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CAMPINAS
2006
i
MARIA DAS GRAÇAS DA COSTA FERREIRA NERI
CAMPINAS
2006
iii
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA
BIBLIOTECA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP
Bibliotecário: Sandra Lúcia Pereira – CRB-8ª / 6044
Título em inglês: Application of the system ABC in the production and use of
hemocomponents
Keywords: • Hemotherapy
• ABC
• Haemocomponents
iv
v
Dedico esse trabalho
aos meus pais e ao meu irmão João Neri,
que me ajudaram e muito a superar
mais este obstáculo em minha vida.
vii
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiro a Deus pela vida, pelas coisas boas e pelas ruins também,
pois sempre se aprende com tudo.
Agradeço a minha família, à minha mãe, D. Tiquinha, por ter me deixado vir
morar longe, me permitindo crescer como pessoa. A meu pai, Sr. Neri por me dar apoio,
tanto emocional, quanto financeiro. A meus irmãos, Zezinho e Tadeu, por estarem sempre
me ajudando e me dizendo sempre:" você consegue!". Ao meu querido irmão (meu anjo da
guarda) João, por ter me apoiado, em todos os sentidos.
Agradeço a meus padrinhos de batismo Paulo e Dirce pelo amor e carinho que
sempre tiveram por mim.
Agradeço a todos os meus amigos. Não vou citar todos os nomes, pois, graças a
Deus, eles são muitos e, se eu for escrever o nome de todos, vou gastar umas 50 páginas só
com seus nomes. Mas muito obrigada a todos pela ajuda que me deram nas horas que eu
mais precisei.
Quero agradecer a Dra Joyce pela força e por ter acreditado em mim, dando-me
essa oportunidade de fazer mestrado.
E não posso esquecer das pessoas que fizeram esse trabalho se tornar uma
dissertação de mestrado, a todos os funcionários do Hemocentro, que eu entrevistei, que
aperriei pedindo dados, muto obrigada.
ix
" Senhor meu Deus,
Vós que tornaste fecunda a língua das crianças,
tornai erudita a minha língua e
espalhai sobre os meus lábios a vossa bênção.
Concede-me a acuracidade para entender,
a capacidade de reter,
a sutileza de relevar,
a facilidade de aprender,
a graça abundante de falar e de escrever.
Ensina-me a começar,
rege-me a continuar e perseverar até o término.
Vós que sois verdadeiro Deus e
verdadeiro homem,
que vive e reina
pelos séculos dos séculos.
Amém".
xi
SUMÁRIO
Pág.
RESUMO............................................................................................................. xxiii
ABSTRACT........................................................................................................ xxvii
1- INTRODUÇÃO........................................................................................ 31
Método de custeio pleno................................................................................... 36
-Vantagens.......................................................................................................... 37
-Desvantagens..................................................................................................... 37
Método de custeio por absorção.................................................................. 38
-Vantagens.......................................................................................................... 42
-Desvantagens..................................................................................................... 43
Método de custeio direto.................................................................................. 43
-Vantagens.......................................................................................................... 44
-Desvantagens..................................................................................................... 45
Método de custeio variável............................................................................. 46
-Vantagens.......................................................................................................... 48
-Desvantagens..................................................................................................... 48
Método de custeio ABC (Activity-Based Costing)...................................... 49
-Histórico.............................................................................................................. 49
-Objetos de custos................................................................................................. 53
-Direcionadores de custos............................................................................................... 53
-Atividades........................................................................................................ 55
-Vantagens.......................................................................................................... 55
-Desvantagens..................................................................................................... 56
xiii
Etapas de implantação do método ABC........................................................ 57
ABC em hospitais............................................................................................... 60
A hemoterapia................................................................................................ 63
-História............................................................................................................ 63
Importância da Hemoterapia........................................................................ 66
-Sangue Total (ST)........................................................................................... 68
-Plasma Comum (PC)...................................................................................... 68
-Concentrado de Hemácias (CH)................................................................ 69
-Concentrado de hemácias lavadas.............................................................. 69
-Concentrado de Plaquetas (CP)................................................................. 69
-Plasma Fresco Congelado (PFC).................................................................... 69
-Crioprecipitado (CRIO).................................................................................. 70
-Albumina humana........................................................................................... 70
4- OBJETIVOS................................................................................................... 71
5- MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................... 75
6- RESULTADOS.............................................................................................. 83
7- DISCUSSÃO................................................................................................... 99
Método absorção............................................................................................ 101
Método ABC................................................................................................... 102
8- CONCLUSÕES.............................................................................................. 109
9- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................... 113
xv
LISTA DE ABREVIATURAS
CD Custo Direto
CG Custo Geral
CP Concentrado de plaquetas
CRIO Crioprecipitado
CS Ciclo do sangue
DC Direcionadores de Custos
M Material
O Outros
P Pessoal
xvii
R Resíduos
ST Sangue total
xix
LISTA DE TABELAS
Pág.
