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O hall
de entrada é enorme. Assim que entra, pode-se ver duas escadas, ambas levam para o
segundo andar. Há dois banheiros no hall, ambos debaixo das escadas. A direita, no
primeiro andar, está a sala de estar, seguida de uma sala de estudos. Entrando pela
esquerda do hall de entrada, há uma sala de jantar linda, com uma mesa gigante de
vidro no centro e uma lareira. Ao lado, tem a cozinha.
As escadas para o segundo andar dão em um corredor. No final do corredor, há
direita, tem um quarto e nele estão as coisas de Leandro. No final do corredor, à
esquerda, tem outro quarto duas vezes maior, onde estão as coisas dos pais de
Leandro, porém, as coisas de Larissa não estão, já que ficou com ela em seu
apartamento. O quarto de Carlos Eduardo é enorme porque há dentro um banheiro
enorme, já no quarto de Leandro, o banheiro não é tão grande, porem, é maior do que
o da outra casa.
No terceiro andar, ficam os quartos dos empregados e todo o resto.
No gramado, do lado de fora da casa, há um caminho que leva ao porão da casa,
onde ficam alguns materiais e coisas velhas.
Atrás da casa há uma piscina enorme no meio do gramado. A direita da piscina
tem a garagem com capacidade de até seis carros ao mesmo tempo. Á esquerda, há
umas árvores com uma casa em uma delas.
CARLOS EDUARDO
- Você não precisa estar nesse emprego, você sabe muito bem disso. Mas parece que
tem tanta vontade de trabalhar...
LARISSA
- Eu não quero ficar presa em casa sem fazer nada.
CARLOS EDUARDO
- Ah sim, prefere então ficar mais de dezesseis horas em uma clínica, onde você não faz
quase nada!
LARISSA
- Eu não quero ser bancada por homem, não quero ser sustentada por você. Eu quero
ter o meu próprio emprego.
CARLOS EDUARDO
- Tá, tá bom... eu nunca te proibi de nada! Não faça parecer como se eu estivesse te
obrigando a largar o emprego, só... faz o que você quiser, está bem? (Carlos da meia volta e
vai em direção as escadas).
MÃE DE LILIAN
- Eu não acredito! Você chegou só essa hora em casa? Não me diga que estava
trabalhando...
PAI DE LILIAN
- Cala boca mulher! Para de gritar.
MÃE DE LILIAN
- Esse cheiro de cerveja forte... Eu não acredito! Você bebeu de novo.
PAI DE LILIAN
- Para de encher mulher, que saco! Me deixa ir deitar sossegado e me leva o jantar.
MÃE DE LILIAN
- Quer comer?! Vai comer do chão como um cachorro que você é (ela pega o prato de
comida e joga no chão). Agora come imprestável!
PAI DE LILIAN
- Mulher nojenta! (ele dá um tapa nela. Lilian começa a chorar, larga o notebook e
se tampa debaixo da coberta).
MÃE DE LILIAN(chorando)
- Eu não me casei para ficar passando por isso (ela começa a chorar, seu rosto fica
todo vermelho).
PAI DE LILIAN
- Vai dormir lá com a sua mãe então, pra completar o rebanho de vaca (ele entra no
seu quarto e tranca a porta).
Lilian finge que já está dormindo, enquanto sua mãe entra no quarto chorando.
Ela se deita junto a filha e chora baixinho. Lilian também chora, mas se esforça ao
máximo para fingir que continua dormindo...
RENATA
- Não sei, ela parou de falar comigo. Já faz seis dias que eu não falo com ela.
LUIS
- Nossa, sério?! Brigaram?
LUIS
- Oi Caio! Nada não, só estamos conversando, como é que tá as coisas?
CAIO
- Tô com sono... mas de resto, tá tudo ótimo e com vocês?
RENATA
-Ah, tudo ótimo comigo.
LUIS
- Comigo também, mas um pouco preocupado com a Lilian... Você sabe de alguma
coisa?
