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2023/01
2
Conteúdo
4
PARTE I
EXPERIMENTOS – ROTEIROS
6
Medida do tempo de queda de uma esfera
1
Tratamento estatı́stico dos dados
Planejem seu experimento e comecem a fazer as anotações nos seus cadernos de laboratório.
Para todos os experimentos que faremos nesse curso, cada um de vocês deve elaborar um
pequeno texto no caderno para os seguintes tópicos:
1. Introdução
2. Procedimento Experimental
3. Análise de Dados
4. Discussão dos Resultados
1.1 Introdução
1. Qual o objetivo e a motivação desse experimento ?
2. De acordo com as leis da Fı́sica que você conhece, qual deveria ser o tempo de queda
da esfera ?
Medida do tempo de queda de uma esfera
8 Tratamento estatı́stico dos dados
2. Qual a melhor forma de montar o seu experimento, de tal forma a tentar garantir que
a altura de queda esteja sempre no intervalo (1.50 ˘ 0.02) m e que a esfera caia sempre
do repouso ?
3. Dado o grande número de medidas que devem ser realizadas, como vocês pretendem
registrá-las ? Será que vocês podem se organizar de forma a que um estudante realize
a medida e o outro a registre ? Seu instrumento de medida tem caracterı́sticas que
permitem agilizar o registro ? Sugerimos que cada integrante registre seus dados na
forma de uma tabela, em ordem cronológica, como mostrado nas duas primeiras colunas
da Tabela ??. Vocês podem também construir a tabela diretamente em um programa
de planilha no computador, e posteriormente imprimir para colar nos cadernos.
Tabela 1.2: Valor médio, desvio padrão e incerteza para subgrupos de 10 medições independentes.
Desvio Padrão
Valor Médio ( ) Incerteza ( )
Medições N ( )
Grupo 1 10
Grupo 2 10
Grupo 3 10
Grupo 4 10
Grupo 5 10
Grupo 6 10
Tabela 1.3: Valor médio, desvio padrão e incerteza para subgrupos de 10 medições independentes.
4. Analisem como se compara o valor médio encontrado com o valor de referência, igual a
tq “ p0.554 ˘ 0.004 ) s. Caso existam efeitos sistemáticos, discutam sobre eles e como
poderiam evitá-los refazendo as medições.
5. Por convenção, utilizamos como definição para a incerteza de cada medida realizada, o
valor de σ. Discutam o resultado da comparação entre o valor de σ encontrado para o
conjunto de 120 medições com a precisão do cronômetro utilizado.
6. Calcule para o conjunto de 120 medições a fração de medidas contidas nos intervalos
rt̄ ´ 1σ, t̄ ` 1σs, rt̄ ´ 2σ, t̄ ` 2σs, rt̄ ´ 3σ, t̄ ` 3σs. Em um procedimento sujeito somente a
flutuações aleat’orias, as frações esperadas para estes intervalos são aproximadamente
68.3%, 95.4% e 99.7%. Note então que a convenção mais adotada, de utilizar como
incerteza o valor do desvio padrão, corresponde a adotar um intervalo de incerteza que
conteria aproximadamente 68% dos valores obtidos, caso o processo de medida fosse
repetido muitas vezes. Quando não conhecemos bem nosso processo de medida, a rea-
lização de uma análise estatı́stica permite também a melhor determinação da incerteza
das medidas individuais.1
10. Com base na Seção 3.1 da parte Conceitos Básicos, construam histogramas de frequência
relativa para os dados de cada integrantes em uma mesma folha de papel milimetrado.
Distinguam um histograma do outro usando traços de cores distintas para desenhar as
barras. Lembrem que o número adequado de barras depende do conjunto de dados e
do número total de medições. Neste caso particular, o número aconselhável de barras
fica entre 6 e 10. Discutam entre si e com o professor a melhor escolha de intervalos.
11. Marquem no gráfico, para cada um dos histogramas, as posições dos valores médios
encontrados para cada um dos conjuntos de dados. As medições de cada conjunto se
distribuem simetricamente ao redor do seu valor médio ?
