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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIBLIOTECONOMIA

LETÍCIA CRUZ VIEIRA

PANORAMA DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES DA REDE PÚBLICA DO


MUNICÍPIO DE TOUROS DO RIO GRANDE DO NORTE

NATAL / RN
2022
LETÍCIA CRUZ VIEIRA

PANORAMA DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES DA REDE PÚBLICA DO


MUNICÍPIO DE TOUROS DO RIO GRANDE DO NORTE

Monografia apresentada ao Curso de


Graduação em Biblioteconomia da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
como requisito parcial à obtenção do título de
Bacharela em Biblioteconomia.

Orientadora: Profa. Dra. Gabrielle Francinne de


Souza Carvalho Tanus.

NATAL / RN
2022
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA

Vieira, Letícia Cruz.


Panorama das bibliotecas escolares da rede pública do
Município de Touros do Rio Grande do Norte / Letícia Cruz
Vieira. - 2022.
110f.: il.

Monografia (Graduação em Biblioteconomia) - Universidade


Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais
Aplicadas, Departamento de Ciência da Informação. Natal, RN,
2022.
Orientadora: Profa. Dra. Gabrielle Francinne de Souza
Carvalho Tanus.

1. Biblioteca escolar - Monografia. 2. Grupo de estudo -


Biblioteca escolar - Monografia. 3. Parâmetros - Monografia. 4.
Bibliotecário - Monografia. I. Tanus, Gabrielle Francinne de
Souza Carvalho. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
III. Título.

Elaborado por Eliane Leal Duarte - CRB-15/355


LETÍCIA CRUZ VIEIRA

PANORAMA DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES DA REDE PÚBLICA DO


MUNICÍPIO DE TOUROS DO RIO GRANDE DO NORTE

Monografia apresentada ao Curso de


Graduação em Biblioteconomia da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
como requisito parcial à obtenção do título de
Bacharela em Biblioteconomia.

Aprovada em: 18/ 02/ 2022.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________
Profa. Dra. Gabrielle Francinne de Souza Carvalho Tanus – Orientadora
Universidade Federal do Rio Grande do Norte

___________________________________________________________________
Profa. Ma. Maria da Conceição Davi – Membro interno
Universidade Federal do Rio Grande do Norte

___________________________________________________________________
Profa. Dra. Marília de Abreu de Paiva – Membro externo
Universidade Federal de Minas Gerais
Dedico esse trabalho a Leide Jane Cruz Vieira
(minha irmã, amiga e minha inspiração), por me
acompanhar e ajudar em todos os momentos de
minha vida. Eu te amo!
AGRADECIMENTOS

O momento de agradecer é bem especial porque nos recordamos de todas as pessoas que
nos ajudaram de alguma forma durante a grande trajetória que é a graduação.

Agradeço à minha irmã, Leide Jane, que sempre esteve ao meu lado, me ajudando em
tudo que é possível, especialmente na minha vida acadêmica, desde o ensino fundamental. Esse
TCC também é seu porque você sempre vai fazer parte de quem eu sou e minhas conquistas
sempre serão suas também. Eu te amo.

À minha mãe, dona Luzinete, que teve uma vida difícil desde criança. É uma guerreira
que mesmo em situações difíceis, sempre esteve pronto para apoiar seus filhos. Agradeço pelas
batalhas que a senhora enfrentou durante a vida para nos proteger. Te amo, mainha.

Ao meu irmão mais velho, Leandro, que assim como mainha, foi essencial para eu
chegar onde estou atualmente. Por muitas vezes, ele foi mais do que um irmão, foi um pai
também.

À Heytor que se tornou meu melhor amigo e tanto me ajudou nesses últimos anos. Eu
sou muito grata por ele ter surgido e permanecido em minha vida e não consigo nem imaginar
como teria sido a minha trajetória nos últimos anos sem ele ao meu lado. Sou extremamente
grata por você e todos os nossos momentos de amizade. Te amo.

Ao meu grupo favorito, meus amigos do ensino médio, também conhecidos como
“Pigs” (nome dado ao grupo dos amigos no WhatsApp). Eles fazem parte de quem eu sou e
sempre serei agradecida por nossas amizades. Sempre serei agradecida pela presença deles em
minha vida, mesmo que não seja fisicamente. Eu amo vocês.

À Paula, minha companheira de curso e dupla oficial dos trabalhos acadêmicos. Com
certeza ela foi um dos presentes mais especiais que eu recebi na vida desde o início da
graduação. Mais do que uma colega, ela se tornou amiga de vida. Nos apoiamos em vários
momentos e vivemos muitas coisas juntas. Eu te admiro muito e me sinto grata por ter tido você
ao meu lado desde 2017.1. Eu te amo, mulher.

À Malu, companheira especial que formava um trio comigo e Paula. Mesmo mudando
de curso bem no início da graduação, ela se tornou muito especial pra mim, se tornou uma
amiga também. Sou grata pelos momentos que vivemos e obrigada por ter me ajudado a estudar
para aquela prova de Lógica quando a minha vida estava uma bagunça no início da graduação.
A ajuda deu certo, fui bem na prova. Tenho orgulho do ser humano lindo que você é.

À Mónica Andrade que também foi uma colega especial durante a graduação, uma
pessoa com energia muito boa. Tivemos muitos momentos juntas, em específico nos trabalhos
em grupo e conversas entre as aulas. Tivemos até um trabalho, junto com Paula, premiado no
VIII ENEGI.

À Élen e Hariana, nos estressamos com os trabalhos em grupo, mas foi muito bom ter
vocês por perto durante o curso. Tivemos muitos momentos leves e engraçados. Obrigada.

À turma de Biblioteconomia 2017.1. Mesmo com tantas diferenças entre as pessoas,


tivemos bons momentos. Desejo o sucesso à de todos.

Às pessoas de bom coração que me acolheram em suas casas durante o primeiro ano da
graduação enquanto eu esperava o resultado para entrar na Residência Universitária da UFRN.
Obrigada à Samita, Laíse e ao meu primo Lucas e seus pais. Grata pela ajuda de vocês.

À UFRN pelas oportunidades e experiências que me foram oferecidas durante os


últimos anos, um destaque especial para a bolsa de apoio técnico na BCZM no setor de
processos técnicos, deixo o meu obrigada aos servidores e bolsistas que trabalharam comigo. E
a experiência de moradia na Residência universitária da UFRN, local que de muitas
experiências, onde conheci várias pessoas e fiz grandes amizades.

Aos professores do curso de Biblioteconomia pelo conhecimento repassado, em


especial, aos professores Nádia e Francisco pelas aulas de CDD e CDU, as melhores aulas da
graduação.

Por último, mas não menos importante, agradeço à minha orientadora Gabrielle
Francinne de Souza Carvalho Tanus por ter embarcado nessa pesquisa comigo e por ter me
acalmado em momentos de agonia e por ter acreditado em mim.

A todos, meu respeito e gratidão.


RESUMO

A biblioteca escolar é um dispositivo importante da Biblioteconomia, como também parte


fundamental na constituição de escolas que visam com responsabilidade, acima de tudo, a
formação intelectual, informacional, cultural e social dos seus alunos. É um instrumento
fundamental que deve ser disponível como suporte para os estudantes. Com a intensão de
delinear um panorama em que as bibliotecas escolares estão inseridas no município de Touros
no Rio Grande do Norte, a presente pesquisa teve como objetivo geral analisar as bibliotecas
escolares da rede pública do município. Para contemplar o objetivo geral, os objetivos
específicos foram: discutir a importância das bibliotecas escolares na formação educacional e
social dos estudantes; evidenciar a importância do bibliotecário escolar no espaço da biblioteca
escolar; identificar o número das escolas da rede pública do município de Touros e identificar
os recursos (espaço físico, acervo, computadores com acesso à internet, catalogação e
organização do acervo, serviços e atividades e recursos humanos) que a biblioteca possui para
atender ao seu público, relacionando-os com os dos Parâmetros do Grupo de Estudo em
Biblioteca Escolar da Universidade Federal de Minas Gerais (GEBE/UFMG) e se elas
desenvolvem atividades sociais de incentivo à leitura com os alunos. O estudo se caracterizou
como uma pesquisa aplicada, sendo exploratória e descritiva, se encaixando em uma abordagem
qualitativa/quantitativa. A técnica para coleta de dados utilizada foi o questionário, esse
construído de acordo com o instrumento de avaliação e planejamento do GEBE. A amostra
coletada pelo questionário foi de 14 respostas dos diretores das escolas da rede pública do
município. Dessa forma, foi possível verificar a ausência de bibliotecas na maior parte das
escolas participantes da pesquisa, indo contra a Lei nº 12.244/2010; foi constatado a ausência
de bibliotecários nas bibliotecas e nenhuma delas alcançam sequer a totalidade do nível básico
dos indicadores propostos pelo GEBE, como também não desenvolvem atividades de incentivo
à leitura.

Palavras-chave: Biblioteca escolar; Grupo de Estudo em Biblioteca Escolar; Parâmetros;


Bibliotecário.
ABSTRACT

The school library is an important device of Librarianship, as well as a fundamental part in the
constitution of schools that responsibly aim, above all, at the intellectual, informational,
cultural, and social formation of their students. It is a fundamental tool that should be available
as a support for the students. With the intention of outlining a panorama in which the school
libraries are insert in the city of Touros in Rio Grande do Norte, this research had as its general
objective to analyze the school libraries of the public system of the city. To meet the general
objective, the specific objectives were: discuss the importance of school libraries in the
educational and social development of students; and highlight the importance of the school
librarian in the school library space; identify the number of public schools in the city of Touros
and identify the resources (physical space, collection, computers with internet access,
cataloging and organization of the collection, services and activities, and human resources) that
the library has to serve its public, relating them to the parameters of the Grupo de estudos em
Biblioteca Escolar (GEBE) of the Universidade federal de Minas Gerais (UFMG) and whether
they develop social activities to encourage reading. The study is characterized as an applied
research, being exploratory and descriptive, fitting into a qualitative/quantitative approach. The
technique used for data collection was the questionnaire, built according to GEBE's evaluation
and planning instrument. The sample collected through the questionnaire was 14 responses
from principals of public schools in the city. In conclusion, it was possible to verify the absence
of libraries in most of the schools participating in the research, going against the Lei nº
12.244/2010; it was verified the absence of librarians in the libraries and none of them even
reach the full basic level of the indicators proposed by GEBE, as well as do not develop
activities to encourage reading.

Keywords: School library; Grupo de Estudo em Biblioteca Escolar; Standards; Librarian.


LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Existência de biblioteca e/ou sala de leitura ......................................................... 47


Gráfico 2 – Funcionamento das bibliotecas e/ou sala de leitura ............................................. 47
Gráfico 3 – Horário de funcionamento .................................................................................... 48
Gráfico 4 – Localização dentro da escola ................................................................................ 49
Gráfico 5 – Área física ............................................................................................................. 50
Gráfico 6 – Condições do espaço ............................................................................................ 51
Gráfico 7 – Espaço para atendimento ao público .................................................................... 52
Gráfico 8 – Espaço para leitura e pesquisa .............................................................................. 53
Gráfico 9 – Espaço específico para leitura infantil .................................................................. 53
Gráfico 10 – Cabines/salas individuais para estudo ................................................................ 55
Gráfico 11 – Espaço para atividades audiovisuais (que exigem equipamento)....................... 55
Gráfico 12 – Espaço para computadores ................................................................................. 56
Gráfico 13 – Espaço para acervo ............................................................................................. 56
Gráfico 14 – Espaços existentes para funcionários ................................................................. 57
Gráfico 15 – Balcão de atendimento ....................................................................................... 58
Gráfico 16 – Estantes ............................................................................................................... 58
Gráfico 17 – Equipamentos disponíveis na biblioteca ............................................................ 59
Gráfico 18 – Satisfação acerca das quantidades dos materiais ................................................ 61
Gráfico 19 – Condições de uso dos computadores .................................................................. 63
Gráfico 20 – Equilíbrio entre assuntos .................................................................................... 64
Gráfico 21 – Equilíbrio entre séries ou faixa etária dos alunos ............................................... 64
Gráfico 22 – Estado de conservação geral do acervo .............................................................. 65
Gráfico 23 – Frequência de utilização pelos alunos ................................................................ 66
Gráfico 24 – Frequência de utilização pelos professores ........................................................ 66
Gráfico 25 – Número de empréstimos por mês ....................................................................... 67
Gráfico 26 – Descarte de materiais .......................................................................................... 68
Gráfico 27 – Presença de livros didáticos no acervo da biblioteca ......................................... 68
Gráfico 28 – Comissão de formação e desenvolvimento de coleções ..................................... 69
Gráfico 29 – Tombamento/registro do acervo ......................................................................... 70
Gráfico 30 – Classificação dos materiais................................................................................. 70
Gráfico 31 – Catalogação do acervo ........................................................................................ 71
Gráfico 32 – Informatização do acervo ................................................................................... 72
Gráfico 33 – Acesso remoto ao catálogo ................................................................................. 72
Gráfico 34 – Realiza consulta no local .................................................................................... 73
Gráfico 35 – Realiza empréstimo domiciliar ........................................................................... 73
Gráfico 36 – Serviços e atividades desenvolvidas ................................................................... 74
Gráfico 37 – Existência de um profissional responsável ......................................................... 76
Gráfico 38 – Carga horária que o profissional dedica a biblioteca.......................................... 76
Gráfico 39 – Nível de formação dos funcionários/auxiliares .................................................. 79
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Amostra das escolas participantes e suas localidades .......................................... 46


Quadro 2 – Parte das respostas colhidas sobre serviços e atividades desenvolvias ................ 74
Quadro 3 – Formação acadêmica do responsável ................................................................... 77
Quadro 4 – Nível de formação do responsável ....................................................................... 78
Quadro 5 – Comentários ......................................................................................................... 80
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Número total de itens no acervo ............................................................................ 60


Tabela 2 – Número de títulos no acervo .................................................................................. 61
Tabela 3 – Número total de computadores com acesso à internet para uso administrativo dentro
do espaço da biblioteca .......................................................................................... 62
Tabela 4 – Número total de computadores com acesso à internet para os alunos ................... 62
Tabela 5 – Número de funcionários/auxiliares na biblioteca .................................................. 78
LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


BE Biblioteca Escolar
CDD Classificação Decimal de Dewey
CIAIQ Congresso Ibero-Americano em Investigação Qualitativa
CFB Conselho Federal de Biblioteconomia
CRB Conselho Regional de Biblioteconomia
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDEB Índice de Desenvolvimento de Educação Básica
IDHM Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
IFLA Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias
INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
IPL Instituto Pró-Livro
GEBE Grupo de Estudos em Biblioteca Escolar
HQs Histórias em Quadrinhos
MDB Movimento Democrático Brasileiro
MEC Ministério da Educação
MPSC Ministério Público do Estado de Santa Catarina
PCN Parâmetros Curriculares Nacionais
PIB Produto Interno Bruto
PNLD Programa Nacional do Livro Didático
RN Rio Grande do Norte
SNBE Sistema Nacional de Bibliotecas Escolares
TDICs Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 14
1.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 16
1.1.1 Objetivos específicos ...................................................................................................... 16
1.2 Justificativa .................................................................................................................... 16
2 BIBLIOTECA ESCOLAR NO BRASIL: UM ENFOQUE HISTÓRICO .............. 19
3 O PAPEL DO BIBLIOTECÁRIO NA BIBLIOTECA ESCOLAR ......................... 25
3.1 Requisitos e competências dos bibliotecários escolares ............................................. 29
4 PARÂMETROS PARA AS BIBLIOTECAS ESCOLARES .................................... 32
4.1 A biblioteca escolar na teoria e na prática .................................................................. 32
4.2 Recorte de situações das bibliotecas escolares no Brasil ........................................... 34
4.3 Diretrizes e Padrões para biblioteca escolar ............................................................... 37
5 METODOLOGIA ......................................................................................................... 42
5.1 O município de Touros/RN .......................................................................................... 43
6 ANÁLISE DOS RESULTADOS.................................................................................. 46
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 82
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 85
APÊNDICE A – LISTA DAS ESCOLAS DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL E
ESTADUAL DO MUNICÍPIO DE TOUROS/RN CEDIDA PELA SECRETARIA
DE EDUCAÇÃO ........................................................................................................... 91
APÊNDICE B – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS PARA O RETRATO
DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES DA REDE PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE
TOUROS DO RIO GRANDE DO NORTE ................................................................ 93
14

1 INTRODUÇÃO

A biblioteca escolar é um dispositivo importante da Biblioteconomia, como também


parte fundamental na constituição de escolas que visam com responsabilidade, acima de tudo,
a formação intelectual, informacional, cultural e social dos seus alunos. Ela teve seu início no
Brasil, assim como a trajetória da educação, no período colonial. O tipo escolar foi “criado pelo
Conselho de instrução do Império e sob a direção do Barão de Paranapiacaba” com a intenção
de “explanar outros métodos de leitura, incorporando neles as características nacionais”
(VÁLIO, 1990, p. 17). Entretanto, a percepção sobre a biblioteca escolar ainda não era como a
que temos hoje, apenas com o passar das décadas e séculos, que elas foram se configurando
com um olhar mais humano, inclusive voltado para a formação e processos de ensino-
aprendizagem, e não mais apenas como depósito de livros.
Esta pesquisa concentra-se, inicialmente, em discutir o desenvolvimento das bibliotecas
escolares no país e a sua evolução em direção a um espaço adequado que realmente se
preocupada com o seu público-alvo. Além se tratar do profissional mais bem qualificado para
estar à frente desses espaços, o bibliotecário. Com o intuito de apresentar a sua importância, o
texto mostra a necessidade e as formas que o profissional agrega para as bibliotecas escolares,
tornando-o um espaço mais bem planejado, organizado, didático, criativo, acessível, social e
informacional.
As bibliotecas escolares são portas para que os alunos interajam com o que estão
estudando em sala de aula, como também gera abertura para mais diversas informações,
formando novos conhecimentos na mente desses indivíduos. A trajetória escolar é necessária
para a construção do letramento, aprendizagem, capacidade de interpretação, contato direto com
a leitura, compreensão de como a sociedade é composta, quais os deveres e direitos que as
pessoas têm, contribuindo na formação de cidadãos mais críticos e responsivos.
Junto a esse quadro de características que devem ser contempladas no aprendizado nas
escolas, a biblioteca entra para reforçar tudo isso, dando aos alunos mais um suporte e fonte de
informações, como também abrir janelas para a satisfação que é ter um espaço tão rico para
novos conhecimentos. E como está escrito no Manifesto da Federação Internacional de
Associações e Instituições Bibliotecárias1 , aprovado pela Organização das Nações Unidas para
a Educação, a Ciência e a Cultura (IFLA/UNESCO) em 1999:

1
Termo original em inglês: International Federation of Library Associations and Institutions.
15

A biblioteca escolar (BE) propicia informação e ideias fundamentais para seu


funcionamento bem sucedido na atual sociedade, baseada na informação e no
conhecimento. A BE habilita os estudantes para a aprendizagem ao longo da
vida e desenvolve a imaginação, preparando-os para viver como cidadãos
responsáveis (IFLA, 1999).

