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UNIDADE DE
ENFERMAGEM
Thainá Ferreira Matias
1 Enfermeira em Controle de Infecção em Assistência à
Saúde
ORGANIZAÇÃO EM ENFERMAGEM
As instituições de saúde, enquanto organizações complexas, dispõem de uma constituição que vive,
cresce e se desenvolve e que para funcionar, precisam se organizar e se estruturar para o alcance de seus
objetivos. Geralmente tudo é organizado de uma maneira lógica e racional. Os recursos, as filosofias, os
3 talentos administrativos, são alocados, arranjados e agrupados, havendo a necessária divisão do trabalho,
para que as atividades sejam desenvolvidas da melhor maneira possível e os objetivos da instituição
assim possam ser alcançados. As atividades de gestão são constitutivas da prática da enfermagem, em
especial do enfermeiro, desde a institucionalização da profissão, em meados do século XIX. Durante estes
mais de 150 anos, a organização do ambiente terapêutico é parte importante do trabalho da
enfermagem, sendo que esteve alicerçado, desde a sua concepção, na divisão técnica e social do
trabalho.
ORGANIZAÇÃO EM ENFERMAGEM
• Regimento: é o ato normativo de caráter flexível, aprovado pela direção executiva, dispõe
sobre os objetivos, a organização, a política de funcionamento, as estruturas e as atribuições
14 gerais, o pessoal, os impressos, rotinas, roteiros e relatórios, para conduzir e orientar o serviço; é
mais minucioso e específico e rege o serviço.
• Norma: são atos normativos que orientam uma conduta / os executantes no cumprimento
de uma atividade. Devem ser simples e direcionados para uma determinada situação; devem ser
práticos; devem orientar (manuais); não devem, obrigatoriamente, padronizar conduta rígidas;
devem facilitar o estabelecimento de critérios; não devem engessar o atendimento.
MANUAL DE ENFERMAGEM
15 uma ação.
• Rotina: é um componente da organização de um serviço e descreve sistematicamente
todos os passos a serem dados para a realização das tarefas que compõe uma atividade.
• Roteiro: é a descrição sistemática das atribuições de cada um na sequência lógica de sua
realização (geralmente já vem inserida na rotina).
• POP – procedimento operacional padrão: é a descrição sistematizada, clara e objetiva de
um determinado procedimento para o serviço.
MANUAL DE ENFERMAGEM
18 enfermagem, que deve ser organizado em uma abordagem ética e humanizada, direcionado a
resolução de problemas e com foco nas necessidades do paciente; também é considerado uma
prática moderna e possui consequências diretas na área da educação e prática clínica.
A relevância da utilização do PE na prática assistencial está em compreender que é necessária
sua aplicação como método científico para o planejamento das ações de enfermagem, visando
organizar o cuidado a partir da tomada de decisão do enfermeiro para atender às necessidades de
saúde dos pacientes.
PROCESSO DE ENFERMAGEM
19 orienta-se que as resoluções e pareceres dessa autarquia respaldam, de forma ética, as ações
e competências da equipe de enfermagem nas unidades de saúde.
Desta forma, ressalta-se a importância da Resolução do Conselho Federal de Enfermagem
(Cofen) nº 358/20091, que apresenta e orienta sobre a sistematização da assistência de
enfermagem e a implementação do PE nos ambientes públicos e privados de saúde onde os
profissionais estão inseridos em suas práticas.
PROCESSO DE ENFERMAGEM
Além disso, o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem - CEPE apresenta princípios
fundamentais de Enfermagem para organizar ações e intervenções para o cuidado da pessoa, da
20 família e da coletividade por meio da aplicação do PE em suas práticas.
Para tanto, essa Resolução orienta que o PE seja implantado e implementado em cinco fases,
que são: coleta de dados de enfermagem (histórico de enfermagem), diagnóstico de
enfermagem, planejamento de enfermagem, implementação e avaliação de enfermagem. No
entanto, cada unidade de saúde deve avaliar sua realidade junto a sua equipe para estabelecer
quais etapas serão implantadas, considerando o tempo necessário que os profissionais
necessitam para aprimoramento técnico e execução do processo.
