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Hamlet – Felix - Kaio

Ofélia – Olivia - Izabela


Horácio – Helena - Bia
Claudio – Claudio - Henrique
Polônio – Paulo - Lucas
Gertrude – Gisele - Kay
Amigo imaginário – Mariana - Thay
Laertes – Laís – Luana
Ato 1:

Cena 1:
(Felix ajoelhado ao lado do tumulo de seu pai enquanto todos saem e
ele fica. Felix está junto de Olivia e Helena)
Gertrudes: Hamlet, você não vem?
(Silencio)
Helena: A gente leva ele depois dona Gertrudes.

Cena 2:
(Felix está sentado com sua mochila, Gertrudes entra em cena)
Gertrudes: Félix, nós precisamos conversar
Felix: Claro, o que foi?
Gertrudes: Eu estou em uma situação muito difícil agora, seu pai morreu
já faz semanas e eu sinto um vazio enorme no meu coração, e com a empresa
sem um chefe-
Felix: Mãe, não precisa dar toda essa volta. Me fala de uma vez
Gertrudes: Me deixa contar, seu tio também está perdido agora sem o
irmão então, pensamos que juntos, nós-
Felix: Pera, o que o Claudio tem a ver com a empresa? Ele nem botava
fé nela quando meu pai a fundou. (Sarcástico) Além disso, as dívidas da
empresa são tão grandes que precisam dividir a cama? Não tem quarto de
hospedes nessa casa
Gertrudes: Felix, olha como você fala! Ele é da família
Felix: Ah sim claro, família, não é? Olha mãe não que discutir com a
senhora por respeito, mas entenda não vou tratá-lo da mesma forma.
(Felix pega sua mochila e sai)

Cena 3:
(luzes se acendem na escola)
(Helena, Olívia e Felix estão na sala de aula conversando)
Olívia: Eu imagino como esteja se sentindo Felix, você sabe que minha
mãe morreu quando eu era muito nova, então só tive minha irmã e meu pai
comigo por muito tempo, e mesmo com tão pouco tempo de convivência, eu já
sinto muito a falta dela. Para você que teve tanto tempo de convivência com
seu pai, deve ser um peso ainda pior.
Felix: Ao que parece, só eu estou sentindo esse “peso”, já que o Claudio
ta indo morar com a gente por “motivos empresariais”
Olívia: Isso tá me cheirando a algo
Helena: Calma aí, melodramática, não vem colocar mais coisas na
cabeça dele
Felix: Ela tá certa Lena, realmente tem algo acontecendo e eu vou
descobrir o que é
Olívia: Será que ela estava traindo seu pai?
Helena: Não acho que ela faria isso, não me parece coisa da Dona
Gisele
Olívia: Não sei não, ela mal deixou o corpo esfriar e o Claudio já está
morando com eles
Helena: Olívia!!
Olívia: Mas é verdade!!
(discussão entre Olívia e Helena)
Felix: Meninas chega, eu não sei o que está acontecendo naquela casa,
mas pode ter certeza de que eu vou descobrir e aquele lugar vai se tornar pior
que o inferno

Cena 4:
(Mesa de jantar, onde estão Claudio e Gisele. Felix entra em cena)
Claudio: Olha quem apareceu! Fico feliz em vê-lo sobrinho
Felix: Gostaria de dizer o mesmo
(Gisele olha para Felix com olhar repreensivo)
(Felix se senta)
Claudio: É... como foi seu dia?
Felix: (Olhando para o prato) Estava indo bem
(Silencio desconfortável)
Claudio: Bem... e aquela garota que anda com você? Como ela chama
mesmo? Ofélia? Ela é muito bonita em
Felix: Primeiro, o nome dela é Olívia, ela é uma amiga muito próxima
minha. E segundo, realmente se importa, Tio?
Gisele: (Batida leve na mesa) Felix!
Claudio: (Gesticula para Gisele) Tudo bem (Olha para Felix) Tem alguma
coisa de errado, garoto? Vocês nessa idade vivem confusos com os
sentimentos, hora animados, hora tristes. Sinceramente, isso torna a
convivência com vocês bem difícil, mas tudo bem, vocês vão crescer uma hora
Felix: Engraçado ouvir isso de um homem que claramente ainda não
cresceu. E respondendo sua pergunta, sim tem algo errado, meu pai morreu
recentemente, e já tem abutres querendo pegar aquilo que restou dele.
(Silencio pesado)
Felix: Bem, acho que perdi a fome. (Felix se levanta)
Gertrudes: Vai ter um Jantar em comemoração à posse da empresa pelo
seu tio
Felix: Não se preocupe com isso, eu não irei

