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Fenomenos de Instabilidade em Taludes Ur
Fenomenos de Instabilidade em Taludes Ur
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1. INTRODUÇÃO
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1.1 – DELIMITAÇÃO DO TEMA
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comportamento que tem papel importante no mecanismo dos escorregamentos
em material terroso.
Uma série de outros parâmetros e propriedades dos solos influencia,
direta ou indiretamente, suas suscetibilidades aos movimentos de massa e ao
tipo de mecanismo da instabilização atuante. Entre eles destacam-se: peso
específico, porosidade, índice de vazios, mineralogia; granulometria;
plasticidade, atividade, permeabilidade, compressibilidade e história de
tensões.
Outro aspecto a ser destacado é que, apesar de vários modelos de
mecanismos de ruptura em solos os tratarem como meios relativamente
homogêneos, seus comportamentos podem ser controlados por feições
internas denominadas macroestruturas.
Estas feições podem estar associadas a estruturas reliquiares do
substrato rochoso, ou aos processos de intemperismo e de formação dos
solos.
TERZAGHI (1936) apresentou o mais conhecido conceito da mecânica
dos solos para solos saturados, o conceito de tensão efetiva:
“As tensões em qualquer ponto de uma secção através de uma massa
de solo podem ser computadas das tensões totais principais 1, 2, 3 que
atuam neste ponto. Se os vazios estão preenchidos com água sob uma tensão,
uw, as tensões totais principais consistem de duas partes. Uma parte, uw, atua
na água e no solo em todas as direções com igual intensidade. Esta é
chamada de pressão neutra ou poropressão de água. O saldo 1 =1 – uw, 2
= 2 – uw, e 3 = 3 – uw representa um excesso sobre a pressão neutra e
concentra-se exclusivamente na fase sólida do solo. Todos os efeitos
mensuráveis de uma mudança na tensão, como: compressão, distorção, e uma
mudança na resistência de cisalhamento, são exclusivamente devido a
mudanças na tensão efetiva 1’, 2’ e 3’ “. (FREDLUND & RAHARDJO,
1993). A tensão efetiva é a única variável de estado que controla o
comportamento de variação de volume e a resistência ao cisalhamento de um
solo saturado, e é expressa pela Eq. (1.3):
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’ = - uw , (1.3)
Onde:
’, tensão normal efetiva;
, tensão normal total;
uw, poropressão de água.
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efetivas do solo saturado para o solo não saturado, como CRONEY 1952;
BISHOP, 1959; AITCHINSON, 1961; JENNINGS, 1961.
A análise do escoamento de um fluido requer uma lei para relacionar a
taxa de escoamento com o potencial de transporte, usando-se coeficientes
apropriados (FREDLUND & RAHARDJO, 1993). A água flui de um ponto de
maior carga total para um ponto de menor carga total, sem levar em conta se
as cargas de pressão são positivas ou negativas. O fluxo de ar, como uma fase
contínua, é governado pela concentração ou gradiente de pressão. O gradiente
de pressão é comumente o mais considerado como potencial de transporte
para a fase ar. O movimento relativo do ar e da água através de um meio
poroso não saturado é função da porosidade, grau de saturação, distribuição
de poros e propriedades específicas dos fluidos como densidade e viscosidade.
A análise do comportamento de taludes em rocha envolve um estudo do
maciço rochoso como um conjunto constituído por rocha intacta e por
descontinuidades, onde principalmente as descontinuidades determinam o
comportamento mecânico desses meios. A orientação, locação, persistência,
pressão d’água e resistência ao cisalhamento de descontinuidades críticas são
dados essenciais para o uso em análises de estabilidade de taludes. Feições
como rugosidade, resistência das paredes, grau de intemperismo, tipo de
material de preenchimento e sinais de percolação d’água são dados indiretos
para esse problema de engenharia.
