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TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

Quem Somos

O Templo de Ifá Oriloba, foi


fundado em 2008, após seu
fundador, Babalawo Oriloba
Aworeni Odusolá, Carlos
Eduardo Borges, chegar da
Nigéria, após passar por
vários ritos dentro do culto
tradicional. O Templo de Ifá
Oriloba fica situado na cidade
de Campo Grande- MS.
O principal objetivo do Templo, é orientar seus seguidores ao alto
conhecimento e ao equilíbrio do Ori Inú (o Eu Superior em alinhamento
com as energias do ilè àiyé. ) , para que possam alcançar o que existe de
mais sagrado na natureza, a Energia do Òrìşá , juntamente com a
sabedoria e a direção dos nossos destinos guiados por Orúnmilá, através
do oráculo Ifá.

Hoje, no Templo de Ifá Oriloba, é realizado um trabalho de cura da alma e


do físico, através de rituais onde o foco principal é o Orí. Este, estando
equilibrado e positivo, conecta-se a Òrìşá, Irunmolé e a Olódùmarè
(Deus), consequentemente ,o equilíbrio espiritual é inevitável.
Para que isso seja possível é oferecido informação, treinamento,
instrução e esclarecimentos por parte dos sacerdotes, os quais estão em
constante aprendizado para o crescimento espiritual.
A missão dessa casa e de seu Sacerdote é levar para as pessoas, a
cultura dos Òrìşá e os ensinamentos de Orúnmilá.
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

Para que isso se concretize,


Babalawo Oriloba Aworeni
Odusolá, Carlos Eduardo e sua
esposa Iyapetebi Osunfunmilayo,
Jheniffer Silva realizam palestras
e workshop no Brasil e em vários
outros países, onde divulgam e
esclarecem esses objetivos
dentro do culto tradicional
africano.
Realizamos também vários
trabalhos filantrópicos de ajuda a
instituições e comunidades carentes.Através da ONG Templo de Ifá.
O Templo de Ifá Oriloba, é com certeza uma grande fraternidade espiritual
de alta magia.

“O conhecimento não é exclusivo para iniciados.


Inicie com o conhecimento ou aprimore o que sabe, aprender é o primeiro
passo para ser bom no que faz!”

- Ìyápẹ̀tẹ̀bí OsunFunmilayo -Jheniffer Silva


TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

IKÁ FUN - O CÓDIGO ÉTICO DE IFÁ –


OS DEZESSEIS MANDAMENTOS DE ÒRÚNMÌLÁ EM IKAFUN
O CÓDIGO ÉTICO DE IFÁ NASCE NO ODU IKAFUN E É TAMBÉM
UM CONJUNTO DE REGRAS QUE SE DEVEM SEGUIR OU A QUE
SE DEVEM AJUSTAR AS CONDUTAS, TAREFAS OU ATIVIDADES.

• O AWÓ NÃO DIZ O QUE NÃO SABE.

• O AWÓ NÃO FAZ CERIMÔNIAS, DAS QUAIS NÃO TEM


CONHECIMENTO.

• O AWÓ NÃO ENCAMINHA UMA PESSOA, POR UM


CAMINHO FALSO.

• O AWÓ NUNCA DEVE ENGANAR AS PESSOAS.

• O AWÓ NÃO DEVE PRETENDER FAZER O SÁBIO,


QUANDO NÃO ÉS

• O AWÓ DEVE SER HUMILDE E NÃO DEVE SER


EGOCÊNTRICO.

• O AWÓ NÃO DEVE SER FALSO E NEM MAL


INTENCIONADO.

• O AWÓ NÃO DEVE ROMPER AS PROIBIÇÕES E


TABUS.
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

• O AWÓ DEVE MANTER TODO SEUS UTENSÍLIOS


LIMPOS.

• O AWÓ DEVE MANTER SEU ILÉ LIMPO.

• O AWÓ DEVE RESPEITAR AOS MAIS DÉBEIS TRATÁ-


LOS BEM E COM RESPEITO.

• O AWÓ DEVE RESPEITAR E TRATAR BEM OS


MAIORES.

• O AWÓ DEVE RESPEITAR AS LEIS MORAIS.

• O AWÓ NUNCA TRAI UM AMIGO.

• O AWÓ NÃO DEVE REVELAR OS SEGREDOS.

• O AWÓ RESPEITA AOS OUTROS AWÓ.

A HABILIDADE DE COMPORTAR-SE COM HONRA E OBEDECER


AOS MANDAMENTOS, É DE
TOTAL RESPONSABILIDADE DO AWÓ.
ESTES MANDAMENTOS DE IFÁ, NÃO SÃO SOMENTE PARA OS
BABALAWOS E OLUWOS, SÃO PARA TODOS OS CRENTES NA
CULTURA RELIGIOSA DOS DEUSES
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

CULTO YORUBÁ

A Cosmogonia Yorubá
(corpo de doutrinas, princípios)
Yorubá é um nome reservado aos povos de Oyó, que acabou por
cobrir todas as etnias do mesmo tronco, hoje conhecido como de fala
Yorubá.
O historiador Frobenius (Mythologie de l’Atlantide) afirma ter
redescoberto na terra dos yorubás ramificações do desaparecido
continente da Atlântida. Segundo ele, os
atlantes teriam cruzado o oceano infiltrando-se
na África. Já Samuel Johnson (The Story of the
Yorubás) situa a origem dos yorubás no Egito
Superior ou na Núbia.
Além de a antiga civilização egípcia ser
considerada como remanescente da Atlântida,
as afinidades entre a religião de Òrìşá / ifá e as
hoje conhecidas crenças da antiga civilização
egípcia só fortalecem esta afinidade.

