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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Escola de Engenharia de Lorena – EEL

OPERAÇÕES UNITÁRIAS EXPERIMENTAL II

Prof. MSc. Sérgio R. Montoro

1º semestre de 2013
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OPERAÇÕES UNITÁRIAS EXPERIMENTAL II

DESTILAÇÃO

1º semestre de 2012
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DESTILAÇÃO

Operação baseada na separação de misturas homogêneas por


volatilização parcial da mesma. A separação ocorre devido às diferenças
de volatilidade.
O vapor gerado, em equilíbrio com o líquido, é mais “rico”
(concentrado) no componente mais volátil em relação à mistura inicial.

Principais Modalidades:
Destilação diferencial (batelada);
Destilação flash;
Destilação com retificação (Contínuo – multiestágio).
Extração por solvente.
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Ex.: Destilação Flash.

Vapor

... ... . . . .

P1, T1
P2
Mistura
Trocador de calor

Bomba

P2 << P1

Líquido
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Conceitos necessários:
 LEIS DAS PRESSÕES PARCIAIS DE DALTON

Pt...... Pressão total


PA .....Pressão parcial de A
PB......Pressão Parcial de B
Pt = PA + PB

Vapor yA yB

Líquido xA XB
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Conceitos necessários:
 LEIS DAS PRESSÕES PARCIAIS DE DALTON

Na interface (L + V), temos:

PA = PA0 .x A PB = PB0 .xB Lei


(LeidedeRaoult
Raul)
Sendo: PA0 e PB0 Pressões de (A) e (B) Puros
x A e xB Frações molares na fase líquida
− y A e yB ?? Frações molares de (A) e (B) na fase vapor
PA PB PA0 .x A PB0 .xB
yA = e yB = mas: y A = e yB =
P P P P
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Conceitos necessários:
 VOLATILIDADE RELATIVA (α)

É a relação do mais volátil pelo menos volátil

A = etanol (HC) e B = água (H2O)


0
P
α A, B = A
0
A = P0HC = 0,2 atm ou 3,0 lbf/in2 e

P
B
B = P0H2O = 0,034 atm ou 0,5 lbf/in2.

αA,B = 6,0
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Conceitos necessários:
 VOLATILIDADE RELATIVA (α)

Podemos calcular a volatilidade relativa utilizando as frações


molares da fase vapor ou líquida.

 ya  1 − xa 
α = . 
 1 − y a   xa 

Pa  ya xb   ya   1 − xa 
α a ,b = =   =  . 
Pb  xa yb   xa  1 − ya 
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Conceitos necessários:
 EQUAÇÃO DE ANTOINE

Equação empírica que relaciona a pressão de vapor de uma


substância pura em função da temperatura.

B
LogPi (mmHg ) = A −
0

C + T (°C )

Sendo as constantes A, B e C valores tabelados: Ver apêndice D2


e pg 646 do livro Princípios de Op. Unitárias – Foust.
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OBSERVAÇÕES

 Destilação Flash ou diferencial não é aplicada para baixas diferenças de


volatilidade. Neste caso, pode ser aplicada a retificação ou ainda extração
por solvente.
 Os métodos de separação diferem um do outro pelo modo de conduzir a
operação e pelo tipo de equipamento utilizado, porém todos estão
baseados por um mesmo princípio: o vapor produzido por uma dada
mistura está geralmente mais concentrado do que o líquido.
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DESTILAÇÃO DIFERENCIAL

L0 , L e x

L .... Número de moles da mistura no tempo “t” qualquer.


X......Fração molar do componente mais volátil no tempo “t” qualquer.
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DESTILAÇÃO DIFERENCIAL

Balanço de Massa no Processo

Entra - Sai = Acumula


0 - ydv = d(Lx)

Pelo balanço de massa temos: dL = -dv


Para o mais volátil temos:
ydL = Ldx + xdL
( y − x)dL = Ldx
Separando as variáveis, temos:
L x
dL dx
∫ L x∫ ( y − x)
Lo
= equação de Rayleigh
0
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DESTILAÇÃO DIFERENCIAL

Como:
yA x
= α A, B A Relação de equilíbrio em sistema binários
yB xB
Isolando o y, temos: y
V
y x αx
=α → y=
1− y 1− x 1 + (α − 1) x
y

L+V

x
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DESTILAÇÃO DIFERENCIAL

Portanto, temos:
L x
dL dx dL dx
=
L  αx  
→ ∫ =∫
L x0   αx  
  − x 
Lo
  − x 
 1 + (α − 1) x    1 + (α − 1) x  
1
α
L  x  1 − xo   α −1
=    ParaPara
mistura bináriabin
mistura com relação
ária com ao
relação
Lo  xo  1 − x  
ao mais volátil
mais volátil
Lo ..... Moles totais de líquido da carga inicial no instante to.
xo ..... Fração molar na fase líquida do componente mais volátil no instante to.
L .......Moles totais do líquido da carga em um instante “t” qualquer.
x .......Fração molar na fase líquida do componente mais volátil no instante “t” qualquer.
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DESTILAÇÃO DIFERENCIAL

