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SECRETARIAIS I
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
TÉCNICAS SECRETARIAIS I
SEJA BEM-VINDO(A)!
Seja bem-vindo(a)! Prezado(a) acadêmico(a), apresento a você um trabalho que reflete a
teoria, a prática e, principalmente, o pensamento do secretário executivo atual. Um pro-
fissional que não é apenas uma ferramenta, mas que está engajado de forma ativa den-
tro das mais variadas empresas e assessorias. Como professora com formação específica
em Secretariado, trabalhando com várias disciplinas específicas do curso de Secretaria-
do em Instituições de Nível Superior públicas e privadas, minha principal preocupação
foi contextualizar as disciplinas teóricas com a prática secretarial. Neste material, tive
um cuidado especial para mostrar a você que cada temática abordada, que, a princípio,
pode parecer generalista, mostra-se de suma importância para a nossa profissão.
Enquanto secretária executiva, acredito que o código de ética deve estar presente em
nosso dia a dia, não por obrigação, mas como um auxílio nas mais diversas situações.
Você aprenderá todo o contexto histórico que levou e leva a função de secretariar a se
desenvolver para a profissão atual, e descobrirá quais as leis que regulamentam a pro-
fissão, códigos e diretrizes específicas que devem ser aprendidos e tidos como um guia
para o secretário executivo. A partir da posição de professora desta disciplina, para a ela-
boração deste material, tive sempre em mente os príncípios éticos e morais e as normas
que regem a nossa profissão e o nosso comportamento. Espero que, durante a leitura,
você seja capaz de percebê-los e que possa colocá-los em prática no seu dia a dia.
Questões específicas, como planejamento e organização de eventos, gestão da informa-
ção e comunicacional, serão abordadas no decorrer de nosso caminho de aprendizado,
afinal, este é o seu primeiro contato teórico com as funções específicas do secretário.
Espero que esteja ansioso(a) e que este material possa surpreendê-lo(a) positivamente.
Como professora, bacharel em Secretariado Executivo Trilingue, acredito que a curio-
sidade e o dinamismo são as portas para o sucesso profissional em secretariado. Dessa
forma, sou grata por ter a oportunidade de apresentá-los a essa honrada e importante
profissão. Espero contribuir para a sua formação acadêmica e pessoal. Fique atento(a)
para as novidades do mercado de trabalho e para a sua realidade profissional. Boa lei-
tura!
09
SUMÁRIO
UNIDADE I
15 Introdução
17 O Desenvolvimento da Profissão
22 O Secretariado e a Tecnologia
26 A Liderança Secretarial
33 Considerações Finais
UNIDADE II
O AMBIENTE DE TRABALHO
41 Introdução
59 Considerações Finais
SUMÁRIO
UNIDADE III
67 Introdução
70 Aspectos Linguístico-Comunicacionais
78 Marketing 3.0
82 Considerações Finais
UNIDADE IV
89 Introdução
94 Gestão Documental
UNIDADE V
117 Introdução
139 CONCLUSÃO
141 REFERÊNCIAS
143 GABARITO
Professora Me. Verônica Braga Birello
I
UNIDADE
DA PROFISSÃO
Objetivos de Aprendizagem
■ Contextualizar historicamente o secretariado.
■ Analisar o panorama do mercado de trabalho no Brasil.
■ Estudar a configuração atual da profissão e sua regulamentação.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ O secretariado na história ocidental
■ O desenvolvimento da profissão
■ O mercado de trabalho no Brasil
■ O secretariado e a tecnologia
■ Características a serem desenvolvidas
■ A liderança secretarial
■ A importância da regulamentação da profissão
15
INTRODUÇÃO
Por conta disso, perceberemos que a profissão do secretariado, embora não seja
de origem contemporânea, passou por transformações e exige um novo pro-
fissional. Estudaremos sobre as características desse profissional, que se torna
indispensável para o mercado atual.
Além disso, voltaremos nosso olhar para o mercado de trabalho brasileiro
e para as oportunidades que nos oferece. Dedicando-nos a este estudo, pode-
remos perceber o que o mercado de trabalho espera de nós, quais talentos e
inteligências precisaremos desenvolver para alcançar pleno sucesso profissional.
Começaremos a entender o dia a dia do profissional em seu ambiente de traba-
lho e, assim, poderemos listar suas competências fundamentais.
Para finalizar, estudaremos as leis que regulamentam nossa profissão e nosso
registro profissional. Veremos que as leis mudaram de acordo com as mudanças
do mercado de trabalho e da profissão. Assim, é importante conhecer profunda-
mente nossos direitos e deveres enquanto profissionais, para que possamos exigir
e respeitar o que a legislação brasileira diz sobre nossa profissão.
Tais conceitos, embora pareçam muito teóricos, a princípio, serão muito
importantes para formar nosso conhecimento global acerca da profissão. Sendo
assim, não deixe de pesquisar e de conferir os materiais extras, pois eles serão
fundamentais para a construção do seu conhecimento.
Introdução
I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O SECRETARIADO NA HISTÓRIA OCIDENTAL
O DESENVOLVIMENTO DA PROFISSÃO
Vamos relembrar mais uma vez as nossas aulas de história lá do tempo do Ensino
Médio. Isso será importante para entendermos como a profissão do secretariado
passa a ser majoritariamente feminina. Até o séc. XX, os serviços de assessoria
foram desempenhados sempre por homens, contudo, as duas grandes guerras
contribuíram para uma virada na história.
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) foi um período muito difícil para
a Europa, pois toda sua porção ocidental encontrava-se em guerra. Além disso,
os EUA também enviaram suas tropas para o combate. Dessa forma, não só a
Europa, mas a América do Norte sofria com falta de mão de obra masculina.
Os EUA exportavam mercadorias para abastecer o mercado europeu, sem os
homens que ocupavam o chão das fábricas, eles foram obrigados a empregar
mulheres e crianças nas mais diversas funções, para que o país não parasse.
Segundo Braick e Mota (2005), os EUA saíram como os grandes vencedores da
guerra e ainda enviaram recursos para a reconstrução das cidades europeias, o
que contribuiu para a prosperidade do país. Sendo assim, os anos 20 foram de
enorme importância para o aquecimento da economia americana e mundial. As
O Desenvolvimento da Profissão
I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a função com maestria, além de prestarem
serviços de copa.
No Brasil, com a chamada Era Vargas,
foram aprovadas leis, juntamente com a
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
que diziam respeito às mulheres que traba-
lhavam. Assim, as décadas de 40 e 50 foram
marcadas por conquistas que podem ser relacionadas também ao secretariado,
pois acabou por se tornar, aqui também, uma função predominantemente
feminina. Todavia, muitos cargos públicos, como de secretários de Estado, são
ocupados por homens e eles, cada vez mais, estão assumindo a função de asses-
sores e secretários também em empresas privadas.
A sigla CLT significa Consolidação das Leis do Trabalho, são as normas que
regulam as relações individuais e coletivas de trabalho. Foi um decreto-lei
instituído por Getúlio Vargas, em 1943, e diz respeito aos direitos, deveres
dos empregados e empregadores e normas que regem o trabalho no Brasil.
Fonte: PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA – CASA CIVIL. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm>. Acesso em: 05
maio 2015.
O Desenvolvimento da Profissão
I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Como acabamos de ver, no Brasil, a mulher passa a integrar efetivamente o mer-
cado de trabalho na Era Vargas, a partir de 1947. Desde então, a profissão passou
por um grande desenvolvimento. Lima e Cantarotti (2010, p. 97) afirmam que:
“O perfil exigido do profissional na década de 1960 requeria apenas pessoas com
domínio de língua estrangeira e ótima datilografia, sendo que as demais atri-
buições seriam aprendidas na prática”. Portela et. al. (2013), que trabalham com
uma linha do tempo da profissão no Brasil, dizem que, na década de 70, o pro-
fissional de secretariado passou a ser visto como um membro ativo da gerência,
sendo que, nos anos 80, foi aprovado o código de ética da profissão. Ainda na
década de 80, com o advento da informática, os profissionais foram levados a se
especializarem e a trabalharem diretamente com a gerência, nessa época, não se
secretariava a empresa como um todo, e sim um executivo. Distinguimos, por-
tanto, a recepção da secretaria. A partir dos anos 90, instaura-se uma mudança
ainda maior, o profissional passa a desempenhar funções de liderança e gestão
dentro do ambiente de trabalho.
O séc. XXI vem sendo significativo para o secretariado no Brasil, uma vez
que ainda no início dos anos 2000 o país se encontrava em um cenário de recu-
peração de danos econômicos causados pelo governo Collor e ainda reflexos
da implantação do Plano Real. Desde então, o país tem se fortalecido, recebido
investimentos internacionais e aumentado o número de negócios internacionais.
Dessa forma, o secretariado, como as profissões do setor de serviços, também
se fortaleceu.
O SECRETARIADO E A
TECNOLOGIA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nos anos 2000. Hoje, é um aparelho indis-
pensável para a maioria das pessoas e para
todos os escritórios. Você tem ideia de quan-
tos aparelhos eletrônicos possui e utiliza
diariamente? Para realizar este curso, você
deve possuir ou ter acesso a um computa-
dor, atualmente, muito provável que seja um
notebook. Além do celular, por vezes um smartphone que acumula as funções
de câmera fotográfica, filmadora, mp3 e mp4, entre outros aplicativos, como cal-
culadora, despertador, gravador etc, muitos adquiriram ou estão pensando em
comprar um tablet ou e-reader.
A tecnologia entrou em nossas vidas de maneira sutil e foi sendo naturalizada.
Isso quer dizer que o normal, hoje em dia,
é estar conectado. Dentro do ambiente de
trabalho brasileiro também é assim. Muitas
empresas são filiais de empresas internacio-
nais ou possuem escritórios fora. Em outros
casos, podem haver inúmeras viagens, conta-
tos de negócios, principalmente no mercado
brasileiro atual. Portanto, saber lidar com os
recursos tecnológicos é fundamental para
todos os profissionais e, em especial, para o
profissional de secretariado.
Isso significa que o advento tecnológico não informatizou apenas nossos escri-
tórios, mas também afetou nossos relacionamentos. Dessa forma, possuir perfis
em redes sociais, um site, um blog, pode afetar seu relacionamento com cole-
gas de trabalho, clientes e com o próprio mercado de trabalho. Isso porque essas
redes sociais, embora pareçam pessoais e desvinculadas da vida profissional,
estão em constante atualização e são checadas pelas empresas de recrutamento,
para investigar os candidatos a vagas de emprego. Ademais, dependendo de
seu uso, podem expor sua vida pessoal para clientes e afetar sua credibilidade
enquanto profissional e, por conseguinte, a credibilidade da empresa para qual
você presta serviços.
A seguir, comentaremos sobre as características que precisam ser desenvolvi-
das por você para ser um profissional competente e desejado pelas companhias.
Preste atenção, pois cada um dos tópicos apresentados aqui servirá para mon-
tar uma parte do painel que representa o secretariado.
O Secretariado e a Tecnologia
I
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■ Agilidade para tomar decisões certas.
■ Bom senso e equilíbrio emocional.
■ Humildade para admitir seus limites e aceitar críticas.
■ Simpatia, amabilidade e disponibilidade para ajudar a todos.
■ Cooperação e compreensão dos seus colegas.
■ Organização e capacidade de planejamento.
■ Pontualidade em seus compromissos.
■ Discrição e responsabilidade no trabalho.
Essas são algumas atribuições que listamos, mas muitas outras podem surgir
por conta dos desdobramentos desses itens. Como você já deve ter percebido, o
profissional de secretariado deve ser um profissional completo. Deve possuir o
domínio de diversos campos do conhecimento e de diversas habilidades, já cita-
das aqui. É preciso estar atento também às tendências de mercado que dizem
respeito à profissão. Há 10 anos, poucas pessoas falavam em secretariado e o
relacionavam a palavra líder, hoje, não se pensa em secretariado sem liderança
e é isso que vamos ver a seguir.
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A LIDERANÇA SECRETARIAL
Dessa forma, percebemos que esse novo paradigma de liderança exposto por
Cavalcanti et al. (2005) contribuiu para o advento do profissional de secretariado
como líder e gestor. Isso porque o secretário executivo é um profissional que par-
ticipa ativamente da vida da empresa. Embora não esteja no topo da hierarquia
empresarial, como um presidente ou vice-presidente, por auxiliar diretamente
essas pessoas, esse secretário tem grande responsabilidade nos processos que
estão sendo executados pelos diferentes departamentos e equipes.