Discriminação dos custos de recursos por atividade por mês -
Tabela 1
valores em R$.................................................................................. 89
Direcionadores de custos determinados para cada atividade do
Tabela 2 ciclo do sangue e a quantidade de cada uma deles desenvolvidas a
cada mês........................................................................................... 90
Custo unitário de cada atividade empregando o método ABC
Tabela 3
em R$............................................................................................... 91
Valores produzidos pelas atividades, empregando-se o método
Tabela 4
atual (ABSORÇÃO) - valores em R$.............................................. 92
Comparação entre os valores obtidos pelos métodos ABC e
Tabela 5 ABSORÇÃO sem a atividade de Transfusão com aqueles
ressarcidos pelo SUS - valores em (R$).......................................... 93
Comparação da diferença entre ABC x SUS sem a atividade de
Tabela 5A
Transfusão - valores em (R$).......................................................... 94
Comparação da diferença entre ABSORÇÃO x SUS sem a
Tabela 5B
atividade de Transfusão - valores em (R$)...................................... 95
Comparação entre os valores obtidos pelos métodos ABC e
Tabela 6 ABSORÇÃO com aqueles de ressarcimento do SUS - valores
unitários em R$................................................................................ 96
Comparação da diferença de valores em Reais (R$)
Tabela 6A
ABC x SUS...................................................................................... 97
Comparação da diferença de valores em Reais (R$)
Tabela 6B
ABSORÇÃO x SUS........................................................................ 98
xxi
RESUMO
xxiii
Os serviços hospitalares, embora constituam uma das áreas que mais se modernizaram
tecnicamente no último século, ainda u t i l i z a m métodos contábeis tradicionais que não
atendem mais às características das empresas modernas, tornado seus serviços ineficiente,
limitados ou caros. É urgente e fundamental uma imediata e profunda reestruturação da
metodologia aplicada ao reconhecimento dos custos relacionados à Saúde, principalmente no
Brasil onde a situação é crítica, a fim de que se possa fazer a correta aplicação dos recursos
tão limitados e destinados a essa área. O presente trabalho avaliou a aplicabilidade e as
vantagens do sistema de custeio baseado em atividades (ABC) no processo de produção de
hemocompoentes no Hemocentro da UNICAMP. Na comparação dos valores encontrados
com o método ABC com aqueles que o Sistema Único de Saúde (SUS) ressarce a
instituição e com os valores obtidos aplicando-se a metodologia empregada atualmente
(Absorção), observou-se um déficit para o Hemocentro de R$14,80 por unidade de sangue
total processada até a transfusão dos hemocomponentes. Acredita-se que, a partir deste
trabalho, a noção exata dos valores dos hemocomponentes permitirá aos gestores da área da
Saúde empregar de modo correto e preciso os recursos que lhe são destinados, e também,
servirá como incentivo a novos estudos com padronização da metodologia em diferentes
instituições públicas e privadas para cálculo dos custos, permitindo ao Governo Federal
utilizar os resultados na definição dos reajustes dos valores de ressarcimento do SUS.
Resumo
xxv
ABSTRACT
xxvii
The hospital services, although they constitute one of the more technically modernized
areas in the last century, still use traditional accounting methods that don't assist more to
the characteristics of the modern organizations, doing their services inefficient,
limited or expensive. It is urgent and fundamental an immediate and deep restructuring of
the applied methodology to the recognition of the costs related to the Health,
mainly in Brazil where the situation is critical, so that it can be possible to make the correct
application of so limited resources destined to that area. The present work evaluated the
applicability and the advantages of the activity-based costs system (ABC) in the process of
production of hemocomponents in the HEMOCAMP of the UNICAMP. In the comparison
of the values found with the method ABC with those that the Unique System of Health
(Sistema Único de Saúde - SUS) reimburses the institution and with the obtained values
being applied the methodology used now (Absorption), a deficit was observed for
HEMOCAMP of R$14,80 by unit of total blood processed to the transfusion of the
hemocomponents. It is believed that, starting from this work, the exact notion of the values
of the hemocomponents will allow to the managers of the area of the Health to use in a
correct and distinct way the resources that are destined to they, and also, it will serve as
incentive to new studies with standardization of the methodology in different public and
private institutions for calculation of the costs, allowing to the Federal Government to use
the results in the definition of the readjustments of the values of reimbursement of SUS.
Abstract
xxix
1- INTRODUÇÃO
31
O ambiente de competitividade global, que exige alta qualidade e preços
reduzidos, tem levado as empresas a repensarem seus sistemas de custeio, que passam a
desempenhar papel fundamental no processo de gestão. A informação de custo,
anteriormente focada no fornecimento do custo do produto, passa a atender outras
exigências, por exemplo, a de fornecer informações sobre custos dos processos e das
melhorias, objetivando a otimização no uso de recursos (GONÇALVES et al., 1998).
Neste ambiente competitivo, percebe-se que uma das áreas que mais precisa se
modernizar, principalmente no Brasil, é a hospitalar, que ainda se u t i l i z a de métodos
contábeis tradicionais que não levam ao efetivo conhecimento de seus custos.