A intensidade de fraturamento está relacionada com a integridade física
do maciço rochoso e o modo como este se deforma. Maciços rochosos com
blocos de pequeno tamanho em relação ao tamanho total do maciço tendem a
ser mais deformáveis do que aqueles com blocos grandes, bem como os
maciços com um número maior de famílias de fraturas tendem a ser mais
deformáveis que aqueles com um número menor de famílias de fraturas.
O tamanho dos blocos é estimado pelas dimensões dos blocos de rocha
que resultam da orientação das famílias de descontinuidades que se
interceptam e do espaçamento das famílias individuais. Descontinuidades
individuais podem também influenciar o tamanho e a forma dos blocos.
O número de famílias é aquele que compõem um sistema de
descontinuidades. O espaçamento entre as famílias pode mudar o modo
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potencial de escorregamento do talude, de translacional ou tombamento para
rotacional ou circular.
A orientação de uma descontinuidade é a atitude da mesma no espaço.
Descrita pela direção do mergulho, e pelo mergulho da linha de maior
inclinação sobre o plano da descontinuidade. O mergulho é representado
segundo a perpendicular à direção no plano da descontinuidade em relação a
um plano horizontal.
A orientação das descontinuidades determina a forma dos blocos
individuais, acamamento ou mosaicos que formam o maciço rochoso, além de
controlar os possíveis modos de instabilidade e o desenvolvimento de
deformações excessivas.
O espaçamento é a distância perpendicular entre descontinuidades
adjacentes. Refere-se normalmente ao espaçamento médio ou modal de uma
família de descontinuidades. O espaçamento das descontinuidades condiciona
o tamanho dos blocos individuais de rocha intacta. Este também apresenta
grande influência na permeabilidade do maciço e nas características de
percolação.
A persistência de determinada como a extensão do traço de uma
descontinuidade conforme observado em um afloramento. Pode ser uma
medida aproximada de sua extensão em área ou comprimento de penetração
da descontinuidade. Se a descontinuidade acaba em rocha sã ou em outra
descontinuidade a persistência diminui. No caso de taludes de rocha é de
grande importância a tentativa de se estimar o grau de persistência das
descontinuidades, principalmente aquelas orientadas desfavoravelmente em
relação à estabilidade do maciço. Pode ser classificada de acordo com o seu
comprimento em metros, variando de muito pequena a muito grande.
A rugosidade é a combinação da aspereza (também chamada de
ondulação de segunda ordem) e ondulação (primeira ordem) da superfície,
relativas ao plano médio de uma descontinuidade. A aspereza e ondulação
contribuem para a resistência ao cisalhamento. A ondulação em grande escala
pode também modificar o mergulho local. A rugosidade das paredes de uma
descontinuidade é uma característica potencialmente importante na sua
resistência ao cisalhamento, especialmente nos casos de descontinuidades
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não preenchidas. A importância da rugosidade diminui a medida que a
abertura, ou material de preenchimento, aumenta.
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Preenchimento é o material que separa as paredes adjacentes de uma
descontinuidade e que usualmente é mais fraco que a rocha que lhe deu
origem. Os materiais típicos de preenchimento são: areia, silte, argila, brecha e
milonito. Também inclui filmes de minerais secundários e descontinuidades
seladas, por exemplo, quartzo e veios de calcita. A distância perpendicular
entre as paredes é chamada de espessura da descontinuidade preenchida,
distinguindo-se da abertura de uma feição falhada ou aberta.
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Tabela 1.2 – Descrição da abertura das descontinuidades (modificado –
ABGE/CBMR, 1983).
ABERTURA DESCRIÇÃO FEIÇÕES
< 0,1mm Bem fechada
0,1 – 0,25mm Fechada Feições fechadas
0,25 – 0,5mm Parcialmente fechada
0,5 – 2,5mm Aberta
2,5 – 10mm Moderadamente larga Feições falhadas
>10mm Larga
1 – 10cm Muito larga
10 – 100cm Extremamente larga Feições abertas
1m Cavernosa
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1.3 – JUSTIFICATIVA
1.4 – HIPÓTESES
1.5 - OBJETIVOS
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2. – CONHECIMENTO DO PROBLEMA
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águas de escoamento superficial, resultando em pequenas incisões na
superfície do terreno, forma de sulcos que pode evoluir, por aprofundamento,
para ravinas.