Dessa forma, é possível observar a importância das bibliotecas escolares e como elas
são “instrumento de ação e aplicação dos valores humanos da sociedade” (SILVA, 2011, p.
490), entretanto, a realidade mostra que muitas vezes a Biblioteca Escolar não tem à sua
disposição espaço apropriado para desenvolver um atendimento de qualidade para os seus
usuários, tanto a estrutura física como a parte de recursos humanos especializado, catalogação,
organização e disponibilização adequada do acervo, sem esquecer que a falta de algum desses
instrumentos pode ser em decorrência de verba insuficiente para a manutenção e melhorias da
biblioteca. Os fatores em cada biblioteca podem variar dependendo do contexto em que elas
estão inseridas e geridas.
Tendo em vista os variados contextos em que as bibliotecas escolares estão inseridas no
Brasil, a partir disso, a presente pesquisa, analisa o panorama das Bibliotecas Escolares do
Município de Touros, situado no litoral leste do Rio Grande do Norte (RN). Deste modo, o
projeto traz a problemática das bibliotecas escolares da rede pública do município de
Touros/RN, como questionamento de que se essas bibliotecas dispõem de espaço físico, acervo,
computadores com acesso à internet, catalogação e organização do acervo, serviços, atividades
e recursos humanos especializados que contribuem para o desenvolvimento e enriquecimento
educacional e social dos alunos.
Para utilizar como parâmetros nestas bibliotecas, a pesquisa terá o auxílio do documento
“Biblioteca escolar como espaço de produção do conhecimento: Parâmetros para bibliotecas
escolares”, elaborado pelo Grupo de Estudos em Biblioteca Escolar (GEBE) da Escola de
Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que “constitui um
referencial para a qualidade das bibliotecas escolares do país” (GEBE, 2010, p. 7), analisando
também se essas bibliotecas desenvolvem atividades sociais, em especial, que incentivam à
leitura. Após apresentar esses parâmetros, o livro conta com um instrumento de avaliação e
ampliação na busca de estender os pontos trabalhados anteriormente.
Com base nos pontos apresentados, a hipótese inicial da pesquisa é de que as Bibliotecas
Escolares da rede pública de Touros/RN possuem uma insuficiência na promoção de incentivo,
disponibilização de espaço físico, acervo, computadores com acesso à internet, organização do
acervo, serviços e atividades e recursos humanos que são essenciais na organização,
oferecimento de informação e atividades desenvolvidas em prol da formação educacional e
16

social dos alunos dessas escolas.

1.1 Objetivo Geral

A partir do problema da pesquisa e de sua hipótese inicial, o projeto tem como objetivo
geral analisar as bibliotecas escolares da rede pública do município de Touros/RN.

1.1.1 Objetivos específicos

a) Discutir a importância das bibliotecas escolares na formação educacional e social dos


estudantes;
b) Evidenciar a importância do bibliotecário escolar no espaço da biblioteca escolar;
c) Identificar o número das escolas da rede pública do município de Touros;
d) Identificar os recursos (espaço físico, acervo, computadores com acesso à internet,
catalogação e organização do acervo, serviços e atividades e recursos humanos
especializados) que a biblioteca possui para atender ao seu público, relacionando-os
com os parâmetros para biblioteca escolar do GEBE e se elas desenvolvem atividades
sociais de incentivo à leitura com os alunos.

1.2 Justificativa

São consideráveis as pesquisas existentes sobre biblioteca escolar no Brasil. Algumas


focam na importância do bibliotecário nesse espaço escolar, destacam a história das bibliotecas
escolares tendo em vista o seu desenvolvimento, algumas falam sobre a legislação nacional, da
sua universalização, do papel da biblioteca como espaço de incentivo à leitura, como espaço
para a competência em informação, da biblioteca como um direito, entre outras temáticas.
A pesquisa coletará dados acerca das disposições de serviços e afins nas bibliotecas
contribuindo para a análise desse ambiente social fundamental na sociedade, essencial para
contribuir ao crescimento intelectual dos alunos, sendo o local em que os estudantes devem ter
contato com tecnologias, livros, tanto didático como literários, acesso à cultura.
Além do mais básico que seria oferecer um espaço de incentivo ao desenvolvimento à
leitura, ao possuir um profissional qualificado (bibliotecário), a biblioteca conta com mediador
da informação que é capaz de contribuir efetivamente e ativamente na vida dos alunos.
Com isso, é interessante que pesquisas sobre bibliotecas escolares sejam elaboradas,
17

especialmente em lugares fora das grandes cidades, expondo as dificuldades na sua realidade,
principalmente quando se trata da rede pública de ensino no Brasil, na tentativa de uma possível
melhoria de um ambiente que deve ter um potencial rico em informação e conhecimento de
forma acessível e estruturado para atender o seu público.
Residindo no município de Touros/RN desde 2000/2001 até o presente, estudei todo o
ensino fundamental na cidade, mais precisamente em uma escola pública municipal, a Escola
Municipal Dr. Orlando Flávio Junqueira Ayres. Tenho em memória poucos momentos dirigidos
exatamente à biblioteca e em alguns deles são de um espaço relativamente pequeno, em muitos
momentos não disponível para os alunos, possivelmente sem uma organização/catalogação
adequada dos materiais que ela possuía, empréstimos de livros registrados em um caderno.
É fundamental ressaltar a ausência de um bibliotecário no espaço e o prejuízo que isso
acarreta no âmbito individual e social. Professores eram/são designados a serem responsáveis
pela biblioteca, o que além de ser uma ilegalidade e um desrespeito com a profissão, a atuação
do professor não abarca toda a potencialidade que requer o ambiente da biblioteca escolar que
deve sempre prover serviços e produtos para a comunidade escolar.
A referida biblioteca escolar não possuía atividades exatamente voltadas para à leitura,
nos momentos que utilizei o espaço, lembro-me de ler algumas histórias em quadrinhos (HQs)
que eram os meus favoritos, ir à biblioteca buscar livro no horário da disciplina “língua
portuguesa”, o que era raro, ou em algum momento de horário vago pela falta de certo professor
no dia. Outra memória de visita à biblioteca é de uma aula de ciências que o professor
necessitava que assistíssemos a um documentário e o espaço que possuía uma TV e um aparelho
DVD era a biblioteca. Tais reminiscências demonstram um uso pouco efetivo e planejado da
biblioteca escolar, contrariando o que dispõe o manifesto da biblioteca escolar da
UNESCO/IFLA.
Apesar da biblioteca possuir bons livros infantis entre outras obras, possivelmente não
na quantidade adequada para atender ao seu público, o que poderia ser em razão das verbas
repassadas para uso em prol da biblioteca, falta de interesse por parte da gestão da escola, como
também a falta de um profissional que realizasse um planejamento adequado para tal ambiente
e lutasse para o desenvolvimento e melhor aproveitamento de um ambiente tão importante na
vida dos estudantes e de toda a comunidade escolar.
Ao relembrar esses momentos, hoje, tendo consciência da grande contribuição que uma
biblioteca escolar pode ter na vida de um aluno, tenho a sensação de querer contribuir para que
esses espaços sejam desenvolvidos da melhor forma possível, atendendo de forma qualificada
os seus usuários. Na intensão de que os alunos dessas escolas tenham uma biblioteca de
18

qualidade com serviços, atividades, ambiente com suporte adequado, uma estrutura que
contribua para a sua evolução intelectual e social, que eles possam olhar para trás e perceberem
como esse espaço foi fundamental para a sua admiração pela leitura, o seu desenvolvimento
educacional, como também para a sua construção social, na esperança de que, mesmo com as
dificuldades da vida, eles tenham orgulho dessa parte de sua trajetória.
A escolha da temática deste projeto se deu em decorrência da biblioteca escolar ser o
ambiente em que mais me surgiu o interesse em aprofundar os estudos e é a tipologia de
biblioteca que mais me agrada para que, em um futuro próximo, tenha a possibilidade de exercer
a profissão. Na realidade, até o presente momento, é o único espaço em que me vejo exercendo
a profissão. Assim, é interessante e facilitador que o trabalho de conclusão de curso seja sobre
a parte da Biblioteconomia que fez a minha expectativa e esperança surgir.
19

2 BIBLIOTECA ESCOLAR NO BRASIL: UM ENFOQUE HISTÓRICO

A história das bibliotecas escolares e da educação está entrelaçada com o período


colonial no Brasil. A partir do século XVI, através especialmente dos Jesuítas, houve a intenção
de instruir, de modo básico, pois não possuíam um plano tão estruturado para isso, a população
local das regiões que estavam sendo colonizadas, como também instruir os colonizadores.
Segundo Moraes (2006, p. 7), em relação aos jesuítas, “nenhuma ordem religiosa cumpriu essa
missão com tantos resultados”
Os jesuítas não eram a única ordem religiosa no Brasil, era apenas a ordem que mais se
tem conhecimento sobre as suas características e atuação no país, em especial sobre as
bibliotecas escolares (MORAES, 2006). “No século XVII, outras ordens religiosas começaram
a chegar por aqui e introduzir seus colégios, assim como estruturar suas bibliotecas escolares
com vistas a promover acervo adequado para seus usuários” (SILVA, 2011, p. 491). De acordo
com Moraes (2006, p. 15), essas ordens “principalmente as dos beneditinos, franciscanos e
carmelitas, tinham escolas anexas aos conventos e exerciam papel importante na instrução do
povo [...]”.
Desde a chegada dos europeus em terras brasileiras, a educação dos povos originários
(os indígenas) e dos colonizadores (muitos desses analfabetos) também foram tomadas pelas
mãos da igreja católica. Desde o princípio, a educação foi dirigida de acordo com os princípios
religiosos pelas companhias religiosas, o maior exemplo foi a Companhia de Jesus com os
jesuítas. Conforme Serafim Leite (1942 apud SILVA, 2011, p. 491) “a Igreja foi à única
educadora do Brasil até o fim do século XVIII, representadas por todas as organizações
religiosas do clero secular e do clero regular, que possuíam casas no Brasil”.
Os acervos dessas ordens religiosas se situavam em bibliotecas conventuais. Em Moraes
(2006), está escrito que “a circular de 19 de maio de 1835, do governo imperial, proibindo o
noviciado, foi uma morte para os conventos”. Essa proibição veio em decorrência do progresso
dos ideais iluministas que defrontavam a ideologia da igreja católica, que tomaram destaque
entre o século XVIII e meados do século XIX (SILVA, 2011, p. 403).
Com as mudanças ocorridas, escolas com a visão mais ampla puderam se desenvolver,
diminuindo a grande atenção que a religiosidade tomava nas escolas anteriormente. Assim, em
conformidade com Silva (2011, p. 494):

a biblioteca escolar, [...] em muitos casos, entre o século XVI e XIX, parecia
mais uma biblioteca especializada, por ser mais utilizada para estudos
20

religiosos e científicos, visando aprimorar a educação religiosa de seus


usuários para a tarefa de catequizar e instruir índios e colonos.

De acordo com os artigos 1º e 6º da Lei Imperial de 15 de outubro de 1827, escolas


foram criadas para o ensinamento das primeiras letras, ensino de aritmética, geometria,
gramática, princípios cristãos da religião católica, como também leituras da Constituição do
Império e a História do Brasil (BRASIL, 1827).
Assim como o processo de desenvolvimento das escolas e suas bibliotecas foram lentos
e de certas formas precarizadas, o enfoque na literatura voltada para o público infantil também
possui o mesmo trajeto. Antes do século XIX, pouco se tinha sobre livros voltados para a
literatura infantil, no sentido de serem leituras para o público desenvolver o hábito, o prazer
pela leitura com textos voltados para a sua faixa etária. “A primeira coleção de livros, tendo o
nome de biblioteca, publicada especialmente para o público infantil, data de 1915, foi assinada
por Arnaldo de Oliveira Barreto e impressa por Weisflog Irmãos.” (VÁLIO, 1990, p. 17).
Todavia, foi com a publicação de Monteiro Lobato, em 1921, intitulado “A Menina do
Narizinho Arrebitado” que a literatura infantil brasileira se caracteriza efetivamente como
nacional e se constitui como obra de arte, tendo em vista os infantes (VÁLIO, 1990, p. 18).
A forma como os livros, a literatura em geral, a literatura infantil e as bibliotecas, em
especial a escolar, foram se desenvolvendo durante os quatro primeiros séculos após a conquista
do território brasileiro, e mais significativamente do século XIX em diante, quando as
bibliotecas começaram a possuir semelhanças com a atual, retrata bem como foi difícil a
construção do país e as barreiras pelas quais a biblioteca escolar e a educação como um todo,
no Brasil, tiveram de enfrentar.
De um amontoado de obras para acervo particular de ordem religiosa, depois bibliotecas
que tinham como objetivo, antes de tudo, a tentativa do primeiro letramento da população, o
ensino através das ideais religiosos, a introdução posteriormente de outros ramos de estudos
para trabalhar com os alunos, a introdução de literatura propriamente infantil nas bibliotecas
escolares. Esses foram alguns passos em que a biblioteca escolar teve de presenciar até terem
uma clareza melhor sobre a sua utilização apropriada.
A partir do século XX, as bibliotecas escolares puderam presenciar ações educacionais
pelo país, reformas educacionais que contribuíram, diretamente ou não, para o desenvolvimento
delas. De acordo com Fabiana Sala (2018, p. 53):

Na década de 1930, a biblioteca conquista um novo espaço. Os educadores


Anísio Teixeira, Manuel Lourenço Filho e Fernando de Azevedo comandaram
21

o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, que tinha o princípio de instituir


uma escola laica (sem [...] orientação religiosa), universal, pública, gratuita e
coeducativa, devendo a educação ser para todos.

Ainda no caminho para mudanças, um exemplo dessas ações foi em 1940/50 com “o
discurso da importância da composição do acervo e da participação direta dos usuários
discentes e dos pais na construção da biblioteca escolar por meio de ações pedagógicas”
(SILVA, 2011, p. 496).
“A partir da década de 1990, começam a serem observadas algumas políticas em nível
nacional que começam a apresentar, mesmo que de forma ainda tímida, alguns parâmetros para
o desenvolvimento da biblioteca escolar do país” (SALA; MILITÃO, 2017, p. 4671), como as
propostas nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de 1997 mencionadas por Campello
(2008, p. 17-18):

[...] entendem que a biblioteca é um espaço apto a influenciar o gosto pela


leitura. Recomendando que ela seja um local de fácil acesso aos livros e
materiais disponíveis, o documento sugere que a escola estimule o desejo de
se frequentar esse espaço, contribuindo, dessa forma para o desenvolver o
apreço pelo ato de ler. A outra face com que a biblioteca é apresentada nos
PCN é a de lugar de aprendizagem permanente, um centro de documentação
onde se encontra informações [...] que irão responder aos questionamentos
levantados dentro de diversas áreas curriculares.

Essas políticas não eram exclusivas para tratar do desenvolvimento das bibliotecas
escolares, todavia se tratava da educação nas escolas, planos para que a qualidade dos serviços
prestados fossem satisfatórios e atendessem as necessidades dos alunos, desenvolvendo
cidadãos leitores, conscientes e críticos, o que para acontecer deveria ser um plano que
abarcasse as ações das escolas, em especial, as ações das bibliotecas.
Os PCN foram desenvolvidos pelo governo federal e entregues aos educadores em 1997,
com o propósito de nortear os educadores através dos principais aspectos nas disciplinas que a
escola abordaria para os estudos de seus alunos, assim auxiliando “na execução de seu trabalho,
compartilhando seu esforço diário de fazer com que as crianças dominem os conhecimentos de
que necessitam para crescerem como cidadãos plenamente reconhecidos e conscientes de seu
papel em nossa sociedade” (BRASIL, 1997, v. 1, p. 4).
Tendo em vista a construção do olhar sobre a importância das bibliotecas escolares no
Brasil através dos séculos, fica visível que a educação e a biblioteca escolar passaram por fases
e processos de crescimento e desenvolvimento. Assim, é necessária uma visão assertiva e
concreta do que é a biblioteca escolar e como ela contribui para a sociedade, é preciso dar
22

suporte e incentivar o sucesso das bibliotecas, deixando claro a sua identificação, o seu papel
social. Nesse sentido, para esclarecer de forma ampla, Lemos (2005, p. 101) destaca que:

Nem toda coleção de livros é uma biblioteca, do mesmo modo que nem toda
biblioteca é apenas uma coleção de livros. Para haver uma biblioteca, no
sentido de instituição social, é preciso que haja três pré-requisitos: a
intencionalidade política e social, o acervo e os meios para sua permanente
renovação, o imperativo de organização e sistematização; uma comunidade de
usuários, efetivos ou potenciais, com necessidades de informação conhecidas
ou pressupostas, e, por último, mas não menos importante, o local, o espaço
físico onde se dará o encontro entre os usuários e os serviços da biblioteca.

Após uma definição clara exposta por Lemos (2005) do que é a biblioteca, independente
da sua tipologia, as Diretrizes da IFLA para biblioteca escolar (2015, p. 19) declaram que:

A biblioteca escolar é um espaço de aprendizagem físico e digital na escola


onde a leitura, pesquisa, investigação, pensamento, imaginação e criatividade
são fundamentais para o percurso dos alunos da informação ao conhecimento
e para o seu crescimento pessoal, social e cultural.

Dessa forma, de acordo com o Manifesto IFLA/UNESCO para biblioteca escolar (1999,
p. 1), ela tem como missão a promoção de “serviços de apoio à aprendizagem e livros aos
membros da comunidade escolar, oferecendo-lhes a possibilidade de se tornarem pensadores
críticos e efetivos usuários da informação, em todos os formatos e meios”. E no mesmo plano,
para a biblioteca pôr em prática a sua missão, trabalhando com a promoção da leitura, escrita,
uso de informação, cultura, elas possuem alguns objetivos a serem seguidos, como:

apoiar e intensificar a consecução dos objetivos educacionais definidos na


missão e no currículo da escola; desenvolver e manter nas crianças o hábito e
o prazer da leitura e da aprendizagem, bem como o uso dos recursos da
biblioteca ao longo da vida; organizar atividades que incentivem a tomada de
consciência cultural e social, bem como de sensibilidade; promover leitura,
recursos e serviços da biblioteca escolar junto à comunidade escolar e ao seu
derredor. (IFLA, 1999, p. 2).

