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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
BACHARELADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

CARLOS EDUARDO DE JESUS BORGES DA SILVA

ANÁLISE DOS FATORES DE INFLUÊNCIA SOBRE OS INDICADORES


COLETIVOS DE CONTINUIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA E SEUS IMPACTOS
NA QUALIDADE DO FORNECIMENTO DE ENERGIA

TERESINA
2023
CARLOS EDUARDO DE JESUS BORGES DA SILVA

nos
ANÁLISE DOS FATORES DE INFLUÊNCIA SOBRE OS INDICADORES
COLETIVOS DE CONTINUIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA : E SEUS IMPACTOS
NA QUALIDADE DO FORNECIMENTO DE ENERGIA

Monografia apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Engenharia Elétrica da
Universidade Federal do Piauí, para conclusão
do Curso de Engenharia Elétrica.

Orientador: Prof. Dr. Fábio Rocha Barbosa

TERESINA
2023
FOLHA RESERVADA À FICHA CATALOGRÁFICA
CARLOS EDUARDO DE JESUS BORGES DA SILVA

ANÁLISE DOS FATORES DE INFLUÊNCIA SOBRE OS INDICADORES COLETIVOS


DE CONTINUIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA E SEUS IMPACTOS NA QUALIDADE
DO FORNECIMENTO DE ENERGIA

Monografia apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Engenharia Elétrica da
Universidade Federal do Piauí, para conclusão
do Curso de Engenharia Elétrica.
Orientador: Prof. Dr. Fábio Rocha Barbosa

Aprovada em:

BANCA EXAMINADORA

________________________________________
Prof. Dr. Fábio Rocha Barbosa (Orientador)
Universidade Federal do Piauí (UFPI)

_________________________________________
Prof. Dr. Rafael Rocha Matias
Universidade Federal do Piauí (UFPI)

_________________________________________
Prof. Dr. Adelfran Pereira de Castro
Equatorial Piauí
AGRADECIMENTO

Quero expressar minha profunda gratidão ao meu orientador Fábio Rocha Barbosa
por sua dedicação, orientação e apoio ao longo de todo o processo de elaboração deste trabalho.
Suas orientações valiosas, paciência e disponibilidade foram fundamentais para o meu
crescimento acadêmico e para a conclusão deste projeto. Sou imensamente grato pela confiança
depositada em mim e por todas as contribuições que tornaram possível o desenvolvimento deste
trabalho. Sua sabedoria e experiência foram inspiradoras e me motivaram a alcançar os
melhores resultados. Mais do que um orientador, você foi um verdadeiro mentor e professor.
RESUMO

No contexto atual, o fornecimento de energia elétrica é um aspecto crucial para o


desenvolvimento e funcionamento das atividades cotidianas da sociedade. Garantir a qualidade
e continuidade desse serviço é fundamental para atender às demandas dos consumidores e
promover o crescimento econômico de uma região.cabe
Nesse sentido, o presente Trabalho de
uma frase explicando a origem destes indicadores
Conclusão de Curso consistiu em analisar os indicadores de continuidade do fornecimento de
energia elétrica da concessionária Equatorial Piauí no ano de 2022 com o objetivo de
compreender os fatores que tem influência nesses indicadores e assim poder adotar medidas
estratégicas para que os consumidores da concessionária possam usufruir de um serviço de
qualidade. O tema do estudo concentrou-se na análise dos indicadores DEC (Duração
Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) e FEC (Frequência Equivalente de
Interrupção por Unidade Consumidora). A partir desses indicadores, buscou-se compreender a
frequência e a duração das interrupções no fornecimento de energia elétrica em um conjunto de
concordância de número você descreveu a fonte dos dados e não a metodologia
unidade consumidora do estado do Piauí. A metodologia adotada para a realização da análise
foi fundamentada na coleta de dados anuais fornecidos pela Agência Nacional de Energia
Elétrica (ANEEL) referentes aos indicadores de continuidade das unidades consumidoras da
concessionária Equatorial Piauí no ano de 2022. Foram utilizadas técnicas estatísticas para
analisar os dados coletados e identificar padrões e diferenças significativas entre os meses do
ano e as causas de interrupções. Ao concluir a análise dos dados, verificou-se que o resultado
foi satisfatório, pois evidenciou-se uma compreensão mais profunda sobre os fatores que afetam
a continuidade do fornecimento de energia elétrica no estado do Piauí. Essas informações são
de suma importância para que a concessionária possa adotar estratégias mais eficientes de
manutenção preventiva e corretiva, buscando aprimorar a qualidade do serviço oferecido aos
consumidores.

Palavras-chave: Indicadores de continuidade, DEC, FEC, fornecimento de energia elétrica,


estratégias de manutenção, Equatorial Piauí.
ABSTRACT

In the current context, the supply of electrical energy is a crucial aspect for the
development and functioning of daily activities in society. Ensuring the quality and continuity
of this service is essential to meet consumer demands and promote economic growth in a region.
In this regard, the present Bachelor's Thesis aimed to analyze the continuity indicators of the
electricity supply from the concessionaire Equatorial Piauí in the year 2022. The study focused
on the analysis of the DEC (Duration Equivalent of Interruption per Consumer Unit) and FEC
(Frequency Equivalent of Interruption per Consumer Unit) indicators. Through these indicators,
the frequency and duration of interruptions in the electricity supply of a set of consumer units
in the state of Piauí were investigated. The methodology adopted for the analysis was based on
the collection of annual data provided by the National Electric Energy Agency (ANEEL)
regarding the continuity indicators of consumer units from the concessionaire Equatorial Piauí
in the year 2022. Statistical techniques were used to analyze the collected data and identify
patterns and significant differences between the months of the year and the causes of
interruptions. Upon concluding the data analysis, it was found that the results were satisfactory,
as it provided a deeper understanding of the factors that affect the continuity of the electricity
supply in the state of Piauí. This information is of paramount importance for the concessionaire
to adopt more efficient strategies for preventive and corrective maintenance, aiming to improve
the quality of the service offered to consumers.

Keywords: Continuity indicators, DEC, FEC, electrical energy supply, maintenance strategies,
Equatorial Piauí.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistema de geração, transmissão e distribuição .................................... 20


Figura 2 - Circuito aéreo radial simples ................................................................ 23
Figura 3 - Circuito aéreo radial com recurso ......................................................... 23
Figura 4 - Rede Subterrânea Primário Seletivo ..................................................... 24
Figura 5 - Rede Subterrânea em Malha Aberta ..................................................... 24
Figura 6 - Rede Subterrânea Reticulado Dedicado................................................ 25
Figura 7 - Evolução de rede de baixa tensão ......................................................... 26
Figura 8 – Mapa de localização do conjunto Marambáia. ..................................... 44
Figura 9 – Rede de distribuição primária conjunto Marambáia ............................ 45
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - DEC apurado em 2021 e 2022 ............................................................ 39


Gráfico 2 - FEC apurado em 2021 e 2022 ............................................................. 40
Gráfico 3 - DEC por conjunto em 2022................................................................. 43
Gráfico 4 - FEC por conjunto em 2022 ................................................................. 43
Gráfico 5 - Boxplot dos valores de DEC medidos por causa ................................ 56
Gráfico 6 - Boxplot dos valores de DEC medidos por mês ................................... 58
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Níveis de tensão utilizadas no Brasil .................................................... 19


Tabela 2 - DEC e FEC conjunto em 2022 ............................................................. 41
Tabela 3 - Classificação das causas de interrupções ............................................. 46
Tabela 4 - Impacto DEC e FEC por causa ............................................................. 47
Tabela 5 - DEC calculado por mês e causas .......................................................... 47
Tabela 6 - FEC calculado por mês e causas .......................................................... 48
Tabela 7 - DEC médio apurado por mês e causa ................................................... 49
Tabela 8 - FEC médio apurado por mês e causa ................................................... 49
Tabela 9 - DEC médio por árvore e vegetação a cada mês ................................... 50
Tabela 10 - FEC médio por árvore e vegetação a cada mês .................................. 50
Tabela 11 - DEC médio por falha de material e equipamento a cada mês. ........... 51
Tabela 12 - FEC médio por falha de material e equipamento a cada mês............. 51
Tabela 13 – DEC médio por objeto na rede a cada mês ........................................ 52
Tabela 14 – FEC médio por objeto na rede a cada mês......................................... 52
Tabela 15 – DEC médio por sobrecarga a cada mês. ............................................ 52
Tabela 16 - FEC médio por sobrecarga a cada mês............................................... 53
Tabela 17 - Tabela-Resumo das análises realizadas .............................................. 54
Tabela 18 - ANOVA de dois fatores mês e causa em relação ao DEC ................. 55
Tabela 19 - Média e desvio padrão do DEC apurado por causa em 2022 ............. 56
Tabela 20 - Resultado do teste Tukey em relação às causas e o DEC................... 56
Tabela 21 - Média e desvio padrão do DEC apurado por mês em 2022 ............... 58
Tabela 22 - Resultado do teste Tukey em relação aos meses e o DEC ................. 59
Tabela 23 - Agrupamento dos meses em relação à média de DEC ....................... 60
Tabela 24 - ANOVA de dois fatores mês e causa em relação ao FEC .................. 61
Tabela 25 - Média e desvio padrão do FEC apurado por causas em 2022 ............ 62
Tabela 26 - Resultado do teste Tukey em relação às causas e o FEC ................... 62
Tabela 27 – Análise de variância do DEC apurados entre os meses ocasionados
por árvore e vegetação ........................................................................................... 64
Tabela 28 - Média e desvio padrão por mês do DEC ocasionado por árvore e
vegetação ............................................................................................................... 64
Tabela 29 - Resultado do teste Tukey em relação aos meses do DEC ocasionado
por árvore e vegetação ........................................................................................... 64
Tabela 30 - Análise de variância do FEC apurados entre os meses ocasionados por
árvore e vegetação ................................................................................................. 67
Tabela 31 - Média e desvio padrão por mês do FEC ocasionado por árvore e
vegetação ............................................................................................................... 67
Tabela 32 - Resultado do teste Tukey em relação aos meses do FEC ocasionado
por árvore e vegetação ........................................................................................... 67
Tabela 33 - Análise de variância do DEC apurados entre os meses ocasionados
por falha de material e equipamento ...................................................................... 70
Tabela 34 - Análise de variância do FEC apurados entre os meses ocasionados por
falha de material e equipamento ............................................................................ 70
Tabela 35 - Análise de variância do DEC apurados entre os meses ocasionados
por objeto na rede .................................................................................................. 71
Tabela 36 - Média e desvio padrão por mês do DEC ocasionado por objeto na
rede ........................................................................................................................ 71
Tabela 37 - Resultado do teste Tukey em relação aos meses do DEC ocasionado
por objeto na rede .................................................................................................. 72
Tabela 38 - Análise de variância do FEC apurados entre os meses ocasionados por
objeto na rede ......................................................................................................... 74
Tabela 39 - Análise de variância do DEC apurados entre os meses ocasionados
por sobrecarga ........................................................................................................ 74
Tabela 40 - Média e desvio padrão por mês do DEC ocasionado por sobrecarga 74
Tabela 41 - Resultado do teste Tukey em relação aos meses do DEC ocasionado
por sobrecarga ........................................................................................................ 75
Tabela 42 - Agrupamento dos meses em relação à média de DEC ocasionado por
sobrecarga .............................................................................................................. 77
Tabela 43 - Análise de variância do FEC apurados entre os meses ocasionados por
sobrecarga .............................................................................................................. 78
Tabela 44 - Quadro-resumo dos resultados das análises de DEC ......................... 78
Tabela 45 - Quadro-resumo dos resultados das análises de FEC .......................... 80
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica


ANOVA - Análise de Variância
AT - Alta Tensão
BT - Baixa Tensão
DEC - Duração Equivalente de Interrupção por Consumidor
DIC - Duração de Interrupção Individual por Consumidor
ET - Estação Transformadora
FEC - Frequência Equivalente de Interrupção por Consumidor
FIC - Frequência de Interrupção Individual por Consumidor
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
MME - Ministério de Minas e Energia
MT - Média Tensão
PRODIST - Procedimentos de Distribuição
SED - Subestação de Distribuição
SEP - Sistemas Elétricos de Potência
SIN - Sistema Interligado Nacional
TC - Transformador de Corrente
TP - Transformador de Potencial
UC - Unidade Consumidora
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 15

1.1 Objetivos ............................................................................................................... 16

1.1.1 Objetivo geral ........................................................................................................ 16

1.1.2 Objetivos específicos ............................................................................................. 16

1.2 Estrutura do trabalho ......................................................................................... 17

2 SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO ............................................................. 19

2.1 Distribuição de energia elétrica .......................................................................... 20

2.1.1 Configuração do sistema de distribuição ............................................................... 20

2.1.2 Subestações ............................................................................................................ 21

2.1.3 Redes de distribuição primária .............................................................................. 22

2.1.3.1 Redes de distribuição primária aérea ..................................................................... 22

2.1.3.2 Redes primárias subterrâneas ................................................................................ 23

2.1.4 Redes de distribuição secundária ........................................................................... 25

2.1.4.1 Redes secundárias aéreas ....................................................................................... 25

2.1.4.2 Rede reticulada ...................................................................................................... 26

2.1.5 Equipamentos utilizados em redes de distribuição ................................................ 26

2.1.5.1 Reguladores de tensão ........................................................................................... 26

2.1.5.2 Religadores automáticos ........................................................................................ 27

2.1.5.3 Seccionadores automáticos .................................................................................... 27

2.1.5.4 Banco de capacitor ................................................................................................. 28

2.2 Qualidade do serviço ........................................................................................... 28

2.2.1 Conjunto de unidades consumidoras ..................................................................... 29

2.2.2 Indicadores individuais de continuidade ............................................................... 30

2.2.2.1 Duração de Interrupção por Unidade Consumidora .............................................. 30

2.2.2.2 Frequência de Interrupção Individual por Consumidor ......................................... 31


2.2.3 Indicadores coletivos de continuidade ................................................................... 31

2.2.3.1 Duração Equivalente por Consumidor .................................................................. 31

2.2.3.2 Frequência Equivalente por Consumidor .............................................................. 32

2.3 Interrupções no fornecimento de energia elétrica ............................................ 32

2.3.1 Falhas no sistema de distribuição .......................................................................... 33

2.3.1.1 Árvore e vegetação ................................................................................................ 35

2.3.1.2 Falha de material e equipamento ........................................................................... 36

2.3.1.3 Sobrecarga ............................................................................................................. 36

3 ANÁLISE DOS INDICADORES DEC E FEC ................................................. 38

3.1 A Equatorial Piauí ............................................................................................... 38

3.2 Análise dos indicadores ....................................................................................... 39

3.2.1 DEC e FEC global ................................................................................................. 39

3.2.2 DEC e FEC por conjunto ....................................................................................... 40

3.3 Conjunto Marambáia .......................................................................................... 44

3.4 Análise das interrupções de fornecimento de energia elétrica no conjunto


Marambaia em 2022 ............................................................................................................... 46

3.4.1 Análise de DEC e FEC em relação à causa de interrupção e os meses do ano ..... 48

3.4.2 Análise de DEC e FEC relacionando interrupções por árvore e vegetação x mês 50

3.4.3 Análise de DEC e FEC relacionando interrupções por falha de material e


equipamento x mês ................................................................................................................... 50

3.4.4 Análise de DEC e FEC relacionando interrupções por objeto x mês .................... 51

3.4.5 Análise de DEC e FEC relacionando interrupções por sobrecarga x mês ............. 52

4 RESULTADOS DAS ANÁLISES ...................................................................... 54

4.1 Análise entre as causas de interrupção e os meses do ano ............................... 54

4.1.1 Análise de DEC ..................................................................................................... 55

4.1.1.1 Análise do DEC entre as causas ............................................................................ 55

4.1.1.2 Análise do DEC entre os meses ............................................................................. 57

4.1.2 Análise de FEC ...................................................................................................... 61


4.1.2.1 Análise do FEC 2022 entre as causas .................................................................... 62

4.2 Análise entre os meses do ano para interrupções causadas por árvore e
vegetação na rede .................................................................................................................... 63

4.2.1 Análise do DEC ..................................................................................................... 64

4.2.2 Análise do FEC ...................................................................................................... 66

4.3 Análise entre os meses do ano para interrupções causadas por falha de
material e equipamento .......................................................................................................... 69

4.3.1 Análise do DEC ..................................................................................................... 70

4.3.2 Análise do FEC ...................................................................................................... 70

4.4 Análise entre os meses do ano para interrupções causadas por objeto na rede
71

4.4.1 Análise do DEC ..................................................................................................... 71

4.4.2 Análise do FEC ...................................................................................................... 73

4.5 Análise entre os meses do ano para interrupções causadas por sobrecarga .. 74

4.5.1 Análise do DEC ..................................................................................................... 74

4.5.2 Análise do FEC ...................................................................................................... 78

4.6 Discussão dos resultados ..................................................................................... 78

5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 83
15

1 INTRODUÇÃO
quais sistemas?
A principal finalidade dos sistemas de energia elétrica é suprir os usuários com
energia elétrica de qualidade, atendendo às suas demandas no momento em que for requisitada.
Em outras palavras, o sistema desempenha o papel de produtor, convertendo a energia de
diferentes fontes (hidráulica, mecânica, térmica ou outras) em energia elétrica, e também de
a
distribuidor, de modo a fornecer aos consumidores a quantidade de energia demandada, em
cada instante. (KAGAN, OLIVEIRA, ROBBA, 2010).
Em conformidade, os Sistemas Elétricos de Potência (SEP) são sistematizados em
três blocos de referência: geração, transmissão e distribuição. Este último, por sua vez,
desempenha um papel crucial na fase conclusiva do percurso da energia elétrica dentro desse
sistema. (JUNIOR, 2013). porque no plural?
O sistema de distribuição é a etapa final dos sistemas de energia elétrica,
responsável por reduzir a tensão e fornecer energia aos consumidores individuais, sejam eles
residências, indústrias ou comércios. É o sistema mais próximo das unidades consumidoras e
desempenha um papel crucial na distribuição eficiente da energia proveniente da transmissão.
(GOMES, 2010).
O setor elétrico brasileiro, na atualidade, aponta uma constante busca pela melhoria
dos serviços fornecidos pelas empresas de distribuição de energia elétrica aos seus clientes.
Assim, é valido destacar a importância dos indicadores de qualidade para esse fim, visto que
são refletidos através dos intervalos e frequências de interrupção no fornecimento de energia,
normatizados tanto pela comunidade técnica internacional quanto pelos órgãos reguladores do
setor energético. (SPATTI, 2011). como é que se reflete através dos intervalos?

Esses objetivos derivam do fato de que a continuidade no fornecimento de energia


elétrica pelas empresas concessionárias de distribuição pode ser prejudicada por diversas
situações, como condições climáticas adversas, interferência de árvores e vegetação, falhas em
materiais e equipamentos, objeto na rede, sobrecarga, entre outros.
Desse modo, os indicadores coletivos de continuidade exercem um papel
importante no que se refere à avaliação da qualidade do serviço fornecido quanto a distribuição
concordância verdal
de energia elétrica. Entender como esses indicadores se comportam e quais são os fatores que
os influenciam são de extrema importância para que se possa controlar as interrupções de
energia elétrica e obter indicadores satisfatórios.
16

1.1 Objetivos

Este tópico visa apresentar os objetivos do trabalho, contendo, portanto, o


do trabalho.
objetivo geral e os objetivos específicos necessários para se alcançar o mesmo.