Observe que as mudanças presentes na tabela de Cavalcanti et al. (2005)
afetam diretamente o profissional no secretariado, uma vez que existe a inte-
gração entre o líder e o liderado. Estes trabalham juntos, executivo e secretário,
secretário e equipe. Sentimento de igualdade e liderança participativa criam
oportunidades para que todos possam se sobressair. Ter pleno conhecimento
A Liderança Secretarial
I
dos processos, dos participantes dos projetos, dos objetivos e metas do grupo
contribui para que o secretário possa demonstrar sua capacidade de liderança.
Uma vez que o profissional se atente para os detalhes de sua função e da empresa
como um todo, poderá utilizar seu conhecimento a favor de seu desempenho
como líder. O secretário também pode ser um mediador de conflitos, buscando
encontrar soluções e o diálogo com seus colegas de trabalho. Essas também são
características do novo líder, que constrói uma rede de relacionamentos com
quem está em contato. O novo líder é aquele que se integra à equipe, não o que
mantém distância. O secretário executivo enquanto líder deve ter uma perso-
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nalidade firme, não autoritária. Dessa forma, sua liderança será reconhecida e
respeitada, não imposta e temida.
A IMPORTÂNCIA DA REGULAMENTAÇÃO DA
PROFISSÃO
X - conhecimentos protocolares.
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Art. 6º - O exercício da profissão de Secretário requer prévio registro na
Delegacia Regional do Trabalho do Ministério do Trabalho e far-se-á
mediante a apresentação de documento comprobatório de conclusão
dos cursos previstos nos incisos I e II do Art. 2º desta lei e da Carteira
de Trabalho e Previdência Social - CTPS.
“Art. 2º ......................................................................
I - Secretário Executivo:
II - Técnico em Secretariado:
Art. 4º ...........................................................................
.....................................................................................
VI - (VETADO)
.....................................................................................
Art. 6º ............................................................................
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Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Paulo Paiva
Nessas duas Leis que regulamentam a profissão, podemos ver quem pode exercer
a profissão, em que nível poderá exercê-la, quais tarefas competem a esse pro-
fissional, o que deverá fazer para estar de acordo com a legislação brasileira etc.
Essas Leis foram de extrema importância para a consolidação dos cursos
de secretariado no Brasil, tanto a nível técnico quanto superior. Antes da regu-
lamentação, qualquer pessoa poderia exercer a função de secretário, ou exercia
sem ser reconhecida como tal. Quando a legislação entra em vigor, as condições
mudam, o que fortalece a profissão, uma vez que só pode ser reconhecido como
profissional aquele que estudou ou que possuía grande experiência na área. O
fortalecimento se dá porque é necessário o curso para a contratação, então, os
profissionais contratados serão competentes e terão conhecimentos específicos
na área. Sabemos que a qualificação da mão de obra gera a valorização do pro-
fissional, contribui para maior status da profissão e de seus profissionais.
Além disso, percebemos um avanço na Lei de 1996: o veto ao artigo IV, que
dizia respeito às responsabilidades do secretário executivo. Entendemos o veto,
pois já não era possível listar todas as obrigações desse campo profissional tão
amplo que é o secretariado. Dessa forma, a profissão não se restringe às funções
listadas na primeira lista, mas pode incluir muitas outras que veremos durante
o curso.
As Leis representam a segurança para o trabalhador e um norte para que
possam planejar e gerir suas carreiras dentro do secretariado executivo. Ainda,
é por meio da regulamentação da profissão que aumentam as oportunidades de
concursos públicos, afinal, a profissão é reconhecida. Além do piso salarial e de
outros benefícios que são exclusivos das profissões regulamentadas, por exem-
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plo só pode ocupar a vaga de secretário executivo quem estiver de acordo com
a legislação vigente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
I
aproveitar seu potencial para facilitar processos rotineiros e para melhorar a efi-
ciência comunicacional dos escritórios.
Você deve ter percebido, ao ler o texto, que o secretário executivo representa
muito mais que uma ferramenta de trabalho. O secretário executivo é um profis-
sional pró-ativo, capaz de liderar equipes e acompanhar os projetos da empresa
com propriedade de conhecimento. Dessa forma, para poder liderar, é impor-
tante conhecer e se manter atualizado sobre a missão, visão, valores, metas e
objetivos da empresa e dos projetos com os quais trabalhamos.
Foi possível perceber ainda que as Leis que regulamentam a profissão são de
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extrema importância para a colocação do profissional capacitado no mercado de
trabalho. Além disso, entendemos pela redação da própria Lei o quanto o secre-
tariado se desenvolveu nos últimos anos e como suas atribuições deixam de ser
limitadas. Observamos que é preciso estar atento para que os editais sigam as
normas profissionais e cabe a você, aluno(a), conferir tudo o que se diz sobre o
curso, afinal, o estudante engajado e participativo faz a sua parte promovendo o
conhecimento e a imagem positiva acerca da profissão.
II
UNIDADE
O AMBIENTE DE TRABALHO
Objetivos de Aprendizagem
■ Compreender o que é a organização e como ela funciona.
■ Estudar procedimentos básicos do secretariado executivo dentro de
uma empresa.
■ Conhecer o fluxo de informações a serem gerenciadas pelo secretário
executivo no dia a dia empresarial.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Tipos de organizações e sua constituição
■ Missão, visão, valores e sua importância para a empresa e
colaboradores
■ Ferramentas empresariais: cronogramas e organogramas
■ O que é e para que serve o planejamento
■ Controle de fluxo de informações: agenda
■ Outras ferramentas informacionais
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INTRODUÇÃO
Introdução
II
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As organizações empresariais são o tipo mais comum de organização.
Primeiramente, discutiremos esse tipo de organização, uma vez que se consti-
tuem como o principal ambiente de trabalho dos profissionais de secretariado
executivo. Veja o que Maximiniano (2012, p. 378) tem a dizer sobre elas:
A organização empresarial é o tipo mais simples de organização, for-
temente centralizada na figura do executivo principal ou de um em-
preendedor que a fundou e a dirige. Concessionárias de veículos, lojas,
uma nova agência do governo ou uma ativa empresa industrial de pe-
queno porte são exemplos desse tipo de configuração.
O AMBIENTE DE TRABALHO
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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de pessoas, ou centros que precisem de assessoria. Atualmente, é um campo em
total desenvolvimento para o secretariado, pois essas organizações estão des-
cobrindo que a pessoa que assessora cada um dos níveis precisa ser altamente
qualificada, ou caminharão para a total desordem, visto seu tamanho.
Novos tipos de organização estão surgindo, como as organizações inovado-
ras, que, embora ainda sejam poucas, algumas são grandes empresas, como o
Google, a Microsoft etc. As empresas inovadoras estão focadas na criação e ino-
vação. O forte das organizações inovadoras são os projetos. Equipes são formadas
e trabalham por determinado período de tempo para chegarem ao resultado.
Embora sejam consideradas as organizações do futuro, precisamos estar cientes
de que elas não funcionam para todos os seguimentos. O secretário executivo
precisa estar atento aos projetos e acompanhar seu desenvolvimento, geralmente
reportando a algum superior. É sua função estar sempre atualizado sobre o está-
gio de desenvolvimento de cada projeto.
Outro tipo de organização é a missionária, em que as pessoas são movi-
das por uma ideologia. São as igrejas, organizações não governamentais etc.
Maximiniano (2012, p. 382) cita, ainda, a organização política, segundo ele: “as
organizações políticas não têm parte mais importante, nem mecanismos de coor-
denação geral, e são caracterizadas pelo conflito”. Em ambos os casos, é preciso
observar como estão estruturadas, para que a assessoria prestada pelo profissio-
nal do secretariado seja adequada.
O AMBIENTE DE TRABALHO
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A EMPRESA E COLABORADORES
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qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, e temos, ainda, o para quem:
para a sociedade, à medida que formará profissionais cidadãos que irão contribuir
para o desenvolvimento social de forma justa e solidária. Dessa forma, sabemos
o que a organização deseja e qual o objetivo de sua existência.
A visão tem caráter mais prático e mostra, além dos desejos e inspiração apre-
sentados pela missão, os resultados que podem ser obtidos. É por meio da visão
que descobrimos aonde efetivamente a empresa quer chegar, em que ela quer
se transformar, qual direção seguirá. É importante para que os colaboradores
internos e externos saibam em que estão efetivamente aplicando seus esforços e
recursos e qual serão os resultados desses. Tomemos como exemplo a visão de
nossa universidade (UNICESUMAR, online):
Tem como visão ser reconhecida como uma Instituição universitária de
referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo
docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvi-
mento de linhas de pesquisa; consolidação da extensão universitária;
qualidade da oferta do ensino presencial e a distância; bem-estar e sa-
tisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e ad-
ministrativa; compromisso social de inclusão; processos de cooperação
e parceria com o mundo do trabalho e compromisso e relacionamento
permanente com os egressos, incentivando a educação continuada.
O AMBIENTE DE TRABALHO
47
visão. São regras que dão o suporte para as ações dentro de uma organização.
O código de ética, que veremos na unidade V, nos ajudará com valores específi-
cos para o secretariado, contudo, cada organização pode e deve ter valores que
formam a estrutura da empresa. Eles podem ser escritos, mas de nada valerão
se não forem traduzidos nas ações de cada um de seus colaboradores. Os valo-
res, como já dissemos, ajudam a constituir a cultura organizacional e solidificam
os relacionamentos entre os colaboradores e clientes, pois esses podem ver que
estão sendo postos em prática.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
estrutura ou algum critério previamente
definido, mas todas analisam os
objetivos que se propuseram a
cumprir, dividem o trabalho,
definem responsabilidades, os
níveis de autoridade e precisam
desenhar sua estrutura organi-
zacional por meio de organogramas.
O organograma é uma ferra-
menta muito importante dentro da
organização. Ele mostra claramente
os níveis hierárquicos da empresa, por
meio dele é possível saber quem possui
maior e menor autoridade. É fácil saber
para quem se deve reportar um problema,
uma dúvida, uma sugestão. Respeitando o
organograma, ninguém passa por cima de
ninguém. Dessa forma, como você já deve ter imaginado, conhecer o organo-
grama é também função do secretário executivo.
Os organogramas são estruturados de acordo com a estrutura hierárquica
da organização. Geralmente, temos a chamada estrutura achatada, com poucos
chefes e muitos subordinados (Tabela 1), ou a estrutura aguda, com muitos che-
fes e poucos subordinados por chefe (Tabela 2). Observe:
O AMBIENTE DE TRABALHO
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Presidente
Secretário Executivo
Presidente
Secretário Executivo
Pesquisador Pesquisador
Pesquisador
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
colaboradores pode monopolizar as decisões e não dar conta de fiscalizar tudo
o que deveria controlar, pois não delega responsabilidades. No sistema descen-
tralizado, por sua vez, também podem haver problemas com o controle, surgem
várias equipes trabalhando de forma independente e é fácil perder o foco do tra-
balho como um todo.
O organograma é um ferramenta empresarial que deve ser utilizada para
otimizar o funcionamento da empresa e os relacionamentos. Sendo assim, é pre-
ciso desenhar o organograma e divulgá-lo, caso aconteça alguma modificação,
é preciso atualizá-lo sempre que necessário.
Outra ferramenta é o cronograma. Como seu nome revela, o cronograma é
um aliado frente ao tempo. O cronograma é uma ferramenta de gerenciamento
do tempo e mostra as atividades que
precisam ser realizadas e quando elas
devem começar e terminar. Geralmente,
as atividades são decompostas, para
que possam ser executadas de maneira
adequada e no prazo indicado. Pense
em um evento, ele acontece em uma
data específica, mas, com certeza, pes-
soas já trabalharam para organizá-lo
em diferentes etapas, lugares, equipes e
continuarão a trabalhar mesmo após o
evento. Para ter controle do andamento
de uma atividade, o cronograma é uma
O AMBIENTE DE TRABALHO
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CRONOGRAMA 2015
Etapa/Período Fev. Mar. Abr.
Revisão bibliográfica x
Coleta do material x
Leitura e fichamento dos textos x x
Escrita do Artigo x x
Normas x
Entrega da versão final x
Quadro 2: Modelo de Cronograma
Fonte: a autora.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
serão as consequências de nossos atos. Assim também é o planejamento. Segundo
Maximiniano (2006), precisamos de um objetivo, meios, prazos e caminhos. O
secretário executivo, como parte da organização, precisa ter atitudes pró-ativas,
reativas e ser equilibrado, planejando suas ações de forma alinhada com a empresa.
Maximiniano (2006) lista dois tipos de plano: permanentes ou singulares e
temporários. Os planos permanentes devem estar sempre em foco, se seu obje-
tivo é ser aprovado em todas as disciplinas, terminar a graduação e continuar se
aperfeiçoando, é preciso traçar um plano permanente que o capacite para tanto.
