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GESTÃO E ORGANIZAÇÃO DE
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Carolina Pereira
Nº 6959
Unidade Temática 1
Prestação de Cuidados
Gestão – relatórios e compilação de dados como forma de organização
Aumento da qualidade das atividades Diminuição do número de óbitos
Questões de organização do ambiente do hospital
1
Cuidados por turnos
Responsabilização por tarefas
Realizar procedimentos
- Quando nos dedicamos a uma atividade, deve ser nela que todos os recursos do hospital se
devem concentrar – é esse o “núcleo”
Implementação de alterações
Recolha de dados que comprovam que estas alterações são úteis e eficientes
Ladies:
Impunham regras
Ocupavam-se da gestão e da organização
Geriam serviços
Controlavam o trabalho das nurses
Faziam controlo da qualidade
Nurses:
Pouca literacia
Aprendiam fazendo (aprendizagem oficial)
2
Estabelece de linhas de controlo através de uma supervisão rigorosa que deveria
ser realizada pelas ladies superintends/matron – definição de “quem” fazia “o
quê” (standart de qualidade definido)
Torna-se modelo de gestão em Enfermagem dominante até aos anos 60
- A partir dos anos 60 o modelo de gestão em enfermagem foi substituído por um sistema
de “top, middle and first-line management” mais consentâneo com a complexidade das
estruturas e serviços prestados pelos hospitais e em resposta à evolução da ciência de
gestão.
Enfermeira
Modelo em pirâmide diretora
Enfermeiro
supervisor
Sistemas – organizados por vários serviços, cada um com uma enfermeira chefe
A área da gestão tem-se constituído como um dos mais importantes campos de atuação
e diferenciação dos enfermeiros com competências nos vários níveis de estrutura das
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organizações de saúde e em áreas como a Gestão de Cuidados, de Recursos Humanos e
Materiais
Garante uma prática profissional (que implica ter conhecimento suficiente para
saber as práticas e evidências já existentes) e ética na equipa que lidera;
Garante a implementação da melhoria contínua da qualidade dos cuidados de
enfermagem;
Gere serviço/unidade e a equipa otimizando as respostas às necessidades dos
clientes em cuidados de saúde;
Garante o desenvolvimento de competências dos profissionais da equipa que
lidera;
Garante a prática profissional baseada na evidência.
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Funções:
Autónomas
Interdependentes
Delegação Supervisão;
Organização de cuidados/ métodos de trabalho;
Coordenação e articulação de cuidados (entre cuidados de saúde primários e
hospitalares, por exemplo);
Qualidade/Ambiente;
Coordenação e liderança de equipas;
Seguro/Gestão do Risco.
Carreira de enfermagem
Enfermeiro;
Enfermeiro Graduado (3 anos de atividade profissional);
Enfermeiro Especialista;
Enfermeiro Chefe;
Enfermeiro Supervisor (topo ca carreira)
Categorias
Transições
5
Unidade Temática 2
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Escola de Relações
Humanas
Modo como as
HUMANA/COMPORTAMENTAL pessoas se
Anos 40 – preocupam-se com as pessoas que relacionam
integram as organizações dentro da
organização
T. Motivação e
Liderança
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Termos mais utilizados:
Contributos:
8
Desvantagens:
P – Planear
Modo como organizações devem estar
organizadas em grandes atividades –
O – Organizar
Grandes fazes do processo de gestão
C3 – Comandar, Coordenar, Controlar
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PODC – Planear, Organizar, Dirigir, Controlar
Caraterísticas:
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As emoções devem ser eliminadas (eliminação do fator humano – teorias
racionalistas);
Necessidade de forte hierarquia que exerça controlo e supervisão de um trabalho
estruturado, organizado e repartido;
Atenção virada para o interior da organização;
Ênfase: Homem como ser social – Homem não é como uma máquina: Homem como
ser emotivo e social
As organizações também
têm de ter em conta todas
estas necessidades
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NECESSIDADES DOS
FATORES ORGANIZACIONAIS
TRABALHADORES
Função estimulante, oportunidade para
Necessidades Auto Realização criatividade, realização através do
trabalho, progressão na organização
Reconhecimento social, alto estatuto da
Necessidades de Autoestima
função, feedback no trabalho
Coesão do grupo, supervisão amigável,
Necessidades sociais
associação profissional
Condições de trabalho seguras,
Necessidades de segurança benefícios da empresa, segurança no
emprego
Vencimento, condições agradáveis,
Necessidades primárias/ Fisiológicas
refeitório, carga de trabalho e horário
Teorias X e Y (McGregor)
Teoria X
Teoria Y
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As pessoas resolvem problemas através da criatividade e inovação;
Só uma pequena parte do potencial é aproveitado!
Perspetiva Integrativa
Teoria Contigencial
Teoria Sistémica
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Teoria Contingencial
Dimensão
Tecnologia
Incerteza do meio envolvente
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A Ênfase no Ambiente
o Tudo o que envolve externamente uma organização, é o contexto dentro
do qual esta organização está inserida;
o O ambiente geral envolve os contextos tecnológico, jurídico, político,
económico, demográfico, ecológico, cultural.
o Os processos de trocas permanentes com o ambiente faz com que tudo o
que aconteça no ambiente externo tenha uma influência interna na
organização.