1.1.1 Objetivo geral

Diante da importância da continuidade do fornecimento de energia elétrica para a


qualidade de vida da população e o funcionamento das atividades econômicas, o presente
trabalho de conclusão de curso tem como objetivo geral analisar os indicadores de continuidade
dos conjuntos de unidades consumidoras da rede de distribuição da Equatorial Piauí no ano de
2022, por meio dos dados anuais fornecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica
(ANEEL). Essa análise permitirá compreender a eficiência do sistema de distribuição elétrica
e identificar possíveis melhorias para garantir a confiabilidade do serviço prestado.

1.1.2 Objetivos específicos

Para alcançar o objetivo geral, os seguintes objetivos específicos serão abordados:


a) Realizar um levantamento bibliográfico dos temas relacionados à continuidade
dos
do fornecimento de energia elétrica e aos indicadores utilizados para sua
avaliação.
b) Coletar os dados dos indicadores de continuidade dos conjuntos de unidades
consumidoras da concessionária de energia do estado do Piauí no ano de 2022.
Esses dados fornecidos pela ANEEL serão essenciais para comparar e analisar
com o quê?
o desempenho dos indicadores em 2022.
c) Analisar e determinar os conjuntos de unidades consumidoras com os piores
indicadores de continuidade para o sistema de distribuição. Essa análise
de
identificará as áreas que necessitam de maior atenção e possíveis intervenções
visando a melhoria
para melhorar a continuidade do fornecimento de energia elétrica.
d) Obter e analisar os mapas e topologia dos conjuntos e/ou alimentadores
primários com os piores indicadores de continuidade. Essa análise espacial
permitirá compreender a distribuição geográfica das interrupções e suas
possíveis correlações.
e) Coletar dados das causas das falhas na rede de distribuição que impactam os
indicadores de continuidade dos conjuntos. Essa etapa é fundamental para
17

identificar as principais causas das interrupções e orientar as soluções


adequadas para cada caso.
f) Propor soluções para melhorias dos indicadores de continuidade para o
conjunto de unidades consumidoras com o pior indicador. Com base nas
análises realizadas, serão apresentadas recomendações e estratégias para
aprimorar a eficiência do sistema de distribuição elétrica e reduzir as
interrupções.

1.2 Estrutura do trabalho

A estrutura deste trabalho está organizada em cinco capítulos. Cada capítulo aborda
aspectos essenciais para a realização da análise proposta.
O primeiro se trata da introdução, sendo que esta apresenta uma visão geral do
trabalho, destacando a relevância do tema e os objetivos que se pretende alcançar com a análise
dos indicadores de continuidade da concessionária de energia do Piauí em 2022.
O segundo se trata do estudo bibliográfico. Neste capítulo serão explorados os
conceitos teóricos que são relacionados ao tema. Serão discutidos assuntos como o sistema de
distribuição de energia, a continuidade do fornecimento de energia elétrica, indicadores
utilizados para a avaliação dessa continuidade, além das causas comuns de interrupções no
sistema de distribuição elétrica.
no ... está descrito
O terceiro capítulo descreverá detalhadamente a metodologia utilizada para realizar
as análises dos indicadores de continuidade. Serão apresentadas as etapas de coleta e
organização dos dados referentes aos indicadores de 2022, fornecidos pela concessionária de
energia do estado do Piauí. Além disso, serão explicadas como foram utilizadas as técnicas
estatísticas empregadas para a análise dos resultados, incluindo a aplicação de análise de
comentar no resumo.
variância (ANOVA) e testes de comparação de médias.
No capítulo quatro serão apresentados os resultados obtidos a partir das análises
realizadas. Serão discutidos os valores médios de DEC e FEC apurados para cada mês de 2022,
bem como as principais causas de interrupções que impactam esses indicadores. Por meio de
gráficos e tabelas, serão visualizadas as variações e tendências dos indicadores ao longo do ano.
Por fim, o quinto e último capítulo reunirá as principais conclusões alcançadas a
partir dos resultados e discussões apresentados. Serão destacados os conjuntos de unidades
consumidoras com os piores indicadores de continuidade e serão propostas soluções para
aprimorar a eficiência do sistema de distribuição elétrica. Além disso, serão discutidas as
18

contribuições do trabalho para a área de Engenharia Elétrica e possíveis direcionamentos para


futuras pesquisas relacionadas ao tema.
19

2 SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO

No presente capítulo, serão expostos os conceitos teóricos relativos aos elementos


de investigação deste estudo, os quais são: sistemas de distribuição de energia elétrica, a
subdivisão de conjuntos elétricos a qualidade do serviço no fornecimento de energia.
O Sistema Elétrico Brasileiro (SEB) apresenta diversas particularidades em sua
configuração e sua operação é complexa. Portanto, integra um conjunto de infraestruturas,
regulamentações e entidades que possibilitam a geração, transmissão e distribuição de energia
elétrica em todo o país.
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o setor elétrico
brasileiro compreende um dos maiores sistemas elétricos do mundo, conhecido como Sistema
Interligado Nacional (SIN). Além disso, o SEB também conta com órgãos reguladores, como a
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que regula e fiscaliza as atividades do setor,
garantindo a segurança, a qualidade e a eficiência do fornecimento de energia elétrica. (IPEA,
2020).
No Brasil, quanto aos limites fixados aos níveis de tensões presentes no SEB,
segundo especificados por decreto do Ministério de Minas e Energia, apresentam-se na Tabela
1.

Tabela 1 - Níveis de tensão utilizadas no Brasil


Tensão (kV)
Campo de Aplicação
Padronizada Existente
0,220/0,127 0,110
Distribuição Secundária (BT)
0,380/0,220 0,230/0,115
13,8 11,9
Distribuição Primária (MT)
34,5 22,5
34,5
69,0 88,0 Subtransmissão (AT)
138,0
Fonte: Adaptado de Kagan, Oliveira, Robba (2010). fonte deveria ser o ministerío, não?

A Figura 1 ilustra a estrutura básica de um sistema de energia elétrica composto por


geradores, transformadores de elevação/redução de tensão, linhas de transmissão e
alimentadores de distribuição.
20

Figura 1 - Sistema de geração, transmissão e distribuição

melhorar figura

colocar dados ou simplificar a


figura

Fonte: Adaptado de Alcir Monticelli e Ariovaldo Garcia.

2.1 Distribuição de energia elétrica

Nesta seção, é apresentada uma breve descrição do sistema de distribuição,


destacando os aspectos relacionados aos equipamentos, automação e regulação.

2.1.1 Configuração do sistema de distribuição

O sistema de distribuição de energia elétrica desempenha um papel crucial no setor


elétrico, pois é responsável por reduzir o nível de tensão proveniente do sistema de transmissão,
que é gerado pelas centrais elétricas da rede principal. Essa redução de tensão permite que a
energia elétrica seja fornecida ao consumidor final, quer sejam comerciais, industriais ou
residenciais. (JUNIOR, 2021). é uma citação direta?

De acordo com Kagan, Oliveira e Robba (2010), a estrutura do sistema de


distribuição pode ser composta pelos seguintes elementos:
a) Sistemas de subtransmissão: Sua função consiste em receber a energia em
grande escala das subestações de subtransmissão e distribuí-la para as
subestações de distribuição e aos consumidores. Usualmente, isso ocorre em
faixas de tensão de 69 kV a 138 kV.
21

b) Subestações de distribuição (SED): Trata-se de um ponto de interligação


capaz de realizar a transformação dos níveis de tensão, transmitidos pela
rede de subtransmissão, para a de distribuição primária. Em outras palavras,
seccionam linhas de subtransmissão, controlam os níveis de tensão e carga,
e distribuem a energia entre os alimentadores primários.
c) Sistemas de distribuição primária: Emergem das SEDs de distribuição e
conduz a energia tanto para os transformadores de distribuição quanto para
os consumidores atendidos em média tensão.
d) Estações transformadoras: Tem como objetivo reduzir os níveis de tensão
dos alimentadores primários, que operam em média tensão, para níveis de
baixa tensão.
e) Sistema de distribuição secundária: É responsável por levar a energia até os
consumidores, que são, portanto, atendidos em baixa tensão.

2.1.2 Subestações

As subestações, SEDs, compõem um conjunto de equipamentos de manobras e/ou


transformação de tensão de linhas de subtransmissão. Além disso, destacam-se
primordialmente por realizar alterações nos níveis de tensão (aumentando ou reduzindo), o que
acarreta diretamente em variações nos níveis de corrente de um circuito específico (DUALIBE,
1999). é citação direta?

Nas subestações de distribuição, ocorre a redução da tensão da subtransmissão para


a tensão em média tensão. A partir das redes de distribuição primárias, são alimentados os
transformadores de distribuição, responsáveis pelo suprimento da rede de distribuição
secundária, cujo nível de tensão é denominado de baixa tensão (GOMES, 2010).
As SEDs possuem inúmeros arranjos possíveis, portanto, podem ser classificadas a
partir das funções e instalações especificas, além dos níveis de tensão e forma de operação.
Nessa ótica, Dualibe (1999) aponta que as subestações podem ser especificadas em
transformadora, seccionadora, de manobra ou chaveamento; modo de instalação dos
equipamentos em relação ao meio ambiente: externa, abrigada ou blindadas compactas.
Em conformidade, é fundamental destacar os principais equipamentos e as funções
atribuídas que compõem uma subestação. Nesse sentido, Dualibe (1999) os classifica conforme
o tipo de função que exercem, a saber:
22

a) Equipamento de Transformação: são compostos por transformadores de


potência ou força e transformadores de instrumentos - transformadores de
corrente (TC) e transformadores de potencial (TP), capacitivos ou indutivos.
b) Equipamentos de Manobra: disjuntores e chaves seccionadoras integram esses
equipamentos.
c) Equipamentos de Proteção: os dispositivos que os compõem são para-raios,
relés e fusíveis;
d) Equipamentos de Medição: englobam todos os instrumentos necessários para
medir grandezas como corrente, tensão, potência ativa e reativa, frequência, e
outros parâmetros relevantes.

2.1.3 Redes de distribuição primária

As redes de distribuição primária, também conhecidas como redes de média tensão


(MT), surgem a partir das subestações de distribuição e operam de maneira radial. Essas redes
têm a capacidade de transferir blocos de carga entre circuitos para garantir o suprimento de
pareceu que
a rede primária
energia durante situações de contingência, como manutenção preventiva ou corretiva. Tratam-
é uma rede de
reserva, não? se, portanto, de redes que fornecem energia tanto aos consumidores primários quanto aos
transformadores de distribuição, estações transformadoras (ETs), que abastecem a rede
secundária, também conhecida como rede de baixa tensão. (KAGAN, OLIVEIRA, ROBBA,
2010).
A rede de média tensão pode ser classificada como: redes primárias aéreas ou redes
primárias subterrâneas. As primeiras, podem ser configuradas em primário radial com recurso
ou primário seletivo, além disso, são de uso mais difundido, visto que apresentam menor custo.
As segundas, podem ser dos tipos primário seletivo, operando em malha aberta ou spot network,
e podem dispor de maior aplicação em áreas de maior densidade de carga ou onde há restrições
paisagísticas. (KAGAN, OLIVEIRA, ROBBA, 2010).

2.1.3.1 Redes de distribuição primária aérea

As redes aéreas geralmente funcionam de forma radial, permitindo a transferência


de blocos de carga entre circuitos para garantir o fornecimento de energia em situações de
contingência, seja devido a manutenção corretiva ou preventiva (KAGAN, OLIVEIRA,
ROBBA, 2010). A Figura 2 ilustra um circuito radial simples. A Figura 3 apresenta um circuito
radial com recurso.
23

Figura 2 - Circuito aéreo radial simples


Estas figuras não
estão sendo explicadas
no texto.
A simbologia não está exposta
e não foi apontado a importância
delas se em outras seções não
há.

Fonte: Equatorial (2019).

Figura 3 - Circuito aéreo radial com recurso

Fonte: Equatorial (2019).

2.1.3.2 Redes primárias subterrâneas

O sistema subterrâneo de distribuição de energia elétrica é mais complexo do que


o sistema aéreo correspondente, tanto em termos de concepção, operação quanto de
manutenção. Além disso, a adoção desse sistema varia de acordo com a região, sendo
considerado o método mais adequado para conciliar a presença de árvores nas áreas urbanas
com a infraestrutura elétrica. (GOMES, 2010).
De acordo com Kagan, Oliveira e Robba (2010), a estrutura das redes subterrâneas
pode ser dos tipos primário seletivo, primário operando em malha aberta ou spot network
(reticulado exclusivo).
A Figura 4 ilustra o sistema do tipo primário seletivo, que pode ser aplicada tanto a
redes aéreas, quanto subterrâneas. Esse sistema é constituído por pelo menos dois alimentadores
radiais, denominados principal e reserva, preferencialmente de subestações distintas, ou de
barras distintas de uma mesma subestação, que são projetados para atendimento da carga por
um ou por outro alimentador em tempo integral. Nestes casos, o circuito reserva pode receber
a transferência, podendo ser transferência automática, de toda ou parte da carga do alimentador
principal sem restrições de tempo ou carga e/ou com limitações de tensão de fornecimento. Esta
24

configuração é indicada para aplicação em locais com média e alta densidade de carga.
(EQUATORIAL, 2019). é citação direta?

Figura 4 - Rede Subterrânea Primário Seletivo


figura em baixa
resolução.

Fonte: Equatorial (2019).

A Figura 5 exemplifica uma rede subterrânea operando em malha aberta. Esse


arranjo, também chamado de Open-Loop System, é constituído por dois ou mais alimentadores
radiais interligados por chave normalmente aberta (NA), que em caso de necessidade de
executar manobras no circuito para reparos ou serviços em rede desenergizada, permite o
seccionamento de pequenos trechos da rede diminuindo o impacto de desligamentos sobre todos
os consumidores do respectivo sistema durante o tempo necessário aos serviços de manutenção.
(EQUATORIAL, 2019).

Figura 5 - Rede Subterrânea em Malha Aberta

Fonte: Equatorial (2019).

A Figura 6 ilustra uma rede subterrânea do tipo spot network, também conhecida como
reticulado dedicado. Nesse tipo de rede, um protetor de reticulado possibilita que um grupo de
transformadores, alimentados por um número definido de alimentadores primários que operam
continuamente em paralelo, supra um barramento secundário de onde derivam circuitos radiais,
25

para atendimento com altíssima confiabilidade das cargas em baixa tensão. (EQUATORIAL,
2019).

Figura 6 - Rede Subterrânea Reticulado Dedicado

Todas estas redes explicações


me parecem desnecessárias
ao texto.

Fonte: Equatorial (2019).

2.1.4 Redes de distribuição secundária

As linhas de alimentação de distribuição secundária de baixa tensão (BT), também


conhecidas como redes de distribuição secundária, derivam das estações transformadoras ETs,
em tensões de 220/127 V ou 380/220 V. Por circuito, abrangem distâncias de algumas centenas
de metros e podem operar em malha ou radial, de modo a suprir, conforme sua nomenclatura,
os consumidores de baixa tensão (beneficiários residenciais, pequenos comércios e industrias,
por exemplo). É importante ressaltar que os consumidores residenciais são predominantes nessa
rede. (KAGAN, OLIVEIRA, ROBBA, 2010).

2.1.4.1 Redes secundárias aéreas

As redes secundárias aéreas podem ser radiais ou em malha. A Figura 7 exemplifica


a progressão da rede, que começa em um arranjo em malha e, quando atinge sua capacidade
máxima de carga, evolui para uma configuração radial. Isso é alcançado por meio da instalação
de um transformador adicional e o seccionamento da malha nos pontos A e A'. (KAGAN,
OLIVEIRA, ROBBA, 2010).
Melhorar está explicação, o que se quer dizer com progressão de rede. Não deveria
antes explicar o que é a rede área e depois a sua "progressão".
26

Figura 7 - Evolução de rede de baixa tensão

Fonte: Kagan, Oliveira, Robba (2010).

2.1.4.2 Rede reticulada

A rede reticulada é composta por uma série de malhas interconectadas, onde


transformadores trifásicos são responsáveis por fornecer energia aos nós das malhas de baixa
tensão. Esse tipo de rede, por apresentar um custo elevado para sua aplicação, não é comumente
utilizado. (KAGAN, OLIVEIRA, ROBBA, 2010).

2.1.5 Equipamentos utilizados em redes de distribuição

As empresas distribuidoras de energia elétrica possuem uma variedade de


dispositivos e métodos à sua disposição para controlar a tensão e cumprir as resoluções
estabelecidas pela ANEEL, garantindo a conformidade regulatória.
Pode-se observar ao longo das redes de distribuição de energia elétrica a presença
de outros diferentes equipamentos com funções específicas, estrategicamente posicionados em
pontos planejados. Dentre as ferramentas presentes, transformadores reguladores de tensão,
transformadores de potência com ajuste automático de "tap" para variação de tensão,
seccionadores automáticos, bancos capacitores, e muitos outros, podem ser mencionados.
(JUNIOR, 2021). Portanto, é fundamental destacar alguns equipamentos específicos utilizados
nas saídas das subestações.

2.1.5.1 Reguladores de tensão

Os dispositivos de regulação de tensão são amplamente utilizados em redes de


distribuição, tanto urbanas quanto rurais, com o objetivo de controlar a tensão em cada fase da
rede de forma individual, mantendo-a dentro de uma faixa de valores pré-definidos. Isso
permite operar dentro dos limites seguros nos pontos de carga.
27

Este, portanto, é um dos aspectos mais significativos para as empresas


distribuidoras de energia elétrica, uma vez que seu propósito primordial é garantir um
fornecimento de energia de alta qualidade aos consumidores, em termos de tensão, com uma
estabilidade satisfatória. (JUNIOR, 2021).
Em conformidade com Mamede (2013), os reguladores de tensão podem ser
classificados em monofásicos ou trifásicos. Reguladores trifásicos são empregados nas
subestações de distribuição para controlar as tensões nos barramentos, enquanto os reguladores
monofásicos são utilizados nos alimentadores primários de média tensão para manter os limites
estabelecidos pelos Procedimentos de Distribuição (PRODIST), normatizados pela ANEEL.

2.1.5.2 Religadores automáticos

Os religadores automáticos são empregados como mecanismos de proteção nas


saídas dos alimentadores, substituindo os disjuntores, e também são utilizados para proteger as
linhas de distribuição ao longo do alimentador primário. (JUNIOR, 2021). E ainda, Mamede
(2013) complementa que esses são dispositivos de interrupção da corrente elétrica que possuem
a capacidade de repetir operações de abertura e fechamento de um circuito, durante a ocorrência
de um defeito.
Ademais, esse tipo de religador têm como principal objetivo interromper o
fornecimento de energia elétrica o mais rápido possível, independentemente do motivo da
interrupção. Assim, eles realizam um teste no circuito seguinte para eliminar interrupções
transitórias, permitindo a continuidade do fornecimento ou isolando a área onde a falta
permanente foi detectada. Além disso, eles também podem facilitar a ação de outros
equipamentos nesse processo. (JUNIOR, 2013).
Segundo Mamede (2013), os religadores podem ser classificados, de acordo com o
número de fases, em:
a) Monofásicos: são projetados para proteger redes de distribuição monofásicas;
b) Trifásicos: são desenvolvidos para proteger redes aéreas de distribuição, onde
é essencial realizar o seccionamento simultâneo das três fases, a fim de evitar
o funcionamento de cargas trifásicas com apenas duas fases.