Um plano temporário pode ser traduzido no planejamento de um evento, como
uma confraternização de fim de ano. O que precisa ser feito? Quem precisa ser
convidado? É preciso colocar tudo no papel para que não aconteçam erros. O
planejamento pode ser temporário, mas sua execução ficará para sempre na
memória dos envolvidos. Maximiniano (2006, p. 34) diz:
O processo de planejamento é a ferramenta para administrar as rela-
ções com o futuro. As decisões que procuram, de alguma forma, in-
fluenciar o futuro, ou que serão colocadas em prática no futuro, são
decisões de planejamento.
O AMBIENTE DE TRABALHO
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONTROLE DE FLUXO DE INFORMAÇÕES: AGENDA
Como você já deve ter percebido, nesta unidade, estamos apresentando várias
ferramentas que podem auxiliar no seu dia a dia como secretário(a) executi-
vo(a). Uma das ferramentas mais importantes é a agenda, pois, mesmo que a
sua memória seja boa, ela não é infalível. Segundo Portela et. al. (2013, p.131), a
“agenda é um livro no qual se anotam os recados, compromissos, despesas, ati-
vidades, horários etc. Além disso, ela é usada para aumentar a eficiência, pois,
possibilita organizar e lembrar compromissos.”
Você pode optar por agendas de papel ou agendas virtuais, para realizar essa
escolha é necessário conhecer o perfil de seu executivo. Algumas pessoas podem
usar agendas ou lembretes online ou em smartphone, mas preferem confiar na
agenda de papel, então, informe-se com seu chefe e decida pela melhor opção. É
necessária muita organização e, principalmente, consultar e atualizar a agenda,
ou ela não terá utilidade alguma.
Tenha sempre duas agendas de compromissos e uma agenda particular. As
duas agendas de compromisso deverão ser idênticas e atualizadas por você. Uma
será sua e a outra será a do seu executivo. Essa agenda deverá constar os compro-
missos, horários, detalhes e o que for necessário para que tudo aconteça como
planejado. A agenda particular deverá conter, de modo discreto, os telefones par-
ticulares do executivo e familiares próximos, bem como datas de aniversários.
O AMBIENTE DE TRABALHO
55
Você deverá manter essa agenda em sigilo, pois ela deve conter ainda os núme-
ros dos principais documentos do executivo, contas bancárias, tipo sanguíneo
e telefones essenciais, como hotéis, táxis, agências de turismos etc. Informações
sobre os funcionários que ocupam cargos elevados também podem constar.
Quando agendar um compromisso na agenda de papel, lembre-se de agen-
dá-lo também na agenda eletrônica, ou em outros recursos do seu computador,
pois esses aplicativos podem ser configurados para enviar um e-mail lembrando
você e o seu executivo momentos antes do compromisso. Esses aplicativos são
extremamente úteis, principalmente em casos de viagens internacionais, como
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muitas vezes os fusos-horários são diferentes, os aplicativos podem ser úteis para
lembrar o executivo de seu próximo compromisso. Todavia, é um risco contar
apenas com eles, uma vez que a maioria depende da internet. Portela et al. (20013,
p. 131) dizem que: “temos que nos acostumar a consultar a agenda várias vezes
ao dia e a agendar todas as atividades e compromissos marcados, de imediato”.
Não misture sua agenda pessoal com a agenda de compromissos. Recados
telefônicos não devem ser anotados nessa agenda, você pode manter uma agenda
mais simples apenas para isso. É interessante manter uma agenda plástica com os
cartões de visita de seus clientes e fornecedores, além de uma agenda exclusiva
telefônica em que você possa anotar seus contatos. Você pode fazer isso utili-
zando aplicativos ou recursos dos mais diversos sistemas operacionais, o que for
mais prático e de rápido acesso.
Ao se reunir com o executivo, ou em uma reunião, tenha sempre a agenda
com você. Alguém pode questionar sobre a disponibilidade para algum aponta-
mento, ou você pode aproveitar a oportunidade para reiterar um compromisso
ao chefe. Não misture ações cotidianas na agenda de compromissos, não anote
para quem deve ligar amanhã, quem ligou ou o e-mail que precisa responder.
Tenha outra agenda para isso, um bloco de notas, ou mesmo formulários desen-
volvidos de acordo com a sua necessidade. Por exemplo, você precisa transferir
uma ligação, mas, como a linha estava ocupada, não conseguiu. Não marque
na sua agenda quem ligou, mas também não chegue sem informações básicas.
Utilize um formulário dessa forma:
Veja o exemplo dado acima, o nome da pessoa não adianta para muita coisa se
não souber exatamente quem ela é, dessa forma, uma referência é essencial. O
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assunto também é importante, afinal, você, enquanto secretário(a) executivo(a),
precisa saber filtrar as informações, se for uma propaganda, por exemplo, poderá
você mesmo responder e pedir para que entrem em contato por e-mail. O con-
tato telefônico também é relevante, pois, mesmo que seja um conhecido, pode
ter mudado de número etc. Dessa forma, esse formulário é muito útil e pode ser
visto como um auxiliar da agenda, além de poder ser adaptado para o seu con-
texto de trabalho.
O AMBIENTE DE TRABALHO
57
Outros recursos que precisam ser dominados pelo secretário executivo são as
ferramentas de apresentação, como o PowerPoint, recurso disponibilizado pelo
próprio Windows, ou outros programas, como o Prezi, considerado por muitos
um programa revolucionário de apresentações. Vamos comentar um pouco sobre
cada um. O PowerPoint é muito utilizado para o desenvolvimento de “slides” de
apresentação. Nesse programa, podemos escolher o layout, ou design da apre-
sentação, geralmente com base em um modelo oferecido pelo programa. Esteja
atento(a), embora você goste de roxo, laranja e verde, quem sabe esse não seja o
melhor tema para apresentar um novo investimento. Lembre-se de que fundos
claros e letras escuras favorecem a leitura do que será projetado. O PowerPoint
possui uma infinidade de recursos, mas alguns podem estar disponíveis apenas
em versões mais recentes. Uma apresentação bem feita pode ser simples, ou pode
se tornar mais didática apenas pelo uso de animações. Esteja atento(a), caso não
conheça todos os recursos, tire um tempo, pesquise na internet, conheça o pro-
grama, saiba como usar seus recursos, você pode precisar deles a qualquer hora.
O Prezi, por sua vez, é um programa online que oferece funções gratuitas
e pagas. Ele pode parecer difícil a primeira vista, mas seus resultados impres-
sionam, principalmente porque é muito diferente do usual PowerPoint. Nesse
programa, você tem um tipo de folha de papel e poderá utilizá-la para montar
sua apresentação. Comece pelos layouts prontos, até se adaptar ao programa. O
que o diferencia, primordialmente, são seus movimentos, ele funciona como uma
câmera que dá zoom, focaliza, move-se de um objeto para o outro, tornando sua
apresentação muito mais dinâmica. Lembre-se de que você precisará da inter-
net para usá-lo e para apresentar seu trabalho. Quando terminar, ele poderá ser
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baixado para o computador e funcionará se o plug-in flash player estiver atu-
alizado. Por isso, verifique tudo antes e evite contratempos. De nada vale uma
apresentação bem feita se não puder apresentá-la.
Falando em recursos para apresentações, não podemos esquecer os proje-
tores, data-shows ou outros recursos utilizados para a projeção. Certifique-se
de que funcionam e de que você sabe ligá-los e desligá-los, para que não haja
nenhum atraso ou, ainda, perda de aparelho. Embora sejam caros, eles são um
ótimo investimento, existem, ainda, empresas que alugam esses aparelhos, caso
você não possua ou precise em grandes quantidades. Aparelhagem de som e
iluminação também são essenciais para alguns setores, caso você precise ape-
nas algumas vezes ao ano, valerá a pena alugar de empresas especializadas, pois,
geralmente, elas cedem um técnico para instalar e regular o que for preciso, antes,
durante e pós-evento.
Dessa forma, esteja atento(a), pois é necessário saber lidar tanto com os apa-
relhos físicos – hardware – quanto com suas funções –software. Embora não
precisemos ser autoridades nesses assuntos, pouparemos tempo e esforço se
tivermos o conhecimento suficiente para executar nosso trabalho e auxiliar os
executivos em nosso ambiente de trabalho.
O AMBIENTE DE TRABALHO
59
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, começamos a estudar sobre a empresa, sua estrutura, missão, visão,
valores, ferramentas empresariais, como planejamento estratégico, cronograma
e organograma, e ferramentas secretariais, como agendas e outras tecnologias.
Estudamos uma grande variedade de conteúdos e esperamos que você tenha
notado que o que os une nessa unidade é o fato de serem parte do cotidiano das
empresas, o que os faz parte da vida do secretário executivo. Mesmo que o secre-
tário executivo preste assessoria autônoma a executivos diferentes, é preciso ter
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todos esses princípios estudados em mente. E ainda que trabalhe em outras áreas
secretariais, como a organização e planejamento de eventos, é preciso enten-
der que, sem missão, visão e valores, não se chega a lugar nenhum, bem como
é preciso conhecer as diversas ferramentas que podem otimizar o seu trabalho.
Cada tópico estudado aqui toma por base princípios advindos de outras áreas,
como administração, comunicação, tecnologia da informação, isso nos mostra o
quanto a área do secretariado executivo é rica em oportunidades e conhecimen-
tos distintos. Percebemos que o profissional do secretariado é uma peça-chave na
organização e, quanto mais ele souber, mais poderá contribuir para o desenvolvi-
mento da empresa e de seus colaboradores. Em alguns casos, você pode não ser
o responsável pelo planejamento estratégico, por exemplo, mas precisa saber o
que é isso, para que serve. Afinal, de nada adianta implementar essas ferramen-
tas se você não sabe utilizá-las, ou se sua equipe não as conhece.
Além do que foi apresentado, pode existir outras ferramentas, ou podem
ser criadas em um futuro breve, sendo assim, é seu dever estar sempre atento(a)
a seu ambiente de trabalho, a suas necessidades e procurar resolvê-las, mesmo
que precise contratar um especialista ou fazer um outro curso. Lembre-se de
que o segredo do mercado de trabalho é a especialização e a formação continu-
ada. Um profissional desatualizado não tem voz, porque não tem contribuições
a fazer, e não tem vez, pois poderá ser substituído facilmente dentro de seu
ambiente de trabalho.
Considerações Finais
1. Toda organização deve estabelecer claramente sua missão, visão e valores. Sen-
do assim, explique, de forma sucinta, cada um desses conceitos.
2. Nesta unidade, estudamos duas ferramentas empresariais, o organograma e o
cronograma. Com base nesse assunto, analise as afirmativas abaixo:
I. O organograma é desenhado com base na estrutura hierárquica da empresa,
enquanto o cronograma é estruturado com base nas mudanças dessa estrutura
empresarial com o passar do tempo.
II. O organograma deve ser desenhado e divulgado dentro da organização, assim,
todos os funcionários estão atentos aos seus superiores, a quem devem reportar
os problemas e dúvidas, e aos seus subordinados, a quem devem supervisionar
as atividades.
III. O cronograma funciona como um plano sequencial de atividades. É uma ferra-
menta de controle, pois, por meio dele, sabemos o que e quando deve ser rea-
lizado.
IV. A equipe que realizará o projeto não precisa estar ciente da existência do crono-
grama, apenas os líderes devem conhecê-lo.
V. Analisando o organograma de uma empresa podemos perceber seu funciona-
mento: centralizado ou descentralizado. Com poucos líderes e muitos liderados
ou com vários líderes e poucos subordinados para cada um.
a. Somente a alternativa I está incorreta.
b. Somente as alternativas I, II e III estão incorretas.
c. Somente as alternativas I e IV estão incorretas.
d. Somente as alternativas I, II, III e IV estão incorretas.
e. Todas as alternativas (I, II, III, IV e V) estão incorretas.
3. A agenda é uma ferramenta essencial na vida do secretário executivo. Explique
como o secretário deve organizar as agendas do escritório.
61
Dessa forma, sabemos que o profissional deve se adaptar e se moldar de acordo com
as necessidades do mercado. Se o secretariado exige maior conhecimento tecnológico,
temos de desenvolver esses conhecimentos. É preciso entender que a tecnologia pode
ser usada a nosso favor, afinal ela tem como objetivo auxiliar-nos e não complicar a nos-
sa vida. Assim, apresentamos uma tabela abaixo que especifica alguns conhecimentos
que o secretario executivo deve ter para cumprir algumas de suas atividades cotidianas:
Mantenha essa lista de aplicativos sempre com você, assim, você pode lembrar-se de
utilizá-los quando precisar. Caso você não conheça todos eles, pesquise e se informe, afi-
nal, não basta saber que existem e resolver utilizá-los de última hora. É preciso conhecer
os aplicativos e suas funcionalidades, que deixarão a sua rotina de trabalho muito mais
simples e ágil.