Dentro da tradição Yorubá, a estrutura universal é regida por uma


Divindade Suprema, Olódúmarè, origem única e princípio de todos os
mundos, que comanda e zela pela sua evolução. Este Ser permeia todos
os reinos da manifestação cósmica, desde as maiores galáxias até os
ínfimos espaços intra-atômicos.
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Olódúmarè, o Deus Supremo, é a razão de estarmos aqui e o motivo pelo


qual seguimos sempre adiante para crescermos como seres humanos e
para que o nosso “Eu Superior”, nosso “Orí”, tenha a evolução que
precisa para continuarmos por toda a eternidade.
O culto Yorubá é um culto monoteísta, pois se baseia na idéia de um Deus
Supremo, chamado Olódúmarè que, através do desdobramento quântico
de si mesmo, cria um Universo Manifesto, bem como os Òrìşá, dando a
estes a condição de auxiliadores da humanidade. Os Òrìşá são
manifestações que Deus criou para nos ajudar a entender cada pedaço
do quebra-cabeça da vida.
Olódúmarè é uma energia infinitamente perfeita, e de quem todos os
outros seres recebem a existência. Diante do maravilhoso e fantástico
espetáculo da Criação, a razão humana é capaz de caminhar até o
conhecimento da existência do Criador.
Descrito como aterekaye (aquele que cobre o mundo, fazendo todos
sentirem a sua presença) é o detentor do Poder Absoluto e Onipotente.
É a partir desse processo do conhecer que, em nossa religião, afirmamos
ser Olódúmarè “o único no céu e na terra, o Supremo sobre todos nós”,
"Senhor de todas as coisas", "o Soberano que está no Orun (céu),
"Aquele que tem a máxima autoridade sobre tudo e todos".
O Culto Yorubá é uma religião que trabalha com as energias da natureza,
que por sua vez, são as energias dos Òrìşá e com todo o processo de
organização e de utilização dessas energias. Nada é segredo, tudo tem
sua resposta, sua explicação e seu por que. Tudo a respeito do Culto
Yorubá pode ser explicado, em seu devido tempo e na hora propícia.
Segundo a concepção Yorubá, todo o processo de existência se
desenvolve no plano físico – o Aiyê (terra) – e no sobrenatural – o Orun
(céu). Tudo o que se manifesta no Aiyê (terra) tem a sua pré-existência
no Orun (céu).
Dentro da tradição Yorubá, a existência dinâmica se deve à manifestação
de uma força que se denomina Asé. Sem Asé não haveria possibilidade
de existência e realização, pois dele decorre todo o processo vital, como
essência e forma.
Asé é a energia contida numa grande variedade de substâncias
representativas dos reinos animal, vegetal e mineral, que se propõe
movimentar. Os elementos portadores de Asé podem ser agrupados em
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três categorias, chamados “sangues” – porque o sangue é o veículo


energético por excelência: Sangue vermelho, Sangue branco e Sangue
negro.
O SANGUE VERMELHO COMPREENDE:
No reino animal: – corrimento menstrual, sangue humano ou animal.
No reino vegetal: – azeite de dendê, ossun (pó vegetal vermelho), mel.
No reino mineral: – cobre, bronze, ouro (a cor amarela é uma variedade
do vermelho).
O SANGUE BRANCO COMPREENDE:
No reino animal:– o plasma do igbin, o sêmen, a saliva, o hálito, as
secreções.
No reino vegetal: o álcool, banha de Orí, vinho de palma, seiva.
No reino mineral: efún, sal, prata, chumbo, conchas.
O SANGUE NEGRO COMPREENDE:
No reino animal: – as cinzas dos animais.
No reino vegetal: – o sumo das folhas, o waji.
No reino mineral: – o carvão, o ferro.
Alguns lugares, objetos ou partes do corpo humano podem ser
impregnados de Asé: a língua, o coração, as vísceras, os órgãos genitais,
os dentes e ossos, assim como também as raízes, árvores, sementes, as
pedras e cristais, os rios, o mar, as florestas e o fogo. A prática da religião
Yorubá consiste em atuação através da manipulação dos Aşés branco,
vermelho e negro.

Segundo os Itans (mitos) do Odú Ejiogbe, corpo da tradição oral que


norteia todas as crenças e procedimentos da religião Yorubá, Olódúmarè
convocou Obàtálá para elaborar o planeta Terra dentro da dimensão
física.
Durante a caminhada, Obàtálá encontrou Eşú, que indagou sobre
oferendas que deveriam ser feitas para a consecução do trabalho.
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Obàtálá não deu importância ao fato e, sedento, extrapolou no consumo


de bebida alcoólica.
Consequentemente, caiu em sono profundo e foi suplantado por
Oduduwa, que, tomando os elementos necessários, saiu para efetuar a
tarefa da criação da Terra.
O local onde o trabalho teve início denominou-se Ìfé (aquilo que é amplo).
Segundo a tradição, daí proveio o nome da cidade sagrada de Ilê Ìfé.
Segundo a tradição de alguns clãs yorubás, Oduduwa teria sido um herói
proveniente de reinos do oriente que atravessou todo o Egito, chegando
ao local aonde viria a ser fundada a cidade de Ilê Ìfé. Ali encontrou a
população local, os Igbo, cujo rei era Obàtálá. Logo encontrou oposição
por parte de Oreluere, ancestral guardião, partidário de Obàtálá. Esta
oposição política à investida de Oduduwa fez nascer a Sociedade Secreta
Ògbóni (Odú Irosun Iwori), preservadora da justiça e dos ideais
implantados nas primeiras instituições da Terra.

ỌRẸLÚÉRÉ – O Caçador Primordial

Um dos dezesseis integrantes entre aqueles que formavam a comitiva


de Odùdúwà, quando este buscou oposição politica e fundou a cidade
de Ilé Ifẹ – O Berço da Civilização dos Iorubá.
Detentor absoluto do conhecimento da Caça, ensinou os primeiros
iorubás a Arte da Caça com arco e flecha. Guerreiro destemido, médico
habilidoso e guardião da moral, tradição e bons costumes dentro do
berço familiar dos iorubás. Aqueles que cometiam qualquer tipo de
“tabu” deveriam se apresentar a sua frente, confessar o ocorrido e
cumprir a penitencia determinada por Ọrẹlúéré.
Ọrẹlúéré é lembrado e reconhecido apenas nas canções de Ògún,
Ọṣọọsì e Ẹrinlẹ, pois não existe registros de cânticos específicos a esse
ancestral. Alguns “pesquisadores” o denominaram de Ọdẹ Ọrẹ, talvez
baseando-se equivocadamente nos cânticos afro cubanos que
mencionam o termo Ọdẹ ọ̀rẹ́, que tem a interpretação de “Amigo
Caçador” e não o nome abreviado de Ọrẹlúéré.
Os chifres ou corno oco por dentro, remota a lembrança desse
Caçador Primordial, pois foi ele quem ensinou como utilizá-lo para
chamar um caçador que estava dentro da mata. Quando o soar das
batidas dos chifres que ecoavam pela floresta, os caçadores atendiam
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prontamente ao seu chamado. Essa “técnica” era utilizada para reunir