A Ênfase na Tecnologia
o O desenvolvimento tecnológico tem grande impacto nas organizações;
o Todas as organizações dependem de algum tipo de tecnologia (Ex: matéria
prima, os peritos, os técnicos);
Aspetos positivos
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A gestão da organização dos serviços e cuidados de enfermagem
- Passou pela:
Divisão do trabalho
Hierarquias/ separação entre conceção e quem presta cuidados
Preocupação com as tarefas
Modelos de organização de Trabalho funcionais
Disciplina; Ordem
Regras; Procedimentos
QUESTÕES ORIENTADORAS
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As Organizações
Conceito de Organização
Indivíduos;
Metas;
Objetivos;
Produção (ou falta dela);
Conjunto alargado de Atividades (estruturadas);
Coordenação – gestores da formação
Entidades sociais que são dirigidas por metas, são projetadas por sistemas de
atividades deliberadamente estruturadas e coordenadas e são interligadas ao meio
ambiente externo, sendo o seu elemento principal as pessoas e os seus inter-
relacionamentos.
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Aspetos estruturais +
Aspetos não palpáveis
(relações entre as pessoas;
questões culturais)
Ter em conta as
características da
população para adequar
o processo de cuidados
e os recursos utilizados
Estrutura Organizacional
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Tipos de Estruturas IMPORTANTE!
- Rígida;
- Alta especialização;
- Departamentalização rígida;
- Flexível
- Equipas interfuncionais;
- Poucas hierarquias;
- Baixa formalização
Estruturas de Mintzberg
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Estruturas de mintzberg:
Estrutura simples
Burocracia mecânica
Burocracia profissional
Estrutura divisional
Adhocracia
Configuração missionária
Configuração política
Burocracia Profissional
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1 – Mais “gordo” (maior poder das pessoas) Maior autonomia para planear o seu
próprio trabalho, por serem profissionais altamente especializador e formados
4 – Tamanho mais reduzido, por haver um reduzido número de indivíduos que possam
planear e controlar o trabalho desenvolvido pelas pessoas do núcleo operacional
- Estes profissionais trabalham de forma contínua e próxima dos clientes, controlam o seu
trabalho, atuando de maneira relativamente independente dos seus colegas, “muitas
vezes, cada um dos enfermeiros trabalha com os seus próprios utentes/ doentes,
submetidos apenas ao controlo coletivo dos seus pares, que inicialmente o formaram e
socializaram”.
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Cultura – Conjunto de hábitos e
costumes (que podem ser
representados através de
símbolos) – de determinados
Cultura Organizacional elementos - existentes dentro de
uma organização/país.
Nível simbólico
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Elementos da Cultura Organizacional
Transmissão da Cultura
O que é que valorizo? Como quero que sejam as pessoas
que vêm trabalhar para a minha organização? Quais as
Métodos de recrutamento; características fundamentais que têm de ter?
Programas de orientação;
Implementação dos valores que estão escritos (competência,
Atuação dos gestores; humanização, reconhecimento…)
Veículos culturais.
Rituais culturais; Histórias dentro da empresa; Logotipos; Modos de
comemoração de datas especiais – passagem oral ou passagem escrita
Clima Organizacional
Perceções relativamente a:
Perceção do ambiente e clima da organização que se
perceciona do dia-a-dia: Condições de trabalho,
Organização e condições de trabalho;
relação entre pessoas… Elementos palpáveis e
Relacionamento interpessoal; mais superficiais do quotidiano
Clima/Cultura
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É mais fácil mudar o clima de um
serviço do que a cultura numa
organização (por ser algo mais profundo)
Processo de Gestão
Conceito de gestão
- O Gestor faz gestão de recursos humanos e materiais da organização, que tem sempre
objetivos.
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Níveis de Gestão – Pirâmide Organizacional
- Nem todos os gestores têm responsabilidade pela empresa como um todo. Consideram-
se, geralmente, três níveis de gestão:
TEMPORALIDADE:
Nível
Institucional Longo Prazo Topo estratégico: conceitos
de administração,
presidentes...
Missão
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Nível Institucional – Gestão de Topo:
Funções da Gestão
Planear
Organizar
Liderar
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Controlar
Nota: Esta sequência pode não ser linear e obrigatoriamente nesta ordem! Podem
sobrepor-se e ocorrer em simultâneo.
- Pensar
antecipadamente - “Arrumar” o
- Dirigir,
nos objetivos e trabalho,
influenciar,
ações a determinar
coordenar e
desenvolver. recursos e que - Certificar-se
motivar os
- Definição de atividades são que as ações
colaboradores a Alcançar os
metas, etapas a necessárias para desenvolvidas
realizar tarefas objetivos da
percorrer, tarefas atingir os estão de acordo
essenciais. organização
a desenvolver objetivos. com os objetivos
- Selecionar
estratégias para as - Atribuir preestabelecidos
canais de
alcançar. responsabilidade - Monitorização
comunicação
- Planeio face a s para realização do desempenho.
eficazes.
problemas dos objetivos,
- Resolver
encontrados ou delegando-lhes
conflitos.
objetivos autoridade.
estabelecidos.
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Missão Organizacional: É uma declaração sobre o que a organização é. Define seu
propósito fundamental, a finalidade de sua existência, o motivo pela qual foi criada. Diz
sobre onde ela está. Missão é a identidade da empresa.
Visão Organizacional: Representa um estado futuro para a organização, o que esta deseja
alcançar. Ao determinar a visão, devemos ter em mente como queremos que esta empresa
seja vista e reconhecida, ¬ onde queremos colocá-la. Diz respeito aonde a empresa deseja
chegar.
Humanos
Materiais
Equipamento financeiros
Tipos de Objetivos
Exemplo: Defini como objetivo fazer 100 cadeiras. Se sou eficaz, cumpro os objetivos
definidos.
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Exemplo: Quando faço as 100 cadeiras mais depressa ou com menos recursos, atingindo
a mesma qualidade.
Instrumentos de Gestão
Conceito de autoridade
Delegação
De funções/poderes
De competências/atribuições
De tarefas
A delegação dos ECG (Enfermeiros de Cuidados Gerais) situa-se ao nível das tarefas
- Implica uma apreciação sobre a situação, por isso não é possível que o Enfermeiro
delegue ao assistente operacional, por exemplo, tarefas específicas que é suposto que ele
próprio realize.