Referindo-se às políticas nacionais que visaram na última década a biblioteca escolar,


tem-se a Lei nº 12.244, de 24 de maio de 2010. Com a sua promulgação, ela é decretada pelo
então presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva, a qual “dispõe sobre a universalização
das bibliotecas nas instituições de ensino do País” (BRASIL, 2010, p. 3).
A Lei deixa determinado que toda instituição de ensino no país, seja ela pública ou
privada, deve ter uma biblioteca escolar, tendo como número mínimo para compor o seu acervo
23

a quantidade de um título por aluno matriculado, também sendo obrigatório orientações para as
formas de manuseio desses materiais, preservando-os, pondo um prazo máximo de dez anos
para que fosse efetivada, respeitando as Leis nº 4.084, de 30 de junho de 1962, e Lei nº 9.674,
de 25 de junho de 1998, que dispõem sobre a profissão do bibliotecário (BRASIL, 2010).
Em seu Art. 2, a Lei da universalização das bibliotecas escolares, como ficou conhecida,
em uma consideração simplista, definiu a biblioteca escolar como “coleção de livros, materiais
videográficos e documentos registrados em qualquer suporte destinados a consulta, pesquisa,
estudo ou leitura” (BRASIL, 2010, p. 3).
Atentando para o fato de que a biblioteca é um espaço que vai além de apenas um
depósito para acervo, a Deputada Federal Laura Carneiro do Movimento Democrático
Brasileiro do Rio de Janeiro (MDB/RJ), teve a iniciativa, agora intitulada Projeto de Lei nº 5656
de 2019, anteriormente Projeto de Lei nº 9484 de 2018, que tem como propósito alterar a
definição de biblioteca escolar na Lei nº 12.244, redefinindo-a como “o equipamento cultural
obrigatório e necessário ao desenvolvimento do processo educativo” (BRASIL, 2019, p. 1),
criar o Sistema Nacional de Bibliotecas Escolares (SNBE) e, também, estender o prazo máximo
para que a lei seja efetivada até 25 de junho de 2024, de acordo com “o prazo máximo de
vigência do Plano Nacional de Educação, aprovado pela Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014”
(BRASIL, 2019, p. 3). Atualmente o Projeto se encontra ainda em tramitação no Senado
Federal.
Passados os dez anos do prazo máximo para efetivação da Lei nº 12.244, de 24 de maio
de 2010, é notório que muitas instituições ainda não apresentam uma biblioteca que esteja de
acordo com artigos da Lei e uma porcentagem bastante considerável sequer possui uma
biblioteca.
De acordo com o Censo de Educação Básica, o Censo Escolar 2019, se tratando do
número de escolas de educação básica no Brasil, foram contabilizadas um total de 180.610
(INEP, 2020), sendo a rede pública encarregada por aproximadamente 60% desse número e a
privada por 22,9%. Dentro do número total, “o percentual de escolas de ensino fundamental
com biblioteca ou sala de leitura é de 41,4% na rede municipal, praticamente a metade do valor
observado nas redes privada (80,5%) e estadual (81,4%)” (INEP, 2020, p. 13). Atentando para
a observação de que, segundo Caderno de Conceitos e Orientações do Censo Escolar (INEP,
2020), a sala de leitura é um “espaço reservado aos alunos para consultas, leituras e estudos”,
localizada fora da biblioteca, é perceptível que a sala de leitura não abarca o total de ações e
disposições que a biblioteca tem para oferecer ao seu público.
Em contrapartida, a disponibilização desses recursos nas escolas de ensino médio chega
24

a 78,2% na rede municipal, 90,8% na privada e 86,9% na estadual. Em ambas as etapas de


ensino, esses recursos são menos identificados nas escolas do Norte e Nordeste do país. O censo
de 2020 não relata os números de bibliotecas escolares no país, dando foco para outros recursos,
possivelmente devido a suspensão do ensino presencial durante a pandemia causada pelo
Coronavírus.
Mesmo a rede municipal sendo a representante da maior porcentagem de escolas de
educação básica, ela também é responsável pelo menor número de escolas com bibliotecas ou
sala de leitura. Dessa forma, é notório que após uma década da promulgação da Lei da
Universalização da Biblioteca Escolar, o Brasil ainda se encontra com muitas escolas sem
bibliotecas e salas de leitura.
25

3 O PAPEL DO BIBLIOTECÁRIO NA BIBLIOTECA ESCOLAR

Bibliotecas não são e não devem ser consideradas apenas espaços em que se concentram
livros e outros documentos disponibilizados para consulta e empréstimos, especialmente se
estamos tratando da biblioteca escolar. Além de dar acesso a um mundo de conhecimentos, ela
tem o papel de “estimular, coordenar e organizar o processo de leitura para que, por meio dela,
a criança/adolescente/jovem aumente seus conhecimentos, sua capacidade crítica e reflexiva
que lhe permitam atuar melhor na sociedade” (CALDIN, 2005, p. 163). Evidentemente, a
biblioteca escolar tem um papel educacional, social e cultural, auxiliando na construção de
cidadãos com um suporte intelectual digno e, possivelmente, mais crítico.
Visto sobre a significativa importância das bibliotecas escolares na construção social
dos alunos, qual profissional trabalha com vistas a demonstrar efetivamente a importância da
biblioteca na vida dos cidadãos? O bibliotecário. O bacharel em Biblioteconomia, além de
entender a biblioteca escolar como um espaço educativo, também têm o papel de se atentar para
“transformar a biblioteca em um mecanismo real para a formação da consciência crítica do
educando” (CALDIN, 2005, p. 163).
Pela visão do Manifesto da IFLA para biblioteca escolar aprovado pela UNESCO em
1999:

O bibliotecário escolar é o membro profissionalmente qualificado,


responsável pelo planejamento e gestão da biblioteca escolar. Deve ser
apoiado tanto quanto possível por equipe adequada, trabalha em conjunto com
todos os membros da comunidade escolar e deve estar em sintonia com
bibliotecas públicas e outros (IFLA, 1999, p. 3).

Em meio a importância que a biblioteca escolar exerce na vida dos alunos, o


bibliotecário é responsável pela organização, planejamento, gerenciamento do ambiente. Ele
trabalha como um agente mediador entre os alunos e a biblioteca, responsável pela forma como
as fontes de informação são apresentadas para os alunos, auxiliando-os em relação aos
instrumentos de pesquisa e as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs),
como as informações e conhecimentos estão dispostos para esses alunos usufruírem,
responsável pelas atividades desenvolvidas no ambiente em que tenham como objetivo o
incentivo à leitura, favoreça a literacia dos estudantes, sempre favorecendo o aprendizado,
contribuindo para a sua educação, sem deixar de lado o lazer e prazer de ter contato com a
leitura.
Um acervo bem construído, diversificado, a visão da gestão escolar adequada sobre o
26

papel da biblioteca escolar e um profissional qualificado mediando esse espaço entre os


indivíduos que estão ao seu redor, fazem desse espaço uma ponte para a construção do saber
dos alunos.
O bibliotecário deve trabalhar também tendo em vista o currículo escolar desenvolvido
na escola, “no desempenho de sua função educativa, o bibliotecário tem que trabalhar em
colaboração com o professor [...] em consonância com os objetivos da escola” (CAMPELLO,
2015, p. 13), pois isso tudo contribui para entender o cenário em que os alunos estão inseridos,
como também a situação da escola como um todo. Nesse contexto de interação em prol de
beneficiar os estudantes:

Está comprovado que bibliotecários e professores, ao trabalharem em


conjunto, influenciam o desempenho dos estudantes para o alcance de maior
nível de literacia na leitura e escrita, aprendizagem, resolução de problemas,
uso da informação e das tecnologias de comunicação e informação (IFLA,
1999, p. 2).

Dessa forma, ele tem a sua disposição um leque maior para desenvolver os seus deveres
na biblioteca da melhor forma para o seu público alvo, e melhor ainda, se ele puder contar com
uma equipe que possa contribuir para a promoção desses afazeres na biblioteca. Outra parte das
atribuições do papel do bibliotecário nesse tipo de biblioteca é observar/interagir com o seu
público e entender as necessidades dele, dessa forma, fazer a seleção de materiais com
responsabilidade e conhecimento acerca do corpo docente e discente, na perspectiva de um
acervo de qualidade.
Contudo, o seu papel varia de acordo com fatores externos que estão fora de seu alcance,
como “orçamentos, currículos e metodologias de ensino das escolas, dentro do quadro legal e
financeiro” (IFLA, 1999, p. 3), mas “se a biblioteca é um organismo vivo, dinâmico, seus
profissionais têm de agir com dinamismo, driblando as dificuldades financeiras e entraves
burocráticos das bibliotecas escolares, principalmente as da rede pública” (CALDIN, 2005, p.
165).
Diante dos pontos expostos é evidente o papel que os bibliotecários podem desenvolver
nas bibliotecas escolares contribuindo efetivamente para a sua construção e prosperidade do
corpo discente, ou seja, o bibliotecário deve ser reconhecido e se reconhecer como agente de
transformação social (ALMEIDA JÚNIOR, 2018, p. 77).
Para assegurar e dar direito ao graduado em Biblioteconomia, devidamente registrado
em um dos Conselhos Regionais de Biblioteconomia, através de um reconhecimento legal da
profissão, o Brasil conta com as seguintes legislações principais: a Lei nº 4.084, de 30 de junho
27

de 1962 que “dispõe sobre a profissão de bibliotecário e regula o seu exercício” e,


complementando-a, houve a promulgação da Lei nº 9.674 em de 25 de junho de 1998, que
“dispõe sobre o exercício da profissão de Bibliotecário e determina outras providências”.
Destacando também o Decreto nº 56.725, de 16 de agosto de 1965 que regulamenta a Lei nº
4.084/62, tratando das competências do profissional, do exercício e fiscalização da profissão.
De acordo com a Classificação Brasileira de Ocupação (BRASIL, 2002), essas são
especificações técnicas para os profissionais bibliotecários

Disponibilizam informação em qualquer suporte; gerenciam unidades como


bibliotecas, centros de documentação, centros de informação e correlatos,
além de redes e sistemas de informação. Tratam tecnicamente e desenvolvem
recursos informacionais; disseminam informação com o objetivo de facilitar
o acesso e geração do conhecimento; desenvolvem estudos e pesquisas;
realizam difusão cultural; desenvolvem ações educativas. Podem prestar
serviços de assessoria e consultoria.

Sancionada, além do propósito de contribuir para a universalização das bibliotecas nas


instituições, a Lei nº 12.244/2010 também assegura o lugar do profissional bibliotecário, que é
uma base para a construção da biblioteca escolar.

Art. 3o Os sistemas de ensino do País deverão desenvolver esforços


progressivos para que a universalização das bibliotecas escolares, nos termos
previstos nesta Lei, seja efetivada num prazo máximo de dez anos, respeitada
a profissão de Bibliotecário, disciplinada pelas Leis nos 4.084, de 30 de
junho de 1962, e 9.674, de 25 de junho de 1998 (BRASIL, 2010, p. 3, grifo
nosso).

Todavia, mesmo com as leis citadas, com a profissão regulamentada e com órgão de
fiscalização profissional, ainda é considerável os casos de bibliotecas escolares que não contam
com o bibliotecário, esse fato foi confirmado no estudo “Avaliações de Bibliotecas Escolares
no Brasil” realizado pelo Ministério da Educação (MEC) em 2011 e por diagnósticos que foram
publicados e realizados entre 1979 a 2011 (CAMPELLO, et al., 2012). Também há o fato da
Lei nº 12.244/2010 não ter sido efetivada inicialmente nos últimos dez anos, contando, de
acordo com o Censo Escolar 2019, com 41,4% das escolas municipais com biblioteca ou sala
de leitura e 81,4% nas estaduais e os números são maiores em escolas de ensino médio. A Lei
seria uma “garantia” que assegura a profissão do bibliotecário, mas na prática a realidade ainda
está distante do que é definido por lei.
Nesse cenário contemporâneo brasileiro, de trajetória para a universalização das
bibliotecas escolares, a importância e necessidade do profissional bibliotecário inserido nesses
28

ambientes, o Instituto Pró-Livro (IPL) lançou em 2019 a pesquisa Retratos da Leitura em


Biblioteca Escolar, objetivando avaliar o efeito que as bibliotecas escolares têm sob a
aprendizagem dos estudantes, quando essas unidades de informação possuem “condições para
que se constituam em espaço de aprendizagem integrado ao currículo escolar” (INSTITUTO
PRÓ-LIVRO, 2019), influenciando positivamente o caminho acadêmico dos alunos.
A pesquisa traz dados relevantes acerca das escolas brasileiras. Utilizando dados do
Censo MEC 2017, o documento disponibilizado pelo IPL (2019) apresenta que 88.340 escolas
públicas, o que equivale a 61% do total não têm bibliotecas ou salas de leitura. De acordo com
a amostra utilizada na pesquisa, segundo a percepção dos entrevistados, as escolas que possuem
bibliotecas são 60,6%, com salas de leitura: 33,2%, sem biblioteca e sala de leitura: 6.5% e 10%
da amostra não tinha biblioteca (INSTITUTO PRÓ-LIVRO, 2019). Além dos demais aspectos
abordados na pesquisa, se atentando para o profissional responsável pelas bibliotecas, foi
apurado que 74% desses responsáveis têm nível superior, entretanto, apenas 11.9% são
bibliotecários e a maior parcela é de professores responsáveis pela unidade (31,5%)
(IINSTITUTO PRÓ-LIVRO, 2019).
Por fim, os resultados da pesquisa sugerem que as bibliotecas, os profissionais
qualificados envolvidos nas atividades pedagógicas, acervo adequado têm influência positiva
no desempenho escolar dos alunos e no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
(IDEB).
Considerando os dados utilizados para a construção da Retratos da Leitura em
Biblioteca Escolar e os que foram colhidos com ela, é notória a necessidade de bibliotecas nas
escolas, pois ela é um instrumento de incentivo a criatividade, ao conhecimento, à leitura,
pensamento crítico, um espaço essencial para o desenvolvimento de atividades pedagógicas.
Intrinsicamente ligado a ela está o bibliotecário, profissional que atua nesse ambiente com suas
qualificações imprescindíveis, intermediando o ambiente da biblioteca com os seus usuários,
trabalhando em conjunto com os professores e gestores para desenvolver planos, atividades,
acervo e demais materiais para o benefício dos estudantes.
E, levando em conta os dados apresentados na pesquisa do Instituto Pró-livro, como
também do Censo Escolar de 2019, a falta de bibliotecas e de profissionais nas escolas
brasileiras é um tema que precisa ser constantemente enfatizado, analisado, pesquisado e posto
em discussão. Uma profissão que tem seus direitos assegurados por lei desde 1962, o que
acontece também com a biblioteca escolar tendo em vista a Lei nº 12.244/2010 e mais
recentemente o Projeto de Lei 9.484/18 que amplia a sua vigência, executando alterações
também em seu texto, e mesmo assim ainda é destacada a falta do bibliotecário e de bibliotecas
29

nas escolas brasileiras, especialmente na rede pública, tanto na esfera municipal quanto na
esfera estadual do país.

3.1 Requisitos e competências dos bibliotecários escolares

O bibliotecário é o profissional qualificado responsável pelas bibliotecas. É por meio de


seu trabalho que as informações são disseminadas da forma mais adequada, organizada,
recuperável, pois ele é capacitado para isso durante a sua formação que vai desde a exigência
de um bacharelado, passando por possíveis e desejáveis estudos/atividades complementares que
contribuam para o seu conhecimento e como se tornar um profissional preparado e atualizado.
Em concordância com as Diretrizes da IFLA para biblioteca escolar (2015, p. 30), “o
bibliotecário escolar é responsável pelo espaço de aprendizagem físico e digital da escola onde
a leitura, pesquisa, investigação, pensamento, imaginação e criatividade são fundamentais para
o ensino e a aprendizagem”. O profissional da informação está nesse espaço não só para
desenvolver as práticas já esperadas por um bibliotecário formado, mas também para exercer
uma influência vital sobre a vida da comunidade acadêmica dos estudantes, sobretudo no
processo de ensino-aprendizagem, que de acordo com Cortê e Bandeira (2011 p. 8),” na fase
escolar, não se concebe a efetividade do processo de ensino-aprendizagem sem uma biblioteca
que ofereça serviços de informação aos alunos”. E o profissional habilitado e capacitado,
responsável por desenvolver e apresentar esses serviços na biblioteca é o bibliotecário.
Para realizar um trabalho adequado, na intenção de contribuir com toda a comunidade
escolar, tendo consciência do seu usuário final (os estudantes), o bibliotecário deve ter um
trabalho em conjunto, especialmente com os professores, para ter conhecimento das
necessidades informacionais dos alunos, dar continuidade e adicionar ao conhecimento
adquirido em sala de aula, visto que a biblioteca no âmbito escolar não é uma instituição
independente, ela desenvolve seus serviços e visão de acordo com as diretrizes estabelecidas na
escola. Dessa forma a biblioteca e o seu responsável devem estar em sintonia com a instituição,
tendo assim no bibliotecário uma visão de professor com responsabilidade de ensinar e aprender
(CORTÊ; BANDEIRA, 2011, p. 8)
Para estar à frente de uma unidade de informação que influencia tanto a trajetória
acadêmica e social dos estudantes, o bibliotecário escolar precisa ter competências e
qualificações. Para Farias e Cunha (2009, p. 32-33), essas competências estão em quatro
dimensões, são elas: a dimensão técnica que visa “dominar com propriedade um campo
específico de atuação. [...] valorizar o domínio dos conteúdos conceituais e da pesquisa, pois
30

esta formação é a ancoragem necessária para as demais dimensões do profissional”, o


conhecimento que o profissional possui sobre a sua área de atuação, sabendo utilizá-lo para
atender as necessidades do seu público. A dimensão estética visa “fazer menção à presença da
sensibilidade e da beleza como elemento constituinte do saber e do fazer do bibliotecário
escolar”, aqui, faz menção a sensibilidade do ser humano e como ele aplica isso à sua profissão.
Sobre ética e política, Farias e Cunha (2009, p. 33) discorrem que: “[...] a dimensão ética
se relaciona à orientação da ação, baseada no princípio do respeito e da solidariedade, do
convívio e da realização de um bem coletivo”, o convívio com as pessoas que compõem o meio
que o profissional está inserido. Já “a dimensão política diz respeito à participação na
construção coletiva da sociedade e ao exercício de direitos e deveres”, aqui entra o papel do
bibliotecário escolar na participação da construção de cidadania dos estudantes.
Em outros termos, é perceptível que o trabalho oferecido pelos bibliotecários escolares
é/deve ser mais amplo do que apenas oferecer os seus serviços técnicos adquiridos durante a
graduação. O profissional trabalha contribuindo para a formação dos estudantes, colaborando
em conjuntos com os professores, na tentativa de ensino/aprendizagem de qualidade, tocando
não só a vida acadêmica, mas também a social desses indivíduos como cidadãos, deve se
comunicar com outras bibliotecas e gerir de forma eficiente a sua unidade.
No livro Biblioteca Escolar de Cortê e Bandeira (2011), assim como também nas
Diretrizes da IFLA para Biblioteca Escolar (2015), são listadas, de forma mais objetiva,
competências/qualificações para o profissional trabalhar na biblioteca escolar, assegurando a
função da biblioteca escolar. São elas:
• Possuir curso de Biblioteconomia, conforme a lei nº 4.084/62;
• Ser um investigador permanente;
• Possuir atitudes gerenciais proativas;
• Possuir espírito crítico e bom senso;
• Ser participativo, flexível, inovador, criativo;
• Facilitar a interação entre os membros da comunidade escolar;
• Possuir capacidade gerencial e administrativa;
• Possuir capacidade de comunicação e relacionamento interpessoal;
• Saber que a informação é imprescindível à formação do aluno;
• Dominar as modernas tecnologias da informação;
• Estar em constante questionamento;
• Estar atualizado na área de atuação;
31

