesquisa abrem a possibilidade de replicar a
metodologia em outros contextos, pois este estudo de caso do canal BiblioUFRN pode ser
reproduzido em outros ambientes.
Espera-se que esta pesquisa tenha trazido contribuições significativas ao Curso de
Biblioteconomia da UFRN uma vez que analisou-se o canal BiblioUFRN como um ambiente
de debates e discussões importantes na área da Biblioteconomia e Ciência da Informação, e que
futuramente outros trabalhos possam se derivar dela.
64

REFERÊNCIAS

AMAZON WEB SERVICE (AWS). O que é a IoT?. 2022. Disponível em:


https://aws.amazon.com/pt/what-is/iot/#:~:text=o%20AWS%20IoT-
,O%20que%20%C3%A9%20a%20Internet%20das%20Coisas%20(IoT)%3F,como%20entre
%20os%20pr%C3%B3prios%20dispositivos. Acesso em: 24 nov. 2022.

ARANHA, Carolina Pereira et al. O YouTube como Ferramenta Educativa para o ensino de
ciências. Olhares e trilhas, Uberlândia, v. 21, n. 1, p. 10-25, jan./abr. 2019. DOI:
https://doi.org/10.14393/OT2019v21.n.1.46164. Disponível em:
https://seer.ufu.br/index.php/olharesetrilhas/article/view/46164. Acesso em: 10 dez. 2022.

ARAÚJO, Ronaldo Ferreira de. Estudos métricos da informação na web e o papel dos
profissionais da informação. Bibliotecas Universitárias: pesquisas, experiências e
perspectivas, Belo Horizonte, v. 2, n.1, p. 42-64, fev. 2015. Disponível em:
https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistarbu/article/view/3074. Acesso em: 22 jan. 2022.

ARAÚJO, Ronaldo Ferreira de. Marketing científico digital e métricas de mídias sociais:
indicadores-chave de desempenho de periódicos no facebook. Informação & Sociedade:
Estudos, João Pessoa, v. 28, n. 1, jan./abr. 2018. DOI: 10.22478/ufpb.1809-
4783.2018v28n1.22063. Disponível em:
https://periodicos.ufpb.br/index.php/ies/article/view/22063. Acesso em: 28 nov. 2022.

ARAÚJO, Ronaldo Ferreira de. Os estudos cibermétricos da informação: das estruturas web
aos recursos da web social. In: ARAÚJO, Ronaldo Ferreira de (org.). Estudos métricos da
informação na web: atores, ações e dispositivos informacionais. Maceió: EDUFAL, 2019. p.
17-54.

ARAÚJO, Ronaldo Ferreira de; TEIXEIRA, Josemar Coltt da Silva. Biblioteconomia


conectada: análise da biblioblogosfera brasileira. Revista ACB, Florianópolis, v. 18, n. 2, p.
949-978, out. 2013. Disponível em: https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/924. Acesso
em: 27 nov. 2022.

BIBLIOCANTO UFMG. Canal YouTube. [S.l.], 2022. Disponível em:


https://www.youtube.com/@bibliocantoufmg/about. Acesso em: 24 nov. 2022.

BIBLIOUFRN. Canal YouTube. [S.l.], 2022. Disponível em:


https://www.youtube.com/c/BiblioUFRN. Acesso em: 24 nov. 2022.

BUENO, Wilson Costa. Comunicação científica e divulgação científica: aproximações e


rupturas conceituais. Informação & Informação, [S.l.], v. 15, n. 1, esp, p. 1-12, dez. 2010.
DOI: http://dx.doi.org/10.5433/1981-8920.2010v15n1espp1. Disponível em:
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/6585. Acesso em: 15 abr.
2021.

BUFREM, Leilah; PRATES, Yara. O saber científico registrado e as práticas de mensuração


da informação. Ciência da Informação, Brasília, v. 34, n. 2, p. 9-25, maio/ago. 2005.
Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0100-19652005000200002. Disponível em:
https://revista.ibict.br/ciinf/article/view/1086. Acesso em: 2 dez. 2021.
65

CARIBÉ, Rita de Cássia do Vale. Comunicação científica: reflexões sobre o


conceito. Informação & Sociedade: Estudos, v. 25, n. 3, p. 89-104, 28 dez. 2015. Disponível
em: https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/ies/article/view/23109/14530. Acesso em: 15 abr.
2021.