todos os caçadores que estavam próximo as redondezas.
Em meu conhecimento, Ọrẹlúéré não pertence a categoria dos Òrìṣà e
sim aos Ancestrais não divinizados ou deificados. Não há registro
comprobatório na literatura Iorubá, muito menos na Tradição Oral que
após a sua morte, a Casta dos Caçadores prestavam qualquer culto à
Ọrẹlúéré, embora o reconheciam como O Caçador Primordial.

Olódùmarè
Olódùmarè

No sentido mais profundo que encontramos, ao analisarmos o nome


de Olódùmarè, encontramos o significado de "Eu sou aquele que é" ; o
nome designando o próprio ser, o ser das coisas em sua manifestação
plena e em sua relação com o Universo. A revelação do nome é
extremamente significativa na propensão de Olódùmarè para a sua
Criação.
Esse nome é único porquê contém todo o mistério, e representa toda a
plenitude do nosso Universo e quando é pronunciado, nos leva a eterna
busca da perfeição. É o nome da Santidade transcendente, que exprime
a presença dinâmica de Deus, todo Poderoso em Sua Criação e a
fidelidade de sua assistência aos homens.
Para entender nossa relação com o ele, nós temos que nos lembrar de
três pontos importantes:

- Todas as coisas neste universo foram criadas por Olódùmarè.

- Olódùmarè é a Fonte do “Ser”, sem a qual nós não poderíamos existir,


ter vida, ser racionais ou "inteligentes".

- Olódùmarè é conhecido como o Determinador e Controlador do Destino.


Nós estamos sob controle e governados, do princípio ao fim.
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Com exceção do dia que nascemos e o dia que é suposto que iremos
morrer, não há um único evento na vida que não possa ser previsto,
mudado e necessário. Olódùmare é a força criativa central. Para os
Yorubá, Olódùmarè concebeu o Universo em um êxtase de si
mesmo. Assim, podemos dizer que a criação tem suas raízes no futuro,
pelo qual ele vive. O mundo é inquieto porque foi criado
dinamizado. Criado assim, o mundo só pode existir em evolução. Sua
perfeição aparece desde a origem. A criação se realiza numa ascensão
espiritual progressiva, desde a matéria dita inanimada, até atingir, no
homem, a dignidade da consciência, que está muito além da questão da
cor de sua pele, ou sua raça.
Existe, para o Yorubá, por detrás das aparências e do mundo visível,
um elemento inteligente, "racional", que regula, dirige, anima o cosmos,
e que faz com que esse cosmos não seja caos, mas ordem.
Há, com certeza na origem do Universo, um impulso de pura
consciência, que é Olódùmarè.
Olódùmarè é um espírito infinitamente perfeito, que existe por si
mesmo e de que todos os outros seres recebem a
existência. Olódùmarè é o ser sem semelhança, por não o vermos. Por
isso quando o nomeamos, apenas tangenciamos sua essência.
A existência de Olódùmarè, mais que um pressuposto, é verdade
fundamental, ponto de partida para qualquer discurso religioso.
É como se primeiro, reconhecêssemos a sua existência, depois
procurássemos a ponte capaz de nos levar a ele, capaz de propiciar a
religação com nossa origem. Afinal, nas extremidades invisíveis do
nosso mundo, abaixo e acima da nossa realidade, paira o espírito.
Nosso espírito e esse ser transcendente a quem
chamamos Olódùmarè, são levados a se encontrar.
No entanto, é natural, para todos nós, a idéia de que não podemos
compreender Olódùmarè. Na medida em que ele é infinito, princípio e
fim de todas as coisas, encontra-se além dos limites humanos e de sua
compreensão. Podemos, sim, conhecê-lo através de seus atributos e
deduzir a sua existência através de suas manifestações no Universo e
nas coisas criadas.
Somos levados, também, ao conhecimento de Olódùmarè pelo que
conhecemos e sabemos com clareza e precisão que Olódùmarè não é.
Para crermos na existência de Olódùmarè e avançarmos em direção ao
seu conhecimento é necessário que não comecemos por usar os
caminhos da razão.
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Olhamos e vemos; o mundo é um espelho a mostrar permanentemente


a sua presença e grandiosidade, infinita e perfeita.
Diante do maravilhoso e fantástico espetáculo da Criação, a razão
humana é capaz de caminhar até o conhecimento da existência do
Criador. Em seus reflexos espalhados pelo Universo, ela pode adivinhar
suas perfeições de poder, de beleza e de bondade, manifestos em cada
ser e em cada elemento. Sua realidade objetiva e invisível manifesta seu
eterno poder e sua divindade - torna-se compreensível, desde a criação
do mundo, através das criaturas.
No Culto Yorubá podemos afirmar que Olódùmarè é único no céu e na
terra, o Supremo sobre todos nós e o chamamos referindo-nos
particularmente as suas características de "Senhor de todas as coisas",
"o Soberano que está no Òrun", "Aquele que tem a máxima autoridade
sobre tudo".
Olódùmarè pode ser conhecido por muitos nomes - afinal de contas,
muitas são as suas particulares manifestações nos diversos momentos
e planos da Criação, e assim, muitas vezes, ele é chamado de ÒLÓFIN
ou OLORÚN.
Olódùmarè é na religião Yorubá o Deus Único, Supremo, Onipotente e
Criador de tudo o que existe. Seu nome significa, "O Senhor, o qual é
nosso eterno destino".
Olódùmarè é nossa máxima representação espiritual no universo, ele é o
Arquiteto Universal da nossa existência nos mundos paralelos de Òrun e
Àiyé.