2.1.5.3 Seccionadores automáticos

Os seccionadores automáticos são elementos de proteção utilizados em redes de


distribuição aéreas, com a finalidade de realizar o corte definitivo de um trecho do alimentador.
28

Isso acontece quando ocorre uma falha em um ponto posterior à sua instalação, sendo a
interrupção do fornecimento de energia elétrica realizada por um equipamento de reserva.
(MAMEDE, 2013). Em outras palavras, quando ocorre uma falha antes ou depois desse
dispositivo, é necessário ativá-lo para isolar a área com defeito e permitir manobras de
restauração.

2.1.5.4 Banco de capacitor

A utilização de bancos de capacitores em sistemas de distribuição traz uma série de


vantagens. Esses, segundo Spatti (2007), são implantados nos sistemas de distribuição e nas
subestações das empresas de distribuição de energia elétrica com o objetivo de diminuir as
perdas causadas pela potência reativa do sistema e aumentar a tensão do circuito.
Os capacitores desta modalidade atuam de modo a compensar a potência reativa
indutiva de motores ou outras cargas com baixo fator de potência, assim, reduzem a corrente
no alimentador e, por conseguinte, resultam em menor perda de energia. Com isso, um mesmo
circuito pode alimentar mais cargas. Além disso, os capacitores elevam a tensão no alimentador,
diminuindo parte das perdas causadas pelas cargas do sistema. (SPATTI, 2007). esta afimação está
imprecisa.
capacitores não tem a capa
cidade de elevar tensão.
2.2 Qualidade do serviço

O setor elétrico brasileiro, na atualidade, aponta uma constante busca pela melhoria
dos serviços fornecidos pelas empresas de distribuição de energia elétrica aos seus clientes.
Assim, é valido destacar a importância dos indicadores de qualidade para esse fim, visto que
são refletidos através dos intervalos e frequências de interrupção no fornecimento de energia,
normatizados tanto pela comunidade técnica internacional quanto pelos órgãos reguladores do
setor energético. (SPATTI, 2011).
que objetivos?
Esses objetivos derivam do fato de que a continuidade no fornecimento de energia
elétrica pelas empresas concessionárias de distribuição pode ser prejudicada por diversas
situações, como condições climáticas adversas, interferência de árvores e vegetação, falhas em
materiais e equipamentos, objeto na rede, sobrecarga, entre outros.
As interrupções no fornecimento de energia elétrica se enquadram no tema da
qualidade do serviço. Isso se reflete nos índices que medem o tempo e a frequência em que o
fornecimento de energia é interrompido para os consumidores.
Os parâmetros de qualidade de serviço e continuidade estão descritos e compilados
no módulo oito do documento de Procedimentos de Distribuição (PRODIST), elaborado pela
29

ANEEL, fornecendo à essa agencia e aos consumidores a oportunidade de avaliar a qualidade


do serviço oferecido pelas concessionárias. Essa avaliação é feita por meio do cálculo desses
parâmetros, que podem ser classificados como individuais ou coletivos. (ARAUJO, 2016).
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) é responsável por estabelecer e
fiscalizar os parâmetros de qualidade do serviço de energia elétrica. Seu objetivo é fornecer
diretrizes para os procedimentos relacionados ao desempenho do serviço prestado pelas
concessionárias de distribuição aos consumidores, fornecendo critérios de avaliação para esse
serviço. (JUNIOR, 2013).
Os indicadores de continuidade desempenham um papel crucial ao monitorar a
qualidade do fornecimento de energia elétrica aos consumidores. Através desses índices de
continuidade e confiabilidade, é possível estabelecer metas para as concessionárias e definir
penalidades caso essas metas não sejam alcançadas. Essas medidas visam beneficiar
principalmente os consumidores. (ARANHA NETO, 2006).
Conforme definido pela Resolução Normativa N° 956, os indicadores, individuais
ou coletivos, que avaliam a continuidade no fornecimento de energia elétrica são subdivididos
em Duração de Interrupção Individual por Consumidor (DIC), Frequência de Interrupção
Individual por Consumidor (FIC), Duração Equivalente por Consumidor (DEC) e Frequência
Equivalente por Consumidor (FEC). (ANEEL, 2021).

2.2.1 Conjunto de unidades consumidoras

A fim de compreender assertivamente os aspectos referentes a qualidade de serviço,


é necessário destacar sobre a segmentação dos consumidores em conjuntos de unidades
consumidoras (UCs), uma vez que os indicadores de continuidade coletivos são mensurados e
avaliados pela ANEEL nos conjuntos de UCs predefinidos. Nesse sentido, a ANEEL (2021)
destaca que os conjuntos elétricos de unidade consumidora são determinados por Subestação
de Distribuição, SED, e abrange as redes de média tensão (MT) da distribuidora e subsequente
da SED.
A partir das normatizações descritas pela ANEEL (2021), é possível verificar certos
princípios a serem respeitados ao agrupar as unidades consumidoras em conjuntos, a saber:
a) As Subestações de Distribuição (SED) que possuem um número igual ou
que outros?
inferior a 1.000 unidades consumidoras devem ser incorporadas a outros, de
modo a compor um único conjunto. ;
30

b) A Subestação de Distribuição (SED) com mais de 1.000 e até 10.000 unidades


consumidoras tem a possibilidade de ser integrada a outras, constituindo um
único conjunto.
c) Não é permitida a combinação de duas ou mais SED’s que tenham um número
total de unidades consumidoras superior a 10.000.
d) A partir de uma aprovação da ANEEL, a SED com redes subterrâneas e aéreas
pode ser dividida, contanto que os conjuntos resultantes possuam um número
de unidades consumidoras superior a 1.000.
e) No caso das redes de média tensão (MT) da distribuidora que não possuam
subestação com primário em Alta Tensão (AT), o conjunto deve ser formado
pelas redes de MT de sua responsabilidade até o ponto de conexão com o agente
supridor.
f) No momento da aprovação dos conjuntos por meio de resolução específica,
todas as unidades consumidoras e centrais geradoras atendidas em baixa tensão
(BT) e média tensão (MT) devem ser classificadas no mesmo conjunto de
unidades consumidoras da subestação que as atendem.
Ademais, os Procedimentos de Distribuição (PRODIST) ainda destacam que, após
a aprovação dos conjuntos, as novas unidades consumidoras que forem conectadas deverão ser
classificadas de acordo com a área geográfica abrangida pelos conjuntos já existentes. Além
disso, a qualquer instante a ANEEL pode requisitar à distribuidora a retificação do formato dos
conjuntos de unidades consumidoras. (ANEEL, 2021).

2.2.2 Indicadores individuais de continuidade

Os indicadores individuais de continuidade são relevantes para todas as unidades


consumidoras ou pontos de conexão. Além disso, são empregados com o objetivo de avaliar a
excelência do serviço fornecido diretamente ao consumidor. (ANEEL, 2021).

2.2.2.1 Duração de Interrupção por Unidade Consumidora

A Duração de Interrupção por Unidade Consumidora, DIC, representa o tempo em


que cada consumidor específico ficou sem o fornecimento de energia elétrica durante um
determinado período. (ANEEL, 2021).
O cálculo de DIC é dado pela equação a seguir:
𝐷𝐼𝐶 = ∑ni=1 t(i) (1)
31

Sendo:
𝐷𝐼𝐶 = duração de interrupção individual por unidade consumidora ou por ponto de
conexão, expressa em horas e centésimos de hora;
𝑛 = número de interrupções da unidade consumidora considerada, no período de
apuração;
𝑖 = índice de unidades consumidoras atendidas em BT ou MT faturadas do conjunto;
𝑡(𝑖) = tempo de duração da interrupção (i) da unidade consumidora considerada ou
ponto de conexão, no período de apuração.

2.2.2.2 Frequência de Interrupção Individual por Consumidor

A Frequência de Interrupção Individual por Consumidor, FIC, é referente à


quantidade interrupções que cada consumidor individualmente sofreu. Em outras palavras,
aponta quantas vezes uma unidade consumidora ficou sem energia elétrica durante um
determinado período. (ANEEL, 2021).
A equação a seguir expressa os valores de FIC.
𝐹𝐼𝐶 = 𝑛 (2)
Sendo:
𝐹𝐼𝐶 = frequência de interrupção individual por unidade consumidora ou ponto de
conexão, expressa em número de interrupções;
𝑛 = número de interrupções da unidade consumidora considerada, no período de
apuração.
como estes dados são coletados, quais processos estão envolvidos, como a ANEEL recebe estes dados?

2.2.3 Indicadores coletivos de continuidade

Com o objetivo de assegurar a qualidade na prestação do serviço público de


distribuição de energia elétrica, a ANEEL estabelece requisitos para que as concessionárias
mantenham um padrão de continuidade. Nesse sentido, são estabelecidos limites para os
indicadores coletivos de continuidade, DEC e FEC. Esses, devem ser calculados para cada
conjunto de unidades consumidoras. (ANEEL, 2021).

2.2.3.1 Duração Equivalente por Consumidor

No que diz respeito aos indicadores de continuidade coletivos, a Duração


Equivalente por Consumidor, DEC, avalia a média do intervalo de tempo em que um grupo de
consumidores ficou sem o fornecimento de energia elétrica. (ANEEL, 2021).
32

Para o cálculo desse indicador a seguinte fórmula é utilizada:


∑𝐶𝑐
i=1 𝐷𝐼𝐶(𝑖)
𝐷𝐸𝐶 = (3)
𝐶𝑐

Sendo:
𝐷𝐸𝐶 = duração equivalente de interrupção por unidade consumidora, expressa em
horas e centésimos de hora;
𝐷𝐼𝐶 = duração de interrupção individual por unidade consumidora ou por ponto
de conexão, expressa em horas e centésimos de hora;
𝑖 = índice de unidades consumidoras atendidas em BT ou MT faturadas do
conjunto;
𝐶𝑐 = número total de unidades.

2.2.3.2 Frequência Equivalente por Consumidor

O FEC, conforme a nomenclatura, é um indicador que representa a frequência com


que ocorreram interrupções no fornecimento de energia elétrica para um grupo de
consumidores. (ANEEL, 2021).
A fórmula abaixo é utilizada no cálculo de FEC:
∑𝐶𝑐
i=1 𝐹𝐼𝐶(𝑖)
𝐹𝐸𝐶 = (4)
𝐶𝑐

Sendo:
𝐹𝐸𝐶 = frequência equivalente de interrupção por unidade consumidora, expressa
em número de interrupções e centésimos do número de interrupções;
𝐹𝐼𝐶 = frequência de interrupção individual por unidade consumidora ou ponto de
conexão, expressa em número de interrupções;
𝑖 = índice de unidades consumidoras atendidas em BT ou MT faturadas do
conjunto;
𝐶𝑐 = número total de unidades.
A constante aprimoração do sistema elétrico brasileiro depende dos indicadores
mencionados, pois são eles que a ANEEL utiliza para monitorar a qualidade do serviço prestado
pelas concessionárias de energia elétrica.

2.3 Interrupções no fornecimento de energia elétrica

Nesta seção, é apresentada uma breve descrição das principais causas concernentes
às interrupções no fornecimento de energia elétrica, como condições climáticas adversas,
33

interferência de árvores e vegetação, falhas em materiais e equipamentos, objeto na rede,


sobrecarga.

2.3.1 Falhas no sistema de distribuição

Em um alimentador de distribuição, define-se uma seção ou zona que abrange um


conjunto de trechos e equipamentos limitados por chaves de manobra ou proteção adjacentes.
Devido à configuração em topologia radial das redes de distribuição, a falha de qualquer
equipamento dentro dessa seção resulta na ativação do dispositivo de proteção, ocasionando a
interrupção no fornecimento de eletricidade em toda a parte da rede situada a jusante desse
citação direta?
dispositivo. (LÉON, LEITE, 2020).
Existem diversos fatores que podem ocasionar falhas na rede de distribuição de
eletricidade, incluindo condições climáticas adversas, colisões de veículos em postes de
distribuição e falhas nos equipamentos da rede de distribuição devido à sobrecarga ou operação
?
fora dos parâmetros nominais de tensão e frequência. (CHAVES et al., 2022).
O Guia para Índices de Confiabilidade de Distribuição de Energia Elétrica,
organizado pelo Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE), categoriza
informações advindas de eventos de interrupções relacionados ao sistema de distribuição e
apresenta sugestões de comparação. Segundo as orientações, as categorias recomendadas não
impedem que as concessionárias coletem dados mais detalhados, e isso é de fato encorajado.
No entanto, os dados coletados devem poder ser colocados em uma das dez categorias
recomendadas. (IEEE, 2014).
As categorias de eventos de interrupção relacionado à distribuição de energia
elétrica proposta pelo IEEE são:
a) Equipamento: Qualquer componente do sistema de distribuição que apresente
defeito ou falha, resultando na interrupção do fornecimento aos clientes, deve
ser classificado na categoria de interrupções relacionado a equipamentos.
Alguns exemplos incluem dispositivos de controle, condutores, isoladores,
dispositivos de interrupção, dispositivos de proteção, estruturas e suportes,
chaves de manobra, transformadores, entre outros. ;
b) Relâmpagos: Essa classificação engloba todas as interrupções decorrentes de
descargas atmosféricas. Essas, podem ocorrer devido ao contato direto de um
raio com os cabos ou outros equipamentos, ou por descargas elétricas induzidos
por raios nos fios ou em outros equipamentos.
34

c) Planejado: Essa categoria abrange uma variedade de situações, incluindo, mas


não se limitando a: construção de estradas, manutenção e reparos, trocas de
carga, substituição de equipamentos e mudanças de residências. Geralmente,
as interrupções planejadas são aquelas que podem ser programadas pela equipe
da concessionária e realizadas somente após a devida notificação ou solicitação
do cliente. ;

d) Fornecimento de energia: Essa classificação abrange as interrupções


ocasionadas por falhas no sistema de transmissão, incluindo a parte de
transmissão de uma subestação, bem como a perda de uma unidade geradora.
Essa categoria não abrange interrupções decorrentes da perda de um
componente específico da subestação de distribuição. ;

e) Público: As interrupções resultantes de ações do público em geral devem ser


classificadas na categoria "pública". Essa, abrange uma variedade de situações,
tais como problemas relatados por clientes, escavações realizadas por
trabalhadores ou empreiteiros externos à empresa de serviços de eletricidade,
solicitações de bombeiros ou polícia, contato com objetos externos, acidentes
de trânsito, atos de vandalismo, incêndios e explosões que não tenham origem
em equipamentos pertencentes à empresa de serviços de eletricidade ;

f) Vegetação: Essa identificação abrange interrupções causadas pela queda de


árvores ou galhos, bem como pelo crescimento de árvores, trepadeiras e raízes.
É importante ressaltar que, se uma árvore estiver envolvida, a causa da
interrupção é atribuída à vegetação. ;

g) Clima: A categoria "clima" abrange interrupções causadas diretamente por


fenômenos climáticos, como vento, neve, gelo, granizo e chuva intensa, que
excedem os limites de projeto do sistema e resultam na interrupção do
fornecimento de energia. No entanto, é importante ressaltar que o vento
isoladamente não se enquadra nessa categoria, a menos que cause a interrupção
devido a danos diretos no sistema. Situações em que os condutores estalam ou
balançam seriam classificadas como "equipamentos".;
h) Essa classificação inclui animais mamíferos, aves, répteis, insetos e outras
criaturas não humanas. Interrupções causadas pela vida selvagem podem
ocorrer tanto por contato direto, como cobras, ratos, formigas, guaxinins,
esquilos ou pássaros, quanto por efeitos indiretos, como ninhos de pássaros e
excrementos.
35

i) Desconhecido: Essa subdivisão abrange interrupções relatadas pelos clientes


em que a causa raiz não pode ser determinada de forma definitiva após
investigação. O nível de investigação necessário para esses casos é estabelecido
pela concessionária responsável, levando em consideração as circunstâncias
específicas de cada situação. ;

j) Outros: Qualquer interrupção que não possa ser classificada em uma categoria
específica será categorizada como "outras". Esse grupo abrange uma variedade
de situações, como erros na construção, manutenção, operação ou proteção do
sistema, sobrecarga e contaminação.
porque citar IEEE neste trabalho?
2.3.1.1 Árvore e vegetação

A presença de vegetação no ambiente urbano traz consigo diversos benefícios,


como a redução da poluição atmosférica e sonora, a proteção dos recursos hídricos e da vida
selvagem, além de proporcionar conforto estético à arquitetura das cidades. (ARIAS,
HINCAPIÉ, 2002).
No entanto, a presença de vegetação nas proximidades das redes de distribuição de
energia pode ter um impacto significativo, uma vez que o contato entre as plantas e as linhas
energizadas pode resultar em curtos-circuitos e rompimento dos fios, acionando os sistemas de
proteção e interrompendo o fornecimento de energia. (ARIAS, HINCAPIÉ, 2002).
Com o objetivo de garantir um elevado nível de confiabilidade do sistema,
frequentemente é indispensável realizar a manutenção da vegetação. Nesse sentido, Radmer et
al. (2002), propõe que para fazer uma previsão precisa dos impactos da manutenção da
vegetação na confiabilidade do sistema de distribuição, é essencial contar com um modelo que
leve em consideração a taxa de falha prevista nas seções de linha, além de considerar os efeitos
causados pela presença da vegetação.
Ademais, é importante destacar que à medida que a vegetação próxima às linhas
aéreas cresce, é mais provável que ocorram falhas relacionadas a ela, o que resulta em um
aumento na taxa de falha da seção da linha. (RADMER et al., 2002). Léon e Leite (2020),
complementam destacando que, quando ocorre o contato de uma árvore, ou parte dela, com os
condutores ou dispositivos elétricos da rede de distribuição, podem ocorrer falhas temporárias
ou permanentes, que resultam na ativação do sistema de proteção e interrupção do fornecimento
de energia elétrica.
36

Com o intuito de lidar com essa questão, as concessionárias empregam abordagens


convencionais, como inspeções visuais, e adotam técnicas apropriadas para realizar a poda das
arvores próximas às redes elétricas. (ARIAS, HINCAPIÉ, 2002).
Ademais, é valido destacar que, em conformidade com Arias e Hincapié (2002),
existem poucos estudos na literatura especializada que abordam a manutenção da vegetação em
torno das redes de distribuição aéreas.

2.3.1.2 Falha de material e equipamento

Os sistemas de energia estão propensos a falhas frequentes associados a um mau


funcionamento dos equipamentos na rede. Essas falhas podem ocorrer em vários componentes
da rede, como transformadores, painéis de distribuição, cabos subterrâneos ou aéreos. (SILVA,
SARAEE, 2020).
Silva e Saraee (2020), discorre que a estabilidade, disponibilidade e confiabilidade
da rede são diretamente impactadas por qualquer falha ocorrida em uma rede de distribuição.
Por isso, a eliminação e prevenção rápidas de falhas na rede são de extrema importância para
os operadores responsáveis pela sua gestão.
Ademais, é importante destacar que há inúmeros componentes associados a essas
falhas, pois com o passar do tempo e a utilização contínua, por exemplo, os equipamentos da
rede de distribuição de eletricidade sofrem depreciação. Além disso, a probabilidade de
ocorrência de falhas é menor nos equipamentos mais novos, em comparação aos mais antigos,
assim como nos equipamentos com menor tempo de uso em comparação aos mais utilizados.
(SILVA, SARAEE, 2020).
A confiabilidade do equipamento também é afetada por fatores econômicos e
climáticos, como a demanda do consumidor, a temperatura e as condições climáticas, entre
outros. Além disso, diferentes tipos, marcas e modelos de equipamentos sofrem depreciação
em ritmos distintos. Portanto, são fatores que devem ser analisados dentro do sistema gestor
das unidades de distribuição. (SILVA, SARAEE, 2020).