12. Desenhem sobre os histogramas um segmento de reta representando o intervalo
rt̄ ´ σ, t̄ ` σs. Observem a concentração dos dados nesse intervalo.
13. Analisem os dois histogramas, seus valores médios e desvios padrão. O que é possı́vel
concluir sobre os processos de medida empregados pelos dois integrantes ? Discutam
em termos de desvios sistemáticos e flutuações aleat’orias.
Opcional
Realize novamente as suas medidas tendo em conta os cuidados discutidos para eliminar suas
incertezas sistemáticas. Para este conjunto de 120 medições, calcule o valor médio, o desvio
padrão e a incerteza do valor médio e compare com o valor de referência. Conseguiu eliminar
as incertezas sistemáticas? Discuta.
1
Essas frações decorrem de um modelo matemático que descreve o comportamento de medidas somente
sujeitas a flutuações aleat’orias. Esse modelo será discutido na Fı́sica Experimental II, mas quem quiser se
aprofundar pode olhar o Capı́tulo 6 da apostila de Conceitos Básicos.
Medida do volume de um cilindro
2
Propagação de incerteza
O volume pode ser determinado a partir das dimensões do cilindro. Qual a expressão ma-
temática do volume a partir dessas dimensões?
Se você tem um recipiente com um volume de água conhecido, como pode determinar o volume
do cilindro ?
Como se estima as incertezas das medidas indiretas ? Veja a seção ?? do Capı́tulo de conceitos
básicos da apostila.
Medindo a partir desses diferentes métodos, o que se espera da comparação dos seus resulta-
dos?
2.1 Introdução
1. Qual é o objetivo desse experimento?
2. Descreva sucintamente os métodos utilizados nessas medidas, de acordo com o que você
pensou na etapa de planejamento.
3. Quais hipóteses você supõe serem válidas para a utilização de cada um dos métodos?
3.1 Introdução
Pense sobre o planejamento desse experimento. A aceleração do corpo pode ser obtida dire-
tamente? Quais grandezas devem ser medidas para que seja possı́vel obtê-la? Quais instru-
mentos são mais adequados para que esses dados possam ser coletados?
O roteiro a seguir possui todas as instruções para a montagem e análise do experimento. Leia
com atenção, discuta com o professor e salve/anote as medidas para preparar o relatório.
Para a filmagem, posicione o celular sobre o tripé de forma a estabilizar a tela do celular
paralelamente ao plano de movimento do carrinho, durante todo o movimento. Pare ver
detalhes, confira o material complementar na página da disciplina.
Para cada inclinação do trilho (duas inclinações por grupo), é necessário determinar sin θ pela
geometria do sistema de acordo com a Figura ??, determinando a diferença de alturas para
dois pontos quaisquer sobre o trilho e tendo em conta a distância entre eles:
h2 ´ h1
sin θ “ .
L
Como são necessárias muitas medidas de sin θ (inclinações) para determinar o valor de g, os
dados obtidos por todos os grupos da turma serão analisados como um único conjunto de
dados.
O professor atribuirá a cada grupo de alunos, diferentes números de blocos de madeira que
serão colocados sob uma das extremidades do trilho de ar.
Para evitar que o carrinho adquira uma velocidade muito alta e o impacto ao final do trilho
seja muito forte, não devem ser usados mais do que 12 blocos. As hastes com elásticos são
1
A palavra em inglês “frame” significa quadro.
3.3 Análise de dados 17
Uma vez que o celular foi posicionado para gravar o filme, ligar o compressor, que joga ar
no trilho (nı́vel 3), posicionar o carrinho sobre o trilho, liberando-o a partir do repouso, feito
isto, inicie a filmagem.
O tamanho do trilho de ar (200 cm) deve ser utilizado para calibração do programa (o pro-
grama converte as unidades da imagem do filme para as distâncias reais do trajeto do carrinho
—por isso do ajuste e da preparação da câmera serem importantes).