CARIBÉ, Rita de Cássia do Vale. Comunicação científica para o público leigo no Brasil.
2011. 320 f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – Faculdade de Ciência da
Informação, Universidade de Brasília, Brasília, 2011. Disponível em:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/9003/1/2011_RitadeC%C3%A1ssiadoValeCarib%
C3%A9.pdf. Acesso em: 4 nov. 2022.

CARIBÉ, Rita de Cássia do Vale. Sistema de indicadores: uma introdução. RDBCI: Revista
Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, SP, v. 7, n. 1, p. 1–23,
jan./jun. 2009. DOI: https://doi.org/10.20396/rdbci.v6i2.1986. Disponível em:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/1986. Acesso em: 4 nov.
2022.

CARVALHO, Andrea Vasconcelos. Web 2.0: conceitos e características. Natal: UFRN,


2019. 42 slides. [Material da disciplina Redes e Serviço de Informação II do Curso de
Biblioteconomia da UFRN].

CARVALHO, Mariela Costa. Divulgação Científica no Youtube: Narrativa e Cultura


Participativa nos Canais Nerdologia e Peixe Babel. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 39., 2016, São Paulo. Anais [...] São Paulo: INTERCOM,
2016. p. 1-12. Disponível em:
https://www.portalintercom.org.br/anais/nacional2016/resumos/R11-2014-1.pdf. Acesso em:
27 abr. 2021.

CBGCOM UFRJ. Boa noite, pessoal. No dia 7 de agosto o nosso canal no Youtube foi
invadido e conteúdos alheios ao nosso trabalho e missão foram publicados por terceiros.
Rio de Janeiro, 16 ago. 2021. Instagram: @cbgcom.ufrj. Disponível em:
https://www.instagram.com/p/CSpyA4fLx4-/. Acesso em: 24 out. 2022.

CBGCOM UFRJ. Canal YouTube. [S.l.], 2022. Disponível em:


https://www.youtube.com/@CBGCOMUFRJ/about. Acesso em: 24 nov. 2022.

CGFGLOBAL O que é o Zoom e para que serve? out. 2022. Disponível em:
https://edu.gcfglobal.org/pt/conhecendo-zoom/o-que-e-e-para-que-serve-o-zoom/1/. Acesso
em: 22 out. 2022.

CODEBIT. Qual a diferença entre hacker e cracker? [S.l.], 17 jan. 2022. Disponível em:
https://codebit.com.br/blog/qual-diferenca-entre-hacker-cracker. Acesso em: 11 dez. 2022.

CUNHA, Murilo Bastos da; CAVALCANTI, Cordélia Robalinho de Oliveira. Dicionário de


biblioteconomia e arquivologia. Brasília: Briquet de Lemos, 2008. Disponível em:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/34113/3/LIVRO_DicionarioBiblioteconomiaArqui
vologia.pdf. Acesso em: 27 jan. 2021.

DAL PIAN, Luiz Fernando. Aproximações entre Comunicação Pública da Ciência e


Entretenimento no Youtube: uma análise do canal Nerdologia. In: CONGRESSO DE
66

CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORDESTE, 17., 2015, Natal. Anais [...]


Natal: INTERCOM, UnP, 2015. p. 1-15. DT08 - Estudos Interdisciplinares da Comunicação.
Disponível em: https://www.portalintercom.org.br/anais/nordeste2015/resumos/R47-2766-
1.pdf. Acesso em: 27 abr. 2021.

DOCUSIGN. O que é home office? Entenda esse conceito de uma vez por todas. 6 abr.
2020. Não paginado. Disponível em: https://www.docusign.com.br/blog/o-que-e-home-office.
Acesso em: 23 out. 2022.

FEBAB. Finalizando a semana, quais canais no YouTube de pessoas, iniciativas e


instituições da Biblioteconomia e Ciência da Informação que vocês nos recomendam?
São Paulo, 23 abr. 2021a. Twitter: @FEBAB. Disponível em:
https://twitter.com/febab/status/1385622947310850048?s=46&t=jf_Y8fmwy9AxFdHfPwSw8
g. Acesso em: 24 out. 2022.

FEBAB. E chegamos a mais uma finalização de semana, e dando sequência a divulgação


das pessoas, instituições e iniciativas da Biblioteconomia e Ciência da Informação
presentes nas mídias sociais, trazemos uma listagem bem bacana de canais no YouTube
recomendados em enquetes da FEBAB. São Paulo, 23 maio 2021. Instagram:
@febab.federacao. Disponível em: https://www.instagram.com/p/CPbVVUvjOJg/. Acesso
em: 24 out. 2021.