Caso a erosão se desenvolva por influência não somente das águas
superficiais, mas também dos fluxos d’água subsuperficias, em que se inclui o
lençol freático, configura-se o processo mais conhecido por voçoroca ou
boçoroca. O termo boçoroca provém do tupi mboso’roka, gerúndio de
mboso’roz, romper ou rasgar.
A boçoroca é palco de diversos fenômenos: erosão superficial, erosão
interna, solapamentos, desabamentos e escorregamentos, que se conjugam e
conferem a esse tipo de erosão característica de rápida evolução e elevado
poder destrutivo (SALOMÃO e IWASA, 1995).
A água da chuva provoca erosão pelo impacto das gotas de água sobre
a superfície do solo com velocidade e energia variáveis, e através do fluxo
concentrado das águas de escoamento superficial. Sua ação erosiva depende
da distribuição pluviométrica do evento chuvoso (chuva acumulada e
intensidade da chuva).
Chuvas torrenciais de grande intensidade, precedidas por período
chuvoso anterior, que provoca a saturação dos solos, determinam eventos
erosivos de grande velocidade de propagação, nos locais onde o regime de
escoamento das águas é concentrado, com altos valores de vazão. O índice
que expressa a capacidade da chuva provocar erosão é conhecido como
erosividade, sendo um importante parâmetro para a quantificação de perdas de
solo (BERTONI e LOMABARDE NETO, 1985).
A cobertura vegetal é o fator mais importante de defesa natural do solo
contra a erosão. O papel da cobertura vegetal na dinâmica da água é fator de
significativa influência na estabilidade de diversos ambientes.
As raízes e rizomas da vegetação integram o solo para produzir um
material composto, onde as raízes atuam como fibras de resistência
relativamente alta, embebidas em uma matriz de menor resistência à tensão. A
resistência ao cisalhamento do solo é, assim, aumentada pela resistência das
raízes.
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GRAY e LEISER (1982) atribuem os efeitos favoráveis como sendo a
redistribuição da água proveniente das chuvas e o acréscimo da resistência do
solo devido às raízes e os efeitos desfavoráveis sendo os efeitos de alavanca
(cisalhamento transferido pelos troncos das árvores), efeitos de cunha (pressão
lateral) e sobrecarga vertical (causada pelo peso das árvores).
Os processos de instabilização de taludes tendem a se acelerar algum
tempo após o desmatamento. Logo em seguida à retirada das árvores, existe
um acréscimo na estabilidade das encostas devido à eliminação dos efeitos
negativos como sobrecarga, efeito alavanca, etc. Contudo, este acréscimo de
estabilidade tende a se perder com o tempo, com o apodrecimento das raízes e
a eliminação do efeito de redistribuição de água de chuva.
Entre as principais propriedades do solo, que conferem maior ou menor
resistência à ação erosiva das águas, ou seja, a erodibilidade; destacam-se a
textura, a estrutura e a permeabilidade (BERTONI e LOMBARDI NETO, 1985).
A textura, ou seja, o tamanho das partículas, influi na capacidade de
infiltração e absorção da água da chuva, interferindo no potencial de
enxurradas no solo e também na maior ou menor coesão entre as partículas.
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não. Também ocorrem em taludes, mobilizando solo saprolítico, saprólitos e
rochas, sendo condicionados por estruturas planares desfavoráveis à
estabilidade, relacionados a feições geológicas diversas (foliação, xistosidade,
fraturas, falhas, etc.).
Os escorregamentos circulares ou rotacionais possuem superfícies de
deslizamentos curvas, sendo comum a ocorrência de uma série de rupturas
combinadas e sucessivas. Estão associadas a aterros, pacotes de solo ou
depósitos mais espessos, rochas sedimentares ou cristalinas intensamente
fraturadas.