Utilizaremos o programa Tracker para analisar o filme. Este programa pode ser instalado no
computador, e baixado gratuitamente do endereço eletrônico: https://physlets.org/tracker/
2
. Na página da disciplina, encontra-se um tutorial básico do programa Tracker.
Usando o programa Tracker monte a Tabela ?? com ao menos 12 valores diferentes de posição,
de forma a possibilitar a estimativa de 10 valores de velocidade. Utilize as fórmulas da
velocidade que constam no modelo do Relatório 3.
2
O programa é disponibilizado para os sistemas operacionais Windows, Linux e Mac OSX.
Movimento de um corpo em um plano inclinado
18 Determinação da aceleração da gravidade
Após fixado o sistema de referência (escolha um dos eixos como paralelo ao movimento do
carrinho). Para isto é necessário rotacionar o eixo. Note que, ao longo da trajetória, a imagem
do carrinho pode ficar um pouco embaçada. Confira no material complementar disponı́vel na
página da disciplina, ou discuta com seu professor, como proceder caso isso ocorra.
Para preencher a coluna da velocidade vx , leia o Apêndice ?? (no final do roteiro). Como
são calculadas as incertezas δvx ?
2. Use as colunas t, vx e δvx para calcular através do Método dos Mı́nimos Quadrados
(Capı́tulo 5 da Apostila), qual é a melhor reta que aproxima os dados experimentais do
gráfico vx vs. t.
2. Determine a energia cinética (K), energia potencial (U ) e a energia mecânica (E) para
cada intervalo de tempo. Para facilitar a organização das informações, construa uma
tabela.
Observações:
Se a força resultante sobre uma partı́cula de massa m for, F~ , a segunda lei de Newton diz
que:
F~ “ m~a, (3.1)
com ~a sendo o vetor aceleração da partı́cula. No caso de F~ ser uma força constante, viz.
não depende nem do tempo, nem da posição da partı́cula e nem da velocidade da mesma, da
Eq.(??) vemos que a aceleração ~a é constante. Assim, a Eq.(??) pode ser facilmente integrada
para obtermos:
F~
żt żt
F~ dt “ m ~adt ùñ F~ pt ´ t0 q “ mp~v ´ ~v0 q ùñ ~v “ ~v0 ` pt ´ t0 q, (3.2)
t0 t0 m
com ~v :“ ~v ptq e ~v0 :“ ~v pt0 q. Integrando temporalmente mais uma vez ambos os membros da
Eq.(??) obtemos:
1 F~
~r “ ~r0 ` ~v0 pt ´ t0 q ` pt ´ t0 q2 , (3.3)
2m
com ~r :“ ~rptq sendo a posição da partı́cula como função do tempo e ~r0 :“ ~rpt0 q a sua posição
inicial.
Vamos supor agora que a força resultante F~ é paralela à velocidade inicial ~v0 . Como a
soma vetorial de vetores paralelos continua sendo um vetor na mesma direção que os vetores
somados, de acordo com a Eq.(??), a velocidade ~v ptq é paralela a ~v0 para todo tempo. Portanto
trata-se de um movimento retilı́neo. Como também a aceleração é constante o movimento se
denomina Movimento Retilı́neo Uniformemente Variado (MRUV). Sem perda de generalidade
podemos chamar de eixo “y” o eixo coordenado na direção de movimento, e as equações de
movimento, Eqs.(??) e (??), nessa direção são:
1F
y “ y0 ` vy0 pt ´ t0 q ` pt ´ t0 q2 , (3.4)
2m
F
vy “ vy0 ` pt ´ t0 q, (3.5)
m
com y :“ yptq e vy :“ vy ptq e as condições iniciais, y0 :“ ypt0 q e vy0 :“ vy pt0 q.
3.7 Estimativa da velocidade instantânea 21
Pense sobre o planejamento desse experimento. Quais grandezas devem ser medidas direta-
mente para que seja possı́vel avaliar as conservações de momento linear e energia mecânica?