A delegação de tarefas por parte do ECG não pretende substituir mais ASSISTIR o
enfermeiro!
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O enfermeiro só pode delegar tarefas em quem tenha a preparação necessária para
as executar;
Ao delegar uma tarefa o enfermeiro é responsável pela delegação que efetuou.
A tarefa certa
A circunstância certa
A pessoa certa
A orientação e comunicação certa
A supervisão certa
Supervisão
Níveis de supervisão
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Necessária porque os cuidados acabam por se tornar muito fragmentados,
provocando ao cliente grande transtorno e perda de tempo – se não houver
coordenação e articulação os cuidados são fragmentados.
- Podem ser:
Intrainstitucional
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Assegurar uma adequada organização de cuidados entre 2 ou mais profissionais;
Assegurar que a prestação de cuidados é realizada de modo integrado e por
profissionais que trabalham em equipa;
Assegurar a utilização adequada dos recursos existentes no SS.
Potencial para estar mais próximo do cliente e de ser reconhecido por ele.
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Formação adequada ao papel;
Reconhecimento dos clientes.
QUESTÕES ORIENTADORAS
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Métodos de organização dos cuidados de enfermagem
Um enfermeiro para
vários clientes alvo
Exemplo: Instituições
hospitalares
Vários enfermeiros
para dar resposta a
vários clientes
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O tipo de resultados que se valoriza e se pretende atingir.
Quando escolho um método de trabalho, este tem de ser coerente com a filosofia do
meu trabalho e com os objetivos que pretendo atingir, tendo em conta os resultados
que pretendo alcançar.
Objetivos
Tornar o trabalho dos enfermeiros mais fácil, seguro e organizado;
Diminuir a perda de tempo e recursos - gestão da quantidade de enfermeiros
necessários num serviço tendo em conta as horas de cuidados prestados
necessárias;
Clarificar quem faz o quê, como e qual o seu nível de responsabilidade - saber
qual o meu papel em cada turno;
Assegurar que são assegurados os cuidados aos clientes em tempo útil, com
continuidade e qualidade - salvaguardar, com a minha metodologia, que há
continuidade dos cuidados (boa transmissão da informação) e boa qualidade dos
cuidados (boa gestão dos recursos).
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Grau de dependência dos utentes - que influencia a intensidade dos cuidados
necessária;
Quantidade de Recursos humanos
Competência, experiência, autonomia dos RH - tornar as equipas equilibradas:
membros mais jovens e membros mais experientes (elementos de suporte) -
Mistura de competências
Recursos materiais
Características do Enfermeiro Gestor - adequados à prestação de serviços
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Elementos de qualidade de um método de organização de cuidados
ELEMENTOS COMPONENTES
- O método possibilita que se atendam
todas as necessidades do doente?
Totalidade dos cuidados
- Possibilita que o mesmo enfermeiro
planeie, execute e avalie os cuidados?
- O método permite identificar o
Imputabilidade
responsável pelos cuidados?
- O método promove a
Continuidade dos cuidados
ininterruptabilidade dos cuidados?
- O método facilita a integração dos
Coordenação cuidados de enfermagem no plano global
de tratamento do doente?
• Individual
CENTRADOS NO CLIENTE • Equipa
• Referência/Método de enfermeiro responsável/Primary Care
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Equipa = Ser considerado um método centrado no doente depende da forma como a
equipa operacionaliza o trabalho em equipa
Não respeita:
VANTAGENS DESVANTAGENS
- Permite prestação de cuidados a um - Dificulta a coordenação e continuidade
maior nº de clientes; dos cuidados;
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- Pode haver maior produção dos - Dificulta a comunicação entre os
enfermeiros e ganhos de eficiência - elementos da equipa;
rentabilização dos recursos - Pouca personalização dos cuidados;
- Deficiências nos registos;
- Dificulta a relação enfermeiro-cliente;
- Dificulta a avaliação dos cuidados;
- O cliente não conhece o “seu”
enfermeiros;
- Trabalho mais rotineiro.
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POTENCIALIDADES LIMITAÇÕES
- Favorece relação com cliente e família - Exige competências mais alargadas dos
- Individualiza e personaliza os cuidados enfermeiros
- Maior possibilidade de observação e - Poderá exigir maior dotação de pessoal
monitorização do estado do cliente - Só há garantia do cliente de manutenção
- O enfermeiro sabe quem é o “seu” do mesmo enfermeiro num turno
enfermeiro no turno
- Promove a responsabilização do
enfermeiro
- Potencia o desenvolvimento de
conhecimentos e capacidades nos
enfermeiros
- Permite a continuidade dos cuidados
- Permite fazer diagnósticos de
enfermagem
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O chefe de equipa avalia as necessidades de cada cliente e distribui o trabalho
coordenando a intervenção de enfermagem
Deve manter-se centrado no cliente e não no método à tarefa!
VANTAGENS DESVANTAGENS
- Permite o desenvolvimento de - Com frequência cai-se no método
capacidades de liderança ao chefe de funcional
equipa - Exige chefes de equipa com capacidade
- Permite um conhecimento aprofundado de liderança, capacidades de dinamização
das capacidades de cada elemento da de grupos e de relações interpessoais
equipa - Requer espírito de equipa
- Facilita a integração de novos elementos
e de enfermeiros menos competentes
Supostamente garante maior respeito por aquilo que é a boa prática do nível da
formalização e individualização dos cuidados.
Método mais exigente.
O enfermeiro responsável ou de referência tem responsabilidade pelo
planeamento, prestação e avaliação de cuidados dos seus doentes desde a
admissão até à alta. é também responsável pelo registos de enfermagem.