Grande parte das organizações de saúde não faz uso de nenhum sistema de custos que
Introdução
33
oriente e ofereça parâmetros para suas decisões administrativas, controle de
atividades e investimentos (ABBAS, 2001).
Nos últimos 50 anos, o avanço da tecnologia foi brutal. A cada dia surgem novas
técnicas de diagnóstico que podem identificar problemas que antes permaneciam
ocultos e os profissionais de saúde tornam-se cada vez mais especializados.
Novas terapias de cura, novas técnicas cirúrgicas que prolongam a vida dos pacientes,
também surgem a cada dia (ABBAS et. al., 2002).
Para MARTINS (1996), o controle tem como sua mais importante missão
fornecer dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão
e, num estágio imediatamente seguinte, acompanhar o efetivamente acontecido para
comparação com os valores anteriormente definidos.
Introdução
34
De acordo com BAUMGARTNER, citado por TOGNON (1999),
a era do empirismo na gestão hospitalar está com seus dias contados.
As ferramentas administrativas e financeiras são cada vez mais necessárias. Hoje já se fala
em planejamento financeiro, fluxo de caixa e outras ferramentas simples,
porém de grande utilidade para a administração do negócio. Dentre estas ferramentas,
a questão dos custos hospitalares também é de extrema importância.
Introdução
36
NASCIMENTO (1989) faz uma observação interessante acerca do Custeio
Pleno, quando diz que é o método de custeio que mais gastos apropriam ao produto e,
por isso mesmo "abusa dos rateios". O autor complementa sua observação lembrando que,
critérios de rateio arbitrários e volumes super ou subdimensionados levam a custos e,
conseqüentemente, aos preços sub ou superdimensionados, que podem prejudicar a visão
da lucratividade e o posicionamento da empresa para com a realidade do mercado.
Embora o preço seja condicionante da oferta e da procura, o gestor econômico-financeiro
não pode esquecer-se de que a margem de lucro desejada pode inviabilizar a venda do
produto.
-Vantagens
-Desvantagens
• Os custos unitários resultantes deste método são influenciados por um maior ou menor
volume de atividades, consequentemente, decisões de preço de venda deverão ser
continuamente revisadas em função da maior ou menor utilização da capacidade
instalada;
• O rateio dos custos e despesas indiretas e fixas envolve critérios de alocação que
podem ser subjetivos, ou seja, envolvem julgamentos pessoais para decidir qual a
melhor base de rateio para estas apropriações, portanto são critérios altamente
arbitrários e questionáveis;
Introdução
37
• A apropriação das despesas de distribuições, comercialização, financeiras e de
administração geral aos produtos tornam os custos destes ainda mais arbitrários
(dependendo do critério utilizado o custo do produto se modifica);
Introdução
39
a) A identificação e a separação de custos e despesas;
Introdução
40
SÁ e SÁ (1995) dizem que os centros de custos é o lugar ou seção de uma
empresa que recebe as cargas dos custos com a finalidade de saber o quanto se aplicou para
mantê-la. O centro de custo é, no conceito geral, uma subdivisão técnica utilizada
contabilmente para que se consiga uma racional divisão dos custos indiretos do exercício,
observando-se as unidades de gestão e controle.
Dessa forma, os centros de custos podem ser definidos como aquelas unidades
que se caracterizam por realizar atividades homogêneas dentro do processo produtivo da
organização. Pode-se entender por homogeneidade: “Um agrupamento real ou ideal de
meios materiais e humanos agindo com a mesma finalidade, usando os mesmos meios,
participando das mesmas despesas e possuindo, aproximadamente as mesmas
características (SELIG, 1993)”.
Introdução
41
formação de lucro econômico. Em tais casos, todavia, essa denominação pode ser
justificada pelo fato de ser nos Centros Geradores de Receita que são prestados os serviços
os quais, futuramente, terão seus custos compensados por fundações, instituições
financeiras, órgãos previdenciários, seguradoras ou através de dotações governamentais.
-Vantagens
Dois motivos são os mais relevantes, e os mais ressaltados por alguns autores
como as vantagens que o uso deste sistema de custeio traz às empresas:
• Por ser o método adotado pela Contabilidade Financeira, é, portanto válido tanto para
fins de Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultados como, também,
para o Imposto de Renda na apresentação dos Lucros Fiscais (MARTINS, 1990).
Introdução
42
• Por este método trazer melhores informações à gerência, para as finalidades de
estabelecimento dos preços de venda, visando à recuperação de todos os custos
incorridos pela empresa (LEONE, 1991).
-Desvantagens
Este sistema por apresentar valores de custo dos produtos que não
representam a realidade devido ao alto grau de arbitrariedade nele contido,
proporciona o mais baixo nível de representatividade para fins gerenciais
(GONÇALVES et al., 1998).