Quando o mundo começou, havia convivência entre as divindades e os


seres humanos, todos podiam ir ao Òrun e voltar quando desejassem.
Não havia limitações entre o Òrun e o Àiyé. Então, alguma coisa
aconteceu e um extenso espaço surgiu entre o Òrun e o Àiyé. A história
do que aconteceu é contada de várias formas, e todas levam a um só
motivo. O homem pecou contra o Poder Supremo e uma barreira se
levantou. O privilégio da livre comunicação desapareceu em troca do
diálogo indireto através das diferentes formas oraculares estabelecidas
e legadas pôr Òrúnmìlà.

Não há escuridão que se propague se temos conosco a fé na luz de


Olódùmarè. Os Yorubá acreditam em um Deus
supremo, Olódùmarè. Olódùmarè é muito remoto ao Yorubá através de
suas virtudes e dualidade. Em outras palavras, Deus criou ambas as
forças: “boas " e " más " e jogou no universo; ele deu Àse (poder) para
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ambos os lados. " Quando você falar quase " bom ", você já pressupôs
" mal "". Há sempre dois lados de toda história ou problema.

Dentro de Ifá o cosmo é dividido em dois. O lado direito está habitado


pelos poderes sobrenaturais benevolentes e o lado esquerdo está
habitado pelos poderes sobrenaturais malevolentes. Os poderes
benevolentes são os Òrìsà e as associações úteis deles/delas com o ser
humano. Os poderes malevolentes são as energias destrutivas do mau
como Ikú (morte), Arun (doença), Òfò (perda), Èpè (maldição) e assim por
diante. Não há nenhuma coexistência calma entre estes dois poderes,
eles sempre estão em conflito.

"Eu não tenho nada além daquilo que todas as pessoas têm, a única
diferença entre mim e os demais é que eu acredito na presença de
``Olódùmarè´´ em minha vida e sempre o coloco à frente de minhas
atitudes!"
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

A CRIACAO E O DESTINO DO SER HUMANO


(BABALAWO IFATOKUN)

Olódúmarè, Orunmila, Oduduwa e Obatalá

• A criação do ser humano no céu antes de vir a terra


Olodumare é o criador supremo, inclusive do ser
humano. Para dar-nos vida, chamou Obatalá e pediu-lhe
para moldar a humanidade, então até hoje os iorubas
acreditam que enquanto a criança está no útero, é Obatalá
quem molda a sua forma física.
Quando Obatalá acaba de moldar, o ser vai à casa de
Ajalá, para escolher o Orí que deseja para a cabeça (Ajalá
não dá o destino, apenas a qualidade do Orí).
Depois de escolher o Orí, Obatalá sopra sobre elas,
dando vida ao ser.
Então o ser humano vai com sua consciência aos
portões de Onibodê, para escolher com suas próprias
palavras o destino que quer seguir sobre a terra. Assim,
Onibodê dá o asé final para o destino escolhido –
Olodumare deu a Onibodê o poder de abrir os portões que
separam os dois mundos, para que o ser humano passe
com o asé do seu destino.
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

Orunmila não tem qualquer influência no destino das


pessoas, ele foi enviado por Olodumare para ver como as
pessoas estavam seguindo o seu
destino na terra. Assim, viu que
estavam morrendo cedo, algumas
tendo doenças inexplicáveis muito
cedo, outras morrendo em acidentes,
então ele foi procurar Olodumare para
saber o motivo disso.
No caminho encontrou Onibodê, e
contou o que viu na terra. Onibodê
então convidou Orunmila para
acompanhar a passagem das pessoas
pelo portão, onde viu que cada um
escolhe o seu destino. Orunmila

• Orunmila ordena proteção para seus filhos

Não conformado com as mortes prematuras, Orunmila


volta a terra novamente para ver o que estava
acontecendo com seus filhos que estavam morrendo
antes da data escolhida nos portões de Onibodê.
Chegando à terra, encontrou Iku (a morte) levando
todos, então perguntou o motivo para que estivesse
matando os seus filhos.
Iku então respondeu que não reconhecia os filhos de
Orunmila, pois não tinha nada o que os diferenciasse dos
outros. Orunmila então ordenou que seus filhos use um
Idefa para os proteger de Iku.
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

A forma que Iku reconhece os iniciados no culto de Ifá é


sua pulseira (Idé), a qual não deve ser tirado por nenhum
motivo, inclusive no período menstrual
ou ao ter relações sexuais. Bem como
é responsabilidade do iniciado
procurar seu sacerdote de Ifá para
fazer uma consulta oracular, quando
seu Idefa (pulseira de Ifá) arrebenta.

Idé Ifá OUTRAS FAMILIAS TRADICIONAIS NIGERIANAS NARRAM UM


ITAN EM QUE ORUNMILA VENCE IKU

ÒRÚNMÌLÀ E O PACTO COM IKU (MORTE)

Òrúnmìlà era um grande Sacerdote, havia ganhado a admiração por ser


uma pessoa correta e de bom coração. Entretanto, seus inimigos lhe
prepararam uma armadilha para que Iku (morte) o levasse.
Òrúnmìlà consultou Ifá, que lhe aconselhou a fazer Ebó para acabar
com seus inimigos e evitar problemas futuros.
Quando Iku chegou à casa de Òrúnmìlà o encontrou parado em sua
porta. Porém não o reconheceu devido ao Ebó que ele tinha realizado e
com os ingredientes desse Ebó ele fez cinza, e pintou o rosto ficando
completamente desfigurado, nesse mesmo momento estava cozinhando
a carne dos animais que foram ofertados no Ebó.
Quando Iku o viu lhe perguntou se naquela casa vivia um homem
moreno e ele lhe respondeu dizendo que não. Disse também que ele era
o único que vivia ali e Iku foi embora.
Iku regressou mais tarde porque foi avisada que aquela era a casa que
vivia Òrúnmìlà. Quando ele viu Iku a convidou para comer e beber.
Iku comeu e bebeu tanto que acabou sendo vencida pelo sono,
momento este que Òrúnmìlà se aproveitou para tirar a foice que Iku
utilizava para tirar a vida das pessoas.
Quando Iku despertou começou a procurar sua foice e não a encontrou,
o desespero foi tanto que ela suplicou a Òrúnmìlà para que ele a
ajudasse encontrar sua foice e em recompensa jamais levaria um filho
dele, a menos que ele permitisse e desta forma Òrúnmìlà venceu Iku. É
por essa razão que os Bàbáláwos podem salvar a qualquer pessoa que
esteja com problemas com Iku.
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1. Obatalá - Primeira divindade criada por Olodumare e


