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REFLEXÕES SOBRE “O OVO DA SERPENTE”

(Denise Martins Bloise)

Recentemente vi o filme “O Ovo da Serpente” de Ingmar Bergman. E


qual não foi a minha surpresa ao, na mesma semana, chegar às minhas mãos o
artigo com o mesmo nome “O Ovo da Serpente” de Frei Betto, publicado
pelo site Adital em 16.11.2011. Coincidência? Não parece ser o caso...
Sincronicidade, isso sim.

No filme “O Ovo da Serpente”, Ingmar Bergman retrata uma


Alemanha enfraquecida em todos os sentidos, dizimada pelas dívidas de
guerra, com a economia destruída e esfacelada socialmente. Todo esse caos
socioeconômico foi um campo fértil para que um pseudonacionalismo
germinasse – o nazismo. A Alemanha em frangalhos, após a 1ª Grande
Guerra, identifica-se ao ovo da serpente que engendrará sua própria
destruição física e moral, anos mais tarde.

Frei Betto usa o exemplo da Alemanha e a metáfora de Bergman para


nos alertar sobre a crise que afeta a economia globalizada. O mundo vive
uma grande crise social sem antecedentes, fruto do consumismo sem limites
e dos expedientes de que a economia lançou mão para afastar a ameaça
comunista.

Frei Betto compara a crise social que nos afeta ao ovo da serpente
chocado por atitudes autoritárias e fascistas. E chama a atenção para o
fato de que essa crise irá nos devorar se não agirmos de imediato
apresentando projetos conscientes e consistentes.

Ingmar Bergman e Frei Betto são geniais em suas metáforas e


análises. Cabe a nós tomarmos a história nas mãos com consciência e
criticidade, reflexão e justiça.

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