FEBAB. Canal YouTube. [S.l.], 2022. Disponível em:


https://www.youtube.com/@FEBAB/about. Acesso em: 24 out. 2022.

FERREIRA, Antônia Danielle. Isolamento social, tratamento precoce e desinformação:


análise de sentimentos no Twitter. 2022. 55f. Monografia (Graduação em Biblioteconomia) -
Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal,
2022. Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/46416. Acesso em: 23
mar. 2022.

FONSECA, André Azevedo da; BUENO, Leonardo Mendes. Breve panorama da divulgação
científica brasileira no YouTube e nos podcasts. Revista Cadernos de Comunicação, Santa
Maria, v. 25, n. 2, p. 1-19, maio/ago, 2021. DOI: https://doi.org/10.5902/2316882X63121.
Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/ccomunicacao/article/view/63121. Acesso em: 10
out. 2022.

GASPAR, Alberto. Museus e centros de ciências: conceituação e proposta de um referencial


teórico. 1993. 118f. Tese (Doutorado em Didática) - Faculdade de Educação, Universidade de
São Paulo, São Paulo, 1993. Disponível em:
http://www.fiocruz.br/brasiliana/media/gaspartese.pdf. Acesso em: 19 dez. 2022.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

GOUVEIA, Fábio Castro. Altmetria: métricas de produção científica para além das citações.
Liinc em Revista, Rio de Janeiro, v. 9, n. 1, p. 214-227, maio 2013. DOI:
https://doi.org/10.18617/liinc.v9i1.569. Disponível em:
http://revista.ibict.br/liinc/article/view/3434/3004. Acesso em: 21 nov. 2022.
67

INSTITUTO COGNOPOLITANO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Colégios invisíveis.


2022. disponível em:
https://www.icge.org.br/?page_id=1916#:~:text=A%20express%C3%A3o%20Col%C3%A9g
io%20Invis%C3%ADvel%20foi,diferentes%20e%20falar%20l%C3%ADngua%20diversas.
Acesso em: 6 nov. 2022.

JANARY JÚNIOR. Medida provisória prorroga regras para cancelamento de eventos na


pandemia. Brasília, DF: Agência Câmara de Notícias, 2021. Disponível em:
https://www.camara.leg.br/noticias/737355-medida-provisoria-prorroga-regras-para-
cancelamento-de-eventos-na-pandemia. Acesso em: 26 out. 2022.

LOPES, Kawan. Como fazer lives nas redes sociais? Blog Nuvemshop, [S.l.], [26 out.
2022a]. Disponível em: https://www.nuvemshop.com.br/blog/dicas-para-fazer-transmissoes-
ao-vivo-instagram-facebook/#heading-1. Acesso em: 27 out. 2022.

LOPES, Kawan. Facebook: tudo sobre a rede social e como usá-la da melhor forma. Blog
Nuvemshop, [S.l.], [24 ago. 2022b]. Disponível em: https://www.nuvemshop.com.br/blog/o-
que-e-facebook/. Acesso em: 27 out. 2022.

LOPES, Kawan. O que é Instagram e como ela funciona? [guia completo 2022]. Blog
Nuvemshop, [S.l.], [28 set. 2022c]. Disponível em: https://www.nuvemshop.com.br/blog/o-
que-e-instagram/. Acesso em: 27 out. 2022.

LOPES, Kawan. YouTube: saiba tudo sobre a maior plataforma de vídeos do mundo. Blog
Nuvemshop, [S.l.], [30 ago. 2022d]. Disponível em: https://www.nuvemshop.com.br/blog/o-
que-e-youtube/. Acesso em: 13 nov. 2022.

LORE, Andye. Maringá sedia eventos internacionais de odontologia nesta semana.


Maringa: Prefeitura Municipal de Maringá, 7 ago. 2022. Disponível em:
http://www.maringa.pr.gov.br/site/noticias/2022/08/07/maringa-sedia-eventos-internacionais-
de-odontologia-nesta-semana/40223. Acesso em: 26 out. 2022.

MACIAS-CHAPULA, Cesar A. O papel da informetria e da cienciometria e sua perspectiva


nacional e internacional. Ciência da Informação, Brasília, v. 27, n. 2, p. 134-140, maio/ago.
1998. DOI: https://doi.org/10.18225/ci.inf..v27i2.794. Disponível em:
https://revista.ibict.br/ciinf/article/view/794. Acesso em: 24 nov. 2022.

