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Umbanda para iniciantes

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Por que Estudar a Umbanda

O que acontece com as pessoas que estão se iniciando na religião:


Elas se integram em um meio onde existe uma série de rituais, compromissos,
deveres e pontos de vista, sem saber exatamente o que estão fazendo ou para onde
estão seguindo. Se sentir perdido é comum de quase todo mundo que está
começando .

Da mesma forma…
Muitos Umbandistas experientes se sentem cansados da forma como estão
vivendo a religião:
Se reconhecem umbandistas, mas sentem que estão acomodados, infelizes com a
forma como estão vivendo na religião. É como se faltasse alguma coisa, mas não
sabem o que é exatamente.

Transforme o seu jeito de ver o mundo com a Formação Doutrinária


A Formação Doutrinária Umbandista é a mais importante proposta de estudo
para todo aquele que é ou deseja se tornar integrante da religião Umbanda e ter
embasamento para praticar a caridade dentro de qualquer terreiro. Trata-se de um
programa de estudos cuidadosamente preparado para fornecer ao médium
iniciante, sacerdote ou estudioso, a base fundamental do culto religioso
umbandista e do seu amplo universo litúrgico.

Estamos aqui não para apresentar uma nova filosofia sobre a


UMBANDA, mas sim um modelo, uma tese, baseada em muita pesquisa e
estudos em livros, sites, listas de email, conversas com dirigentes de terreiros,
na própria vivência do dia-a-dia dos trabalhos e nas palavras dos Orixás e dos
grandes mensageiros da nossa Umbanda.
Sabemos que cada terreiro de Umbanda tem seus fundamentos, sua
direção, sua liderança, seus princípios, sua história e suas particularidades
tanto quanto nos rituais de culto quanto nas doutrinas professadas. Sabemos
também que não existe uma doutrina única da Umbanda, mas podemos
afirmar que ela tem suas raízes fundamentadas nos cultos de nação, indígena,
espírita e cristão, abrindo assim um leque de diversidades onde se justificam
todas essas diferenças. Então, devemos começar por respeitar essas diferenças,
pois para entendermos essas particularidades se faz necessário um estudo
detalhado das origens de cada casa.

Fraternidade Umbandista Mamãe Yansa e Caboclo Sete Flechas


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Hoje com o avanço das tecnologias e das ciências, o homem mudou
muito seus conceitos em relação ao mundo onde vive, sobre si mesmo e o
sobrenatural. Podemos ao simples toque de uma tecla, acessar vários materiais
divulgados nos diversos meios de mídias, onde vemos cada vez mais exposto
as particularidades de cada terreiro. A facilidade a esse conteúdo muita das
vezes faz com que um terreiro acabe, mesmo que subjetivamente,
influenciando um ao outro, havendo assim uma troca de experiências e de
conhecimentos, o que de certo modo vem sendo muito importante para o
crescimento da Umbanda.
Esse diálogo através da mídia vem se fundamentando cada vez mais,
tornando-se raros os grupos que se fecham não procurando estudar e aprender
com essas diversidades. Acreditamos que através desse diálogo e de um
debate aberto, se possa chegar a um consenso quanto a Doutrina da Umbanda
e o respeito mútuo entre seus praticantes.
Os dirigentes de terreiros, que ainda não o fazem, deveriam começar
a dar a devida importância também aos estudos doutrinários, para que o novo
adepto tenha uma base sólida e bem desenvolvida, assim ele próprio poderá
discernir quanto o que é "certo" e o dito ”errado”. Sem esse estudo, o adepto
ficará sem fundamentos, sem bases, o que alimentará ainda mais a ignorância
e discórdia entre os umbandistas.
Em muitos terreiros ainda não existe um estudo teórico e
fundamentado da religião. O que impera, infelizmente, é que este estudo é
desnecessário e que devemos apenas seguir as orientações recebidas dentro do
terreiro, essas que em sua maioria são somente práticas, onde o adepto
aprende através da vivência e da observação no dia-a-dia de seus trabalhos na
casa, ou conversando e tirando suas dúvidas com os outros filhos do terreiro.
E S T U D A R U M B A N D A É I M P O R TA N T E ?

Acredito que todos concordem com essa pergunta, correto? Mas nem todos
concordarão com sua resposta!