Siga o roteiro e as orientações do professor para fazer o experimento em sala de aula. Faça
anotações no seu caderno de laboratório. Para preparar o relatório, tome como base as
orientações do apêndice B da apostila de conceitos básicos e as anotações realizadas durante
o experimento, de acordo com as discussões levantadas em sala a partir do roteiro abaixo.
4.1 Introdução
1. Qual é o objetivo desse experimento?
2. O que é um processo de colisão ?
3. Que tipo de movimento cada carrinho realiza sobre o plano antes e após a colisão ?
4. Para dois carrinhos colidindo entre si em um trilho de ar horizontal com atrito des-
prezı́vel, espera-se que tanto o momento linear como a energia mecânica se conservem
nas colisões elástica e inelástica ? Desenvolva as expressões para conservação de mo-
mento linear e energia mecânica deste sistema unidimensional para os dois tipos de
colisão, em termos das grandezas medidas no experimento.
5. Como é definida a posição do centro de massa do sistema estudado no experimento?
24 Sistema de partı́culas – Colisão elástica e inelástica
6. Nesse experimento, espera-se que o momento linear do centro de massa do sistema seja
conservado ?
7. Como verificar experimentalmente se o momento linear do centro de massa do sistema
é conservado ?
|Kf ´ Ki |
Ki
onde Ki e Kf são a energia cinética inicial e final respectivamente. Discuta os resultados
obtidos.
4. Analise se os seus resultados são compatı́veis com o esperado. Caso exista um desacordo
com o esperado, analise as possı́veis causas do desacordo.
5. Calcule a posição do centro de massa em função do tempo (adicione as colunas cor-
respondentes na tabela de posição dos carrinhos em função do tempo) e adicione estes
pontos ao gráfico de posição em função do tempo já realizado. O momento linear se
conserva?
6. O resultado obtido para a conservação (ou não) do momento linear observando-se o
deslocamento do centro de massa do sistema está de acordo com o obtido analisando-se
o movimento dos dois carrinhos separadamente?
26 Sistema de partı́culas – Colisão elástica e inelástica
Movimento de um corpo rı́gido em um plano inclinado
5
Neste experimento estudamos o movimento de um corpo rı́gido que se desloca por uma cana-
leta com dois trechos, um inclinado e outro horizontal. Ao atingir o final da canaleta, o corpo
rı́gido realiza um movimento balı́stico até tocar o chão.
O corpo rı́gido utilizado nesse experimento é uma esfera de aço com diâmetro maior que a
largura interna da canaleta. Avaliaremos o alcance da esfera ao tocar o chão em função da
altura de lançamento da canaleta.
Os dados experimentais são comparados com dois modelos teóricos: Deslizamento sem Rola-
mento e Rolamento sem Deslizamento.
Siga o roteiro abaixo e as orientações do professor para fazer o experimento em sala de aula.
Faça anotações no seu caderno de laboratório.
5.1 Introdução
1. Qual é o objetivo desse experimento?
2. Basta fazer um lançamento da esfera na canaleta para determinarmos o alcance desta
ao tocar o chão? Como podemos melhorar a precisão da medida?
3. O movimento da esfera, conforme ilustrado na Fig. ??, pode ser estudado dividindo-o
em duas etapas:
ii Movimento balı́stico.
28 Movimento de um corpo rı́gido em um plano inclinado
A primeira etapa do movimento da esfera pode ser descrita considerando-se dois mode-
los teóricos:
4. Para cada modelo, mostre, usando conservação da energia, que a velocidade (v) da
esfera antes de abandonar a canaleta é dada por:
• Modelo A:
v 2 “ 2gh (5.1)
• Modelo B:
2gh
v2 “ (5.2)
1 ` Imr
CM
2
Considere que o diâmetro da esfera de aço é maior que a largura interna da canaleta,
conforme mostrado no esquema da Figura ??. Descreva claramente todas as grandezas
envolvidas no experimento.