2.3.1.3 Sobrecarga

A infraestrutura de distribuição de energia elétrica é uma das partes mais suscetíveis


do sistema de fornecimento de eletricidade. Em determinados países, cerca de 80% das
interrupções de energia são atribuídas a falhas no sistema de distribuição. (ALI, SULTANA,
SUPTI, 2015). Esse cenário é resultado da extensa infraestrutura, com suas diversas
37

ramificações e componentes, exposta a potenciais causadores de defeitos, como árvores e


acidentes automobilísticos. (CHAVES et al., 2022).
No contexto hodierno, o acelerado progresso da economia urbana tem levado a um
correspondente aumento na demanda de eletricidade por parte de residências e empresas.
Anualmente, durante os períodos de pico, verão ou inverno, por exemplo, observa-se um
fenômeno recorrente de sobrecarga nos transformadores de distribuição. Essa sobrecarga
resultante pode levar ao desgaste e falha dos equipamentos do transformador, e,
consequentemente, gerar instabilidade no fornecimento de energia. (WANG et al, 2021).
Atender à crescente demanda de eletricidade dos usuários tem se tornado cada vez
mais desafiador para as unidades de fornecimento de energia. Essas unidades enfrentam a
constante limitação dos recursos da rede de distribuição, dificultando a modificação ou a
atualização completa dos equipamentos existentes para acompanhar o rápido crescimento da
demanda de eletricidade. (WANG et al, 2021).
Com o objetivo de agilizar a detecção e correção de falhas, bem como auxiliar em
estudos de manutenção preditiva e preventiva, é essencial que o sistema seja capaz de extrair
dados operacionais dos equipamentos de forma instantânea. Isso possibilita uma resposta mais
rápida e precisa perante as falhas, além de oferecer insights valiosos para análises e
planejamentos de manutenção. (CHAVES et al., 2022).
38

3 ANÁLISE DOS INDICADORES DEC E FEC

Com base nos conteúdos abordados nos capítulos anteriores, procedeu-se à análise
dos indicadores coletivos de continuidade da Equatorial Piauí ao longo do ano de 2022. Para
obter os dados referentes a esses indicadores, foram utilizadas informações disponibilizadas de
forma gratuita no site da ANEEL, por meio de sua base de dados abertos.
A coleta dos dados abrangeu os valores apurados de DEC e FEC durante o ano de
2022, bem como o registro de todas as interrupções ocorridas nesse período. A partir desses
dados, foi possível analisar a relação entre os valores de DEC e FEC, tanto em relação aos
limites estipulados pela ANEEL como em relação aos valores efetivamente mensurados.
Cabe ressaltar que foram considerados os 42 (quarenta e dois) conjuntos de
unidades consumidoras sob a concessão da Equatorial Piauí, conforme disponibilizados pela
ANEEL. Essa ampla cobertura permitiu uma análise abrangente dos indicadores coletivos de
continuidade ao longo do ano de 2022, englobando diversos aspectos e permitindo uma visão
ampla dos mesmos.
Assim, por meio da utilização dos dados fornecidos pela ANEEL, foi possível
coletar informações valiosas sobre os indicadores de continuidade da Equatorial Piauí,
considerando tanto os valores limite estipulados quanto os valores efetivamente mensurados.
Essa análise contribui para uma compreensão mais aprofundada do desempenho da
concessionária em relação à continuidade do fornecimento de energia elétrica aos
consumidores.

3.1 A Equatorial Piauí

A Equatorial Piauí é a concessionária de energia elétrica responsável por fornecer


eletricidade em todo o estado do Piauí, que possui uma extensão territorial de 251.755,481 km²,
de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (IBGE, 2023). Fundada em 1999
como parte do Grupo Equatorial Energia, ela é reconhecida como o terceiro maior grupo de
distribuição do país em termos de número de clientes. (EQUATORIAL, 2023).
Com o controle acionário adquirido em outubro de 2018, a Equatorial Piauí tem o
compromisso de atender a cerca de 1.435.171 unidades consumidoras distribuídos em 42
conjuntos de unidades consumidoras em 224 municípios do estado. (EQUATORIAL, 2023).
Essa ampla cobertura abrange uma população estimada em cerca de 3.289.290 habitantes, de
acordo com dados do IBGE. (IBGE, 2023).
39

3.2 Análise dos indicadores


Nesta seção serão analisados os indicadores coletivos de continuidade.

3.2.1 DEC e FEC global

Os dados referentes aos indicadores coletivos de continuidade são de suma


importância para as concessionárias de energia elétrica, sendo obrigatório o seu envio à
ANEEL. Esta, por sua vez, disponibiliza esses dados em suas bases gratuitas de acesso público.

Gráfico 1 - DEC apurado em 2021 e 2022

Fonte: Adaptado de ANEEL (2023).

Com base nas informações disponibilizadas pela ANEEL, foi realizada uma análise
dos indicadores de continuidade DEC e FEC para os anos de 2021 e 2022. Conforme
evidenciado no Gráfico 1, observou-se que tanto em 2021 quanto em 2022, os indicadores DEC
ultrapassaram seus limites. No ano de 2021, o indicador DEC registrou um valor de 29,40 horas,
indicando que 1.407.569 consumidores ficaram sem fornecimento de energia elétrica neste
intervalo de tempo. Já em 2022, o indicador DEC atingiu um valor de 24,48 horas,
representando 1.435.171 consumidores afetados pela interrupção do fornecimento de energia
elétrica. Esses resultados demonstram que os limites pré-estabelecidos para os indicadores de
continuidade não foram atendidos.
40

Gráfico 2 - FEC apurado em 2021 e 2022

Fonte: Adaptado de ANEEL (2023).

É importante destacar que, como é possível ver no Gráfico 2, a concessionária


apresentou resultados globais satisfatórios para o FEC tanto em 2021, quanto em 2022. Esse
indicador nos mostra uma baixa frequência nas interrupções. Contudo o indicador DEC com
valores excedentes ao limite mostram que embora a frequência nas faltas de energia esteja
abaixo dos valores pré-estabelecidos as faltas de energia apresentam longa duração.
Essa constatação ressalta a necessidade de ações e medidas por parte das
concessionárias de energia elétrica, visando a melhoria da continuidade no fornecimento de
energia elétrica aos consumidores. É fundamental que as concessionárias adotem estratégias e
investimentos para reduzir os índices de interrupções e, assim, garantir um serviço de qualidade
que atenda às expectativas e necessidades dos consumidores, respeitando os limites
estabelecidos pela ANEEL.

3.2.2 DEC e FEC por conjunto

Cabe destacar que o DEC e FEC global da concessionária é composto pelos valores
de DEC e FEC apurados individualmente para cada conjunto de unidade consumidora. Dessa
forma, a fim de realizar uma análise mais detalhada, é necessário examinar os indicadores DEC
e FEC específicos de cada conjunto.
Portanto, assim como o DEC e FEC global anual, o DEC e FEC por conjunto está
disponível para consulta fornecida pela ANEEL. Essa fonte confiável permite acessar os valores
apurados para o ano de 2022 em relação aos 42 conjuntos abrangidos pela concessionária. A
Tabela 2, o Gráfico 3 e o Gráfico 4 apresentam informações detalhadas sobre os conjuntos no
estado do Piauí, incluindo seus respectivos limites de DEC e valores apurados. Além disso, a
41

tabela está organizada em ordem decrescente, destacando os conjuntos que excederam os


limites do indicador.

Tabela 2 - DEC e FEC conjunto em 2022


Nº de DEC DEC Estouro FEC FEC Estouro
Conjunto
consumidores apurado limite DEC apurado limite FEC

Marambáia 22.217 57,35 24 33,35 27,31 15 12,31

União 22.020 49,63 26 23,63 20,89 15 5,89

Miguel Alves 9.646 45,21 24 21,21 20,27 14 6,27

Esperantina 21.679 39,8 24 15,8 16,46 15 1,46

Altos 36.415 37,69 23 14,69 16,26 20 -3,74

Redenção do
20.737 45,07 32 13,07 17,34 21 -3,66
Gurguéia

São Pedro 54.303 41,85 29 12,85 21,71 26 -4,29

Elizeu
10.516 34,96 25 9,96 13,71 19 -5,29
Martins

Piripiri 39.635 27,2 18 9,2 13,7 12 1,7

Nazária 23.768 37,07 28 9,07 13,27 14 -0,73

Novo
44.654 34,97 26 8,97 14,29 15 -0,71
Oriente

Poty 61.018 19,85 11 8,85 8,59 9 -0,41

Luzilândia 21.635 34,49 26 8,49 13,78 14 -0,22

Oeiras 26.599 26,39 18 8,39 12,32 14 -1,68

Satélite 67.846 18,85 12 6,85 7,59 10 -2,41

Buriti
20.681 29,16 23 6,16 9,59 18 -8,41
Grande

Campo
81.985 31,2 26 5,2 14,18 18 -3,82
Maior

Teresina 42.782 14,76 10 4,76 7,43 11 -3,57

Matias
19.404 27,8 24 3,8 15,58 14 1,58
Olímpio

Bertolínia 9.111 29,55 27 2,55 12,96 16 -3,04


42

Piracuruca 29.158 23,52 21 2,52 11,4 14 -2,6

Tabuleiro 32.875 30,35 28 2,35 14,01 18 -3,99

Polo 54.791 12,8 11 1,8 5,59 10 -4,41

Nazaré 12.469 24,66 23 1,66 9,26 19 -9,74

Parnaíba II 51.010 21,62 20 1,62 10,36 12 -1,64

Gilbués 27.474 33,45 32 1,45 12,67 20 -7,33

Renascença 49.273 14,42 14 0,42 6,64 8 -1,36

São
Raimundo 49.990 19,55 20 -0,45 9,69 14 -4,31
Nonato

Marquês 32.133 10,99 12 -1,01 4,65 8 -3,35


Uruçuí 20.867 30,68 32 -1,32 11,8 19 -7,2

Canto do
31.332 26,21 28 -1,79 11,21 13 -1,79
Buriti

Picos 33.084 15,21 17 -1,79 6,6 11 -4,4

Jockey 21.645 8,61 11 -2,39 4,26 10 -5,74

Floriano 37.578 14,79 18 -3,21 7,31 12 -4,69

Parnaíba 37.187 15,69 19 -3,31 7,48 12 -4,52

Bom Jesus 23.736 26,36 30 -3,64 10,25 23 -12,75

Macaúba 27.314 8,12 12 -3,88 4,12 6 -1,88

Simplício
25.220 19,81 24 -4,19 7,97 17 -9,03
Mendes

Pedro II 25.232 15,26 20 -4,74 8,13 13 -4,87

Junco 97.783 17,12 22 -4,88 8,04 14 -5,96

São João do
26.207 21,94 30 -8,06 10,24 18 -7,76
Piauí

Mandacarú 32.166 13,85 22 -8,15 8,54 12 -3,46


Fonte: Adaptado de ANEEL (2023).
43

Gráfico 3 - DEC por conjunto em 2022

Fonte: Adaptado de ANEEL (2023).

Gráfico 4 - FEC por conjunto em 2022

Fonte: Adaptado de ANEEL (2023).

A análise individual do DEC e FEC por conjunto é fundamental para compreender


melhor a distribuição das interrupções e identificar possíveis áreas de melhoria. Essa
abordagem permite que a concessionária adote medidas específicas e direcionadas para cada
conjunto, buscando otimizar a qualidade do serviço prestado aos consumidores. Portanto, é
fundamental considerar essas informações ao avaliar o desempenho global da concessionária
em termos de continuidade do fornecimento de energia elétrica.
Observa-se que alguns conjuntos não ultrapassaram os valores limites, enquanto
outros apresentam um resultado acima do esperado. Entre eles, destaca-se o conjunto
Marambaia, que registrou um excesso de 33,35 horas em relação ao seu limite estabelecido.
Com um total de 57,35 horas de DEC apurado, esse conjunto impactou 22.217 consumidores
durante esse período de tempo no ano de 2022. O mesmo conjunto destaca-se também no
indicador FEC como o pior dentre os outros, com excesso de 12,31 vezes em que os
consumidores tiveram seu fornecimento de energia elétrica interrompido devido à uma falha no
44

sistema. Diante desse cenário, o conjunto Marambaia se configura como um ponto de atenção
no desvio do indicador DEC e FEC, sendo, portanto, o foco principal deste trabalho.
É importante ressaltar que, embora o número de consumidores do conjunto
Marambaia não seja tão elevado em comparação com outros conjuntos, essa situação evidencia
que, em momentos de falhas no sistema, há um impacto significativo sobre um grande número
de consumidores e o tempo de restabelecimento do fornecimento de energia elétrica é
prolongado. Essa análise contribui para uma compreensão mais aprofundada dos desafios
específicos enfrentados pelo conjunto Marambaia em relação à continuidade do fornecimento
de energia elétrica.

3.3 Conjunto Marambáia

Localizado na microrregião de Teresina, o conjunto Marambaia abrange uma


extensão territorial significativa, alimentando o município de José de Freitas e parta da zona
Rural de Teresina, desempenhando assim um papel fundamental no desenvolvimento
socioeconômico da região. (IBGE, 2023). este comentário não cabe aqui, pois há apenas uma localização do lugar de
análise.

Figura 8 – Mapa de localização do conjunto Marambáia.

Fonte: Adaptado de ANEEL (2023).


45

porquê?
A área atendida por esse conjunto é de extrema relevância, abrangendo cerca
1.624,24 km². Essa ampla cobertura territorial permite que um grande número de consumidores
tenha acesso aos serviços de energia elétrica fornecidos pela concessionária. (ANEEL, 2022).
A infraestrutura elétrica do conjunto Marambaia é composta por uma extensão
considerável de rede em média tensão e baixa tensão. A rede em média tensão se estende por
1052,69 km do tipo aérea convencional. Enquanto a rede em baixa tensão alcança 5.212,47 km.
(ANEEL, 2022).
Destaca-se ainda que a Figura 9 apresenta a representação esquemática da rede de
distribuição do conjunto Marambaia, a qual segue o modelo radial. Essa configuração é
ilustrada na figura, evidenciando como a energia elétrica é distribuída para as unidades
consumidoras.

Figura 9 – Rede de distribuição primária conjunto Marambáia

13,8 kV?

Fonte: Adaptado de ANEEL (2022).

É importante destacar que o mesmo é composto por sete subestações de distribuição


estrategicamente localizadas. Essas subestações desempenham um papel fundamental no
fornecimento de energia elétrica aos consumidores conectados ao conjunto. As subestações em
questão são: Poty, José de Freitas, Marambaia, União, Taboca, Ininga e Satélite. (ANEEL,
características destas subestações?
2022).
Além disso, para garantir a segurança e a proteção do sistema elétrico, são utilizados
diferentes equipamentos de proteção nas subestações e ao longo da rede de distribuição. Entre
46

os equipamentos de proteção adotados neste conjunto, destacam-se as chaves fusíveis


religadoras, os religadores automáticos e as chaves fusíveis. (ANEEL, 2022).

3.4 Análise das interrupções de fornecimento de energia elétrica no conjunto


Marambaia em 2022

Para realizar uma análise aprofundada do indicador referente ao conjunto


Marambáia, foram coletadas informações junto à ANEEL sobre as interrupções no
fornecimento de energia elétrica ocorridas no ano de 2022, com o objetivo de estudar esse
conjunto específico.
A base de dados fornecida contém informações como o nome do conjunto,
subestação, alimentador afetado, datas e horários de início e término das interrupções, tipo e
fonte das interrupções, fator gerador e número de consumidores impactados. Para o estudo de
caso, apenas as interrupções relacionadas ao conjunto Marambáia foram consideradas.
A Tabela 3 apresenta a organização das interrupções de acordo com a natureza,
fonte e causa raiz das interrupções de energia elétrica. Com base nessa tabela, é possível definir
algumas condições de análise.

Tabela 3 - Classificação das causas de interrupções


Interrupção
Natureza Não Programada Programada
Falha Próprias do
Fonte Meio ambiente Terceiros Manutenção
operacional sistema

• Animais • Abalroamento
• Desligamento
• Queima ou • Interferência
• Acidente para
incêndio de terceiros
• Erro de manutenção
• Vento • Ligação
operação emergencial • Manutenção
Causa • Árvore ou clandestina
• Serviço • Falha de preventiva
vegetação • Objeto na
mal material ou
• Descarga equipamento
rede
executado
atmosférica • Roubo
• Sobrecarga
• Erosão • Vandalismo
Fonte: Adaptado de ANEEL (2023).

A análise das interrupções se concentrará nas ocorrências não programadas, cujas


causas podem ser atribuídas ao meio ambiente, ao próprio sistema ou a terceiros. Além disso,
serão excluídas da análise as interrupções com duração inferior a três minutos, uma vez que a
para essa condição de tempo o DEC e FEC não são calculados.
47

não já foi calculado pela ANEEL?

Dessa forma, o valor do DEC será calculado para cada ocorrência usando a
Equação 3, com os dados coletados e o valor FEC será calculado usando a Equação 4. Desse
modo, é possível mensurar o impacto DEC e FEC para cada tipo de causa. A Tabela 4 traz a
informação das causas que serão analisadas e sua respectiva parcela percentual em relação ao
DEC e FEC total do conjunto.
unidade?
Tabela 4 - Impacto DEC e FEC por causa
DEC Parcela FEC Parcela
Causa
apurado DEC apurado FEC
Árvore ou vegetação 21,22 36,99% 9,42 34,48%
Sobrecarga 4,24 7,39% 1,75 6,39%
Falha de material ou equipamento 8,56 14,92% 5,15 18,84%
Objeto na rede 6,04 10,53% 2,73 10,01%
Total Geral 40,06 69,84% 19,05 73,72%
Fonte: Adaptado de ANEEL (2023).

Além disso, um aspecto relevante para análise é o período de cada ocorrência,


considerando que o sistema pode ser afetado por interferências ambientais que variam ao longo
dos meses do ano, com períodos de chuva e períodos sem chuva, por exemplo. A Tabela 5
apresenta os valores de DEC para cada mês, relacionados a cada causa de interrupção, enquanto
a Tabela 6 mostra os valores de FEC apurados para cada mês, também em relação a cada causa
de interrupção. Essas tabelas fornecem informações valiosas para compreender as variações dos
indicadores ao longo do tempo e em relação às diferentes causas de interrupção.
unidade da medição?