Cada enfermeiro de referência é apoiado por enfermeiros “associados” que o
substituem na prestação de cuidados quando não está de serviço orientando-se
pelo plano de cuidados previamente estabelecido pelo enfermeiro de referência.
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Exemplo:
Doente 1
Dependência na Higiene
Risco de Úlceras de Pressão Problemas do cliente
Défice de conhecimento
Intervenções de Enfermagem
1. Intervenção 1
2. Intervenção 2 Frequência da Intervenção
3. Intervenção 3
IMPLICA:
VANTAGENS DESVANTAGENS
- Clientes e famílias podem desenvolver - Poderá exigir mais pessoal
uma maior relação de confiança com o - Difícil de aplicar em serviços com alta
enfermeiro responsável rotatividade de clientes
- Facilita os ensinos cliente/ família - Difícil de aplicar em serviços com
- Facilita o planeamento da alta horários de roulement
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- Globalmente promove cuidados mais - Pode ser mais cansativo para os
centrados nas necessidades dos clientes e enfermeiros de referência se os seus
maior consistência na sua continuidade clientes estão em áreas do serviço muito
afastadas
RESUMINDO
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A Segurança do cliente/ambiente
A segurança em saúde
Os seres humanos, em todos os tipos de trabalhos, cometem erros;
Os erros em saúde podem acarretar consequências gravíssimas para os clientes –
levam a internamentos mais prolongados e a um agravamento da condição de
doença do indivíduo;
Ambientes de cuidados pouco seguros podem ser responsáveis por erros dos
profissionais e danos físicos e psicológicos para os próprios;
Os erros em saúde e os ambientes de cuidados pouco seguros podem acarretar
enormes custos económicos;
Os erros em saúde têm grande impacto mediático: defraudam as expectativas de
rigor dos clientes e a sua confiança nos profissionais.
Alguns relatórios e
estudos importantes
Entre 44.000 e 98.000 vidas perdem-se anualmente em hospitais dos EUA devido
a erros no tratamento de doentes;
O Relatório estima 7000 mortes/ano devido a erros de medicação apenas;
Por extrapolação estima-se que em Portugal existam entre 1330 e 2900 mortes
anualmente devido a erros cometidos por equipas de saúde.
Taxa de incidência de eventos adversos – 11, 1% (que podem ou não ter atingido
o doente);
53, 2% considerados evitáveis;
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60, 3% não causaram dano ou causaram dano mínimo;
Aumento do tempo de internamento em 53, 8% dos doentes (10,7 dias);
A maior parte dos erros é escondida porque as pessoas têm dificuldade em assumir
a culpa e responsabilizar-se pelo erro cometido.
Erro - Falha, não intencional, em realizar uma ação planeada conforme pretendido
ou o uso de um plano incorreto para a sua realização.
Evento adverso - É todo o efeito não desejado que resulta da intervenção dos
cuidados de saúde ou da sua falta, mas não da doença ou do estado do doente.
o Entre Abril de 2009 a Março de 2010 foram reportados no NHS 111 “Never
Events”, em que 57 foram devido a cirurgia realizada no local errado e 41 devido
ao erro do trajeto de sonda naso/orogástrica não detetado antes da sua utilização.
51
- Encadear de acontecimentos não identificáveis:
O Erro
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- Face à inevitabilidade do erro deveriam existir nos sistemas complexos como os da
saúde barreiras de proteção que limitassem os erros
Trajetória do erro
- Em 1990 James Reason propôs o Modelo do Queijo Suíço para explicação dos
acidentes. Este modelo consiste em múltiplas fatias de queijo suíço colocadas lado a
lado como barreiras à ocorrência de erros. Em algumas situações os buracos do
queijo alinham-se permitindo que um erro passe pelas múltiplas barreiras causando
o dano.
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Na realidade existem muitos de buracos no sistema. Os acidentes resultam uma
sucessão de ocorrências que se alinham, abrindo brechas nas diversas defesas para
provocar o acidente final.
Falhas latentes – São erros do sistema que saem da alçada do prestador de cuidados: falta
de manutenção de aparelhos, más instalações, más decisões da gestão. São uma grande
ameaça à segurança pois não são identificáveis tão rapidamente.
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Fatores indutores de erro na prática clínica
55
Os erros em saúde podem ser prevenidos desenhando-se sistemas que
dificultem os profissionais fazerem coisas erradas.
- Interessa perceber que tipos de erros são cometidos para se poderem encontrar medidas
para os prevenir Papel ativo dos enfermeiros no modo como analisam o erro e as suas
causas!
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Sete passos para a segurança do doente
57
3. Identificar os problemas (Brainstorming ou outras técnicas);
4. Explorar o problema identificando as causas (diagrama de causa-efeito) -
Analisar as consequências quer para o cliente quer para o profissional de saúde,
que também é afetado com o erro cometido. Assim, é necessário dar apoio à
pessoa e não apenas culpabiliza-la pelo ocorrido;
5. Identificar medidas para a melhoria da segurança;
6. Implementar, divulgar e monitorizar as medidas
Diagrama de Causa-Efeito
Diagrama de Ishikawa
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Gestão dos Recursos Materiais
Recursos Materiais
São outputs ou fatores produtivos, de natureza física, com determinada
durabilidade, utilizados na realização de procedimentos/atividades assistenciais
aos clientes.
Mas qual o peso dos custos dos materiais nas despesas das organizações de saúde?
Custos Materiais
Os materiais representam 30 a 45% de despesa das organizações de saúde
o Custos do valor da encomenda;
o Custo de encomenda;
o Custos de posse ou stockagem:
Custos capital imobilizado
Custos de armazenagem
Custos de obsolescência, deterioração ou quebra
Custos de rutura
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Diversidade de interesses face aos vários intervenientes
60
Analisam as propostas de acordo com os critérios definidos: durabilidade,
facilidade de utilização, assistência técnica, preço, condições de fornecimento…
Propõe a aquisição…
Funções do enfermeiro:
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Desvia os profissionais de saúde das suas verdadeiras funções (a prestação de
cuidados de saúde);
Previsão é muitas vezes feita com base numa estimativa;
Promove acumulação de materiais nos serviços;
Maior possibilidade de desvios e deterioração;
Obriga a conferências do material e deslocamento de pessoal.