MAGALHÃES, André Lourenti. O que é Google Meet? Canaltech, São Paulo, 13 jul. 2022.
Disponível em: https://canaltech.com.br/apps/o-que-e-o-google-meet/. Acesso em: 21 out. 2022.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia


científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

MATTOS, Miriam de Cassia do Carmo Mascarenhas. Estudos Métricos da Informação.


Indaial: UNIASSELVI, 2019. Disponível em:
https://www.uniasselvi.com.br/extranet/layout/request/trilha/materiais/livro/livro.php?codigo
=38195. Acesso em: 22 ago. 2022.
68

MICROSOFT Teams. In: WIKIPEDIA: the free encyclopedia. [San Francisco, CA:
Wikimedia Foundation, 2010]. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Microsoft_Teams. Acesso em: 22 out. 2022.

MONTEIRO, Joyce Ingrid dos Santos. Competência crítica em informação, bibliotecário e


divulgação científica: uma proposta para o combate às fake news. 2021. 61f. Monografia
(Graduação em Biblioteconomia) - Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2021. Disponível em:
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/37332. Acesso em: 23 mar. 2022.

NORONHA, Daysi Pires; MARICATO, João de Melo. Estudos Métricos da Informação:


primeiras aproximações. Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência
da informação, Florianópolis, v. 13, n. 1, p. 116-128, 2008. DOI:
https://doi.org/10.5007/1518-2924.2008v13nesp1p116. Disponível em:
https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/1518-2924.2008v13nesp1p116. Acesso
em: 10 dez. 2022.

OLIVEIRA, Ely Francina Tannuri de. Estudos métricos da informação no Brasil:


indicadores de produção, colaboração, impacto e visibilidade. Marília: Oficina Universitária;
São Paulo: Cultura Acadêmica, 2018. Disponível em:
https://ebooks.marilia.unesp.br/index.php/lab_editorial/catalog/book/2. Acesso em: 24 nov.
2021.

O QUE É e o que significa YouTube. Disponível em:


https://www.significados.com.br/youtube/. Acesso em: 25 out. 2022.

OTLET, Paul (1868–1944). Tratado de documentação: o livro sobre o livro teoria e prática.
Tradução de Taiguara Villela Aldabalde, Letícia Alves, Virginia Arana, Silvana Arduini,
Cristian Brayner, Marcilio de Brito, Magno Evangelista, Maria Yêda de Filgueiras Gomes,
Guillaume Achiles Clair Marie Isnard Filho, Nair Kobashi, Ana Regina Luz Lacerda, Antonio
Agenor Briquet de Lemos, Ercilia Mendonça, José Antonio Pereira do Nascimento, Martha
Suzana Nunes, Regina Obata, Edmir Perrotti, Ivete Pieruccini, Alice Araújo Marques de Sá,
Camila Silva, Max Evangelista da Silva, Johanna Wilhelmina Smit, Rosemeri Bernieri de
Souza, Maria Carolina de Deus Vieira. Brasília: Briquet de Lemos / Livros, 2018.

PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do Trabalho


Científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. 2. ed. Novo
Hamburgo: Feevale, 2013. E-book. Disponível em:
http://www.feevale.br/Comum/midias/8807f05a-14d0-4d5b-b1ad-1538f3aef538/E-
book%20Metodologia%20do%20Trabalho%20Cientifico.pdf. Acesso em: 10 nov. 2018.

REALE, Manuella Vieira; MARTYNIUK, Valdenise Leziér. Divulgação Científica no


Youtube: a construção de sentido de pesquisadores nerds comunicando ciência. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO EM SÃO PAULO, 39.,
2016, São Paulo. Anais […]. São Paulo: Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da
Comunicação, 2016. Disponível em:
http://portalintercom.org.br/anais/nacional2016/resumos/R11-0897-1.pdf. Acesso em: 27 abr.
2021.
69

RESOLUÇÃO 4K. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation,


2022. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Resolu%C3%A7%C3%A3o_4K&oldid=64796313.
Acesso em: 23 nov. 2022.

ROSA, Natalie. YouTube explica como funciona o processo de remoção de conteúdo nocivo.
Canaltech, 3 set. 2019. Disponível em: https://canaltech.com.br/redes-sociais/youtube-
explica-como-funciona-o-processo-de-remocao-de-conteudo-nocivo-148647/. Acesso em: 29
nov. 2022.

SANDVINE. The Mobile Internet Phenoma Report. Feb. 2019. Disponível em:
https://www.sandvine.com/hubfs/downloads/phenomena/2019-mobile-phenomena-report.pdf.
Acesso em: 18 nov. 2022.

