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2021
Bootcamp Líder de Transformação Digital
Cássio Alexandre Pereira de Castro
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Referências................ .............................................................................................. 40
Pode parecer que o título dessa seção está incorreto, mas não é o caso.
Trata-se de uma provocação! O mundo nunca evoluiu tão lentamente como hoje. O
que essa expressão cheia de significado dúbio quer dizer é que o ritmo da evolução
vai somente aumentar. Hoje evoluiremos mais rápido que ontem e amanhã
evoluiremos mais rapidamente que hoje e, obviamente, um dos fatores responsáveis
por isso é a evolução tecnológica.
É preciso reparar que a medida que temos sensores mais baratos, ampla
capacidade de transmissão de dados que nos permitem termos sensores conectados,
ampla capacidade de armazenamento e processamento desses dados, não há como
não termos uma curva de evolução ascendente.
São diversos os exemplos que temos no dia a dia dessa evolução. Para
começar, basta olharmos para os smartphones que usamos hoje. Todos eles são
sensores que enviam dados para aplicações como o Waze, que processados, nos
indicam o melhor caminho a seguir e nos indicam os níveis de trânsito nas ruas e
avenidas por onde deveremos passar para chegar até o nosso destino. Uma
experiência simples é comparar o tempo de chegada estimado por um GPS e pelo
Waze. Se houver trânsito no caminho, muito provavelmente o horário estimado de
chegada mostrado no Waze será bem mais próximo do real do que o horário mostrado
pelo GPS.
E você? Está disposto a aprender a vida inteira e conduzir sua empresa por
esse caminho?
Em 2012, Rafael Nadal foi convidado para testar uma raquete inteligente,
fabricada pela sua patrocinadora, a empresa Babolat. O que é bem interessante
nesse caso é que, antes de conhecê-lo provavelmente poucos de nós pensaria em
instalar sensores em uma raquete de tênis para que todos seus os movimentos e
impactos pudessem ser monitorados durante sua utilização. Fato é que isso foi
pensado e desenvolvido, e o mais incrível, aumentando somente 15 gramas ao peso
da raquete. Segundo Eric Babolat, CEO da empresa, durante os primeiros testes
realizados pelo atleta o que se via era o olhar de um jogador profissional de tênis
parecido com o de uma criança que acabara de ganhar um brinquedo novo. Ainda
segundo ele, Rafael Nadal havia praticado o esporte a vida toda, mas nunca como
naquele dia. Antes daquele dia existia o tênis sem dados, e depois passou a existir o
tênis com dados.
Fundamentos de inovação
▪ Inovação incremental
À medida que uma empresa vai aprimorando seus sistemas ou seu processo
produtivo, ela vai incorporando novas funcionalidades, novas maneiras de executar o
processo de uma maneira mais econômica, mais rápido, mais eficiente. Ao proceder
dessa forma, pode-se dizer que há a inovação incremental, ou seja, aquela inovação
que não causa uma ruptura entre a forma antiga e a nova forma de trabalhar. Inovar
de maneira incremental é bem mais simples do que trazer uma inovação disruptiva,
afinal de contas, a inovação incremental pode ser considerada parte de um processo
de melhoria contínua.
▪ Inovação disruptiva
As startups e a inovação
A processo de inovação corporativa pode lançar mão das startups, pois essas
empresas trazem consigo em seu DNA, a inovação. Elas podem ajudar a acelerar,
principalmente em grandes empresas com muitos processos, as entregas
relacionadas com as iniciativas de inovação. Uma alternativa para aumentar a
proximidade dessas empresas é a criação de processos de inovação aberta (Open
innovation).
Em função disso, muitas vezes, essa relação acaba com a aquisição de parte
da startup (ou de toda a startup) pela empresa contratante, obviamente, caso a sua
empresa esteja preparada para uma aquisição.
▪ Criar condições para que a empresa possa inovar, fazer diferente, fugir do mais
do mesmo, resolver problemas de forma criativa a partir da caixa de
ferramentas disponibilizadas pela tecnologia.
É sabido que atingir esses objetivos não é uma tarefa simples, e para tanto é
muito importante o apoio da alta diretoria e gerência da empresa. Eles precisam se
comprometer com esse processo e demonstram esse comprometimento quando
disponibilizam orçamento e recursos para o esforço de transformação digital do
negócio da empresa.
▪ As pessoas
Não existe maneira mais efetiva de conquistar o apoio dos colaboradores que
não seja mostrar para os colaboradores o futuro que os espera e apoiá-los na sua
jornada de adequação.
