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Transições de Fase em um Modelo de Crescimento

Interagente Semiflexível
Reginaldo A. Zara∗
UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas
Rua Universitária, 2069 - Jardim Universitário
CEP 85819 -110, Cascavel-PR, Brasil

Resumo U e G·C) tendem a se emparelhar formando ligações


de pontes de hidrogênio. Esta estrutura secundária,
O modelo de crescimento cinético interagente (Interact- por sua vez, é rearranjanda em uma estrutura tridi-
ing Growth Walk - IGW) pertence a uma classe de modelos mensional terciária que é a forma biologicamente
de crescimento usada para simular processos de polime- ativa, chamada de estado nativo [1, 2]. As escalas de
rização. Ele gera cadeias auto-exclusivas que podem ser energia envolvida na formação de cada uma destas
usadas no estudo de propriedades de cadeias poliméricas estruturas são bastante diferentes o que permite que
em diferentes temperaturas. Neste trabalho o modelo de os processos envolvidos em cada uma delas sejam
crescimento interagente de Narasimhan et al foi genera- investigados de forma independente [1, 2]. Neste
lizado para levar em conta efeitos da energia gasta para contexto, na literatura em física atenção considerável
promover dobras durante a formação da cadeia. Para isso tem sido dada à predição da estrutura secundária do
um fator de rigidez χ foi acrescentado à formulação do RNA a partir da seqüência primária. Diferentes mo-
modelo original, penalizando as mudanças na direção do delos conceituais, que negligenciam a especificidade
crescimento. Dependendo do valor da energia de rigidez química em detrimento aos aspectos energéticos e
a cadeia pode ser considerada flexível (para χ = 0) ou configuracionais têm sido propostos e investigados
rígida (no limite χ → ∞)). Para valores intermediários [3]-[7].
de χ o modelo de crescimento gera cadeias semiflexíveis. Propriedades configuracionais de polímeros "tipo
O modelo resultante desta generalização, aqui chamado RNA"podem ser investigadas através de modelos
de modelo de crescimento interagente semiflexível foi in- simplificados como a caminhada auto exclusiva em
vestigado através de simulações de Monte Carlo e as pro- rede [3]-[7]. Esse modelo consiste em uma cami-
priedades das cadeias obtidas foram analisadas. Observa- nhada aleatória em uma rede regular sob a restrição
se transições de fase conformacionais entre três diferentes de que os sítios da rede não possam ser visitados
arranjos: uma fase estendida, uma compacta isotrópica e mais do que uma vez durante a caminhada. Cada
uma fase compacta anisotrópica. Estas três fases são en- segmento que une dois sítios visitados (passo da ca-
contradas também em modelos tipo SAW semiflexíveis in- minhada) representa um monômero enquanto o con-
vestigados por diferentes métodos. junto de todos os segmentos representa a configura-
ção da cadeia polimérica.
Polímeros são moléculas grandes formadas por
1 Introdução e Motivação unidades menores chamadas de monômeros. Se
todos os monômeros são iguais a molécula é
O importante papel desempenhado pelo Ácido Ri-
chamada de homopolímero em constraste com os
bonucleico (RNA) na biologia molecular tem in-
heteropolímeros formados por monômeros de tipos
duzido o interesse pelo estudo desta classe de macro-
diferentes [8, 9]. Quando se analisa o polímero em
moléculas [1, 2]. Uma molécula de RNA é um
escalas de comprimento maior do que o tamanho de
polímero linear cuja estrutura primária consiste de
seus constituintes individuais muitas de suas pro-
uma seqüência de bases (ou nucleotídeos) usual-
priedades podem ser descritas de maneira aproxi-
mente denotados por A (Adenina), U (Uracila), G
mada, desprezando-se a natureza química exata dos
(Guanina) e C (Citosina). A cadeia de RNA pode
monômeros. Nestes casos verifica-se que, depen-
dobrar sobre si formando estruturas helicoidais se-
dendo da temperatura, as cadeias poliméricas em
cundárias nas quais bases ditas complementares (A ·
bons solventes podem ser encontradas em uma con-
∗ e-mail: reginaldo.zara@unioeste.br formação estendida ou em uma configuração colap-