SÃO PAULO cancela todos os eventos com mais de 500 pessoas por tempo indeterminado
após casos de coronavírus. G1 SP, São Paulo, 13 mar. 2020. Disponível em:
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/03/13/prefeitura-de-sao-paulo-cancela-todos-
os-eventos-de-massa-apos-casos-de-coronavirus.ghtml. Acesso em: 26 out. 2022.

SARAIVA, Alexa. Mercado de eventos precisa se reinventar para se adaptar à realidade pós-
pandemia. Gazeta do Povo, Curitiba. 30 abr. 2020. Disponível em:
https://www.gazetadopovo.com.br/gazz-conecta/smart-city/maratona-around-the-world-
manuel-redondo/. Acesso em: 26 out. 2022.

SCIENCE VLOGS BRASIL. Canal YouTube. [S.l.], 2022. Disponível em:


https://www.youtube.com/@ScienceVlogsBrasil. Acesso em: 15 nov. 2022.

SEMIR, Vladimir de. Aproximación a la historia de la divulgación científica. Quark,


Barcelona, n. 26, oct./dic. 2002. Disponível em:
https://web.archive.org/web/20070613120305/http://www.prbb.org/quark/26/026004.htm.
Acesso em: 19 dez. 2022.

SENA, Priscila. Biblioteconomia e Ciência da Informação no YouTube. 2021. Disponível


em: https://febab.org/2021/05/28/biblioteconomia-e-ciencia-da-informacao-no-youtube/.
Acesso em: 24 out. 2022.

SILVA NETO, José Ricardo da. Alcance da divulgação científica por meio do youtube:
estudo de caso no canal meteoro brasil. In: ENCONTRO REGIONAL DOS ESTUDANTES
DE BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO, GESTÃO E CIÊNCIA DA
INFORMAÇÃO DAS REGIÕES SUDESTE, CENTRO-OESTE E SUL, 5. 2018, Belo
Horizonte. Anais [...] Belo Horizonte: UFMG, 2018. 15 p. Disponível em:
https://brapci.inf.br/index.php/res/v/106410. Acesso em: 27 abr. 2021.

SOCIAL BLADE. In: WIKIPEDIA: the free encyclopedia. [San Francisco, CA: Wikimedia
Foundation, 2010]. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Social_Blade. Acesso em: 15
nov. 2022.

SOUSA, Rodrigo Silva Caxias de; VALERIM, Patrícia. Lives em tempo de pandemia:
práticas informacionais realizadas por profissionais da ciência da informação. In: SPUDEIT,
Daniela; SOUZA, Claudia (org.). Atuação dos profissionais da arquivologia,
70

biblioteconomia e museologia em época da pandemia. Florianópolis: Rocha Gráfica e


Editora Ltda, 2020. p. 133-155 (Selo Nyota). E-book. Disponível em: https://3b2d7e5d-8b9a-
4847-aa3e-40931d588fb7.filesusr.com/ugd/c3c80a_14b6b7a184014cfa87b8fe37a6ada1af.pdf.
Acesso em: 29 dez. 2020.

SOUZA, Hayanna Cândida Carvalho de et al. COVID-19 e gestação: manifestações clínicas,


alterações laboratoriais e desfechos maternos, uma revisão sistemática de literatura. Brazilian
Journal of Health Review, Curitiba, v. 3, n. 6, p. 15901-15918, nov./dez. 2020. Disponível
em: https://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/article/view/19623/15725. Acesso
em: 9 abr. 2021.

SPINAK, Ernesto. Diccionario Enciclopédico de Bibliometría, Cienciometría e


Informetría. Caracas: UNESCO, 1996. Disponível em:
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000243329. Acesso em: 16 jan. 2021.

STREAMYARD. A maneira mais fácil de criar transmissões profissionais ao vivo. 2022.


Disponível em: https://streamyard.com/. Acesso em: 23 out. 2022.