Sistema de troca de carros - Existe um carro com o material mais utilizado. Em dias
determinados o funcionário troca o carro que está no serviço por um carro novo cheio de
material de acordo com o estabelecido para cada serviço
Método de dupla caixa ou de troca de vazio por cheio (Kanban) – Define-se a lotação
máxima. No local há 2 caixas com o mesmo material com etiquetas amovíveis. Retira-se
1º o material de uma. Quando se retira o último produto retira-se a etiqueta que se coloca
na porta do armário O material é reposto pelo funcionário do aprovisionamento.
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O Kanban Virtual
Vantagens:
3. ORGANIZAÇÃO
Organizar e arrumar o material em locais adequados considerando as suas
caraterísticas e validade;
Arrumar em áreas centrais economizando tempo e energia;
Identificar de forma visível e devidamente o material;
Ter em atenção localização de produtos semelhantes ou perigosos – segurança dos
doentes e pessoal;
Evitar riscos de contaminação (poeira, humidade, luz, etc.)
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Qual é o espaço necessário para guardar adequadamente os diferentes tipos de
material?
Qual é a frequência de utilização do material?
Qual o tipo de instalação mais adequada para o armazenamento do material?
Quais as dificuldades de armazenamento de determinado material com outros
materiais devido à sua incompatibilidade?
4. CONTROLO E MANUTENÇÃO
Objetivos:
Um bom controlo:
Facilita a previsão;
Diminui os extravios;
Dá indicações da qualidade do material.
Manutenção:
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Formação das equipas de saúde para o manuseamento adequado dos materiais
e equipamentos utilizados nas unidades de saúde, melhorando o aproveitamento
desses e garantindo a segurança para os clientes e equipa de enfermagem
minimizando os custos envolvidos;
Todos os enfermeiros são responsáveis pelos materiais que utilizam;
Devem ser utilizados de acordo com as instruções e especificações do fabricante
e para o efeito indicado;
Devem ser utilizados de forma parcimoniosa – gastar só o que é necessário,
aproveitar o que sobra, se possível;
Desviar material é um desvio de um bem necessário ao tratamento de uma pessoa,
aumenta os custos para todos (organização, serviço, individual e coletivo-
impostos) e é um crime sancionável.
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Unidade Temática 4
Enquadramento
Leader = Guia - pessoa que reconhecimentos como fonte influenciadora que nos leva,
voluntariamente, a avançar por um determinado caminho, com um certo objetivo:
Líderes formais - aqueles que têm autoridade para, de alguma forma, dirigir as pessoas.
Líderes informais - aqueles que são reconhecimentos pelos outros como experiente e
competente o suficiente para ser líder, mais até, por vezes, do que o próprio chefe (gestor
do serviço).
Chefe e gestor - têm sempre papel de gestão, podendo não ter papel de liderança
Enfermeira sempre foi vista como uma profissão de subserviência (para com os
médicos ou instituição de saúde), nunca tendo os enfermeiros sido treinados para
liderar e chefiar.
A pessoa pode nascer já com as capacidades inatas que as levarão a ter aptidão
para liderar e motivar as pessoas, sabendo orienta-las de modo eficaz.
66
No entanto, estas competências também podem ser desenvolvidas (através de
formações, por exemplo), e do trabalho e aperfeiçoamento das mesmas.
1. Necessidade de acreditar que é possível desenvolver competências de líder -
acreditar nas CAPACIDADES individuais e próprias.
2. Envolver-se nesse processo de desenvolvimento de competências.
Conceito de Liderança
- Liderança dirige-se, geralmente, a um coletivo (um grupo).
Hersey & Blanchard (1969) - A liderança ocorre sempre quando alguém procura
influenciar o comportamento de um individuo ou de um grupo, qualquer que seja a
finalidade.
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- O poder é o controlo das pessoas para influenciar estratégias ou processos considerados
nucleares.
Líder que tem autoridade para prescrever determinado tipo de objetivos PODE
SER DIFERENTE de Indivíduo que tem papel formal dentro da instituição -
porque o PODER de determinado indivíduo é prescrito pelos outros e através do
seu reconhecimento. Exemplo: reconhecimento da pessoa mais velha do serviço -
reconhecimento de poder ainda que não tenha um papel formal de autoridade.
LIDERANÇA FORMAL
Nomeação
Autoridade
Representa um cargo formal
Podem ser, ou não, reconhecidos pelos colegas e pelo grupo como líder e como
tendo poder;
Pode não apresentar competências de liderança
LIDERANÇA INFORMAL
Características do Líder
Planear
Coordenar
Organizar
Influenciar
Controlar
Desenvolver objetivos
Fazer previsões
Analisar problemas
Tomar decisões
Formular e/ou apoiar políticas internas da organização
Determinar atividades necessárias para alcançar objetivos
ESTILO CONSEQUÊNCIAS
AUTORITÁRIO - Ênfase no líder O trabalho da equipa só
“Os indivíduos são - O líder fixa as se desenvolve na
preguiçosos”, pelo que têm diretrizes, sem presença física do líder
de ser controlados para qualquer participação O grupo revela uma
trabalhar; Não querem da equipa; grande tensão,
assumir responsabilidades e - O líder determina o frustração,
não se motivam face ao que fazer, como agressividade, ausência
trabalho – teoria X Mc fazer, quando fazer, de espontaneidade e
Gregor Imagem mais etc. iniciativa.