Além disso, como tudo a nossa volta, é preciso atualizar-se. É possível que, em alguns
anos, alguns programas da lista sejam modificados, tornem-se ultrapassados e até dei-
xem de existir. Com uma atualização, buscando sobre o novo e o mais eficiente, é pos-
sível informar-se sobre as principais novidades da Gestão de Informação para a área
secretarial.
Fonte: a autora.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Material Complementar
Professora Me. Verônica Braga Birello
RELAÇÕES INTERPESSOAIS
III
UNIDADE
E COMUNICAÇÃO
Objetivos de Aprendizagem
■ Compreender o funcionamento do atendimento ao público interno e
externo.
■ Conhecer a importância da imagem profissional.
■ Desenvolver habilidades interpessoais e de marketing.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ A comunicação empresarial e o secretariado
■ Aspectos linguístico-comunicacionais
■ Atendimento ao público interno e externo: diferenças e
especificidades
■ A memória coletiva e a profissão de secretariado
■ A construção da nova imagem profissional
■ Marketing 3.0
■ Marketing pessoal: o valor do ser humano
67
INTRODUÇÃO
Introdução
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL E O SECRETARIADO
Isso quer dizer que a comunicação se faz necessária em todos os níveis organiza-
cionais e em todos os tipos de organização. A isso somamos o conceito sociológico
e psicológico de relacionamento interpessoal, que se refere à capacidade de se
colocar no lugar do outro, de ser assertivo quanto a opiniões, ser ético, cordial e
ter autoconhecimento. Dessa forma, outra ferramenta importante é o feedback,
uma vez que, por meio desse, é possível corrigir os erros, repensar as ativida-
des e conhecer o posicionamento da empresa diante dos serviços prestados. O
feedback é um tipo de avaliação que pode e deve ser feito, com relação à comu-
nicação, principalmente quanto ao atendimento que veremos a seguir. Dentro
das organizações, esses conhecimentos são fundamentais, pois podem contri-
buir ou atrapalhar o processo produtivo e o convívio entre os colaboradores.
Isso se deve ao fato de que a organização é formada por pessoas e as pessoas
possuem personalidades diferentes e culturas distintas. Se o profissional não for
resiliente, ou seja, capaz de se adaptar, superar situações, sem perder seu foco,
poderá ter problemas também em seu ambiente de trabalho. Não é fácil lidar com
as limitações e características particulares de cada um, esse é um passo difícil e
importante para alcançar a maturidade profissional e pessoal. É preciso saber
conviver e trabalhar com o outro, o diferente, afinal, as coisas não acontecem
ASPECTOS LINGUÍSTICO-COMUNICACIONAIS
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É possível perceber que existem várias definições de comunicação. Algumas defi-
nições e conceitos se referem a conceitos administrativos e empresariais, enquanto
outros se mostram de caráter linguístico. A respeito da comunicação linguística,
alguns autores, como Chomsky (1995), Hymes (2001) e Canale (1996), exploram
o conceito de competência comunicativa. Chomsky (1995) apresenta o conceito
de competência em detrimento ao conceito de desempenho. Segundo esse autor,
seria preciso estudar as regras que se tornam inerentes para cada falante nativo
e que o capacitam a produzir infinitas orações dentro de sua língua.
Hymes (2001) e Canale (1996) apresentam o conceito de competência
sociolinguística, discursiva e estratégica. Segundo tais autores, a competência
sociolinguística diz respeito à variedade linguística adequada a cada situação.
Dessa forma, o secretário executivo deve ter capacidade para perceber a situ-
ação a qual está exposto e adequar o léxico de seu discurso. Além disso, outra
competência apresentada por eles é a discursiva, que diz respeito à capacidade
de produzir discursos coesos, coerentes e que estejam de acordo com o gênero
adequado para tal situação. Assim, em um atendimento telefônico, são utilizadas
palavras específicas e procuramos articulá-las adequadamente para que sejam
bem compreendidas, mesmo com os possíveis ruídos comunicacionais ocasio-
nados pelas falhas técnicas. Por fim, Hymes (2001) e Canale (1996) tratam ainda
da competência estratégica, que seria aquela utilizada quando a comunicação
verbal falha, assim, em alguns casos, é possível recorrer a gestos, sinônimos, reto-
madas, quando percebemos que a comunicação não está atingindo seu objetivo.
A comunicação exige, dessa forma, que o secretário executivo torne-se,
cliente é o interesse pela sua solicitação e a disposição sincera para ajudá-lo. Isso
porque o contato inicial com o cliente, na maioria das vezes, determina como
será sua interação. O secretário, muitas vezes, será responsável pelo primeiro
contato do cliente com a empresa, e o ditado popular que afirma: “a primeira
impressão é a que fica” está correto, pois, anteriormente, o cliente não tinha uma
imagem da empresa, é por meio desse primeiro contato que toda a sua imagem se
formará. Dessa forma, o secretário executivo deve estar sempre disposto a cum-
primentar cordialmente e a ouvir o cliente, buscando promover um ambiente
receptivo e agradável.
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Por inúmeros fatores, mesmo que o atendimento seja adequado, o cliente
poderá ainda reagir de forma negativa, sendo rude, incompreensível e até agres-
sivo. Isso pode ocorrer caso ele tenha tido experiências anteriores negativas com
a empresa, o que o coloca em posição defensiva. Todavia, respostas negativas
também podem ser motivadas por fatores externos à organização, como moti-
vos particulares, por exemplo, humor, preocupações, ou mesmo devido a algum
distúrbio de comunicação ou social. Nesses casos, é preciso agir com tranquili-
dade e naturalidade. A melhor maneira de tratar alguém agressivo é contornar
a situação com simpatia e humildade, agradeça, respire fundo e ganhe tempo
para responder da melhor maneira possível. Frente ao atendimento adequado e
direcionado a ajudá-lo, os clientes passam a ser receptivos às informações. Até
mesmo em casos em que você não é capaz de ajudar, se o cliente for atendido da
maneira correta, ele se sentirá satisfeito. Lembre-se: em hipótese alguma trate
a pessoa com a mesma agressividade, isso poderá trazer problemas para você e
para quem você representa. Caso seja necessário, peça ajuda à segurança. Dessa
forma, concordamos com Passadori (2009, p. 09), que afirma:
Ser um bom comunicador exige o domínio da arte da empatia para
perceber o outro como o outro é; seu momento psicológico, seu tempe-
ramento e detalhes do seu olhar, do seu estilo, sua postura, etc.
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mos em secretariado, a primeira imagem que nos vem a cabeça será a de uma
mulher vestida de modo elegante e que recepciona as pessoas, atende ao tele-
fone e, muitas vezes, serve café para os clientes.
Percebemos que essa memória não condiz com a realidade profissional atual,
mas continua circulando pela nossa sociedade, esses são os pré-construídos que
funcionam apoiados pela memória social. Perceba que isso não acontece só com
o secretariado, mas com as mais diversas profissões.
Como já entendemos um pouco sobre a memória coletiva e vimos que ela não
se baseia em fatos necessariamente vividos por nós, mas que é por meio de seu
funcionamento que os pré-construídos circulam na sociedade, poderemos estu-
dar, de forma mais completa, a questão da imagem. A princípio, é necessário
entender qual a sua posição social. Por ora, digamos que essa seja a de acadê-
mico do curso de secretariado.
Como você se vê? Como você vê o outro? Como você pensa que o outro te
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Assim, percebemos que a imagem que você construirá sobre si terá por base a
memória da profissão na contemporaneidade. Assim como Davallon (1999) pro-
põe na relação entre os diferentes jogos surgem as referências entre o que já é
memória e aquilo que se tornará memória. Logo, quem possui maior conheci-
mento sobre a profissão na atualidade, ao comentar sobre o secretariado, o fará
pensando em curso diversificado, com várias possibilidades de atuação e gran-
des capacidades. Dessa forma, percebemos que a memória coletiva desse grupo
social, estudantes do curso, começa a sustentar o pré-construído que trata o secre-
tário como gestor, não como ferramenta de trabalho. Esse é o primeiro passo para
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que você, futuro(a) secretário(a) executivo(a), seja respeitado(a) socialmente.
Muitas pessoas ainda têm a imagem que circulava na década de 70 sobre
a profissão. Todavia, dentro de grandes empresas, essa imagem vem mudando,
uma vez que os profissionais com formação vêm demonstrando conhecimento
que tem sido colocado em prática dia após dia. Esses profissionais, ao desem-
penharem suas funções com propriedade, tornam-se indispensáveis para as
companhias. Uma vez que um secretário diplomado é contratado e começa a
implantar seu conhecimento na prática, a empresa não voltará a contratar pes-
soas desqualificadas, optando sempre pela mão de obra qualificada. Todo esse
processo é uma questão de imagem profissional.
Você que buscará um lugar no competitivo mercado de trabalho tenha em
mente os tópicos fundamentais que listaremos a seguir e que contribuirão para
uma boa imagem pessoal e profissional.
■ Seja pontual e se vista de forma discreta e adequada, para o profissional
de secretariado a boa aparência é crucial. Não use decotes ou roupas cur-
tas. As mulheres devem usar maquiagem leve e os homens devem ter a
barba bem feita. Tanto as mulheres quanto os homens devem estar com
cabelos alinhados.
■ Seja educado, bata sempre antes de entrar e anuncie formalmente os
visitantes.
■ Preste atenção aos detalhes e aos comandos que receber, procure ir além.
Não volte com informações pela metade, demonstre iniciativa e interesse.
Esteja sempre com papel e caneta na mão, ou algo em que possa anotar
para não correr o risco de esquecer algo ou ter de perguntar várias vezes
a mesma coisa.
■ Não use o celular excessivamente para assuntos particulares durante o
horário de trabalho. Você poderá atender uma chamada ou responder
uma mensagem em seu horário de almoço ou intervalo, não corra o risco,
não vale a pena ter sua imagem prejudicada por isso. Chamadas telefôni-
cas particulares não devem ser realizadas a partir do telefone da empresa.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■ Revise seus e-mails, uma boa leitura poderá evitar erros graves de portu-
guês. Lembre-se de que além da grafia das palavras a pontuação deverá
ser revisada, já que poderá causar erros graves no entendimento da men-
sagem, caso seja mal utilizada.
■ Não coma em sua mesa, utilize os locais reservados para isso. Programe-se
para não ficar grandes períodos sem comer, isso poderá fazer mal ao seu
organismo e eventualmente ocasionar mau hálito.
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MARKETING 3.0
Kotler et. al. (2010) afirmam que a tecnologia que permite a conectividade
e a interatividade entre os indivíduos aparece como grande motor do marke-
ting 3.0. As redes sociais têm grande parcela de responsabilidade, uma vez que
as pessoas são autoras, podem elogiar, criticar, ou mesmo organizar manifesta-
ções por meio delas. Imagine então quantos cidadãos poderiam reclamar sobre
um produto e quantas outras pessoas eles conseguiriam convencer por meio de
seus posts na internet? Você se lembra de uma campanha de 2014 intitulada “Ice
bucket challenge”, em que a pessoa deveria jogar um balde de água gelada na
cabeça ou fazer uma doação para a ALS Association – uma associação que pes-
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Marketing 3.0
III
Kotler et. al. (2010, p. 81) afirmam: “No Marketing 3.0, as empresas precisam
convencer tanto os clientes quanto os empregados a levar a sério seus valores”.
Sabemos que o Marketing 3.0 tem por base os valores coorporativos, logo, se os
funcionários acreditarem nesses valores, poderão promover a empresa de modo
justo e de acordo com suas políticas.
Você, como profissional do secretariado executivo que busca promover sua
carreira, deve estar em sintonia com os mesmos valores para alcançar sucesso
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profissional. Antes de uma entrevista de emprego, é importante pesquisar sobre
a empresa em que se almeja trabalhar e alinhar seus objetivos, sua postura, seus
valores. É preciso reconhecer também os seus valores próprios enquanto pessoa,
se você for uma pessoa séria, não aceitará mentiras e não trabalhará em condi-
ções imorais ou antiéticas, se você não tiver valores bem definidos, poderá cair
em contradições e perder o respeito que a empresa e seus colegas têm por você.
Portanto, a primeira lição de marketing pessoal é a honestidade. Kotler et. al.
(2010, p. 81) dizem:
Uma atitude que não esteja alinhada com os valores da empresa es-
tragará toda a história. Os consumidores detectam facilmente quando
uma missão de marca não é autêntica. E os empregados detectam com
facilidade ainda maior os falsos valores nas práticas da empresa.