TASSARA, Izabela Gonzales et al. Prevalência de sintomas psicológicos em tempos de


isolamento social. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 4, n. 1, p. 1295-1309,
jan./fev. 2021. DOI: https://doi.org/10.34119/bjhrv4n1-112. Disponível em:
https://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/article/view/23200/18633. Acesso em: 8
abr. 2021.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. Laboratório de Estudos Avançados em


Jornalismo. Institucional. 2022. disponível em: http://www.labjor.unicamp.br/. Acesso em: 6
nov. 2022.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA. Microsoft Teams. Uberlândia: UFU,


2022. [Curso: Ferramentas para Ensino Remoto]. Disponível em:
https://ead.ufu.br/mod/book/view.php?id=82948. Acesso em: 21 out. 2022.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE. Resolução Nº 023/2020-


CONSEPE, de 01 de junho de 2020. Dispõe sobre a regulamentação, em caráter
excepcional, da oferta de componentes curriculares e de outras atividades acadêmicas, no
formato remoto, em função da suspensão das aulas e atividades presenciais em decorrência da
pandemia do novo coronavírus - COVID-19. Natal: UFRN, 2020a. Disponível em:
https://www.ufrn.br/resources/documentos/calendarioacademico/periodo_letivo_suplementar
_excepcional.pdf. Acesso em: 24 out. 2022.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE. Resolução Nº 031/2020-


CONSEPE, de 16 de julho de 2020. Dispõe sobre a regulamentação para a retomada das
aulas dos cursos de graduação do Período Letivo 2020.1, durante a suspensão das atividades
presenciais em razão da pandemia da COVID-19. Natal: UFRN, 2020b. Disponível em:
https://arquivos.info.ufrn.br/arquivos/2020089142724c7685916bc903162eb12/Resoluo_031_
2020-dispoe_sobre_a_regulamentacao_sobre_a_volta_das_aulas_2020.1.pdf. Acesso em: 20
dez. 2022.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE. Resolução Nº 062/2020-


CONSEPE, de 05 de novembro de 2020. Dispõe sobre a regulamentação das atividades de
71

ensino dos cursos de graduação dos Períodos Letivos 2020.2, 2021.1 e 2021.2. Natal: UFRN,
2020c. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1EwsV6VSmeyXN2tH7kQAj-
6VJzX0u4EjB/view. Acesso em: 20 dez. 2022.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE. Resolução Nº 004/2022-


CONSEPE, de 11 de janeiro de 2022. Aprova, à unanimidade de votos, o Calendário
Universitário 2022 e a regulamentação dos cancelamentos de curso de graduação no ano
letivo de 2022. Natal: UFRN, 2022. Disponível em:
http://www.sistemas.ufrn.br/download/sigaa/public/calendario_universitario.pdf. Acesso em:
20 dez. 2022.

VALERIO, Palmira Moriconi; PINHEIRO, Lena Vania Ribeiro. Da comunicação a


divulgação científica. Transinformação, Campinas, v. 20, n. 2, p. 159-169, maio/ago. 2008.
DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-37862008000200004. Disponível em:
https://periodicos.puc-campinas.edu.br/transinfo/article/view/6255/3952. Acesso em: 24 out.
2022.
72

APÊNDICE A - LISTA DOS VÍDEOS DO CANAL BIBLIOUFRN (2020-2021)

