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QUE IMPACTAM O
COOPERATIVISMO
Com características aderentes à nova economia,
as cooperativas têm tudo para crescer e se tornarem
protagonistas em seus mercados. Conheça as
estratégias que podem ajudar a sua cooperativa!
CONTEÚDOS
1. Introdução
2. Contexto: a revolução digital é agora!
3. Fortaleza das cooperativas
4. Tendências nos ramos
do cooperativismo
5. Desafios da gestão: inovação,
diversidade, velocidade e olhar
para o futuro
6. Conclusão
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1. INTRODUÇÃO
Seria preciso muito esforço para procurar e encontrar
um segmento da economia que, devido à inovação e à
tecnologia, não esteja passando por transformações
severas em seus modelos de funcionamento. Ainda assim,
o risco de não encontrar é muito grande.
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De maneira geral, a busca das cooperativas é similar
à das empresas mercantilistas. Ou seja, o que se almeja
é incrementar a competitividade por meio da melhoria na
capacidade de produzir e fazer negócios. E como se não
bastasse, a pandemia de Covid-19 que colocou o planeta
em isolamento intensificou ainda mais essa busca, incutindo
novos elementos a serem considerados para a estratégia
e a gestão dos negócios das mais variadas naturezas.
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Se, apesar do início das vacinações, os indícios de
saída da crise causada pela pandemia ainda são
tênues, uma certeza já pode ser ventilada. O que
manteve as empresas - cooperativas inclusive
- respirando durante o auge da crise foram
as tecnologias digitais. E o que vai permitir às
organizações continuar existindo e crescendo será a
capacidade de se reinventar tanto no meio eletrônico
quanto no off-line. Para isso, é imperativo ajustar o
foco para as estratégias de inovação e ficar antenado
às tendências que pautam o comportamento do
consumidor e a eficiência geral da cadeia produtiva.
Boa leitura!
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O boom de inovação que vivemos atualmente teve início
com a revolução digital. Por isso, procurar entender as
suas principais tecnologias e como algumas cooperativas
têm utilizado estas novas ferramentas é, certamente,
o primeiro passo para nos aprofundarmos nos impactos
da inovação em cada ramo do cooperativismo.
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Máquina que aprende
e resolve problemas
A inteligência artificial é, na verdade, a combinação de
tecnologias para simular capacidades humanas ligadas
à inteligência. Na prática, isso permite, por exemplo,
a aprendizagem a partir da análise de uma grande
quantidade de dados, podendo ser útil desde
o atendimento ao cliente à otimização de transações
em uma rede, por exemplo.
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Fora do cooperativismo, uma empresa que levou a
inteligência artificial a outro patamar foi o gigante
varejista chinês Alibaba. Isso porque a partir do uso das
tecnologias digitais, especialmente a inteligência artificial,
o Alibaba consegue coordenar em tempo real uma
complexa cadeia varejista.
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“Como alto executivo do Alibaba, conheci muita gente
que vê a empresa como o maior varejista do mundo ou
a Amazon da China. Essa impressão, além de errada,
também obscurece o modelo de negócio inovador do
Alibaba e a janela que abre para a evolução do cenário
econômico. Ao contrário da Amazon, o Alibaba nem
mesmo é um varejista no sentido tradicional; não
adquirimos nem mantemos estoque, e o serviço de
logística é realizado por fornecedores externos”,
afirma Zeng.
Big Data/Analytics
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Automação
Plataformas e ecossistemas
de negócios digitais
No tópico anterior, entendemos algumas tecnologias
inovadoras e como elas podem garantir mais eficiência
aos negócios. Mas elas podem ir além da inovação
incremental e causar disrupções em setores inteiros.
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Outro exemplo é Google, que
oferece um apanhado de produtos
digitais - em sua maioria gratuitos
- e conecta um sem número de
empresas em seu ecossistema.
Em troca dos produtos e serviços
gratuitos, o Google captura dados,
que configuram o real valor da
plataforma. Os anunciantes veem
valor nisso e pagam ao Google, que tem
a função de manter o ecossistema vivo
e atraente para ambos os lados.
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Pelos exemplos na tela anterior, não pense que
a revolução das plataformas está restrita a alguns poucos
setores. Pelo contrário. Veja o que diz o livro “Plataforma:
A Revolução da Estratégia”, dos autores Parker, Alstyne
e Choudary, referências mundiais no assunto:
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Plataformas com princípios cooperativistas
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A atuação em plataforma insere a cooperativa
num ecossistema que tem potencial para
incrementar sua capacidade de inovação e de
adoção tecnológica. Tais ecossistemas colocam
as cooperativas em contato com outros
players, melhorando a troca de informações
e experiências. É uma forma inteligente de
cultivar conhecimentos e competências sem
precisar ter todos dentro de casa.