1
sada sendo a temperatura de transição entre as dife- dos os contatos. Com isso, o modelo pode ser inves-
rentes conformações chamada de ponto Θ [8, 9]. tigado utilizando a estatística de Boltzmann e suas
A caminhada aleatória auto-exclusiva [8, 9] (Self propriedades físicas podem ser calculadas para dife-
Avoiding Walk - SAW) é um modelo simples para rentes temperaturas [8, 9].
homopolímero linear em um bom solvente, descre- Quando se utiliza a simulação de Monte Carlo
vendo fisicamente a transição Θ entre a fase es- [10] para gerar configurações de cadeias de compri-
tendida e a fase compacta ou colapsada observada mento N as propriedades físicas destas cadeias po-
em polímeros em solução. Traçar uma caminhada dem ser estimadas através de médias no ensemble
aleatória entre dois pontos consiste em estabelecer de configurações. Em um algoritmo de amostragem
um caminho ou trajetória que não se intercepta. Des- simples cada cadeia é construída a partir de seu
crever a caminhada aleatória em uma rede é uma passo inicial, sua energia é calculada e seu peso
maneira simples de introduzir o modelo SAW: a ca- de Boltzmann para a média de ensemble é com-
minhada aleatória auto-exclusiva em uma rede é um putado. Porém, toda vez que a caminhada é inter-
passeio aleatório no qual cada sítio pode ser visitado rompida por auto-interseção em um passo t < N
por um caminhante somente uma vez. Na analo- uma nova cadeia deve ser iniciada e todo o es-
gia com os polímeros, cada passo da caminhada re- forço para construir a cadeia anterior é perdido.
presenta um monômero enquanto a trajetória com- Para N grande a maioria das tentativas de cresci-
pleta representa a molécula. A restrição às auto- mento de cadeias auto-exclusivas falha uma vez que
interseções evita que os monômeros se sobreponham a probabilidade de que uma cadeia cresça sem auto-
buscando incorporar ao modelo o chamado "efeito interseções diminui quando seu comprimento au-
de volume excluído"[8, 9]. menta e, por isso, o método de amostragem simples
Considere a geração de uma cadeia de N é ineficiente para cadeias longas [11, 12].
monômeros através do modelo de caminhada Uma série de algoritmos mais refinados foram
aleatória auto-exclusiva. Uma das formas de gerar propostos de forma a gerar cadeias longas o sufici-
esta cadeia em uma rede de número de coordenação ente para que a análise das configurações possa ser
z 1 consiste em considerar "um caminhante"que parte utilizada para a investigação de cadeias poliméricas,
de uma posição inicial na rede com o objetivo de efe- entre os quais destacam-se os algoritmos de Rosen-
tuar uma caminhada de N passos visitando, a cada bluth [11] e o PERM-B [12, 13]. Nestes algoritmos
passo, um sítio diferente. Se o trajeto da caminhada cada passo da caminhada é escolhido somente entre
é não reversível, para cada passo existem (z−1) pos- os sítios não ocupados eliminando muitas das auto-
síveis opções de movimento que possuem a mesma interseções. Porém isto cria um viés que favorece
probabilidade de ocorrência, sendo que a escolha do a formação de cadeias compactas sendo necessária
sítio a ser visitado é feita ao acaso. É possível que a compensação deste viés através da atribuição de
o caminhante tente mover-se para um sítio já visi- pesos específicos às configurações. Um dos pro-
tado anteriormente contrariando a restrição de auto- blemas destes métodos é que se gasta muito tempo
exclusão e, neste caso, a caminhada é interrompida. gerando configurações que possuem um peso asso-
Nas situações em que a condição de auto-exclusão é ciado muito baixo. Seria então interessante gerar
satisfeita, à medida em que a caminhada prossegue a apenas as conformações "mais importantes", evi-
probabilidade de auto-interseção cresce e, com isso, tando conformações cujos pesos sejam desprezíveis.
a geração de caminhadas aleatórias muito longas é Para isto diferentes algoritmos podem ser utiliza-
comprometida. dos como, por exemplo, os algoritmos de Metropo-
O modelo de caminhada aleatória descrito acima é lis [10], de Glauber [10], de pivotação [14] ou al-
atérmico, ou seja, efeitos de temperatura não são le- goritmos snake slithering [15]. Nestes algoritmos
vados em conta. Porém é possível incluir interações uma seqüência de configurações ou conformações
entre os monômeros combinando efeitos de volume é gerada a partir de uma configuração inicial de N
excluído com atração entre monômeros vizinhos não sítios construída por algum método de geração de
sequencialmente conectados: quando um par de sí- cadeias auto-exclusivas. A geração de uma configu-
tios ocupados não consecutivos na trajetória tornam- ração à uma temperatura T partindo de uma configu-
se primeiros vizinhos na rede diz-se que eles formam ração prévia é um processo estocástico que consiste
um contato e a energia da configuração (chamada de em produzir, sequecialmente, pequenas alterações
energia de contato) decresce por uma quantidade ε. na cadeia (movendo alguns de seus sítios para ou-
A energia total da cadeia, por sua vez, decresce por tras posições) e decidir se a nova configuração será
uma quantidade dada pela soma das energias de to- aceita ou se a antiga será mantida. Embora cada al-
1 em uma rede regular o número de coordenação de um sítio goritmo possa ter uma dinâmica específica, ou seja,
i corresponde ao número de vizinhos de i localizados a um e so- um conjunto diferente de regras para a produção de
mente um espaçamento de rede. novas conformações, a aceitação da nova configu-