enviado a terra para criar a humanidade do barro,
criando o corpo, cabeça, olhos, boca...
2. Ajalá – É o oleiro primordial que foi responsável pela
criação, moldação da cabeça (onde vive o Orí). Ele
representa a parte orgânica do ser humano, para a
criação ele mistura ao barro folhas, frutas e minérios,
sangue, dentre outros materiais que determina como
será aquela pessoa, como o Orí poderá agir nela. Com
o tempo, esses ingredientes perdem a energia, que
precisa de vez em quando ser repostas em um
Ebó(sacrifício) que é feito diretamente sobre a
cabeça. Quem procura Ajalá não busca destino, e sim
qualidade de vida sobre a terra.

ORÍ
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

Uma das divindades mais importantes na compreensão do Culto


Yorubá é o Orí. Uma pessoa sem uma cabeça é uma pessoa sem direção.
A cabeça é o primeiro a entrar no mundo na maioria dos casos, e é o
domicílio de todas as escolhas. Em muitas sociedades africanas, a
cabeça é tão importante que ela é adorada como a sede da personalidade
e destino do ser humano. A cabeça é considerada o receptáculo de
idéias, opiniões, emoções e está ligada ao destino e sorte de cada
pessoa. “A origem ou a fonte de todo orí seria o Deus Supremo –
Olódùmarè - ou o Grande Orí, do qual todo Orí deriva, visto que ele é, na
verdade, o doador de todo Orí “. O conceito de Ifá sobre Orí é a integração
do pensamento e da emoção que gera um Orí positivo ou de sabedoria.

Ori Inú é a essência da personalidade da alma do homem e deriva


diretamente de Ólodùmarè. O Orí Inú é o ser interior, o Eu Superior, o ser
espiritual do homem e é imortal. Orí é uma divindade que tem o objetivo
de servir apenas a uma pessoa à qual está ligado por força do poder de
Ólodùmarè.

Estamos ligados a Ólodùmarè por nosso Ori Inú, (Eu Superior), ele é a
fonte da inteligência para a sobrevivência no Ayê (terra), e dele (Ori),
geramos toda a força propulsora que nos conduz em nossa jornada não
somente para a vida em si, mas também na saúde, prosperidade e
equilíbrio, o qual está diretamente ligado ao Órun(céu), portanto, Ori Inú
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é aquele que conhece o próprio destino, da mesma forma que nos


conduzirá na passagem do mundo físico ao espiritual.

Ori é a palavra em Yorubá usada para descrever a consciência. O


conceito de Ifá sobre Ori é a integração do pensamento e da emoção que
gera um Orí positivo ou de sabedoria. Ifá diz: a pessoa que fracassa, se
não fizer uso da sabedoria, se tornará fútil e inútil.

“O ponto chave de Ifá para entender o que é Ori, é a transformação


pessoal. Não é somente resolver conflitos pessoais, está também em
aprender como viver em harmonia com as forças invisíveis que formam
e guiam o destino do planeta”. (Inner Peace “The Ifá Concept of Ori”
- Awo Falokun Fatumbi – pag. 63 – parágrafo 2).

ORÍ INÚ - a cabeça interna, é a nossa personalidade divina, ou nosso “eu


verdadeiro”, ou nosso “eu supremo ou superior”. Em resumo, nossa
alma.

O Odú Ogbè-Ègùndá, fala:


“Ìwà nikàn l´ó sòro o”
( “ Caráter é tudo o que se precisa” ).

Ìwà Pèlé (caráter reto) :


é o que conduzirá Orí Inú até o Òrun rere (plano espiritual dos Orisá), em
caráter definitivo. Todos os Orisá têm que respeitar a vontade e o livre
arbítrio de Orí. Sem a aprovação de Orí nenhum Orisá pode fazer nada
pelo seu devoto.
Orí é o Deus portador da individualidade de cada ser humano. Representa
o mais íntimo de cada um, o inconsciente, o próprio sopro de vida em sua
particularização para cada pessoa. Orí mora dentro das cabeças
humanas e é conhecido como aquele que pode fazer a grande viagem
sem retorno.

Orí é o ponto central do culto Yorubá. Ólodùmarè (Deus) é o criador de


Orí Inú, mas mesmo assim, ele nunca desceria aqui na terra pra obrigá-lo
a rezar ou obrigaria seus filhos segui-lo. Isso depende única e
exclusivamente do Orí, da escolha e do livre arbítrio. Por isso, para o
Culto Yorubá, Orí é a divindade mais importante!
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A missão maior de Orí Inú, à qual cabe ao nosso Orisá ajudar-nos, é o


desenvolvimento de Ìwà Pèlé (caráter reto e bom), que é o nosso
passaporte para o encontro definitivo com Ólodùmarè !

Entre os povos bini, na Nigéria, a cabeça é considerada o receptáculo das


idéias, opiniões, emoções e sofrimentos do individuo, e está ligada ao
destino e à sorte.
Ori é todo o asé que uma pessoa tem. Ela é a sede da consciência e dos
principais sentidos físicos”.

“ O homem está no mundo ! Um mundo que ele encontra ao nascer e que


é uma imensidão. Percepções, vivências, emoções, elaborações,
organizações se sucedem...
A relação ele / mundo irá se estabelecer de forma natural ou provocará
uma realidade de estranheza, dependendo de como se estruturou em seu
processo de desenvolvimento “. (Preciso de licença para ser eu mesmo
? - Andrée Intrator – pag. 31 – parágrafo 1).

O Orí precisa ser trabalhado e orientado para que possamos encontrar o


equilíbrio do Eu Superior (Orí Inú). Quem nunca escorregou da luz para
a escuridão e se viu impotente nas tentativas de reverter o quadro? Por
isso precisamos estar em equilíbrio com nós mesmos, para estarmos em
equilíbrio com nosso Orisá e aí estaremos em equilíbrio com a natureza
e com todo o universo.