TÍTULO DA PALESTRA DATA DURAÇÃO


Plágio e outras más práticas na pesquisa científica 18.06.2020 01:34:40
A pesquisa científica e a sociedade: conexões 23.06.2020 01:14:24
Bibliotecário e auditoria da informação: perfil e aplicabilidades 02.07.2020 01:35:05
Redes sociais acadêmicas 07.07.2020 01:16:00
Encontrabilidade da informação 10.07.2020 01:35:15
Humanidades Digitais e a Ciência da Informação: convergências 15.07.2020 01:08:40
Workshop como elaborar artigos científicos, módulo 1 13.07.2020 00:56:40
Workshop como elaborar artigos científicos, módulo 2 13.07.2020 01:01:25
Workshop como elaborar artigos científicos, módulo 3 13.07.2020 00:38:55
Workshop como elaborar artigos científicos, módulo 4 13.07.2020 00:49:30
Estudo de Usuários e práticas informacionais na Ciência da Informação, dia 1 30.07.2020 03:23:02
Estudo de Usuários e práticas informacionais na Ciência da Informação, dia 2 31.07.2020 02:35:56
Diálogos internacionais em Ciência da Informação: Dia 1. Educación virtual
20.08.2020 01:30:24
versus presencial.
Diálogos internacionais em Ciência da Informação. Dia 2. Estudantes
21.08.2020 01:40:50
universitários e COVID-19
Seminário acadêmico e científico sobre a atuação dos profissionais da
25.11.2020 01:45:22
informação: dia 1
Seminário acadêmico e científico sobre a atuação dos profissionais da
30.11.2020 01:38:40
informação: dia 2
Seminário acadêmico e científico sobre a atuação dos profissionais da
02.12.2020 01:30:16
informação: dia 3
Seminário acadêmico e científico sobre a atuação dos profissionais da
07.12.2020 01:43:38
informação: dia 4
Bibliotecas e Movimento Associativo 19.01.2021 02:28:05
Ensino Remoto, e Agora? 20.01.2021 02:13:13
Desenvolvimento e avaliação de coleções: experiências da Faculdade SENAI
25.02.2021 01:08:30
PB
Desafios do descarte e desbaste de acervos: vivências no CCSA/UFPB 18.03.2021 01:11:50
Mês da(o) bibliotecária(o), Biblioteconomia sem fronteiras: PB e RN 18.03.2021 02:00:58
Gestão de Museus da UFRN: desafios e experiências 31.03.2021 01:33:40
Abordagem simbólica em estudos de comportamento e práticas
01.04.2021 02:58:37
informacionais
Seleção e avaliação de coleções físicas e digitais: a realidade na UNIESP 08.04.2021 01:23:55
Gestão de Biblioteca escolar: como tornar o processo de gestão mais prático e
09.04.2021 01:42:15
eficiente para todos?
Estudos Métricos da Informação para análise do comportamento
22.04.2021 01:28:07
informacional em meio às pandemias
A Pesquisa bibliométrica em Doenças Tropicais Negligenciadas 27.04.2021 01:46:39
Onde publicam os pesquisadores brasileiros? 29.04.2021 02:07:24
Credibilidade da pesquisa científica 29.04.2021 00:56:50
Abertura BiblioWeek 2021.1 07.06.2021 01:20:53
A responsabilidade social da biblioteconomia na sociedade contemporânea. 07.06.2021 01:33:48
O sistema de bibliotecas da UFRN: experiências em tempos de pandemia 08.06.2021 01:19:06
Mesa redonda Ensino remoto e pandemia. Apoios institucionais 08.06.2021 01:53:19
Mesa redonda: Bibliotecárias(os) fazendo diferença 09.06.2021 02:03:16
Biblioteca Pública: Atuação Social, Política e Cultural 28.06.2021 02:37:57
Inovação e Projetos de Leitura em bibliotecas públicas 29.06.2021 02:41:30
73

Atuação e Sistema de Bibliotecas Públicas 30.06.2021 02:41:45


Fontes de Informações primárias: identificação, acesso, busca e uso 30.06.2021 01:41:13
Fontes de Informações secundárias e terciárias: conceitos e características 05.07.2021 01:47:51
Lançamento do livro ("Métodos e técnicas para análise e melhoria de
processos: estudos de caso em organizações" organizado pelo Profº Drº 05.07.2021 00:41:58
Wagner Araújo e pela Profª Msª Adelaide Casimiro)
Obras gerais e especializadas: processo de identificação e seleção 07.07.2021 01:47:36
Fake News e desinformação na área de saúde 10.07.2021 00:57:40
Operação Caça ao Tesouro: acesso legal a info. e cultura em tempos de plágio
10.07.2021 00:44:34
digital e pirataria.
Boas práticas na comunicação científica: o caso das revistas predatórias 10.07.2021 00:51:13
Engenharia Social: o golpe do amor 17.07.2021 00:44:40
Boas práticas de Segurança da Informação para terceira idade 17.07.2021 00:40:27
Recuperação automatizada da informação 02.08.2021 01:49:03
Avaliação de fontes impressas e eletrônicas 04.08.2021 01:52:52
Bibliotecas no mundo contemporâneo: função social e desafios 16.08.2021 01:30:32
A contribuição de bibliotecas e bibliotecários para a geração de inovação:
23.08.2021 01:47:05
desafios e oportunidades
Indicadores e métricas de inovação: o documento de patente 27.08.2021 01:34:54
Mesa redonda: Serviços de informação em Ciência, tecnologia e inovação 30.08.2021 02:34:44
Mesa redonda: Observatórios em Ciência, tecnologia e Inovação 01.09.2021 01:43:32
Indexação colaborativa de recursos web: potencialidades da folksonomia 02.09.2021 01:04:29
RDA: uma abordagem conceitual 02.09.2021 01:33:02
Ciência, Tecnologia & Sociedade: Uma perspectiva interdisciplinar para
03.09.2021 01:16:51
questões complexas
Observatório de boas práticas em torno do livro, da leitura, da literatura e da
06.09.2021 01:19:32
biblioteca
Lançamento do livro: Das epidemias de arboviroses à pandemia de
08.09.2021 01:07:18
coronavírus
Mulheres privadas de liberdade: entre a qualidade de vida e acesso à
13.09.2021 01:15:39
informação
O código RDA e a iniciativa BIBFRAME 14.09.2021 01:20:50
Abertura Biblioweek 2021.2 18.10.2021 01:34:50
Advocacy, do que estamos falando? 18.10.2021 01:38:11
Você conhece a PROAE, SIA e NADIS? 19.10.2021 01:47:12
Inclusão e Acessibilidade 19.10.2021 01:42:19
Mesa redonda: Políticas públicas: livro, leitura, literatura e bibliotecas 20.10.2021 02:12:28
Gestão Documental no TRT da 21ª Região/RN 30.11.2021 01:25:50
Atuação e pesquisa em Coleções Especiais e Obras Raras 06.12.2021 02:53:02
Metrias e o marketing digital em unidades de informação 06.12.2021 00:50:36
Total de Horas Contabilizadas 123:42:23
74