negativa em relação ao - O líder determina Não estimula a
homem médio (às pessoas) qual a tarefa que cada criatividade e o
um deve executar; desenvolvimento da
- O líder é dominador equipa
e elogia/critica A equipa não revela
individualmente o satisfação em relação à
trabalho de cada tarefa
subordinado. Na ausência do líder, a
equipa pouco produz e
há uma tendência para a
indisciplina
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DEMOCRÁTICO - Ênfase no líder e Há o desenvolvimento
“Os indivíduos são no colaborador de um bom
responsáveis”, pelo que não - As diretrizes são relacionamento entre os
devem ser controlados, debatidas e decididas membros da equipa;
para que sintam que a pela equipa; O líder e os
empresa confia neles, - O papel do líder é o subordinados
aceitando as suas de assistir e estimular desenvolvem
responsabilidades e estando e não de se impor; comunicações
motivados para fazerem o - É a equipa que espontâneas e cordiais;
máximo – teoria Y Mc define as estratégias Desenvolve-se um
Gregor Imagem mais para atingir os ritmo de trabalho
positiva em relação às objetivos, solicita progressivo e seguro
pessoas aconselhamento ao mesmo que o líder se
líder quando ausente; Há um maior
necessário; aproveitamento das
- As tarefas ganham potencialidades de cada
uma nova dimensão à membro;
medida que se Estimula-se a procura
sucedem os debates. de soluções criativas;
O líder é um apoio; Os elementos da equipa
- É o grupo que revelam um clima geral
decide sobre a de satisfação.
divisão das tarefas;
- O líder é objetivo e
quando critica/elogia
limita-se aos factos;
- Tem um olhar
positivo sobre os
outros - acredita que
as pessoas fazem um
bom trabalho sem
precisarem de serem
controladas. Confia
na equipa.
LIBERAL - Ênfase no Baixa produtividade da
O líder liberal ou laissez- colaborador equipa apesar dos
faire (“deixar andar”) não - Os elementos da membros terem uma
está envolvido no trabalho equipa têm liberdade atividade intensa;
da equipa, deixa que os completa para tomar O objetivo não é claro e
colaboradores tomem as decisões; fica em segundo plano;
suas próprias decisões - Participação do As tarefas
Chefes que estão muito líder é limitada, desenvolvem-se ao
pouco presentes esclarecendo apenas acaso, com oscilações e
quem pode fornecer ocorrem muitas
70
informações à discussões pessoais que
equipa; resultam numa perda de
- É a equipa que tempo;
decide sobre a Verifica-se um certo
divisão das tarefas, individualismo e pouco
sem a participação do respeito pelo líder.
líder;
- O líder não regula
nem avalia o que se
passa na equipa;
- O líder apenas faz
alguns comentários
irregulares sobre a
atividade da equipa,
quando questionado;
- Nos primeiros
momentos parecem
muito bons -
"porreiros", deixam
os outros decidir;
- A própria equipa
pode acabar por
escolher outro líder,
após algum tempo
Liderança Eficaz
Liderança Eficaz assegura que o “trabalho” seja realizado e que o líder e a sua equipa
se sintam bem com isso. Pressupões que não ocorram incongruências!
Ao contexto envolvente
Às necessidades de desempenho de cada colaborador / equipa.
71
adaptação às contingências específicas das variáveis situacionais, em que uma das
mais pertinentes é o Nível de Maturidade do Colaborador.
Maturidade
Nível de Maturidade:
E1 - DIRIGIR
72
E2 - PERSUADIR
E3 - PARTICIPAR
E4 - DELEGAR
SÍNTESE
A liderança não é um atributo, pode ser aprendida!
O processo de liderança/líder varia consoante a situação/contexto/grupo
(liderança situacional/contingencial).
Estilos de liderança: autoritário, democrático e liberal.
A equipa sujeita a um estilo de liderança autocrático é a que produz maior
quantidade de trabalho (num tempo limitado).
Mas o que apresenta uma maior qualidade no trabalho é a equipa com uma
liderança democrática.
A equipa com uma liderança liberal é a mais ineficaz.
A liderança individual faz-se por ajustamento à maturidade (capacidade,
motivação, personalidade, copings) do colaborador (E1/M1; E2/M2; E3/M3;
E4/M4).
Uma liderança eficaz catapulta o desempenho dos colaboradores!
73
PORQUE É IMPORTANTE A LIDERANÇA EM ENFERMAGEM?
74
Equipas de Saúde
A equipe de saúde
A multiprofissionalidade (conjunto de múltiplas profissões) e
interdisciplinaridade baseiam-se na possibilidade de comunicação não entre
campos profissionais e disciplinares (entidades abstratas) mas entre os sujeitos
que os constroem na prática e que interagem entre si.
o A equipa tem de compreender a diversidade dos seus componentes, as
competências e os saberes dos seus profissionais, e tirar partido disso no
benefício de todos.
o Necessidade de abertura e flexibilidade para trabalhar em conjunto com o
outro.
o A prática não deverá ser apenas multiprofissional, em que num mesmo
contexto trabalham vários profissionais, mas multidisciplinar, em que as
várias disciplinas aprendem das outras, com as outras e sobre as outras.
O trabalho em equipa multidisciplinar exige não só colaboração mas sobretudo
interação e negociação entre os seus membros, visando o desenvolvimento de
capacidades de entrelaçamento multidisciplinar na construção de uma
interdisciplinaridade pensada e executada na práxis de saúde e no cuidado ao ser
humano.
o Conjunto de múltiplas profissões que trabalham em conjunto e se
interligam entre si.
75
o Trabalho de articulação.
o Funcionamento positivo das equipas, em que os seus elementos trabalham
harmoniosamente.