Dessa forma, podemos fazer uma analogia entre empresa e consumidor, empre-
gado e empresa. Da mesma forma que o consumidor não se deixa enganar
facilmente, a empresa não se deixará enganar. Por exemplo: todos sabem que lín-
guas estrangeiras agregam valor ao currículo em muitas situações e podem ser
tentados a colocar em seus portfólios o domínio em determinada língua estran-
geira, quando sabem que não possuem nível suficiente para manter um diálogo
ou conduzir uma negociação. Frente a essa situação, temos duas possibilidades: o
candidato poderá ser testado e eliminado já na entrevista de emprego ou poderá
ser contratado e, depois cobrado, decepcionando o empregador e passando por
humilhação por ter sido pego mentindo.
empregados.
Segundo os autores, é necessário entender bem os valores para evitar os que não
são autênticos. É preciso que você saiba quais são esses valores para agir com
uma postura que vá de acordo com a empresa e que se justifique por meio des-
ses valores. Se você afirma que tem como ponto forte a criatividade, a vontade de
se desenvolver e aprender coisas novas, mas, ao ser contratado(a), aprende uma
rotina e a segue sem procurar otimizar os processos ou desenvolver suas habi-
lidades, o que parecia ser um marketing positivo passa a ser negativo. Você não
corresponderá às expectativas e, talvez, nem passe do período de experiência.
Poderá se sentir decepcionado(a) e, com certeza, decepcionará seus contratan-
tes. Ninguém quer comprar um produto que não atende às suas necessidades,
muito menos contratar um funcionário que representará custos altos e não dará
o retorno esperado.
Você, por sua vez, também deve estar atento se a empresa cumpre, na prá-
tica, o que seus valores propõem. O mercado está cheio de oportunidades e suas
experiências também serão levadas em conta em seu currículo. Assim, suas ocu-
pações anteriores também falarão a seu respeito, contra ou a favor. Trabalhar em
empresas que, sabidamente, poluem o ambiente pode não contribuir para seu
currículo, enquanto trabalhar em uma empresa com forte senso de responsabi-
lidade social pode contar pontos a seu favor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a essa altura, você já percebeu que o uso adequado da comunicação é respon-
sável por promover práticas gerenciais eficientes e por melhorar o desempenho
operacional, promovendo mudanças significativas nas relações da instituição
com seus diferentes públicos.
Você também teve a oportunidade de estudar como a imagem é formada e
que, por trás dela, existe uma rede de pré-construídos que são sustentados por
uma memória coletiva. Entendendo os pré-construídos a respeito do secretariado
poderemos trabalhar de forma a desconstrui-los e mudar ativamente a memó-
ria social em circulação. Isso depende de nós, profissionais do secretariado. É
responsabilidade de cada um de nós viabilizar o diálogo, promover interação,
facilitar o acesso, a compreensão e a integração dentro da empresa. A cada passo
dado na gestão de comunicação, o secretário faz circular a sua identidade den-
tro do ambiente de trabalho.
Podemos ainda fazer o uso das nossas relações interpessoais e habilidades
comunicativas para promover nossa carreira. Vimos que o marketing pode nos
ajudar a fazer isso e que, na atualidade, a honestidade é o nosso principal cartão
de visitas. Além disso, é preciso alinhar nossa postura aos valores da empresa,
assim, estaremos contribuindo tanto para o desenvolvimento da empresa quanto
para nosso desenvolvimento profissional.
A Rede Social
Ano: 2010
Sinopse: Em uma noite de outono, em 2003, Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg),
analista de sistemas graduado em Harvard, senta-se em seu computador e começa
a trabalhar em uma nova ideia. Apenas seis anos e 500 milhões de amigos mais
tarde, Zuckerberg se torna o mais jovem bilionário da história com o sucesso da
rede social Facebook. O sucesso, no entanto, leva-o a complicações em sua vida
social e profissional.
Professora Me. Verônica Braga Birello
INTRODUÇÃO À GESTÃO
IV
UNIDADE
DOCUMENTAL
Objetivos de Aprendizagem
■ Entender o conceito de documento.
■ Conhecer a gestão documental para secretariado.
■ Aprender a elaborar tabelas de temporalidade.
■ Refletir sobre a correta destinação dos documentos: arquivo e
descarte.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ O que são documentos?
■ Características dos arquivos
■ Gestão documental
■ Ordenação e busca em arquivos
■ Plano de classificação e tabela de temporalidade
■ Regulamentação dos arquivos públicos e privados no Brasil e no
mundo
89
INTRODUÇÃO
documentação dia após dia. Sendo assim, acreditamos que adotar a terminolo-
gia de gestão documental seria mais adequado para nossa área.
Será preciso compreender o que são documentos e para que servem. Além
de aprender sobre os valores primários e secundários e sobre as idades documen-
tais: primária, secundária e terciária. Tendo esses conceitos em mente, poderemos
avançar e aumentar nosso conhecimento na área. Além disso, aprenderemos
sobre a legislação e órgãos nacionais e internacionais que trabalham para a pre-
servação dos arquivos.
Você descobrirá que o segredo para a gestão documental correta e eficaz é
seguir à risca um método. Será preciso conhecer a instituição e a documentação
que ela produz e recebe, dessa forma, poderemos escolher a melhor metodo-
logia para aplicar ao arquivo. Você verá que existem vários métodos e estudará
profundamente os métodos mais utilizados: alfabético, geográfico e numérico.
Além disso, veremos o que é um plano de classificação e uma tabela de
temporalidade e como são indispensáveis para a gestão documental de qual-
quer arquivo. A tabela de temporalidade deve ser elaborada com base nas leis
de conservação documental e seus prazos. É necessário pesquisar juridicamente
os prazos de guarda dos documentos produzidos pela sua empresa. Por isso, é
necessário conhecer a fundo a empresa e a documentação em circulação, uma
vez que, além dos prazos legais, é necessário entender quais documentos fazem
parte da história de constituição e não podem ser descartados.
Introdução
IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O QUE SÃO DOCUMENTOS?
Quais documentos você possui? Provavelmente, você responderá RG, CPF, CNH,
passaporte, registro de nascimento, casamento etc. Esses são documentos pesso-
ais e são guardados como bem entendemos, podem ficar na carteira, em caixas,
gavetas ou espalhados pela casa. Eles também fazem parte de um arquivo: seu
arquivo pessoal.
Documentos pessoais são documentos, mas esse conceito não é restrito.
Documentos são registros materiais de informações ou fatos importantes para
alguém em determinada época. Isso quer dizer que as pinturas rupestres podem
ser consideradas documentos, pois são registros importantes para aquelas pes-
soas que as fizeram. Independente do suporte: pedra, parede, fita, papel, plástico,
cerâmica, tela etc., a partir do momento em que os objetos portam mensagens
importantes, eles serão documentos.
No cotidiano institucional, como você já deve ter percebido, a maioria dos
documentos circula de forma impressa ou digital. Por exemplo, todas as vezes
que você termina uma prova ou atividade no site da EAD Cesumar você recebe
um comprovante de término das atividades, não é? Isso também é um docu-
mento. Eles são produzidos para serem utilizados no momento presente, após o
uso, eles ainda possuem dados que poderão ter valor histórico, legal, podendo
prover informações sobre negociações e todo o tipo de atividades que tiverem
sido registradas neles.
Muitos lugares podem conter documentos, mas nem todos serão classificados
enquanto arquivos. Bibliotecas reúnem centenas, às vezes milhares, de livros que
podem ser adquiridos ou recebidos enquanto doação e que ficam à disposição
do público, estudantes ou não, para pesquisas, consultas ou entretenimento. Os
museus também dispõem de uma coleção de peças, esculturas, quadros, painéis,
vitrais, antiguidades, que possuem valor histórico e cultural e que ficam expos-
tos para o público. Os arquivos, por sua vez, como explica Paes (2004, p.16), são:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
[...] a acumulação ordenada dos documentos, em sua maioria textuais
criados por uma instituição ou pessoa, no curso de sua atividade, e pre-
servados para a consecução de seus objetivos, visando à utilidade que
poderão oferecer no futuro.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
GESTÃO DOCUMENTAL
Precisamos entender que uma das atribuições do secretário executivo está rela-
cionada à gestão documental do lugar onde trabalha. Contudo, como vimos,
existem diversas formas de documentos e arquivos. O secretário executivo é res-
ponsável pela gestão de documentos oficialmente produzidos e recebidos pela
organização. Suas responsabilidades dizem respeito à classificação, planejamento,
organização da documentação da empresa. Segundo Portela et. al. (2013, p.219):
Gestão de documentos é um conjunto de técnicas que contribuem de-
cisivamente para o desenvolvimento dos processos de proteção e corre-
ta guarda das informações. Além disso, a gestão de documentos surge
como elemento auxiliar das organizações, aperfeiçoando e facilitando
o manuseio dos documentos.
Sendo assim, perceba que o secretário executivo pode vir a ser o profissional res-
ponsável pela gestão documental de uma empresa. Por esse motivo, deve ter pleno
conhecimento sobre o processo de arquivamento. Nesse sentido, Paes (2004, p.
36) afirma que é necessário um plano arquivístico que considere:
[...] posição do arquivo na estrutura da instituição, centralização ou
descentralização e coordenação dos serviços de arquivo, escolha de
métodos de arquivamento adequados, estabelecimento de normas de
funcionamento, recursos humanos, escolha das instalações e do equi-
pamento, constituição de arquivos intermediário e permanente, recur-
sos financeiros.
Gestão Documental
IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que se realizarão por meio de um planejamento. Veja o que o CONARQ (2011,
p.20) diz a esse respeito:
O planejamento envolve o levantamento e a análise da realidade ins-
titucional, o estabelecimento das diretrizes e procedimentos a serem
cumpridos pelo órgão ou entidade, o desenho do sistema de gestão ar-
quivística de documentos e a elaboração de instrumentos e manuais.
Gestão Documental
IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Embora haja vários modos de classificar e organizar a documentação, temos
alguns métodos básicos, que são os mais utilizados no Brasil: o método alfa-
bético, o geográfico, os numéricos e os ideográficos. Explicaremos, a seguir, as
regras que regem cada um.
O método alfabético é o mais simples, deve estar relacionado ao nome. Ao
escolher esse método, não precisamos de um índice auxiliar, uma vez que as pastas
documentais estarão dispostas em ordem alfabética rigorosa. No arquivo, é pre-
ciso marcar, de alguma forma, os limites de cada letra. Normalmente, grafamos
em etiquetas de fácil visualização onde estão os documentos que se relacionam
com cada uma das letras. É possível anotar apenas o limite inicial: A, B, C, ou
anotar o limite inicial e final: Aa – Ag, Ah – Am. Agora, vejamos as regras espe-
cíficas para esse método.
1. Nomes de pessoas físicas: coloca-se em ordem o último sobrenome, seguido
de primeiro nome e outros sobrenomes (tabela 6), quando houver. Em caso de
sobrenomes iguais, a ordem será estabelecida de acordo com a ordem alfabética
do primeiro nome (tabela 7). Ex.:
NOMES ARQUIVAMENTO
Ana Maria Braga Arósio, Ana Paula
Arnaldo César Coelho Braga, Ana Maria
Ana Paula Arósio Coelho, Arnaldo César
Quadro 5: Ordem Alfabética - exemplo 1
Fonte: a autora.
NOMES ARQUIVAMENTO
Aline Souza Souza, Aline
Bruno Souza Souza, Bruno
Francisco Souza Souza, Francisco
Quadro 6 : Ordem Alfabética - exemplo 2
Fonte: a autora.
NOMES ARQUIVAMENTO
Heitor Villa-Lobos Mato Grosso, Ney
João de Santo Cristo Monte Negro, Oswaldo
Ney Mato Grosso Santo Cristo, João de
Oswaldo Monte Negro Villa-Lobos, Heitor
Quadro 7: Ordem Alfabética - exemplo 3
Fonte: a autora.
NOMES ARQUIVAMENTO
Carla da Silva De Perder, Luís
Gabriel de Souza Di Caprio, Leonardo
Leonardo Di Caprio Silva, Carla da
Luís De Perder Souza, Gabriel de
Quadro 8: Ordem Alfabética - exemplo 4
Fonte: a autora.
NOMES ARQUIVAMENTO
José Carlos Tavares Filho Almeida Filho, Paulo
Mateus Braga Neto Almeida Sobrinho, Paulo
Otávio Dias Júnior Braga, Mateus Neto
Paulo Almeida Filho Dias, Otávio Júnior
Paulo Almeida Sobrinho Tavares, José Carlos Filho
Quadro 9: Ordem Alfabética - exemplo 5
Fonte: a autora.
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nome completo, entre parênteses, caso necessária para distinção. Veja a tabela 11.
NOMES ARQUIVAMENTO
Ministro José da Silva Carlos Messias (Professor)
Professor Carlos Messias José da Silva (Ministro)
Doutora Thaisa Ortiz Thaiza Ortiz (Dr.)
Quadro 10: Ordem Alfabética e titulação
Fonte: a autora.