• Ter consciência de que o usuário é seu fim último;


• Saber que a informação é imprescindível à formação do cidadão;
• Reconhecer sua profissão como importante e necessária para a sociedade;
• Reconhecer-se como um agente de transformação social;
• Ser um leitor crítico, que distingue, no momento da seleção e da indicação de livro, a
literatura infantil e juvenil que é de qualidade.
E, em seguida, nas Diretrizes da IFLA para Biblioteca Escolar (2015), incluem:
• Ensino e aprendizagem, currículo, ensino: planificação e execução;
• Gestão do programa - planeamento, desenvolvimento/design, implementação,
avaliação/melhoria;
• Desenvolvimento de coleção, arrumação, organização, recuperação;
• Processos de informação e comportamentos - literacia, literacia da informação,
literacias digitais;
• Motivação para a leitura;
• Conhecimento de literatura para crianças e jovens;
• Conhecimento das deficiências que afetam a leitura;
• Competências de comunicação e colaboração;
• Competências digitais e mediáticas;
• Ética e responsabilidade social;
• Serviço para o bem público - prestação de contas ao público/sociedade;
• Compromisso com a aprendizagem ao longo da vida através do desenvolvimento
profissional contínuo;
• Familiarização com a área da biblioteconomia escolar e com a sua história e valores.
Com isso, reforçamos que, para realizar um trabalho completo, o bibliotecário escolar
necessita ir além de sua qualidade técnica, que é essencial, mas não deve ser a única ou ser o
foco principal no trabalho. Ele deve ser um mediador indispensável para as pessoas que estudam
e trabalham na escola. O acesso à informação e a construção do conhecimento se faz mediante
a abertura e funcionamento das bibliotecas escolares. O bibliotecário é, portanto, esse
profissional apto a lidar com toda a dimensão social, cultural, informacional e educacional que
requer uma biblioteca escolar.
32

4 PARÂMETROS PARA AS BIBLIOTECAS ESCOLARES

Nessa seção, abordamos a importância da biblioteca escolar na teoria, mas também


apresentando evidências de que, na prática, ela é um instrumento de essencial para a sociedade,
para a educação das crianças e jovens, na construção acadêmica, criativa e social desses
indivíduos. Em seguida, abordamos pesquisas desenvolvidas no Brasil que mostram um recorte
da realidade a qual a biblioteca escolar está inserida no país. Por fim, considerando essa
realidade, são apresentados parâmetros/diretrizes/resoluções/lei que buscam a melhoria das
bibliotecas escolares no Brasil.

4.1 A biblioteca escolar na teoria e na prática

A biblioteca escolar, componente essencial para as escolas desenvolverem um ensino


eficaz de qualidade em conjunto com o trabalho desenvolvido com os docentes, na teoria, é
bem-vista pela sociedade e considerada um componente importante na construção do ambiente
escolar. Ela é considerada uma geradora do conhecimento, indispensável na construção da
identidade dos estudantes e comunidade acadêmica. Nela, eles têm a sua disposição fontes de
desenvolvimento da autonomia de pensamento e da criatividade (PNBE, 2008, p. 124).
Na prática, mesmo sendo sabido da importância da biblioteca escolar e de todos os
serviços e benefícios que a unidade pode oferecer para o seu público, mesmo com a Lei nº
12.244/2010, para Zimmermann, Paula e Ohira (2017, p. 136) nas escolas brasileiras, a
biblioteca escolar ainda é um mito, a realidade da situação diverge da teoria. Em sua pesquisa
intitulada “Avanços, perspectivas e limitações da lei no 12.244/2010 com vistas a sua
aplicabilidade[...]”, os autores perceberam a quantidade considerável de escolas sem a presença
da biblioteca escolar. Nas existentes, muitas sem a presença do profissional bibliotecário, com
uma situação imprópria. Considerando, nessas condições, “um espaço obsoleto, que não
desempenha seu papel de interação educacional e não oferece, assim, condições para o
desenvolvimento das atividades [...] que auxiliariam no trabalho de incentivo à leitura e
formação de leitores” (ZIMMERMANN; PAULA; OHIRA, 2017, p. 163).
Uma biblioteca escolar estruturada, contendo o profissional bibliotecário apto e disposto
para o seu papel, é capaz de desenvolver atividades, serviços, prover um ambiente de incentivo
à leitura, assim, contribuindo efetivamente na formação desses alunos. “Seu espaço, ambiente
e acervo devem promover a leitura e responder com exatidão às necessidades da comunidade
educacional” (ZIMMERMANN; PAULA; OHIRA, 2017, p. 162). E para estar em consonância
33

com a instituição a qual ela está inserida, de acordo com Camilo e Castro Filho (2018, p. 207),
a biblioteca escolar como:

[...] espaços de informação, recreação e conhecimento, se não aliançados à


proposta do Projeto Político Pedagógico da escola, deixam de fomentar a
experiência individual e coletiva dos discentes e docentes no processo de
ensino-aprendizagem, tendo em vista os âmbitos cultural, educacional, social,
político e humano.

Desse modo, é visível que a biblioteca escolar é uma ferramenta que disponibiliza mais
de um benefício, que tem o dever de afetar positivamente as vidas dos estudantes, visto que, ela
deve ser trabalhada em conjunto com estudos desenvolvidos em sala de aula, propicia um
ambiente acolhedor para o seu público, que incentive a leitura, aspecto deveras importante na
vida acadêmica e social dos indivíduos.
Ao realizar as pesquisas para desenvolver esse estudo, foi possível observar que o
aspecto da leitura/ incentivo à leitura/ formação de leitores é uma das características recorrentes
quando se fala das bibliotecas escolares, visto que realmente é um ponto importante na atuação
de uma biblioteca escolar. Tratando de outro aspecto, um item essencial no discurso da
importância das bibliotecas escolares é de que ela é fundamental no processo de ensino
aprendizagem. Como dito por Santos et al (2017, p. 774), “uma biblioteca com acervo
atualizado e profissionais especializados pode contribuir de forma efetiva para o contexto
educacional e na produção de novos conhecimentos”. Isto posto, é interessante olhar para os
fatos de que provam essa realidade.
No livro “Biblioteca escolar: conhecimentos que sustentam a prática” de Campello
(2012), é abordado o “estudo de Ohio”, estudo realizado por Ross Todd e Carol Kuhlthau, no
estado de Ohio, nos Estados Unidos. Um dos objetivos da pesquisa foi “levantar evidências
empíricas detalhadas de como a biblioteca escolar ajuda na aprendizagem dos estudantes”
(CAMPELLO, 2012, p. 20-21). Com a participação de 13.123 alunos, conforme os
pesquisadores,

Ficou provado que bibliotecas eficientes desempenham papel ativo na


aprendizagem. Os dados confirmaram a função tradicional da biblioteca
escolar: fornecer acesso a recursos informacionais que os alunos precisam
para realizar seus trabalhos escolares, disponibilizando uma variedade de
materiais, em diferentes formatos. Entretanto mostraram que a biblioteca é
mais do que um simples estoque de informações. Os estudantes mostraram
que ela os ajudava a construir suas compreensões e conhecimentos,
ensinando-os a pesquisar, a identificar ideias pertinentes, analisar, sintetizar e
avaliar informações, a estruturar e organizar ideia, a desenvolver pontos de
34

vista tirar conclusões e ter opiniões próprias (CAMPELLO, 2012, p. 29).

Os resultados mostram o impacto causado por boas bibliotecas. As bibliotecas referentes


a esse estudo foram selecionadas por pertencerem a escolas excelentes, pelo trabalho de
qualidade desenvolvido pelo profissional bibliotecário (CAMPELLO, 2012, p. 31). Além disso,
segundo Campello (2012, p. 30),

Os pesquisadores concluíram que a biblioteca escolar não era apenas um


espaço de informação, mas também de conhecimento, onde os estudantes
desenvolviam a capacidade de encontrar novos significados. Os alunos
valorizavam a orientação que recebiam na biblioteca, que os ajudava a ser
bons pesquisadores, a explorar o mundo das ideias. [...] Ross Todd e Carol
Kuhlthau chamaram atenção para a importância do papel educativo do
bibliotecário [...] os dados mostraram que os bibliotecários trabalhavam junto
com os professores para criar boas oportunidades de aprendizagem.

Ou seja, os resultados obtidos no estudo, além de mostrarem a importância da biblioteca,


também mostram que a educação de qualidade e uma biblioteca estruturada, bem gerida pelo
profissional traz bons resultados para a formação acadêmica dos estudantes, consequentemente
para a sociedade.

4.2 Recorte de situações das bibliotecas escolares no Brasil

Como já relatado nessa pesquisa, a situação das bibliotecas escolares no Brasil é algo
essencial a ser analisado, principalmente por já existir uma Lei (Lei nº 12.244/2010) que
promulga a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino. Lei, essa, que contém
uma definição simplista do que é uma biblioteca, todavia, foi uma conquista considerável para
a área biblioteconômica brasileira, tendo em vista o histórico das bibliotecas escolares desde a
formação do país; a Lei também vai de acordo com as Leis nº 4.084, de 30 de junho de 1962, e
9.674, de 25 de junho de 1998, respeitando os profissionais bibliotecários.
Entretanto, é observado, também, as pesquisas que constatam a falta do profissional nas
bibliotecas escolares brasileiras, principalmente quando falamos da rede pública de ensino.
Com isso, é pertinente apresentar informações colhidas no campo nacional por pesquisadores
da área, tendo assim, uma visão recente da situação.
O relatório técnico elaborado por Sena (2021), em cooperação com o Conselho Regional
de Biblioteconomia da 14ª Região (CRB-14) e Ministério Público do Estado de Santa Catarina
(MPSC), intitulado “Retrato das bibliotecas da rede de ensino estadual de Santa Catarina” que
35

contém os dados colhidos durante 2020, buscou conhecer a situação das bibliotecas escolares
da rede de ensino estadual de Santa Catarina, na intenção de colaborar para as melhorias nos
ambientes aos quais essas bibliotecas estão inseridas.
A pesquisa contou com uma amostra de 412 escolas, com a partir de 500 matrículas.
Das 412 escolas, foram obtidas 225 respostas ao instrumento de pesquisa, um questionário
estruturado. Em relação a existência das bibliotecas nessas instituições 181 escolas
responderam que não possuem biblioteca, 16 que a biblioteca está desativada e 28 não
classificaram as suas respostas, mas deram uma justificativa para isso. Como por exemplo:
“Não temos biblioteca por falta de espaço físico”, “Temos uma ótima biblioteca, mas sem
ninguém responsável por ela”, “Devido a Pandemia encontra-se fechada” (SENA, 2021, p. 13-
15).
Metade das respostas verificaram que as bibliotecas possuem pelo menos 50m², valor
mínimo ideal, de acordo com o Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB) na Resolução CFB
nº 220/2020. Entre outras características que ainda possuem déficits nas bibliotecas, foi
contatado que, com base nas respostas, a maioria dos responsáveis pelas bibliotecas são
professores, grande parte readaptados, especialmente das áreas de Língua Portuguesa,
Pedagogia e Letras e constou na pesquisa apenas 1 bibliotecário e 2 auxiliares de biblioteca
(SENA, 2021, p. 29-30).
Assim, Sena (2021, p. 35), constatou que “em geral essas bibliotecas estão aquém de
respaldarem uma educação de excelência e a geração de leitores críticos, cidadãos autônomos
munidos de informação e conhecimento para estarem e adentrarem contextos diversos com
igualdade de direitos e oportunidades”.
Da mesma maneira, foi elaborada a pesquisa “Retrato das bibliotecas da rede de ensino
municipal de Santa Catarina” por Ohira et al (2021). Nessa, a amostra de escolas selecionada
com mais de 400 estudantes matriculados foi de 416, entre essas foi possível coletar 101
respostas, equivalente a 24% da amostra, vindas de 34 municípios. As respostas foram coletadas
através de um questionário on-line, respondido pelas diretorias das escolas (OHIRA et al, 2021,
p. 3).
Com os dados coletados, foi possível pontuar que em relação a existência de bibliotecas,
79 responderam que possuem e estão em funcionamento, 9 estão desativadas e 13 nenhuma das
alternativas (OHIRA, 2021, p. 4), desviando-se do que está previsto pela Lei 12.244/2010, que
prevê uma biblioteca para cada instituição de ensino e também o bibliotecário responsável pela
biblioteca e um acervo constituído com, pelo menos, um título por aluno matriculado na
instituição (BRASIL, 2010), pois na pesquisa foi contatado que apenas 4 municípios dos 34
36

possuem a presença do bibliotecário em suas escolas, sendo um total de 18 bibliotecários,


contanto uma quantidade maior de professores (37) como responsáveis pelas bibliotecas.
Já o acervo, 51 respostas indicaram que possuem mais de 1 título por aluno e 15 têm
pelo menos 1 título por aluno, o que está dentro do previsto pela Lei 12.244/2010. Entretanto,
26 responderam que o acervo possui menos de um título por aluno e 9 não aplicaram às
alternativas (OHIRA et al, 2021, p. 6).
Visto isso, é legítimo afirmar que as prefeituras dos municípios de Santa Catarina
necessitam tratar as bibliotecas com mais relevância, a importância que elas merecem como
equipamento social, de leitura e ensino aprendizagem, através do investimento em suas
estruturas, acervos, pessoal responsável.
Em 2015, Flomar Ambrosina Oliveira Chagas realizou uma pesquisa de abordagem
qualitativa, publicada em 2016 nas atas do 5º Congresso Ibero-Americano em Investigação
Qualitativa (CIAIQ), com o título “A Invisibilidade das Bibliotecas Escolares”. O estudo foi
realizado em 6 escolas da rede municipal em uma cidade de Goiás, Centro-Oeste do Brasil.
Através da observação e entrevistas com as responsáveis pelas bibliotecas, o objetivo foi
constatar o funcionamento das bibliotecas escolares, observando as suas organizações
arquitetônicas, acervos, promoção de atividades e nível da formação dos servidores. E para
analisar esses espaços, Chagas utilizou parâmetros para bibliotecas escolares de Campello et al
(2011), Diretrizes da IFLA/UNESCO e da Lei nº 12.244/2010.
Em uma visão geral, a pesquisa constatou que 2 das 6 escolas não possuíam biblioteca,
nem mesmo sala de leitura. Entretanto, observar os ambientes das outras 4 unidades, não é
correto os chamarem de biblioteca, pois os espaços são deficientes em suas instalações, não são
convidativos para seus estudantes, não possuem uma gestão/organização padrão para o
tratamento dos materiais, sem haver classificação e ne catalogação dos itens, os mobiliários nas
“bibliotecas” estavam inadequados para o público mirim. A quantidade dos acervos também
estava em déficit, conforme as Diretrizes da IFLA/UNESCO que foram utilizadas para analisar
os espaços, como também desatualizados. As “bibliotecas”, claramente, eram visualizadas
como depósitos de livros, especialmente de livros didáticos.
Outro ponto relevante foi a questão dos responsáveis por esses espaços não possuíam
formação como Bacharel em Biblioteconomia, o que vai em contramão à Lei 12.244/2010.
Todas eram professoras efetivas em desvios de função por questões de saúde. Elas possuem
graduação em Geografia, Letras, Pedagogia e uma com o curso de Pedagogia em andamento,
estando, também, na escola no cargo de Serviços Gerais, que segundo Chagas (2016, p. 675),
“Ela não só atendia neste recinto, mas também realizava outras atividades que necessário fosse
37

como aplicar tarefas aos alunos, auxiliar os alunos com maiores dificuldades”. Havendo assim
uma desvalorização do profissional bibliotecário.
Se tratando de projetos e atividades de leitura, segundo o autor, nessas escolas eram
desenvolvidas atividades simples de leitura na tentativa de estimular seus alunos. Entretanto,
elas não desenvolviam projetos mais elaboras para fazer com que esse público frequentasse
mais os espaços das “bibliotecas”, não era ensinado como procurar os livros, como utilizá-los,
a prática de pesquisa (CHAGAS, 206, p. 677).
Visto isso, tendo conhecimento dos aspectos incorretos presentes nesses ambientes, é,
infelizmente, compreensível se houver desinteresse dos estudantes por esses espaços que, para
eles, são repassados como sendo uma “biblioteca” ou até mesmo uma sala de leitura, todavia,
nem um, nem outro é um espaço de depósito de livros, não sendo confortável para a prática de
leitura, pesquisa, criatividade.
A falta de estrutura física, tecnológica, organizacional, informacional e falta de um
profissional qualificado causa um apagamento do que é realmente a biblioteca escolar e os
benefícios que elas trazem para os seus usuários e para a sociedade. Como Chagas (2016, p.
679) disse, a presença desses fatores é essencial para alcançar mudanças na realidade qual essas
escolas estão inseridas, sendo importante também envolver a comunidade em seus projetos,
buscar apoio aos órgãos municipais e estaduais.