APÊNDICE B - LISTA DAS PALAVRAS-CHAVE ATRIBUÍDAS AOS VÍDEOS DO


CANAL BIBLIOUFRN (2020-2021)

PALAVRAS-CHAVE OCORRÊNCIA
Biblioteca 7
Comunicação científica 6
Ciência da Informação 5
Fontes de informação 5
Pesquisa científica 4
Segurança da informação 4
Biblioteca pública 3
Bibliotecário 3
Desinformação 3
Estudo de usuário 3
Fakenews 3
Função social 3
Inclusão 3
Inovação 3
Inovação social 3
Pandemia 3
Proatividade 3
Profissionais da informação 3
Acessibilidade 2
Apoio acadêmico 2
Assistência estudantil 2
Avaliação da ciência 2
Biblioteconomia 2
Ciência 2
Código de catalogação 2
Concurso público 2
COVID-19 2
Educação 2
Gerenciadores bibliográficos 2
Informação científica 2
Leitura 2
Normatização 2
Organização da informação 2
Patentes 2
Práticas informacionais 2
Relações étnico-raciais 2
Relato de experiência 2
Revistas predatórias 2
Serviços de informação 2
Acervo informacional 1
75

Advocacy 1
Altmetria 1
Ambientes informacionais 1
Arquivos 1
Associativismo 1
Ativismo 1
Atuação social política e cultural 1
Auditoria da informação 1
Avaliação 1
Bibliometria 1
Biblioteca Central Zila Mamede 1
Biblioteca escolar 1
Biblioteca Nacional 1
Biblioteconomia crítica 1
Biblioteconomia progressista 1
Biblioteconomia social 1
Boas práticas 1
Centro Acadêmico 1
Cibermetria 1
Cidadania 1
Ciências sociais 1
Cientometria 1
Coleções 1
Coleções digitais 1
Coleções especiais 1
Coleções físicas 1
Conhecimento científico 1
Conselho Regional de Biblioteconomia 1
Crimes cibernéticos 1
Curadoria de acervos 1
Curadoria de conteúdo 1
Democracia 1
Desbaste 1
Descarte 1
Direito à informação 1
Encontrabilidade da informação 1
Ensino remoto 1
Epidemias 1
Estudantes universitários 1
Estudos métricos da informação 1
Etiquetagem 1
Experiência profissional 1
Folksonomia 1
Fontes de informação primárias 1
76

Fontes de informação secundárias e terciárias 1


Gestão de biblioteca escolar 1
Gestão de museus 1
Gestão de Unidades de Informação 1
Gestão documental 1
Humanidades Digitais 1
Identificador persistente 1
Idosos 1
Impacto social 1
Indexação colaborativa 1
Informação 1
Informação arquivística 1
Interdisciplinaridade 1
Livro 1
Marketing digital 1
Mediação 1
Metrias 1
Militância 1
Mudança social 1
Mulheres apenadas 1
Obra Rara 1
Observatórios 1
Organizações 1
Plágio 1
Política pública 1
Práticas de comunicação científica 1
Processos 1
Psicosociologia 1
Publicação científica 1
Qualidade de vida 1
Recursos digitais 1
Redes sociais acadêmicas 1
Responsabilidade 1
Responsabilidade social 1
Seleção 1
Serviços de biblioteca escolar 1
Sociedade 1
Sociedade democrática 1
Tecnologia 1
Tecnologias de informação 1
Unidades de informação 1
Webometria 1
Total geral 196

Você também pode gostar