Parece cada vez mais evidente que o estudo, seja em que área for, é uma coisa
indispensável. Porém, não é exatamente assim que grande parte dos que
praticam a Umbanda pensam.

Primeiramente, devemos contextualizar que o ensino de Umbanda como


conhecemos atualmente é uma prática muito recente e que conta com grande
oposição dos mais tradicionais e conservadores.

Apesar de também ser um tradicionalista, acredito que existam coisas que não
precisam ficar engessadas no passado. O que ocorre é que usamos de uma
desculpa chamada “tradição” para justificar que as coisas não podem mudar e
não é bem assim que se processam as coisas.

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“As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as
mentiras” Friedrich Nietzsche

Veja bem, “Tradição” quer dizer um conjunto de práticas que foram


experimentadas e dadas como funcionais que são passadas para gerações
futuras, que podem incluir suas próprias conquistas e seus empirismos, sendo
absorvidos ou não, pela tradição.

Basicamente, isso ocorre, dentro da Umbanda, quando um terreiro nasce do


seio de outro mais antigo. Esse novo terreiro trará dentro de seu núcleo de
aprendizado a estrutura do terreiro fundador, mas também trará os novos
conceitos, orientações e diretrizes passadas ao novo dirigente.

Esse novo “núcleo de tradição” não poderá ser incluído no terreiro original,
mas será a tradição do novo terreiro e assim por diante. Conseguem
compreender?

Porém, nem todo terreiro ou casa se agrada de criar novos núcleos, por
perderem o controle do mesmo ou por perderem filhos que ajudavam nas
despesas da casa. Infelizmente essa é a mais pura verdade!

Justamente por isso, costumam cercear a capacidade dos filhos – mesmo a


contragosto das entidades dirigentes da casa – de procurar por informações e
por estudo sério. Sempre criam o mito do “Mistério que será revelado em
momento oportuno” ou do “Porque Deus quis!”, para acabarem com esse
tipo de manifestação ou movimento dentro das casas espiritualistas.

“É admirável como nossas tendências sempre dão um jeito de se disfarçar de


filosofia.” Hermann Hesse

Vamos concordar que isso é terrível, pois o postulante que procura


conhecimento acaba se sentindo algemado, preso e sem bases para
compreender todo aquele “mistério” que lhe cerca. Com certeza, sua
mediunidade será mais frágil e qualquer coisa irá abalá-lo a ponto de ele
pensar seriamente se aquele deve mesmo ser seu caminho.

Quantos terreiros vocês conhecem que tiveram evasões de filhos? E quantos


que os dirigentes não conseguiram manter e foram fechados?

O estudo sério é importante, mas até para procurar estudo é preciso de


informação. Se você simplesmente sair por aí digitando no Google: “Curso de
Umbanda”, irá encontrar uma infinidade de opções, com 99.99% deles sendo
rasos, sem fundamentos e apenas caça-niqueis.

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Alguns ainda se aproveitam do sistema de pirâmide financeira para sempre
manterem suas fileiras de estudantes ávidos por mais conhecimento (que
sempre é prometido, mas dado de conta-gotas a um preço mensal elevado).

Neste campo também encontramos os “fracos de fé”, que procuram se afastar


do conhecimento e do estudo por acharem que este tipo de informação irá lhes
causar mais confusão e irá os impedir de trabalhar de forma adequada na
Umbanda.

Acredite, a grande maioria são de pessoas acovardadas em serem


confrontadas com a verdade do caminho espiritual, que a fé só é mantida
quando a mesma tem bases sólidas. Que você irá aprender, defender, refutar,
se desfazer e reaprender, constantemente!

Tenho alguns exemplos mais recentes de pessoas que tiveram grande


oportunidade de fundamentação, mas optaram por se manterem no
obscurantismo em uma casa cheia de “situações questionáveis”, pois não
queriam sair de sua “Caverna segura”.

Pessoas que abandonaram o estudo e a busca por conhecimento e se


transformaram (ou sempre foram e apenas deram vazão) a pessoas
embrutecidas, cheias de ódio e com uma repulsa por tudo aquilo que é
esclarecedor. A Alegoria da Caverna de Platão esclarece bem esse tipo de
situação.