2
ração como uma configuração válida depende dife- (cristalline-like). Já no regime de alta energia de
rença entre as energias da nova e da antiga configura- dobra o sistema salta diretamente da fase estendida
ção e é estimada de acordo com o peso de Boltzmann para a fase anisotrópica "cristalina"através de uma
transição de fase de primeira ordem.
∆E Embora os aspectos qualitativos do diagrama de
p = exp(−β∆E)) = exp(− )) (1)
kB T fases de polímeros semiflexíveis sejam conheci-
onde β = kB1T sendo kB a constante de Boltzmann, dos o assunto permanence como uma área ativa de
T a temperatura; ∆E = (Enova − Eantiga ), com pesquisa, especialmente na investigação do sistema
∆E = ∞ se a nova configuração produzir auto- em regime de baixas temperaturas onde os métodos
interseção. de investigação adotados apresentam dificuldades,
O procedimento descrito gera uma seqüência de falhas e inconsistências. No caso específico das si-
configurações, algumas idênticas à anterior e outras mulações de Monte Carlo, resultados em baixas tem-
levemente modificadas o que revela um problema do peraturas sofrem grande influência do atrito (restri-
método. Como as médias de ensemble são calcu- ção de auto exclusão) entre as diferentes partes da
ladas como médias sobre as configurações geradas, cadeia. O modelo de crescimento interagente auto
se uma dada configuração for rejeitada e a configura- exclusivo (Interacting Growth Walk - IGW) intro-
ção anterior for novamente computada para a estatís- duzido por Narasimhan et al [22, 23] evita esta di-
tica, médias de ensemble incorretas podem ser esti- ficuldade e pode ser usado para construir cadeias in-
madas. O viés introduzido pela correlação entre con- teragentes auto exclusivas em qualquer temperatura
figurações subsequentes deve ser evitado deixando T > 0. O IGW, é uma generalização do modelo
a simulação evoluir por um certo número de passos de crescimento cinético [24, 25] para geração de
(conhecido como tempo de correlação) sem que as cadeias longas a baixas temperaturas evitando o pro-
grandezas sejam computadas para a estatística. blema do atrito entre as diferentes partes da cadeia.
Os resultados obtidos quando as interações de Ele incorpora a temperatura ao modelo de cresci-
curto alcance entre monômeros é considerada des- mento cinético permitindo que cada passo do cresci-
crevem a transição Θ na qual, sob variação da tem- mento seja baseado em pesos de Boltzman locais,
peratura, a molécula (configuração) passa de uma calculados levando em conta as energias locais as-
uma fase estendida (a alta temperatura) para uma sociadas a cada sítio de crescimento ao invés da en-
fase globular compacta (a baixa temperatura), sendo ergia da total da configuração. Além disso, ele des-
Θ a temperatura crítica de transição. Outras ener- creve (pelo menos para os casos bidimensionais) o
gias de interação também podem ser introduzidas ao comportamento observado nas caminhadas auto ex-
modelo para tratar, por exemplo, a competição en- clusivas (SAW) para temperaturas acima, abaixo e no
tre interações isotrópicas e de pontes de hidrogênio ponto Θ.
[29], a heterogeneidade das cadeias, o efeitos do em- Neste trabalho é introduzida a energia de dobra
pilhamento das base emparelhadas na formação de ao modelo IGW original e o modelo resultante, que
novos pares [20, 21], etc. permite o crescimento de cadeias semiflexíveis, é in-
O papel da rigidez da cadeia é levada em conside- vestigado através de simulações de Monte Carlo em
ração associando um gasto de energia na formação uma rede quadrada. Na próximas seções o modelo
de uma dobra na molécula, isto é, uma "energia de original IGW é introduzido com detalhes e as altera-
dobra"χ é adicionada a cada mudança na direção da ções propostas neste trabalho são descritas. Os re-
caminhada [17, 13]. Aspectos relacionados às pro- sultados das simulações são apresentados através do
priedades de rigidez da cadeia têm sido investigados cálculo de grandezas relacionadas à caracterização
por diferentes métodos aproximados como redes de configuracional das cadeias obtidas, em especial, a
Bethe [30] e de Husimi [17, 19] bem como por si- densidade e a anisotropia da configuração bem como
mulações de Monte Carlo [13], de forma que o dia- o raio de giração. A partir do comportamento destas
grama de fases para estas situações é relativamente grandezas como função da temperatura um diagrama
bem conhecido. Observa-se que, dependendo da in- de fases qualitativo é proposto e comparado com os
tensidade da energia de dobra dois regimes qualita- diagramas de fases conhecidos para o modelo de ca-
tivamente diferentes. Em um regime de baixa in- minhada auto exclusiva.
tensidade de energia de dobra, com o decréscimo
da temperatura duas transições de fase conforma-
cionais são observados: uma transição de uma fase 2 O modelo de crescimento in-
estendida para uma fase globular compacta (iden- teragente semiflexível
tificada como uma transição Θ usual) e então,uma
transição abrupta (acredita-se que de primeira or- Considere uma rede representada por uma ma-
dem) para uma fase anisotrópica similar a um cristal triz quadrada de tamanho L (ímpar) cujo sítio cen-