5. A partir da expressão para a velocidade da esfera v, obtida no item anterior, e utilizando
as equações de movimento balı́stico, mostre que o alcance (A) da esfera é dado por:
• Modelo A:
A2 “ 4Hh, (5.3)
• Modelo B:
4H
A2 “ h, (5.4)
1 ` Imr
CM
2
5.2 Procedimento experimental e levantamento de dados 29
onde ICM é o momento de inércia da esfera de massa m em relação ao eixo que passa
pelo seu centro de massa e a distância r está ilustrada na Fig. ??. Considerando que a
esfera de massa m e raio R é ideal, o momento de inércia em relação ao eixo que passa
pelo centro de massa da mesma é dado por:
2
ICM “ mR2 (5.5)
5
Opcional
1. Considerando que a esfera realiza rolamento sem deslizamento, a partir da equação de
alcance linearizada determine o momento de inércia da esfera em relação a um eixo que
passa pelo seu centro de massa.
2. Compare o valor de momento de inércia obtido com o valor esperado considerando uma
esfera ideal com distribuição de massa homogênea.
PARTE II
EXERCÍCIOS
32
Algarismos significativos
1
Expresse corretamente os resultados para as seguintes medições com suas respectivas incerte-
zas.
L3 = (15,00 ˘ 0,01) mm
t(s)
1 1,30
2 1,09
3 1,03
4 1,27
5 1,18
6 1,31
7 1,24
8 1,15
Considerando g “ p9, 784 ˘ 0, 001q m/s2 , calcule a altura da cachoeira e a sua incerteza.
PARTE III
APÊNDICES
38
Caderno de laboratório
A
1. É um documento. Nele se tem todos os registros cronológicos de um experimentos
ou ideia. Portanto, deve ter datas, sem rasuras nem espaços em branco, sem inserções
e se possı́vel assinado por quem realizou as anotações.
2. É pessoal. Pode haver outros cadernos de uso compartilhado, por exemplo, para
equipamentos ou instrumentos de laboratório, etc., onde se registram informações de
uso geral, como mudanças introduzidas em configurações experimentais ou estado de
conservação dos equipamentos. Mas o caderno de laboratório contem ideias, propostas
e modo de colocar a informação que são pessoais, próprias de cada pessoa.
4. As páginas devem ser numeradas. Isto permite fazer referência de forma fácil e organi-
zada às anotações anteriores, assim como também indicar na margem onde se corrigem
os erros.
6. Referências completas. No caso em que se deva utilizar uma referência externa (roteiro
do experimento, artigo, livro, etc.), esta referência deve ser completa. Se uma referência
é citada com frequência pode-se utilizar a última página do caderno para registrá-la e
citá-la por seu número. Quando citamos alguma coisa, sempre acreditamos que vamos
nos lembrar de onde saiu, mas isto só é assim a curto prazo.
e indicando também cada vez que há uma mudança. Um dado ou informação que hoje
parece irrelevante em função do nosso modelo da realidade, pode resultar vital ao des-
cobrir que nossas ideias estavam erradas ou eram incompletas. A falta de um dado de
aparência menor pode invalidar tudo o que foi realizado.
8. Deve-se escrever o plano. O que é que se pretende medir, o que é que se procura
e as considerações ou razões pelas quais se faz o experimento. O planejamento do
experimento e as ideias a serem realizadas devem ser explı́citas. A anotação sequencial
permite seguir a evolução das idéias, dado vital também para interpretar os resultados,
pois os preconceitos condicionam o que se mede e como se mede. Saber o que se pensava
no momento de medir vai nos indicar se nesse momento tivemos uma determinada
precaução que depois demostrou ser fundamental.
10. Fazer uma reorganização periódica das ideias. Se uma ideia tem evoluı́do desde
o inicio do experimento, é conveniente periodicamente fazer um quadro da situação,
passando a limpo o que foi feito, para não ter que reconstruir a história a cada vez.
Como escrever um relatório?
