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UM ORÁCULO SAGRADO
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Introdução
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Sumário
O OBÌ ÀBÀTÀ
O NASCIMENTO DE OBÌ
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OBÌ ÀBÀTÀ
“Olodùnmarè chama os homens para retornarem ao seu lar, porém nem mesmo
a morte é capaz de apagar as lembranças dos feitos de grandes homens” era o
nome do Babalawò que consultou Ifá sobre o surgimento de Obì no céu e na
terra. Assim foi como Òrúnmilà revelou como Obì foi criada.
Quando Olodùnmarè descobriu que as divindades estavam lutando umas
contra as outras,antes de ficar claro que Èsù era o responsável por isso, Ele
decidiu convidar as quatro divindades mais moderadas (Paz, Prosperidade,
Concórdia e Aiye), para entrarem em acordo sobre a situação. Eles deliberaram
longamente sobre o motivo de os maisjovens, não mais respeitarem os mais
velhos, como ordenado pelo Deus Supremo. Todos começaram então a rezar
pelo retorno da unanimidade e equilíbrio. Enquanto estavam rezando pela
restauração da harmonia, Olodùnmarè abriu e fechou sua mão direita apanhando
o ar. Em seguida abriu e fechou sua mão esquerda, de novo apanhando o ar.
Após isso, Ele foi para fora, mantendo suas mãos fechadas e plantou o
conteúdo das duas mãos no chão. Suas mãos haviam apanhado no ar as orações
e ele as plantou. No diaseguinte, uma árvore havia crescido no lugar onde Deus
havia plantado as orações que Ele havia plantado no ar. Ela rapidamente cresceu,
floresceu e deu frutos.
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Quando as frutas amadureceram para colheita, começaram a cair
no solo. Aiye pegou-as e as levou para Olodùnmarè, e Ele disse a ela para que
fosse e preparasse as frutas do jeito que mais lhe agradasse. Primeiro, ela tostou
as frutas, e elas mudaram sua textura, o que as deixou com gosto ruim. No outro
dia, Ela pegou mais frutas e as cozinhou, e elas mudaram de cor e não podiam ser
comidas. Enquanto isso, outros foram fazendo tentativas, no entanto todas
foram mal sucedidas.
Foram então até Olodùnmarè para dizer que a missão de descobrir como
preparar as nozes era impossível. Quando ninguém mais sabia o que fazer,
Elenini, a divindade do Obstáculo, se apresentou como voluntária para guardar as
frutas. Todas as frutas colhidas foram então dadas a Ela. Elenini então partiu as
cápsulas, limpou e lavou as nozes e as guardou com as folhas para que ficassem
frescas por catorze dias. Depois, ela começou a comer as nozes cruas. Ela
esperou mais catorze dias e depois disso percebeu que as nozes estavam
vigorosas e frescas.
Após isso, ela levou as frutas para Olodùnmarè e disse a todos que o
produto das preces, Obì, podia ser ingerido cru sem nenhum perigo. Deus então
decretou que, já que tinha sido Elenini, a divindade do Obstáculo, a mais velha
divindade em sua casa quem conseguiu decodificar o segredo do fruto das
orações, as nozes deveriam ser dali por diante, não somente um alimento do céu,
mas também, onde fossem apresentadas, deveriam ser sempre oferecidas
primeiro ao mais velho sentado no meio do grupo, e seu consumo deveria ser
sempre precedido por preces.
Olodùnmarè também proclamou que, como um símbolo de Orações, a
árvore somente cresceria em locais onde as pessoas respeitassem os mais velhos.
Naquela reunião do Conselho Divino, a primeira noz de cola foi partida pelo
próprio Olodùnmarè e tinha dois gomos. Ele pegou uma e deu a outra para
Elenini, a mais antiga divindade presente.
A próxima noz de cola tinha três gomos, os quais representavam as três
divindades (Paz, Prosperidade e Concórdia) que fizeram as Orações que fez a
árvore da noz de cola crescer. A seguinte possuía quatro gomos que
representava Òrìsànlá, Aiye, Òrúnmilà e Èsù.
A seguinte possuía cinco gomos que representava Òduduwá, Ògún,
Òsonyin, Obalúwaiyè e Òsun. A seguinte possuía seis gomos representando a
harmonia, o desejo das orações divinas, que se juntou as outras cinco divindades
anteriores. A noz de cola com seis gomos foi então dividida e distribuída entre
todos no Conselho.
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Aiye então fez nascer de si a noz de cola para os seres humanos,
onde sua presença é marcada por orações e ela só germina e floresce em
comunidades humanas onde existe respeito pelos mais velhos, pelos ancestrais e
onde a tradição é glorificada.
