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VIAS DE EVACUAÇÃO

Sumário

1 - INTRODUÇÃO
2 – CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO
3 – CÁLCULO RELATIVO AO DIMENSIONAMENTO
4 – DISTÂNCIAS MÁXIMAS A PERCORRER
5 - TEMPO DE EVACUAÇÃO

1 - INTRODUÇÃO
Para os casos não abrangidos pela legislação em vigor, podemos utilizar os critérios de
segurança mínimos abaixo mencionados.
Para o efeito de interpretação e aplicação deste documento torna-se necessário definir o
significado dos seguintes termos:

- Vias de Evacuação:
Vias de circulação especialmente concebidas e dimensionadas para encaminhar, de
maneira rápida e segura, os utentes para o exterior ou para uma zona isenta de perigo.
As vias de evacuação que são basicamente constituídas pelas circulações horizontais e
verticais, incluem nomeadamente, corredores, portas, escadas, rampas, saídas, etc.
As zonas não enclausuradas são abrangidas pelas mesmas disposições, em particular no
que respeita ao seu dimensionamento, balizagem e sinalização.

- Meios de Evacuação:
Disposições construtivas constituindo um ou mais caminhos de evacuação seguros, que
permitem às pessoas atingirem, pelos seus próprios meios e a partir de qualquer ponto
do edifício, um local que apresente segurança total.

- Caminhos de Evacuação:
Caminhos que fazem parte dos meios de evacuação desde um determinado ponto até
uma saída normal.

- Caminhos Normais de Evacuação (CNE):


Caminhos constituídos somente por circulações que obedecem à totalidade das
exigências de concepção e de dimensionamento das vias de evacuação.
- Caminhos de Evacuação de Socorro:
Caminhos normais de evacuação que, por motivos de exploração não são colocados em
permanência à disposição do público.

- Caminhos de Evacuação de Emergência (CEE):


Caminhos de recurso geralmente reservados à evacuação.

- Caminhos de Evacuação Protegidos:


Caminhos de evacuação dotados de condições que os libertem dos efeitos de um
incêndio, nomeadamente do fumo, do calor e das chamas. Os caminhos de evacuação
protegidos incluem:
- As vias de evacuação enclausuradas por elemento resistentes ao fogo.
- As vias de evacuação ao ar livre caracterizadas pela existência, sobre a totalidade do
comprimento das suas paredes de uma abertura permanente em contacto directo com o
exterior com superfície não inferior a metade da superfície da mesma parede.

- Circulações Principais:
Circulações horizontais que asseguram o acesso directo às escadas ou saídas.

- Circulações Secundárias:
Circulações horizontais que asseguram o encaminhamento das pessoas para as
circulações principais.

- Portas de Fecho Automático:


Portas equipadas com dispositivos destinadas a repor automaticamente as suas folhas
em posição fechada após utilização. Estes dispositivos incluem nomeadamente as molas
hidráulicas ou mecânicas e contra-pesos.

- Portas de Fecho Comandado:


Portas de fecho automático equipadas com dispositivos de comando à distância que
permitem manter as suas folhas em posição aberta e libertá-las automaticamente em
caso de sinistro.
- Portas de Abertura Comandada:
Portas equipadas de dispositivos que permitem, por motivos de exploração trancar as
suas folhas em situação normal e libertá-las automaticamente em situação de
emergência.

- Portas Resistentes ao Fogo:


Portas fabricadas em estrita conformidade com um protótipo cujo grau “Pára-Chamas”
ou “Corta-Fogo” está comprovado pelos resultados obtidos por um ensaio de
comportamento ao fogo efectuado por um laboratório oficial da especialidade.
- Efectivo
Considera-se o efectivo de um edifício, sala, sector, piso, etc, o número de utentes
acrescido do número de funcionários que esse local suporta. Podemos estimar o cálculo
do número de utentes utilizando os seguintes critérios:
1 pessoa / m2 – em espaços amplos (sendo a área de cálculo a área bruta desse local);
1 pessoa por cadeira;
2 pessoa / m de bancada.

2 – CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO
As vias de evacuação devem possuir, em regra, uma largura mínima de passagem
dimensionada em função do número total de pessoas susceptíveis de as utilizar.
Esta largura deve ser calculada em função de uma largura tipo designada por “Unidade
de Passagem” (U.P.) cujo valor é de 0,90 m, 0,70 m ou 0,60 m consoante se trate de vias
de evacuação com 1, 2 ou mais unidades de passagem.

Tendo em consideração a necessidade de prevêr um espaço para a colocação de


carrimãos com uma altura ,máxima de 1,10 m de altura estas larguras podem ser
reduzidas de 0,10 m para as vias de evacuação com 1 U.P. e de 0,20 m nos outros casos,
sendo todavia a aplicação desta disposição nas vias destinadas aos deficientes.
Quando uma vias de evacuação possui uma largura intermédia entre duas larguras tipo
esta largura conta como sendo da largura tipo mais baixa.
O número e a largura das vias de evacuação devem obedecer às seguintes regras, tendo
em conta o “efectivo” dos locais, pisos, sectores ou compartimentos:

Número e Largura das saídas e escadas

Efectivo Número de Saídas Número Total de UP


1 a 19 1 1 UP
2 1 CNE de 1 UP
20 a 50
1 CEE
2 CNE de 1 UP ou
51 a 100 2
1 CNE de 2UP e 1 CEE
Arredondar à centena superior (C)
101 a 500 2
Nº UP = nº C + 1
1 por 500 ou fracção Arredondar à centena superior (C)
>500
+1 Nº UP = nº C
Os estabelecimento, locais, pisos, sectores ou compartimentos com efectivo superior a
200 pessoas devem, possuir em regra, pelo menos duas vias de evacuação normais com
uma largura não inferior a 2 U.P. por cada uma delas.
No caso de um estabelecimento já existente podem ser admitidas vias de evacuação
com 1 U.P. desde que cada uma seja incluída uma só vez no cálculo do número de vias
de evacuação normais ou do número de U.P. destas vias.
Metade da totalidade das escadas rolantes com movimento no sentido da saída pode
entrar no cálculo do número de vias de evacuação e das U.P. regulamentares, nas
seguintes condições:

- As escadas com largura mínima de 0,80 m entre corrimãos e 0,60 m entre os


protectores contam como 1 U.P..
- As com largura mínima de 1,20 m entre corrimãos e 1,00 m entre os protectores
contam como 2 U.P..
- As escadas com declive superior a 30º não podem ser consideradas no cálculo.
- Durante as operações de manutenção não podem estar fora de serviço mais de metade
do número das escadas rolantes.

As portas cujos aros são distanciados menos de 5 metros uns dos outros, não podem
entrar em linha de conta para o número de saídas e respectivo número de unidades de
passagem.
As entidades fiscalizadoras podem, para os pisos acessíveis ao público, localizados a
mais de dois metros abaixo do nível normal de saída, exigir um número e uma largura
das vias de evacuação superior aos valores anteriormente referidos.
Na concepção dos caminhos de evacuação, devem ser ainda consideradas as seguintes
disposições:

- As portas de acesso às escadas e as portas susceptíveis de dar passagem a mais de 50


pessoas devem abrir no sentido da saída.
- As portas implantadas nas circulações horizontais comuns, não devem quando
totalmente abertas, criar uma saliência superior a 0,10 m.
- As portas de acesso às escadas não devem incidir em mais de 0,20 m sobre a largura
mínima do patamar.

- As portas vai e vem devem possuir um dispositivo contra o esmagamento acidental


dos dedos e pelo menos uma abertura envidraçada, localizada à altura normal da vista,
constituída de um material totalmente transparente sendo proibida a utilização de cores
vermelhas ou laranja para este material.
- Durante a presença do público, todas as portas devem ter a possibilidade de serem
abertas por meio de um único dispositivo por folha (punho, barra anti-pânico, etc).
- Em casos excepcionais, algumas portas, podem vir a ser dotadas de dispositivos
devidamente homologados, que permitem conciliar as exigências de segurança contra
incêndio e contra a intrusão e roubo.

3 – CÁLCULO RELATIVO AO DIMENSIONAMENTO


De acordo com as exigências de segurança contra riscos de incêndio, os
estabelecimentos abrangidos devem dispôr de duas ou mais saídas ou caminhos de
evacuação por piso.
Assim, para efeito de aplicação prática desta disposição e para satisfazer os requisitos
do Ponto 2 do presente documento torna-se necessário proceder da seguinte forma:

1º - Definir o efectivo de cada local, sector, compartimento ou piso;


2º - Determinar o número e a largura das vias de evacuação de cada piso seguindo para
o efeito o sentido da evacuação e totalizando os efectivos dos diversos locais (e não as
U.P. das saídas destes locais);
3º - Calcular o número e a largura das escadas de cada piso acumulando para o efeito o
efectivo dos pisos superiores no caso dos andares e o dos pisos inferiores no caso dos
localizados no subsolo (caves).
4ª - Calcular o número e largura das saídas ao nível do rés-do-chão acumulando para o
efeito o efectivo dos pisos superiores e inferiores.

4 – DISTANCIAS MÁXIMAS A PERCORRER


A distância máxima a percorrer de qualquer ponto até alcançar uma saída (caixa de
escadas), medindo segundo o eixo dos caminhos de circulação é de 35 metros nos casos
em que o utente tenhas alternativa de saída e nas situações de impasse a distância
máxima é reduzida para 15 m.
5 - TEMPO DE EVACUAÇÃO
Toma-se como tempo de evacuação o tempo necessário para que todas as pessoas que
ocupam um dado edifício alcancem um espaço seguro e livre.

Toma-se para o seu cálculo a fórmula:


Te = Ts + Tdh + Tde + Tep
com
Ts = Et / (Ls x Ce)
Tdh = Lh / Vh
Tde = Le / Ve
Tep = Ep / ( Lp x Ce)

Em que :
Te Tempo de evacuação.
Ts Tempo de evacuação pelas saídas do edifício.
Tdh Tempo de circulação pelas vias horizontais.
Tde Tempo de circulação em escadas.
Tep Tempo de escoamento máximo de um piso.
Et Efectivo total a evacuar.
Ls Largura total das vias de saída (m).
Ce Coeficiente de evacuação (1,8 pessoas / m / s)
Lh Maior distância a percorrer na horizontal desde o ponto mais desfavorável até à saída
Vh (m).
Le Velocidade de circulação em vias horizontais (0,6 m / s).
Ve Maior distância a percorrer em escadas desde o ponto mais desfavorável até à saída
Ep (m).
Lp Velocidade de circulação em escadas (0,3 m / s).
Ce Efectivo do piso mais desfavorável.
Largura total das saídas do piso mais desfavorável.
Coeficiente de evacuação (1,8 pessoas / m / s)

http://sapadoresdecoimbra.no.sapo.pt/Evacuacao.htm

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