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Muitas competências e valores do
cooperativismo têm tudo a ver com
os ecossistemas de negócios digitais,
plataformas e inovação. São as fortalezas
das cooperativas para este novo cenário.
Vamos analisar algumas delas.
Intercooperação e
ecossistemas digitais
Vimos que os ecossistemas de negócios são basicamente
várias empresas conectadas e sincronizadas por meio
da tecnologia trabalhando, muitas vezes, de forma
cooperativa. E sabemos que isso tem tudo a ver com
o cooperativismo e um de seus princípios,
a intercooperação.
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Este é o caso da Unium, iniciativa de intercooperação
que reúne Frísia, Castrolanda e Capal que proporcionou
um aumento de 20% no faturamento conjunto das
cooperativas nos segmentos de lácteos, suínos e trigo.
Com três anos de existência, a Unium tem faturamento
anual de R$ 7 bilhões.
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Foco no cliente e o interesse
pela comunidade
O interesse pela comunidade e pelo ser humano, algo
tão arraigado nos valores do cooperativismo, são meio
caminho andado para um dos segredos das empresas
inovadoras: o foco (obsessivo) no cliente.
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Dentro dessa tendência, alguns conceitos vão se
tornar cada vez mais populares, como é o caso do
Customer Centric (centrado no cliente), que, como
o próprio nome indica, coloca o cliente no centro de
todas as decisões estratégicas da cooperativa. Então,
para que isso se torne prática corrente na cooperativa,
alguns pontos são fundamentais. Dentre eles,
tornar-se um expert sobre o cliente da marca. Isso
significa conhecer suas características, necessidades
e dores, bem como as expectativas e o padrão de
comportamento.
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Já o sucesso do cliente pode ser definido como o pleno
atingimento, por parte dos clientes, dos objetivos
determinados quanto ao uso do produto ou serviço
oferecido pela cooperativa. Por trás desse conceito está
o entendimento de que, ao se beneficiar plenamente da
oferta (produto ou serviço), o cliente obtém sucesso e,
logo, volta a consumir com a instituição responsável pela
satisfação. Esse conceito está pautado pela adequada
segmentação dos grupos de consumidores, bem como pelo
claro estabelecimento e gestão de expectativas, além do
acompanhamento criterioso das métricas envolvidas.
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O movimento SomosCoop é uma
das formas de comunicar sobre o
cooperativismo e identificar os negócios
cooperativos. Seu carimbo ajuda nessa
comunicação sobre como funciona o
modelo de negócio das cooperativas,
seus valores e relevância nas
comunidades. Ele tem sido usado cada
vez mais pelas cooperativas brasileiras.
Vale a pena conferir aqui.
Aprendizado constante:
a valorização da educação
O exemplo da comunicação ajuda a tornar mais evidente
a importância do aprendizado constante para as
cooperativas. É preciso que as cooperativas aprendam
a se comunicar melhor para usufruir de uma vantagem
competitiva que lhes é inerente.
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Há uma expressão em inglês para essa capacidade:
lifelong learning. Ou seja, aprendizado ao longo da vida,
remetendo ao fato de, para cooperativas ou no aspecto
individual, sempre ser oportuno aprender o que é novo.
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Até aqui você pôde acompanhar e entender as tendências
e mudanças que afetam as organizações mundialmente,
inclusive as transformações ocasionadas pela pandemia.
Agora, vamos ver essas tendências de forma prática em
cada ramo, conhecendo alguns cases reais. Acompanhe!
SAÚDE:
tecnologia amplia atendimento
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Esses exemplos demonstram que o ano de 2020 foi
de reinvenção para o setor da saúde. Adaptar-se
para atender às medidas de isolamento social só
foi possível graças à tecnologia. E na saúde isso é
ainda mais significativo, pois se trata de um setor
com grandes barreiras culturais. Afinal, a medicina
é algo milenar, cheia de princípios e, principalmente,
regulamentações. Romper paradigmas neste contexto
não é algo simples.
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AGRO:
agricultura digital em expansão
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Além disso, o estudo mostrou que boa parte dos
produtores rurais que participaram da pesquisa já usa
aplicações a partir de sensores remotos e de campo,
eletrônica, aplicativos ou plataformas digitais para fins
específicos em uma cultura ou sistema de produção.
Segundo a pesquisa, 68% adquiriram e fazem uso de
tecnologia digital por conta própria; e 31% tiveram
acesso aos serviços por meio de terceiros, como
cooperativas e associações.
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CRÉDITO:
open banking estimula a inovação
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Inclusive, o tópico “Plataformas e ecossistemas de
negócios digitais”, no segundo capítulo deste e-book,
tem impacto direto e aderência ao ramo crédito. Exemplo
disso são Alibaba, WeChat e as entradas de grandes
plataformas, como Amazon e Facebook, no mercado
de meios de pagamento.