Tabela 5 - DEC calculado por mês e causas


Causa
Mês Árvore Falha de
Objeto Total
ou Sobrecarga material ou
na rede Geral
vegetação equipamento
Janeiro 1,94 0,27 0,92 0,07 3,20
Fevereiro 1,59 0,20 1,16 0,58 3,53
Março 2,85 0,44 0,64 1,36 5,29
Abril 2,10 0,91 0,72 0,57 4,30
Maio 1,17 0,19 0,83 0,25 2,44
Junho 1,06 0,22 0,42 0,13 1,83
Julho 0,54 0,05 0,52 0,16 1,27
Agosto 0,66 0,05 0,20 0,13 1,04
Setembro 1,50 0,12 0,72 0,81 3,15
Outubro 3,61 1,32 0,95 0,97 6,86
Novembro 2,50 0,24 0,50 0,49 3,73
Dezembro 1,70 0,22 0,98 0,52 3,42
48

Total
21,22 4,24 8,56 6,04 40,06
Geral
Fonte: Adaptado de ANEEL (2023).

unidade?

Tabela 6 - FEC calculado por mês e causas


Causa
Árvore Falha de
Mês Objeto Total
ou Sobrecarga material ou
na rede Geral
vegetação equipamento
Janeiro 0,65 0,17 0,28 0,03 1,12
Fevereiro 0,48 0,08 0,65 0,24 1,45
Março 1,07 0,22 0,12 0,48 1,88
Abril 1,06 0,43 0,20 0,27 1,96
Maio 0,84 0,10 0,29 0,19 1,42
Junho 0,98 0,15 0,24 0,10 1,48
Julho 0,40 0,04 1,19 0,17 1,79
Agosto 0,50 0,04 0,10 0,08 0,72
Setembro 1,01 0,04 1,04 0,27 2,36
Outubro 1,07 0,30 0,54 0,35 2,26
Novembro 0,68 0,08 0,10 0,36 1,23
Dezembro 0,69 0,09 0,40 0,19 1,37
Total
9,42 1,75 5,15 2,73 19,05
Geral
Fonte: Adaptado de ANEEL (2023).

O estudo consistirá na análise de variâncias (ANOVA) com o post hoc de Tukey,


com auxílio do software estatístico Rcommander. Assim, serão feitas seis análises as quais são:
a) Análise de variância de DEC e FEC relacionando causa x mês;
b) Análise de variância de DEC e FEC relacionando interrupções por árvore e
vegetação x mês;
c) Análise de variância de DEC e FEC relacionando interrupções por falha de
material e equipamento x mês;
d) Análise de variância de DEC e FEC relacionando interrupções por objeto na
rede x mês;
e) Análise de variância de DEC e FEC relacionando interrupções por sobrecarga
x mês.

3.4.1 Análise de DEC e FEC em relação à causa de interrupção e os meses do ano

A análise inicial considerará dois fatores: o mês das ocorrências e a causa das
ocorrências registradas em cada mês. Será realizada uma ANOVA com dois fatores e nível de
49

confiança de 95% com o objetivo de investigar se existe influência na variação do DEC e FEC
entre o mês do ano e o tipo de causa. As informações para análise estão organizadas na Tabela
7 para o DEC e Tabela 8 para o FEC.

Tabela 7 - DEC médio apurado por mês e causa . Apurado para que lugar?
Causa

Mês Árvore Falha de


Objeto
ou Sobrecarga material ou
na rede
vegetação equipamento
Janeiro 0,0148 0,0046 0,0042 0,0046
Fevereiro 0,0131 0,0024 0,0049 0,0122
Março 0,0151 0,0036 0,0024 0,0125
Abril 0,0120 0,0071 0,0027 0,0068
Maio 0,0095 0,0023 0,0030 0,0052
Junho 0,0092 0,0042 0,0026 0,0047
Julho 0,0051 0,0010 0,0025 0,0047
Agosto 0,0083 0,0017 0,0011 0,0029
Setembro 0,0177 0,0022 0,0042 0,0164
Outubro 0,0218 0,0147 0,0040 0,0128
Novembro 0,0238 0,0074 0,0035 0,0117
Dezembro 0,0129 0,0031 0,0049 0,0111
Fonte: Adaptado de ANEEL (2023).

Tabela 8 - FEC médio apurado por mês e causa de onde?


Causa

Mês Árvore Falha de


Objeto
ou Sobrecarga material ou
na rede
vegetação equipamento
Janeiro 0,0049 0,0029 0,0013 0,0020
Fevereiro 0,0040 0,0010 0,0027 0,0050
Março 0,0056 0,0017 0,0004 0,0044
Abril 0,0061 0,0033 0,0008 0,0032
Maio 0,0068 0,0012 0,0011 0,0039
Junho 0,0086 0,0029 0,0015 0,0034
Julho 0,0038 0,0008 0,0057 0,0051
Agosto 0,0063 0,0014 0,0006 0,0019
Setembro 0,0118 0,0008 0,0060 0,0056
Outubro 0,0064 0,0033 0,0023 0,0046
Novembro 0,0065 0,0025 0,0007 0,0086
Dezembro 0,0052 0,0013 0,0020 0,0040
Fonte: Adaptado de ANEEL (2023).

O objetivo é compreender se esses fatores têm impacto significativo nas variações


dos indicadores mencionados. Por fim, uma vez que identificado se há alguma diferença
50

significativa, será utilizado o teste de Tukey para identificar quais valores estão com diferença
significativa.

3.4.2 Análise de DEC e FEC relacionando interrupções por árvore e vegetação x mês

Nesta etapa do trabalho, será realizada uma avaliação para determinar se há


diferença significativa entre os valores de DEC e FEC em cada um dos meses, considerando
uma única causa: a interrupção do fornecimento de energia elétrica devido a árvores e
vegetação. Após a análise dessa diferença significativa, o teste de Tukey será aplicado para
identificar quais meses apresentam diferença estatisticamente significativa.
Assim, será conduzida uma ANOVA de fator único, com um nível de confiança de
95%. A análise será baseada nos dados fornecidos na Tabela 9 e Tabela 10, que contém as
informações necessárias para realizar essa análise estatística.
Como foi obtido estes dados?
Tabela 9 - DEC médio por árvore e vegetação a cada mês
Mês

Novembro

Dezembro
Fevereiro

Setembro

Outubro
Janeiro

Agosto
Março

Junho

Julho
Abril

Maio

Causa

Árvore
ou 0,015 0,013 0,015 0,012 0,010 0,009 0,005 0,008 0,018 0,022 0,024 0,013
vegetação
Fonte: Autor.
porque não por em potência de 10?
Tabela 10 - FEC médio por árvore e vegetação a cada mês
Mês
Novembro

Dezembro
Fevereiro

Setembro

Outubro
Janeiro

Agosto
Março

Junho

Julho
Abril

Maio

Causa

Árvore
ou 0,005 0,004 0,006 0,006 0,007 0,009 0,004 0,006 0,012 0,006 0,006 0,005
vegetação
Fonte: Autor.

3.4.3 Análise de DEC e FEC relacionando interrupções por falha de material e


equipamento x mês

Mais uma vez, será conduzida uma ANOVA de fator único com um nível de
confiança de 95%, com o objetivo de avaliar se há diferença significativa nos valores de DEC
51

e FEC entre os meses do ano de 2022, relacionados a falhas de material e equipamento. Os


dados pertinentes a essa análise estão organizados na Tabela 11 e Tabela 12.

Tabela 11 - DEC médio por falha de material e equipamento a cada mês.


Causa

Novembro

Dezembro
Fevereiro

Setembro

Outubro
Janeiro

Agosto
Março

Junho

Julho
Abril

Maio
Mês

Falha de
material ou 0,004 0,005 0,002 0,003 0,003 0,003 0,002 0,001 0,004 0,004 0,003 0,005
equipamento
Fonte: Autor.

Tabela 12 - FEC médio por falha de material e equipamento a cada mês.


Causa

Novembro

Dezembro
Fevereiro

Setembro

Outubro
Janeiro

Agosto
Março

Junho

Julho
Abril

Maio

Mês

Falha de
material ou 0,001 0,003 0,000 0,001 0,001 0,002 0,006 0,001 0,006 0,002 0,001 0,002
equipamento
Fonte: Autor.
margens

Após realizar essa análise estatística, caso sejam identificadas diferenças


significativas, será aplicado novamente o teste de Tukey para determinar quais meses
apresentam diferenças estatisticamente significativas. Esse processo auxiliará na identificação
de padrões ou variações específicas relacionadas às falhas de material e equipamento ao longo
do ano.

3.4.4 Análise de DEC e FEC relacionando interrupções por objeto x mês

A análise de variância será conduzida utilizando os dados organizados na Tabela


13 e Tabela 14. Neste caso, o estudo visa investigar a influência do mês nos valores de DEC e
FEC relacionados à causa de interrupção devido a objeto na rede. Portanto, essa análise se
configura como uma ANOVA de fator único.
Assim como nas análises anteriores, a ANOVA será realizada com um nível de
confiança de 95%. Isso permitirá avaliar se existem diferenças significativas nos valores de
DEC e FEC entre os meses em relação a essa causa específica de interrupção na rede.
52

Tabela 13 – DEC médio por objeto na rede a cada mês


Mês

Novembro

Dezembro
Fevereiro

Setembro

Outubro
Janeiro

Agosto
Março

Junho

Julho
Abril

Maio
Causa

Objeto
na 0,005 0,012 0,012 0,007 0,005 0,005 0,005 0,003 0,016 0,013 0,012 0,011
rede
Fonte: Autor.

Tabela 14 – FEC médio por objeto na rede a cada mês.


Mês

Novembro

Dezembro
Fevereiro

Setembro

Outubro
Janeiro

Agosto
Março

Junho

Julho
Abril

Maio

Causa

Objeto
na 0,002 0,005 0,004 0,003 0,004 0,003 0,005 0,002 0,006 0,005 0,009 0,004
rede
Fonte: Autor.

3.4.5 Análise de DEC e FEC relacionando interrupções por sobrecarga x mês

Por fim, na última análise, o foco será entre as interrupções do fornecimento de


energia elétrica causadas por sobrecarga no sistema de distribuição. Será avaliada a existência
de diferença significativa entre os valores de DEC e FEC registrados nos diferentes meses do
ano abrangidos pelos dados. Para isso, será realizada uma nova análise estatística utilizando
uma ANOVA de fator único, com um nível de confiança de 95%. Os valores necessários para
a realização dessa ANOVA estão apresentados na Tabela 15 e Tabela 16.

Tabela 15 – DEC médio por sobrecarga a cada mês.


Mês
Novembro

Dezembro
Fevereiro

Setembro

Outubro
Janeiro

Agosto
Março

Junho

Julho
Abril

Maio

Causa

Sobrecarga 0,005 0,002 0,004 0,007 0,002 0,004 0,001 0,002 0,002 0,015 0,007 0,003
Fonte: Autor.
53

Tabela 16 - FEC médio por sobrecarga a cada mês.


Mês

Novembro

Dezembro
Fevereiro

Setembro

Outubro
Janeiro

Agosto
Março

Junho

Julho
Abril

Maio
Causa

Sobrecarga 0,003 0,001 0,002 0,003 0,001 0,003 0,001 0,001 0,001 0,003 0,003 0,001
Fonte: Autor.

Essa etapa permitirá identificar se há variações estatisticamente significativas nos


valores de DEC e FEC entre os meses em relação às interrupções causadas por sobrecarga no
sistema de distribuição elétrica.
54

Não ficou claro qual foi a análise.

4 RESULTADOS DAS ANÁLISES

Nesta seção, serão expostos os resultados decorrentes das análises realizadas no


capítulo anterior, referentes aos indicadores coletivos de continuidade do fornecimento de
energia elétrica. Para essa finalidade, foram conduzidas análises de variância, contemplando
cinco cenários distintos, conforme demonstrado na Tabela 17.
A partir de cada análise, foram geradas tabelas ANOVA contendo os principais
parâmetros relevantes para a análise. Essas tabelas serão apresentadas nas próximas seções.

Tabela 17 - Tabela-Resumo das análises realizadas

Análise
1 2 3 4 5
estatística

ANOVA Fator Duplo Fator Único Fator Único Fator Único Fator Único
Mês
Mês Mês
Mês relacionado
Fator de Meses e relacionado relacionado
relacionado a falha de
interesse causas a objeto na a
a vegetação material e
rede sobrecarga
equipamento
Nível de
confiança 95 95 95 95 95
(%)
Investigar Investigar Investigar Investigar
Investigar se
se há se há se há se há
há diferença
diferença diferença diferença diferença
significativa
significativa significativa significativa significativa
de DEC e
de DEC e de DEC e de DEC e de DEC e
Objetivo FEC entre
FEC entre FEC entre FEC entre FEC entre
os meses do
os meses do os meses do os meses do os meses do
ano e a
ano e as ano e a ano e a ano e a
causa
quatro causa causa causa
específica
causas específica específica específica
Fonte: Autor.

4.1 Análise entre as causas de interrupção e os meses do ano

Nesta seção serão apresentadas a análise de variância para dois fatores para o DEC
e FEC, sendo estes fatores os meses do ano de 2022 e as quatro causas destacadas no capítulo
anterior.
55

4.1.1 Análise de DEC

A aplicação da análise de variância com fator duplo nos dados da Tabela 7 através
do software R, com auxílio da biblioteca Rcommander apresentou bons resultados e estão
organizados na Tabela 18.

Tabela 18 - ANOVA de dois fatores mês e causa em relação ao DEC


Fonte da
SQ gl F valor-P
variação
Causa 0,1093 3 57,2049 2,20E-16 ***
Mês 0,0321 11 4,5799 0,0000005784 ***
Causa - Mês 0,0315 33 1,5004 0,03297 *
Resíduo 3,5153 5519
Fonte: Autor.

Com base na tabela ANOVA fornecida, os valores de F revelam diferenças


significativas nos valores de DEC em 2022 entre as causas analisadas e também entre os meses
do ano. Ainda mais, a análise indica que a interação entre a causa e o mês apresenta diferença
significativa.
Em outras palavras, os resultados indicam que as diferentes causas de interrupção
têm um impacto significativo no valor de DEC, assim como os meses do ano também
influenciam na variação desse indicador. Além disso, foi identificada uma interação
significativa entre as causas e os meses, o que sugere que o efeito da causa na variação de DEC
foi afetado pela variação sazonal ao longo do ano.

4.1.1.1 Análise do DEC entre as causas em relação as causas?

É possível visualizar qualitativamente os dados estudados por meio do boxplot


apresentado no Gráfico 5. Nota-se que os valores mínimos e a mediana do DEC apurado para
as quatro causas no ano de 2022 são semelhantes. No entanto, é importante destacar que existem
diferenças significativas entre os valores máximos e os valores do terceiro quartil para cada
causa analisada.
56

Gráfico 5 - Boxplot dos valores de DEC medidos por causa

Fonte: Autor.

Considerando essas observações, pode-se concluir que as interrupções relacionadas


a diferentes causas apresentam variabilidades distintas no que diz respeito à duração dos
eventos. As causas que apresentam maior amplitude entre os valores máximos e os quartis são
o que quer dispersão no tempo? resultando? numa?
aquelas que possuem uma maior dispersão no tempo de interrupção, indicando uma maior
causa de interrupção
variabilidade no DEC apurado para cada interrupção de energia elétrica, confirmando o
Não compreendi esta conclusão.
resultado apresentado pela análise de variância.
Para identificar quais causas e quais meses tem diferença significativa em suas
médias, o teste de Tukey é aplicado sobre os dados da Tabela 19 e seu resultado é apresentado
descrever isto na revisão bibliográfica.
na Tabela 20.
como foi levantado?

Tabela 19 - Média e desvio padrão do DEC apurado por causa em 2022


Causa Média Desvio padrão Nº de dados
Falha de material ou equipamento 0,003338946 0,01854232 2564
Sobrecarga 0,004963465 0,02442184 854
Objeto na rede 0,009694994 0,02129875 623
Árvore ou vegetação 0,013902768 0,03536037 1256
Fonte: Autor.

Tabela 20 - Resultado do teste Tukey em relação às causas e o DEC


Erro
Causa A Causa B Estimativa Valor t Pr(>|t|)
estudentizado
Falha de
Árvore ou < 0,0001
material ou -0,0105638 0,0008201 -12,882
vegetação ***
equipamento
Objeto na Árvore ou
-0,0042078 0,0012059 -3,489 0,00255 **
rede vegetação
Árvore ou < 0,0001
Sobrecarga -0,0089393 0,0010839 -8,247
vegetação ***
Falha de
Objeto na < 0,0001
material ou 0,006356 0,0011329 5,610
rede ***
equipamento

Porque tem causa A, Causa B, Estimativa, Erro estudentizado, Valor t, pr(>t)


57

Falha de
Sobrecarga material ou 0,0016245 0,0010021 1,621 0,35914
equipamento
Objeto na
Sobrecarga -0,0047315 0,0013364 -3,540 0,00202 **
rede
Fonte: Autor.

Ao analisar a Tabela 20, observa-se que o valor médio de DEC apurado para
interrupções causadas por árvore e vegetação apresenta diferença significativa em relação às
outras causas. Isso confirma que essa causa é a mais impactante em termos de interrupções
registradas e seu efeito no DEC. Ao comparar as interrupções por sobrecarga e falha de material
e equipamento, verifica-se que ambas não diferem significativamente em seus valores médios,
ou seja, contribuem de forma semelhante para o DEC apurado em 2022 para cada ocorrência.
Por fim, a média do DEC apurado para objeto na rede apresenta diferença significativa em
relação às outras falhas, embora em uma diferença menor quando comparada às diferenças
observadas para árvore e vegetação.
Portanto, com base nas médias apresentadas na Tabela 19, pode-se concluir que:
a) As interrupções causadas por árvore ou vegetação na rede têm um impacto
maior no DEC em comparação com as outras causas, para cada interrupção;
b) As interrupções causadas por sobrecarga e falha de material e equipamento têm
impactos semelhantes no DEC e menor que as demais causas;
c) As interrupções causadas por objeto na rede têm um impacto maior no DEC
em comparação com os valores apurados para sobrecarga e falha de material e
equipamento e menor que árvore e vegetação na rede para cada interrupção.

4.1.1.2 Análise do DEC entre os meses

É possível observar as características qualitativas do DEC apurado mensalmente ao


longo de 2022. A análise do boxplot apresentado no Gráfico 6 mostra que há variação entre as
medianas de cada mês, assim como entre os valores do primeiro e terceiro quartis. Além disso,
observa-se também variação nos valores máximos medidos.
58

Gráfico 6 - Boxplot dos valores de DEC medidos por mês

Fonte: Autor.

É importante destacar que somente os meses de maio e julho apresentam


características semelhantes em relação ao valor de DEC apurado. Isso indica que esses dois
meses têm um comportamento similar em termos de continuidade do fornecimento de energia
elétrica, enquanto os demais meses apresentam diferenças entre si.

Tabela 21 - Média e desvio padrão do DEC apurado por mês em 2022


Mês Média Desvio padrão Nº de dados
Outubro 0,012056002 0,042323575 569
Novembro 0,011546667 0,034496602 323
Setembro 0,008767025 0,024111147 359
Março 0,007641792 0,024561323 692
Dezembro 0,007641313 0,025629342 447
Janeiro 0,007532737 0,023964091 425
Fevereiro 0,007221651 0,020452706 489
Abril 0,006616872 0,029527095 650
Junho 0,005141 0,01556165 356
Maio 0,004588481 0,016707573 532
Julho 0,003211977 0,01266114 394
Agosto 0,003155046 0,009029949 331
Fonte: Autor.