NOME ARQUIVAMENTO
Andres Andia do Nascimento Andia, Andres do Nascimento
Carolina Gomes Bueno Del Carmen, Maria Dorado
Maria Del Carmen Dorado Gomes, Carolina Bueno
Quadro 11: Ordem alfabética para nomes espanhóis ou hispanoamericanos
Fonte: a autora.
8. Os nomes orientais, árabe, japonês, chinês, coreano etc., por sua vez, são
arquivados da forma como se apresentam (tabela 13).
NOMES ARQUIVAMENTO
Mohamed El-Naggar El-Naggar, Mohamed
Xu Zinglei Park, ShinHye
ShinHye Park Zinglei, Xu
Quadro 12 : Ordem alfabética para nomes orientais
Fonte: a autora.
NOMES ARQUIVAMENTO
A Favorita Centro Universitário Cesumar
Centro Universitário Cesumar Favorita (A)
Prefeitura de Maringá Prefeitura de Maringá
Quadro 13: Ordem alfabética para pessoas jurídicas ou governamentais
Fonte: a autora.
NOMES ARQUIVAMENTO
IV Encontro das Secretárias Congresso de Comunicação (Terceiro)
Terceiro Congresso de Comunicação Encontro das Secretarias (IV)
5º Seminário Nacional de Ecologia Seminário Nacional de Ecologia (5º)
Quadro 14: Ordem alfabética para eventos
Fonte: a autora.
Após observar todas essas regras, esteja atento(a) à ordenação alfabética, pois
ela pode ocorrer letra por letra ou palavra por palavra. Um método exclui o outro,
portanto, seja consistente em sua escolha. Veja o exemplo de Paes (2004, p. 68):
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Monte Mór
Monte Sinai
Monteiro
Montenegro
A ordenação do arquivo pode ser feita de acordo com mais de um dos métodos
listados anteriormente. Na maioria das vezes, a classificação por assunto é utili-
zada como auxiliar da ordenação escolhida. A classe pode ser estabelecida por
meio de um código de classes, proposto pelo CONARQ (2001), mas também
pode ser formulada de acordo com as necessidades de cada arquivo. De acordo
com o CONARQ (2001, p.09):
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A classificação por assuntos é utilizada com o objetivo de agrupar os
documentos sob um mesmo tema, como forma de agilizar sua recu-
peração e facilitar as tarefas arquivísticas relacionadas com a avaliação,
seleção, eliminação, transferência, recolhimento e acesso a esses do-
cumentos, uma vez que o trabalho arquivístico é realizado com base
no conteúdo do documento, o qual reflete a atividade que o gerou e
determina o uso da informação nele contida.
Dessa forma, o uso de assuntos nos arquivos faz necessário o uso de um índice
para encontrá-los, mas podem auxiliar na visualização até mesmo da hierarquia
da instituição e das atividades desempenhadas pelo órgão que alimenta o arquivo.
A divisão será feita por classe, subclasse, grupo e subgrupos, veja o exemplo for-
necido pelo CONARQ (2001, p.10):
Essa classificação também poderá ser de grande auxílio para a confecção de outra
importante ferramenta para a gestão documental: a tabela de temporalidade. A
temporalidade, como já vimos, diz respeito à destinação correta dos documen-
tos no decorrer do tempo. Aprendemos que os documentos possuem três fases
ou idades: correntes, intermediários e permanentes. A tabela de temporalidade
nos ajuda a discernir alguns pontos: quais documentos são produzidos, qual o
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ções. Não elimine nada se não tiver certeza, procure o departamento jurídico
ou as leis que possam embasar sua decisão.
Para ajudá-lo(a) na visualização da tabela de temporalidade, elaboramos um
breve exemplo, leia atentamente a tabela 16 que apresentamos abaixo:
Agora que você já sabe muitas coisas a respeito dos arquivos, é preciso entender
finalmente quais os órgãos que os regulamentam, quem cria as inúmeras regras
que apresentamos aqui, e esse órgão, no Brasil, é o CONARQ.
Esse órgão foi criado com a Constituição Federal de 1988, e o decreto mais
recente, que consolida todos os decretos anteriores, foi o Decreto nº 4.073, de
3 de janeiro de 2002. Esse mesmo decreto regulamenta também o SINAR –
Sistema Nacional de Arquivos, que tem como órgão central o CONARQ, e que
também abarca o Arquivo Nacional, os Arquivos federais, estaduais e do DF dos
poderes Legislativo, Judiciário e Executivo e os arquivos municipais dos pode-
res Legislativo e Judiciário.
Em âmbito mundial, temos o Conselho Internacional de Arquivos – CIA
(ICA- International Council of Archives), que é uma organização profissional e
envolve a comunidade de arquivos. Assim como o CONARQ, o CIA se dedica a
promover a conservação, gestão, desenvolvimento e acesso ao patrimônio inter-
nacional dos arquivos. Desse conselho fazem parte os dirigentes de arquivos
nacionais, associações de arquivistas, outros arquivistas profissionais e outros
relacionados. São mais de 1.400 associados em 190 países.
Esse Conselho aprovou uma Declaração Universal sobre os Arquivos na
36º sessão de Conferência Geral da UNESCO. Leia com atenção o que diz essa
Declaração (CIA, 2010, online):
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
o conhecimento sobre a sociedade humana, promove a democracia, protege os
direitos dos cidadãos e melhora a qualidade de vida. Por isso, reconhecemos:
• O caráter único dos arquivos como provas autênticas das ativida-
des administrativas, culturais e intelectuais e como um reflexo da
evolução das sociedades.
Podemos dizer que essa declaração internacional resume, de forma clara e direta,
o cuidado e respeito que devemos ter para com os arquivos, uma vez que eles
contam parte da história da humanidade. Além disso, cabe a você, enquanto
profissional do secretariado, zelar para que seja dada a devida importância e tra-
tamento aos arquivos que tiver acesso.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ção em determinada época. Dessa forma, percebemos que os documentos têm
maior importância quando inseridos em um arquivo, e não individualmente.
Foi possível perceber que os arquivos são parte integrante da humanidade e,
sem eles, não haveria a história como conhecemos hoje. Por isso, o Brasil mantém
um Conselho Nacional de Arquivos – CONARQ, um órgão que é responsável por
toda a regulamentação de arquivos públicos e privados. Internacionalmente, temos
o CIA – Conselho Internacional de Arquivos, do qual fazem parte mais de 1.400
associados de 190 países. Portanto, podemos ver concretamente a importância
dos arquivos, inclusive em declaração internacional reconhecida pela UNESCO.
Entendemos o quão necessário é gerir de forma adequada os documentos
para evitar complicações legais e perdas históricas. A tabela de temporalidade
juntamente com o plano de classificação são ferramentas essenciais para o ges-
tor. É por meio de seu estudo e aplicação que os documentos necessários serão
mantidos e os que já tiverem cumprido sua função serão descartados de forma
correta. Desse modo, a gestão documental somente será efetiva quando reali-
zada de forma responsável e consciente, não só pelo secretário, mas por todos
que tiverem acesso aos arquivos.
Para saber mais sobre o CONARQ e ter acesso a suas publicações, acesse:
<http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/>.
Material Complementar
Professora Me. Verônica Braga Birello
O SECRETARIADO E A ÉTICA
V
UNIDADE
PROFISSIONAL
Objetivos de Aprendizagem
■ Diferenciar os conceitos de ética e moral.
■ Refletir sobre a importância da ética para o secretariado.
■ Analisar o código de ética do secretariado.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ A moral e a ética
■ Ética profissional
■ O sigilo e o secretariado
■ Código de ética do secretariado
■ Atitudes profissionais e éticas
117
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, aprenderemos como aplicar conceitos que, à primeira vista, pare-
cem tão teóricos em nosso dia a dia. Veremos que a ética não pode ser separada
entre o pessoal e o profissional. Em nosso ambiente de trabalho, ela tem espaço e
merece atenção. Assim, perceberemos que não se trata de bondade, e sim de res-
ponsabilidade social, uma vez que o nosso trabalho afeta a vida de outras pessoas,
precisamos ter responsabilidade pelo que fazemos. Em nosso ambiente de traba-
lho, é preciso ter cuidado para não ser movido pela vontade de subir na carreira
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A MORAL E A ÉTICA
Muito se fala a respeito da moral e da ética. Alguns dizem que são conceitos dife-
rentes, contudo, segundo Camargo (1999, p.22), que estuda a etimologia das duas
palavras, elas teriam o mesmo significado, observe: “A palavra ‘ética’ etimologi-
camente origina-se do grego ‘ethos’, que também significa costumes; a palavra
‘moral’ provém do latim ‘mores’, que também significa costumes”. Apresentaremos
algumas propostas para diferenciar os dois conceitos que são comumente apre-
sentados na sociedade, com base em Camargo (1999).
A principal diferença proposta é a que coloca a moral como o conjunto de
princípios ou costumes de uma determinada sociedade em uma determinada
época. Sendo assim, o que é moral hoje, pode vir a ser imoral em alguns anos.
O exemplo mais comum é o da senhora americana negra Rosa Parks, que, na
década de 60, nos EUA, recusou-se a ceder seu lugar para um branco. Sua ati-
tude foi imoral, uma vez que os costumes da sociedade ditavam que a pessoa
branca teria o direito a se sentar. A ética, por sua vez, seria a distinção do bem
e do mal, do certo e do errado, nesse caso, a atitude da senhora Parks teria sido
ética, pois não é certo discriminar as pessoas por nenhum motivo.
Outra distinção entre moral e ética é colocar a moral como a parte teórica do
estudo do comportamento, enquanto a ética seria a parte prática. Dito de outro
modo, a ética seria a moral colocada em prática. Entretanto, historicamente,
Camargo (1999) nos diz que ambas sempre trataram de questões teóricas e prá-
ticas. Por fim, é ainda possível encontrar teóricos que definem a moral como
sendo universal, e a ética, a moral de um grupo.
Para resolver essas questões, Camargo (1999, p. 23) vai além das conven-
ções e diz:
Concluindo, pode-se afirmar que as palavras “moral” e “ética” são si-
nônimas podendo uma substituir integralmente a outra; assim, nada
impede que em vez de “código de ética profissional” seja chamado de
“código de moral profissional”
A Moral e a Ética
V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e escrito muito sobre a ética. Camargo (1999) explica que a ética é uma parte da
filosofia e que, apesar de ser um campo distinto de estudos, ela auxilia todas as
outras ciências. Você, por exemplo, já deve ter ouvido falar em comitê de ética
médica, ou conselho de ética científica que regulamenta pesquisas de campo das
mais diversas áreas do conhecimento. Até mesmo o código de ética profissional
é uma forma pela qual a ética contribui com outras áreas, no caso, as profissões.
Devemos ter em mente que a ética é necessária e, aqui, quando falamos em
ética, estamos falando também em moral, e é preciso que exista na sociedade, cada
vez mais, um dever ético. O homem deve analisar as situações, pensar, racioci-
nar e, com base em valores, decidir com inteligência. Parece muito simples, mas
pensar é algo que exige esforço e que, muitas vezes, mostra-se inconveniente. Um
exemplo pode ser a corrupção no Brasil, muitos políticos entram no esquema
da corrupção e seguem o que os políticos mais antigos propõem. Você acha que
essas pessoas pensam verdadeiramente sobre o que estão fazendo? Lembre-se,
ainda, das manifestações ocorridas em 2014 contra a corrupção, essas manifes-
tações, embora tivessem grande participação, eram vazias, não tinham pauta.
Você acha que os manifestantes sabiam o que queriam e como os problemas
poderiam ser resolvidos, ou só estavam seguindo as propostas de alguém? É por
isso que pensar é tão importante, porque somente por meio do discernimento
podemos escolher entre o bem e o mal, o certo e o errado, o ético e o antiético.
“Para viver nossa vida como exige a arte de viver, temos – assim como os
artistas – de nos impor desafios. Precisamos tentar o impossível”.
Fonte: Bauman (2011, p.24).
ÉTICA PROFISSIONAL
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Ética Profissional
V
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Nível social Papel, presença e efeito das organizações na sociedade.
Nível do Stakeholder Obrigações das organizações em relação a todos os que
delas dependem ou são por elas afetados.
Nível da política interna Relações da empresa com seus empregados.
da empresa
Nível individual Maneira como as pessoas devem tratar-se.
Quadro 16: Quatro níveis de discussão e aplicação da ética na administração das organizações
Fonte: Maximiniano (2012, p. 399).
5. Respeite a privacidade e o espaço alheio. Não escute atrás das portas nem leia
documentos que não são de sua responsabilidade. Nunca vasculhe mesas ou
gavetas sem autorização.
7. Seja profissional, não fale das pessoas pelas costas. Críticas devem ser feitas pes-
soalmente e elogios devem ser feitos na presença da pessoa. Não crie intrigas ou
fofocas, pois o simples ato de falar sobre alguém pode causar problemas para
você e para a sua equipe.