PROCESSO DE ENFERMAGEM
Na enfermagem não é diferente. Nós, enfermeiros lidamos com pessoas todo o tempo,
gerenciando e liderando a equipe de enfermagem, cuidando dos pacientes, interagindo com a
comunidade e com a equipe multidisciplinar. Por isso, devemos nos preparar para identificar,
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analisar e conduzir situações de conflito no trabalho, de modo a torná-la uma situação positiva que
impulsione e motive a equipe que lideramos, possibilitando o crescimento dos membros da equipe
e da instituição. Caso isso não ocorra, poderemos dar um cunho negativo à situação conflituosa,
prejudicando a instituição e interferindo de forma negativa na motivação dos trabalhadores,
comprometendo a qualidade da assistência prestada. Não devemos nos esquecer de que a
capacidade de compreender e lidar com conflitos de maneira adequada é uma habilidade essencial
dos líderes.
GERENCIAMENTO DE CONFLITOS E NEGOCIAÇÕES
Conflito pode ser definido como o desacordo, interno ou externo, que resulta de
divergências nos pensamentos, valores ou sentimentos das pessoas. É comum que nas
25 relações humanas haja conflitos e esses podem ser classificados como funcional ou
disfuncional. O conflito funcional possibilita a criação de novas ideias e mudanças construtivas.
Já o disfuncional, estimula a violência e o afastamento dos envolvidos.
GERENCIAMENTO DE CONFLITOS E NEGOCIAÇÕES
Os efeitos negativos de um conflito estão relacionados à forma como vamos lidar com ele.
Surgem quando há desmotivação e falta de cooperação nos grupos, predominando a
27 desconfiança e a sobreposição dos valores pessoais aos institucionais. Essa relação conflituosa
pode gerar sentimentos ambíguos, relação hostil entre as pessoas envolvidas, dificuldade na
comunicação, desperdício de energia, ambiente improdutivo e tenso. Há interferência no fluxo
de comunicação, tornando-a distorcida, e as tomadas de decisões são inadequadas, sem
compartilhamento.
GERENCIAMENTO DE CONFLITOS E NEGOCIAÇÕES
28 mobilização dos recursos e energia de ambas as partes, que se voltam para a busca de
soluções alternativas. Abrese a perspectiva de desenvolvimento das lideranças, transparência
na exposição dos fatos e impressões sobre a situação conflituosa. Dessa forma, todos
aprendem e refletem juntos, caracterizando um trabalho em equipe. São fatores
desencadeantes de mudanças pessoais, grupais e organizacionais, que impulsionam o
crescimento pessoal, a inovação e a produtividade, mantendo o respeito e a dignidade
humana.
GERENCIAMENTO DE CONFLITOS E NEGOCIAÇÕES
Os conflitos não devem ser evitados e sim gerenciados. Tendo em vista a inevitabilidade da
ocorrência dos conflitos, sua resolução também é inevitável e, quando devidamente
É necessário aprendermos a lidar com as próprias emoções, aceitar que as pessoas são
diferentes e que podem pensar e ter objetivos diferentes, mas podem conviver
30 harmoniosamente. Para isso, o enfermeiro deve buscar soluções criativas e conciliadoras,
utilizando ferramentas administrativas, através de conhecimento teórico e prático, que vão
beneficiar todos os envolvidos.
O negociador também precisa de habilidades como: ser proativo, clareza em sua
comunicação, assertividade, boa habilidade para escutar, ser criativo, mediador e garantir a
confidencialidade no processo.
GERENCIAMENTO DE CONFLITOS E NEGOCIAÇÕES
31 envolvidos em sua resolução. Alguns passos são importantes para iniciar a negociação:
Separar as pessoas do problema;
Concentrar-se nos interesses básicos de ambas as partes;
Buscar alternativas de ganhos mútuos;
Encontrar critérios justos e objetivos para a solução do problema, satisfazendo o máximo