4.3 Diretrizes e Padrões para biblioteca escolar

Tendo conhecimento sobre demais pesquisas que relatam a realidade de grande parte
das bibliotecas escolares no Brasil, foram e são necessários padrões/documentos oficiais que
norteiem essas pesquisas para ser possível gerar uma análise das situações em que as bibliotecas
estão inseridas, e parâmetros para biblioteca escolar podem e contribuem como diretrizes para
políticas educacionais (CAMPELLO et al, 2011, p. 108).
Abordando inicialmente diretrizes internacionais, temos a Federação Internacional de
Associações e Instituições Bibliotecárias (IFLA) que foi fundada em 1927 e começou os seus
trabalhos, oficialmente, em 1929. Sendo a voz global das bibliotecas e dos profissionais da
+informação, a entidade trabalha para melhorar os serviços em todo o mundo, fornecendo
direção e inspiração, sendo referência na área da informação, contribuindo para o campo
biblioteconômico, advoga em prol das bibliotecas, defende o desenvolvimento sustentável, um
ambiente favorável para bibliotecas e uma comunidade conectada através da cooperação a nível
internacional (IFLA, 2017). A IFLA trabalha visando um campo de bibliotecas fortes e unidas,
38

contribuindo para uma sociedade informada, participativa e alfabetizada, na perspectiva sempre


de um futuro melhor, fornecendo direção e inspiração com as ações e serviços desenvolvidos.
Ao longo do seu caminho inegavelmente importante para as bibliotecas, através da sua
voz global, a IFLA, em conjunto com a UNESCO, desenvolveu um documento imprescindível
para as bibliotecas escolares, intitulado “Diretrizes da IFLA para bibliotecas escolares”. Em
2002, através da Seção de Bibliotecas Escolares, depois conhecida como Seção de Bibliotecas
Escolares e Centros de Recursos, a primeira edição das Diretrizes foi desenvolvida (IFLA,
2015, p. 7), com o intuito de “[...] auxiliar os profissionais de bibliotecas escolares e decisores
educativos nos seus esforços para assegurar que todos os alunos e professores têm acesso a
programas e serviços eficazes, prestados por pessoal qualificado da biblioteca escolar” (IFLA,
2015, p. 7).
Para a elaboração desse documento foram necessários debates e consultas envolvendo
profissionais de vários países durante conferências da IFLA, na intenção de que o documento
fosse bem embasado, analisado e construído por profissionais da área para que pudesse atender
a comunidade biblioteconômica internacional (IFLA, 2015, p. 7). Posteriormente à primeira
edição das Diretrizes, em 2015 foi lançada a segunda edição revisada do documento original,
tendo a sua tradução para o português em 2016. Nela, de forma mais completa,

As Diretrizes para a Biblioteca Escolar destinam-se a orientar governos,


associações de bibliotecas, escolas, diretores de escolas e comunidades
escolares no processo de ligação das bibliotecas escolares aos resultados
educativos locais, às necessidades de informação da comunidade escolar e a
aspetos característicos específicos da comunidade, sejam eles sociais, étnicos,
culturais, linguísticos ou autóctones (IFLA, 2015, p. 18).

O documento é dividido em 6 capítulos e desenvolve de forma robusta, a missão e


finalidade, enquadramento legal e financeiro da biblioteca escolar, como também dos recursos
humanos, físicos e digitais que as bibliotecas devem possuir, por fim, programas, atividades e
avaliação das bibliotecas. Ao longo das diretrizes, exemplos de bibliotecas ao redor do mundo
são apresentadas como casos possíveis, demostrando que os assuntos tratados no documento
são capazes de serem desenvolvidos levando em consideração, obviamente, o cenário em que
cada biblioteca está inserida, tanto financeiramente, politicamente, as condições para que ações
sejam realizadas nessas unidades de informação.
No capítulo 1, é apresentado, em concordância com o Manifesto da biblioteca escolar
da IFLA/UNESCO (1999) (assim como em todo o documento) a conceituação da biblioteca
escolar, a sua missão, detalhes que devem constituir o ambiente da biblioteca escolar, o seu
39

papel para o ensino aprendizagem oferendo um programa que converge com o que é estudado
na escola, serviços que englobam as necessidades da biblioteca, visão para que a biblioteca se
torne, “um espaço de aprendizagem multifuncional” (IFLA, 2015, p 22).
Em enquadramento legal e financeiro da biblioteca, capítulo 2, é abordado as questões
políticas e éticas que influenciam na estruturação das bibliotecas. Consequentemente acaba
abordando também o planejamento e financiamento dessas unidades e “a fim de manter e
responder continuamente a um ambiente educacional e cultural em evolução, as bibliotecas
escolares devem ser apoiadas por legislação e financiamento sustentado” (IFLA, 2015, p. 25),
o que deve ser garantido pelas autoridades locais, regionais e nacionais (IFLA, 1999, p. 2).
Já no capítulo 3, recursos humanos para a biblioteca escolar, é apresentado que para

responder às necessidades de ensino e aprendizagem de uma comunidade


escolar, é essencial ter uma equipa bem treinada e altamente motivada, em
número suficiente, de acordo com o tamanho da escola e suas necessidades
próprias. Todos os que trabalham numa biblioteca escolar devem ter uma
compreensão clara dos serviços e políticas da mesma, deveres e
responsabilidades bem definidos e condições de emprego e remuneração
devidamente regulamentadas que correspondam às funções que desempenham
(IFLA, 2015, p. 30)

Dessa forma, são abordadas as características necessárias dos profissionais competentes


para constituir a equipe que pode trabalhar na biblioteca escolar. Desenvolve sobre o papel dos
bibliotecários responsáveis nessas unidades de informação.
Se tratando dos aspectos que constituem o ambiente da biblioteca escolar, o capítulo 4
aborda os recursos físicos e digitais. São tratados das instalações do local, o seu espaço,
organização, como deve ser ministrada as políticas e procedimentos de gestão de coleção, o seu
desenvolvimento. No capítulo 5, programas e atividades da biblioteca escolar, são apresentadas
como programas e atividades devem ser desenvolvidas nas escolas para ter impacto na vida dos
estudantes e comunidade acadêmica.
Na parte de avaliação de biblioteca escolar e relações públicas, capítulo 6, destacasse a
importância da avaliação de tudo que é desenvolvido e oferecido pela biblioteca para seus
usuários, ela também está ligada a gestão da biblioteca. A avaliação determina o caminho a se
seguir e futuras mudanças no contexto da biblioteca em concordância aos planos da escola
(IFLA, 2015, p. 54), e como ela está influenciando o contexto a qual está inserido.
No que se refere às relações públicas, o documento traz o marketing e a promoção para
atingir as necessidades dos seus usuários, buscando atingir esse pessoal, as pessoas que fazem
uso da biblioteca e as que podem a vir contemplá-la e na busca por apoio e compreensão da
40

biblioteca escolar, o bibliotecário deve usar o advocacy para aumentar o conhecimento dos
decisores sobre a biblioteca.
As Diretrizes da IFLA para biblioteca escolar é um documento bem desenvolvido por
profissionais da área de vários países. Nele, são apresentados aspectos que as bibliotecas podem
e devem possuir para ter um pleno funcionamento, cumprir o seu dever social, acadêmico,
influenciar o máximo possível na vida dos estudantes e comunidade ao redor. Tendo
consciência das diferentes situações das bibliotecas pelo mundo, as Diretrizes vieram para dar
uma visão mais completa à comunidade biblioteconômica, que possuía inicialmente o
Manifesto para biblioteca escolar.
Considerando os cenários a qual estão inseridos, os bibliotecários devem desenvolver
um trabalho de qualidade, e as autoridades, seja local ou nacional, devem tomar conhecimento
dos variados benefícios e importância que a biblioteca escolar desenvolve para a sociedade.
Voltando para o cenário nacional, a partir do Projeto Mobilizador: biblioteca escolar
construção de uma rede de informação para o ensino público, desenvolvido pelo Conselho
Federal e Regional de Biblioteconomia (CFB/CRBs), em 2008, que teve o intuito de mobilizar
a sociedade nacional, em especial os dirigentes governamentais, em prol de promover um
ensino público de melhor qualidade, expor a necessidade que o país vinha possuindo de obter
bibliotecas nas escolas brasileiras (CONSELHO FEDERAL DE BIBLIOTECONOMIA,
2008), e, para desenvolver isso, foi necessário buscar por parcerias.
Dessa forma, dispostos a trabalharem em prol das propostas elaboradas pelo Projeto
Mobilizador, o GEBE da Escola de Ciência da UFMG ficou encarregado de desenvolverem
parâmetros para as bibliotecas escolares, assim como também uma forma de avaliar a
bibliotecas brasileiras.
No artigo de Campello et al (2011), que fala sobre os relatos da pesquisa que foi base
para a elaboração dos padrões, nele “para apoiar decisões sobre aspectos quantitativos dos
padrões, dados empíricos foram coletados em bibliotecas de escolas localizadas em todas as
regiões do país”.
Com o intuído de construir padrões objetivos “apenas os seguintes aspectos foram
selecionados para compô-lo: espaço físico, acervo, computadores com acesso à internet,
organização do acervo, serviços e atividades, pessoal” (CAMPELLO et al, 2011, p. 110). Após
todo o processo do tratamento e análise dos dados coletados, foram definidos dois níveis de
indicadores para as bibliotecas: nível básico e exemplar. O nível básico representa “um ponto
de partida, servindo para orientar a maioria das escolas que desejem criar sua biblioteca ou
reformular espaços que ali já existem, mas que ainda não podem ser considerados como
41

biblioteca” e o exemplar é um objetivo mais ideal a ser alcançado (CAMPELLO et al, 2011, p.
110).
O documento do GEBE possui duas partes que representam os níveis já mencionados.
A primeira parte do documento trata dos indicadores de: a) espaço físico; b) acervo; c)
computadores com acesso à internet; d) serviços e atividades; e) pessoal (recursos humanos
especializado). Na segunda parte foi elaborado um instrumento de avaliação e planejamento
que as escolas podem utilizar para traçar metas para ampliar e aperfeiçoar as suas bibliotecas.
Os parâmetros para biblioteca escolar desenvolvido pelo GEBE em parceria com o
CFB/CRBs foi publicado em 2010, sendo o primeiro a ser desenvolvido no país, respeitando e
definindo de forma clara o que é uma biblioteca escolar, com o início do seu desenvolvimento
em 2010, ano em que a Lei nº 12.244 foi promulgada, dispondo sobre a universalização das
bibliotecas nas instituições de ensino no país, que, segundo Campello et al (2011, p. 107),
também é um dos resultados do Projeto Mobilizador.
Ainda em 2011, o CFB publicou a Resolução CFB nº 119/2011, dispondo sobre os
parâmetros para as bibliotecas escolares. Nessa resolução além de considerar, obviamente, a
Lei nº 12.244/2010, também considerou a relevância do documento produzido pelo GEBE,
estabelecendo-o em seu artigo Art.1º “como padrão para bibliotecas da rede de ensino
fundamental e médio, sejam elas públicas ou privadas” (CFB, 2011).
A resolução de 2011 foi revogada em 2018 pela Resolução CFB nº 199/2018 dispondo
também sobre os parâmetros a serem adotados para estruturação e o funcionamento das
Bibliotecas Escolares, mas considerando em seu Art. 1º estabelecer como padrão a Lei nº 9.394
de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), considerou a Lei nº 4.084/62 e o
Decreto nº. 56.725 de 16 de agosto de 1965 que regulamenta a lei anterior e, também, a Lei nº
12.244/10 (CFB, 2018). Todavia, ela também foi revogada pela Resolução atual de 2020.
A Resolução CFB nº 220 de 13 de maio de 2020, como a anterior, “dispõe sobre os
parâmetros a serem adotados para a estruturação e o funcionamento das bibliotecas escolares”
(CFB, 2020). Ela se apoia na Lei nº 12.244, de 24 de maio de 2010, mas apresenta conteúdo
mais robusto sobre a estruturação e funcionamento das bibliotecas escolares, do que a própria
Lei da universalização dessas bibliotecas. A resolução CFB nº 220/2020 possui um conceito
mais completo do que a Lei 12.244, quando publicada em 2010 com um conceito simplista e
vago do que é uma biblioteca escolar. A referida Resolução também discorre sobre a estrutura,
serviços desenvolvidos na unidade, a acessibilidade do local de acordo com a as normas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e da legislação vigente (CFB, 2020).
42

5 METODOLOGIA

O estudo desenvolvido se caracteriza como uma pesquisa aplicada, sendo exploratória


e descritiva, se encaixando em uma abordagem qualitativa como também quantitativa. A
pesquisa aplicada, do ponto de vista da natureza da pesquisa, se caracteriza com objetivo de
“gerar conhecimentos para aplicação prática e dirigidos à solução de problemas específicos.
Envolve verdades e interesses locais. (SILVA; MENEZES, 2005, p. 20).
De acordo com Provanov e Freitas (2013, p. 51), a pesquisa exploratória “tem como
finalidade proporcionar mais informações sobre o assunto que vamos investigar, possibilitando
sua definição e seu delineamento”. Com relação à pesquisa descritiva, ela se faz presente
“quando o pesquisador apenas registra e descreve os fatos observados sem interferir neles. Visa
a descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de
relações entre variáveis” (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 52). Então, essas técnicas foram
utilizadas na análise das características abordadas nos objetivos, trazendo um panorama da
situação, gerando resultados quantitativos com a coleta de dados através da utilização do
questionário.
Tratando da abordagem do problema e como os dados coletados serão analisados, a
pesquisa fará uso das abordagens quantitativa e qualitativa. Prodanov e Freitas (2013, p. 69)
informam que a pesquisa quantitativa:

considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números
e informações para classificá-las e analisá-las. [...] No desenvolvimento da
pesquisa de natureza quantitativa, devemos formular hipóteses e classificar a
relação entre as variáveis para garantir a precisão dos resultados, evitando
contradições no processo de análise e interpretação.

Essa abordagem estará presente nas análises dos dados coletados, tendo em vista que
trataram de questões fechadas referentes à disponibilidade de objetos, espaço, serviços,
atividades e recursos humanos na biblioteca. A abordagem qualitativa “é menos formal do que
a análise quantitativa, pois nesta última seus passos podem ser definidos de maneira
relativamente simples” (GIL, 2002, p. 133). Prodanov e Freitas (2013, p. 70) “considera que há
uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o
mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números”.
Essa abordagem, assim como a anterior, trabalhará na análise e interpretação dos dados,
no que se refere as informações sobre serviços e atividades da biblioteca para o
desenvolvimento educacional e social dos alunos levando em conta as informações dos
43

entrevistados, se baseando nos parâmetros para biblioteca escolar do GEBE para realizar a
análise tanto quantitativa como qualitativa.
Como já relatado, o instrumento de coleta de dados escolhido foi o questionário, que na
sua finalidade, visa “[...] obter, de maneira sistemática e ordenada, informações sobre as
variáveis que intervêm em sua investigação, em relação à uma população ou amostra
determinada” (FONSECA, 2012, p. 38). A escolha pela utilização do questionário também se
deu por motivos de segurança, ressaltando que a pesquisa está sendo realizada durante a
pandemia da COVID-19 e pela facilidade de entrar em contato de forma online (E-mail e
aplicativo de mensagens de texto) com os diretores das escolas, pois a maioria delas estão
espalhadas pelo município em seus distritos (uma parcela em área rural), o que dificultaria o
desenvolver da coleta de dados caso outro instrumento fosse utilizado.
Antes da aplicação do questionário, foi necessário realizar o levantamento do número
de escolas da rede pública do município de Touros no estado do Rio Grande do Norte,
constatando um total de 39 escolas (36 municipais e 3 estaduais). A lista com os nomes das
escolas e os contatos dos seus diretores foi disponibilizada pela Secretaria Municipal de
Educação do município. O questionário foi aplicado entre os dias 13 a 28 de janeiro de 2022,
sendo enviado a todos os gestores das escolas, conforme Apêndice A.
Desse modo, de acordo com os objetivos da pesquisa, o questionário foi fundamentado
com base nos Parâmetros para Biblioteca Escolar do GEBE. Assim, o questionário está disposto
em sete sessões, a saber: espaço físico; acervo; computadores com acesso à internet;
organização do acervo; serviços e atividades; e o pessoal (recursos humanos), adicionando na
primeira seção a identificação das escolas e a existência da biblioteca. Em cada seção estão as
questões retiradas da parte 2 dos Parâmetros, utilizados como um instrumento de avaliação,
capazes de ampliar e explanar os indicadores da parte 1. O questionário possui 48 questões,
divididas entre perguntas fechadas de múltipla escolha e com respostas escalonadas, perguntas
abertas (não obrigatórias) contando ao final com um espaço para comentários e/ou sugestões
dos respondentes. O questionário pode ser conferido na integra no Apêndice B. Ao final do
tempo da coleta de dados pré-estabelecido registramos um total de 14 respostas e suas análises
estão dispostas na próxima seção.

5.1 O município de Touros/RN

Touros é um município situado no Rio Grande do Norte, de acordo com o Instituto


44

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBEG), localiza-se na mesorregião do litoral leste do


estado, como visto na figura 1, contendo uma área territorial de 753,961 km², situado acerca de
85 km da capital Natal, com uma população de 33.716 de habitantes em 2021, estimada de
acordo com os dados do IBGE (2022b).

Figura 1 – Localização do município de Touros

Fonte: Touros (2022).

Em 2022, o município completa 187 anos de emancipação política, que antes fazia parte
do município de Ceará-Mirim. Conforme informações disponibilizadas no IBGE (2022a), o
desenvolvimento territorial de Touros se deu em decorrência da expansão agrícola dos
municípios de Extremoz e Ceará-Mirim, entre o século XVII e XVIII . O seu crescimento
populacional se deu entre 1792 a 1796, devido ao período de seca que o Rio Grande do Norte
estava enfrentando. Dessa forma, trabalhadores rurais procuraram a região na tentativa de que
pudessem criar seus animais e trabalhar com a terra.
A região possui “um clima do tipo tropical chuvoso com verão seco” (MINISTÉRIO
DE MINAS E ENERGIA, 2005, p. 3) e tem como principais atividades econômicas a
“agropecuária, pesca, extração vegetal e silvicultura” (MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA,
2005, p. 3) e sua população está em maior quantidade na área rural do município, equivalente
a 74,5% (IBGE, 2022c). Segundo o IBGE (2022b), o Produto Interno Bruto (PIB) da cidade,
em 2019, foi de R$20.431,35, sendo o 29 entre os 167 municípios do estado. Já o seu Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), no senso de 2010, foi de 0,572, considerado
baixo.
Em conformidade com os dados disponibilizados pelo IBGE (2022b), o Índice de
Desenvolvimento de Educação Básica (IDEB) dos alunos nos anos iniciais do ensino
45

fundamental, estudantes da rede pública, referente ao ano de 2019, foi de 4,1, maior em
comparação ao IDEB dos alunos dos anos finais do ensino fundamental, que foi 3,1.
Destacando, respectivamente, o índice dos anos iniciais e finais em comparação às demais
cidades do estado, Touros ocupou a posição 118 de 167 e 131 de 167.
A respeito da taxa de escolarização de pessoas entre 6 a 14 anos de idade, referente
Censo de 2010, Touros possuiu o percentual de 99,2%, ocupando a posição 12 de 167 entre os
municípios do estado e 427 de 5570 em relação aos demais cidades do país. Em 2020, o número
de matrículas no ensino fundamental foi de 5.560 e no ensino médio foi 1.005 matrículas,
contando com 36 escolas mais 2 de ensino médio (IBGE, 2022b).
46

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS

A partir do contato feito com os(as) diretores(as) das escolas através do envio de
questionário por E-mail e aplicativo de mensagem de texto, a amostra de respostas alcançada
foi de 14 entre 39 instituições de ensino da rede pública de Touros/RN (lista de instituições
disponibilizada pela Secretaria de Educação da cidade, disponível no Apêndice A). As escolas
em destaque no Quadro 1 – Amostra das escolas participantes e suas localidades, são as que
possuem biblioteca.