Cena 5:
(Felix ao lado do tumulo do seu pai)
Felix: ... E você sabendo disso tudo, não parece que tem algo errado
nisso? eu sinto que alguma coisa aconteceu, mas por que eu não consigo
enxergar o que é? Se ao menos pudesse falar com você uma última vez pai...
(Felicia entra em cena)
Felicia: Se você acha que tem algo errado, porque você não vai atras.
Felix: Felicia?
Felicia: Ah, me disseram que você tava por aqui.
Felix: Ah, entendo.
Felicia: Você não me respondeu, se você acha que tem algo, por que
não vai atras?
Felix: E do que eu iria atras?
Felicia: Assim, to aqui te ouvindo a um tempo, e sabe, seu tio e a sua
mãe... e ta tão estranho.
Felix: É isso que eu estava pensando.
Felicia: Então, eu te conheço a um tempo, e você não é uma pessoa que
deixa as coisas passarem sem você fazer nada, não é!?
Felix: É, e por que eu deixaria passar?
(Felicia sai)
(Continua encarando o tumulo)

Cena 6:
(Olívia sentada em seu quarto, triste, quando seu irmão entra)
Laís: Maninha, logo eu to saindo, não vai nem me dar um abraço?
(Laís nota que Olívia aparenta estar mal e decide se aproximar)
Laís: Ei, o que aconteceu, meu bem?
Olívia: Nada, tá tudo bem
Laís: Qualé, sabe que pode confiar em mim, não sabe?
Olívia: Sei
Laís: Então vai, me diz o que tá rolando
Olívia: Estou preocupada com papai, a mensalidade aparentemente vai
subir, e eu sei que vai acabar sendo ruim pra ele pagar, e eu não gostaria de
sair de la, a escola e muito boa, e meus amigos estão todos lá.
Laís: Olivia, meu bem, por que você não me disse?
Olívia: Pois não tem muito o que você fazer.
Laís: Mesmo assim, eu podia ajudar sabe, mas va ficar tudo bem, eu
dou um jeito nisso.
Olívia: Eu te amo sabia maninha?
Laís: Eu também te amo, me jura que se acontecer qualquer coisa, você
vai me falar.
Olívia: Prometo.
(se abraçam)

CENA 7:
(Laís vai até a sala onde Paulo está sentado pensativo)
Laís: To saindo Pai, acho que logo vou estar de volta
(Paulo demora um pouco para responder)
Paulo: Ah tudo bem filha, espero que se divirta lá na Faculdade
Laís: Aconteceu alguma coisa?
Paulo: Não, eu só estava pensando em uma coisa a respeito da
empresa.
Laís: Envolve a família do Felix?
Paulo: Não... quer dizer, sim, mas eu tava pensando principalmente no
meu salário, a mensalidade da escola subiu, e vai ser difícil pagar tudo agora, e
também acho estranha a morte repentina do chefe, ele parecia estar tão
saudável, e de repente, morreu.
Laís: Pai, por que não falou comigo antes? Você sabe que eu tenho um
dinheiro guardado, não me importo de ajudar com as contas da casa, ainda
mais se envolver a Olívia. E Sobre seu chefe, não é problema nosso, pai, não
precisa perder tempo pensando naqueles burgueses, já temos problemas o
suficiente
Paulo: Mas é que isso é muito estranho Filha, aquele homem se
preocupava demais consigo mesmo pra acabar daquele jeito e agora com o
irmão dele no cargo, me preocupo com a situação em que ficará meu emprego
Laís: Por quê?
Paulo: Vamos dizer que eu sei de alguns podres, tenho medo da
empresa me desligar por isso.
Laís: Eu não sei o que você sabe sobre eles, mas vindo daquela família,
eu não desconfiaria de nada.
Paulo: É, eu também não
Laís: De qualquer forma Pai... não é a melhor das ideias, mas se você
sabe de algo importante, não seria ruim usar disso pra tirar dinheiro daqueles
idiotas.
Paulo: Tenho que pensar melhor sobre isso
Laís: Tudo bem pai, eu estou um pouco atrasada, então eu vou indo, não
perde seu tempo pensando nisso, entendeu?
Paulo: (risos) Você é quem manda, já tá falando igual a sua mãe
(ambos riem)
Paulo: Se cuida, filha.
Laís: Você também, pai.
(Laís sai de cena)
(Blackout)