Pequeno
Varejista
Varejista
Transformador
Consumidor
▪ A cultura digital
Uma das características das novas empresas é que elas nascem digitais. Elas
se utilizam de soluções como a computação em nuvem para já começarem operando
sem ter que fazer um grande investimento em infraestrutura e tecnologia, como era
necessário no passado. Ela já nasce pronta para usufruir das vantagens oferecidas
pela tecnologia. Isso, inclusive, é uma questão de sobrevivência para muitas, visto
que elas não teriam recursos financeiros para começar a operação se não pudessem
pagar pelo uso. Já as empresas mais tradicionais nem sempre tem um caminho tão
pronto e em função disso precisam se adequar, pois sempre haverá novos negócios,
mesmo que não diretamente concorrentes, que poderão levar os consumidores a
substituir os seus produtos.
Engana-se quem pensa que isso é uma opção, pois à medida que os
parceiros, fornecedores e clientes evoluem, a empresa precisa passar a seguir novas
regras e procedimentos para continuar se relacionando com esse ecossistema. Há
casos de empresas que, por exemplo, avisam seus fornecedores que passarão a
enviar os pedidos por uma plataforma digital em alguns meses e que restará ao
fornecedor se adaptar ou, do contrário, não receberá mais os pedidos de compra.
Será que essas empresas têm alguma opção diferente de se adaptar? Se for
retomada a discussão sobre a nova geração que vem por aí, será que ela vai querer
A palavra “transformação” por si só já define que o que está por vir não será
algo trivial e que desafios aparecerão a todo momento. Sempre haverá resistência ao
novo e se engana quem pensa o contrário. Mesmo com o apoio da liderança máxima
da empresa, os fracassos da transformação digital serão comemorados por alguns,
provavelmente aqueles que estão presos no passado e que precisam de mais ajuda
para se libertarem. Por isso, resiliência é palavra de ordem para os que lideram a
transformação digital da empresa.
▪ A tecnologia
Uma vez que a empresa entendeu que precisa desenvolver as pessoas e que
elas precisam ter uma mentalidade digital, é chegada a hora de usar a tecnologia para
materializar a transformação.
Não existe uma estratégia que seja mais adequada para uma empresa ou
para outra e muito menos uma estratégia que seja adequada para todas as empresas.
O que existe são algumas estratégias possíveis de serem usadas ou adaptadas pelas
empresas para o seu uso.
Quanto mais madura for a empresa digitalmente, mais clara será essa
estratégia, assim como estará bem ligada e bem conectada à estratégia corporativa.
Mas não há que se julgar as empresas que não tenham uma estratégia muito clara,
pois a sua imaturidade digital pode exigir que as iniciativas de transformação digital
comecem de uma forma menos estruturada, muitas vezes nem sendo colocadas
como iniciativas de transformação digital. À medida que as iniciativas vão trazendo
resultados, fica mais fácil conseguir apoio e recursos para criar um programa mais
robusto.
Uma estratégia possível é a definição de uma visão digital. Essa visão digital
geralmente segue três perspectivas possíveis, de acordo com as capacidades da
organização:
Uma empresa que tem lojas próprias e franqueados, por exemplo, pode
querer criar soluções de tecnologia que transformem a experiência do cliente ao estar
em uma de suas lojas. Outras empresas entendem que elas podem ser mais
inteligentes no atendimento através do uso de analytics.
▪ Repensando as atividades
▪ Clientes
▪ Competição
Além disso, cooperar com o concorrente já não é algo visto com tanta reserva
como era no passado. Se essa cooperação vai trazer ganhos para as duas partes,
não há por que não, pelo menos, testar essa possibilidade.
▪ Inovação
▪ Valor
O último domínio é o valor que o negócio entrega aos seus clientes, mais
conhecido como a proposta de valor. Até os dias atuais, esperava-se que a proposta
de valor das empresas para os seus clientes fosse clara e duradoura. Uma empresa
podia ser conhecida pela qualidade dos seus produtos e essa proposta de valor
perdurava por muito tempo. Qualidade, preço ou marca eram exemplos de proposta
de valor claras que eram escolhidas como pilar de uma empresa. Os tempos atuais
não permitem mais essa postura. A única maneira de não ser atropelado por
empresas concorrentes, e até por empresas que não são consideradas concorrentes
hoje, é escolher o caminho da evolução constante, considerando todas as tecnologias
como maneira de estender a proposta de valor aos clientes. Se a empresa demorar
a compreender isso, terá que buscar se ajustar quando já for uma questão de vida ou
morte e indiscutivelmente as dificuldades serão maiores.
▪ A fase do “What”
▪ A fase do “How”.
Essa é a fase em que a empresa irá definir como entregar o que foi estipulado
na fase anterior. Nessa fase, é definida o modelo de operação do negócio digital,
incluindo a sua governança, a sua plataforma de execução e a sua infraestrutura e
suporte.