Os escorregamentos em cunha estão associados a saprólitos e maciços
rochosos, nos quais a existência de duas estruturas planares, desfavoráveis à
estabilidade, condiciona o deslocamento de um prisma ao longo do eixo de
intersecção destes planos. Estes processos são mais comuns em taludes de
corte ou sem encostas que sofreram algum tipo de desconfinamento, natural ou
antrópico.
As corridas são movimentos gravitacionais de massas de grandes
dimensões, que se deslocam na forma de escoamento rápido. Caracterizam-se
por uma dinâmica híbrida, regida pela mecânica dos sólidos e dos fluidos, pelo
grande volume de material que mobilizam e pelo extenso raio de alcance que
possuem (até alguns quilômetros), resultando num grande potencial destrutivo.
De forma genérica, pode-se afirmar que a deflagração das
instabilizações de taludes e encostas é controlada por uma cadeia de eventos,
muitas vezes de caráter cíclico, que tem a sua origem com a formação de
própria rocha e toda a sua história geológica e geomorfológica subseqüente,
como movimentos tectônicos, intemperismo e erosão, a ação antrópica
intensifica o processo.
Apesar disso, é quase sempre possível estabelecer um conjunto de
condicionantes que atuam de forma mais direta e imediata na deflagração
destes processos.
GUIDICINI e NEBLE (1979) utilizam a terminologia de agentes e causas
de instabilização para discutir esses condicionantes, entendendo como causa o
modo de atuação de um determinado agente na instabilização de um talude ou
encosta. Os agentes deflagradores são subdivididos em predisponentes e
efetivos. Os agentes predisponentes referem-se a um conjunto de
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características naturais intrínsecas dos terrenos, nos quais os movimentos vão
ocorrer. Os agentes efetivos são diretamente responsáveis pelo
desencadeamento das instabilizações do talude ou da encosta, incluindo-se a
ação antrópica. Eles ainda são subdivididos em preparatórios e imediatos,
considerando-se sua forma de atuação no período que antecede à ruptura. As
causas são definidas internas, externas e intermediárias, com relação ao
talude.
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- Características geomorfológicas, com destaque para inclinação,
amplitude e forma do perfil das encostas (retilíneo, convexo e côncavo);
- Regime das águas de superfície e subsuperfície;
- Características do uso e ocupação, incluindo cobertura vegetal e as
diferentes formas de intervenção antrópica das encostas, como cortes,
aterros, concentração de água pluvial e servida, etc.
Deve-se ter claro que, na maioria dos processos de instabilização de
encostas e taludes, atuam mais de um condicionante, agente, causa ou fator,
concomitantemente.
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é identificar os agentes, causas e condicionantes atuantes no processo de
instabilização existente ou potencial, através da obtenção dos seguintes dados:
- Geometria da instabilização;
- Mecanismo da movimentação;
- Natureza e o estado do material mobilizado;
- Comportamento no tempo;
- Identificação, caracterização e mapeamento espacial das unidades
geológico-geotécnicas;
- Estabelecimento de correlações entre as unidades mapeadas e o
processo de instabilização;
- E, finalmente, previsão dos comportamentos das unidades, ante as
solicitações impostas por alguns tipos de obras de contenção.
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fenomenológica do talude. Esta deverá atuar diretamente nos agentes e
causas, e deverão sempre partir das soluções mais simples e baratas.
O uso de materiais geossintéticos pela engenharia geotécnica é
relativamente novo, porém vem crescendo continuamente. KOERNER (1994)
define geossintético como sendo um produto planar fabricado a partir de um
material polimérico usado em combinação com o solo, rocha, terra ou outro
material pela engenharia geotécnica, como parte integrante de um projeto,
estrutura ou sistema elaborado pelo homem.
