Você está na página 1de 51

GESTÃO EM

SAÚDE
Profa. Gabriela Marcellino M. Lanzoni
Profa. Patricia Klock
Profa. Eliane Regina Pereira do Nascimento
AGENDA
 Definições em administração.
 A gestão em saúde e enfermagem.
 Gestão do cuidado.
 Estratégias/ instrumentos para gestão do cuidado
 Redes de atenção à saúde.
ADMINISTRAÇÃO
GESTÃO
GERÊNCIA
ADMINISTRAÇÃO

A "Administração" é a ciência que trata das funções de


planejar, organizar, dirigir e controlar, essas funções são
desempenhadas por "Gerentes", Diretores, Presidentes etc. de
Organizações. O ato de coordenar estas funções para atingir
os objetivos organizacionais chamamos de "Gestão".
Administração

• Pode ser definido como a ação de administrar um bem ou


administrar em defesa dos interesses daqueles que confiam
o seu patrimônio a alguém (LOPEZ; MARINO, 2010).

5
PROCESSO ADMINISTRATIVO:
1. Planejar

2. Organizar

3. Dirigir/Liderar/Coordenar

4. Controlar/Avaliar/Acompanhar/Monitorar
PLANEJAR
O que é planejar?

 Por que planejar?

 Qual a importância?

 Quais os benefícios do planejamento?


PLANEJAR
 É uma reflexão que precede e comanda a ação;

Considerado o alicerce da atividade institucional, é por intermédio do


planejamento que são estabelecidos os objetivos a serem atingidos e as ações
que serão essenciais para alcançá-los.

 Conjunto de procedimentos que visa à consecução de determinado


propósito.
PLANEJAR
 É importante identificar os problemas e as prioridades de intervenção,
estabelecer as ações que podem solucionar os problemas e determinar quem
são os responsáveis pela execução dessas ações.

 Consiste em decidir com antecedência o que é necessário fazer para


mudar condições que são insatisfatórias no presente e evitar que as
condições que são satisfatórias se deteriorem no futuro.
PLANEJAR
Planejamento é uma diretriz ou guia de orientação e compreende uma
ordenação de ações planejadas e desenvolvidas ao longo do tempo.
Quem Somos? O que queremos ser
O que estamos fazendo? no futuro?
Por quê? Por quê?

Como vamos chegar lá?

Triângulo interativo do planejamento


BENEFÍCIOS DO PLANEJAMENTO

 Abandonar a procrastinação
 Agilizar decisões
 Melhorar a comunicação
 Aumentar a capacidade gerencial para tomar decisões
 Proporcionar uma visão de conjunto
FUTURO DIA-A-DIA

O planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas às


implicações futuras de decisões presentes
Peter Drucker
ORGANIZAR
 O que é organizar?

 Quais elementos estão envolvidos?


ORGANIZAR
 Colocar em prática o que foi planejado
Requer estrutura humana e material visando o alcance das
finalidades da instituição.
A instituição defini de que modo as atividades serão realizadas
e como serão distribuídas entre as área e pessoas.
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL:

É representada por um organograma.

O organograma é um esquema gráfico capaz de demonstrar


formalmente a estrutura de uma organização. É uma
ferramenta de gestão que ajuda a estabelecer a estrutura
organizacional, definindo funções, grupos de trabalho e até
os principais projetos que transitam pela instituição.
http://www2.ebserh.gov.br/web/hu-ufsc/organograma
http://www2.ebserh.gov.br/web/hu-ufsc/organograma
http://www2.ebserh.gov.br/web/hu-ufsc/organograma
DIRIGIR
 O que é dirigir/executar?

 Quais elementos estão envolvidos?


DIRIGIR
É uma das principais funções administrativas
 Significa orientar, liderar, e implementar os esforços necessários
para a obtenção dos resultados.
DIRIGIR
Se vincula a liderar, isto é, a capacidade de influenciar as pessoas
a fazerem aquilo que devem fazer.
Envolve comunicação e motivação, tendo em vista que não basta
apresentar o que deve ser feito mas influenciar os colaboradores
positivamente.
CONTROLAR / AVALIAR / ACOMPANHAR /
MONITORAR
 O que é avaliar/controlar/mensurar?

Para que avaliar?


CONTROLAR / AVALIAR / ACOMPANHAR /
MONITORAR
Monitorar, verificar e avaliar os resultados em relação aos planos.
E, subsidiar o replanejamento.
Gestão

• Significa executar, obter sucesso com meios


adequados. A gestão é um meio pelo qual se
consegue os objetivos propostos.
• Gestão é lançar mão das funções e
conhecimentos necessários para, por
intermédio de pessoas, atingir os objetivos de
uma organização de forma eficiente e eficaz

DAFT (2010)
25
Gestão
• A função da gestão é a otimização do
funcionamento das organizações através da
tomada de decisões fundamentadas na coleta
de informações que sejam consideradas de
relevância, e assim, contribuir para o
seu desenvolvimento.

DAFT (2010)
26
Gerência

• É a realização de objetivos organizacionais de


uma maneira eficiente através do
planejamento, organização, condução e
controle dos recursos organizacionais.