-Vantagens
• Lucro do período não é afetado pelas flutuações causadas pela absorção, maior ou
menor, dos custos fixos aos produtos. De acordo com o custeamento direto,
os resultados respondem somente pelas variações nas vendas;
• O impacto dos custos fixos nos lucros é apresentado de forma melhor, porque o valor
desse custo, para o período, já está na demonstração dos resultados;
Introdução
44
• Custeamento direto facilita a preparação imediata dos instrumentos de controle como
os custos-padrão e análises de “break-even” (ponto de equilíbrio, ponto que define o
volume exato de vendas, produção, em que uma empresa nem ganha e nem perde
dinheiro acima desse ponto a empresa começa a apresentar lucro, abaixo sofre perdas)
SANDRONI (1994).
• Estes índices podem auxiliar a administração a decidir sobre quais produtos devem
merecer maior ou menor esforço de vendas;
• Quando se concorda quanto aos lucros desejados, pode-se avaliar o número de unidades a
vender;
• Fornece dados para se decidir sobre como utilizar determinado grupo de recursos
limitados, da maneira mais lucrativa;
• É útil nos casos em que os preços de venda estão firmemente estabelecidos no ramo,
porque o problema principal da empresa passa a ser o estabelecimento do quanto ela se
pode permitir gastar em custos variáveis e o volume que se pode obter.
-Desvantagens
Introdução
45
Outras desvantagens, levantadas por LEONE (1991), em relação a este
sistema são:
Introdução
46
Falando do método de Custeio Variável, quando utilizado para fins de
formação de preços, NASCIMENTO (1989) observa: “Aos custos e despesas variáveis,
é então, adicionada à denominada Margem de Contribuição, que deve ser suficiente para
cobertura dos custos e despesas fixos, e ainda, do necessário lucro”.
Introdução
47
valores diferentes de estoques, de período para período. Os custos variáveis são
controláveis e, portanto, passíveis de melhorias contínuas, podendo-se responsabilizar cada
setor, centro de custo ou resultado. No Custeio Variável pode-se proceder a uma análise
gerencial a partir da Margem de Contribuição (receita menos custos variáveis),
evidenciando a participação de cada produto, individual ou coletivamente, nos custos fixos.
Para a elaboração de orçamento, o método de Custeio Variável é o mais apropriado,
pois usa o sistema de simulação mais eficientemente.
-Vantagens
-Desvantagens
Introdução
48
a) Os demonstrativos financeiros internos diferem dos resultados oficiais da empresa.
Esse fato deve-se à não aceitação pelos contadores e fisco dos critérios de custeio
direto para avaliação dos estoques. Quando a empresa utiliza o método do Custeio
Variável e ajusta o valor dos estoques para que os mesmos reflitam o valor dos custos
contabilizados, estes ajustes podem causar confusão, porque o lucro demonstrado
internamente diferirá daquele do demonstrativo externo;
b) Os inventários tendem a ser sub-avaliados. Isso ocorre em virtude de que o custo total
apropriado ao estoque exclui o valor dos custos fixos;
c) É extremamente difícil segregar os custos fixos dos custos variáveis. Poderá faltar
habilidade da empresa para calcular os custos variáveis, ou até mesmo para,
concordar em termos de definição de conceitos;
-Histórico
Introdução
49
Até os anos de 1970, a mão-de-obra direta e os materiais eram os fatores de
produção predominantes. A tecnologia era estável, as despesas indiretas apoiavam o
processo produtivo e existia um número limitado de produtos.
Introdução
50
As principais deficiências encontradas nos sistemas convencionais de
contabilidade de custos, segundo MARTINS (1996), são as seguintes:
a) Distorções no custeio dos produtos devidas aos rateios arbitrários dos custos indiretos;
c) Não mensuração dos custos da não qualidade (provocados por falhas internas e
externas);
d) Não segregação dos custos das atividades que não agregam valor;
Introdução
52
histórica, a base conceitual do custeio baseado em atividades muda esse enfoque para a
gestão de custos, voltando-se para a administração e redução dos custos (SANTOS, 1998).
O grande objetivo deste sistema de custeio, segundo NAKAGAWA (1993), é a coleta de
informações sobre o desempenho operacional e financeiro das atividades significativas da
empresa.
-Objetos de custos
TURNEY (1991) identifica os objetos de custos como “o ponto final para o qual
os custos são apropriados. O objeto de custo é a razão pela qual o trabalho é desenvolvido
em uma companhia”. Pode ser um produto, um cliente, um canal de distribuição,
uma linha de produtos, ou qualquer serviço que se queira custear, para as mais diversas
finalidades. Os custos diretos são facilmente alocáveis aos objetos de custos, não precisando
passar pelas atividades. Porém, existem outros custos, chamados indiretos, em que a alocação
direta não e possível; dessa forma, são alocados às atividades, para uma posterior alocação
aos objetos de custos. Nessas alocações, o Custeio Baseado em Atividades utiliza os
direcionadores de custos (cost drivers) e procura retratar o que provoca os custos no processo
de elaboração dos produtos.