B
A idéia desta nota é dar aos alunos de Fı́sica Experimental I algumas dicas e recomendações
de como escrever um relatório. Infelizmente, não existe uma “receita”para isto, pois há várias
maneiras de fazer um relatório, dependendo do tipo de trabalho realizado e de quem o escreva.
Portanto, a organização do relatório pode ser diferente apresentando diferentes distribuições
de seções. Nesta nota propõe-se uma estrutura básica com algumas sugestões, mas será com a
experiência, com a prática e com as sucessivas correções do professor que os alunos aprenderão
a fazê-lo. Escrever um relatório é um aprendizado que se obtém aos poucos.
O ponto principal a ser tido em conta é que no relatório deve-se apresentar os resultados
obtidos de forma clara e concisa. Para isto, deve-se expor cuidadosamente quais são os
objetivos do trabalho realizado, os conceitos fı́sicos básicos necessários para a realização do
experimento e como ele foi realizado, entre outros. O relatório tem que ser escrito de modo
que um leitor que nunca tenha realizado o experimento descrito, ou a pesquisa realizada, seja
capaz de entender e até reproduzir o trabalho a partir do conhecimento adquirido na sua
leitura. Para começar, sugere-se a seguinte distribuição:
• Resumo: Deve dar uma visão completa do trabalho realizado. De forma breve, deve-se
descrever qual é o objetivo do mesmo, o que foi feito e qual foi o resultado obtido.
• Resultados e discussão: Esta seção tem que ser uma continuação natural da Intro-
dução e do Método experimental ou Descrição do experimento. Deve-se incluir tabelas
dos dados colhidos junto com as suas incertezas e a explicação de como foram avaliadas
essas incertezas. Também deve ser realizada uma descrição de como a análise de dados
foi realizada e como os resultados foram obtidos. Deve-se incluir também gráficos, junto
com as curvas de ajuste dos dados realizados. Além da análise dos dados, é fundamen-
tal realizar uma discussão dos mesmos: sua validade, precisão e a sua interpretação.
Dependendo do caso, pode-se realizar uma proposição de um modelo para a descrição
dos resultados ou realizar uma comparação com o modelo teórico já discutido na in-
trodução. Caso seja necessária a utilização de equações, elas devem estar explicitadas
ou, se já foram introduzidas anteriormente (na introdução), através de uma referência
ao número de equação correspondente.
Levar em conta que, dependendo do relatório e do trabalho apresentados, pode-se sepa-
rar esta seção em duas independentes, uma de resultados e outra de discussões.
Figuras e tabelas: cada figura ou tabela deve estar numerada e deve conter uma legenda
ao pé que permita entendê-la. A descrição detalhada da figura deve estar incluı́da
também no texto e referenciada pelo número. Os gráficos são considerados figuras,
então deverão ser numerados de forma correlacionada com as mesmas.
• Conclusões: Deve conter uma discussão de como a partir dos resultados obtidos
mostra-se que as hipóteses e objetivos do trabalho foram satisfeitos ou não. Espera-se
que a discussão do trabalho seja feita de forma crı́tica podendo-se propor melhoras ao
trabalho realizado, tanto na metodologia empregada quanto nas propostas para ampliar
o objetivo do experimento no futuro.
• Apêndice: Caso seja necessário, pode-se anexar um ou mais apêndices com informa-
ção complementar que ajude a esclarecer o conteúdo das partes anteriores (cálculos
realizados para obter um dado resultado, estimativa de incertezas, etc.), mas que no
corpo principal do relatório desviariam a atenção do leitor. No(s) apêndice(s) coloca-se
geralmente informação adicional necessária, mas não fundamental.
Paquı́metro
C
O paquı́metro é um instrumento utilizado para medir dimensões de objetos relativamente
pequenos, desde uns poucos centı́metros até frações de milı́metros, com uma precisão da
ordem do centésimo de milı́metro. Este instrumento é delicado e deve ser manipulado com
cuidado e precaução.