CENA 8:
(Felix chega em casa após voltar do cemitério e encontra sua mãe na
sala junto do Claudio)
Gisele: Onde é que você estava, Felix?
Felix: Estava falando com meu pai, mesmo estando morto, ele parece
ser a única pessoa em que eu posso confiar por aqui
Gisele: O que está acontecendo com você Felix? Primeiro não é capaz
de fazer um pequeno pedido que eu te fiz, que era ir para o Jantar do seu tio, e
agora, vem com esse desrespeito.
Felix: Eu havia avisado que não iria vir para o Jantar, e não vou tratar
com respeito o homem que está roubando tudo o que meu pai construiu em
anos, inclusive sua mulher.
Gisele: Olha o jeito que você fala comigo Felix! Eu ainda sou sua mãe!
Claudio: Estou tentando ser o mais próximo de você o possível Felix,
mas você ainda insiste em me tratar dessa forma, por que faz isso? Acha que
não sinto falta do meu irmão?
Felix: Tanta falta que quer tudo que era dele para você? Sente tanta falta
que quer se tornar o que ele já foi um dia? Sinto lhe informar, Tio, mas você
está falhando drasticamente, nunca será 1% do homem que meu pai já foi um
dia.
Claudio: Como pode falar comigo dessa forma? Não pense que sou um
dos seus amiguinhos, que você pode falar da maneira que bem entender, ainda
sou seu tio e exijo respeito.
Felix: Comece a agir de forma que você mereça
Gisele: Já chega Felix, eu não vou tolerar esse tipo de comportamento
dentro da MINHA casa!
(silencio)
(blackout)

CENA 9:
Claudio: O que há de errado com esse garoto? Por que ele me odeia
tanto?
Gisele: Ele só está mal pela morte do pai, logo ele vai estar bem de
novo, e outra ele é adolescente, agir assim é natural nessa idade
Claudio: Acha que ele desconfia de algo?
Gisele: Não, ele só está mal, de um tempinho a ele
(Ouvem-se batidas na porta)
Gisele: (berra) um instantinho, já estou indo. Quem será uma hora
dessas?
Claudio: Não deve ser nada importante.
(Gisele vai até a porta, lá encontra Paulo)
Gisele: Olá Paulo, que surpresa um tanto quanto inesperada. O que
deseja?
Paulo: Olá Dona Gisele, eu gostaria de falar com o Senhor Claudio,
Olívia me disse que ele estava passando uns dias aqui
Gisele: Ahh Sim, ele está por aqui sim. Sobre o que seria essa
conversa?
Paulo: Nada de mais, apenas uma conversa sobre o trabalho, soube que
ele será o novo chefe, então gostaria de ter uma palavrinha com ele
Gisele: Mas por que hoje e nesse horário em específico? Não poderia
esperar ele ir para o trabalho?
Paulo: É, bom, acho que isso requer um pouco de urgência, entende?
Gisele: Se você insiste, pode entrar, ele está lá ali na sala, vou preparar
um café para nós
(Gisele leva Paulo até Claudio, e vai até a cozinha)
Claudio: Olá Paulo, soube que gostaria de conversar comigo
Paulo: Sim, senhor Claudio, fiquei sabendo da sua promoção, parabéns
aproposito, deve estar muito feliz com esse cargo.
Claudio: Ãhn sim, claro eu to muito feliz, mas acho que você não veio
aqui só para me dar os parabéns, não é
Paulo: Claro, eu poderia me sentar?
Claudio: A vontade (estende a mão em direção a cadeira) você bebe?
(Pega a garrafa de whisky)
Paulo: Ah... claro, por que não?
(Claudio serve a bebida para ambos)
(Felix aparece ao fundo, mas quando notou a conversa, ele sai em
silencio)
Claudio: Então?
Paulo: Vim conversar com o senhor sobre um possível aumento
Claudio: Haha e por que eu deveria?
Paulo: Que bom que você perguntou, sabe é que com o estado atual do
nosso país vai ser difícil achar funcionários novos, principalmente depois que
todos os seus empregados saírem da empresa, quando souberem o que você
fez
Claudio: (engasga) o que você disse?
Paulo: Não se preocupe, eu vou repetir. Se não me der o aumento que
estou pedindo, irei contar a todos o que você fez para alcançar seu novo posto
Claudio: O que você pensa que está falando?
Paulo: Não finja que não sabe, eu posso provar
Claudio: Então está dizendo que eu matei meu irmão? Como pode
provar?
Paulo: (Sorri) estranho, não lembro de ter dito nada sobre matar
Claudio: V-você insinuou isso
Paulo: Não, não falei nada sobre isso, mas já que você tocou no
assunto, não acha estranho esse ocorrido? Seu irmão era tão saudável, uma
pessoa que se preocupava tanto com a saúde, ele adoecia uma vez a cada 5
meses, no máximo. Mas de repente, uma “doença” caiu sobre o coitado, tão
forte que assustou até os médicos.
Claudio: Foi uma doença repentina, muito forte, os médicos mesmo
disseram.
Paulo: Aquilo ali atrás é mamona?
Claudio: É, mas o que tem haver?
Paulo: Sabia que ela pode produzir um veneno, bem forte?
Claudio: Sabia, mas meu irmão estava doente, os médicos mesmo
disseram isso
Paulo: O dinheiro, meu caro chefe, algo que você tem de muito por sinal,
pode comprar qualquer coisa, mas suponho que você sabe disso
Claudio: Você não pode provar nada
Paulo: Não poderia, se eu não tivesse um frasco com uma substância
muito estranha que surpreendentemente estava na gaveta do seu antigo
escritório.
(Claudio paralisa e deixa o copo cair)
Paulo: Bem, to vendo que você não está em um bom momento agora, a
gente pode falar sobre isso em uma outra hora
(Levanta e pega seu casaco)
Gisele: O café está pronto
Paulo: Ah não se preocupe, dona Gisele, eu já estou de saída, agradeço
a conversa, Sr. Claudio
(Paulo sai)