CONSUMO:
e-commerce consolidado
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Dos consumidores pesquisados, 40% afirmaram
ter reduzido o gasto com itens não essenciais,
comportamento que pretendem manter após o fim
da pandemia. E mesmo o consumo de itens essenciais
registrou uma mudança, com maior preocupação
com preço. Ganharam espaço produtos mais populares
e com menor preço.
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TRABALHO, PRODUÇÃO DE BENS E SERVIÇOS:
vocação para cooperativismo de plataforma
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TRANSPORTE:
tecnologia e inovação para superar
os obstáculos do setor
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Recurso já mais difundido no setor de transportes é o
acompanhamento em tempo real dos fretes, com cada
vez menos interferência humana devido à ampla adoção
de IoT (Internet of Things, ou Internet das Coisas, em
Português). Com os próprios veículos se conectando à
internet, sua localização é comunicada em tempo real
para os contratantes de frete. Não é à toa, portanto, que
os investimentos em IoT para a logística vão chegar à
casa de US$ 10 bilhões, em 2022.
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INFRAESTRUTURA:
eficiência energética e democratização
do acesso
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Segundo o Anuário do Cooperativismo Brasileiro,
do Sistema OCB, o ramo vem evoluindo com a
incorporação de novas iniciativas, como a prestação
de serviços de telecomunicações. Dessa forma,
a atuação variada das cooperativas reflete bem o papel
do cooperativismo que é atender às necessidades e
buscar soluções para seus cooperados e comunidade.
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Você, leitor do InovaCoop, já sabe que a inovação
não é fruto de atos isolados, pois demanda esforços
sistemáticos para gerar resultados. Na prática, é
necessário criar mecanismos para estimular, coordenar
e medir resultados de ações visando à inovação. Ou seja,
colocar a gestão da inovação a serviço das cooperativas.
Programas de inovação
Cada vez mais os programas de inovação têm se
popularizado como forma de colocar as cooperativas
como protagonistas da nova economia. Um dos
principais motivos é o fato de os programas de
inovação criarem ambientes separados da operação,
sendo possível desenvolver novos modelos de negócio,
novos processos operacionais, produtos e serviços
diferenciados, processos de melhoria contínua etc.
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que isso, a separação entre os processos correntes e a
inovação no primeiro momento evita que as iniciativas sejam
influenciadas por qualquer viés do negócio. O resultado é
uma maior liberdade para desenvolver e aprender com as
experimentações propostas pelos programas de inovação.
Agro:
Saúde:
Unimed VTRP, com o Hub Vibee
Crédito:
Sistema Ailos, com o InPulse Ailos
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Diversidade e inclusão
As cooperativas que desejam inovar precisam ter
em mente que inovação e diversidade andam juntas.
Na verdade, vai além disso. O artigo “Diversidade:
inclusão ou estratégia?”, da Harvard Business Review,
mostra que a diversidade favorece a inovação.
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Gestão ágil e velocidade
organizacional
Não é segredo para ninguém que esteja no mundo dos
negócios que a velocidade é um fator determinante
para o sucesso de uma organização. Afinal, em muitos
segmentos de mercado impera a máxima do “winners
takes all”, ou “o primeiro leva tudo”. Em cenário
assim, resta aos demais competir para conquistar os
consumidores que sobraram ou visar o pioneiro como o alvo
a ser combatido. O resultado é que as estratégias acabam
sendo pautadas também pelo que o líder de mercado faz,
o que pode trazer limitações à estratégia da cooperativa.
Melhorar a comunicação
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e a colaboração internas;
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A gestão ágil dissemina a importância da
velocidade organizacional por toda a cooperativa,
independentemente do ramo, criando um senso
de urgência entre os colaboradores que permite
a mudança rápida de direção. Este é o tipo de
embasamento que deu suporte à criação das frentes
de telemedicina em cooperativas de saúde quando
do início da pandemia, por exemplo.
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No livro “Gestão do Amanhã”, Magaldi e Salibi
sugerem que as organizações tenham um motor
de crescimento voltado para redesenho do próprio
negócio. Segundo eles, desenvolver um motor de
crescimento orientado a garantir a geração de
resultados financeiros no curto prazo com outro
motor destinado à geração de resultados no futuro
é uma estratégia que contribui para que a
organização se prepare para o novo sem abrir mão
dos recursos do presente.
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Ao longo deste livro digital procuramos, além de pontuar
as principais tendências e a forma como elas influenciam
os negócios, trazer cases que mostrassem os impactos
práticos no ambiente das cooperativas. Dessa maneira,
podemos tirar duas conclusões principais, pelo menos.
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Não havia como uma organização estar preparada para
os desafios decorrentes de um desencadeamento de
acontecimentos como o que observamos desde que
a doença se alastrou. Levou algum tempo até que o
próprio comportamento do vírus pudesse ser entendido
e, ainda assim, cada governo ao redor do mundo lidou
com a questão de uma maneira.
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inova.coop.br
somoscooperativismo.coop.br
coonecta.me