DAFT (2010)
27
Gerência
A gerência é o componente essencial para transformar os
modelos assistenciais no setor saúde, no qual o gerente
assume o papel de articulador das relações entre as
pessoas, estruturas, tecnologias, metas, comunidade e
usuários dos serviços, pois acredita-se que somente por
meio do instrumento da gerência é que se poderá obter
eficácia nos serviços de saúde.
Gerência
• Um gerente costuma cumprir quatro funções
simultâneas:
– planejamento -é estabelecido um plano com os meios
necessários para cumprir os objetivos,
– Organização- determinar como pretende colocar o plano
em prática.
– direção -que se relaciona com a motivação, a liderança e a
atuação.
– Controle -o seu propósito é medir, qualitativa e
quantitativamente, a execução dos planos e o seu êxito).

DAFT (2010)
29
GESTÃO NO CONTEXTO DO SUS
Gestão ou Gerência?
• No contexto do SUS, os termos gestão e gerência
estão definidos na NOB/SUS 96:
– Gestão: direção de um sistema de saúde municipal,
estadual ou nacional, mediante o exercício de funções de
coordenação, articulação, negociação, planejamento,
acompanhamento, controle, avaliação e auditoria,
desenvolvimento e apropriação de ciência e tecnologia.
São considerados gestores do SUS os Secretários
Municipais e Estaduais de Saúde e o Ministro da Saúde.
– Gerência: administração de uma unidade ou um órgão de
saúde (unidade básica de saúde, hospital, UPA .....), que se
caracteriza como um prestador de serviços do SUS (BRASIL,
1997). 31
Administração/Gerenciamento/
Gestão em Enfermagem

Quando começa a se pensar em


Administração/Gerenciamento/
Gestão em Enfermagem?

32
Administração/Gerenciamento/
Gestão em Enfermagem

• A Enfermagem Moderna surgiu com Florence Nightingale, na


Inglaterra, durante a segunda metade do século XIX.

• Nesse período, a enfermagem institucionalizou-se como área


específica de trabalho. Inicialmente, tal institucionalização ocorreu
em função da necessidade de organizar os hospitais militares para
o cuidado do soldado no transcorrer da Guerra da Criméia.

33
Administração/Gerenciamento/
Gestão em Enfermagem

• O trabalho de enfermagem, como uma prática institucionalizada,


organizou-se em três direções:
– organização do cuidado do doente, por meio da sistematização das
técnicas de enfermagem;
– organização do ambiente terapêutico, a partir de mecanismos de
purificação do ar, limpeza e higiene; e,
– organização dos agentes de enfermagem, por meio de treinamentos e do
emprego de técnicas disciplinares.

34
Administração/Gerenciamento/
Gestão em Enfermagem

• Com base nessa lógica, ocorreu a divisão técnica e social do trabalho da


enfermagem, em que foram definidas duas categorias profissionais
diferentes:
– Lady nurses: responsáveis pelas atividades de supervisão e ensino de
enfermagem,
– Nurses: pertencentes a uma classe social inferior em relação às primeiras e
responsáveis pela realização do cuidado em si.
• Assim, configura-se a divisão técnica e social do trabalho de
enfermagem e a separação entre a concepção e execução das
atividades de cuidado (ALMEIDA; ROCHA, 1997; GOMES et al., 1997).
35
Administração/Gerenciamento/
Gestão em Enfermagem

TRABALHO DO ENFERMEIRO

Cuidar ou Administrar ou Educar Pesquisar


assistir gerenciar

36
FELLI; PEDUZZI (2005); MISHIMA et al. 1997
Gerência do cuidado

• O termo gerência do cuidado de enfermagem compreende a


articulação entre as esferas gerencial e assistencial que compõem o
trabalho do enfermeiro nos mais diversos cenários de atuação.
• Tem sido utilizado para caracterizar, principalmente, as atividades dos
enfermeiros visando à realização de melhores práticas de cuidado nos
serviços de saúde e enfermagem por meio do planejamento das ações
de cuidado, da previsão e provisão de recursos necessários para
assistência e da potencialização das interações entre os profissionais
da equipe de saúde visando uma atuação mais articulada (SANTOS et
al., 2013).
37
Gerência do cuidado

“As organizações têm exigido que o enfermeiro assuma cargo de


gerência sob a argumentação de que esse profissional, além de
possuir conhecimentos relativos à prestação do cuidado ao cliente,
possui capacitação na área administrativa e se relaciona de
maneira satisfatória com os demais membros da equipe de
saúde”.
ENFERMEIRO

Realização da
assistência

Planejamento das ações Previsão e provisão


de cuidado de recursos
Gerência do
Capacitação da equipe cuidado Educação em saúde
de enfermagem com os usuários

Articulação das ações da


equipe de saúde

Melhores práticas
Excelência do cuidado
39
Gerência do cuidado

• Entretanto, muitos enfermeiros ainda consideram gerenciar e cuidar


como atividades dicotômicas e incompatíveis em sua realização e
estabelecem uma diferença entre cuidado direto e cuidado indireto,
valorizando e entendendo como cuidado somente aquilo que depende
de sua ação direta junto ao paciente (SANTOS et al., 2013).