F = D + B (Balanço geral)
FxF = DxD + BxB (Balanço com relação ao mais volátil)

F = L ... Carga inicial


D ....Carga do Destilado
B .....Resíduo do balão

y ..... Fração molar na fase gasosa do componente mais volátil no instante “t” qualquer.
D .......Moles de líquido do destilado coletado desde o instante inicial t0 até “t” qualquer.
xD ..... Fração molar do componente mais volátil no destilado D final.
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MISTURAS AZEOTRÓPICAS

A palavra azeótropo, de origem grega, pode ser traduzida como


“aquele que não sofre mudança ao ferver” (Widagdo e Seader, 1996).

Em misturas binárias, que exibem comportamento azeotrópico,


existe um ponto em que a composição da fase líquida é igual à
composição da fase vapor, conforme pode ser visualizado na figura a
seguir. Assim, destilando-se uma mistura azeotrópica, é impossível obter
produtos com pureza acima da composição azeotrópica.
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MISTURAS AZEOTRÓPICAS

Diagrama X – Y de uma mistura azeotrópica


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MISTURAS AZEOTRÓPICAS

O comportamento azeotrópico de uma mistura ocorre devido às


interações não ideais, isto é, desvios da Lei de Raoult,
Raoult entre moléculas de
duas ou mais espécies.
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MISTURAS AZEOTRÓPICAS

(a) Sistema não azeotrópico (Exemplo: Metanol- Água)


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MISTURAS AZEOTRÓPICAS

(b) Azeótropo de mínimo (Exemplo: Etanol- Água)


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MISTURAS AZEOTRÓPICAS

(c) Azeótropo de máximo (Exemplo: Acetona- Clorofórmio)


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MISTURAS AZEOTRÓPICAS
Azeótropo de mínimo e Azeótropo de Máximo
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MISTURAS AZEOTRÓPICAS
Azeótropo de mínimo e Azeótropo de Máximo

O diagrama 1 representa uma mistura ideal de A e B,


sem formação de azeótropo,
tropo com as linhas de líquido
e vapor saturados variando desde a temperatura de
ebulição de A, a mais baixa, até a de B, a mais alta.

Diagrama 1: Mistura ideal sem formação de azeótropo.


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MISTURAS AZEOTRÓPICAS
Azeótropo de mínimo e Azeótropo de Máximo

O diagrama 2 representa uma mistura binária de C e D


que forma um azeótropo de mínimo. nimo Veja que a
temperatura no azeótropo é menor do que as
temperaturas de ebulição de C e de D quando puros.

Diagrama 2: Azeótropo de MÍNIMO.


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MISTURAS AZEOTRÓPICAS
Azeótropo de mínimo e Azeótropo de Máximo

O diagrama 3 representa uma mistura binária E e F que


forma um azeótropo de máximo.
ximo A temperatura no
azeótropo é maior do que as temperaturas de ebulição
de E e F quando puros.

Diagrama 3: Azeótropo de MÁXIMO.


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MISTURAS AZEOTRÓPICAS

(d) Azeótropo heterogêneo (Exemplo: n-Butanol - Água)


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MISTURAS AZEOTRÓPICAS

(e) Sistema não-azeotrópico heterogêneo (Exemplo: Óxido de Propileno - Água)


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MISTURAS AZEOTRÓPICAS
Azeótropo Homogêneo e Azeótropo Heterogêneo

Azeótropo Heterogêneo: as fases líquidas se separam quando


condensadas (são imiscíveis numa faixa de composição). Há o equilíbrio
entre uma fase vapor e duas fases líquidas.

Azeótropo Homogêneo: não há separação das fases líquidas, quando


este é condensado. Há completa miscibilidade, tornando a separação mais
difícil.
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MISTURAS AZEOTRÓPICAS
OBSERVAÇÃO

A MAIOR PARTE DOS AZEÓTROPOS SÃO AZEÓTROPOS DE MÍNIMO,

FORMADO GERALMENTE POR SUBSTÂNCIAS IMISCÍVEIS.