ATO II

CENA 10
(Felix está em seu quarto)
Felix: (Ofegante) Felix respira, respira, não é possível ele não faria isso,
era o irmão dele, e por mais baixo que ele seja, como ele pode matar o próprio
irmão? Por que isso? Pela empresa, por dinheiro? Por mais dinheiro que seja,
por mais poder que ele tenha nas mãos ele era da família, E minha mãe, como
ela pode? Era o marido dela, eu lembro de como ela era apaixonada pelo meu
pai, e antes dele ficar doente eles estavam felizes, o que ela pensa que tá
fazendo? Será mesmo que ela quem escolheu isso, será possível o Claúdio ir
tão baixo?
É claro que ele iria, ele matou o irmão por dinheiro, ele que sempre
defendeu os direitos da família, que sempre queria fazer discursos que a
família era isso e aquilo, e na primeira oportunidade destruiu a própria família,
quão baixo as pessoas vão por seu próprio egoísmo, eles não pensam em
quem estão afetando, chegam a manipular pessoas, e fazer até mesmo elas
acobertarem os próprios erros, por dinheiro, por poder, o quão longe essa
sociedade pode chegar?
Mas isso não vai ficar assim, o Claudio vai pagar pelo o que ele fez, mas
como?? Eu preciso de provas, mas como eu vou conseguir isso?
(Telefone toca)
Olivia: Felix, eu sei que você não tá muito bem, e uma amiga vai fazer
uma festa, você quer ir?
Felix: Ah Olivia
Olivia: Ah nada, você precisa sair, não to te dando muita opção, já to
chegando (Desliga)

Cena 11:
Claudio: Como isso é possível? Como ele descobriu?
Gisele: Mas pq você deixou aquilo na sua sala?
Claudio: Eu não estava esperando que ele fosse entrar na minha sala?
Gisele: Você só esqueceu que aquela não é mais a sua maldita sala!!!
Claudio: Cacete, o que a gente faz?
Gisele: Por enquanto vamos dar o que ele quer, depois pensamos em
algo, agora precisamos nos concentrar na festa e na sua posse. Termina de se
arrumar.
Claudio: Como vamos dar o que ele quer Gisele?
Gisele: Não pensa nisso agora, ele quer dinheiro, isso a gente tem, por
agora a gente compra o silencio dele, depois a gente resolve meu bem.
(Blackout)

Cena 12:
(musica no fundo)
Helena: Felix, a gente ta em uma festa, você não vai se divertir nada?
Olívia: (Meio bêbada) E Felix, vamo beber comigo, se divertir.
Felix: (Força uma risada) Já vou Olivia, só to... falando com a minha mãe
rapidnho.
(Ambos saem)
(Felix fica pensativo, até que Felicia entra)
Felicia: Olha só quem tá aqui, você em uma festa, sozinho em um canto,
mas pelo menos em uma festa, melhor do que conversar com um tumulo.
Felix: A cala a boca. (Fala sério)
Felicia: O que ta acontecendo na sua casa agora.
Felix: Como sabe que ta acontecendo algo.
Felicia: Você sabe como.
Felix: (Confuso) Bom, eu segui sua dica e fui atrás, eu ouvi uma
conversa do meu tio com um funcionário da empresa, ele... Desviou muito
dinheiro, e eu precisava de um jeito de expor ele, mas eu não tenho provas.
Felicia: Hm, sabe o que é mais irônico, acabei de ver um casal
terminando, e a garota desmascarou ele apresentando a menina que ele traiu
ela pra ele, ele surtou, acho que isso e um jeito de fazer ele se entregar
sozinho, não acha?
Felix: (Fica pensativo) Pior que é uma boa ideia.
Felicia: Você tem boas ideias.
Felix: A ideia foi sua.
Felicia: Exatamente.
(I got a fealing tocando no fundo)
Olivia: FELIX.
Felicia: Deu meu horário.
(Luz apaga, felicia sai e acende de novo)
(Felix confuso)
Olivia: Vem, eu sei que você ama essa musica, e ta na hora de você se
permitir um pouco ser um adolescente, você vai dançar.
(puxa felix)
(blackout)