40
GESTÃO DO CUIDADO
 Quais os instrumentos e ferramentas que dispomos?

-Escalas diárias/ mensais/ férias


-Gestão de pessoas e supervisão
-Sistema de classificação do grau de dependência do paciente
-Processo de enfermagem
GESTÃO DO CUIDADO
 Quantidade X qualidade na assistência direta
paciente
-Número de profissionais e perfis para o trabalho em equipe
- Expertise dos profissionais da equipe
- Experiência dos profissionais da equipe

-Número de pacientes e seu grau de dependência


-Grau de especificidade dos cuidados
-Nível de consciência e grau de instrução (orientações)
serviço profissionais
GESTÃO DO CUIDADO
 Quantidade X qualidade na assistência direta
-Planejamento para o cuidado direto

-Execução do cuidado e registro


Processo de
enfermagem
Avaliação das intervenções e respostas do paciente

Metas para a equipe de trabalho


GESTÃO DO CUIDADO

 Processo de enfermagem
-Fonte de informação para equipe:
-Continuidade do cuidado
-Fonte de informação para gestão:
CCIH, NUSEP, Indicadores de pessoas e consumo de
materiais.

Relação direta com a “produção” dos enfermeiros


REDES DE ATENÇÃO
DEFINIÇÕES DE REDES
 São arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes
densidades tecnológicas que, integradas por meio de sistemas de apoio técnico,
logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado (Ministério da
Saúde, 2010 – portaria nº 4.279, de 30/12/2010)

 Conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade


crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde;
(Decreto 7508, de 28/05/2012)
Regulação
Informação

Promoção e Vigilância
Qualificação/educação

Rede Cegonha

Rede de Atenção
Atenção Básica

Psicossocial
Rede de Atenção a
Urgência e Emergência

Rede de Atenção
Doenças crônicas
REDES PRIORITÁRIAS DO MS

Rede de Atenção a
pessoa com Deficiência
DISPOSITIVOS ASSISTENCIAIS
Unidade Básica de Saúde
Centros de Convivência
Núcleo de Atenção em Saúde da família (Apoio)
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)
Atendimento na Residência
Enfermarias especializadas
Serviço Hospitalar de Referência
Policlínicas
Unidades de Pronto Atendimento
Sistema de Atendimento Pré-Hospitalar
REFERÊNCIAS
1. MENDES; EV. Redes de atenção à saúde. Ciencia & Saúde Coletiva, 2010. 15 (5): 2297-2305
2. MENDES; EV. As redes de atenção a saúde. Brasilia: OPAS, 2011
3. CARVALHO; G et al. Redes de Atenção a saúde no SUS o pacto pela saúde e redes regionalizadas de ações e serviços de
saúde. Campinas: Saberes Editora, 2011.
4. BRASIL. Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011. Regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor
sobre a organização do Sistema Único de Saúde – SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação
interfederativa, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 29 jun.2011.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/ decreto/D7508.htm>. Acesso em: 19 jan.
2015.
5. _____; Ministério da Saúde. Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010. Estabelece diretrizes para a organização da
Rede de Atenção à saúde no âmbito do sistema único de saúde. Diário Oficial [da]República Federativa do Brasil. Brasília, DF,
30 dez. 2010. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis /gm/2010/prt4279_30_12_2010.html>. Acesso
em: 19 jan. 2015.
6. _____. Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento
ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de
Saúde (SUS). Disponível em <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt 3088_23_12_2011_rep.html>.
Acesso em: 19 jan. 2015.SILVA, S. F.; MAGALHÃES 7. SILVA, S. F; MAGALHAES JUNIOR, H. M. Redes de atenção à saúde:
importância e conceitos. In: SILVA, S.F. (Org.). Redes de Atenção à Saúde: desafios da regionalização no SUS. 2. ed.
Campinas, SP: Saberes Editora, 2013.
REFERÊNCIAS
CAMPOS, Claudilene Vitor; SANTOS, Leila das Graças Siqueira. A percepção do
enfermeiro sobre o seu papel no gerenciamento de custos hospitalares. Rev. Min.
Enferm., v. 12, n. 2, p. 249-256, 2008.
CONCEIÇÃO, Leticia Aparecida et al. Comunicação Organizacional: Com ênfase na
equipe de saúde. Rev Saúde Foco [Internet], v. 11, p. 424-430, 2019.
RODRIGUES, Welligton Pereira et al. A importância do enfermeiro gestor nas
instituições de saúde. Rev Saúde Foco [Internet], v. 14, 2019.
SANTOS, Beatriz Aparecida et al. O papel do enfermeiro gestor na atenção
primária de saúde. Rev Saúde Foco, v. 10, 2018.
SOARES, Mirelle Inácio et al. Saberes gerenciais do enfermeiro no contexto
hospitalar. Rev. Bras. Enferm., v. 69, p. 676-683, 2016.

Você também pode gostar