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Entre os Yorùbás existem varias razões de peso histórico, místico e social para
usar o obì àbàtà em suas comunidades, por exemplo:
1 - o obì se usa para fazer pactos de união entre as famílias que se unem em
matrimonio aos membros. Esta é uma tradição muito antiga que per vive em
muitas comunidades Yorùbás nativas.
2 – se utiliza obì para adorar a Orí (Òrìṣà pessoal de cada ser humano, que
simboliza o destino).
3 – as pessoas consome obì, como remédio profilático contra a morte e a doença.
4 – obì se utiliza em grande numero de cerimônias ou festejos, tais como a
inauguração de casas, em bodas, aberturas de negócios, celebrar a
independência do aluno sobre seu professor ou tutor.
5 – pelo conhecido pacto entre os Òrìṣàs, exceto Ṣàngó.
6 – no passado se utilizava obì, para determinar o Òrìṣà, que tutelaria o recém-
nascido de uma família.
7 – os mais velhos de uma comunidade muitas vezes usa obì para selar pactos de
união ou de aliança.
8 – se usa obì como Ètùtù (oferenda proposital), para afastar a morte e a doença.
9 – o obì traz energia adicional, abre o apetite, cura sintomas leves de algumas
doenças e mantém alerta quando é comido.
Como pode ser visto, obì desempenha um papel importante dentro da cultura
Yorùbá, assim como dentro do Culto Ifá/Òrìṣà, ao longo das terras Yorùbás. Na
América, cada vez
mais crescem os seguidores de Òrìṣà, que recorrem a este alimento dos deuses,
como forma de agradá-los, implorar e mostrar seu apego à tradição nativa.
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ÀLÀÁFÍÀ – (SAÚDE E PAZ)
Cantiga:
Baragada obí bo bí láwo kan baragada
Obì bo bi lawo njè
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ÈTAWÁ – COMPORTAMENTO ( SIM NEGATIVO, OU SEJA, TALVEZ)
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ÈJÍFÉ - OBÌYÁN – ÈJÍKORERE (EQUILIBRIO)
A melhor resposta afirmativa para uma questão.
Aqui você tem equilíbrio, não há dúvida. É considerado uma resposta SIM
definitiva, que vem com grande equilíbrio e estabilidade. Tendo dois abertos
segmentos e dois segmentos fechados, a própria estrutura dessa posição
sustenta seu equilíbrio supremo. Sob esta caida a energia se manifesta com os
pés firmemente plantados no chão, estabelecendo-se de forma muito equilibrada
e segura. O corpo e o espírito, a mente e as emoções são equilibrados aqui.
Diferente Àlàáfíà, Èjífé reflete uma imagem da vida que é mais fiel à forma –
as forças inter-relacionadas da luz e da escuridão criando um estado geral de
equilíbrio. É por esta razão que Èjífé pode geralmente ser considerado um
definido e estável SIM maior do que Àlàáfíà. Esta caída acontecendo no início
do jogo, quem estiver jogando deve pedir pro cliente bater a cabeça no chão e
pedir a benção. Na sequência quem estiver jogando deve buscar no jogo, o ipo
de sorte para o cliente. Mesmo não sendo uma caída TEMPORÁRIA, quem
estiver jogando deve buscar se alguma coisa para ser feita, e manter essa
resposta positiva.
Cantiga
Obì dìde ọ mù yán yán
Obì dìde ọ mù yán yán
Àjàlé, ọ mù yán yán
Obì dìde ọ mù yán yán
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ỌKÀNRÁN (CORAÇÃO APERTADO, CORAÇÃO COM PROBLEMAS)
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caso, estamos diante de uma possibilidade duvidosa do cliente em
respeito a eficácia das divindades para melhorar sua situação pessoal. Também é
uma possibilidade, que a falta de confiança se localiza no coração do cliente, em
sua falta de autoestima ou simplesmente na falta de reconhecimento de seu
potencial pessoal. Em ambas as situações deverá enfatizar a necessidade de
reforçar a autoconfiança e a fé absoluta nos processos rituais realizados diante as
divindades. É um convite aberto depositar toda sua confiança nas divindades, a
procurar ter e manter paz mental.
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proteção ou bloqueio - o paradoxo proverbial do útero e o túmulo. Oyeku marca
um estado em que existem várias forças invisíveis em jogo.
Um NÃO recebido através Oyeku oferece proteção contra elementos
potencialmente prejudiciais que permanecem invisíveis ou absolutos, obstrução
proveniente de uma fonte desconhecida. É difícil determinar se Oyeku traz abrigo
ou estenose devido à falta de luz neste símbolo. Em algumas situações
dependendo do que for perguntado as divindades Oyeku pode revelar “SIM”,
indicando que o cliente receberá benção de vitoria sobre seus inimigos ou
dificuldades, e também avisa que a pessoa tem muitos inimigos tanto espirituais
como humanos.
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