CAIO
- Pior que não... Se bem que na escola tá rola um boato de que o pai bate na mãe dela.
RENATA
- Ah sim... tenho escutado de vez enquanto algumas coisas, mas não sabia que era isso.
LUIS
- Mas você tem certeza, Caio?
CAIO
- Certeza, certeza absoluta não, mas tem vizinhos que dizem que escuta quase toda a
noite eles discutindo e muitas vezes ela chorando...
LUIS
-Meu Deus, que horror! Coitada... Acho que vou passar na casa dela depois da aula pra
ver como ela está...
RENATA
- Acho melhor não, Luis. Se esse é o caso, o que menos ela quer ver são os amigos
perguntando “como ela está”.
LUIS
- É, é verdade...
CAIO
- Gente, vamos para a sala. O sinal já vai bater
RENATA
- Vamos espera o Yuri...
LUIS (enciumado)
- Você está dando bola pra ele, Renata?
RENATA
- Ah, ele não é tão chato quanto parece, estou começando a gostar dele...
YURI
- E aí galera, como vocês vão?
LEANDRO
- Ahm, quê? Pai?! Você não vai trabalhar?!
CARLOS EDUARDO
- Essa manhã não... Vamos a escola fazer a sua matricula.
LEANDRO
- Pai, sério mesmo que vou ter que ir estudar em uma escola pública?! Já não basta o
que vocês me fazem passar todos os dias?!
CARLOS EDUARDO
- Deveria ter pensado nisso antes de querer fugir... Agora se levante, toma o seu café e
vamos para a escola. Você tem uma hora e meia.
LEANDRO
- Ah... Tempo de sobra.
CARLOS EDUARDO
- Vou descer para o escritório, não demore Leandro.
LEANDRO
- Tá pai (ele diz em voz alta. Carlos sai do quarto)! Que saco! Espero que não fique
me apresando (diz Leandro em voz baixa).
CLARISSA
- Bem, o mesmo de sempre, Leandro.
LEANDRO
- Nossa, que saco! Me traga algo diferente.
CLARISSA
- Algo diferente tipo o que?
LEANDRO
- Ah, sei lá Clarissa. Usa sua imaginação.
CLARISSA
- Está bem, já volto.
LILIAN
- Eu não suporto essa situação que está aqui em casa, é sério.
LUCAS
- Eu imagino! Quando completei dezoito anos eu logo sai de casa, não sei nem se minha
mãe está viva ainda.
LILIAN
- Que horror! Mas por que você saiu de casa?
LUCAS
- Meu pai foi comprar cigarro quando eu tinha doze anos e nunca mais voltou... Depois
disso minha mãe se meteu com um bêbado desgraçado que batia nela quase todos os dias...
Deve ser por isso que eu comecei me drogar desde cedo.
LILIAN
- Mas como pode ter entrado nisso, Lucas? É algo tão ruim...
LUCAS
- Ah Lily, só assim pra eu sair desse mundo horrível... Tudo ao meu redor é uma droga!
minha mãe é uma prostituta. Meu pai, já faz oito anos que não o vejo. Estou sozinho. Por isso
ando com aqueles meninos, por isso que eu uso drogas... Com drogas, o fardo parece ser mais
leve para carregar.
LILIAN
- Nossa, eu tenho nojo disso, de qualquer tipo drogas...
LUCAS
- Mas já experimentou ou só diz que não gosta por quê os seus pais dizem que é ruim?
LILIAN
- Ah, é... você tem razão... não consigo ter uma opinião formada sobre isso, mas
também nunca tive vontade de provar...
LUCAS
- Ué, por que? Por que você não experimenta? Você não disse que não aguentava essa
situação toda?!
LILIAN
- Eu acho melhor não...
LUCAS
- Você está sozinha?
LILIAN
- Nossa, que aleatório (ela ri). Agora estou, meus pais não estão em casa. Minha mãe
chega por volta das seis da tarde e meu pai às vezes nem volta...