Portanto, os resultados da Tabela 18 corroboram a interpretação do boxplot, uma


vez que comprovam que há diferenças significativas entre as médias de DEC apurado ao longo
de 2022. Através do teste de Tukey, foi possível realizar comparações entre as médias de cada
mês, apresentadas na Tabela 21. Isso permitiu identificar quais meses possuem valores que
diferem significativamente, possibilitando sua organização em grupos distintos. Os resultados
do teste de Tukey estão detalhados na Tabela 22.
59

Tabela 22 - Resultado do teste Tukey em relação aos meses e o DEC


Erro
Mês A Mês B Estimativa Valor t Pr(>|t|)
estudentizada
Agosto Abril -0,0034618261 0,0017323384 -1,998 0,6903
Dezembro Abril 0,0010244407 0,0015763831 0,650 1,0000
Fevereiro Abril 0,0006047793 0,0015357469 0,394 1,0000
Janeiro Abril 0,0009158649 0,0016003759 0,572 1,0000
Julho Abril -0,0034048952 0,0016380018 -2,079 0,6340
Junho Abril -0,0014758721 0,0016915554 -0,872 0,9993
Maio Abril -0,0020283903 0,0014999098 -1,352 0,9713
Março Abril 0,0010249199 0,0014013139 0,731 0,9999
Novembro Abril 0,0049297957 0,0017464952 2,823 0,1678
Outubro Abril 0,0054391298 0,0014728481 3,693 0,0123 *
Setembro Abril 0,0021501529 0,0016869825 1,275 0,9819
Dezembro Agosto 0,0044862669 0,0018603341 2,412 0,3937
Fevereiro Agosto 0,0040666055 0,0018260279 2,227 0,5257
Janeiro Agosto 0,0043776911 0,0018807079 2,328 0,4524
Julho Agosto 0,0000569309 0,0019128275 0,030 1,0000
Junho Agosto 0,0019859541 0,0019588820 1,014 0,9973
Maio Agosto 0,0014334358 0,0017959924 0,798 0,9997
Março Agosto 0,0044867461 0,0017145086 2,617 0,2666
Novembro Agosto 0,0083916218 0,0020065155 4,182 <0,01 **
Outubro Agosto 0,0089009559 0,0017734544 5,019 <0,01 ***
Setembro Agosto 0,0056119790 0,0019549346 2,871 0,1485
Fevereiro Dezembro -0,0004196614 0,0016787988 -0,250 1,0000
Janeiro Dezembro -0,0001085758 0,0017381167 -0,062 1,0000
Julho Dezembro -0,0044293360 0,0017728216 -2,498 0,3375
Junho Dezembro -0,0025003128 0,0018224177 -1,372 0,9680
Maio Dezembro -0,0030528311 0,0016460790 -1,855 0,7836
Março Dezembro 0,0000004792 0,0015567682 0,000 1,0000
Novembro Dezembro 0,0039053549 0,0018735239 2,084 0,6299
Outubro Dezembro 0,0044146891 0,0016214586 2,723 0,2124
Setembro Dezembro 0,0011257122 0,0018181740 0,619 1,0000
Janeiro Fevereiro 0,0003110856 0,0017013478 0,183 1,0000
Julho Fevereiro -0,0040096746 0,0017367876 -2,309 0,4664
Junho Fevereiro -0,0020806514 0,0017873839 -1,164 0,9913
Maio Fevereiro -0,0026331697 0,0016072059 -1,638 0,8928
Março Fevereiro 0,0004201406 0,0015156062 0,277 1,0000
Novembro Fevereiro 0,0043250163 0,0018394637 2,351 0,4351
Outubro Fevereiro 0,0048343505 0,0015819807 3,056 0,0913 .
Setembro Fevereiro 0,0015453736 0,0017830568 0,867 0,9994
Julho Janeiro -0,0043207602 0,0017941894 -2,408 0,3957
Junho Janeiro -0,0023917370 0,0018432106 -1,298 0,9791
Maio Janeiro -0,0029442553 0,0016690702 -1,764 0,8351
Março Janeiro 0,0001090550 0,0015810586 0,069 1,0000
60

Novembro Janeiro 0,0040139307 0,0018937558 2,120 0,6042


Outubro Janeiro 0,0045232649 0,0016447939 2,750 0,1988
Setembro Janeiro 0,0012342879 0,0018390149 0,671 0,9999
Junho Julho 0,0019290232 0,0018759723 1,028 0,9970
Maio Julho 0,0013765049 0,0017051809 0,807 0,9997
Março Julho 0,0044298152 0,0016191335 2,736 0,2055
Novembro Julho 0,0083346909 0,0019256578 4,328 <0,01 ***
Outubro Julho 0,0088440250 0,0016814262 5,260 <0,01 ***
Setembro Julho 0,0055550481 0,0018718501 2,968 0,1169
Maio Junho -0,0005525183 0,0017566878 -0,315 1,0000
Março Junho 0,0025007920 0,0016732911 1,495 0,9412
Novembro Junho 0,0064056677 0,0019714126 3,249 0,0519 .
Outubro Junho 0,0069150019 0,0017336389 3,989 <0,01 **
Setembro Junho 0,0036260249 0,0019188883 1,890 0,7629
Março Maio 0,0030533103 0,0014792812 2,064 0,6444
Novembro Maio 0,0069581860 0,0018096512 3,845 <0,01 **
Outubro Maio 0,0074675201 0,0015472148 4,826 <0,01 ***
Setembro Maio 0,0041785432 0,0017522849 2,385 0,4129
Novembro Março 0,0039048757 0,0017288114 2,259 0,5019
Outubro Março 0,0044142099 0,0014518350 3,040 0,0949 .
Setembro Março 0,0011252329 0,0016686682 0,674 0,9999
Outubro Novembro 0,0005093341 0,0017872855 0,285 1,0000
Setembro Novembro -0,0027796428 0,0019674903 -1,413 0,9604
Setembro Outubro -0,0032889769 0,0017291773 -1,902 0,7545
Fonte: Autor.

Para melhor interpretação dos resultados, os meses são separados em grupos


identificados por letras do alfabeto. A Tabela 23 apresenta os grupos e quais meses fazem parte
de cada grupo. Além disso está organizado em ordem decrescente de média, sendo o grupo C
apresentando maior média e o grupo B menor média.

Tabela 23 - Agrupamento dos meses em relação à média de DEC


Grupo Mês
C Outubro
AC Novembro
Janeiro
Fevereiro
BC Março
Setembro
Dezembro
Abril
AB
Junho
Maio
B
Julho
61

Agosto
Fonte: Autor.

Portanto, com base nos agrupamentos apresentadas na Tabela 23 pode-se concluir


que:
a) as interrupções registradas no mês de outubro demonstram interrupções com
valores mais elevados de DEC apurado;
b) as interrupções registradas no mês de novembro demonstram interrupções com
valores mais elevados de DEC apurado, ficando abaixo apenas do mês de
outubro;
c) as interrupções do grupo AB possuem características semelhantes quanto a sua
duração equivalente por unidade consumidora. Este grupo apresenta
interrupções onde o seu DEC médio não varia significativamente de um para o
outro. Contudo, suas interrupções impactam em média mais que as
interrupções dos meses do grupo B;
d) os meses do grupo B apresentam interrupções em que seu valor médio de DEC
apurado para cada interrupção é o menor em comparação com os demais meses.
Esse valor médio apresenta uma diferença significativa entre a média dos
demais meses. Dessa forma, conclui-se que os meses de maio, julho e agosto
são os meses em que o DEC medido para cada interrupção possui os menores
valores.
De acordo com as conclusões mencionadas acima, é recomendado dar atenção
especial aos meses de outubro e novembro, pois esses meses apresentam interrupções que
tendem a ter um DEC médio superior aos demais meses.

4.1.2 Análise de FEC

Os resultados da análise de variância de dois fatores em relação a causa de


interrupção e o mês da interrupção estão apresentados na Tabela 24.

Tabela 24 - ANOVA de dois fatores mês e causa em relação ao FEC


Fonte da
SQ gl F valor-P
variação
Causa 0,01885 3 14,849 0,000000001257 ***
Mês 0,00613 11 1,316 0,2082
Causa - Mês 0,0089 33 0,637 0,9469
Resíduo 2,33576 5519
Fonte: Autor.
62

Essa análise conclui que:


a) para o fator causa, o valor de F é igual a 14,849 e o valor-P é igual a
0,000000001257. Isso indica que a hipótese nula deve ser descartada e existe
uma diferença significativa entre as médias dos grupos definidos pelas
diferentes causas. A influência da causa na variável analisada é estatisticamente
relevante;
b) para o fator mês, o valor de F é igual a 1,316 e o valor-P é 0,22082. Esse valor
indica que não há uma diferença significativa entre as médias dos grupos
definidos pelos diferentes meses. A variação observada na variável analisada
não pode ser atribuída ao fator mês;
c) para a relação entre o fator causa-mês, o valor de F é igual a 0,637 e o valor-P
é igual a 0,9469. Esse valor indica que não há uma diferença significativa nas
médias dos grupos definidos pela interação entre causa e mês. Isso significa
que a combinação específica de causa e mês não tem um efeito estatisticamente
relevante na variável analisada.

4.1.2.1 Análise do FEC 2022 entre as causas

Para análise mais aprofundada das diferenças significativas entre o FEC médio das
causas, o teste de Tukey foi aplicado para fazer comparações entre as médias de cada mês,
apresentadas na Tabela 25.

Tabela 25 - Média e desvio padrão do FEC apurado por causas em 2022


Causa Média Desvio padrão Nº de dados
Árvore e vegetação 0,006172421 0,016348079 1526
Objeto na rede 0,00438846 0,009676221 623
Sobrecarga 0,002045237 0,011141295 854
Falha de material e equipamento 0,002007581 0,026346644 2564
Fonte: Autor.

Os resultados do teste de Tukey são apresentados na Tabela 26. Esse teste


complementar identifica quais causas apresentam valores médios de FEC com diferença
significativa. O que permite o agrupamento dos meses em grupos distintos de acordo com a
diferença das suas médias.

Tabela 26 - Resultado do teste Tukey em relação às causas e o FEC


Erro
Causa A Causa B Estimativa Valor t Pr(>|t|)
estudentizado
Falha de material -
Árvore ou vegetação 0,00066463 -6,266 <0,001 ***
ou equipamento 0,00416484
63

-
Objeto na rede Árvore ou vegetação 0,00097735 -1,825 0,2549
0,00178396
-
Sobrecarga Árvore ou vegetação 0,00087848 -4,698 <0,001 ***
0,00412718
Falha de material ou
Objeto na rede 0,00238088 0,00091821 2,593 0,0453 *
equipamento
Falha de material ou
Sobrecarga 0,00003766 0,00081218 0,046 1,0000
equipamento
-
Sobrecarga Objeto na rede 0,0010831 -2,163 0,1294
0,00234322
Fonte: Autor.

Portanto, de acordo com os resultados do teste de Tukey apresentado na Tabela 26,


todas as causas tem uma frequência que varia significativamente entre si. Além disso, pode-se
concluir que:
a) as interrupções decorrentes de árvore e vegetação têm uma frequência média
consideravelmente superior em relação às outras causas;
b) a média do FEC das interrupções causadas por objeto na rede é
significativamente diferente das demais causas. Essa causa tem um impacto
menor no FEC em comparação com árvore e vegetação, porém é superior às
demais causas. Em resumo, as interrupções devido a objeto na rede têm um
efeito moderado no FEC quando comparadas com árvore e vegetação, mas
ainda superam o FEC médio apurado para falha de material e equipamento e
sobrecarga;
c) em relação às interrupções causadas por sobrecarga, esta tem um FEC médio
apurado no decorrer do ano que fica acima apenas do FEC médio das
interrupções causados por falha de material e equipamento, pois esta tem o
menor impacto médio dentre todas as outras causas.

4.2 Análise entre os meses do ano para interrupções causadas por árvore e vegetação na
rede

Nesta seção serão apresentadas as análises de variância de um fator para o DEC e


FEC, sendo este fator os meses do ano de 2022 e somente para as interrupções causadas por
árvore e vegetação.
64

4.2.1 Análise do DEC

A Tabela 27 apresenta o resultado da análise de variância do DEC apurado em cada


mês do ano. Logo, o valor-P apresentado na tabela indica que a hipótese nula é falsa e indica
que há variação significativa entre os meses do ano na influência de DEC causado por árvore e
vegetação.

Tabela 27 – Análise de variância do DEC apurados entre os meses ocasionados por árvore e vegetação
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P
Mês 0,0383 11 0,003486 2,825 0,00116 **
Resíduo 1,8684 1514 0,001234
Fonte: Autor.

Para análise mais aprofundada das diferenças significativas entre o DEC dos meses
de 2022, o teste de Tukey foi aplicado para fazer comparações entre as médias de cada mês,
apresentadas na Tabela 28. Isso permitiu identificar quais meses possuem valores que diferem
significativamente, possibilitando sua organização em grupos distintos.

Tabela 28 - Média e desvio padrão por mês do DEC ocasionado por árvore e vegetação
Mês Média Desvio padrão Nº de dados
Novembro 0,023783225 0,05205816 105
Outubro 0,021764927 0,06087328 166
Setembro 0,017676105 0,03096132 85
Março 0,015077977 0,03629057 189
Janeiro 0,014803614 0,02778116 131
Fevereiro 0,013102357 0,02196615 121
Dezembro 0,012883927 0,03200971 132
Abril 0,011995942 0,0353668 175
Maio 0,009533084 0,02192744 123
Junho 0,009193413 0,01909913 115
Agosto 0,008347667 0,01591782 79
Julho 0,005136161 0,01276885 105
Fonte: Autor.

Os resultados do teste de Tukey são apresentados na Tabela 29. Esse teste


complementar identifica quais causas apresentam valores médios de DEC com diferença
significativa.

Tabela 29 - Resultado do teste Tukey em relação aos meses do DEC ocasionado por árvore e vegetação
Erro
Mês A Mês B Estimativa Valor t Pr(>|t|)
estudentizado
Agosto Abril -0,0036483 0,0047617 -0,766 0,9998
Dezembro Abril 0,000888 0,0040499 0,219 1,0000
65

Fevereiro Abril 0,0011064 0,0041535 0,266 1,0000


Janeiro Abril 0,0028077 0,0040587 0,692 0,9999
Julho Abril -0,0068598 0,0043365 -1,582 0,9138
Junho Abril -0,0028025 0,004217 -0,665 1,0000
Maio Abril -0,0024629 0,0041335 -0,596 1,0000
Março Abril 0,003082 0,0036853 0,836 0,9996
Novembro Abril 0,0117873 0,0043365 2,718 0,2144
Outubro Abril 0,009769 0,0038061 2,567 0,2960
Setembro Abril 0,0056802 0,0046445 1,223 0,9868
Dezembro Agosto 0,0045363 0,0049971 0,908 0,9990
Fevereiro Agosto 0,0047547 0,0050814 0,936 0,9987
Janeiro Agosto 0,0064559 0,0050042 1,290 0,9798
Julho Agosto -0,0032115 0,0052321 -0,614 1,0000
Junho Agosto 0,0008457 0,0051335 0,165 1,0000
Maio Agosto 0,0011854 0,0050651 0,234 1,0000
Março Agosto 0,0067303 0,0047065 1,430 0,9565
Novembro Agosto 0,0154356 0,0052321 2,950 0,1220
Outubro Agosto 0,0134173 0,0048017 2,794 0,1814
Setembro Agosto 0,0093284 0,0054901 1,699 0,8662
Fevereiro Dezembro 0,0002184 0,0044214 0,049 1,0000
Janeiro Dezembro 0,0019197 0,0043324 0,443 1,0000
Julho Dezembro -0,0077478 0,0045938 -1,687 0,8723
Junho Dezembro -0,0036905 0,0044812 -0,824 0,9996
Maio Dezembro -0,0033508 0,0044026 -0,761 0,9998
Março Dezembro 0,0021941 0,0039849 0,551 1,0000
Novembro Dezembro 0,0108993 0,0045938 2,373 0,4212
Outubro Dezembro 0,008881 0,0040968 2,168 0,5684
Setembro Dezembro 0,0047922 0,0048855 0,981 0,9980
Janeiro Fevereiro 0,0017013 0,0044294 0,384 1,0000
Julho Fevereiro -0,0079662 0,0046854 -1,700 0,8657
Junho Fevereiro -0,0039089 0,004575 -0,854 0,9994
Maio Fevereiro -0,0035693 0,0044981 -0,794 0,9997
Março Fevereiro 0,0019756 0,0040901 0,483 1,0000
Novembro Fevereiro 0,0106809 0,0046854 2,280 0,4874
Outubro Fevereiro 0,0086626 0,0041992 2,063 0,6453
Setembro Fevereiro 0,0045737 0,0049717 0,920 0,9989
Julho Janeiro -0,0096675 0,0046015 -2,101 0,6179
Junho Janeiro -0,0056102 0,0044891 -1,250 0,9843
Maio Janeiro -0,0052705 0,0044107 -1,195 0,9890
Março Janeiro 0,0002744 0,0039938 0,069 1,0000
Novembro Janeiro 0,0089796 0,0046015 1,951 0,7226
Outubro Janeiro 0,0069613 0,0041055 1,696 0,8684
Setembro Janeiro 0,0028725 0,0048928 0,587 1,0000
Junho Julho 0,0040573 0,0047418 0,856 0,9994
Maio Julho 0,0043969 0,0046676 0,942 0,9986
66

Março Julho 0,0099418 0,0042759 2,325 0,4543


Novembro Julho 0,0186471 0,0048484 3,846 <0,01 **
Outubro Julho 0,0166288 0,0043804 3,796 <0,01 **
Setembro Julho 0,0125399 0,0051257 2,447 0,3702
Maio Junho 0,0003397 0,0045568 0,075 1,0000
Março Junho 0,0058846 0,0041546 1,416 0,9595
Novembro Junho 0,0145898 0,0047418 3,077 0,0875 .
Outubro Junho 0,0125715 0,0042621 2,950 0,1235
Setembro Junho 0,0084827 0,005025 1,688 0,8713
Março Maio 0,0055449 0,0040698 1,362 0,9695
Novembro Maio 0,0142501 0,0046676 3,053 0,0929 .
Outubro Maio 0,0122318 0,0041795 2,927 0,1294
Setembro Maio 0,008143 0,004955 1,643 0,8904
Novembro Março 0,0087052 0,0042759 2,036 0,6650
Outubro Março 0,006687 0,0037369 1,789 0,8204
Setembro Março 0,0025981 0,0045879 0,566 1,0000
Outubro Novembro -0,0020183 0,0043804 -0,461 1,0000
Setembro Novembro -0,0061071 0,0051257 -1,191 0,9893
Setembro Outubro -0,0040888 0,0046854 -0,873 0,9993
Fonte: Autor.

De acordo com os resultados apresentados na Tabela 29, pode-se obter as seguintes


conclusões:
a) Os meses de outubro e novembro se destacam por apresentarem o maior DEC
médio de 2022, sendo significativamente diferente dos demais meses do ano.
Isso indica a necessidade de maior atenção e foco em manutenção relacionada
a árvores e vegetação na rede nos períodos que antecedem estes meses;
b) Em contrapartida, o mês de julho se destaca por ter o menor DEC médio de
2022, diferindo significativamente dos demais meses. Isso significa que as
interrupções causadas por árvores e vegetação na rede têm um impacto menor
no DEC durante o mês de julho;
c) Os demais meses do ano apresentam médias semelhantes, e esses valores
médios são significativamente diferentes dos valores médios observados em
janeiro e julho. Portanto, conclui-se que nesses períodos do ano há um padrão
consistente no impacto das interrupções causadas por árvores e vegetação na
rede.