3
tral é a origem de um sistema Cartesiano usual xy. mento para um sítio j é dada por
Tomando o espaçamento da rede como unitário a
posição de um elemento (sítio da rede) é dada por ε(j) = −nc (j)ε + nb (j)χ (2)
~r = xî + y ĵ onde (x, y) são as coordenadas do sítio
na matriz e î e ĵ são vetores unitários usuais. Cada e a probabilidade de que o crescimento ocorra
sítio pode assumir apenas um entre dois estados pos- para o sítio j no passo t + 1 é
síveis: vazio (não ocupado por um monômero) ou exp[−βε(j)]
ocupado (por um monômero). Em t = 0 todos os pt+1 (j) = , (3)
Σqj=1
t
exp[−βε(j)]
sítios estão vazios com excessão do sítio em r0 = 0
o qual é considerado como a semente do cresci-
onde β = kB1T é o inverso da temperatura, εj é a
mento. No modelo de crescimento cinético intera-
energia associada ao crescimento para o sítio j e qt
gente o crescimento começa da semente e continua
é o número de elementos em {Qt }.
adicionando, a cada passo, um monômero à cadeia.
A simulação consiste em acompanhar o processo
Um sítio ocupado em uma posição ~rk em um passo
de crescimento até que a cadeia gerada atinja um
(tempo) t é chamado de ponta de crescimento uma
número de passos pré-definido (N ) e avaliar as ca-
vez que o crescimento pode ocorrer ocupando um de
racterísticas conformacionais desta cadeia. Devido
seus primeiros vizinhos na rede. No primeiro passo,
ao vínculos geométricos o crescimento pode ser in-
o crescimento pode ocorrer para qualquer um dos sí-
terrompido antes que o número N seja atinjido. Re-
tios vizinhos à semente. Porém para t > 1 o cresci-
centemente, foi mostrado através de simulações de
mento deve obedecer a um conjunto de vínculos geo-
Monte Carlo, que quanto menor a temperatura maior
métricos (auto exclusão) e energéticos.
é a taxa de sucessos na geração de cadeias de N
Vínculos geométricos são considerados levando
passos [26, 27, 28]. Neste trabalho, para fins da
em conta que o crescimento é auto-exclusivo e não
análise das propriedades conformacionais da cadeia,
reversível. Como conseqüência da proibição da
são consideradas para as médias de ensemble so-
múltipla ocupação de um sítio o processo de cresci-
mente aquelas que atingiram o número requerido de
mento pode ser interrompido se a ponta de cresci-
monômeros.
mento for totalmente circundada por sítios já ocupa-
dos, isto é, se {Qt } é o conjunto de sítios não ocu-
pados que circundam a ponta de crescimento em um
passo t, se {Qt } = ∅ o processo é interrompido e o
3 Resultados e Discussão
crescimento de uma nova cadeia é iniciado.
3.1 Efeito da rigidez sobre a trajetória
Uma vez que os vínculos geométricos sejam satis-
feitos ({Qt } 6= ∅) o crescimento continua para um O modelo de crescimento cinético interagente
sítio j ∈ {Qt } segundo uma probabilidade calcu- semiflexível SIGW foi investigado através de simu-
lada a partir dos vínculos energéticos. A interação lações de Monte Carlo e as propriedades das cadeias
de curto alcance entre monômeros não consecutivos obtidas foram analisadas como função da tempe-
ao longo da cadeia é levada em conta através de uma ratura e para diferentes valores de χ. No IGW
energia constante e atrativa −ε (com ε > 0) se a semiflexível a geração de cadeias longas em altas
ocupação de um sítio for tal que o torne um vizinho temperaturas é dificultada devido ao aprisionamento
não consecutivo de outro sítio ocupado pela cadeia. da ponta de crescimento em regiões da qual não
No contexto dos biopolímeros diz-se que quando pode escapar [28]. Neste trabalho, para efetuar as
dois monômeros (que representam os resíduos nu- médias de ensemble foram simulados crescimentos
cleicos) tornam-se emparelhados e ligados por uma cadeias de 500 passos enquanto os valores médios
ponte de hidrogênio, formam um "contato". No mo- das grandezas de interesse foram calculadas sobre o
delo de crescimento cinético interagente a energia de conjunto de N crescimentos que atingiram o valor
contato é dada por ε. Com base em trabalhos sobre N.
efeitos da rigidez da cadeia no processo de folding A Figura 1 mostra a configuração típica para uma
disponíveis na literatura, o modelo de crescimento cadeia de 500 passos em uma rede quadrada de
cinético interagente foi generalizado de forma a in- tamanho L = 1000 para χ = 0 e diferentes valo-
corporar essa característica. Para isto um custo ener- res de β. Pode-se observar que em altas tempera-
gético χ foi atribuído a cada mudança de direção turas a cadeia espalha-se por uma grande porção da
no processo de crescimento. Definindo os números rede e resultando em uma grande distância entre a
de ocupação nc (j) = 0(1) se o crescimento para origem e o final da cadeia end-to-end distance. Com-
o sítio j (não) implica na formação de um contato e parando as escalas horizontais e verticais da rede
nb (j) = 0(1) se o crescimento (não) implica em mu- observa-se que a configuração torna-se mais com-
dança de direção, a energia total associada ao cresci- pacta quanto menor for a temperatura. Além disso