Fonte: https://www.projectbuilder.com.br/blog/diferenciais-reais-do-project-model-
canvas/.
‒ Por quê?
‒ O quê?
Todo projeto deve gerar um produto para um cliente, mesmo que esse cliente
seja a própria empresa. No campo “produto” devem ser informadas características
claras e mensuráveis do produto que será entregue. Em alguns projetos pode haver
a entrega de serviços ou apenas um resultado. Nesses casos, esses devem estar
descritos nesse campo.
Requisitos são a maneira do cliente comunicar para a equipe aquilo que lhe
parece necessário ou desejável no produto ou serviço que o projeto entregará ao seu
final. Esse campo corre o risco de ser tratado com um nível de detalhe excessivo,
pois entende-se que a sua riqueza de detalhes ajuda a diminuir o risco de o produto
não ser entregue conforme a expectativa do cliente. No canvas, como se trata de um
modelo simplificado, deve-se tomar cuidado para não entrar demais no detalhe nesse
momento. Esse pode ser o campo que mais vai demandar a atenção da equipe do
projeto.
‒ Como?
‒ Quando e quanto?
No campo de Riscos, deve-se informar em cada uma das entradas (ou post-
its) a causa, o risco, o efeito, a probabilidade de acontecimento e o impacto do risco.
Fonte: https://flowup.me/blog/project-model-canvas/.
Fonte: https://coachingnegocios.wordpress.com/2013/08/14/coaching-de-negocios-e-
o-modelo-canvas/.
‒ Segmentos de Clientes
‒ Proposta de Valor
Esse campo descreve o pacote de produtos e serviços que criam valor para
um segmento de clientes específico. A proposta de valor é o motivo pelo qual os
clientes preferem uma empresa à outra. Ela procura resolver uma dor, um problema,
ou satisfaz uma necessidade do consumidor ou cliente. Algumas propostas de valor
‒ Canais
Esse campo descreve que tipo de relação que uma empresa estabelece com
os segmentos de clientes especificados no campo apropriado. Pode haver estratégias
de retenção dos clientes, de ampliação de vendas, de conquista do cliente. Com
certeza essa estratégia vai depender do produto ou serviço e da proposta de valor
que está sendo desenvolvido.
‒ Fontes de Receita
Uma vez que já é sabido qual o segmento de clientes, o valor que se espera
gerar para eles, a forma de relacionamento e os canais de comunicação, deve-se
definir qual o dinheiro gerado por uma empresa para cada um dos segmentos de
cliente. De pouco adianta um modelo de negócios que não traz receita para a
empresa. Nesse campo, deve-se perguntar qual o valor que um segmento de clientes
está disposto a pagar pelo seu produto ou serviço? Percebam que, mais uma vez, se
a empresa está definindo um novo modelo de negócios para atuar no mercado de
massa, é pouco provável que o preço acessível não seja um fator de diferenciação
para o consumidor ou cliente. Provavelmente, esse consumidor ou cliente está mais
atento às diferenças de valor, mesmo que pouco expressivas, do que de serviços
agregados ao produto. Perguntas como “Pelo que nossos clientes pagam
atualmente?”, ”Como pagam?”, “Como prefeririam pagar?”, “Quanto cada fonte de
receita contribui para o total da receita?” devem ser feitas para o preenchimento desse
campo.
‒ Recursos Principais
Esse campo descreve as ações mais importantes que uma empresa deve
realizar para fazer seu negócio funcionar. Assim como os recursos principais, elas
são necessárias para fazer com que a proposta de valor seja realmente alcançada.
Diferentemente do canvas de projetos, tem-se realmente atividades, ao invés de
entregas, e são atividades que irão suportar o modelo de negócios e não somente
atividades para que eles comecem a operar.
‒ Parcerias principais
‒ Estrutura de custo
Fonte: https://designcomcafe.com.br/metodo-canvas-inovacao-em-modelo-de-
negocios/.
Uma metodologia usada por grandes empresas e cada vez mais popular é
conhecida por OKR, Objectives and Key Results.
▪ Resultados-chave:
DYDYNSKI, Jason. OKR Examples for Project Managers – OKRs vs. Projects.
Weekdone. Disponível em: <https://blog.weekdone.com/project-management-okr-
examples-okrs-vs-projects/>. Acesso em: 07 out. 2021.
JUSTO, Andreia. [Canvas] Planeje seu projeto de forma colaborativa e visual com o
canvas de projeto da Euax. Euax Consulting. Disponível em: <euax.com.br/c/canvas-
de-projeto/>. Acesso em: 07 out. 2021.
RASKINO, Mark; WALLER, Graham. Digital to the Core – Remastering leadership for
your industry, your enterprise and yourself. Gartner Inc. 2015.