Cena 13
(Felix na frente de um espelho se arrumando)
(Gisele entra)
Gisele: Vamo filho, se não a gente vai se atrasar.
Felix: Claro, Mãe, você acha que o Clau... Tio Claudio deixaria eu fazer
um discurso pra consagrar a sua posse?
Gisele: (sorri) Claro filho, que orgulho de você, esta melhorando muito
chamando ele de tio, querendo discursar, fico muito feliz.
Felix: Ele é da família mãe, você sabe o como o papai amava a família
(fala num tom sarcástico) E obvio que ele iria querer isso, não é mesmo.
(Gisele fica pensativa)
Gisele: É... claro

Cena 14:
(Felix entra em cena com um cartão na mão o lendo)
Helena: O que é isso na sua mão felix?
Felix: É o discurso que eu vou fazer daqui a pouco.
Ofélia: Discurso para que? Vai me dizer que agora vai dar sua benção
para o seu tio?
Félix: Tipo isso!!
Ofélia: Você não engana ninguém, até ontem você queria matar seu tio,
agora vai discursar na sua posse?
Helena: Você tá tramando alguma coisa, O que é?
(Claudio aparece)
Claudio: Sobrinho, sua mãe disse que você pediu para fazer um
discurso, fico muito feliz com isso, seu pai iria gostar muito disso, obrigado.
Félix: Por nada tio, meu pai gostaria que eu fizesse isso.
Claudio: É... Eu vou ir me sentar, pode fazer seu discurso assim que
estiver pronto. (Sai)
Helena: Eu espero muito que você não faça nenhuma loucura
entendeu? (Sai)
Ofélia: O que você vai fazer?
Felix: Vou acabar com isso, vou honrar a memória do meu pai!
(Vai fazer o discurso)
Félix: Muito boa noite a todos, a alguns anos meu pai criou essa
empresa, com o objetivo de ajudar as pessoas, de ajudar ao mundo, ele se
dedicou, e se empenhou, e muitas vezes ele confiou em pessoas, achando que
elas eram amigas, achando que eram família. E muitas pessoas o traíram,
pessoas deixam o poder subir a cabeça, e deixam de lado seus próprios
valores, pessoas por dinheiro, poder, esquecem quem são, esquecem as
pessoas que os amam, e fazem com os outros, coisas inimagináveis, os
apunhalam pelas costas, os traem... Os matam. (Segundos de silencio) Mas é
claro que meu tio não e uma pessoas assim, até por que o que ele faria?
Usaria um veneno raro para matar meu pai, e depois tomaria seu lugar, todos
nessa sala sabem que ele não tem a capacidade de fazer isso e depois faria o
que? Ficaria com a minha mãe e roubaria sua em...
Claudio: (Invade o palco, claramente nervoso) Chega não e mesmo, já
entendemos o que queria dizer, obrigado, as comidas serão servidas,
aproveitem a festa (Olha de cara feia para félix).

Cena 15:
(Escritório do Claudio, falando com Gisele)
Claudio: Seu filho é um problema Gisele, você viu o que ele fez
Gisele: Não é culpa dele, ele tá magoado.
Claudio: Isso não muda os fatos, Gisele, a MINHA reputação tá em
jogo, tudo pq seu filho fala o que der na telha. É a MINHA empresa que vai
sofrer
Gisele: Sua empresa?! Pelo que eu saiba é nossa e mais minha do que
sua
Claudio: É é, tanto faz, inclusive, como raios ele descobriu? Achei que
eu pudesse confiar em você
Gisele: O que você tá insinuando? Eu concordei com isso, e agora só
você é afetado? Eu lembro de você ter me dito que a gente tava junto nessa.
Claudio: A gente tá junto nessa? A gente tava junto quando você veio
até mim sozinha, desolada, e me convenceu a dar um jeito no seu marido, e
agora ainda conta pro seu filho, e estraga a minha vida.
Gisele: Você ficou maluco só pode. Você acha mesmo que eu contaria
pro meu filho que o tio dele matou o próprio irmão, que eu sabia e não avisei a
polícia, e como assim eu fui até você?
Claudio: Então ele magicamente descobriu sobre isso, eu não vou
discutir com você, por que você não vale o meu tempo, você veio até mim,
completamente sozinha, e eu te acolhi, e você estragou a minha vida, ENTÃO
FICA QUIETA UM MINUTO.
(Batidas na portam, Paulo entra)
Paulo: To atrapalhando algo?
Gisele: Não, já estava de saída
(Gisele sai)
Claudio: Ah o que você quer Paulo?
Paulo: Sabe exatamente o que eu quero, chefe. Vim terminar o que
começamos
Claudio: Eu vou fazer o que você mandou, me dá um tempo
Paulo: Já dei tempo demais, você tem no máximo 1 semana agora. Foi
muito bom encobrindo o que seu querido sobrinho fez, mas agora os
funcionários e a polícia vão ser mais facilmente convencidos, ainda mais com
as fotos que eu tenho.
Claudio: (Respira fundo) Tá, vou providenciar seu dinheiro o quanto
antes
Paulo: Uma semana Claudio, nada mais
(Paulo sai)
Claudio: Vocês já me atrapalharam bastante (Diz pegando o telefone)