4.2.2 Análise do FEC

O resultado da análise de variância que relaciona os valores de FEC apurado em


2022 para as interrupções causadas por árvore e vegetação é apresentado na Tabela 30.
67

Tabela 30 - Análise de variância do FEC apurados entre os meses ocasionados por árvore e vegetação
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P
Mês 0,005 11 0,0004558 1,714 0,0648 .
Resíduo 0,4026 1514 0,0002659
Fonte: Autor.

O valor de F e o valor-P indicam que a hipótese nula é rejeitada. Portanto, com base
na análise de variância realizada, há diferenças significativas no FEC em 2022 entre os meses
do ano em relação às interrupções causadas por árvores e vegetação na rede. Isso sugere que as
interrupções decorrentes dessa causa apresentam períodos do ano de maior frequência
equivalente.
Para análise mais aprofundada das diferenças significativas entre o FEC dos meses
de 2022, o teste de Tukey foi aplicado para fazer comparações entre as médias de cada mês,
apresentadas na Tabela 31. Isso permitiu identificar quais meses possuem valores que diferem
significativamente, possibilitando sua organização em grupos distintos.

Tabela 31 - Média e desvio padrão por mês do FEC ocasionado por árvore e vegetação
Mês Média Desvio padrão Nº de dados
Setembro 0,011836051 0,033710657 85
Junho 0,008561281 0,01790298 115
Maio 0,00681785 0,015426074 123
Novembro 0,00646355 0,014546095 105
Outubro 0,006445434 0,015865482 166
Agosto 0,006278947 0,010232916 79
Abril 0,00608501 0,022417697 175
Março 0,005644797 0,015173526 189
Dezembro 0,005216601 0,010107259 132
Janeiro 0,00493446 0,010873548 131
Fevereiro 0,003983797 0,005707635 121
Julho 0,003775882 0,007864049 105
Fonte: Autor.

Os resultados do teste de Tukey são apresentados na Tabela 32. Esse teste


complementar identifica quais causas apresentam valores médios de DEC com diferença
significativa.

Tabela 32 - Resultado do teste Tukey em relação aos meses do FEC ocasionado por árvore e vegetação
Erro
Mês A Mês B Estimativa Valor t Pr(>|t|)
estudentizado
Agosto Abril 0,00019394 0,00221022 0,088 1,000
Dezembro Abril -0,00086841 0,00187981 -0,462 1,000
Fevereiro Abril -0,00210121 0,0019279 -1,090 0,995
Janeiro Abril -0,00115055 0,0018839 -0,611 1,000
68

Julho Abril -0,00230913 0,00201287 -1,147 0,992


Junho Abril 0,00247627 0,00195741 1,265 0,983
Maio Abril 0,00073284 0,00191861 0,382 1,000
Março Abril -0,00044021 0,00171061 -0,257 1,000
Novembro Abril 0,00037854 0,00201287 0,188 1,000
Outubro Abril 0,00036042 0,00176667 0,204 1,000
Setembro Abril 0,00575104 0,0021558 2,668 0,241
Dezembro Agosto -0,00106235 0,00231948 -0,458 1,000
Fevereiro Agosto -0,00229515 0,00235863 -0,973 0,998
Janeiro Agosto -0,00134449 0,0023228 -0,579 1,000
Julho Agosto -0,00250307 0,00242857 -1,031 0,997
Junho Agosto 0,00228233 0,00238281 0,958 0,998
Maio Agosto 0,0005389 0,00235104 0,229 1,000
Março Agosto -0,00063415 0,00218461 -0,290 1,000
Novembro Agosto 0,0001846 0,00242857 0,076 1,000
Outubro Agosto 0,00016649 0,00222877 0,075 1,000
Setembro Agosto 0,0055571 0,00254829 2,181 0,559
Fevereiro Dezembro -0,0012328 0,00205225 -0,601 1,000
Janeiro Dezembro -0,00028214 0,00201097 -0,140 1,000
Julho Dezembro -0,00144072 0,00213228 -0,676 1,000
Junho Dezembro 0,00334468 0,00208 1,608 0,904
Maio Dezembro 0,00160125 0,00204353 0,784 1,000
Março Dezembro 0,0004282 0,00184963 0,232 1,000
Novembro Dezembro 0,00124695 0,00213228 0,585 1,000
Outubro Dezembro 0,00122883 0,00190159 0,646 1,000
Setembro Dezembro 0,00661945 0,00226769 2,919 0,132
Janeiro Fevereiro 0,00095066 0,002056 0,462 1,000
Julho Fevereiro -0,00020792 0,00217479 -0,096 1,000
Junho Fevereiro 0,00457748 0,00212356 2,156 0,578
Maio Fevereiro 0,00283405 0,00208786 1,357 0,970
Março Fevereiro 0,001661 0,00189849 0,875 0,999
Novembro Fevereiro 0,00247975 0,00217479 1,140 0,993
Outubro Fevereiro 0,00246164 0,00194915 1,263 0,983
Setembro Fevereiro 0,00785225 0,00230771 3,403 0,0327 *
Julho Janeiro -0,00115858 0,00213588 -0,542 1,000
Junho Janeiro 0,00362682 0,00208369 1,741 0,846
Maio Janeiro 0,00188339 0,00204729 0,920 0,999
Março Janeiro 0,00071034 0,00185378 0,383 1,000
Novembro Janeiro 0,00152909 0,00213588 0,716 1,000
Outubro Janeiro 0,00151097 0,00190563 0,793 1,000
Setembro Janeiro 0,00690159 0,00227108 3,039 0,0965 .
Junho Julho 0,0047854 0,00220099 2,174 0,564
Maio Julho 0,00304197 0,00216656 1,404 0,962
Março Julho 0,00186892 0,00198472 0,942 0,999
Novembro Julho 0,00268767 0,00225046 1,194 0,989
69

Outubro Julho 0,00266955 0,00203323 1,313 0,977


Setembro Julho 0,00806017 0,00237916 3,388 0,0344 *
Maio Junho -0,00174343 0,00211513 -0,824 1,000
Março Junho -0,00291648 0,00192845 -1,512 0,936
Novembro Junho -0,00209773 0,00220099 -0,953 0,999
Outubro Junho -0,00211585 0,00197834 -1,070 0,996
Setembro Junho 0,00327477 0,00233242 1,404 0,962
Março Maio -0,00117305 0,00188905 -0,621 1,000
Novembro Maio -0,0003543 0,00216656 -0,164 1,000
Outubro Maio -0,00037242 0,00193996 -0,192 1,000
Setembro Maio 0,0050182 0,00229996 2,182 0,558
Novembro Março 0,00081875 0,00198472 0,413 1,000
Outubro Março 0,00080064 0,00173452 0,462 1,000
Setembro Março 0,00619125 0,00212954 2,907 0,137
Outubro Novembro -0,00001812 0,00203323 -0,009 1,000
Setembro Novembro 0,0053725 0,00237916 2,258 0,502
Setembro Outubro 0,00539062 0,00217482 2,479 0,350
Fonte: Autor.

De acordo com os resultados apresentados na Tabela 32, pode-se obter as seguintes


conclusões:
a) O mês e novembro se destaca por apresentar a maior frequência equivalente
média de 2022, sendo significativamente diferente dos demais meses do ano.
Isso indica que o DEC está sendo impactado não somente pela duração, mas
também pelo alto número de consumidores atingidos a cada interrupção;
b) Em contrapartida, os meses de fevereiro e julho se destacam por terem o menor
FEC médio de 2022, diferindo significativamente dos demais meses. Isso
significa que as interrupções causadas por árvores e vegetação na rede teve um
impacto menor no DEC durante o mês de fevereiro e julho;
c) Os demais meses do ano apresentam médias semelhantes, e esses valores
médios são significativamente diferentes dos valores médios observados em
novembro, fevereiro e julho. Portanto, conclui-se que nesses períodos do ano
há um padrão consistente no impacto das interrupções causadas por árvores e
vegetação na rede em relação a frequência.

4.3 Análise entre os meses do ano para interrupções causadas por falha de material e
equipamento

Nesta seção serão apresentadas as análises de variância de um fator para o DEC e


FEC, sendo este fator os meses do ano de 2022 e somente para as interrupções causadas por
falha de material e equipamento.
70

4.3.1 Análise do DEC

A Tabela 33 apresenta o resultado da análise de variância entre o DEC apurado em


2022 em relação às interrupções causadas por falha de material e equipamento.

Tabela 33 - Análise de variância do DEC apurados entre os meses ocasionados por falha de material e
equipamento
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P
Mês 0,0029 11 0,0002663 0,774 0,667
Resíduo 0,8783 2552 0,0003442
Fonte: Autor.

O valor de F próximo a 1 e o valor-P de 0,667 indicam que a hipótese nula não pode
ser rejeitada. Portanto, com base na análise de variância realizada, não se encontraram
diferenças significativas no DEC entre os meses do ano em relação às interrupções causadas
por falha de material e equipamento. Isso sugere que as interrupções decorrentes dessa causa
ocorreram de forma consistente ao longo de todo o ano de 2022.

4.3.2 Análise do FEC

O resultado da análise de variância que relaciona os valores de FEC apurado em


2022 para as interrupções causadas por falha de material e equipamento é apresentado na Tabela
34.

Tabela 34 - Análise de variância do FEC apurados entre os meses ocasionados por falha de material e
equipamento
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P
Mês 0,00782 11 0,0007107 1,024 0,422
Resíduo 1,7713 2252 0,0006941
Fonte: Autor.

O valor de F próximo a 1 e o valor-P de 0,422 indicam que a hipótese nula não pode
ser rejeitada. Portanto, com base na análise de variância realizada, não se encontraram
diferenças significativas no FEC em 2022 entre os meses do ano em relação às interrupções
causadas por falha de material e equipamento. Isso sugere que as interrupções decorrentes dessa
causa ocorreram de forma consistente ao longo de todo o ano de 2022.
71

4.4 Análise entre os meses do ano para interrupções causadas por objeto na rede

Nesta seção serão apresentadas as análises de variância de um fator para o DEC e


FEC, sendo este fator os meses do ano de 2022 e somente para as interrupções causadas por
objeto na rede.

4.4.1 Análise do DEC

O resultado da análise de variância que relaciona os valores de DEC apurado em


2022 para as interrupções causadas por objeto na rede é apresentado na Tabela 35.

Tabela 35 - Análise de variância do DEC apurados entre os meses ocasionados por objeto na rede
Fonte da variação SQ gl MQ valor-P F
0,0239
Mês 0,00993 11 0,0009031 2,027
*
Resíduo 0,27223 611 0,0004455
Fonte: Autor.

O resultado da análise de variância revela um valor de F igual a 2,027 e um valor-


P igual a 0,0239, indicando que a probabilidade de a hipótese nula ser verdadeira é de 2,39%.
Portanto, com base nessa análise, conclui-se que há diferença significativa entre o DEC médio
dos meses do ano em relação às interrupções causadas por objeto na rede.
Para análise mais aprofundada das diferenças significativas entre o DEC dos meses
de 2022, o teste de Tukey foi aplicado para fazer comparações entre as médias de cada mês,
apresentadas na Tabela 36. Isso permitiu identificar quais meses possuem valores que diferem
significativamente, possibilitando sua organização em grupos distintos.

Tabela 36 - Média e desvio padrão por mês do DEC ocasionado por objeto na rede
Mês Média Desvio padrão Nº de dados
Setembro 0,016439919 0,033599464 49
Outubro 0,01278118 0,022790141 76
Março 0,012466871 0,025383672 109
Fevereiro 0,012162635 0,024915673 48
Novembro 0,011743883 0,02458708 42
Dezembro 0,011073122 0,021803793 47
Abril 0,006807823 0,016580508 84
Maio 0,005183904 0,009227947 48
Julho 0,004723099 0,008544256 33
Junho 0,004720062 0,008888749 28
Janeiro 0,004558821 0,007697429 15
Agosto 0,002945206 0,005998014 44
Fonte: Autor.
72

Os resultados do teste de Tukey são apresentados na Tabela 37. Esse teste


complementar identifica quais causas apresentam valores médios de DEC com diferença
significativa.

Tabela 37 - Resultado do teste Tukey em relação aos meses do DEC ocasionado por objeto na rede
Erro
Mês A Mês B Estimativa Valor t Pr(>|t|)
estudentizado
Agosto Abril -0,003862616 0,004 -0,9830 0,9978
Dezembro Abril 0,004265299 0,004 1,1090 0,9936
Fevereiro Abril 0,005354812 0,004 1,4020 0,9599
Janeiro Abril -0,002249002 0,006 -0,3800 1,0000
Julho Abril -0,002084724 0,004 -0,4810 1,0000
Junho Abril -0,002087761 0,005 -0,4530 1,0000
Maio Abril -0,001623919 0,004 -0,4250 1,0000
Março Abril 0,005659049 0,003 1,8470 0,7805
Novembro Abril 0,004936061 0,004 1,2370 0,9844
Outubro Abril 0,005973358 0,003 1,7880 0,8143
Setembro Abril 0,009632096 0,004 2,5390 0,3054
Dezembro Agosto 0,008127916 0,004 1,8360 0,7867
Fevereiro Agosto 0,009217429 0,004 2,0920 0,6133
Janeiro Agosto 0,001613615 0,006 0,2560 1,0000
Julho Agosto 0,001777892 0,005 0,3660 1,0000
Junho Agosto 0,001774855 0,005 0,3480 1,0000
Maio Agosto 0,002238697 0,004 0,5080 1,0000
Março Agosto 0,009521665 0,004 2,5260 0,3123
Novembro Agosto 0,008798677 0,005 1,9320 0,7257
Outubro Agosto 0,009835974 0,004 2,4600 0,3534
Setembro Agosto 0,013494713 0,004 3,0780 0,0839 .
Fevereiro Dezembro 0,001089513 0,004 0,2520 1,0000
Janeiro Dezembro -0,006514301 0,006 -1,0410 0,9963
Julho Dezembro -0,006350024 0,005 -1,3250 0,9736
Junho Dezembro -0,00635306 0,005 -1,2610 0,9818
Maio Dezembro -0,005889218 0,004 -1,3600 0,9681
Março Dezembro 0,001393749 0,004 0,3780 1,0000
Novembro Dezembro 0,000670761 0,004 0,1500 1,0000
Outubro Dezembro 0,001708058 0,004 0,4360 1,0000
Setembro Dezembro 0,005366797 0,004 1,2450 0,9837
Janeiro Fevereiro -0,007603814 0,006 -1,2180 0,9864
Julho Fevereiro -0,007439536 0,005 -1,5590 0,9173
Junho Fevereiro -0,007442573 0,005 -1,4830 0,9407
Maio Fevereiro -0,006978731 0,004 -1,6200 0,8947
Março Fevereiro 0,000304237 0,004 0,0830 1,0000
Novembro Fevereiro -0,000418751 0,004 -0,0940 1,0000
Outubro Fevereiro 0,000618546 0,004 0,1590 1,0000
73

Setembro Fevereiro 0,004277284 0,004 0,9980 0,9975


Julho Janeiro 0,000164277 0,007 0,0250 1,0000
Junho Janeiro 0,000161241 0,007 0,0240 1,0000
Maio Janeiro 0,000625083 0,006 0,1000 1,0000
Março Janeiro 0,00790805 0,006 1,3600 0,9677
Novembro Janeiro 0,007185062 0,006 1,1320 0,9925
Outubro Janeiro 0,008222359 0,006 1,3790 0,9644
Setembro Janeiro 0,011881098 0,006 1,9080 0,7416
Junho Julho -0,000003037 0,005 -0,0010 1,0000
Maio Julho 0,000460805 0,005 0,0970 1,0000
Março Julho 0,007743773 0,004 1,8460 0,7801
Novembro Julho 0,007020785 0,005 1,4300 0,9538
Outubro Julho 0,008058082 0,004 1,8310 0,7888
Setembro Julho 0,011716821 0,005 2,4650 0,3508
Maio Junho 0,000463842 0,005 0,0920 1,0000
Março Junho 0,00774681 0,004 1,7320 0,8433
Novembro Junho 0,007023822 0,005 1,3640 0,9672
Outubro Junho 0,008061119 0,005 1,7280 0,8458
Setembro Junho 0,011719857 0,005 2,3440 0,4311
Março Maio 0,007282968 0,004 1,9920 0,6853
Novembro Maio 0,00655998 0,004 1,4710 0,9437
Outubro Maio 0,007597277 0,004 1,9520 0,7125
Setembro Maio 0,011256015 0,004 2,6260 0,2551
Novembro Março -0,000722988 0,004 -0,1890 1,0000
Outubro Março 0,000314309 0,003 0,1000 1,0000
Setembro Março 0,003973048 0,004 1,0940 0,9944
Outubro Novembro 0,001037297 0,004 0,2560 1,0000
Setembro Novembro 0,004696036 0,004 1,0580 0,9958
Setembro Outubro 0,003658739 0,004 0,946 0,9984
Fonte: Autor.

De acordo com os resultados apresentados na Tabela 37, pode-se concluir que há


diferença significativa apenas entre os meses de novembro e agosto. Sendo que o mês de
novembro se destaca por apresentar a maior média no DEC e o mês de agosto por apresentar a
menor média. Esse resultado indica que o DEC médio se apresenta de forma consistente e
parecida entre os meses, sendo que apenas novembro apresentou interrupções com maiores
duração.

4.4.2 Análise do FEC

O resultado da análise de variância que relaciona os valores de FEC apurado em


2022 para as interrupções causadas por objeto na rede é apresentado na Tabela 38.
74

Tabela 38 - Análise de variância do FEC apurados entre os meses ocasionados por objeto na rede
valor-
Fonte da variação SQ gl MQ F
P
Mês 0,00138 11 0,00012505 1,344 0,196
Resíduo 0,05686 611 0,00009306
Fonte: Autor.

O resultado da análise de variância revela um valor de F igual a 1,344 e um valor-


P igual a 0,196. Portanto, com base nessa análise, conclui-se que não há diferença significativa
entre o FEC médio dos meses do ano em relação às interrupções causadas por objeto na rede.
Em outras palavras, as interrupções causadas por objeto na rede apresentam um impacto
semelhante ao longo do ano, sem variações estatisticamente significativas entre os meses. Isso
sugere que o impacto no FEC devido a esse tipo de interrupção é constante e consistente ao
longo do ano.

4.5 Análise entre os meses do ano para interrupções causadas por sobrecarga

Esta seção consiste na apresentação dos resultados da análise de variância entre o


DEC e FEC apurados nos meses do ano de 2022.

4.5.1 Análise do DEC

O resultado da análise de variância que relaciona os valores de DEC apurado em


2022 para as interrupções causadas por sobrecarga da rede é apresentado na Tabela 39.

Tabela 39 - Análise de variância do DEC apurados entre os meses ocasionados por sobrecarga
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P
Mês 0,0124 11 0,0011285 1,914 0,0343
Resíduo 0,4963 842 0,005895
Fonte: Autor.