O Orí está dividido em Orí Inú que é a Cabeça Interna ou Destino e Orí
Òdé que é a Cabeça Física.
ORÍ ÒDÉ – a cabeça externa caracteriza-se pela cabeça física (crânio,
cérebro, sistema nervoso central, olhos, ouvidos, etc.) e também pela
personalidade e intelecto que resultará da interação daquele corpo com
Orí Inú (cabeça interna).
ORÍ INÚ - a cabeça interna é a nossa personalidade divina, ou nosso “eu
verdadeiro”, ou nosso “eu supremo ou superior”. Em resumo, nossa
alma.
Todos os òrişá têm que respeitar a vontade e o livre arbítrio de Orí.
Sempre, quando se inicia um culto, os devotos têm que tocar a terra com
a testa como um ato de respeito ao primeiro Orí, a ancestralidade e a
Onilé de onde o orí foi formado e moldado por Ajalá, Obàtálá. Orí é o Deus
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portador da individualidade de cada ser humano. Representa o mais


íntimo de cada um, o inconsciente, o próprio sopro de vida em sua
particularização para cada pessoa. Orí é cultuado como uma Divindade e
é única e individualizada, devendo ser cultuado e tratado. A habilidade
do Orí de receber o Aşé (poder) do òrişá é uma função da ressonância
interior do Orí em si. O Aşé de um òrişá que existe no Orí de um indivíduo
pode atrair a força desse òrişá através de uma experiência chamada
incorporação (transe) ou intuição forte, que se dá a partir de um processo
iniciático.
Tão importante é a cabeça em muitas sociedades africanas que ela é
adorada como a sede da personalidade e destino do homem

Ìwà Pèlé - Caráter

Caráter é um conjunto de características e traços relativos à maneira de


agir e reagir de um indivíduo. É a firmeza e a coerência de atitudes.
O conjunto das qualidades e defeitos de uma pessoa é que vão
determinar a sua conduta e a sua moralidade, o seu caráter.
Uma pessoa vista como "sem caráter" ou "mau caráter", geralmente é
qualificada como desonesta, pois não apresenta firmeza de princípios ou
de moral. Por outro lado, uma pessoa "de bom caráter" é alguém com
formação moral sólida e incontestável.
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Caráter, na psicologia, é o termo que designa o aspecto da personalidade


responsável pela forma habitual e constante de agir e reagir em situações
da vida, peculiar a cada indivíduo, pois é o conjunto dos traços
particulares: o modo de ser, sua índole, seus hábitos, seus vícios, sua
natureza, suas virtudes, seu temperamento, seu gênio e humor; sendo
esses, resultado de progressiva adaptação do individuo às condições
ambientais, familiares, pedagógicas e sociais.
O caráter de uma pessoa pode ser dramático, religioso, especulativo,
desafiador, covarde, inconstante... Existem inúmeras variações.
As culturas antigas costumavam pregar que, uma pessoa com índole
confiável, era uma "Pessoa de caráter forte". Quando o caráter, presença
inerente no ser, é forte, significa que por mais maravilhosos ou
recompensadores os caminhos possam parecer, há sempre um
sentimento de alerta, que indica aquele como um caminho errado, mesmo
que no momento pareça o correto.
Escolher qual o caminho a seguir e quais conseqüências irão advir, só o
caráter pode identificar, no momento que as decisões, de trabalho, amor,
relações sociais, escolares, de amizade..., são tomadas.
O caráter faz ver além, nas conseqüências dos atos de hoje, e não pode
ser adquirido ou estudado ou mesmo aprendido.
Desde os primeiros dias de vida, uma pessoa já demonstra sinais de seu
caráter. Isso não quer dizer que uma pessoa que nasça com mau-
caráter vá necessariamente desenvolver atitudes sempre contra a moral
vigente; a educação que ela recebe influencia em suas escolhas. A partir
deste princípio é que uma pessoa constrói seus certos e errados.

Dentro do Culto Yorubá, Ìwà Pèlé é o caráter de cada um e a base de tudo


a ser seguido. Os princípios do Culto Yorubá levam ao caráter
reto. Sendo esse, primordial para que o individuo consiga seguir suas
escolhas.

Os Yorubá, tem por costume a formação de várias Sociedades. E a


Sociedade Ogboni é fundamentada em cima do bom caráter, do caráter
reto. Onde não se pode cometer injustiças, traições, mentiras... Deve-se
preservar o Ìwa Pèlé, o Bom Caráter e a lealdade, acima de tudo.
A importância posta, pelos Yorùbá, no princípio de Ìwà Pèlé mostra que
as religiões tradicionais africanas são baseadas em profundos valores
morais.
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Para ter uma vida próspera, a pessoa deve desenvolver seu Ìwà Pèlé, que
representa o crescimento da beleza interior e a profundidade de
caráter. Por nossas ações e interações, demonstramos que estamos em
harmonia e equilibrados com os conceitos universais e tradicionais da
vida, o que mostra nosso respeito a tudo aquilo que faz parte da Criação.
Ìwà Pèlé abrange a importância da responsabilidade e as conseqüências
que vêm de positivo ou negativo em nossas ações.

Ìwà Pèlé é considerado pelos Yorùbá como a representação do bom


caráter e está relacionado com a capacidade prática de provocar
mudanças de energia. Na religião tradicional Yorùbá isso é de suma
importância, já que o caráter do homem demonstra seu coração e
Olòdúmarè (Deus), o qual é chamado de “O buscador de corações”, vai
em busca de nossos corações analisando-o sempre.

Ìwà Pèlé é o que caracteriza uma pessoa sob o ponto de vista ético. Para
ser feliz uma pessoa deve ter Ìwà Pèlé, pois quem tem bom caráter não
entra em choque com os seres humanos, nem com os poderes
sobrenaturais. Esse é o mais importante dos valores morais Yorùbá, e a
essência da fé consiste em cultivá-lo.