Cena 16
(Felix no cemitério ajoelhado do lado do tumulo do pai)
(Mariana entrando em cena)
Mariana: Eu to quase indo embora da cidade e você não ia ir me ver?
Felix: Como você me achou aqui?
Mariana: Eu sempre te acompanho Felix, eu sabia que você ia estar
aqui, apesar de que você não deveria estar aqui.
Felix: O que quis dizer em sempre me encontrar?
Mariana: Coisa para outra Hora, mas o que você está fazendo aqui? Já
te disse que você não deveria estar aqui, mas você não me escuta.
Felix: Mariana, e a primeira vez em semanas que a gente se ve.
Mariana: Claro que não Felix, eu sempre tento falar com você, mas você
nem mesmo se escuta, insiste no seu pior, em não resolver os próprios
problemas, se tranca em um quarto, mantem uma postura grossa, com medo
dos outros te machucarem, sendo quem mais está te machucando é você
mesmo, mas não importa o que eu falar, você não quer ouvir a si mesmo, como
você irá ouvir a mais alguém?
Felix: Escuta aqui, eu não vou ouvir sermão de ninguém, muito menos
de você.
Mariana: Não é um sermão, você precisa parar de ignorar toda a sua
vida, começar a viver, não pode só desistir de tudo, cria vergonha, a mesma
coragem e inteligência que você teve quando encarou um bando de velho que
do qual o ego não cabe nem na sala, por defender seus ideais, cadê esse
Felix? Chega de se lamentar, você começou isso, você deu um indicio de que
seu tio e culpado, e vai jogar essa oportunidade fora? Esse não e o Felix que
eu conheci, ele não deixaria isso limpo, para de aguentar tudo e lida com isso
de frente.
(luz apaga e acende rapidamente e mariana sai)
Felix: Mariana não é tão fácil... Mariana, cadê você? MARIANA.

Cena 17:
(Mesa reunida, Felix não está lá)
Paulo: Gostei da ideia de um jantar, mas pra que isso?
Claudio: Quero mostrar que não há nenhum problema entre nós!
Paulo: Com isso quer dizer enganar a imprensa?
Claudio: (ri sarcasticamente) Achei que tinha esquecido disso.
Paulo: Você deu metade do valor que eu pedi, eu to esperando o resto.
Claudio: Você vai receber, se acalma.
Gisele: O jantar tá pronto.

Cena 18:
(Olívia abre a porta de Felix que está com fones de ouvido música {Die
for You})
(Som alto no quarto)
(Olívia chama Felix que olha e tira os fones)
(Som Abaixa)
Felix: Oi
Olívia: (Senta na cama) Olá Felix, o que ta acontecendo?
Felix: Não é Nada, me deixa sozinho
Olívia: Eu sei que ta acontecendo alguma coisa
Felix: Já disse que não Olivia, me deixa em paz
Olívia: Já chega Felix, qual o seu problema? Por que não fala comigo?
Você ta se fechando, abandonando tudo, o que pensa que seu pai acharia
disso? Ficar com essa pose de machão sua, você só prejudica a si mesmo, ta
afastando todo mundo a sua volta? Então para com isso e fala comigo!!
Felix: Olívia, como você se sentiria se isso acontecesse com você, ele
praticamente confirmou que matou meu pai naquele discurso, e como eu
resolvo isso, eu não tenho nenhuma prova de verdade, e a única coisa que eu
consigo fazer é estar sozinho, para evitar que algo pior aconteça.
Olívia: Não Felix...
(Olívia começa a tossir muito e cai no chão)
Felix: (desespero) Olivia! OLIVIA! SOCORRO ALGUÉM CHAMA UMA
AMBULÂNCIA
(Música que estava no fone sobe)
(Blackout)