Ele é formado por uma régua com um esquadro num extremo, sobre a qual se desliza o outro
esquadro destinado a indicar o valor medido sobre a escala. Sobre o esquadro móvel encontra-
se o nônio que possui uma segunda escala dedicada a marcar as subdivisões do milı́metro. Na
Figura ?? podemos ver um desenho de um paquı́metro tı́pico.
Figura C.1: Paquı́metro formado por: 1 Encostos para medidas externas; 2 Orelhas para me-
didas internas; 3 Haste de profundidade; 4 Escala principal inferior (graduada em centı́metros e
milı́metros); 5 Escala principal superior (graduada em polegadas e frações de polegadas); 6 Nônio
ou vernier para leitura das frações de milı́metros em que esteja dividido; 7 Nônio ou vernier para
leitura das frações de polegada em que esteja dividido; 8 Propulsor e trava.
Para utilizar o paquı́metro, primeiramente se separam os encostos para que o objeto a ser
medido possa ser colocado entre eles, logo se fecham estes encostos de forma que o objeto fique
preso ao mesmo e se bloqueia o movimento do esquadro móvel para poder realizar a leitura
do valor medido. Usaremos o exemplo mostrado na Figura ?? para facilitar a explicação de
como fazer a leitura.
O primeiro passo é fazer a leitura sobre a escala principal (Figura ??) e para isso observamos
44 Paquı́metro
Figura C.2: Exemplo de uma medição realizada com paquı́metro graduado em mm e com um nônio
com 10 divisões. Valor medido (0,98 ˘ 0,01) cm. Ver texto.
a posição do zero do nônio, que no exemplo está levemente deslocada à direita dos 9 mm (seta
cheia na figura ??). Desta forma temos a primeira parte da medida, sendo 0,9 cm. Vemos que
as seguintes marcas do nônio também estão levemente deslocadas à direita e que esta diferença
vai se reduzindo paulatinamente. Verificamos que a oitava marcação sobre o nônio coincide
com a marcação com a régua principal (seta tracejada na Figura ??) e logo as marcas do
nônio vão ficando progressivamente à esquerda das marcas da régua fixa. Portanto a segunda
parte da leitura nos diz que o valor medido é de 0,98 cm com uma incerteza de 0,01 cm. Para
a determinação da incerteza, considerada aqui como a mı́nima divisão do instrumento, temos
que determinar o número de subdivisões do milı́metro dado pelo nônio. No caso do exemplo,
temos 10 subdivisões, sendo a incerteza 1 mm dividido 10, ou seja 0,1 mm. Finalmente o
resultado da medição é: (0,98 ˘ 0,01) cm.
Mais informações sobre o uso do paquı́metro podem ser encontradas na página http://www.
stefanelli.eng.br/webpage/metrologia/p-nonio-milimetro-05.html.
Trilho de Ar
D
O trilho de ar é um sistema que permite estudar movimentos unidimensionais reduzindo
drasticamente as forças de atrito habitualmente presentes. Ele é composto de chapas metálicas
de perfil reto, com pequenos orifı́cios regularmente espaçados nas faces laterais.
Injeta-se ar comprimido dentro do trilho que sai através dos orifı́cios gerando desta forma
um colchão de ar entre o trilho e o carrinho de cerca de 0,5 mm de espessura. Este colchão
de ar faz com que o carrinho ”flutue”, provocando assim uma grande redução do atrito. O
atrito residual é devido principalmente à fricção com o ar. Nas extremidades do trilho sempre
deve-se colocar os pára-choques formado por um suporte com elásticos.
O sistema trilho de ar e carrinho devem ser cuidadosamente tratados para evitar que eles se
sofram deformações ou marcas que comprometam a redução do atrito. Para isto devemos
evitar choques mecânicos fortes, tanto ente o carrinho e o trilho como entre dois carrinhos.