Quadro 1 – Amostra das escolas participantes e suas localidades


ESCOLAS LOCALIDADE NO MUNICÍPIO
Escola 1 Santa Luzia
Escola 2 Esquina do Brasil
Escola 3 Cajueiro
Escola 4 Carnaubal
Escola 5 Aracati
Escola 6 São José
Escola 7 Monte Alegre
Escola 8 Portal de Touros
Escola 9 Esquina do Brasil
Escola 10 Centro
Escola 11 Cajueiro
Escola 12 Boa Cica
Escola 13 Centro
Escola 14 Santa Luzia
Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Os dados a seguir exibem a situação das bibliotecas escolares existentes nas instituições
de ensino da rede pública do município.
De acordo com as respostas recebidas sobre a existência de biblioteca ou sala de leitura
nas escolas, entre as 14 respostas, apenas 4 foram respondidas que possuem uma biblioteca e 1
delas também possuem sala de leitura, juntamente com outras 5 escolas. Ou seja, como nota-se
no Gráfico 1- Existência de biblioteca e/ou sala de leitura, um total de 3 com biblioteca, 5 com
sala de leitura e 1 com os dois espaços, segundo os participantes. Nas 5 restantes, foi registrado
47

que não possuem biblioteca e nem sala de leitura.


A situação das escolas em relação as bibliotecas representam parte da realidade das
escolas públicas do país, assim como já relatado no Censo Escolar de 2019. Mesmo com a Lei
12.244/2010 que institui a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino, na prática,
o que está disposto na Lei ainda não é o cenário atual na sociedade brasileira.

Gráfico 1 – Existência de biblioteca e/ou sala de leitura


6

0
Possui biblioteca Possui sala de Possui os dois Não possui os
leitura espaços espaços

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Ao que abrange o funcionamento das bibliotecas e salas de leitura, conforme Gráfico 2


- Funcionamento das bibliotecas e/ou sala de leitura, a maioria das respostas foram positivas ao
funcionamento em todos os turnos e apenas 2 responderam em apenas um turno, enquanto as
respostas restantes são dos respondentes referentes as escolas sem esses espaços em questão.

Gráfico 2 – Funcionamento das bibliotecas e/ou sala de leitura


8
7
6
5
4
3
2
1
0
Todos os turnos Alguns turnos Apenas um turno Nenhuma
alternativa

Fonte: Elaborado pela autora (2022).


48

Segundo Cortê e Bandeira (2011, p. 20), o funcionamento da biblioteca deve ser


“independente [...] mesmo em horários em que não haja aulas e a escola não esteja em
funcionamento em sua totalidade”.
Quanto aos horários, Gráfico 3 – Horário de funcionamento, 5 responderam que o
funcionamento do espaço é regular (durante todo o tempo em que a escola está aberta, inclusive
durante o horário de recreio); 1 respondeu pelo horário regular (só não está em funcionamento
durante o recreio); 2 registraram que o horário de funcionamento é irregular, visto que depende
da disponibilidade do pessoal (pessoas responsáveis pela biblioteca). Por último, os 6 restantes
responderam a opção “nenhuma alternativa.

Gráfico 3 – Horário de funcionamento


7

0
Regular (durante Regular (menos Irregular (pedende Nenhuma
todo o tempo) durante o recreio) da disponibilidade alternativa
do pessoal)

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Ao analisar as respostas referentes ao Gráfico 2 - Funcionamento das bibliotecas e/ou


sala de leitura, um dos participantes respondeu que o funcionamento ocorre apenas em um
turno, já em relação ao horário no Gráfico 3 - Horário de funcionamento, o respondente marcou
a opção “nenhuma alternativa”, havendo assim contradição em suas respostas.
A seguir estão as informações acerca do espaço físico das bibliotecas e/ou salas de
leitura.
49

Gráfico 4 – Localização dentro da escola


7

0
Adequada Inadequada Não se aplica

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Nesse ponto, foi pedido que aos participantes respondessem sobre a localização que a
biblioteca e/ou sala de leitura está inserida na escola. Conforme Gráfico 4 – Localização dentro
da escola, metade dos gestores consideram adequada, sendo 3 respostas positivas de escolas
que possuem biblioteca e 1 negativa, enquanto a outra parcela considera inadequada. É válido
ressaltar que o entendimento sobre a adequação desse espaço pode mudar dependendo da
concepção do que é “adequado” por parte dos gestores.
O participante 4, mesmo afirmando, de acordo com o Gráfico 1- Existência de biblioteca
e/ou sala de leitura, haver sala de leitura em sua escola, na questão sobre a localização, Gráfico
4, respondeu que “não se aplica”, existindo assim uma contradição.
As respostas acerca da localização do espaço na escola demonstram uma realidade nos
cenários das escolas públicas, o que não é raro de ocorrer tendo em vista que muitas vezes a
biblioteca é inserida em ambientes que não atendem as necessidades do seu público, bem como
as necessidades internas; também são remanejadas dentro da escola caso ela esteja necessitando
de mais espaços para salas de aula.
50

Gráfico 5 – Área física


8

0
Menor de 50 m² Igual ou maior a 50m² Não se aplica

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Ao que se trata das dimensões do espaço físico das bibliotecas, Gráfico 5 – Área física,
5 participantes responderam que o local é inferior a 50 m², 1 respondente representa escola com
biblioteca, e 2 responderam que são iguais ou maiores a 50 m², sendo duas escolas que possuem
biblioteca. O participante 8, representante de uma escola com biblioteca e sala de leitura,
respondeu “não se aplica”, possivelmente porque não tinha conhecimento sobre as dimensões
do local.
De acordo com Os Parâmetro do GEBE, para o espaço físico da biblioteca, com menos
de 50 m² estão abaixo até mesmo do seu nível básico que toma como referência um ambiente
de 50 m² até 100 m², que é o caso das 2 escolas com biblioteca mencionadas anteriormente,
estando em consonância com um dos tópicos abordados pelo GEBE.
Para a biblioteca se desenvolver como instituição social, um dos pré-requisitos é o
espaço físico, pois é nele que acontece o encontro dos usuários com os serviços disponíveis na
biblioteca (LEMOS, 2005, p. 101). Com isso, é essencial que o ambiente destinado para as
bibliotecas seja capaz de atender o seu público de forma suficiente e confortável, tendo as
condições de desenvolver as atividades e serviços no ambiente.
51

Gráfico 6 – Condições do espaço


9
8
7
6
5
4
3
2
1
0

Boas Médias Ruins Não se aplica

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Assim como as dimensões do espaço físico, outros aspectos também influenciam a


experiência do usuário para com a biblioteca. No Gráfico 6 – Condições de espaço, foram
dispostas algumas condições do ambiente para que os respondentes os avaliassem. Com isso,
as condições de limpeza foi a mais bem classificada como “boas”. Como “médias”, as mais
classificadas foram as condições de iluminação e segurança. E se tratando das condições mais
avaliadas como “ruins” estão a ventilação, seguida pela estética e acessibilidade.
Mesmo não havendo biblioteca e/ou sala de leitura em todas as instituições dos
participantes, todos eles responderam essa questão. Os participantes 1 e 11, que não possuem
biblioteca e/ou sala de leitura, participaram das respostas positivas. Todavia, as condições eram
acerca principalmente da biblioteca e não das condições das escolas em geral. Sendo um ponto
interessante a se observar, pois mostra a problemática de questionários respondidos por quem
não tem as bases para realizar a avaliação.
52

Gráfico 7 – Espaço para atendimento ao público


6

0
Tem e sei o Tem, mas não sei Não tem Não se aplica
tamanho do espaço especificar o
tamanho do local

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Em relação aos espaços dedicados aos usuários, 5 respostas foram positivas no Gráfico
7 - Espaço para atendimento ao público, sendo 1 delas referentes a escola com biblioteca, 4
entre eles não sabiam especificar as dimensões desse espaço e 1 respondeu que tinha
conhecimento das dimensões. Na questão seguinte, foi pedido para que se especificasse o
tamanho. Coletou-se a seguinte resposta:
a) “56 metros quadrados” (participante 13).
Possivelmente essa resposta está ligada a totalidade do espaço que a biblioteca possui,
presente no Gráfico 5 – Área física. Com isso, o participante 13 também respondeu as questões
posteriores referentes aos Gráficos 8, 9, 11, e 13 da mesma forma.
Ainda sobre as respostas do Gráfico 7 – Espaço para atendimento ao público, foram
identificadas algumas contradições. Os participantes 1 e 6 que não possuem os ambientes
(biblioteca e sala de leitura) em sua instituição, responderam de forma positiva para a questão.
Já os participantes 8 e 10, possuem biblioteca, mas optaram pela alternativa “não tem” e “não
se aplica”.
De acordo com o documento “Biblioteca escolar como espaço de produção do
conhecimento: parâmetros para bibliotecas escolares”, é especificado as dimensões sobre o
espaço físico total da biblioteca, se se encaixa no nível básico ou nível exemplar, as dimensões
dos espaços internos na biblioteca não são especificadas. Entretanto, a existência desses
ambientes é um ponto positivo para a experiência dos usuários.
53

Gráfico 8 – Espaço para leitura e pesquisa


7
6
5
4
3
2
1
0
Tem e sei o Tem, mas não sei Não tem Não se aplica
tamanho do espaço especificar o
tamanho do espaço

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Em relação ao Gráfico 8 – Espaço para leitura e pesquisa, 6 participantes responderam


positivamente para essa questão, entre eles 3 de escolas com biblioteca.
De acordo com os parâmetros do GEBE (2010, p. 12), ao possuir o espaço para o usuário
consultar o acervo e desenvolver suas atividades, a biblioteca se encaixa no nível básico caso
tenha disponível “assentos suficientes para acomodar simultaneamente uma classe inteira, além
de usuários avulsos” e nível exemplar caso haja “assentos suficientes para acomodar
simultaneamente uma classe inteira, usuários avulsos e grupos de alunos”.

Gráfico 9 – Espaço específico para leitura infantil


8
7
6
5
4
3
2
1
0
Tem e sei o Tem, mas não sei Não tem Não se aplica
tamanho do espaço especificar o
tamanho

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Nas respostas presentes no Gráfico 9 – Espaço específico para leitura infantil, constatou-
se a existência em 4 escolas participantes, 2 delas com biblioteca, tendo assim a oportunidade
54

de desenvolver atividades voltadas para esse público, incentivando-os à criatividade,


imaginação, leitura e interação social.
55

Gráfico 10 – Cabines/salas individuais para estudo


14

12

10

0
Não tem Não se aplica

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Todas as respostas para a existência de cabines/salas individuais para estudo (Gráfico


10) foram negativas. É uma realidade desfavorável, pois esses recintos acolhem os alunos, os
dão a opção de estudar de forma mais centralizada caso não haja outra alternativa.

Gráfico 11 – Espaço para atividades audiovisuais (que exigem equipamento)


12

10

0
Tem e sei o tamanho Tem, mas não sei Não tem Não se aplica
do espaço especificar o
tamanho do espaço

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Foi questionado acerca da existência de espaço para atividades audiovisuais (Gráfico


11). Apenas 3 participantes afirmaram o possuir, 2 deles de escolas com biblioteca. O
participante 6 respondeu positivo para esse questionamento. Entretanto, a escola a qual ele é
diretor não possui biblioteca. Assim, fica subentendido que o respondente estava se referindo a
escola em si e não sobre o alvo da pesquisa.
Esse espaço mencionado no Gráfico 11 – Espaço para atividades audiovisuais (que
56

exigem equipamento), deixa claro a necessidade de equipamentos para desenvolver as


atividades. Tais objetos estão presentes no Gráfico 17 – Equipamentos disponíveis na
biblioteca.

Gráfico 12 – Espaço para computadores


10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Tem, mas não sei Não tem Não se aplica
especificar o tamanho do
espaço

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Foi questionado se há espaço para computadores nos ambientes, questão representada


pelo Gráfico 12 – Espaço para computadores. 4 respostas foram positivas, 2 representantes de
escolas com biblioteca. Houve uma contradição, pois o participante 6 respondeu positivamente,
mas a escola a qual ele representa não possui nem biblioteca nem sala de leitura.

Gráfico 13 – Espaço para acervo


8
7
6
5
4
3
2
1
0
Tem e sei o tamanho do Tem, mas não sei Não tem
espaço especificar o tamanho do
espaço

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Ao responderem sobre o espaço para acervo (Gráfico 13), 7 afirmaram existir o espaço
57

(sendo 2 de bibliotecas), entre eles, o participante 6 referente a uma das escolas que não possui
biblioteca, responde positivamente, entende-se então que a escola possui um local a qual
mantém seus itens, mas não é uma biblioteca.

Gráfico 14 – Espaços existentes para funcionários


6

0
Tem e atende bem Tem e atende Tem, mas não Não tem
às necessidades razoavelmente às atende bem às
necessidades necessidades

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Os dados colhidos revelam que no Gráfico 14 – Espaços existentes para funcionários, 3


foram positivas para a existência do espaço e ele atende bem às necessidades, 2 responderam
que possuem e atende razoavelmente (sendo 1 resposta inadequada, pois a escola do
participante 6 não possui biblioteca e/ou sala de leitura) e 4 responderam possuir, mas esse
espaço não atende bem às necessidades (sendo 1 resposta inadequada, pois a escola do
participante 6 não possui biblioteca e/ou sala de leitura). Assim, é possível afirmar que esse
espaço está presente em 7 escolas, das quais apenas 2 estão entre as escolas que possuem
biblioteca, segundos seus diretores.
58

Gráfico 15 – Balcão de atendimento


12

10

0
Funcional Nada funcional Não tem Não se aplica

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Foi questionado sobre o balcão de atendimento ao usuário, se ele estava presente e se


era funcional ou não. De acordo com as respostas do Gráfico 15 – Balcão de atendimento,
apenas duas respostas foram favoráveis entre os participantes 10 e 13, os quais possuem
bibliotecas em suas escolas. As duas respostas foram afirmativas para a existência do
mobiliário, entretanto, uma considera-o não funcional.
De acordo com os parâmetros do GEBE (2010, p. 12), a biblioteca deve possuir espaço
para serviços técnicos e administrativos e classifica em seu nível básico “um balcão de
atendimento, uma mesa, uma cadeira e um computador com acesso à internet, para uso
exclusivo do (s) funcionário (s)”.

Gráfico 16 – Estantes
6

0
Acomodam bem o Acomodam Acomodam mal o Não se aplica
acervo razoavelmente o acervo
acervo

Fonte: Elaborado pela autora (2022).


59

Essa questão, representada pelo Gráfico 16 – Estantes, teve objetivo de identificar a


existência de estantes que acomodam os itens do acervo e se estavam cumprindo o seu papel.
11 respostas foram positivas para a existência de estantes, contanto também com as escolas que
não possuem biblioteca, pois elas, como todas, necessitam manter seus materiais em algum
ambiente.
Entre as 4 escolas que possuem biblioteca, 1 possui estantes que acomodam mal o seu
acervo, 1acomoda razoavelmente e 2 estão nas que afirmaram acomodar bem o seu acervo.

Gráfico 17 – Equipamentos disponíveis na biblioteca

Não se aplica
Nenhum
Quadro negro (lousa)
Tefefone
Filmadora
Máquina fotográfica
Scanner
Tocador de CD
Tocador de DVD
Impressora
Quadro mural
Mapoteca
Televisão
Arquivos
Estantes expositoras
Guarda volumes
Mesas para acomodar usuários
Assentos para acomodar usuários
0 1 2 3 4 5 6 7 8

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Com os dados colhidos, é possível observar no Gráfico 17 – Equipamentos disponíveis


na biblioteca, que o equipamento mais presente entre as escolas, principalmente as que possuem
biblioteca, é a presença de estantes expositoras, mesas e assentos para acomodar os usuários,
quadro mural. Relembrando que no Gráfico 11, foi retratado a existência de espaço para o
desenvolver de atividades audiovisuais que necessitam de equipamentos. Com o gráfico 17, é
visto a baixa adesão desses materiais.
O Participante 8 que representa uma escola com biblioteca e sala de leitura, respondeu
que nenhum dos equipamentos existem em sua biblioteca
60

Tabela 1 – Número total de itens no acervo


PARTICIPANTES RESPOSTAS
Participante 1 Não sei
Participante 2 200 ou mais
Participante 3 Não sei
Participante 4 Não sei
Participante 6 Não sei
Participante 8 Não sei
Participante 11 100 livros
Participante 12 Não sei
Participante 13 Mais 3.000
Participante 14 1200 itens
Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Dos 14 participantes, apenas 10 responderam à questão referente a Tabela 1 – Número


total de itens no acervo. Entre as respostas, vale ressaltar que apenas os participantes 8 e 13,
entre os quatro que representam as escolas com biblioteca, responderam essa questão, obtendo
apenas o número de itens de uma biblioteca, pois o primeiro respondeu não saber o quantitativo.
A partir desse ponto na análise, os participantes que representam as escolas com biblioteca estão
destacados nas tabelas e quadros adiante.
Como na questão anterior sobre o número de itens, a Tabela 2 – Número de títulos no
acervo apresentou 10 respostas. Assim como na Tabela 1, o participante 13 respondeu o
quantitativo afirmando que a biblioteca possui 1500 títulos em seu acervo.
A escola representada pelo participante 13 é a Escola 13 com cerca de 800 matrículas
segundo dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) (INEP, 2022). Dessa
forma, a biblioteca se encaixa no nível básico do GEBE para a quantidade de títulos em relação
a quantidade de alunos, que é determinado “a partir de um título por aluno” (GEBE, 2010, p.
13), tendo um acervo de 1500 títulos para cerca de 800 alunos matriculados. Ressaltando que a
Lei 12.244 de 24 de maio de 2010, no seu Art. 2º, Parágrafo único

Será obrigatório um acervo de livros na biblioteca de, no mínimo, um título


para cada aluno matriculado, cabendo ao respectivo sistema de ensino
determinar a ampliação deste acervo conforme sua realidade, bem como
divulgar orientações de guarda, preservação, organização e funcionamento
das bibliotecas escolares (BRASIL, 2010).
61

Tabela 2 – Número de títulos no acervo


PARTICIPANTES RESPOSTAS
Participante 1 Não sei
Participante 2 Variados
Participante 3 Não sei
Participante 4 Todos infantis, mas não sei
Participante 6 Não sei
Participante 8 Não sei
Participante 11 30 títulos
Participante 12 Não sei
Participante 13 1500 títulos
Participante 14 Aproximadamente 900
Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Entre todas as escolas da pesquisa, foi possível observar que é considerável, de acordo
com as respostas dos diretores, que as escolas estão com materiais em sua maioria insuficientes
e alguns inexistentes, como pode ser visto no Gráfico 18.