Alguém que
se destaca no
processo de
Manifestação dos liderança
restantes
elementos do
grupo, quando
alguém se destaca
como líder
Já estão definidos os
papéis de cada um
1ª Fase: FORMING
76
2ª Fase: NORMING
4ª Fase: PERFORMING
Construtivo!
Focado na RESOLUÇÃO DO PROBLEMA subjacente ao conflito;
Destrutivo!
Focado na LINGUAGEM DE CONFLITO, na relação interpessoal;
78
• Ocorrem com o próprio indivíduo;
Intrapessoais
• Diálogo interno.
Sinais de conflitos
EXPLICITOS – brigas, zangas, discussões...
79
Assumir duma forma agressiva – EU QUERO GANHAR A QUALQUER
CUSTO
Assumir de forma manipuladora. Desvio das verdadeiras causas – EU
COCHIÇO/ DESVIO AS CAUSAS
Assumir de forma adequada – ESTABELECEMOS UM COMPROMISSO/
VAMOS COLABORAR WIN-WIN
81
NEGOCIAÇÃO - A negociação procura solucionar o conflito de forma que a
solução encontrada seja satisfatória para todos os intervenientes. O seu objetivo
consiste em explorar opções que facilitem soluções construtivas para ambas as
partes envolvidas.
o Ferramenta de gestão de conflitos!
o Negociação direta;
o Negociação assistida por uma terceira pessoa (mediação e conciliação).
Resolução
Escuta Saber
de
ativa comunicar
conflitos
Procura de compromisso e
Negociar colaboração para resolução
positiva do conflito
82
Avaliação do Desempenho (AD)
Enquadramento
Os principais fatores competitivos das organizações são as pessoas (porque são
elas que podem fazer diferença, e não a instituição em si).
Pressupõe-se que quanto mais motivados maior será o índice de produtividade
alcançado.
A avaliação de desempenho é uma medida de gestão de recursos humanos com
consequências na produtividade:
o Quanto mais motivados estiverem os prestadores de cuidados, maior será
a qualidade dos cuidados prestados, o que leva consequentemente a um
maior número de clientes (fornecedores do dinheiro).
Componentes do sistema de AD
- Um sistema de AD integra 3 componentes:
Objetivos
Instrumentos
Procedimentos
Comparações Interindividuais
Comparações Intra-individuais
83
Exemplos: necessidade de formação, feedback do desempenho (o outro refere os aspetos
positivos e os aspetos a melhorar no nosso desempenho profissional), identificação de
pontos fortes e fracos (Exemplo: identificação de inadaptação ao local de trabalho)…
Sistema de Manutenção
84
Abordagem centrada no Comportamento
Exemplo:
Permite:
Mas:
85
Enviesamento da definição de objetivos
Objetivos individuais:
o De realização
o De qualidade
o De aperfeiçoamento
o De desenvolvimento
86
De aperfeiçoamento e desenvolvimento profissional (desenvolvimento na
carreira; progressão de escalões)
Comportamentos profissionais:
Classificação
Objetivos individuais: Superado; Atingido ou Não atingido
87
Comportamentos profissionais: «Comportamento demonstrado a um nível
elevado»; «Comportamento demonstrado»; «Comportamento não demonstrado»
Apenas 5% das pessoas podem ter desempenho excelente - para evitar progressões no
escalão e a necessidade de pagar uma maior quantidade de dinheiro a uma maior
quantidade de pessoas
88
QUESTÕES ORIENTADORAS
89
Unidade Temática 5
Qualidade em Saúde:
É difuso e de difícil definição - Porque o que é qualidade para um pode não ser
para outro:
o As questões da qualidade não são lineares para todos, e por isso não há
uniformização da mesma;
Pode ser encarada de diferentes ângulos consoante os atores (clientes,
profissionais, gestores);
Tem evoluído: do objetivo de uma promoção da melhoria do bem-estar do doente
para uma promoção da melhoria contínua dos resultados de saúde... Integrando a
perspetiva do cliente... Evolui com o conhecimento científico...
Tem múltiplos determinantes (Performance técnica, recursos...);
Tem múltiplas dimensões.
Mezomo (2001)
“Cada vez mais a Qualidade se define pelo encontro entre o serviço prestado e a
expectativa dos utentes, não sendo mais a qualidade um standard abstrato mas a
gestão do desejável encontro entre o nível dos serviços e o teor das expectativas
geradas”.
90
Instituto Medicina EUA (2004)
A qualidade em saúde deve ser vista como uma construção coletiva e resultado da
competência individual de cada um.
92
Acreditação e Certificação
Papel que diz "eu reconheço que aquele hospital é muito eficiente".
Acreditação
A acreditação é o processo de reconhecimento de que a organização cumpre
determinados critérios e atinge determinados padrões internacionalmente aceites;
o Identificação dos problemas e deficiências dos hospitais, propondo
alterações que transformem esses pontos fracos em pontos fortes.
É uma avaliação externa, independente, periódica e voluntária;
As normas são um guia e permitem a autoavaliação, o exame das deficiências e a
possibilidade da sua correção;
Não é um licenciamento nem a avaliação de desempenho dos profissionais.