Cena 19:
(Na frente do hospital, estão Helena e Felix)
Helena: Felix, ela vai ficar bem! Não precisa se preocupar
Felix: Foi ele Helena, eu sei que foi
Helena: Como você sabe?
Felix: Porque o Paulo sabia de tudo, sabia que ele matou meu pai, foi
assim que eu descobri, ouvi uma conversa dos dois, e o Claudio confessou.
(Laís aparece em direção ao hospital)
Laís: Saiam da minha frente, vocês dois!
Felix: Laís, voc-
Laís: Cala sua maldita boca moleque, por sua causa eles estão daquele
jeito! Eu sempre soube que você era um problema!
(Felix se cala e Laís entra no hospital)
(blackout)

Cena 20:
(Na casa da Gisele estão Claudio e ela discutindo)
Claudio: Quantas vezes vou ter que dizer que aquilo foi um acidente?
Gisele: O seu acidente vai matar uma criança, Claudio. Tem noção do
que você fez!?
Claudio: Acha que eu não sei o que eu fiz? Acha que eu queria mesmo
que aquela criança fosse envenenada? Que horror, Gisele
Gisele: Você nem se importa de verdade
Claudio: Ta, a menina acabou envenenada, mas idaí? Quem liga pra
isso? Eles eram só mais um monte de pessoas, que ninguém se importa
Gisele: Isso é horrível Claudio, você é um monstro!
Claudio: Só estou resolvendo nossos problemas Gisele, por que você
não vê isso?
Gisele: Nem acredito que deixei você vir para minha casa
Claudio: Você não parecia pensar dessa forma, quando planejou a
morte de seu ex-marido
(Gisele da um tapa na cara de Claudio)
(Claudio a joga no chão)
Claudio: Sua desgraçada, como ousa bater em mim? Eu fiz de tudo por
você. (Parte para cima dela) Você tá cometendo um erro em fazer isso, você
quem escolheu isso, você começou com isso, agora aguenta as
consequências. (Empurra ela no chão)
(Claudio sai e Gisele começa a chorar)
Gisele: Deus... o que foi que eu fiz? Me perdoe Felix, por favor me
perdoe
(Blackout)
Cena 21
(Laís está sentada no banco do hospital, quando Claudio se aproxima e
se senta ao seu lado)
Claudio: Laís, não é?
(Silencio)
Claudio: Me chamo Claudio, um conhecido...
Laís: Eu sei exatamente quem você é, minha irmã me disse, é o
parasita.
Claudio: Posso entender sua raiva, mas saiba que eu também estou
contra meu sobrinho. Sinto em dizer que esse problema não é unicamente
meu, não depois do que ele fez. Sua família foi jantar na minha casa,
infelizmente, tomado pela raiva, Felix decidiu que iria causar um atentado a
minha vida, ele só não contava que os pratos que ele envenenou era o da sua
família
Laís: O que está dizendo?
Claudio: Estou dizendo que foi Felix que causou isso a sua família, ele
tentou me matar, mas acabou acertando seus familiares
Laís: aquele maldito moleque! Eu sabia! Eu sempre soube!
Claudio: Se acalme, eu sei que é um choque, mas quero lhe fazer uma
proposta. O Garoto causou um problema enorme pra você, além de tentar me
assassinar, se ele for preso, vai acabar saindo fácil da cadeia, por causa da
Gisele. Me parte o coração dizer isso, mas o garoto tem que sair do caminho
Laís: Você está dizendo em matar o Felix?
Claudio: É a única solução, Laís
Laís: Você só pode ser louco, não vou fazer isso
Claudio: Entenda minha jovem, se isso não acontecer, o que será de
nós? De sua família? Eles não terão sua memória honrada?
Laís: Eu... Meu pai não gostaria que isso acabasse assim, muito menos
minha irmã. Ele é seu sobrinho, como pode dizer algo assim?
Claudio: Isso me parte o coração, mas é o único jeito, por favor pense
melhor
Laís: Eu... Eu não posso, não vou fazer isso.
Claudio: Eu entendo, boa sorte com sua família, se mudar de ideia me
diga
(Claudio se levanta e começa a caminhar, nesse momento Laís recebe
uma ligação de Helena)
Laís: O que foi?
Helena: (Voz de choro) A Olívia... ela... ela morreu
(Laís desliga o telefone e grita por Claudio)
Laís: EI
(Claudio se aproxima)
Laís: Eu vou fazer!
(Blackout)