9. Esteja ciente do crédito que seu trabalho merece, não seja humilde por conve-
niência, mas também saiba reconhecer o trabalho dos demais.
10. No caso de falhas é preciso remediar o ocorrido e se esforçar para que não se
repita. Reconheça o erro e trabalhe para minimizar suas consequências.
Tais preceitos parecem básicos e são, pois estão pautados em valores humanos.
Todavia, muitas vezes, são deixados de lado e é quando isso acontece que a ética
deixa de ser exercida dentro das corporativas.
Ética Profissional
V
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A visão convencional de que a missão das empresas é exclusivamente obter
lucro vem sendo substituída pela ideia de cidadania empresarial – o que
significa que as empresas devem ter um papel ativo na busca de soluções
para problemas da sociedade.
Fonte: MAXIMINIANO, A. C. A. Teoria geral da administração: da revolução
urbana à revolução digital. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
O SIGILO E O SECRETARIADO
O Sigilo e o Secretariado
V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ser a respeito dos lucros e despesas da empresa para a qual trabalha. Mesmo
que alguns colegas falem sobre tais assuntos, esteja sempre atento(a) para não
revelar informações que foram divididas com você. Lembre-se de que, além de
seus colegas, outras pessoas estarão no ambiente e também poderão ouvir seus
comentários acerca de seu local de trabalho. Além de prejudicar a sua imagem,
mostrará que suas ações são antiéticas e contrárias aos valores empresariais.
Podemos dizer, ainda, que vão contra a categoria profissional do secretariado
executivo. É na prática e por meio de seus colaboradores que poderemos ver se
os valores estão sendo aplicados.
Whitaker e Cavalcanti (2010, p.33) dizem que “como a todo direito cor-
responde um dever, ao direito de ver mantido o segredo, corresponde o dever
de sigilo, de não revelar o segredo.” Nesse caso, lembramos de que estamos tra-
tando de uma obrigação ética de manter em segredo as informações de seu local
de trabalho. Isso porque podem haver obrigações jurídicas, por meio de contra-
tos ou por imposição legal, que exigem o sigilo. Nesses casos, a quebra do sigilo
por parte do funcionário pode ser considerada uma quebra contratual, acarre-
tando complicações legais.
Dessa forma, observamos o que Whitaker e Cavalcanti (2010, p. 34) asse-
veram sobre o sigilo:
Trata-se de uma obrigação omissiva: a de não revelar a informação ob-
tida em razão de ofício e em dever de omissão. Por outro lado, a ob-
servância do segredo gera estabilidade e confiança social, não somente
para aquele a quem se refere, mas para a sociedade em geral.
Sendo assim, quando o secretário mantém uma postura ética e legal, ele contribui
para a construção de um ambiente de trabalho em que as pessoas se respeitam
e confiam umas nas outras. Entendemos que o direito de ver mantido o segredo
corresponde ao seu sigilo, ou seja, a não revelação desse. Todavia, entendemos
também que o secretário executivo, por ser um profissional fundamental, uma
ponte de informações entre os clientes – internos e externos – deve estar intei-
rado dos segredos da empresa, portanto, cabe a ele zelar pela preservação das
informações que souber.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Tal texto nos remete ao que estudamos sobre a imagem do secretário execu-
tivo. O código estabelece como dever do secretário executivo respeitar e contribuir
para o desenvolvimento da profissão de forma legal, ética e moral. Percebemos
que, ao desempenhar nossas atividades com maestria e responsabilidade, esta-
mos contribuindo com a imagem, com a valorização não apenas individual, mas
de toda a categoria, como prevê o código.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
No Capítulo II, Art. 4º, temos como direito de todo profissional participar das
entidades representativas da categoria, essas entidades, no Brasil, são os sindica-
tos de cada estado e, também, a FENASSEC – Federação Nacional dos Secretários
e Secretárias e a ABPSEC – Associação Brasileira de Pesquisa em Secretariado.
Além de ser um direito do trabalhador, a sua participação como membro de sin-
dicatos e associações contribui para que seus direitos sejam garantidos. São os
sindicatos que falam pelos profissionais, assim, caso haja alguma denúncia a ser
feita, deve ser encaminhada ao sindicato ou federação, pois eles trabalharão a
nosso favor em busca de resolver os possíveis problemas.
O Capítulo III, por sua vez, trata dos deveres fundamentais dos profissio-
nais e gostaríamos de enfatizar que, por meio dos deveres, o campo da docência
em secretariado passa a ser contemplado. O Art. 5º diz em seu item “i” que é
dever do profissional contribuir com as instituições que oferecem cursos na área
secretarial. Ninguém melhor que o profissional de secretariado para contribuir
a respeito de sua própria área, colaborando para o desenvolvimento da profis-
são e de seus futuros profissionais.
O Capítulo IV remete à questão do sigilo profissional já tratado anteriormente,
é interessante notar que trata dos deveres, vetando ao profissional a assinatura
e a responsabilidade por atos que possam afetar a dignidade dos trabalhadores
da área. O Capítulo V, por sua vez, diz respeito à relação entre os profissionais,
quanto a direitos e deveres, enquanto o Capítulo VI trata das relações com a
empresa ou local de trabalho.
Na atualidade, estamos vivendo uma crise ética. Muitas vezes, vemo-nos “obri-
gados” a compactuar com o que reconhecemos como antiético. Camargo (1999,
p. 101) coloca a situação da seguinte forma:
Este problema aparece no mundo de hoje porque o homem enfrenta
várias situações em que parece difícil ou até impossível separar o cer-
to do errado; assim, o avanço da ciência, um valor tipo por si mesmo
e absoluto, parece ignorar outros valores, por exemplo, em questões
relativas à bioética; também o desejo desenfreado do ter pode levar ao
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
afogamento do ser, enquanto as pessoas se perdem no meio de tantas
coisas, escurecendo assim o horizonte dos valores da vida; também a
preocupação exagerada com a aprendizagem do poder-fazer pode criar
um abismo em relação à autêntica formação do homem como um todo,
reduzindo este a uma simples máquina produtiva; acrescente-se a isto
a formação prático-material da vida que freqüentemente menospreza
a cultura ética.
Dessa forma, podemos concluir que é cada vez mais difícil tomar um posicio-
namento ético frente às situações que nos são apresentadas na vida pessoal e
profissional. Todavia, isso não nos impede de analisar as situações com calma e
com base em valores pessoais e corporativos. Há um teste de ética proposto por
Blanchard (2001, p.29), muito simples, que você pode fazer ao se encontrar em
uma situação complicada. Ele é composto pelos três pontos principais a seguir:
1) É legal? Estarei violando a lei civil ou a política da companhia?
De nada vale se o teste for feito com base em respostas mentirosas, assim, fique
atento(a) e seja sincero(a) consigo mesmo(a) ao responder tais perguntas. Isso
porque, como já explicamos, junto com o conhecimento, possuímos grandes
responsabilidades enquanto secretários executivos e, assim, grandes expectati-
vas. Algumas atitudes podem parecer lucrativas a princípio, mas, com o passar
mente todos os seus empregados, afinal, uma coisa é ter uma grande empresa
em seu currículo, outra coisa é ter uma empresa com péssima reputação em seu
currículo. Um verdadeiro profissional não baseia suas atitudes apenas na lei,
mas busca satisfação pessoal por agir de acordo com a ética e com seus valores
pessoais e coorporativos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, aprendemos que a ética e a moral são conceitos filosóficos utili-
zados pelas mais diversas áreas, uma vez que guiam as decisões, diferenciando
o certo do errado, o bom do mau. Embora muitos diferenciem os conceitos de
moral e ética, vimos que ambos podem ser considerados sinônimos.
Além disso, aprendemos que uma das aplicações da ética fora da filosofia é
por meio dos Códigos de Ética profissionais. Aprendemos sobre o código de ética
do secretariado e sua função. Dito de outra forma, aprendemos que o código
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
pode nos ajudar a solucionar questões que podem ser duvidosas. Se tomarmos
nossas decisões pautadas nesse código, não precisaremos nos preocupar, estare-
mos tomando decisões profissionais e responsáveis. Algumas vezes, abriremos
mão de situações que parecem vantajosas, mas que, depois, poderiam ser preju-
diciais a nós e a outros. Não podemos nos esquecer de que, enquanto secretários
executivos, nossas ações afetam também a empresa e sua imagem.
Outra questão abordada nesta unidade foi a do sigilo coorporativo. Manter
segredo sobre as atividades da empresa é questão de ética e profissionalismo. Ao
presenciar algo que não é certo, é dever do secretário se pronunciar diretamente
à pessoa ou ao seu superior, e não sair comentando sobre o que acontece dentro
de seu ambiente de trabalho. Não estando contente com a postura da empresa o
secretário pode optar por se afastar, pois, em casos que envolvem atividades ilí-
citas, pode acabar como cúmplice das ações. Um pedido de demissão, por pior
que possa parecer, pode solucionar problemas morais e éticos. Afaste-se digna-
mente, não compactue com ações que vão contra seus valores. Lembre-se de que
uma grande empresa em seu currículo só faz diferença se for uma empresa séria.
Caso tenha de escolher que postura tomar frente a uma situação difícil, tenha
sempre em mente o código de ética de sua profissão. Embora enfrentemos uma
crise ética, em que valores ficam em segundo plano, enquanto o lucro e o poder
assumem papéis privilegiados, o que pode parecer um bom negócio a primeira
vista pode se revelar como um barco furado. É preciso estar embasado em valo-
res éticos para decidir com clareza.
Capítulo III
Dos Deveres Fundamentais
Art.5º. - Constituem-se deveres fundamentais das Secretárias e Secretários: a) considerar
a profissão como um fim para a realização profissional; b) direcionar seu comportamen-
to profissional, sempre a bem da verdade, da moral e da ética; c) respeitar sua profissão
e exercer suas atividades, sempre procurando aperfeiçoamento; d) operacionalizar e
canalizar adequadamente o processo de comunicação com o público; e) ser positivo
em seus pronunciamentos e tomadas de decisões, sabendo colocar e expressar suas
atividades; f ) procurar informar-se de todos os assuntos a respeito de sua profissão e
dos avanços tecnológicos, que poderão facilitar o desempenho de suas atividades; g)
lutar pelo progresso da profissão; h) combater o exercício ilegal da profissão; i) colabo-
rar com as instituições que ministram cursos específicos, oferecendo-lhes subsídios e
orientações.
Capítulo IV
Do Sigilo Profissional
Art.6º. - A Secretária e o Secretário, no exercício de sua profissão, deve guardar absoluto
sigilo sobre assuntos e documentos que lhe são confiados.
Art.7º. - É vedado ao Profissional assinar documentos que possam resultar no compro-
metimento da dignidade profissional da categoria.
Capítulo V
Das Relações entre Profissionais Secretários
Art.8º. - Compete às Secretárias e Secretários: a) manter entre si a solidariedade e o inter-
câmbio, como forma de fortalecimento da categoria; b) estabelecer e manter um clima
profissional cortês, no ambiente de trabalho, não alimentando discórdia e desentendi-
mento profissionais; c) respeitar a capacidade e as limitações individuais, sem precon-
ceito de cor, religião, cunho político ou posição social; d) estabelecer um clima de respei-
to à hierarquia com liderança e competência.
Art.9º. - É vedado aos profissionais: a) usar de amizades, posição e influências obtidas no
exercício de sua função, para conseguir qualquer tipo de favoritismo pessoal ou facilida-
des, em detrimento de outros profissionais; b) prejudicar deliberadamente a reputação
profissional de outro secretário; c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, coni-
vente com erro, contravenção penal ou infração a este Código de Ética.
Capítulo VI
Das Relações com a Empresa
Art.10º. - Compete ao Profissional, no pleno exercício de suas atividades: a) identificar-se
com a filosofia empresarial, sendo um agente facilitador e colaborador na implantação
de mudanças administrativas e políticas; b) agir como elemento facilitador das relações
interpessoais na sua área de atuação; c) atuar como figura-chave no fluxo de informa-
ções desenvolvendo e mantendo de forma dinâmica e contínua os sistemas de comu-
nicação.
Art.11º. - É vedado aos Profissionais: a) utilizar-se da proximidade com o superior ime-
diato para obter favores pessoais ou estabelecer uma rotina de trabalho diferenciada em
relação aos demais; b) prejudicar deliberadamente outros profissionais, no ambiente de
trabalho.
Capítulo VII
Das Relações com as Entidades da Categoria
Art.12º. - A Secretária e o Secretário devem participar ativamente de suas entidades re-
presentativas, colaborando e apoiando os movimentos que tenham por finalidade de-
fender os direitos profissionais.