O resultado da análise de variância revela um valor de F igual a 1,914 e um valor-


P igual a 0,0343. Esses valores indicam que a hipótese nula não é verdadeira, ou seja, há
diferença significativa entre o DEC médio dos meses do ano em relação às interrupções
causadas por sobrecarga.
Para análise mais aprofundada das diferenças significativas entre o DEC dos meses
de 2022, o teste de Tukey foi aplicado para fazer comparações entre as médias de cada mês,
apresentadas na Tabela 40. Isso permitiu identificar quais meses possuem valores que diferem
significativamente, possibilitando sua organização em grupos distintos.

Tabela 40 - Média e desvio padrão por mês do DEC ocasionado por sobrecarga
75

Mês Média Desvio padrão Nº de dados


Outubro 0,014706741 0,054034131 90
Novembro 0,007377464 0,0143587 33
Abril 0,007078235 0,036925091 129
Janeiro 0,004582143 0,012137096 59
Junho 0,004151622 0,011281473 52
Março 0,00357199 0,008911395 124
Dezembro 0,003118411 0,01148456 70
Fevereiro 0,002440632 0,013464605 82
Maio 0,002288424 0,005165148 84
Setembro 0,00223839 0,008170127 53
Agosto 0,001653894 0,003748087 32
Julho 0,001027803 0,003817675 46
Fonte: Autor.

Os resultados das comparações entre as médias por meio do teste Tukey estão
apresentados na Tabela 41.

Tabela 41 - Resultado do teste Tukey em relação aos meses do DEC ocasionado por sobrecarga
Mês A Mês B Estimativa Erro Valor t Pr(>|t|)
estudentizado
Agosto Abril -0,00542 0,00479486 -1,131 0,9927
Dezembro Abril -0,00396 0,00360425 -1,099 0,9943
Fevereiro Abril -0,00464 0,00342904 -1,352 0,9697
Janeiro Abril -0,00250 0,00381585 -0,654 1,0000
Julho Abril -0,00605 0,00416944 -1,451 0,9497
Junho Abril -0,00293 0,00398819 -0,734 0,9999
Maio Abril -0,00479 0,00340399 -1,407 0,9596
Março Abril -0,00351 0,00305342 -1,148 0,9917
Novembro Abril 0,00030 0,00473629 0,063 1,0000
Outubro Abril 0,00763 0,00333456 2,288 0,4735
Setembro Abril -0,00484 0,00396128 -1,222 0,9862
Dezembro Agosto 0,00146 0,00518094 0,283 1,0000
Fevereiro Agosto 0,00079 0,00506061 0,155 1,0000
Janeiro Agosto 0,00293 0,00533031 0,549 1,0000
Julho Agosto -0,00063 0,00558890 -0,112 1,0000
Junho Agosto 0,00250 0,00545501 0,458 1,0000
Maio Agosto 0,00063 0,00504367 0,126 1,0000
Março Agosto 0,00192 0,00481403 0,398 1,0000
Novembro Agosto 0,00572 0,00602362 0,950 0,9984
Outubro Agosto 0,01305 0,00499708 2,612 0,2644
Setembro Agosto 0,00058 0,00543537 0,108 1,0000
Fevereiro Dezembro -0,00068 0,00395092 -0,172 1,0000
Janeiro Dezembro 0,00146 0,00429094 0,341 1,0000
Julho Dezembro -0,00209 0,00460823 -0,454 1,0000
76

Junho Dezembro 0,00103 0,00444490 0,232 1,0000


Maio Dezembro -0,00083 0,00392920 -0,211 1,0000
Março Dezembro 0,00045 0,00362972 0,125 1,0000
Novembro Dezembro 0,00426 0,00512679 0,831 0,9995
Outubro Dezembro 0,01159 0,00386921 2,995 0,1066
Setembro Dezembro -0,00088 0,00442077 -0,199 1,0000
Janeiro Fevereiro 0,00214 0,00414485 0,517 1,0000
Julho Fevereiro -0,00141 0,00447252 -0,316 1,0000
Junho Fevereiro 0,00171 0,00430404 0,398 1,0000
Maio Fevereiro -0,00015 0,00376912 -0,040 1,0000
Março Fevereiro 0,00113 0,00345580 0,327 1,0000
Novembro Fevereiro 0,00494 0,00500516 0,986 0,9978
Outubro Fevereiro 0,01227 0,00370654 3,309 0,0438 *
Setembro Fevereiro -0,00020 0,00427912 -0,047 1,0000
Julho Janeiro -0,00355 0,00477554 -0,744 0,9998
Junho Janeiro -0,00043 0,00461813 -0,093 1,0000
Maio Janeiro -0,00229 0,00412416 -0,556 1,0000
Março Janeiro -0,00101 0,00383991 -0,263 1,0000
Novembro Janeiro 0,00280 0,00527769 0,530 1,0000
Outubro Janeiro 0,01012 0,00406704 2,489 0,3369
Setembro Janeiro -0,00234 0,00459492 -0,510 1,0000
Junho Julho 0,00312 0,00491434 0,636 1,0000
Maio Julho 0,00126 0,00445334 0,283 1,0000
Março Julho 0,00254 0,00419148 0,607 1,0000
Novembro Julho 0,00635 0,00553873 1,146 0,9918
Outubro Julho 0,01368 0,00440050 3,108 0,0783 ,
Setembro Julho 0,00121 0,00489253 0,247 1,0000
Maio Junho -0,00186 0,00428411 -0,435 1,0000
Março Junho -0,00058 0,00401122 -0,145 1,0000
Novembro Junho 0,00323 0,00540360 0,597 1,0000
Outubro Junho 0,01056 0,00422916 2,496 0,3330
Setembro Junho -0,00191 0,00473901 -0,404 1,0000
Março Maio 0,00128 0,00343095 0,374 1,0000
Novembro Maio 0,00509 0,00498803 1,020 0,9970
Outubro Maio 0,01242 0,00368338 3,371 0,0355 *
Setembro Maio -0,00005 0,00425908 -0,012 1,0000
Novembro Março 0,00381 0,00475570 0,800 0,9997
Outubro Março 0,01113 0,00336208 3,312 0,0428 *
Setembro Março -0,00133 0,00398447 -0,335 1,0000
Outubro Novembro 0,00733 0,00494091 1,483 0,9417
Setembro Novembro -0,00514 0,00538378 -0,955 0,9984
Setembro Outubro -0,01247 0,00420379 -2,966 0,1145
Fonte: Autor.
77

Com base nos resultados do teste Tukey, é possível separar os meses do ano em
agrupamentos identificados por letras do alfabeto, organizados e apresentados na Tabela 42.

Tabela 42 - Agrupamento dos meses em relação à média de DEC ocasionado por sobrecarga
Grupo Mês
A Outubro
AB Abril
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Novembro
Dezembro
Janeiro
B Fevereiro
Março
Maio
Fonte: Autor.

De acordo com os resultados apresentados, pode-se obter as seguintes conclusões:


a) o mês de outubro apresenta um valor médio de DEC que difere
significativamente dos demais meses. Além disso, o valor médio apurado é
superior, indicando que o mês de outubro é o mês em que se observam
interrupções com valores médios mais elevados de DEC para sobrecarga do
sistema;
b) os meses de fevereiro, março e maio se destacam por apresentar um DEC médio
significativamente inferior aos demais meses. É relevante ressaltar que o DEC
médio registrado nestes meses é o menor em comparação com todos os meses
do ano. Dessa forma, pode-se concluir que os meses de fevereiro, março e maio
apresentam o menor impacto médio no DEC para sobrecarga entre todos os
meses analisados;
c) o DEC médio apurado entre os meses do grupo AB não apresenta diferença
significativa entre si, o que indica que as interrupções ocorridas nesses meses
têm valores de DEC consistentes. Além disso, suas médias diferem
significativamente das médias dos meses de outubro, fevereiro, março e maio,
estando situadas entre a média desses dois meses. Com base nesses resultados,
pode-se concluir que o grupo AB representa um período em que as interrupções
apresentam uma estabilidade no valor de DEC, enquanto se diferenciam das
interrupções registradas em outubro, fevereiro, março e maio.
78

4.5.2 Análise do FEC

O resultado da análise de variância que relaciona os valores de FEC apurado em


2022 para as interrupções causadas por sobrecarga da rede é apresentado na Tabela 43.

Tabela 43 - Análise de variância do FEC apurados entre os meses ocasionados por sobrecarga
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P
Mês 0,00082 11 0,00007412 0,594 0,835
Resíduo 0,10507 842 0,00012478
Fonte: Autor.

O resultado da análise de variância revela um valor de F igual a 0,594 e um valor-


P igual a 0,835. Esses valores indicam que a hipótese nula não pode ser rejeitada, ou seja, não
há diferença significativa entre o FEC médio dos meses do ano em relação às interrupções
causadas por sobrecarga. Isso significa que as interrupções causadas por sobrecarga apresentam
um impacto semelhante ao longo do ano, sem variações estatisticamente significativas entre os
meses.

4.6 Discussão dos resultados

Nesta seção, são apresentados os resultados das análises realizadas, que visavam
investigar a relação entre as diferentes causas de interrupção e os meses do ano com os
indicadores de DEC e FEC. Foram conduzidas análises de variância (ANOVA) com post hoc
de Tukey para identificar possíveis diferenças significativas nos valores médios desses
indicadores.
Os resultados obtidos revelaram informações importantes sobre o impacto das
causas de interrupção e a variação ao longo dos meses. Os quadros resumo apresentados na
Tabela 44 e Tabela 45 a seguir apresentam uma visão geral das principais conclusões para cada
análise realizada.

Tabela 44 - Quadro-resumo dos resultados das análises de DEC


Variáveis
Análise Principais Conclusões
Analisadas
Os valores de F revelam diferenças significativas nos
valores de DEC em 2022 entre as causas analisadas e
também entre os meses do ano. Ainda mais, a análise
1 Causa x Mês
indica que a interação entre a causa e o mês apresenta
diferença significativa, ou seja, o DEC médio apurado
entre as causas varia de forma diferente para cada mês;
79

As interrupções causadas por árvore ou vegetação na rede


têm um impacto maior no DEC em comparação com as
outras causas;
As interrupções causadas por sobrecarga e falha de
material e equipamento têm impactos semelhantes no DEC
e menor que as demais causas;
As interrupções causadas por objeto na rede têm um
impacto maior no DEC em comparação com os valores
apurados para sobrecarga e falha de material e
equipamento e menor que árvore e vegetação na rede para
cada interrupção;
Os meses de outubro e novembro apresentam interrupções
com maior valor médio no DEC;
Os meses de maio, julho e agosto apresentam interrupções
com o menor valor médio no DEC.
O DEC apurado varia significativamente entre os meses do
ano;
Os meses de outubro e novembro se destacam por
apresentar o maior DEC médio, com diferença
Interrupções por significativa entre o DEC médio dos demais meses;
2 Árvore e Vegetação
x Mês O mês de julho se destaca por ter o menor DEC médio;
Os demais meses do ano apresentam médias semelhantes,
e esses valores médios são significativamente diferentes
dos valores médios observados em outubro, novembro e
julho.

Interrupções por As interrupções por falha de material e equipamento não


3 Falha de Material e apresentaram diferenças significativas nas médias de DEC
Equipamento x Mês em relação ao mês.

O DEC apurado varia significativamente entre os meses do


ano;
Interrupções por Há diferença significativa apenas entre os meses de
4 Objeto na Rede x novembro e agosto;
Mês
O mês de novembro se destaca por apresentar a maior
média no DEC e o mês de agosto por apresentar a menor
média.

Interrupções por Os valores médios apurado no decorrer do ano variam


5
Sobrecarga x Mês significativamente;
80

O mês de outubro apresenta um valor médio de DEC que


difere significativamente dos demais meses. Além disso, o
valor médio apurado é superior ao valor do demais meses
do ano;
Os meses de fevereiro, março e maio se destacam por
apresentar um DEC médio significativamente inferior aos
demais meses. É relevante ressaltar que o DEC médio
registrado nestes meses é o menor em comparação com os
demais meses do ano;
O DEC médio apurado nos demais meses do ano não
apresenta diferença significativa entre si, o que indica que
as interrupções ocorridas nesses meses têm valores de
DEC consistentes, porém seus valores médios se
encontram abaixo da média do mês de outubro e acima da
média dos meses de fevereiro, março e maio.
Fonte: Autor.

Tabela 45 - Quadro-resumo dos resultados das análises de FEC


Variáveis
Análise Principais Conclusões
Analisadas
As causas das interrupções têm um impacto significativo
nos valores do FEC, mas os meses do ano e a interação
entre as causas e os meses não têm um efeito significativo
nessa variável, ou seja, as diferentes causas tem impactos
diferentes na frequencia equivalente, porém não variam
entre os meses do ano;
Interrupções decorrentes de árvore e vegetação apresentam
uma frequência média consideravelmente superior em
relação às outras causas, impactando significativamente o
FEC;
1 Causa x Mês
As interrupções causadas por objeto na rede têm uma
média de FEC significativamente diferente das demais
causas. Supera o FEC médio apurado para falha de
material e equipamento e sobrecarga;
As interrupções causadas por sobrecarga têm uma média
de FEC significativamente diferente das demais causas.
Supera o FEC médio apurado apenas para falha de
material e equipamento;
A falha de material ou equipamento têm um impacto
inferior em comparação com as demais causas analisadas.
81

O FEC apurado varia significativamente entre os meses do


ano;
O mês de novembro se destaca por apresentar o maior FEC
Interrupções por médio, com diferença significativa entre o DEC médio dos
2 Árvore e Vegetação demais meses;
x Mês
Os meses de fevereiro e julho se destacam por ter o menor
FEC médio;
Os demais meses do ano apresentam médias semelhantes.

Interrupções por As interrupções por falha de material e equipamento não


3 Falha de Material e apresentaram diferenças significativas nas médias de FEC
Equipamento x Mês em relação ao mês.

Interrupções por Não há diferença significativa entre o FEC médio dos


4 Objeto na Rede x meses do ano em relação às interrupções causadas por
Mês objeto na rede

Interrupções por Não há diferença significativa entre o FEC médio dos


5 meses do ano em relação às interrupções causadas por
Sobrecarga x Mês
sobrecarga.
Fonte: Autor.

Com base nos resultados obtidos e considerando que o DEC depende do tempo total
de interrupção e do número de consumidores atingidos, enquanto o FEC leva somente em
consideração o número de consumidores, é possível concluir que as causas das interrupções
têm um impacto significativo tanto no DEC quanto no FEC.
As interrupções causadas por sobrecarga, falha de material e equipamento e objeto
na rede ocorrem de forma consistente durante o ano sem variação significativa na frequência
equivalente, ou seja, o número de consumidores atingidos durante as interrupções não variou
muito entre as interrupções em relação ao agente causador. Contudo a duração das interrupções
que advém dessas causas apresenta variação significativa.
No entanto, ao analisar as interrupções causadas por árvore e vegetação, observa-
se que os meses de outubro e novembro se destacam, apresentando valores médios
significativamente superior tanto no DEC quanto no FEC. Isso indica que esses dois meses são
particularmente impactados por interrupções relacionadas a árvores e vegetação na rede
elétrica.
Além disso, é importante ressaltar que, em geral, o DEC e o FEC apresentam
variações semelhantes ao longo da maior parte dos meses do ano. No entanto, há divergências
nos meses de outubro e fevereiro. Em outubro, observa-se um DEC médio mais elevado, com
seu valor de FEC não sendo o maior. Por outro lado, fevereiro faz parte do grupo de menor FEC
82

médio, enquanto que este mesmo mês não se enquadra no grupo de meses com menor DEC
médio.
Essas conclusões indicam que há oportunidades de melhoria na eficiência da
manutenção corretiva do sistema para diminuir o tempo de duração das interrupções. Esses
pontos podem partir do tempo de localização da falha, acesso das equipes de manutenção aos
locais da falta e distância das equipes disponíveis. Além disso, fica claro que a causa que mais
contribui para o aumento no número de ambos os indicadores é árvore e vegetação na rede.
Ademais, deve ser levado também em consideração as manutenções preventivas.
De acordo com os resultados, as manutenções para sobrecarga, falha de material e equipamento
e objeto na rede devem ser realizadas durante todo o ano, devido à sua frequência não variar
muito. Contudo, para árvore e vegetação, esse tipo de causa se apresenta com maior em períodos
específicos do ano e sua manutenção preventiva deve ser realizada nos períodos de menores
frequências.
83

5 CONCLUSÃO

No decorrer deste trabalho, foram realizadas análises detalhadas dos indicadores de


continuidade dos conjuntos de unidades consumidoras da rede de distribuição da Equatorial
Piauí no ano de 2022. Por meio dos dados fornecidos pela ANEEL e das técnicas estatísticas
empregadas, foi possível obter insights relevantes sobre a qualidade do serviço de fornecimento
de energia elétrica na região. não concordo

Além disso, o estudo permitiu identificar os conjuntos de unidades consumidoras


com os piores indicadores de continuidade no sistema de distribuição, possibilitando uma
análise mais detalhada dessas regiões para propor soluções de melhoria.
As análises realizadas apontaram que as interrupções causadas por árvore e
vegetação na rede tiveram um impacto significativo nos indicadores DEC e FEC, sendo a causa
mais ofensora ao DEC por interrupção registrado. Por outro lado, as interrupções causadas por
falha de material ou equipamento e sobrecarga não apresentaram diferenças significativas entre
si, e ambas tiveram um impacto inferior em relação às demais causas analisadas.
Quanto à variação dos indicadores ao longo dos meses do ano, observou-se que o
mês de janeiro apresentou o maior DEC médio, indicando a necessidade de atenção especial
com as interrupções nesse período. Por outro lado, o mês de julho destacou-se com o menor
DEC médio, apresentando menor impacto no DEC para as interrupções causadas por árvore e
vegetação na rede.
Em relação à metodologia de análise, a utilização de testes de comparação de
médias e ANOVA mostrou-se eficiente para identificar diferenças significativas entre os grupos
de meses e causas de interrupções. Essas ferramentas estatísticas permitiram uma abordagem
mais objetiva na avaliação dos indicadores e na identificação de padrões ao longo do ano.
É fundamental ressaltar que o presente trabalho apresenta uma análise abrangente
o que isto implica?
dos indicadores de continuidade, contudo apresenta limitações pois a informação depende da
expertise a equipe de campo que identificou a falha. Além disso, há outras variáveis e fatores
que também podem influenciar o desempenho do sistema de distribuição de energia elétrica. seu trabalho
é inconclusivo?
Visando o aprimoramento contínuo do serviço prestado, sugere-se que, em
trabalhos futuros, seja explorada a aplicação de técnicas de reconhecimento de padrões através
de redes neurais artificiais. Essa abordagem poderia permitir uma análise mais complexa dos
dados e auxiliar na decisão de que tipo de equipe deve ser alocada em cada região do estado,
visando a obtenção de maior eficiência no processo de manutenção e, consequentemente, na
redução das interrupções no fornecimento de energia elétrica.
84

Por fim, espera-se que este trabalho contribua para a melhoria contínua do serviço
de fornecimento de energia elétrica na região, visando garantir uma distribuição mais estável,
confiável e eficiente para todos os consumidores. A análise dos indicadores de continuidade é
uma ferramenta valiosa para aprimorar a gestão do sistema elétrico e proporcionar benefícios
significativos tanto para a concessionária quanto para a sociedade como um todo.
85

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