Ninguém diz que o caminho é fácil, justamente por haver mais obstáculos e
pelas provações serem mais constantes é que devemos ter firmeza de
propósito para perseverar neste caminho de conhecimento.

“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a


confiança; Todo mundo é composto de mudança, tomando sempre novas
qualidades” Luís Vaz de Camões

Isso não significa se embrutecer e não se adaptar. Darwin já dizia que


sobrevive aquele que melhor se adapta, não o mais forte ou mais inteligente.
Claro, que suas crenças serão o tempo todo questionadas e assim seja!

Isso é positivo. Hoje podemos ter uma opinião, que amanhã com mais
conhecimento e informação mudará e que irá nos levar a refutar
posicionamento passados e assim por diante.

Para finalizar esse texto deixo com vocês um pensamento do filósofo


Immanuel Kant:

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“O Sábio pode mudar de opinião, mas o ignorante nunca!”

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Não se permite também, de forma alguma, que um médium visite


outro terreiro, justificado muita das vezes, pelo dirigente, pelas demandas que
enfrentarão. Assim vemos muitos terreiros ainda fechados a preceitos antigos.

Deixamos claro aqui que até concordamos em parte com essa


proibição, quando é pela falta de preparo do médium e/ou por ele ainda está
em fase de desenvolvimento.
Por isso se faz necessário o estudo aprofundado da Doutrina
Umbandista, não como imposição, mas como um diálogo aberto. O adepto
deve sim seguir as orientações da casa, seus fundamentos, mas nada impede
que ele como forma de estudo pesquise todas as correntes, suas literaturas e
rituais, essa pesquisa deve ser vista como forma de enriquecimento do saber, o
que certamente servirá para agregar valores aos fundamentos do médium e da
própria casa.
Vemos, na maioria das vezes, a Umbanda sendo abordada em
debates por dois aspectos: Razão e Emoção.
Quando é abordada pela Emoção utilizam-se a fé e a afinidade de
pensamentos, se fechando assim à outras abordagens e explicações tanto para
os fenômenos quanto aos rituais. Por outro lado quando ela é abordada pela
Razão se utilizam somente do conceito lógico para buscar essas explicações.
As duas formas são necessárias, mas se levadas ao extremo podem
acarretar grandes problemas. Por exemplo:
quando agimos somente com a Emoção agimos de forma cega e não
admitimos ser contrariados, nos fechando a um fundamento e isto é
suficiente. O grande perigo
neste tipo de abordagem é a proliferação do fanatismo religioso, onde pela
ignorância podemos ser levados ao erro, e só fazemos isso ou aquilo quando o
dirigente ou o mentor da casa disser para fazer. Em pratica, isso nos leva ao
ostracismo³, a obtusação4 e a nos tornarmos marionetes ou meros fantoches.
Mas também pode ser muito perigoso agirmos somente com a Razão,
levando em consideração somente a lógica, o pensamento científico e a
pesquisa aprofundada na busca de uma explicação dos assuntos, se essa
abordagem for levada ao extremo, nos tornará materialistas e pretensos donos
da verdade.
É preciso então, procurar um ponto de equilíbrio entre ambas, Razão
e Emoção, sempre buscando, com bom senso, as explicações e fundamentos
com a cabeça aberta ao diálogo e ao novo. A Doutrina da Umbanda deve ser

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baseada nesse equilíbrio, facilitando o conhecimento dos temas abordados e
solidificando a cada dia seus fundamentos.
Não devemos estudar a Umbanda sem levar em consideração todas
as suas raízes, nos limitando somente a prática da incorporação mediúnica,
muito menos perder tempo discutindo os rituais utilizados por este ou aquele
terreiro, devemos deixar esta questão para outro estagio e nos aprofundarmos
nas suas origens para assim construirmos convicções sólidas baseadas na
verdade, no amor e na caridade, pois só assim veremos os rituais se
modificando por si próprios.

Conhecendo Terreiro Umbanda

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Comprimento de horários
O terreiro tem de ser muito pontual na questão de horários ,alias por traz de
toda organização tem o plano espiritual que são extremamente pontuais a essa
questão , se atrasa o plano fico a espera , se passa do horário plano também se
prejudica , horário é disciplina ,é comprometimento ,é educação , é respeito
para com a espiritualidade e com o outro .