4
conforme a temperatura é diminuida a configuração
20 10
da cadeia apresenta-se mais e mais compacta dimin-
uindo os espaços onde a ponta de crescimento pode 0 −30
ser aprisionada. Com isso, o crescimento de cadeias
longas em baixas temperaturas é facilitado pelo de- −20
−70
scréscimo da temperatura. (a) (b)
−40
−110
−80 −40 0 −80 −40 0
15 15 120
10

80
(d)
−15 0
−5
−10 40
−45
(c)
(a) (b) −20
0
−75 −25
−95 −65 −35 −5 10 −75 −55 −35 −15 5 −20 0 20 −2 0 2

25 10

5
15
Figura 2: Configurações típicas para N = 500 pas-
5
−5 sos em rede quadrada para (a) β = 0, (b) β = 1.0,
(c) β = 4.0, (d) β = 8.0, com χ = 0.60.
(c) (d)
−5 −15
−5 5 15 25 −15 −5 5 15

Esta densidade descreve a fração de sítios ocupa-


dos pelo crescimento em uma área disponível hAN i
Figura 1: Configurações típicas para N = 500 pas- e pode ser usada como parâmetro de ordem do sis-
sos em rede quadrada para (a) β = 0, (b) β = 1.0, tema.
(c) β = 4.0, (d) β = 8.0, com χ = 0. A Figura 3(a)2 mostra a densidade como função
da temperatura para diferentes valores de χ e N =
Quando a rigidez é incorporada observa-se uma 500. Observe inicialmente o caso χ = 0. De acordo
mudança nas configurações, especialmente para com a descrição de Narasimhan [22, 23], no regime
baixas temperaturas, conforme pode ser visto na de alta temperatura a densidade da configuração é
Fig.2 que mostra configurações para uma cadeia baixa e o polímero correspondente está em uma fase
de 500 passos em uma rede quadrada de tamanho estendida espiralada. Baixando a temperatura a den-
L = 1000 para χ = 0.60 e diferentes valores de sidade aumenta e o sistema sofre uma transição de
β. Para altas temperaturas a cadeia obtida é sim- fase para um estado globular, semelheante à tran-
ilar ao caso χ = 0 porém, à medida em que a sição Θ, a uma temperatura similar (mas não coin-
temperatura é diminuida a cadeia apresenta-se mais cidente) ao ponto Θ observado em modelos de cam-
compacta e com uma direção preferencial de cresci- inhadas auto-exclusivas. Finalmente, no regime de
mento, exibindo uma anisotropia de crescimento baixas temperaturas a densidade aproxima-se con-
conforme pode ser verificado observando as escalas tinuamente da unidade indicando que a configuração
horizontais e verticais da rede. gerada ocupa toda a área disponível ao crescimento,
resultando em uma fase densa e compacta.
3.2 Densidade e Anisotropia Exceto para o regime de altas temperaturas onde
as flutuações térmicas dominam o sistema, para χ >
Com o objetivo de descrever os detalhes da confi- 0 o comportamento é bastante diferente. Partindo
guração a distribuição de sítios visitados foi avaliada configurações de baixa densidade em alta tempera-
através da análise da área do menor retângulo que tura, o descréscimo da temperatura produz um con-
contém a configuração de N passos. Esta área, es- tínuo adensamento da configuração até que o sistema
PN AN (i)
timada como hAN i = i=1 N onde AN (i) é exiba uma transição de fase tipo-Θ para um estado
a área do menor retângulo que circunscreve a con- caracterizado por um alto valor de densidade ρ∗ < 1
figuração de N passos no i-ésimo experimento, foi em uma temperatura β ∗ . Porém, diminuindo ainda
utilizada para definir a densidade ρ(N ) da configu- mais a temperatura (ou, de forma equivalente, au-
ração em relação à área por ela ocupada mentando β) a densidade passa a diminuir. Como
N 2 para facilitar a visualização o eixo referente à temperatura é
ρ(N ) = (4) apresentado em escala logarítmica.
hAN i.