OLIVEIRA (2004) diz que o ABC é um sistema de custos que visa quantificar as
atividades realizadas por uma empresa, utilizando vetores (direcionadores) para alocar as
despesas de uma forma mais realista aos produtos e serviços. Para COGAN (1997),
Introdução
53
o método ABC é “uma técnica que acompanha a visão empresarial moderna de processos de
negócios, sendo inclusive a única forma de se custear as atividades (que por sua vez
representam consumo de recursos, usualmente por parte de pessoas/materiais)”.
O conceito geral de DC é descrito por MARTINS (1996) como sendo fator que
determina a ocorrência de uma atividade. Como as atividades exigem recursos para
serem realizadas, deduz-se que o direcionador de custos é a verdadeira causa dos custos.
Portanto, o direcionador de custos deve refletir a causa básica da atividade e,
conseqüentemente, da existência de seus custos.
Basicamente, um direcionador de custo pode ser definido como todo fator que
altera o custo de uma atividade. NAKAGAWA (1994) e MARTINS (1996) defendem a idéia
de que existem duas categorias de direcionadores:
Introdução
54
-Atividades
-Vantagens
SÍMON (1997) identifica duas vantagens básicas para o sistema de custeio ABC:
• Determinação mais precisa dos custos através do cálculo de cada atividade produtiva;
• Minimização dos custos, eliminando atividades que não agregam valor nem ao produto
e nem aos clientes;
Introdução
55
Além da melhor alocação dos custos indiretos, KOLIVER (1994) ressalta que o
custeio ABC é um método de análise de custos e que a grande vantagem está na maneira
como a administração utiliza as informações que foram geradas. Portanto, este sistema tem
por objetivo contribuir para a gestão do processo de mudanças necessárias para a empresa
se tornar competitiva globalmente.
-Desvantagens
Introdução
56
Etapas de implantação do método ABC
Etapa 2- determinar quanto a organização está gastando em cada uma de suas atividades
(atribuir custo a cada atividade): o sistema ABC desenha um mapa que pode
incluir desde despesas relativas a recursos até atividades. Para isso,
utilizam geradores de custos de recursos que associam os gastos e as despesas,
conforme informações geradas pelo sistema financeiro ou contábil da
organização, às atividades realizadas.
Etapa 4- selecionar geradores de custos da atividade que associam os custos da atividade aos
produtos, serviços e clientes da organização (alocar custos das atividades aos objetos de
custos). KAPLAN e COOPER (1998) explicam que a ligação entre atividades e
objetos de custos como produtos, serviços e clientes é feita por meio de
geradores de custo da atividade. Um gerador de custo da atividade é uma medida
quantitativa do resultado de uma atividade.
Introdução
57
O modelo de determinação de KAPLAN et al. (1997) estabelece os seguintes
passos:
f) atribuir custos aos objetos de custos com base na taxa de direcionador de custo.
1- Análise de atividades:
Introdução
58
2- Objeto de custo:
3- Custo da atividade:
CHING (2001) explica que todos os modelos têm muitos passos em comum que
são universais em qualquer custeio baseado por atividades. Embora com alguns mais
detalhados, outros mais sucintos em sua descrição, alguns com terminologias diferentes,
porém significando o mesmo conceito, esse custeio acomoda diversos objetivos de controle
de custo e reportes (objeto de custo).
Introdução
59
Fundação Municipal de Americana - FUSAME) bem como fornece hemocomponentes a
2 agências transfusionais e atendimento transfusional à distância para 16 hospitais.
É responsável, também, por atividades educacionais e de captação de doadores de medula
óssea (programa coordenado pelo Ministério da Saúde - REDOME).
ABC em hospitais
Introdução
60
em meados dessa década, havia ficado bem estabelecida uma tendência de adoção do
ABC pelas organizações de saúde.
BAKER (1998), ainda relata que o ABC está ganhando vulto no campo da saúde
devido à sua flexibilidade: pode ser aplicado em todos os níveis de cuidado e sua metodologia
está adequada particularmente às complexidades da entrega do serviço de saúde.
Informa, ainda, o autor, que a tendência do ABC será atender às necessidades de qualquer
tipo de provedor de saúde, cuidado emergencial, cuidado em longo prazo, cuidado domiciliar,
grupo de médicos e sistemas de entrega integrados, todos possivelmente encontrando
aplicações adequadas.
Introdução
61
oferecem tratamento para uma ampla variedade de enfermidades e condições;
e os estabelecimentos de varejo que estocam dezenas de milhares de itens diferentes.
Destacam ainda que a assistência médica é um setor em que a compreensão obtida a partir da
análise ABC pode exercer um profundo impacto sobre a qualidade e a eficiência do serviço.