Alguns fatores citados por KOERNER (1994), contribuem para este
crescimento, tais como:
Os geossintéticos são manufaturados com controle de qualidade no
ambiente de fábrica;
Podem ser instalados rapidamente;
Geralmente materiais danificados podem ser substituídos;
Podem substituir materiais naturais em projeto, caso haja necessidade
ou dificuldade de obtenção destes;
Seu uso é requerido por lei em alguns casos;
Possui custo geralmente competitivo em relação a outros tipos de
soluções convencionais.
Existe uma grande variedade de geossintéticos disponíveis no mercado que
são utilizados pela engenharia geotécnica, todos desempenhando funções
particulares. Entre eles, pode-se destacar os geotêxteis (tecidos e não-tecidos),
geogrelhas, geocélulas, tiras, geomembranas, geodrenos e geocompostos.
Cada um destes materiais apresenta propriedades particulares, podendo ser
usado com as mais diversas finalidades.
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Figura 1.2 – Geogrelha
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Figura 1.5 – Geomanta
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Função Filtração: o uso do geossintético visa utilizá-lo como um filtro para
evitar a migração de partículas sólidas;
Função Drenagem: o geossintético é usado para drenar líquidos ou gases;
Função Barreira: o uso do geossintético visa barrar o fluxo de líquidos ou
gases;
Função Proteção: o uso do geossintético visa proteger um maciço ou
material.
Técnicas de reforço de solos com uso de geossintéticos consiste na
inclusão de materiais geossintéticos no interior da massa de solo, com a
finalidade de aumentar a sua resistência e diminuir sua compressibilidade.
Essa técnica é altamente dependente das propriedades do solo, do reforço e
da interação solo-geossintético.
No caso de taludes de áreas de disposição de resíduos, os solos de
cobertura são necessários, segundo KOERNER (1994), pelos seguintes
fatores:
- Proteção dos geossintéticos contra a oxidação;
- Proteção dos geossintéticos contra raios ultravioletas;
- Minimização de temperaturas extremas;
- Eliminação de influência de ventos;
- Proteção dos geossintéticos contra danos acidentais;
- Proteção dos geossintéticos contra danos intencionais.
Em taludes de áreas de disposição de resíduos é comum o uso de
várias camadas de geossintéticos, com diversas funções, associadas ao solo
de cobertura. Por efeito de gravidade, surgem tensões que podem tornar a
massa de solo de cobertura instável, dependendo do nível de tensões
provocadas pela inclinação do talude e dos parâmetros de interface entre solo-
geossintético. Surge, então, a necessidade da obtenção dos parâmetros de
interface para dimensionamento através de ensaios, tais como os de plano
inclinado, cisalhamento direto e arrancamento. Esses parâmetros são utilizados
para o estudo da estabilidade e otimização dos taludes de forma a se ter
segurança em termos de estabilidade e se ter economia em termos de
capacidade de estocagem de resíduo.
Tabela 1.3 – Tipos de geossintéticos e suas principais funções (PALMEIRA,
1999)
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Tipo de Função Característica
Geossintético
Reforço Separação Drenagem Filtração Proteção Barreiras
Geotêxtil Tecido X X X
Geotêxtil Não- X X X X X
tecido
Geogrelha X
Tiras X
Fios, Fibras, X
Microtelas.