Gráfico 18 – Satisfação acerca das quantidades dos materiais


10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0

Em quantidade suficente Em quantidade insuficiente Não se aplica

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Se tratando das escolas que possuem biblioteca, a quantidade de materiais insuficientes


e que não se aplicam, se sobressai aos suficientes revelando uma realidade que pode ser
melhorada, a pluralidade do acervo pode e deve ser mais investida.
A Escola 9, representada pelo participante 9, é a que está em melhor satisfação com
62

materiais suficientes em comparação com as demais escolas que possuem biblioteca, possuindo
defasagem em relação aos jornais e material audiovisual.
Conforme as respostas na Tabela 3 – Número total de computadores com acesso à
internet para uso administrativo dentro do espaço da biblioteca, é observado que cinco escolas
possuem computadores para esse fim. Entre elas, apenas 2 possuem biblioteca (participantes 9
e 10). Possuir pelo menos “um computador com acesso à internet, para uso exclusivo do (s)
funcionário (s)” (GEBE, 2010, p. 12) faz parte de um de seus níveis básicos.

Tabela 3 – Número total de computadores com acesso à internet


para uso administrativo dentro do espaço da biblioteca
PARTICIPANTES RESPOSTAS
Participante 2 2
Participante 7 1
Participante 9 3
Participante 10 1
Participante 11 1
Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Já na coleta de dados sobre o número de computadores com acesso à internet para os


alunos nas bibliotecas (ver Tabela 4), mostrou-se que, entre as respostas que representam as
escolas com biblioteca, apenas os participantes 10 e 13 responderam positivamente para o
questionamento.

Tabela 4 – Número total de computadores com acesso à internet


para os alunos
PARTICIPANTES RESPOSTAS
Participante 1 1
Participante 7 1
Participante 10 5
Participante 13 25
Participante 14 12
Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Todavia, o participante 13, anteriormente no Gráfico 12 – Espaço para computadores,


afirmou não ter espaço para computadores na biblioteca, mas nos dados da tabela acima, a sua
63

resposta foi de um total de 25 computadores. Possivelmente esse número de computadores está


localizado em um laboratório de informática na escola, levando em conta o tamanho do espaço
físico da biblioteca já relatado na pesquisa.
Em relação aos computadores ligados a internet, o GEBE classifica no nível básico
“pelo menos um computador ligado à internet para uso exclusivo de professores e alunos em
atividades de ensino/aprendizagem” (GEBE, 2010, p. 14). Então, pelos números, as escolas
representadas pelos participantes 10 e 13 alcançam o nível básico nessa característica.
Entre as 4 escolas que possuem biblioteca, 3 apresentaram computadores. De acordo
com os dados colhidos entre os participantes, representado pelo Gráfico 19 – Condições de uso
dos computadores, 2 disponibilizam computadores com condições razoáveis e 1 em boas
condições.

Gráfico 19 – Condições de uso dos computadores


8

0
Boas Razoáveis Não se aplica

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Em relação ao equilíbrio de assuntos, exposto no Gráfico 20, 3 respostas foram das


escolas que possuem biblioteca, 2 ficaram na posição de equilíbrio razoável, enquanto 1
considerada com bom equilíbrio.
64

Gráfico 20 – Equilíbrio entre assuntos


6

0
Bom Razoável Ruim Não sei

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

De acordo com o Gráfico 21 – Equilíbrio entre séries ou faixa etária dos alunos, metade
das respostas foram afirmativas para um equilíbrio razoável. Entre 4 escolas que dispõem de
biblioteca, 2 apresentam equilíbrio razoável, enquanto as outras 2 apresentam um bom, segundo
as respostas dos seus gestores. O que deixa as respostas dos Gráficos 20 e 21 sob reflexão é ao
pensar sobre o nível de entendimento desses respondentes sobre os assuntos e sobre o ideal para
as faixas etárias.

Gráfico 21 – Equilíbrio entre séries ou faixa etária dos alunos


8

0
Bom Razoável Ruim Não sei

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Pela metade dos participantes da pesquisa, o estado de conservação do acervo é razoável


(ver Gráfico 22). Para a parcela que possui biblioteca, 50% (2) considerou razoável e 50% (2)
65

considerou em bom estado.

Gráfico 22 – Estado de conservação geral do acervo


8

0
Bom Razoável Ruim Não sei

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Para conservar o acervo de uma biblioteca, alguns cuidados podem ser adotados de
forma preventiva, tendo em vista os possíveis agentes de deterioração no ambiente e em sua
volta, como por exemplo: ação humana, insetos, fungos entre outros. Para isso, esses cuidados,
ou melhor, técnicas

[...] envolvem a higienização do acervo, a conscientização por parte dos


usuários, a limpeza do local onde os livros se encontram, o manuseio correto
das obras e em especial a prevenção, ou conservação preventiva. O objetivo
da conservação preventiva é desenvolver ações de prevenção contra possíveis
danos aos livros, além de conscientizar quanto ao correto manuseio e
utilização destes. O programa de preservação e conservação destaca a
importância de “conservar para não restaurar”, poupando o acervo de
intervenções custosas e exaustivas (CORADI; EGGERT-STEINDEL, 2008,
p. 347)

Foi questionado a frequência de utilização da biblioteca por parte dos alunos. Todas as
respostas estão disponíveis no Gráfico 23, sendo visível que o uso é considerado razoável.
Entretanto, apenas as 4 respostas referentes à biblioteca analisadas. Com isso, conforme as
respostas dos respondentes, 2 bibliotecas possuem uma frequência razoável de alunos, enquanto
as outras 2 são muito usadas.
66

Gráfico 23 – Frequência de utilização pelos alunos


7

0
Muito usada Razoavelmente Pouco usada Não sei
usada

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Para o incentivar os alunos, os professores devem ter uma relação de proximidade com
a biblioteca, assim como o bibliotecário deve trabalhar em conjunto com os docentes. Esse
conjunto visa a complementação do que está sendo estudado em sala de aula, como também os
objetivos da instituição. É importante estimular os alunos e os mostrar que a biblioteca é um
espaço seguro, criativo, interessante, ao qual esses podem e devem recorrer constantemente.
No Gráfico 24 – Frequência de utilização pelos professores, estão os dados referentes
as respostas dos diretores. Das quais, as respostas dos participantes possuidores de biblioteca,
resultaram em 2 respostas para muito usada e as outras 2 para razoavelmente usada.

Gráfico 24 – Frequência de utilização pelos professores


9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Muito usada Razoavelmente Pouco usada Não sei
usada

Fonte: Elaborado pela autora (2022).


67

Parte considerável dos respondentes estimaram que o número de empréstimos dos


materiais de seu acervo é menos de 30 por mês sendo 42,9 % das respostas. Enquanto 28,6%
estimulam que seja entre 31-61. A parcela restante (28,6%) não soube responder. Entre as
respostas do Gráfico 25 – Número de empréstimos por mês, 2 representantes de escolas com
biblioteca estipularam que são realizados menos de 30 empréstimos por mês, em contrapartida,
1 respondeu não saber do quantitativo e 1 determinou que está no intervalo de 31-61
empréstimos.

Gráfico 25 – Número de empréstimos por mês


7

0
Menos de 30 31-61 Não sei

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Em quase metade das escolas participantes (42,9%), o descarte de materiais é realizado


de vez em quando, o total restante se dividiu em duas partes iguais de 28,6% que não desenvolve
a atividade e 28,6% não soube responder. Entre os dados, as quantidades que representam as
escolas possuidoras de biblioteca são 3 que realizam de vez em quando e 1 não soube responder.
(ver Gráfico 26).
Para realizar descarte de materiais é importante desenvolver uma política de formação
e desenvolvimento de coleções e uma comissão para avaliar essas coleções. Desse modo, os
acréscimos e descartes no acervo podem ser mais bem controlados e avaliados.
68

Gráfico 26 – Descarte de materiais


7

0
Realizado de vez em Não realizado Não sei
quando

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Com relação a presença de livros didáticos no acervo da biblioteca (Gráfico 27), tanto
diretores das escolas sem e com sala de leitura e/ou biblioteca responderam. Certamente, na
maioria das escolas respondentes, livros didáticos ficam mantidos em suas dependências, sendo
biblioteca, sala de leitura ou não. Contudo, acerca das escolas com biblioteca, 2 respostas foram
positivas afirmando que mantém alguns exemplares para consulta, enquanto as 2 restantes
afirmaram que a questão não se aplica a realidade das bibliotecas, ou seja, não mantém livros
didáticos.

Gráfico 27 – Presença de livros didáticos no acervo da biblioteca

Não se aplica

A biblioteca mantém todos os


exemplares que não foram entregues

A biblioteca mantém alguns


exemplares apenas para consulta

0 1 2 3 4 5 6 7

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Os livros didáticos recebidos nas escolas através do Programa Nacional do Livro


Didático (PNLD) – atual Programa Nacional do Livro e do Material Didático – é para uso dos
69

alunos em sala de aula, eles não se constituem como parte do acervo das bibliotecas e não deve
ser contabilizado como tal (BELO HORIZONTE, 2009, p. 11).
Em relação a questão do Gráfico 28, os participantes 10 e 13 afirmaram que suas
bibliotecas possuem uma comissão de formação e desenvolvimento de coleções, mas se reúne
raramente, enquanto os demais responderam que não existe.

Gráfico 28 – Comissão de formação e desenvolvimento de coleções


14

12

10

0
Existe e se reúne raramente Não existe

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Entre os 4 participantes que representam as escolas com biblioteca, 3 responderam


positivo afirmando que todo o seu acervo é tombado/registrado (ver Gráfico 29), enquanto 1
que dispões de biblioteca e sala de leitura afirmou que seu acervo é parte tombado/registrado.
Entre os demais participantes que possuem sala de leitura ou nenhum dos espaços, as respostas
foram para a afirmativa do acervo não tombado/registrado
70

Gráfico 29 – Tombamento/registro do acervo


7

0
Todo o acervo é Parte do acervo é O acervo não é
tombado/registrado tombado/registrado tombado/registrado

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Acerca da classificação dos materiais (Gráfico 30), 3 escolas com biblioteca classificam
seu acervo, enquanto 1 tem parte do classificado. Participantes que não possuem apenas sala de
aula também afirmaram que seus acervos são classificados e o participante 6, representante de
uma escola sem biblioteca e sala de leitura, afirmou que o acervo da biblioteca é todo
classificado.

Gráfico 30 – Classificação dos materiais


7

0
Todo o acervo é Parte do acervo é O acervo não é
classificado classificado classificado

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Hillesheim e Fachin (2000, p. 92) além da utilização da Classificação Decimal de


Dewey (CDD) – bastante utilizada – e demais classificações, elas destacam a necessidade de
outras formas para auxiliar os estudantes na recupera da informação, como a utilização de
sistemas de cores, esse julgado por Vianna (2008, p. 43) pois “pode impedir que os alunos
71

conheçam formas consolidadas de organização de bibliotecas com as quais certamente vão se


deparar mais tarde, em sua vida escolar”.
Os acervos presentes nas escolas que não possuem biblioteca ou sala de leitura, e todas
as 5, os materiais não são catalogados. Entre as 6 escolas com sala de leitura, 1 dispõe de seu
acervo catalogado, 1 não é catalogado e as outras 4 possuem seus acervos parte catalogados. Se
tratando das 4 escolas que possuem biblioteca, 2 delas apresentam acervos catalogados, 1 com
parte catalogado (essa está entre as 4 que possuem sala de leitura) e 1 não tem seu acervo
catalogado. Como é mostrado no Gráfico 31:

Gráfico 31 – Catalogação do acervo


8
7
6
5
4
3
2
1
0
Todo acervo é catalogado Parte do acervo é O acervo não é
catalogado catalogado

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Um ponto abordado pelo GEBE (2010, p. 15) é como o acervo está organizado para que
as informações sejam encontradas com facilidade. Assim, dois níveis são apresentados:
1) Nível básico: o catálogo da biblioteca inclui pelo menos os livros do acervo, permitindo
recuperação por autor, título e assunto.
2) Nível exemplar: o catálogo da biblioteca é informatizado e possibilita o acesso remoto
a todos os itens; permite – além da recuperação por autor, título e assunto – recuperação
por outros pontos de acesso.
Dessa forma, pode-se dizer que 2 bibliotecas estão em conformidade com o nível básico
desse indicador. Enquanto 2 não alcança o mesmo.
Apenas 2 diretores afirmaram que suas unidades possuem acervo catalogado
informatizado (ver Gráfico 32). O 1º foi o participante 2 que representa uma das escolas com
sala de leitura e o segundo, participante 13, que possui biblioteca. Enquanto os respondentes 12
e 14, representantes de escolas apenas com sala de leitura, responderam positivos para parte de
72

seus acervos informatizados.

Gráfico 32 – Informatização do acervo


12

10

0
Todo o acervo está Parte do acervo está Não há catálogo
inserido em catálogo inserido em catálogo informatizado
informatizado informatizado

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Ter o catálogo informatizado é um dos pontos abordados pelos indicadores do GEBE


na organização do acervo. Essa característica está disponível no nível exemplar, um alvo a ser
alcançado pelas bibliotecas escolares brasileiras, observando que apenas uma biblioteca possui
todo o seu acervo informatizado.

Gráfico 33 – Acesso remoto ao catálogo

O catálogo não pode ser acessado


remotamente

O catálogo de parte do acervo pode


ser acessado remotamente

O catálogo de todo o acervo pode ser


acessado remotamente

0 2 4 6 8 10 12

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Apenas o participante 13 afirmou que sua escola possui catálogo total do acervo com
acesso remoto (ver Gráfico 33), em conjunto com as informações anteriores do Gráfico 32 –
Informatização do acervo, essa biblioteca se encaixa no nível exemplar se a recuperação pelo
autor, título, assuntos e outros pontos de acesso forem possíveis de realizar. Ao passo que os
73

participantes 2 e 14 afirmaram que suas escolas apresentam parte do catálogo remoto. Todas
as escolas que possuem biblioteca desenvolvem consulta no local. Juntamente estão 4 escolas
que possuem sala de leitura. (ver Gráfico 34)

Gráfico 34 – Realiza consulta no local


8

0
Sim Não Não se aplica

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Os participantes 8 e 10, representantes de escolas com biblioteca, responderam


negativamente para a realização de empréstimo domiciliar, já os outros dois, 9 e 13,
responderam positivo (ver Gráfico 35). Entre as demais respostas estão os participantes com
sala de leitura e escolas que não dispõem dos espaços.

Gráfico 35 – Realiza empréstimo domiciliar


7

0
Sim Não Não se aplica

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Assim, foi pedido caso a respostas fosse “sim” para a questão anterior, especificar se os
empréstimos são realizados de forma manual ou automatizada. O total de respostas foi para a
74

opção manual.
Ao observar o Gráfico 36 – Serviços e atividades desenvolvidas, abaixo, o serviço mais
presente entre as respostas foi a orientação individual à pesquisa e a atividade foi a contação de
histórias, isso em uma visão geral entre as escolas da amostra.

Gráfico 36 – Serviços e atividades desenvolvidas


6

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Dado um destaque para a resposta do participante 14, representante da Escola 14 que


possui apenas sala de leitura, marcou-se as opções “orientação individual à pesquisa, orientação
coletiva à pesquisa, orientação à pesquisa na internet, visitas orientadas, contação de histórias”,
o que gera um questionamento visto que se trata de apenas uma sala de leitura e apresenta mais
serviços do que bibliotecas presentes na pesquisa.
Em relação as escolas que disponibilizam biblioteca essas foram as respostas:

Quadro 2 – Parte das respostas colhidas sobre serviços e atividades desenvolvidas


(continua)
SERVIÇOS E ATIVIDADES
DIRETORES
DESENVOLVIDAS
Participante 8 Nenhum(a)
Orientação individual à pesquisa,
Participante 9
orientação à pesquisa na internet
75

Quadro 2 – Parte das respostas colhidas sobre serviços e atividades desenvolvidas


(conclusão)
SERVIÇOS E ATIVIDADES
DIRETORES
DESENVOLVIDAS
Divulgação de novas aquisições, mural,
Participante 10 exposições, palestras, apresentações
artísticas
Orientação individual à pesquisa, visitas
Participante 13
orientadas, mural, apresentações artísticas
Fonte: Elaborado pela autora (2022).

De acordo com os indicadores propostos pelo GEBE (2010, p. 16), os serviços que as
bibliotecas devem oferecer regularmente são:
• Nível básico: consulta no local de empréstimo domiciliar, atividades de incentivo à
leitura e orientação à pesquisa;
• Nível exemplar: consulta no local, empréstimo domiciliar, atividades de incentivo à
leitura e orientação à pesquisa, além de serviços de divulgação de novas aquisições e
serviços específicos para os professores tais como levantamento bibliográfico e boletim
de alerta.
Analisando as respostas referentes aos Gráfico 34 – Realiza consulta no local, Gráfico
35 – Realiza empréstimo domiciliar e Quadro 2 – Parte das respostas colhidas sobre serviços e
atividades desenvolvias, conclui-se que as escolas com bibliotecas não atingem completamente
sequer o nível básico de serviços e atividades do GEBE e não desenvolvem atividades de
incentivo à leitura.
Foi questionado a existência de um profissional responsável. Enquanto 50% das
respostas foram positivas, 50% negativas. Entre as representantes das escolas com biblioteca,
3 afirmaram conter um responsável, enquanto 1 nega a existência de um profissional
responsável (ver Gráfico 37).
76

Gráfico 37 – Existência de um profissional responsável


8

0
Sim Não

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Sobre o horário que o profissional dedica a biblioteca, os participantes 10 e 13


afirmaram ser de 5 a 4 horas diárias e o participante 9 respondeu ser de 8 a 6 horas por dia. O
representante que negou a existência de um responsável na biblioteca no Gráfico 37 –
Existência de um profissional responsável, neste Gráfico 38 – Carga horária que o profissional
dedica a biblioteca, respondeu “não se aplica”.