Art.13º. - Acatar as resoluções aprovadas pelas entidades de classe.
Art.14º. - Quando no desempenho de qualquer cargo diretivo, em entidades da catego-
ria, não se utilizar dessa posição em proveito próprio.
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Art.15º. - Participar dos movimentos sociais e/ou estudos que se relacionem com o seu
campo de atividade profissional.
Art.16º. - As Secretárias e Secretários deverão cumprir suas obrigações, tais como men-
salidades e taxas, legalmente estabelecidas, junto às entidades de classes a que perten-
cem.
Capítulo VIII
Da Obediência, Aplicação e Vigência do Código de Ética
Art.17º. - Cumprir e fazer cumprir este Código é dever de todo Secretário.
Art.18º. - Cabe aos Secretários docentes informar, esclarecer e orientar os estudantes,
quanto aos princípios e normas contidas neste Código.
Art.19º. - As infrações deste Código de Ética Profissional acarretarão penalidades, desde
a advertência à cassação do Registro Profissional na forma dos dispositivos legais e/ou
regimentais, através da Federação Nacional das Secretárias e Secretários.
Art.20º. - Constituem infrações: a) transgredir preceitos deste Código; b) exercer a pro-
fissão sem que esteja devidamente habilitado nos termos da legislação específica; c)
utilizar o nome da Categoria Profissional das Secretárias e/ou Secretários para quaisquer
fins, sem o endosso dos Sindicatos de Classe, em nível Estadual e da Federação Nacional
nas localidades inorganizadas em Sindicatos e/ou em nível Nacional.
Fonte: Federação Nacional das Secretárias e Secretários. Disponível em: <http://www.
fenassec.com.br/b_osecretariado_codigo_etica.html>. Acesso em: 21 fev. 2015.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Para conhecer a “lista suja” das empresas brasileiras, que comentamos nesta unidade,
acesse:
<http://portal.mte.gov.br/portal-mte/>.
Caro(a) aluno(a), chegamos ao fim de nossa jornada introdutória pelos estudos se-
cretariais, mas esse não é o fim de nosso aprendizado. Você ainda estudará muitos
outros assuntos no decorrer do curso e de outros cursos que venha a fazer no futuro.
Esperamos ter construído as bases de seu conhecimento e pensamento secretarial
durante estas cinco unidades.
Aprendemos sobre a origem e os desdobramentos da profissão do secretariado. De-
pois de termos conhecido a origem, podemos dimensionar a importância de nossa
profissão. Além disso, foi possível entender o que se manteve e o que se afastou do
secretariado. Vimos que a escrita é a base de nosso conhecimento e de nossa fun-
ção. Ainda, no decorrer do livro, percebemos que o secretário é um profissional que
precisa estar em constante atualização. Ele deve saber utilizar recursos tecnológicos
e entender o que os novos programas e aparelhos podem fazer para contribuir com
o seu dia a dia profissional.
A linguagem está no centro de nossa posição de trabalho, tanto escrita como ver-
bal, e dela depende nossas habilidades comunicacionais. Vimos que o secretário
executivo é a porta de entrada dos clientes na empresa, portanto, sua linguagem
corporal e suas habilidades de comunicar a mensagem pretendida são de extrema
importância. O secretário é o profissional encarregado de filtrar as informações tan-
to do público interno quanto do externo. Logo, é preciso ter o mesmo cuidado com
ambos os clientes.
Vimos outros pontos importantíssimos para a sua vida profissional, como as Leis
que regulamentam a profissão e como o Código de ética do secretariado. A Lei nos
auxilia proporcionando esclarecimento sobre direitos e deveres profissionais, além
de regulamentar os profissionais formados no exercício da profissão. O Código de
ética, por sua vez, guia os profissionais para que desempenhem suas funções de
acordo com a moral e a ética da sociedade e das empresas.
Você pode elencar outros diversos tópicos apresentados e eles fazem parte do pa-
norama científico apresentado a você hoje em nossa disciplina. Embora alguns pos-
sam parecer generalistas, você entenderá, com o tempo, que essas noções estão
fortemente ligadas ao secretariado e ao profissionalismo tão necessário e tão em
falta no mercado de trabalho atual. Com os conhecimentos adquiridos aqui, você
será capaz de visualizar sua carreira e sua futura profissão de outra forma. Trabalhan-
do como um(a) secretário(a) executivo(a) e colocando o conhecimento em prática,
você se tornará um profissional respeitado(a) e que contribui para a sociedade dia
após dia. Desejo muito sucesso a você, caro(a) aluno(a). Que você possa ser o(a)
profissional que fará a diferença em seu local de trabalho, um verdadeiro espelho
para a sociedade, contribuindo para a construção de novos paradigmas secretariais.
141
REFERÊNCIAS
BAGNO, M. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação lingüística.
São Paulo: Parábola Editorial, 2007.
BAUMAN, Z. A ética é possível num mundo de consumidores? Rio de Janeiro:
Zahar, 2011.
BLANCHARD, Kenneth; PEALE, Norman Vincent. O Poder da Administração Ética.
4. ed. Rio de Janeiro, Record, 2001.
BOULOS, A. Jr. História – Sociedade & Cidadania. 6º ano. São Paulo: FTD, 2009.
BRAICK, P. R.; MOTA, M. B. História: das cavernas ao terceiro Milênio. V.1. 2. ed. São
Paulo: Moderna, 2010.
____________. História: das cavernas ao terceiro Milênio. V.3. São Paulo: Moderna,
2005.
CAIÇARA, JR. C.; PARIS, S. W. Informática, internet e aplicativos. Curitiba: IBPEX,
2007.
CAMARGO, M. Fundamentos de ética geral e profissional. Petrópolis: Vozes, 1999.
CANALE, M. From communicative competence to communicative language peda-
gogy. In: RICHARDS, J. C.; SCHMIDT, R. W. Language and communication. New York:
Longman, 1996.
CAVALCANTI, V. L.; CARPILOVSKY, M.; LUND, M.; LAGO, R. A. LIDERANÇA E MOTIVAÇÃO.
Série Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005.
CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas: O Novo Papel dos Recursos Humanos nas Orga-
nizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
CHOMSKY, N. O programa minimalista. Lisboa: Editora Caminho, 1995.
Conselho Nacional de Arquivos. Classificação, temporalidade e destinação de
documentos de arquivo relativos às atividades-meio da administração públi-
ca/ Arquivo Nacional. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2001. Disponível em: <
<http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/media/publicacoes/cdigo_de_classifi-
cacao.pdf >. Acesso em: 12 jan. 2015.
____________.Câmara Técnica de Normalização da Descrição Arquivística. Descri-
ção arquivística: referências bibliográficas/Conselho Nacional de Arquivos, Câmara
Técnica de Normalização da Descrição Arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacio-
nal, 2004. Disponível em: <http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/Media/pu-
blicacoes/descrio.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2015.
____________. Câmara Técnica de Documentos Eletrônicos. e-ARQ Brasil: Modelo
de Requisitos para Sistemas Informatizados de Gestão Arquivística de Documentos
/ Câmara Técnica de Documentos Eletrônicos. 1.1. versão. Rio de Janeiro: Arquivo
Nacional, 2011. Disponível em: <http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/media/
publicacoes/earq/conarq_earqbrasil_model_requisitos_2009.pdf>. Acesso em: 10
jan. 2015.
REFERÊNCIAS
UNIDADE I
1. Opção correta é a E.
2. Opção correta é a D.
3. Com base no texto, a liderança secretarial pode ser exercida por meio da inte-
gração do líder e do liderado, da relação de igualdade que existe entre eles. Além
disso, como o secretário possui conhecimento sobre todos os níveis da empresa,
pode participar ativamente dos projetos, demonstrando sua capacidade de li-
derança. Como podem haver conflitos, o profissional de secretariado pode atuar
como um mediador de conflitos, pois tem uma personalidade firme, sem ser au-
toritário. Essas características típicas do líder contribuem ainda para a formação
de sua rede de relacionamentos, com quem está em contato.
UNIDADE II
1. Podemos dizer que a missão deve responder ao que a empresa ou a organização
se propõe a fazer e para quem. A visão deve conter um plano do futuro almejado
pela organização e uma retrospectiva que mostre o passo a passo da empresa
até chegar àquela posição. Já os valores são princípios, ou crenças, que servem
de guia, ou critério, para os comportamentos, atitudes e decisões dos colabora-
dores.
2. Opção correta é a C.
3. O secretário deve conhecer seu executivo e, a partir de seu perfil, optar por agen-
das físicas ou virtuais. Deve preparar duas agendas de compromisso, uma para
o executivo e outra para si, uma vez que ambos devem estar sempre informa-
dos sobre as reuniões, eventos etc. Deve haver ainda uma agenda pessoal, para
anotações confidenciais, e uma agenda de telefones e contatos. É importante
lembrar que as agendas online são úteis, mas, uma vez que não se tem acesso
ao computador, por alguma razão, não serão consultadas, sendo, portanto um
risco, quando mantidas como fonte primordial de informações.
UNIDADE III
1. A comunicação não pode ser engessada. Ela é complexa e está dentro e fora de
nosso ambiente de trabalho, pois estamos sempre nos comunicando. A comuni-
cação é o diferencial do secretário executivo. O secretário não pode ter medo de
falar em público, pois dele depende muitos contatos com clientes internos e ex-
ternos. Dessa forma, também precisamos pensar as relações interpessoais, pois
garantem que o profissional consiga ler as situações e, ao se colocar no lugar do
outro, possa adequar a mensagem que quer transmitir. A adequação da mensa-
gem depende de seu público-alvo, é preciso pensar a língua com sua dinamici-
dade, usar a norma culta, mas escolher adequadamente o léxico a ser utilizado.
GABARITO
REFERÊNCIAS
2. Ao buscar o atendimento de uma empresa pela primeira vez, o cliente não tem
uma imagem concreta formada, sendo assim, é por meio do primeiro contato
que essa imagem se formará, positiva ou negativamente. O secretário executivo
deve demonstrar interesse e estar atento a cada uma das situações, para que
consiga satisfazer às necessidades daqueles que o procuram. Uma vez que o se-
cretário pode ser o primeiro contato do cliente com a empresa, é a partir dele
que as primeiras impressões serão formadas, portanto, devemos estar atentos a
todos os atendimentos prestados para que sejam de qualidade e atinjam seus
objetivos.
3. Opção correta é a E.
UNIDADE IV
1. Opção correta é a E.
2. Para proceder com a gestão de arquivos, é necessário entender a fundo a ins-
tituição e seus documentos, bem como a validade legal de cada um. É preciso
entender o que cada documento deve conter, para que não sejam arquivados
documentos com informações faltantes. Pesquisar e entender a organização ar-
quivística atual para que não continue cometendo erros, ou para que não se
cometa erros no futuro. Elaborar, caso a instituição ainda não possua um proje-
to de gestão arquivística que contenha um plano de ordenação, classificação e
temporalidade.
3. O CONARQ – Conselho Nacional dos Arquivos é o órgão brasileiro, colegiado,
vinculado ao Arquivo Nacional do Ministério da Justiça, responsável por todas
as regras, políticas, que regem os arquivos públicos e privados em nosso país.
Enquanto o SINAR – Sistema Nacional de Arquivos é responsável por gerir e pre-
servar o Arquivo Nacional, os Arquivos federais, estaduais e do DF dos poderes
Legislativo, Judiciário e Executivo e os arquivos municipais dos poderes Legisla-
tivo e Judiciário. Juntos, o CONARQ e o SINAR trabalham para que os arquivos
públicos e privados sejam geridos, preservados e possam servir de fonte históri-
ca para o país e para a humanidade.
UNIDADE V
1. O profissional de secretariado tem o direito de manter segredo e o dever de não
revelar o sigilo das informações que possam lhe ser transmitidas em função de
seu cargo. Dessa forma, se o projeto é confidencial e um funcionário, indepen-
dente de sua posição hierárquica, solicita informações, cabe ao secretário infor-
mar que no momento não poderá fornecê-las e encaminhar a pessoa ao respon-
sável pelo projeto, pois apenas o líder da equipe detém as informações e tem o
poder de compartilhá-las.
145
REFERÊNCIAS
GABARITO
2. Opção correta é a E.
3. O profissional que deseja tomar decisões éticas analisa a longo prazo, não arrisca
fazer contratações ilegais, não agride o meio ambiente e opta pelo desenvolvi-
mento sustentável, não terceiriza serviços sem fiscalizar a prestadora etc. Não
toma por base apenas o legal e o ilegal, mas assume a responsabilidade social
de suas ações, afinal, as empresas afetam a vida de seus funcionários e de toda
uma comunidade. Não basta estar dentro do que diz a lei para ser ético, é preciso
ser honesto e ter verdadeira preocupação com suas ações e as consequências.