5
o número monômeros da cadeia é fixo, isto implica A anistropia da cadeia é calculada como
no aumento da área do retângulo que circunscreve
a configuração, ou seja, a cadeia volta a se espalhar knx − ny k
δ(N ) =
. (5)
por uma grande área. Mais adiante será mostrado nx + ny
que este comportamento está associado a uma tran- Na Fig.3(b) é mostrada a anisotropia como função
sição conformacional da cadeia. Em seguida, para de βε para diferentes valores de χ. Como esperado,
valores bem definidos de β a densidade salta abrup- para baixos valores de β a anisotropia é nula uma
tamente para ρ ≡ 1 e o sistema atinge uma fase vez que o crescimento é dominado pelas flutuações
compacta densa. Observa-se ainda que a densidade térmicas, ocorrendo praticamente ao acaso. Aumen-
ρ∗ é uma função descrescente da energia de dobra e tando continuamente o valor de β a configuração
aproxima-se do valor da densidade da fase estendida torna-se cada vez mais densa, tornando-se globular
para altos valores de χ. Isto signfica que a faixa de para um valor βΘ , porém a anisotropia permanece
existência da fase globular (βΘ , β ∗ ) decresce conti- nula uma vez que a configuração assume forma
nuamente, desaparecendo para altos valores da ener- semelheante a quadrados concêntricos nos quais o
gia de dobra. números de passos nas direções x and y coincidem.
Aumentando β para valores acima de β ∗ a cadeia
assume conformações compostas por seqüências de
bastões rigidamente conectados; a cadeia torna-se
1.0 anisotrópica e a densidade tende a diminuir. Final-
χ/ε = 0.00 mente, para valores mais baixos de temperatura a
0.8 χ/ε = 0.10 cadeia assume a conformação de um bastão rígido
χ/ε = 0.20
de comprimento N formado pelo alinhamento de to-
0.6 χ/ε = 0.40
dos os passos e disposto ao longo do eixo x ou do
ρ

χ/ε = 0.50
(a) eixo y.
0.4 χ/ε = 0.80

0.2

0.0 12 (a)
-1 0 1 2
10 10 10 10
βε 9
<Re >/<RG >

1.0
2

χ/ε = 0.00
(b)
χ/ε = 0.10
0.8 6 χ/ε = 0.20
2

χ/ε = 0.00 χ/ε = 0.40


0.6 χ/ε = 0.10 χ/ε = 0.50
δ

χ/ε = 0.20 χ/ε = 0.80


3
0.4 χ/ε = 0.40
χ/ε = 0.50 -1 0 1 2
0.2 10 10 10 10
χ/ε = 0.80
0
βε
0.0 10
-1 0 1 2 (b)
10 10 10 10
βε 10
-1
2
σ (RG)/RG

χ/ε = 0.00
Figura 3: Densidade de ocupação (a) e anistropia da 10
-2
χ/ε = 0.10
configuração (b) como função de β para diferentes χ/ε = 0.20
2

valores de χ. 10
-3 χ/ε = 0.40
χ/ε = 0.50

Conforme descrito acima os estados finais das -4


χ/ε = 0.80

configurações das cadeias resultam em objetos de 10


-1 0 1 2
10 10 10 10
alta densidade e cujos monômeros são organizados
βε
de forma compacta. Para analisar estas configu-
rações em detalhes, bem como a diminuição da den-
sidade observada para os casos χ > 0 foi definido o Figura 4: (a) Razão entre Re e raio de giração RG e
parâmetro de anisotropia de cadeia, conforme segue. (b ) Flutuação do raio de giração como função de β
Seja nx e ny o número de passos ocorridos ao longo para diferentes valores de χ.
das direções x e y respectivamente (nx + ny = N ).