LIMA (1997) concorda com o acima exposto e diz que, para beneficiar-se do
ABC, os hospitais devem remodelar seus sistemas de custos para fornecer informações de
custos relevantes. As pessoas envolvidas com o sistema gerencial de custos devem ser capazes
de ir além dos custos médios para estudar os fatores básicos que afetam os custos
hospitalares e as forças que controlam esses fatores. Esse autor defende a idéia de que o ABC,
além de ser mais preciso na identificação de quais os tratamentos são mais
dispendiosos, também determina quais contratos, médicos ou grupos de pacientes são mais
“lucrativos”. A utilização desse sistema fornece aos administradores financeiros dos
hospitais os dados necessários para tomada de decisões otimizada que leve em conta a
alocação de recursos e a contenção de custos, assegurando, assim, a viabilidade
financeira de suas organizações em longo prazo. Também auxilia os executivos a evitar
Introdução
62
contratos que possam ser deficitários, fazer propostas com planos de saúde,
obter informações mais precisas na tomada de decisões, melhorando a alocação dos
recursos, lucratividade de contratos, contenção de custos e direcionamento de incentivos
aos tratamentos alternativos.
A Hemoterapia
-História
Introdução
63
Montpellier, através de um tubo de prata, infundiu um copo de sangue de carneiro em
Antoine Mauroy, de 34 anos, doente mental que perambulava pelas ruas da cidade que
faleceu após a terceira transfusão. Na época, as transfusões eram heterólogas e
Denis defendia sua prática argumentando que o sangue de animais estaria menos
contaminado de vícios e paixões. Esta prática considerada criminosa e proibida
inicialmente pela Faculdade de Medicina de Paris, posteriormente em Roma e na Royal
Society da Inglaterra (WIKIPÉDIA, on line1).
1
http://pt.wikipedia.org/
2,3
http://pt.wikipedia.org/
Introdução
64
Em 1940, Karl Landsteiner e Alexander Solomon Wiener realizaram
experiências com o sangue do macaco Rhesus. Ao injetar sangue em cobaias,
perceberam que elas produziam anticorpos gradativamente. Concluíram que havia nas
hemácias do sangue do macaco um antígeno que foi denominado de fator Rh.
O anticorpo produzido no sangue da cobaia foi denominado de anti-Rh. Os indivíduos
apresentam fator Rh positivos (Rh+) ou negativos (Rhֿ) (WIKIPÉDIA, on line4).
Segundo SANTOS (1991), no Brasil surgiram nos anos 40, os primeiros bancos
de sangue, localizados na cidade do Rio de Janeiro (1941 - Bancos de Sangue ligado ao
Hospital Fernandes Figueira, e em 1945 - Bancos de Sangue da Prefeitura do Distrito
Federal). Nessa época, o comércio de sangue era prática comum e muito lucrativa para os
recém criados Serviços de Hemoterapia, incluindo o serviço público.
Desde que, o uso do sangue e seus derivados, difundiram-se como recurso terapêutico,
o sangue humano passou a ter valor de mercado, contrapondo a idéia de doação como ato
de altruísmo, a de doação como fonte de lucro. O emprego do sangue pela medicina e a
falta de fiscalização dos serviços permitiam aos bancos de sangue privados um negócio
lucrativo, onde compravam a um baixo preço o sangue dos doadores e os revendiam aos
hospitais, sem qualquer controle de qualidade e a preços altos. Essa prática incentivava
doações indiscriminadas, em busca de remuneração.
Hoje em dia a doação de sangue em todo território nacional tem que gratuita,
ou seja, não remunerada e voluntária (ANVISA, on line5). 3
4
http://pt.wikipedia.org/
5
www.anvisa.gov.br/sangue/legis/index.htm
Introdução
65
onde responde a um questionário sobre sua saúde. Não sendo constatadas anormalidades
nessa etapa, o doador é encaminhado à Coleta, na qual são utilizados apenas materiais
descartáveis, para evitar o risco de contaminação. Após a coleta, é oferecido ao doador um
lanche.
Importância da Hemoterapia
Introdução
66
A ANVISA on line6 diz que uma vez confirmada a reatividade para as doenças
4
De acordo com AMORIN, et. al. (1996), o doador deve ser informado da
importância da veracidade de suas respostas e de sua responsabilidade sobre as mesmas.
A motivação não esclarecida de o indivíduo procurar o serviço de hemoterapia com o
propósito de realizar doação pode sinalizar para interesses pessoais, comprometendo todo o
processo de segurança. Quanto à motivação para a doação de sangue, o doador pode ser
identificado como: espontâneo, de reposição, convocado e autólogo. O doador espontâneo e
habitual é o mais desejado por ser um doador consciente e envolvido com o processo de
produção, conseqüentemente, aquele com maior possibilidade de promover melhor
segurança transfusional.
6,7
www.anvisa.gov.br/sangue/legis/index.htm
Introdução
67
Na produção de hemocomponentes a partir do sangue total é utilizada a técnica
de aférese que do grego e do latim que significa “retirar” ou "afastar pela força”.