Preparação do Ambiente e os Trabalhos

Quem não gosta de ver um terreiro cheio de flores , organizado , uma luz clara
,o cheirinho de ervas ,os pontos cantados com fé, tudo isso fascinante .

1. Limpeza : tem de ser antes, durante e depois de cada trabalho , a


limpeza agrega um campo energético fascinante e que traz os espíritos
de luz , energias que nos eleva a Oxala ...espiritos de luz não habita na
sujeira
2. Altar/Conga do nosso terreiro de Umbanda é um ponto de força que
atrai as energias do “Altíssimo” e se condensa de cima para baixo, as
pessoas que ali estão recebem essa energia expansora e purificadora .
Congá ou Gongá é uma palavra de origem africana utilizada na
Umbanda Sagrada para denominar o altar onde ficam as imagens dos
caboclos, pretos-velhos, santos católicos e outros elementos presentes
nas crenças umbandistas. Porém, essa é apenas a parte material, aquilo
que podemos enxergar com os olhos do corpo físico, porque
espiritualmente o Congá é um poderoso ponto de energia divina.

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A palavra altar tem sua origem no latim e significa nutrir, alimentar. Além
desse significado, também está associada aos verbos animar, crescer e
desenvolver. Estudos arqueológicos mostram que o altar, como elemento
litúrgico, está presente na cultura humana desde o seu aparecimento, como
uma tentativa de se comunicar com forças superiores. Vários povos
contribuíram para a formação do elemento altar como o conhecemos hoje. A
Bíblia foi um dos principais elementos de difusão do altar, pois ela contém
inúmeras passagens, tanto no velho quanto no novo testamento, que
mencionam a existência de altares e o culto aos deuses realizado diante deles.

Assim, essa significação é também adotada na Umbanda. Em nosso Congá,


temos elementos que ajudam a nossa mente a direcionar nossos pensamentos
para o divino, nos auxiliando na conexão com o Sagrado. Por esse motivo, o
Congá está sempre posicionado em um ponto estratégico, onde todos os
participantes do um trabalho espiritual possam vê-lo.

Além disso, este ponto de força, auxiliado por outros assentamentos e


firmezas de menores portes, supre energeticamente o trabalho realizado no
terreiro, sendo captador das energias dos divinos orixás e entidades de luz que
ali estão para nos auxiliar, assim como também capta as outras energias que
pairam no ambiente, transmutando as negativas e intensificando as positivas,
redistribuindo-as para o benefício de todos os presentes. Sendo assim, o fluxo
de energia que entra e sai do nosso Altar Sagrado é intenso e contínuo,
atuando como um captor vertical que expande a energia para o sentido
horizontal, abrangendo todo o ambiente. Dessa forma, o tratamento espiritual
começa a acontecer a partir do momento em que se entra nesse ambiente, pois
o Congá como ponto de força está a agir sobre tudo e todos que ali estão.

Portanto, meus queridos irmãos, esse elemento presente em nosso terreiro


foi construído com base em fundamentos magísticos e não é apenas uma mesa
onde se posicionam imagem aleatórias. Respeitem e reverenciem o poder
energético de transformação e nutrição desse portal por onde se canalizam as
energias de paz que tanto nos revigoram. Saravá!

3. Imagens : O uso de imagens é um recurso que tem por finalidade


inspirar respeito e despertar nas pessoas uma postura religiosa , de Fe ,
silencio e reverencia , elevando as vibrações mentais , aumentando a
conexão com as qualidades divinas do Criador. Devem estar sempre
limpas e corretamente distribuídas no altar , com Pai Oxala no alto, o
orixá de frente .

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4. Velas : A vela é, com certeza, um dos símbolos mais representativos
da umbanda. Ela está presente no congá, nos pontos riscados, nas
oferendas e em quase todos os trabalhos de magia. Quando
um umbandista firma uma vela, está abrindo uma porta
interdimensional, e conscientemente poderá acessar a força de seus
poderes mentais.

5. Defumação : A defumação tem o poder de limpar estas cargas,


equilibrando as energias, limpando o ambiente físico e espiritual,
incluindo a áurea. Os defumadores são poderosos aliados para quem
procura livrar-se de maus fluidos, ficar com a alma leve e em
harmonia. Estes afastam os maus espíritos e atraem os guias de luz

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