Cena 22:
(Felix está no cemitério olhando o nada em silencio quando Laís chega)
Laís: (Muito Irritada) Ei! Moleque!
Felix: (se vira lentamente) O que você quer?
Laís: É sua culpa! Isso é tudo sua culpa!
Felix: Como assim? O que você ta dizendo?
Laís: Você sabe EXATAMENTE o que eu estou falando! É sua culpa
meu pai ter morrido, é sua culpa minha irmã ter morrido!
Felix: Mas, como!?
Laís: Eu sei sobre o veneno Felix, sei que tentou matar o Claudio. Você
acabou matando minha família! Por que envolveu os dois nisso!? Me diz!? Por
que meu pai teve que morrer!? Por que minha irmã teve que morrer!?
Felix: Você está entendendo errado!! Nã-
Laís: CALA A BOCA! CALA ESSA SUA MALDITA BOCA!
(Felix fica em silencio)
Laís: Eu avisei pra ela! Eu tentei avisar! Você sempre foi um problema,
eu sempre disse que você era um problema. Essa sua maldita família, você a
envolveu nisso! Os seus problemas, eles causaram a morte dela, vocês ricos
sempre deixam o dinheiro subir a cabeça, tudo por causa de uma maldita
empresa, esse egocentrismo, toda essa necessidade de pessoas como vocês
de sempre serem mais ricos, só para inflar o próprio ego, acabam destruindo
as pessoas, e vocês, usam seu dinheiro para comprar um carro novo, ou só
para comprar a soluções dos seus problemas, e o resto que se foda.
Felix: Por favor me escuta! Não fui eu quem a envenenou!
Laís: Você já falou demais Felix! Foi por tanto falar que acabamos assim
e só pode acabar de um jeito!
(Laís saca uma arma de sua cintura e aponta para Felix)
Felix: Espera, Espera! O que ta fazendo?!
Laís: Acabou Felix! Tudo acabou!
Felix: ESPERA LAÍS, POR FAVOR ESPERA!
(Blackout)
(som de tiro)
(Luz acende)
Lais em pé em frente ao corpo, olha pra arma, cai de joelhos.(Blackout)
(Som de tiro)

Cena 23:
Gisele: oh Deus, o que eu fiz? Eu causei tudo isso, com a maldita
decisão de seguir minha ganancia, de seguir a necessidade de ter alguém do
meu lado, ele me manipulou, me usou, e agora levou a vida do meu próprio
filho, tudo por eu não saber estar sozinha, eu o escutava, mas também algo
aconteceu nesse tempo, mas foi tão devagar, eu me afastei dos meus amigos,
da minha família, e comecei a me afastar de todos, até que tudo o que eu tinha
era ele, ele fez eu parar de acreditar em mim mesma, coisas que eu havia visto
e ouvido, coisas que eu sabia, por que ele me disse que eu estava louca, e eu
acreditava nele, ele me conhece tão bem, consegue focar em uma insegurança
minha e fazer a briga mudar de lado, sempre eu que estou errada, quando ele
começou a me bater... não foi nenhuma surpresa, e ele me disse que a culpa
era minha... e eu acreditei nele. Por que eu fui acreditar nele?
Ele era bom no começo, e nos dias bons. Eu não me apaixonaria por
alguém que me bate, eu me apaixono por alguém, que me faça rir, nos ama de
verdade, ele era brilhante, charmoso e persuasivo, e a parte boa superava a
ruim... até não superar mais.
Mas eu deixei ele fazer isso, eu permiti ele fazer isso, eu não fiz nada
sobre... eu não posso viver com esse fardo, não posso viver com a morte do
meu filho, nas minhas mãos... (Saca uma arma.)
(blackout)
(Som de tiro)
(Luz acende)
Helena em frente ao corpo, ela olha para a arma e cai de joelhos
(Blackout)
(Som de tiro)

Cena 24:
(Som de chuva no cemitério, Helena está com um guarda-chuva
encarando túmulos, )
(Helena para de chorar e fecha a cara)
Helena: Isso não pode acabar assim, isso NÃO VAI acabar assim!
(Sai do cemitério determinada, pisando duro)
Cena Final:
(Cláudio em sentado tranquilo em seu escritório)
Luzes vermelhas aparecem com sons de sirene, a policia entra na
empresa
Claudio: O que esta acontecendo?
Helena: Acabou seu verme, ta tudo acabado!
Policial: Senhor Claudio Ramos? O senhor esta preso, resoondendo por
um crime de estelionatário e assasinato! O senhor tem direito a uma ligação!
Cláudio: NÃO, NÃO, NÃO, isso não pode ta acontecendo, olha deve ter
sido um engano, me deixe explicar!!
Helena: Explicar oque??? Que sua ganância tirou vidas? Que sua
ganancia acabou com a própria família, que seu irmão morreu só para você se
sentir melhor com você mesmo?? Para você ter poder?? É isso que você vai
explicar?? Não ache que seus atos não vão ter consequência, agora você vai
pagar por toda essa sua ganância!!
(Blackout)

FIM

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