Utilizando-se desta técnica é possível retirar qualquer componente sangüíneo. O s diversos
componentes do sangue podem ser separados, concentrados e armazenados individualmente
para reposição precisa das necessidades do paciente. Certos componentes, particularmente,
granulócitos e alguns preparados de plaquetas, são preparados por citoferese. Isto envolve a
passagem do sangue do doador através de um separador (processador) sangüíneo a base de
centrifugação, que colhe o componente desejado e devolve os componentes desnecessários
(por exemplo, hemácias e plasma) para o doador. Pode-se colher grandes quantidades de
leucócitos e/ou plaquetas de um único doador (BERKOW, 1987).
Introdução
68
-Concentrado de Hemácias (CH)
Introdução
69
-Crioprecipitado (CRIO)
-Albumina humana
Introdução
70
2- OBJETIVOS
71
O objetivo deste trabalho é identificar os sistemas de custos existentes no
Hemocentro da UNICAMP, seus mecanismos e a efetiva utilização para fins
administrativos e analisar os custos na produção de hemocomponentes usando o
Método de Custo Baseado em Atividades (ABC), para o setor de Hemoterapia.
b) Comparar o Resultado obtido através do ABC com o Absorção (método atual utilizado)
e os valores ressarcidos pelo SUS.
Objetivos
73
3- MATERIAL E MÉTODOS
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O presente trabalho foi realizado no Centro de Hematologia e Hemoterapia,
HEMOCAMP, localizado na cidade de Campinas. O HEMOCAMP é referência para região
que inclui 42 municípios, atendendo a uma população de aproximadamente três milhões de
habitantes.
Material e Métodos
77
testes de tipagem sangüínea, sistemas ABO e Rh (D), pesquisa de anticorpos irregulares
(PAI) e, num percentual menor, fenotipagem. No laboratório de Sorologia são realizados
exames sorológicos, como sífilis, doença de Chagas, HIV, hepatites, HTLV-I/II.
Uma vez os hemocomponentes apresentando a qualidade exigida pelas normas do
Ministério da Saúde, é procedida sua distribuição para rede hospitalar pública e privada da
região mediante solicitação médica. O produto também é utilizado no atendimento
transfusional do ambulatório do HEMOCAMP.
Material e Métodos
78
porque o custo que mais pesou foi com pessoal. Já os DC determinados para
imuno-hematologia e sorologia foram as amostras de doadores analisadas, pois o custo
maior foi com materiais.
CT (P+M+D+O) / DC = (U)
Encontrado o valor unitário das atividades, foi feita a comparação dos valores
unitários encontrados no método ABC com os valores encontrados no método de
ABSORÇÃO – utilizado atualmente pela instituição estudada.
Material e Métodos
79
divisão do custo total (médio) de cada atividade pela mesma quantidade média dos DC do
método ABC, empregando-se a fórmula abaixo, onde CD são os custos diretos,
CI os custos indiretos, R os resíduos ( o que fica de um mês para outro, podendo ser saldo
positivo ou negativo), DC (mesmo direcionador definidos para o método ABC) e
(U) valor unitário por atividade.
CD +CI + R / DC = (U)
Também foi feita uma comparação com os valores unitários de cada atividade
ressarcidos pelo SUS, de acordo com a Portaria Nº. 1.230 do Mistério da Saúde,
de 14 de Outubro de 1999.
Nos valores do SUS definidos para a coleta, estão incluídos todos os custos
com procedimentos e insumos destinados à coleta de sangue e oferecimento de lanche ao
doador.
Material e Métodos
80
O SUS ressarce para o processamento do sangue os custos correspondentes aos
insumos e técnicas destinados ao preparo, conservação e fracionamento da unidade de
sangue total.
Material e Métodos
81
4- RESULTADOS
83
A demonstração dos valores médios de custos por atividade por mês em
Reais (R$) é feita na tabela 1 e está relacionado com a produção de hemocomponentes e
sua transfusão. No presente trabalho os recursos utilizados foram pessoal e material.
Para pessoal foram considerados os gastos com salários, horas extras e plantões.
Para material consideraram-se todos os insumos utilizados para o desenvolvimento de cada
uma das atividades. Na depreciação foi considerado o valor da depreciação das máquinas e
equipamentos até o ano de 2004 – data em que o estudo se iniciou. Em outros foram
considerados os custos com telefone, manutenção de máquinas e equipamentos,
administração, coordenação, suprimentos, almoxarifado, segurança, limpeza, lavagem,
esterilização e rouparia, orçamentos e finanças, recursos humanos,
informática-conectividade, aluguel de envelopadora, assessoria da coordenadoria e contas
e convênios.
Resultados
85
-Na Triagem Clínica- candidato a doador entrevistado;
Exemplo: Na coleta o total dos gastos foi de R$ 121.443,00 dividido pela quantidade
correspondente do direcionador que é igual a 4.500 unidades de procedimentos o
valor unitário será de R$ 26,99. E assim para as outras atividades o cálculo é o
mesmo, com exceção na Triagem Clínica, o valor total dessa atividade dividido
por seu direcionador é igual ao valor unitário de R$ 8,31. Porém a essa atividade
é necessário adicionar mais R$ 2,60 que corresponde ao valor unitário do lanche
do doador.