As ações diárias ou o viver cotidiano são produzidos pelo subconsciente,


isso não é mais que o reflexo dos feitos, pensamentos e atitudes da vida.
Uma pessoa em harmonia com a vida, está de acordo com o princípio
universal e recebe de uma maneira acelerada as coisas boas. O bom
caráter é um escudo de proteção suficientemente sólido contra qualquer
acontecimento, por mais duro, difícil ou extremo que pareça. Há um
provérbio africano que diz: "Um bom caráter é armadura suficiente contra
qualquer acontecimento desfavorável na vida, qualquer um que tenha um
bom caráter não precisa temer nada".

Ifá diz: "O bom caráter é a salvaguarda do ser humano, os covardes e


temerosos carecem de proteção devido à sua moral e caráter”.
Alguns aspectos do caráter humano são amplamente explorados pela
palavra de Ifá, afim de garantir as bênçãos dos Imortais. Alguns desses
aspectos, muito importantes, são as virtudes comportamentais
consideradas sagradas para Ifá.

No Odú Ogbe'Sá, fala-se dos três primeiros passos que devemos dar para
atingir o Ìwà Pèlé, o Bom Caráter:
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- Praticar a verdade;
- Praticar a retidão;
- Fazer o bem.
Os passos seguintes,são: a paciência, o valor e a impecabilidade.

Ifá diz que para atingir Ìwà Pèlé, devemos ser iniciados na Sabedoria da
Natureza. Uma vez iniciados, se revela a nós a voz de Orunmilá, o Mestre,
que recebeu os escritos de Olódùmarè.

Todo indivíduo deve empenhar-se para ter Ìwà Pèlè, com o objetivo de
ser capaz de ter uma boa vida num sistema dominado por muitos poderes
sobrenaturais e em uma sociedade controlada pela hierarquia das
autoridades. O homem que possui Ìwà Pèlé não colidirá com nenhum dos
poderes, sejam humanos ou sobrenaturais e, desta forma, pode viver em
completa harmonia com as forcas que governam o Universo.

Está implícito no Mau Caráter o desejo de chantagear, a necessidade de


oprimir e o prazer de reprimir, isso sempre visando algum tipo de
vantagem, mesmo que seja o prazer de se sentir algo que ele jamais será,
é como se um gato se olhasse no espelho, imaginando ser um leão. Em
sua pretensão, as garras e os dentes assim como a juba são frutos da
sua imaginação, a arrogância com quem não consegue reagir e as armas
por ele usadas demonstram a covardia nele contida, caracterizando um
comportamento doentio e repulsivo.

ALIMENTO A CABEÇA - BORÍ

BORÍ
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- Bó - significa oferenda;
- Orí - cabeça
- Borí - Oferenda à Cabeça

O Orí da pessoa é tão importante que


frequentemente deve ser propiciado e seu apoio
é necessário antes de empreender qualquer
tarefa.

Obi e água, são oferendas primordiais para


Orí. Obi é usado para repelir o mal e a água(omi), como calmante para o
Orí . Eles evitam desastres.

Borí é um ritual das religiões tradicionais africanas, que harmoniza e


diminui a ansiedade, o medo, a dor e a tristeza, trazendo a esperança,
alegria, harmonia e o equilíbrio.
É através do Oráculo que o Sacerdote recebe as instruções para realizar
este ritual.
O Borí é um ritual bastante importante, que visa o bem estar
individual; é um ritual muito sério, complexo e profundo, que consiste
reverenciar e ofertar, cultuar e louvar o Orí (a cabeça) e assim estabelecer
o elo entre a cabeça material (Orí) e sua cabeça espiritual (Eu Superior),
ou seja, criar a harmonia e equilíbrio necessários à vida. É através dessa
comunhão que se dá a estabilidade espiritual, e a busca da melhor opção
de prosperar na vida.
O Orí deve ser cultuado e ofertado, antes de qualquer outro Òrìsà.
Como ensina Ifá: “Nenhuma divindade poderá ser adorada, sem o
consentimento do Orí.”
Borí é o ritual, no qual, você dá oferendas a cabeça (Orí). Durante esse
ritual, o importante é que você se conecte com seu Eu Superior (Orí Inú),
para que assim, coloque em ordem, suas idéias e ideais, alinhe corpo e
mente, eleve seus pensamentos ao Divino, com isso, você encontra o
equilíbrio, e equilibrado você se harmoniza com a natureza e
consequentemente com Olódùmarè (Deus).
Você estando equilibrado e com seu Orí fortalecido, com seus
pensamentos organizados, você está pronto para seguir em frente na luta
do dia a dia da vida.
Você entra em harmonia com você mesmo, com a natureza, com o Divino
e com Deus.
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É através desse ritual, que se busca o divino e o amor dentro de


você; somente assim, estará se elevando e alimentando o seu Eu
Superior.

O Borí refresca o Orí, renovando as forças mentais, físicas e


psicológicas, assim como a saúde e vitalidade, e pode também refrescar
os caminhos, e todas as situações propiciando o sucesso em cada uma
delas. Trazer clareza sobre o caminho a seguir, facilitando qualquer
tomada de decisão, assim como facilitando o melhor aproveitamento de
tudo ao redor e de cada experiência.

Elenini

A cultura Yorubá, identifica Elenini como uma energia que o objetivo é


criar dificuldades e obstáculos no destino do ser humano. Se a pessoa
está sendo atacado por Elenini, encontrará fracasso e negativos nos
caminhos de sua vida. Elenini é o testemunho de nossas aspirações,
quando ainda estamos no céu, antes de nascer. Quando Olodumare
enviou os Orisa à Terra, enviou também Elenini, para que este vigiasse o
comportamento de todos os seres na terra e testasse a determinação e
o caráter de cada um, oferecendo tentações e várias armadilhas que
colocassem em risco os propósitos e pactos feitos no céu, antes de
nascer. Elenini é a energia que te colocará a prova diante de tudo o que
não se deve fazer. Isso para saber o quão correto e merecedor de
bençãos você pode ser. A sua missão é criar dificuldades para entrar em
conflito com Ori. Ele é visto como o inimigo do Ori, e a sua função é
atrapalhar toda a busca do Ori.