Evitar quedas dos carrinhos, mesmo que sejam de uns poucos centı́metros, manuseando-os
com segurança e muito cuidado. Em continuação enumeramos alguns cuidados extras na hora
de utilizar o sistema trilho-carrinho, a saber:
• Nunca movimente os carrinhos sobre o trilho quando não houver ar saindo pelos orifı́cios
do trilho ou se o ar que sai é muito fraco (neste caso deve se aumentar a potência do ar
comprimido), pois serão produzidos arranhões.
• Quando se colocar massas em cima dos carros, é fundamental que estas sejam dis-
tribuı́das simetricamente para evitar desbalanceamentos do carrinho quando flutua po-
dendo encostar certas partes dele no trilho. Desta forma não só poderão ser produzidos
arranhões no trilho senão como a hipóteses de atrito desprezı́vel não será verificada.
• O trilho é apoiado sobre pequenas hastes numa base em perfil de alumı́nio. Estas hastes
têm como função permitir o nivelamento do trilho. Com o tempo e o uso constante, o
trilho de ar tende a se deformar criando ”barrigas”. A consequência principal destas
barrigas é os carrinhos passam a ter um movimento irregular. O nivelamento do trilho
é uma operação trabalhosa e delicada, por isso deve-se estar seguro da necessidade de
nivelamento antes de começar a mexer.
46 Trilho de Ar
Sistema de Video
E
Configuração Câmera
Para a realização dos filmes os passos a seguir são:
Desta forma sua câmera está configurada e você pode começar a fazer sua aquisição de dados.
48 Sistema de Video
Rotação do Filme
Para realizar a análise dos dados, é necessário que a medida do deslocamento do carrinho seja
apenas em uma dimensão, por exemplo, na horizontal. Se o eixo horizontal da câmera não
está bem alinhado com o trilho, precisamos realizar uma rotação do filme antes de proceder
51
Forma manual
Forma automática
2. Movimente o cursor para marcar os três pontos que vão determinar o ângulo que o trilho
forma com a horizontal (linhas cheias sobre o filme na Figura ??-B). Faça click cada vez
que esteja na posição desejada.
4. O resultado será mostrado em uma outra janela (Figura ??), entre os quais estará o
valor do ângulo desejado em graus.
Uma vez determinado o ângulo, devemos proceder a realizar a rotação do Filme. Para
isto, deve seguir os seguintes passos:
(a) Escolha a opção “Imagem”do menu principal, logo “Transform”e finalmente “Ro-
tate”, como mostrado na Figura ??-A.
(b) Uma nova janela será aberta onde deve-ser informado o valor do ângulo de rotação,
no nosso exemplo, o mesmo é de 4,101 graus (Figura ??). Este ângulo deve ser
informado com o sinal negativo (´) se queremos realizar uma rotação no sentido
anti-horário ou com sinal positivo (`) se a rotação é no sentido horário.
(c) Como a rotação é uma ação definitiva e não pode ser refeita, utilizar sempre
o “Preview”para poder ter certeza de que se está realizando a rotação desejada
(ver Figura ??-B) antes de dar o “OK”final.
52 Sistema de Video
Figura E.6: ImageJ: determinação das coordenadas px1 , y1 qepx2 , y2 q, ver texto.
Figura E.9: ImageJ: rotação do filme por um determinado ângulo, ver texto
54 Sistema de Video
Programa QtiPlot
F
Ao longo do curso vamos realizar gráficos e ajustes lineares (ajustes por uma reta), para
isto vamos aprender a utilizar um programa chamado de QtiPlot. Este programa pode ser
baixado gratuitamente da internet, ou da página pessoal do Prof. Angelo Gomes em: http:
//www.if.ufrj.br/~amgomes/qtiplotinfo.html.
Para descompactar o mesmo você deverá fornecer uma senha, a mesma é: fisexp2-2009
O Prof. Angelo Gomes preparou um tutorial que ajuda a aprender a utilizar o QtiPlot. Para
acessar ao mesmo, basta com ir para
http://www.if.ufrj.br/~amgomes/tutorialqtiplot-pag1.html
Qualquer dúvida ou problema, entrar em contato com seu professor e/ou monitor.