Georrede X
Geodrenos X X
Geomembranas X X
Geocélulas X X
Geocompostos X X X X
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Sete tipos de geogrelhas, um geotêxtil, um geocomposto argiloso (GCL),
uma geomembrana lisa e dois tipos de geomembrana texturizada foram
utilizados em ensaios. No caso das geogrelhas, variou-se propriedades
relevantes (dimensões aberturas, rigidez à tração, J, e número total de
membros de ancoragem, N da gerogrelha GG-A (geogrelha de referência, com
J – Jo = 200kN/m, N = No = 96) através da remoção selecionada de seus
membros longitudinais e de ancoragem, resultando nas geogrelhas em
aumentar a estabilidade do talude ou reduzir as cargas de tração transferidas
para outras camadas. As geogrelhas são feitas de poliéster, com espaçamento
entre membros transversais (ancoragem) ou longitudinais variando entre 20 a
160 mm e valores de rigidez à tração entre 25 a 200 kN/m. O geotêxtil utilizado
é um produto não-tecido, feito de polipropileno, com gramatura de 200g/m2. O
GCL ensaiado é composto por uma camada inferior de geotêxtil tecido, com
uma camada superior de geotêxtil tecido, com uma camada superior de
geotêxtil de bentonita ente eles, os geotêxteis componentes do GCL são unidos
por uma frágil costura. As geomembranas ensaiadas são de polietileno de alta
densidade com 1 e 2mm de espessura, onde GM-A lisa e GM-A texturizada
possuem as mesmas propriedades básicas, exceto no que diz respeito a
texturização. A textura de GM-A texturizada e GM-B, ocorrem nas duas faces e
são bem diferentes entre si. As características dos geossintéticos são
apresentadas na tabela abaixo.
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Tabela 1.4 – Características dos geossintéticos
Geossintético Cógigo MA(2) Tg(3) Tmax(4) max(5) J(6) N(7) Abertura
2 (8)
(g/m ) (mm) (kN/m) (%) (kN/m) (und) (mm)
Geotêxtil não GNT 200 2,2 12 60 22 --- ---
(1)
tecido/PP
Geomembrana GM-A lisa 950 1,0 20/33(9) 12/700(9) 260 --- ---
(1)
PAD e text.
(9) (9)
Geomembrana GM-B > 940 2,0 29/21 12/100 300 --- ---
(1)
PAD
Geocomposto GCL 5000 5,0 --- --- --- --- ---
Argilos
GG-A 250 1,1 20 12,5 200 96 20 x 20
GG-B 233 1,1 10 12,5 100 96 20 x 40
GG-C 227 1,1 5 12,5 50 96 20 x 80
(1)
Geogrelha PET GG-D 168 1,1 2,5 12,5 25 96 20 x 160
GG-E 228 1,1 20 12,5 200 48 40 x 20
GG-F 213 1,1 20 12,5 200 24 80 x 20
GG-G 205 1,1 20 12,5 200 12 160 x 20
Notas: (1) PP = polipropileno, PAD = polietileno de alta densidade, PET = poliéster; (2)
ruptura em ensaios de faixa larga; (6) J = rigidez secante em ensaios de faixa larga;
(7) Dimensão da esquerda é paralela aos membros longitudinais e a da direita é
paralela aos membros solicitados; (8) a s = disponível para solicitação em cada
membro de ancoragem; (9) valor da esquerda é o de escoamento e o direita é o
ruptura, respectivamente.
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3. – ANÁLISE EMPÍRICA DE TALUDES URBANOS
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laboração de fichas de cadastro facilitam o levantamento e a sistematização
desses dados, principalmente quando existem vários locais a serem
vistoriados. A documentação fotográfica das áreas investigadas também é um
importante meio de apresentação e armazenamento de dados sobre o
processo de instabilização investigado.
A documentação fotográfica utilizada na investigação de instabilização
de taludes pode ser dividida em dois tipos principais: levantamentos
aerofotogramétricos oblíquos de baixa altitude e levantamentos fotográficos
terrestres. A interpretação de fotografias aéreas representa um poderoso
instrumento no estudo de escorregamentos, permitindo uma visão
tridimensional do terreno, e a identificação das inter-relações entre topografia,
drenagem, cobertura superficial, feições geológicas e atividades humanas.
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3.2 – MÉTODOS DE ANÁLISE DE ESTABILIDADE
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3.3 – MÉTODOS DETERMINÍSTICOS
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4. – RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Figura 1.8 – Viaduto do Colorado
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5. – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
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6. – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Caputo, H. P. (1983) – Mecânica dos solos e suas aplicações, Editora S.A., Rio
de Janeiro, RJ, Brasil.
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