Gráfico 38 – Carga horária que o profissional dedica a biblioteca

Não se aplica

Menos de 4 horas diárias

5 a 4 horas diárias

8 a 6 horas diárias

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Conferindo as respostas disponíveis no Quadro 3 – Formação acadêmica do


responsável, é recorrente o responsável pela biblioteca seja formado em Pedagogia ou outra
profissão que não seja na área de Biblioteconomia. Em nenhuma parte da amostra, tanto as
escolas que possuem biblioteca como as demais, amostra de 14 escolares, nenhuma possui a
77

presença de um profissional bibliotecário.

Quadro 3 – Formação acadêmica do responsável


PARTICIPANTES RESPOSTAS
Participante 1 Graduado em Pedagogia e pós-graduado em Avaliação Escolar
Participante 2 Professor readaptado
Participante 3 Pedagogia
Participante 4 O gestor que fica responsável pela biblioteca
Participante 5 Não tem
Participante 6 Não existe
Participante 7 Não tem
Participante 8 Pedagogia
Participante 9 Letras – Espanhol (readaptação)
Participante 10 Pedagogos
Participante 11 Não temos a biblioteca física, nem funcionário com formação.
Participante 12 Ensino médio
Participante 13 Pedagogo
Participante 14 Pedagogo
Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Para o GEBE (2010, p. 17), a biblioteca deve ter um bibliotecário como responsável da
biblioteca, atendendo os usuários em todos os turnos em que a escola está aberta e seu indicador
de nível básico diz: ter um bibliotecário-supervisor (responsável por um grupo de bibliotecas),
caso a biblioteca faça parte de um sistema, e possuir também outros funcionários para auxiliar
em cada turno de funcionamento. Ou seja, nenhuma escola com biblioteca atende a esse
indicador dos parâmetros do GEBE.
Em relação ao nível de formação dos responsáveis pelas bibliotecas, os participantes
destacados no Quadro 4 – Nível de formação do responsável, 2 consideram pouco adequado,
por outro lado, 1 considera adequado mesmo o profissional responsável não sendo um
bibliotecário. Essa última resposta mostra desconhecimento acerca da importância do trabalho
desenvolvido pelos bibliotecários nas bibliotecas e que outros profissionais não têm
conhecimento e competência para gerir e desenvolver os deveres nas nessas unidades de
informação.
78

Quadro 4 – Nível de formação do responsável


PARTICIPANTES RESPOSTAS
Participante 1 Não se aplica
Participante 2 Adequado
Participante 3 Adequado
Participante 4 Adequado
Participante 5 Não se aplica
Participante 6 Não se aplica
Participante 7 Não se aplica
Participante 8 Não se aplica
Participante 9 Pouco adequado
Participante 10 Pouco adequado
Participante 11 Não se aplica
Participante 12 Inadequado
Participante 13 Adequado
Participante 14 Adequado
Fonte: Elaborado pela autora (2022).

O profissional habilitado e assegurado por lei para gerir uma biblioteca é o bibliotecário
e o exercício da sua profissão é exclusivo “aos Bacharéis em Biblioteconomia, portadores de
diplomas expedidos por Escolas de Biblioteconomia de nível superior, oficiais, equiparadas, ou
oficialmente reconhecidas” (BRASIL, 1962).
Entre os participantes destacados na Tabela 5 – Número de funcionários/auxiliares na
biblioteca, 3 afirmaram que as bibliotecas possuem funcionários, ao contrário de 1 representante
que afirmou não ter. Possuir funcionários além do responsável pela biblioteca é essencial para
auxiliar os trabalhos realizados no espaço.

Tabela 5 – Número de funcionários/auxiliares na biblioteca


(continua)
PARTICIPANTES RESPOSTAS
Participante 1 Não tem funcionário
Participante 2 1 funcionário
Participante 3 1 funcionário
Participante 4 1 funcionário
Participante 5 Não tem funcionário
Participante 6 Não tem funcionário
Participante 7 Não tem funcionário
79

Tabela 5 – Número de funcionários/auxiliares na biblioteca


(conclusão)
PARTICIPANTES RESPOSTAS
Participante 8 1 funcionário
Participante 9 Não tem funcionário
Participante 10 3 funcionários
Participante 11 Não tem funcionário
Participante 12 Não tem funcionário
Participante 13 4 funcionários
Participante 14 2 funcionários
Fonte: Elaborado pela autora (2022).

As respostas para o questionamento do nível de formação dos funcionários se


mostraram negativas (Gráfico 39). A maioria das afirmativas positivas foram dos representantes
de escolas sem biblioteca, apenas sala de leitura e 1 resposta positiva pelo participante 13 de
uma escola que possui biblioteca, enquanto os outros 3 avaliaram como “não têm funcionário”,
“pouco adequado” e “não se aplica”.

Gráfico 39 – Nível de formação dos funcionários/auxiliares


7

0
Adequado Pouco adequado Não tem Não se aplica

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Por último, foi deixado um espaço para comentários e sugestões resultando nas
seguintes respostas:
80

Quadro 5 – Comentários
Participantes COMENTÁRIOS
"Nossa escola não possui biblioteca nem sala
Participante 1 de leitura, possui alguns livros que as crianças
tem acesso através da professora".
"Seria muito importante que todas as escolas
Participante 4 tivessem uma biblioteca, adequada para os
seus estudantes".
"O ideal seria que nossas escolas fossem
construídas pensando na formação de futuros
leitores, mais as condições não são adequadas
a realização de um trabalho com mais
Participante 11 frequência dentro do ambiente escolar, assim
elaboramos projetos de leitura, onde os pais
são nossos parceiros, incentivando e levando
livros para casa dentro do organograma feito
pela escola".
Participante 14 "Foi excelente o questionário".
Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Foi possível observar que entre as 4 escolas que possuem biblioteca. 3 delas são públicas
administradas pelo Estado, enquanto 1 é administrada pelo poder municipal.
O participante 8 representou a Escola 8 que é estadual. Ao observar os dados referentes
as respostas do diretor, foi possível ver que a escolar não alcançou os indicadores de nível
básico do GEBE.
O participante 9 representou a Escola 9 que é estadual. Observou-se que ela alcança
apenas o nível básico do indicador de organização do acervo por possui seu acervo todo
catalogado e atende o nível básico referente tamanho do espaço que a biblioteca possui.
O participante 10 representou a Escola 10 que também é estadual. Nela, foi possível
constatar que, de acordo com as respostas obtidas, a sua biblioteca alcança pelo menos o nível
básico do indicador de computador ligado a internet. E um detalhe interessante é que ela não
alcança o nível básico por não desenvolver atividade de incentivo à leitura, mas possui dois
serviços que se encaixam no nível exemplar, que são serviços de novas aquisições e exposições
na biblioteca).
Por último, o participante 13, representante da Escola 13 que é municipal. A biblioteca
dessa escola, de acordo com as respostas do diretor, foi a que se saiu melhor em relação aos
81

indicadores. Alcança parte uma parte do Indicador de espaço físico, sendo nível básico pois
apresenta o tamanho suficiente em m². Alcançou o indicador de acervo no nível básico pois
possui um acervo com pelo menos um título para cada aluno. Foi respondido que possui 25
computadores, atendendo assim o nível básico do indicador de computadores ligados à internet.
Entretanto, analisando as suas repostas durante o questionário, possivelmente esses
computadores não se encontram na biblioteca. A biblioteca alcança o nível básico do indicador
de organização do acervo, possuindo o seu acervo todo catalogado e ainda também é
informatizado. Por outro lado, a biblioteca não alcança os níveis básicos dos indicadores de
serviços e atividades e de pessoal (recursos humanos) que são extremamente importantes para
o sucesso de uma biblioteca escolar.
82

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa teve seu ponta pé inicial nas reflexões acerca das condições
disponíveis para as bibliotecas nas escolas da rede pública no Brasil, principalmente pensando
nas bibliotecas de escolas em localidades que não são consideradas cidades grandes, tendo em
mente que as circunstâncias que envolvem as bibliotecas escolares em cidades menores são
possivelmente mais precárias e sua importância como instrumento social é menos reconhecido
na prática.
Dessa forma, através do conhecimento empírico sobre as dificuldades dessas bibliotecas
e tendo a experiência de uma vida estudando em escola pública em uma cidade com menos de
40 mil habitantes, maioria sendo em área rural, foi concluída a intenção de desenvolver a
pesquisa na cidade de Touros/RN.
A biblioteca escolar além de ser um espaço que disponibiliza informações através de
seus acervos, nela também deve ser desenvolvidos serviços que contribuam ativamente com a
aprendizagem dos alunos, serviços que os introduza as atividades de pesquisa, atividades que
envolvam leituras. Que nela, os alunos podem enxergar um ambiente seguro, interessante,
aconchegante, um espaço de criatividade, incentivo ao conhecimento de forma leve e à leitura,
complementam o que é estudado nas salas de aula, apresentam tecnologias atuais, um local ao
qual os estudantes possam recorrer constantemente. Para isso acontecer, as bibliotecas
necessitam ter os meios para desenvolver esse espaço, como também necessita de um
profissional bibliotecário para geri-la e desenvolver serviços e atividades adequadas ao seu
propósito.
Assim, para produzir um panorama das bibliotecas das escolas da rede pública do
município de Touros/ RN, foi utilizado como base Os Parâmetros do GEBE para biblioteca
escolar. Com a aplicação do questionário, e a análise de seus resultados, foi possível verificar
a ausência de bibliotecas em várias escolas do município, mais precisamente em 10 entre as 14
escolas que fizeram parte da amostra da pesquisa, indo contra o que dispõe a Lei nº 12.244/2010
e a ausência de bibliotecários nessas bibliotecas. Foi possível observar que nenhuma das 4
escolas com biblioteca alcançam a totalidade do nível básico dos indicadores propostos pelo
GEBE.
À vista disso, confirma-se a hipótese inicial da pesquisa: as Bibliotecas Escolares da
rede pública de Touros/RN possuem uma insuficiência na promoção de incentivo,
disponibilização de espaço físico, acervo, computadores com acesso à internet, organização do
acervo, serviços e atividades e recursos humanos especializado que são essenciais na
83

organização, oferecimento de informação e atividades desenvolvidas em prol da formação


educacional e social dos alunos dessas escolas.
É válido afirmar que os objetivos da pesquisa foram alcançados, pois foi possível
discorrer sobre a importância das bibliotecas escolares na formação educacional e social dos
estudantes, tendo como base artigos já publicados na área, estudos que já confirmaram que
bibliotecas bem estruturadas fazem diferença na vida acadêmica e social dos alunos.
Evidenciou-se, também, o papel do bibliotecário como agente essencial para o sucesso da
biblioteca escolar, sendo o profissional habilitado com conhecimento e assegurado pela
legislação, e sua ausência nas bibliotecas.
Também como um dos objetivos alcançados, foi identificado um total de 39 escolas na
rede pública de Touros/RN, entre elas, 14 participaram da pesquisa e apenas 4 afirmaram
positivo para a existência de biblioteca, enquanto parte das outras possuem sala de leitura e
outras não possuem nem biblioteca, nem sala de leitura, segundo as informações passadas pelos
participantes da pesquisa que são gestores dessas escolas
O último objetivo a ser alcançado foi identificação dos recursos que as bibliotecas
possuem para atender seu público, utilizando os Parâmetros do GEBE, aplicando os seus
indicadores e foi observado que as bibliotecas não têm os recursos adequados para desenvolver
atividades de incentivo à leitura e outras de acordo com seus objetivos.
As dificuldades durante a pesquisa de deram em virtude do questionário ser extenso e
de certa forma alguns pontos apresentados na Parte 2 dos Parâmetros do GEBE ao serem
atribuídos ao questionário aparentaram não se encaixar tão facilmente no momento de analisar
de acordo com a Parte 1. Alguns pontos poderiam estar mais bem localizados e melhor
desenvolvidos, de acordo com o olhar dessa pesquisa. A segunda dificuldade encontrada foi no
momento da análise das respostas do questionário. Nesse ponto, houveram algumas
contradições, o que dificultou um pouco o raciocínio para analisar e reproduzir nos gráficos.
A presente pesquisa se torna importante visto que é necessário investigar o cenário das
bibliotecas escolares no Brasil, especialmente em locais onde o conhecimento sobre a área de
Biblioteconomia e a importância das bibliotecas é de certa forma deixada de lado tanto por
desinteresse das gestores públicos, acarretando um investimento menor para as bibliotecas,
como também da população, podendo ser por desconhecimento sobre a importância dessas
unidades de informação e como os estudantes podem ser beneficiados com esses espaços. Dessa
forma, desenvolver pesquisas que mostram cenários da realidade brasileira é necessário e
urgente, pois investindo recursos, tempo, e conhecimento se potencializa a chance dessa
conjuntura vir a mudar futuramente.
84

Ressaltando que a importância dessa pesquisa se dá também em vista de que os estudos


sobre biblioteca escolar na cidade de Touros até então é desconhecida. Com isso, é possível que
caminhos sejam abertos e outras pesquisas sejam construídas a partir deste estudo, tomando- o
como um incentivo e que os gestores do município tomem conhecimento do estudo, para que
mudanças nessas escolas e bibliotecas venham a acontecer daqui para frente. Além disso, a
pesquisa pode ser evidência e subsídio para tomada de decisão do governo municipal e estadual
acerca de suas bibliotecas escolares.
85

REFERÊNCIAS

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SILVA, Rovilson José da; BORTOLIN, Sueli (org.). Fazeres cotidianos na biblioteca
escolar. 2. ed. São Paulo: ABECIN, 2018. p. 67-77. E-book. (Coleção Estudos ABECIN, v.
3). Disponível em: http://www.repositoriobib.ufc.br/000042/00004232.pdf. Acesso em: 12
abr. 2021.

BELO HORIZONTE (Município). Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Secretaria


Municipal de Educação. Política de desenvolvimento de acervo das bibliotecas escolares
da Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte. Belo Horizonte: Programa de
Bibliotecas; Grupo de Estudos de Acervo, 2009. Disponível em:
https://issuu.com/coordenadoriadoprogramadebiblioteca/docs/pdabe_rmebh_final_novembro.
Acesso em: 7 jan. 2022.

BRASIL. Lei de 15 de outubro de 1827. Manda crear escolas de primeiras letras em todas as
cidades, vilas e lugares mais populosos do Império. Registrada na Chancellaria-mór do
Imperio do Brazil, Rio de Janeiro, 31 out. 1827. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/lim..-15-10-1827.htm. Acesso em: 31 mar.
20121.

BRASIL. Lei nº 12.244, de 24 de maio de 2010. Dispões sobre a universalização das


bibliotecas nas instituições de ensino do país. Diário Oficial da União: Brasília, DF, p. 3, 24
maio 2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2010/lei/l12244.htm. Acesso em: 8 jan. 2022.

BRASIL. Lei nº 4.084 de 30 de junho de 1962. Dispõe sobre a profissão de bibliotecário e


regula seu exercício. Diário Oficial da União: Brasília, DF, p. 7149, 2 de agosto de 1962.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/l4084.htm. Acesso em: 8
jan. 2022.

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Curriculares Nacionais: introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, DF:
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86

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91

APÊNDICE A – LISTA DAS ESCOLAS DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL E


ESTADUAL DO MUNICÍPIO DE TOUROS/RN CEDIDA PELA SECRETARIA DE
EDUCAÇÃO

ESCOLAS LOCALIZAÇÃO
Kinder Creche Associação Irmã Aloisia Esquina do Brasil
Creche Municipal Prefeito Antônio Severino da Câmara Santa Luzia
Escola Municipal Luiza Cirino da Silva Vila Assis
Escola Municipal Professora Esmeralda França Boa Cica
Escola Municipal Manoel Severiano Monteiro Cajá
Escola Municipal Vicente Tavares de Lira Lagoa do Sal
Escola Municipal André Gomes Geral
Creche Municipal Professor Evaristo Gomes Barbosa da Silva Santa Luzia
Creche Municipal Pequeno Davi Vila Assis
Núcleo Educativo de Touros Centro
Escola Municipal de 1º Grau João Joaquim da Silva Santa Luzia
Escola Municipal Professora Maria Carolina dos Santos Varzinha
Escola Municipal do Assentamento Chico Gomes Chico Mendes
Escola Municipal de Golandim Golandim
CEMEI II - Professora Esmeralda de Jesus Morais Centro
Escola Municipal Professor Gaspar França Portal de Touros
Escola Municipal Rosa Vieira da Silva Carnaubal
Escola Municipal Maria do Carmo Ribeiro Cajueiro
Escola Municipal Jeanne Machado Zabelê
Escola Municipal Luiz Gomes de Oliveira Boqueirão
Escola Municipal Agrovila Santo Antônio Santo Antônio
Centro Municipal de Alfabetização - CEMEI I Centro
Escola Municipal Emidio Manoel do Nascimento Baixa do Quinquim
Escola Municipal Professora Maria Jose Pimentel Vila Mayne
CEMEI Escola Almirante Tamandare Cajueiro
Escola Municipal Dr. Orlando Flávio Junqueira Ayres Centro
Escola Municipal Maria Dalva da Silva Vila Israel
Escola Municipal Geraldo Ferreira da Costa Perobas
CEMEI Prefeito Cândido Emidio da França Boa Cica
Escola Municipal Professora Lindalva Taveira Carnaubinha
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE Centro
Escola Municipal Manoel Tarquinio São José
Escola Municipal Lutero Barbosa Monte Alegre
Escola Municipal Planalto do Retiro Planalto do Retiro
92

Escola Municipal José Alexandre da Silva Boa Cica


Escola Municipal Professora Altair da Silva Ferreira Aracati
Escola Estadual Professora Isabel Vieira Esquina do Brasil
Escola Estadual Coronel Antônio do Lago Centro
Escola Estadual Tabelião Júlio Maria Centro
Fonte: Elaborado pela autora (2022)
93

APÊNDICE B – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS PARA O RETRATO DAS


BIBLIOTECAS ESCOLARES DA REDE PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE TOUROS
DO RIO GRANDE DO NORTE
94
95
96
97
98
99
100
101
102
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104
105
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108
109
110

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