LUCAS
- Uhm, posso ir aí?
LILIAN
- Não sei se meus pais deixam.
LUCAS
- Ah, claro (ele ri). Você ainda é a garotinha do papai que faz tudo que eles querem, não
é mesmo?
LILIAN
- Não, não sou assim.
LUCAS
- Então deixa eu ir aí...
LILIAN
- Eu tenho medo...
LUCAS
- Medo de mim?
LILIAN
- Não, claro que não! Eu tenho medo de meus pais chegarem...
LUCAS
- Mas não foi você que falou que eles vão demorar a vim? faltam nove horas para a sua
mãe chegar...
LILIAN
- Uhm... Tá... Tudo bem então. Ahm... Pode vim...
LUCAS
- Beleza... vou aí então... Me espera.
LILIAN
- Está bem. Eu te espero.
CARLOS EDUARDO
- Vamos para a escola, Leandro, se não vamos nos atrasar.
LEANDRO
- Já estou indo pai (ele se levanta e Clarissa entra na sala). Estava muito bom essas
panquecas Clarissa, peço que faça mais vezes, por favor.
CLARISSA
- Nossa, está tão diferente Leandro... nem parece aquele menino que queria fugir de
casa semana passada.
LEANDRO
- Haha, que engraçado, e você continua a mesma metida de sempre, não é mesmo (ele
se vira para o pai)?! Vamos então, se é para eu ter quer me inscrever em uma escola pública
que assim seja (ele se retira e o pai o segue).
Leandro chega até o carro e abre a porta de trás, porém percebe que Sebastião
não está presente.
CARLOS EDUARDO
- Sente-se no meu lado Leandro (Leandro fecha a porta de trás, abre a da frente e
Carlos Eduardo e ele entram no carro). Bem... depois fiquei pensando... Já que a sua escola
é aqui perto de casa, não tem problema em ir andando, não acha?
CARLOS EDUARDO
- Depois, quando voltarmos da escola, vou te deixar em casa e irei para o trabalho, não
posso ir a pé até ele, você não acha?!
Leandro cruza os braços e começa a olhar para fora. Carlos nota e aparenta se
divertir com a situação.
- Quero que fique sabendo que não é de certeza que você vai cursar nessa escola
(Leandro encarar o pai).
LEANDRO (ironicamente)
- Ah, entendo... Bom, espero que ocorra tudo bem, né pai?!
CARLOS EDUARDO
- Pois é...
Ela sai do quarto um pouco nervosa e vai até a porta para atendê-lo. Respira
fundo e abre a porta.
LUCAS
- Bem arrumada... Bem diferente da minha.
LILIAN
- Uhm... Então, o que veio fazer aqui?
LUCAS
- Olha, menina apressada... quer ir direto ao ponto...
LILIAN
- Bem, digamos que eu ainda não sei o porquê da sua visita.
LUCAS
- Você é muito linda sabia (ele começa a se aproximar dela aos poucos)?!
LUCAS
- E será que você é sexy no mesmo nível da sua beleza?
LILIAN (corada)
- Ah, não sei... (Ele chega até ela, os dois ficam coladinhos. Lilian começa a sentir a
respiração dele. Ele não está com cheiro ruim, ao contrário, para ela, ele está
irresistível).
LUCAS
- Você é virgem ainda (ele dá um sorriso leve)?
LILIAN
- Sou. Sou virgem...
LILIAN
- Quero o que?
LUCAS
- Transar comigo... (ele olha para ela e a beija. Enquanto isso, Lilian coloca as mãos
para trás e tranca a porta). Vamos para o seu quarto? (ela mexe a cabeça concordando)
Lilian sorri para ele e lentamente vai para o seu quarto, levando Lucas pela mão.
Quando chegam, ela o beija e ele a segura na cintura.
Lentamente ela vai deitando na cama e ele continua a beija-la enquanto fica em
cima dela.
Os dois se viram e Lilian fica por cima dele.