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EXERCÍCIO:
Uma mistura binária
contendo acetona-clorofórmio com
85% em mol de acetona foi destilada
pelo processo de destilação
diferencial. Foram destilados 200
mols da mistura com temperaturas
inicial e final de 58,5ºC e 63,5ºC,
respectivamente. Calcule a
composição e quantidade (em mols)
de cada componente no resíduo e no
destilado. Calcule a volatilidade
média utilizando os pontos de
X = 0,8; 0,7; 0,6 e 0,5 constantes de
diferentes entre si.
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FORMULÁRIO

1
α
L  X  1− X0   α −1 PA0
=    α A, B = 0
Lo  X 0  1 − X   PB

 ya  1 − xa  F = D+B
α = . 
 1 − y a   xa 

Pa  ya xb   ya   1 − xa 
α a ,b = =   =  .  FxF = DxD + BxB
Pb  xa yb   xa  1 − ya 
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EXERCÍCIO EXTRA 1

Uma mistura contendo 40 % molar de metanol e 60 % de água


será submetida a destilação diferencial a 1 atm. Partindo de 150 mols
de solução e dado o diagrama temperatura e composição, determine a
quantidade e composição no destilado (% molar) e no resíduo,
considerando que a composição da água no resíduo não deverá
ultrapassar 90 % molar. Considere que a volatilidade não seja
constante e utilize um passo de 0,1 no valor da fração molar do metanol
na fase líquida para a integração necessária.
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EXERCÍCIO EXTRA 2

Cem moles de uma mistura a 50 % de etanol e 50 % de água, em


base molar, são destilados por um sistema de destilação diferencial e
pressão atmosfera normal. A destilação é efetuada até que o resíduo
atinja a composição de 0,1 em fração molar do etanol. Qual é a
quantidade e composição média no destilado? Dado o diagrama X –Y
de uma mistura azeotrópica e utilize passo de 0,1 para a integração dos
dados.
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EXERCÍCIO EXTRA 3

Cem moles de uma mistura 20 % de etanol e 80 % água, em base


molar foram destilados por destilação diferencial a pressão atmosfera
normal. A destilação foi efetuada até que o resíduo atinja a composição
0,05 em fração molar do etanol. Qual a quantidade e a composição
média do destilado?
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EXERCÍCIO EXTRA 4

Uma mistura benzeno tolueno com 40 % em moles de benzeno é


submetida à uma destilação diferencial até que 65 % dos moles iniciais
sejam destilados. Pede-se: Dados αB,T = 2,4.

a) A concentração do benzeno no balão


b) A concentração do benzeno no destilado.
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EXPERIMENTO DE DESTILAÇÃO DIFERENCIAL

1) Familiaridade com o sistema de destilação diferencial; etapas de operação;


instruções gerais;

2) Utilizando um densímetro, determinar:


a) O teor de álcool em ºGL na água da torneira. Resposta =
b) O teor de álcool em ºGL no álcool comercial (92,4 INPM). Resposta =
c) O teor de álcool na mistura a ser destilada em ºGL (C0) e calcule a fração molar
(x0), sabendo que a concentração em ºGL corresponde a % v/v. Resposta =

3) Coloque a mistura no balão de vidro do destilador, ligue o reostato no nível 8 e


meça a temperatura ambiente (Tamb = ________ºC) e a temperatura na qual cai
a primeira fração de líquido destilado (T0 = ________ºC).
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EXPERIMENTO DE DESTILAÇÃO DIFERENCIAL

4) Após ser obtido um volume VD1 = 250 mL no destilado, retire todo o líquido do
destilado e meça: a temperatura T1 = __________ºC, o teor de álcool
CD1 = __________ºGL e calcule a fração molar xD1 = __________ dessa
primeira fração do destilado. Reserve a primeira fração de destilado em outro
frasco.

5) Repetir o passo (4) e meça: volume VD2 = 250 mL de destilado; a temperatura


T2 = __________ºC, o teor de álcool CD2 = __________ºGL e calcule a fração
molar de etanol xD2 = __________ no destilado.

6) Misture as frações de destilado dos itens (4) e (5) e meça o teor de etanol da
destilação: CDt = __________ºGL e calcule a fração molar xDt = ________ de
todo o destilado.
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EXPERIMENTO DE DESTILAÇÃO DIFERENCIAL


7) Calcule a fração molar no resíduo xt = __________.

8) Faça os balanços de massa global e para o etanol e calcule: a carga (L1), a


fração molar em L1 (x1) e a concentração em ºGL (C1) na primeira retirada de
destilado (item 4) e a carga L2 = Lt.

9) Considerando a mesma fração molar da mistura inicial (x0) e a mesma carga


inicial L0 e final Lt, calcule a fração molar final que seria obtida em condições de
destilação diferencial. Justifique as diferenças entre o resultado obtido
experimentalmente e aquele utilizando o equacionamento da destilação
diferencial.
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EXPERIMENTO DE DESTILAÇÃO DIFERENCIAL

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