6
3.3 Raio de Giração e Distância end-to- giração das conformações, conforme mostrado na
end Figura 4(b). Para baixos valores de rigidez observa-
se um pico largo em baixos valores de β o que
A transição de conformação pode também ser concorda, ao menos de forma qualitativa, com uma
avaliada a partir da investigação do raio de giração transição Θ e também um segundo pico que pode
RG em relação ao centro de massa da cadeia e da dis- ser associado à transição de conformação da fase
tância entre a origem e o final do crescimento (end isotrópica para a fase anisotrópica. Com o aumento
to end distance). O Raio de Giração de uma cadeia da rigidez o primeiro pico desaparece e somente a
de N monômeros é dado por transição entre as fases estendida e anisotrópica é ob-
servada.
1 X
N
2
RG = [(xk − xCM )2 − (yk − yCM )2 ] (6) 3.4 Diagrama de Fases
N
k=1
A determinação das temperaturas críticas, bem
onde (xk , yk ) é a posição do k-ésimo sítio ocupado como a natureza exata das transições (de primeira ou
e (xCM , yCM ) é a posição do centro de massa da segunda ordem) são informações úteis para a cons-
configuração. Já a distância end-to-end Re é a dis- trução de um diagrama de fases quantitativo. De-
tância geométrica entre o sítio semente (x0 , y0 ) de vido a dificuldades na determinação da natureza das
crescimento e o N -ésimo sítio ocupado (xN , yN ): transições a partir das simulações de Monte Carlo tal
diagrama exato não foi construído. Porém, pode-se
Re2 = [(xN − x0 )2 − (yN − y0 )2 ] (7) considerar que as temperaturas de transição podem
R2e ser aproximadas tomando como ponto de transição
Na Figura 4(a) observa-se a razão como R2G o locus do pico das flutuações em RG . Somando-
função da temperatura e diferentes valores de χ. No se à estimativa destas temperaturas uma análise do
caso χ = 0 a razão é alta para regime de alta tem- comportamento da densidade e da anisotropia como
peratura, diminuindo à medida em que a tempera- função da temperatura para diferentes valores de
tura é diminuida. Tal comportamento é bem con- χ, um diagrama de fases qualitativo pode ser pro-
hecido sendo também observado em modelos SAW. posto. A Figura 5 mostra este diagrama esquemático
Nos casos χ > 0 observa-se que, com a diminuição ilustrando as possíveis transições observadas. A
R2
da temperatura, a queda da razão R2e é interrompida linha pontilhada entre as fases estendida e compacta
G
para um valor de β que depende de χ. A partir deste isotrópica representa transições contínuas do tipo-
R2
valor de β a razão R2e aumenta atingindo um valor Θ enquanto a linha contínua representa a transição
R2
G
abrupta entre diferentes fases. No regime de baixa
constante R2e = 12 para temperaturas muito baixas. energia de rigidez duas transições são representadas:
G
Este valor pode ser obtido analisando a distribuição partindo de altas temperaturas em direção a regiões
de "massa"da configuração ao considerar que, para de baixas temperaturas o sistema passa de uma fase
χ 6= 0 e baixas temperaturas a configuração as- estendida para um fase globular compacta através
sume a forma de um bastão rígido de "massa"N uma transição contínua tipo-Θ e então, baixando
e comprimento N (considerando o espaçamento da ainda mais a temperatura, o sistema exibe uma tran-
rede uniário). O Raio de Giração para este objeto é sição abrupta para uma fase compacta anisotrópica.
2
RG2
= N12 levando a uma razão 3 . Aumentando-se o valor de χ a faixa temperatura
na qual o sistema exibe uma fase globular torna-
Re2 N2 se cada vez mais estreita, desaparecendo completa-
= = 12 (8)
2
RG N2
12
mente para valores altos de χ. Neste caso, baixando
a temperatura observa-se uma transição abrupta da
independentemente do número de passos N do
fase estendida diretamente para uma fase compacta
crescimento. Isto confirma a interpretação do com-
anisotropica. Em modelos SAW um diagrama de
portamento da densidade e anistropia da configu-
fases similar é encontrado. A análise do ponto de
ração mostrando que, para χ 6= 0 há uma tran-
encontro entre as linhas de transição de fase con-
sição de fase conformacional entre uma fase globular
tínua e de primeira ordem em modelos SAW indica
isotrópica e uma fase anisotrópica crystaline-like.
que este corresponde a um ponto tricrítico. Com os
A existência desta transição de fase também pode
dados obtidos através da simulação do modelo IGW
ser observada analisando as flutuações do raio de
semiflexível não foi possível determinar a natureza
3O Momento de Inércia I de um bastão fino e rígido de massa deste ponto. Para isto, uma análise mais rigorosa
m e comprimento l é I = ml 12
2
. O momento de Inércia e o raio da natureza das transições de fase, especialmente no
de giração estão relacionados por I = mR2G . ponto de cruzamento das linhas de transição, deverá