Resultados
87
Todos os valores obtidos pelo método de ABSORÇÃO são inferiores a aqueles
encontrados no ABC, embora sejam semelhantes no fato de serem maiores ou menores
para determinado grupo de atividades quando comparado aos do SUS.
Resultados
88
Tabela 1- Demonstração dos custos de recursos por atividade por mês - valores em R$.
Triagema 10,91
Coleta 26,99
Processamento 7,02
Imuno-hematologia 5,57
Sorologia 31,01
Transfusão 48,53
Total 130,03
a
Incluído o valor do lanche oferecido aos doadores.
Tabela 4- Valores produzidos pelas atividades, empregando-se o método atual (ABSORÇÃO) – valores em R$.
99
A discussão do presente trabalho será feita de acordo com seus resultados uma
vez que, após extenso e exaustivo levantamento bibliográfico, quase não foram encontradas
publicações que tratem do custo do CS e da produção de hemocomponentes e, em especial,
empregando-se a metodologia ABC.
Método absorção
• os critérios utilizados na alocação dos custos indiretos são arbitrários, subjetivos e sujeitos
a críticas;
• os salários dos gerentes dos centros de custos podem ser debitados com parcelas de custos
sobre as quais não têm qualquer controle.
Discussão
101
De acordo com CHING (2001), as vantagens desse método são:
• reconhecer a estrutura dos custos atuais, já que todas as despesas, tanto diretas quanto
indiretas, são levadas em consideração. Todos os custos são debitados aos centros ou
unidades de custos.
Método ABC
• No método ABC, são gerados relatórios por atividades ou por recursos, sob os mais
variados escopos. Os relatórios podem exibir listas por ordem decrescente de custo.
Os gestores podem, por meio desses relatórios, avaliar suas atividades em termos de
comparação com uma média esperada ou padrões (LAMBERT e WHITWORTH, 1996).
CHING (2001) diz que uma das vantagens do ABC é fazer com que o custo
torne-se mais sensível à quantidade de recurso aplicado numa prestação de serviço.
Enquanto o método tradicional, para chegar ao custo unitário do serviço, aloca os recursos
Discussão
103
pelos centros de custos, para no final, dividir o custo total por um indicador de volume de
produção geral, o método ABC vai medindo a quantidade de recurso que participa em cada
atividade, para chegar ao valor final por meio do somatório dos custos de todas as
atividades.
Discussão
104
principalmente a perspectiva do fornecedor Custos relacionados a recrutamento de
doadores, qualificação de profissionais, pesquisa, registros e tarefas associadas foram
negligenciados em grande parte nos cálculos desses estudos.
Não se sabe ao certo que método o SUS utiliza para calcular o custo dessas
atividades. Nas atividades de Imuno-hematologia e Sorologia, é possível supor que o valor
definido pelo SUS para ressarcir os serviços de hemoterapia seja superior a aquele
encontrado empregando o método ABC, porque grande parte do material utilizado para a
realização dessas atividades é importado e depende da flutuação do câmbio de moedas
estrangeiras. Então, o SUS empregaria um valor maior prevendo uma variação dessas
moedas estrangeiras no mercado de valores nacional.
Discussão
105
Se o HEMOCAMP tivesse a função de produtor de hemocomponentes sem
utilizá-los para transfusão de seus pacientes, o valor do ressarcimento do SUS seria
suficiente para cobrir todas as despesas utilizando o método ABC, como observado nas
tabelas 5 e 5A.
Esses resultados, embora sejam apenas uma amostra, servem bem para ilustrar a
relação defasada existente entre valores gastos e ressarcidos aos serviços públicos de saúde
no Brasil. Eles também ajudam a compreender porque praticamente não existem serviços
Discussão
106
particulares de hemoterapia e transfusão, ficando a quase totalidade dos centros restritos a
unidades ligadas a grandes hospitais e universidades públicos.
Essas instituições são convocadas a suprir esse déficit com que o Governo
Federal chama de contrapartida da instituição e do Estado. Contudo, isso se faz não de
modo direto, mas e em sua maior parte indiretamente através do emprego de recursos
obtidos no atendimento a serviços privados e participação do Estado através da contratação
de recursos humanos.
Discussão
107
6- CONCLUSÕES
109
A metodologia empregada pelo SUS como base de cálculo para definição de
seus valores não foi reconhecida ou definida.
Os valores ressarcidos pelo SUS sugerem refletir uma base de cálculos baseada,
fortemente, nos custos com materiais, ao se observar que seus maiores valores estão nas
etapas que mais dependem de material importado.
O sistema ABC aparenta ser a metodologia para estudo de valores que melhor
reflete o custo real no processo de produção de bolsas de sangue.
Conclusões
111
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Referências Bibliográficas
124
8- ANEXO
125
Anexo
127
Anexo
128
Anexo
129
Anexo
130
Anexo
131
Anexo
132
Anexo
133
Anexo
134