Objetivos da Acreditação:
93
Reforço do Planeamento e da participação. Exemplo: Planos de negócios e de
ação dos serviços; aumento nº de grupos de trabalho e comissões; trabalho de
equipa…
Responsabilização e revisão do desempenho. Exemplo: Av. Do Desempenho;
Auditoria clínica…
Gestão do risco clínico (Relacionado com a prestação de cuidados à pessoa, ou
seja, intervenções) e não clínico (não relacionado com a prestação de cuidados às
pessoas (Exemplo: condições físicas da instituição/hospital)). Exemplo: Registo
de incidentes e acidentes; gestores de risco…
Modelo ACSA - Modelo que atualmente faz a acreditação de todos os hospitais do estado
94
O cidadão, centro do Sistema de Saúde
o Utentes: direitos, satisfação e participação
o Acessibilidade e continuidade na prestação dos cuidados de saúde
o Documentação clínica
Organização da atividade centrada no utente
o Gestão dos processos assistenciais
o Atividades de promoção e programas de saúde
o Direção
Profissionais
o Profissionais, desenvolvimento profissional e formação
Áreas de Suporte
o Estrutura, equipamentos e fornecedores
o Sistemas de informação e tecnologias da informação
o Sistema da qualidade
Resultados
o Resultados chave da organização
Tipos de Indicadores
Estrutura
Processo
Resultados
ESTRUTURA
PROCESSO
Mudanças verificadas no estado de saúde dos utentes que podem ser atribuídas a
um cuidado prévio (que eu prestei) ou mudanças relacionadas com conhecimentos
e comportamentos, bem como a satisfação do utente decorrente dos cuidados que
lhe foram prestados. Estrutura
DONABEDIAN
As relações entre E-P-R
constituem-se como
probabilidades de qualidade que Resultados
Processo
deverão ser confirmadas pela
evidência científica
96
Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem
- Segundo a OE
ENUNCIADOS DESCRITIVOS
ENQUADRAMENTO CONCETUAL
6 categorias - Orientam o trabalho dos
(Aquilo que nos motiva)
enfermeiros
Saúde (melhoria da condição de
saúde dos utentes)
A satisfação do cliente
Pessoa
A promoção da saúde
Ambiente (condições que as
A prevenção das complicações
organizações dão ou não dão para
O bem-estar e o auto cuidado
que os profissionais prestem o seu
A readaptação funcional
trabalho. Exemplo: comunicação;
(quando a doença está instalada)
apoio que a gestão dá ao trabalho
A organização dos cuidados de
dos enfermeiros; relação
enfermagem (Gestão)
multidisciplinar)
Cuidados de enfermagem
Respeito pelas
capacidades e
crenças/valores
Envolvimento da
Empatia/Parceria
família
1. A
Satisfação
dos Clientes
Exemplos de indicadores:
97
Resultados - Taxa de satisfação do cliente/família face ao acolhimento
Optimização do
Promover estilos trabalho adaptativo
de vida saudáveis aos processos de
vida
Fornecer
Identificação das informação
situações de saúde geradora de
da população e dos aprendizagem
recursos do cognitiva e de
cliente/família e novas
comunidade 2. Promoção aprendizagens
da Saúde pelocliente
Exemplos de indicadores:
A referenciação
Prescrição e rigor
das situações
técnico/científico
problemáticas
na implementação
identificadas para
das intervenções
outros
de enfermagem
profissionais
Supervisão das
actividades que
Identificação dos concretizam as
problemas do intervenções de
cliente enfermagem e que
3. Bem-Estar foram delegadas
e pelo enfermeiro
AutoCuidado
Exemplos de indicadores:
O máximo
aproveitamento
dos diferentes Optimização das
Planeamento da recursos da capacidades do
alta dos clientes comunidade cliente e família
de acordo com as para gerir o
necessidades dos regíme
clientes terapêutico
prescrito
Continuidade do Ensino, a
processo de 4. instrução e o
prestação de Readaptação treino do cliente
cuidados de Funcional sobre adaptação
enfermagem individual
Exemplos de indicadores:
Referenciação das
situações
Identificação de
problemáticas
potenciais
identificadas para
problemas
outros
5. Prevenção profissionais
de
Complicações
Exemplos de indicadores:
99
Estrutura - Existência de ajudar técnicas para prevenção de úlceras de pressão
Processo - Percentagem de casos de risco de úlcera de pressão; Percentagem de
casos com avaliação do risco de úlcera de pressão; Taxa de eficácia diagnostica
do risco de úlcera de pressão
Resultados - Taxa de eficácia na prevenção de úlceras por pressão; Ganhos em
conhecimentos para prevenir úlceras de pressão; Ganhos em capacidade para
prevenir UPP
Número de
enfermeiros face
às necessidades
de cuidados de
enfermagem
(Rácios) Metodologias de
Formação
Organização
contínua
Cuidados
6.
Sistema de Organização
Satisfação dos
Registos de dos
enfermeiros
Enfermagem Cuidados de
Enfermagem
Exemplos de indicadores:
QUESTÕES ORIENTADORAS
100
Unidade Temática 6
Organizações de Saúde
Organizações de Saúde:
Hospitais
Centros de Saúde
Unidades de Cuidados Continuados (UCC)
102
- Padronização de
- Autonomia técnica procedimentos/guidelines
- Modelos de boas práticas
- CH
- Hospital (independente)
- ULS
- Centro de Saúde
- ACES
- Gestão burocrática - Gestão por objetivos
- Remuneração por salário - Remuneração por desempenho
- Emprego seguro e estabilidade laboral ?
Mobilidade interna - de acordo com
- Único serviço
necessidades pontuais de serviços
103
Tendência dos Novos Modelos de Gestão Hospitalar
Gestão Profissional
Avaliação do desempenho clínico;
Objetivos precisos Lei nº 27/2002, de 8 de
Mensuração dos resultados Novembro prevê várias
formas jurídicas: SPA;
Produtividade e eficiência
SA; EPE e PPP
Qualidade
EPE e PPP
Empresarialização
ULS – Gestão integrada da unidade hospitalar com os ACES da sua área de influência
geográfica:
ULS Matosinhos;
ULS Covilhã;
ULS Castelo Branco;
ULS Litoral Alentejano;
ULS Norte Alentejano;
ULS Guarda;
ULS Nordeste
104
o Criação de Unidades Funcionais autónomas em que há contratualização de
produção e incentivos afetos à produtividade – USF
o Maior aproximação à população (?)
105