7
ser levada a cabo em trabalhos futuros. Se os pesos WRR não forem levados em consi-
deração, ou seja, atribuido WRR = 1 para todas
as configurações obtém-se o modelo de crescimento
cinético (Kinetic Growth Walk -KGW) [24], o qual
simula a situação de uma cadeia que cresce mais
rápido do que pode relaxar. Quando o crescimento
de uma cadeia é feito com WRR = 1 e considerando
pesos de Boltzmann calculados com energias locais
o modelo de crescimento cinético interagente IGW
de Narasimhan é obtido [22]. Com isso o IGW sofre
da mesma limitação que o KGW, ou seja, as cadeias
geradas não são igualmente prováveis.
Todavia, Narasimhan et al [23] tem argumentado
que a função de partição canônica para o ISAW é
equivalente à média configuracional dos pesos as-
sociados ao IGW, desde que a média seja tomada
sobre toda a "árvore genealógica"da configuração
estabelecendo as condições para o mapeamento do
Figura 5: Diagrama de fases esquemático para o mo-
ISAW em um modelo tipo IGW. O eventual mapea-
delo SIGW.
mento entre este modelos, aliado ao comportamento
termodinâmico similar, justifica uso do IGW para
analisar, ao menos de forma qualitativa, o compor-
4 Considerações Finais tamento de cadeias auto interagentes sob diferentes
temperaturas. O estabelecimento dos critérios de
Uma das maiores dificuldades na geração de mapeamento destes modelos constitui área ativa de
cadeias auto-exclusivas em uma rede é o próprio pesquisa e, recentemente, o IGW foi utilizado com
atrito entre as diferentes partes da cadeia, originado sucesso na geração da densidade de estados de mo-
pela proibição da múltipla ocupação dos sítios (ou delos ISAW[16].
ligações). Quando a escolha do novo sítio a ser visi- Os critérios de mapeamento discutidos por
tado é feita somente entre os sítios disponíveis para Narasimham et al [23, 16] não foram utilizados neste
a ocupação, o que diminui (embora não elimine) o trabalho. Aqui, o modelo de crescimento interagente
atrito, um outro problema é introduzido: as diferen- de original de Narasimhan et al [22] foi generali-
tes configurações geradas deixam de ser igualmente zado para levar em conta efeitos da energia gasta
prováveis e as médias de ensemble necessitam de para promover dobras durante a formação da cadeia
correções. Uma forma de promover as adequações através da introdução fator de rigidez χ que penal-
foi proposta por Rosenbluth e Rosenbluth [11], com iza as mudanças na direção do crescimento. De-
a introdução de pesos específicos WRR às configu- pendendo do valor deste fator de rigidez a cadeia
rações (atérmicas) de N passos: pode ser considerada flexível (para χ = 0) ou rígida
(no limite χ → ∞)). Para valores intermediários
1 1 Y de χ o modelo de crescimento gera cadeias semi-
N
WRR (N ) = ni (9) flexíveis. O modelo resultante desta generaliza-
4 z N −1 i=1
ção, aqui chamado de modelo de crescimento intera-
onde z é o número de coordenação da rede e ni é o gente semiflexível SIGW foi investigado através de
número de sítios disponíveis para ocupação no passo simulações de Monte Carlo e as propriedades das
i. Uma vez construída uma cadeia auto-exclusiva de cadeias obtidas foram analisadas. Para a determi-
N passos, o número de contatos pode ser determi- nação das médias de ensemble foi utilizado um pro-
nado e a energia total da configuração pode ser com- cedimento de amostragem simples. Na análise dos
putada como E(N ) = nε, onde n é o número de resultados observa-se transições de fase conforma-
contatos e ε é a energia de cada contato, sendo que cionais entre três diferentes arranjos: uma fase esten-
uma configuração com uma energia bem definida é dida, uma compacta isotrópica e uma fase compacta
considerada uma caminhada auto-exclusiva intera- anisotrópica. Estas três fases são encontradas tam-
gente (Interacting Self Avoiding Walk - ISAW). Neste bém em modelos tipo ISAW semiflexíveis investiga-
caso a média de ensemble é calculada usando o peso dos por diferentes métodos, embora as dificuldades
de Boltzmann canônico na geração de cadeias longas a baixas temperaturas
dificultem a investigação das propriedades confor-
WB (N ) = WRR · exp[−βE(N )]. (10) macionais bem como das transições de fase entre

8
as diferentes conformações. Com isso, do ponto [15] A. D. Sokal, in Monte Carlo and Molecular
de vista qualitativo o modelo de crescimento inter- Dynamics Simulations in Polymer Science (Ox-
agente semiflexível constitui um bom método de ge- ford University Press, New York), edited by K.
ração de cadeias auto-exclusivas, especialmente em Binder, pp. 47-124, 1989.
baixas temperaturas. Cabe ressaltar que no modelo
SIGW, para os mesmos parâmetros para as ener- [16] M. Ponmurugan, V. Sridhar, S. L. Narasimhan,
gias de contato e de dobra, as temperaturas de tran- K. P. N. Murthy, Physica A 390 (2011) p.1258.
sição são diferentes daquelas observadas nos mode- [17] M. Pretti, Phys. Rev. E 66 (2002) 061802.
los SAW, porém com comportamento termodinâmico
similar. A utilização futura dos critérios de mapea- [18] P. Serra, J. Stilck, W. Cavalcanti and K.D.
mento do modelo ISAW em um modelo IGW pode Machado , J. Phys. A: Math. Gen. 37 (2004)
ser útil para a confirmação da equivalência do com- p.8811.
portamento termodinâmico e no apuramento da na-
tureza das transições de fase conformacionais. [19] M. Pretti, J. Stat. Phys. 111 (2003) p.993.
[20] R. A. Zara, M. Pretti, Physica A 371 (2006)
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