Lucas começa a tirar a blusa dela, porém ela o interrompi.
LILIAN
- Não sei...se estou preparada.
LUCAS
- É claro que está, você é uma mulher perfeita. Claro... para que esse momento seja
perfeito, vamos transar drogados...
LILIAN
- Não, droga não, eu disse pra você que eu não gosto...
LUCAS
- Calma gatinha... só experimente, ó, é apenas comprimido (ele tira do bolso dois
comprimidos).
LILIAN
- Não quero. É sério!
LUCAS
- Se quer transar comigo, então toma (ele entrega pra Lilian o comprimido). Vai,
garanto que será só essa vez, só experimenta...
(CENA 11 – ESCOLA)
CARLOS EDUARDO
- Chegamos.
CARLOS EDUARDO
- Não, não estou brincando. Essa será a sua escola e por tanto espero que se contente
com isso. A educação, pelo o que eu ouvi falar, é muito boa.
LEANDRO (ironicamente)
- Aham, tá, deve ser ótimo mesmo!
CARLOS EDUARDO
- Vamos (Carlos abre a porta e se levanta).
LEANDRO
- Eu me recuso. Já suportei de mais por hoje. Já estão querendo me torturar, isso sim
(ele cruza os braços e olha para a frente).
LEANDRO
- Ah, tá bom papai, tente... (Leandro tranca as portas do carro por dentro e fecha as
janelas).
CARLOS EDUARDO
- Você está ficando burro, né meu filho?! (Carlos pega a chave do carro e abre as
portas do carro).
LEANDRO
- Eu não vou, Carlos Eduardo! Não adianta, que eu não vou sair daqui!
LEANDRO
- Agora vai querer me bater é? Quanta classe papai...
CARLOS EDUARDO
- Se você não sair desse carro agora, o seu próximo destino é o colégio interno garoto.
Ele olha para a cara do pai e vê que ele está falando sério. Ele respira bem fundo
e sai do carro. Sem olhar para a cara do pai, ele entra na escola, enquanto Carlos
Eduardo o acompanha.
CARLOS EDUARDO
- Olá, esse é o meu filho, Leandro (diz Carlos a diretora assim que os dois entram na
secretaria, Leandro dá um sorrisinho forçado).
DIRETORA SUZANA
- Luis é o seu filho?
LEANDRO
- Tá surda querida?! Eu me chamo Le-na-dro.
CARLOS EDUARDO
- Leandro, que é isso?! Cadê a sua educação?
LEANDRO
- Ficou lá no Rio de Janeiro, quer que eu vá lá buscar? Já aviso que posso não voltar, Rio
de Janeiro é grande, talvez eu me perca...
DIRETORA SUZANA
- Desculpa... É que temos aqui na escola um menino que é muito parecido com ele, e se
chama Luis. Meu Deus, a semelhança é incrível... Pois bem, o que posso ajudar?
CARLOS EDUARDO
- Bom, queria matricular o meu filho nessa escola, tem como?
DIRETORA SUZANA
- Claro que tem como.
LEANDRO (sussurrando)
- Droga.
CARLOS EDUARDO
- O que foi filho?
LEANDRO
- Nada não... é, vou ir tomar uma água.
LUCAS
- Isso garota, agora vem cá! (os dois trocam o um com o outro o comprimido
durante o beijo até que ambos engolem).
LILIAN
-Uhm, até que não é ruim.
LUCAS
- É em forma de comprimido, gata, por isso é de boa. Agora sim, vai ficar melhor.
Luis, ao chegar perto do bebedouro vê que já tem alguém, então ele o aguarda.
O menino termina e sai da frente e Luis começa a beber água. O menino que estava no
bebedouro anteriormente olha para Luis e estranha.
DESCONHECIDO
- O que?
LUIS
- Tá loco ca... (ele se interrompe quando olha para Leandro e fica espantado).
LEANDRO (espantado)
- Como você é idêntico a mim?
LUIS (assustado)
- E-eu não sei...