Para afastar a energia de Elenini e vencer suas barreiras é preciso a


prática do bom caráter, de boas ações, sem ego, sem malícia, seguindo
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a verdade e evitando o negativo, aceitando as orientações e


aconselhamentos de Ifá.

Quando a pessoa está dominada por Elenini, se torna cega para as boas
ações, abrindo, dessa forma, portais para a entrada de Ajogun na vida.

O Ajogun aproxima o ser humano de forças como Iku (morte), Arun


(doença), perdas e outros negativos.

Fazer ebó e bori é a forma de fortalecer o Ori contra essas forças


negativas.

Quando se tem um ataque de Elenini, é preciso que o Ori esteja forte e


equilibrado para poder superar esse ataque.

Esses ataques se dão quando a pessoa chega a um estado de total


derrota. Nessa hora, é preciso muita força de vontade para se levantar e
afastar o fracasso, a infelicidade, o ódio, preconceito, egoísmo,
pensamentos negativos, a intolerância .... e tudo o mais de negativo.

Todas essas energias negativas criam um portal por onde Elenini entra,
fazendo aparecer obstáculos que atrapalham o bom andamento da vida.

É preciso ficar atento sempre ao excesso de confiança, de vaidade,


soberba, ganância, porque todos esses comportamentos levam para as
armadilhas de Elenini.

Mas não se pode colocar a culpa de suas más ações e conduta, em


Elenini.

É primordial que se tenha responsabilidade com seus atos e escolhas.

Alcool, mentira, promiscuidade, drogas... todos esses comportamentos


levam a ações de Elenini.

É preciso consultar o oráculo Ifá e seguir as orientações do Sacerdote, e


procedimentos para se fortalecer e bloquear a ação de Elenini. É preciso
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o equilíbrio espiritual, para se poupar de Elenini, e consequentemente de


Ajogun.

AJOGUN E ELÉNÌNÌÍ
Os Inimigos Ocultos e Declarados da Humanidade

Os Ajoguns são forças muito negativas, que tem como objetivo causar doenças, acidentes,
brigas, discórdias. Por isso, quando há sacrifícios (Ebó), é comum cantarmos pedindo para
que a água (elemento mais puro e benéfico que existe) cubra e mate as discórdias , cubra e
mate as doenças, cubra e mate as maldições , etc. Em verdade, estamos pedindo para que a
água cubra e mate os poderes malignos do mundo, os Ajogun.

Diferente das Divindades que moram nos espaços do Orùn, regressando ao aye por meio da
manifestação, os Ajogun moram no Aye e não no orùn. Isso acontece, pois os Ajoguns não
conseguiram causar males no mundo dos Deuses. Ou seja, os Ajogun moram no aye, pois
aqui, diferente do orùn, eles conseguem espalhar os males de forma indiscriminada.

Os Ajoguns estão sempre à espreita, esperando um momento adequado para atuar. Por isso,
é muito importante que as pessoas sempre se cuidem, por meio de oferendas, magias
medicinais e o que mais for necessário, conforme prescrição do Sacerdote.

Quando algo de ruim surge no mundo, por exemplo, uma nova doença, isso certamente foi
motivado por Ajogun, entretanto, quando uma grande descoberta em benefício à sociedade
surge, foi motivada pelas forças positivas que sempre prevaleceram, como os Orixás.

Quando, por exemplo, uma pessoa quebra um Ewó, ela está ajudando e dando forças
ao Ajogun.
O mesmo ocorre quando o sacerdote prescreve um sacrifício que é negligenciado, a pessoa
está dando forças ao Ajogun. Os seres malévolos são conhecidos coletivamente
como Ajogun – Guerreiros contra os Homens que segundo a tradição abrange os Òfò –
Prejuízos, Ègbà – Paralisia, Èjò – Problemas, Èpè – Maldição, Èwòn – Prisão, Èse – qualquer
outro maleficio que possa afetar os seres humanos, entre outras energias maléficas. Entre os
Inimigos dos Homens estão as Àjé – Bruxas e os Osó – Bruxos que utilizam seus poderes
para fins maléficos.
Dentro da Cultura Iorubá acrescenta, ainda Àrùn – A Doença e Ìkú – A Morte, mas a morte
prematura e não a morte natural. Alguns mitos relatam Àrùn como a esposa de Ìkú e que
através desse casal mítico nasceram todas as enfermidades existentes no mundo, que
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conseguiram escapar do mundo sobrenatural, pois lá não tinha poder algum e muitos de seus
filhos ainda se mantem enclausurado no òrún, esperando uma oportunidade para se
estabelecer no àiyé.

Afim de mantermos afastados esses poderes sobrenaturais ruins de nossas vidas, existe a
necessidade de se manter em harmonia com os poderes sobrenaturais bons, que são obtidos
e fortalecidos através das oferendas e dos sacrifícios as divindades que prestamos culto,
sobre tudo os Ritos de Orí. Aquele que se mantém em harmonia entre os dois mundos òrún –
àiyé, poderá contar com esses poderes benevolentes, que o protegerão contra os planos
perversos dos poderes do mal.

Opon Ifá

O que é Ifá?
Muitas explicações são dadas a essa pergunta, alguns falam
que Ifá é uma filosofia a ser seguida, outros que é uma religião
que tem Ifá como um Orixá criador de destinos, mas o que
muitos não sabem é que vai muito além disso.
Ifá é a “consciência cósmica universal”, é a mente de
Olodumare (Deus). É um Deus da predestinação, da sabedoria,
do conhecimento. Quando se procura um Bàbáláwo (pai do
segredo) que é um sacerdote de Òrúnmìlà iniciado e
verdadeiramente treinado, ele vai através de Ifá transmitir essa
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palavra que vem de Olodumare, vai receber respostas para


todas as indagações, duvidas, incertezas.
Ifá não é nenhum espirito, Orixá, pressentimento ou
mediunidade falando, Ifá é a mente de Deus. Quando temos um
problema, seja ele qual for, de saúde, psíquico emocional,
familiares, projetos, para evoluir, quando quer que tudo vá bem
na sua vida, vá até um Sacerdote de Òrúnmìlà que usará seus
instrumentos de comunicação para transmitir a mensagem
vinda diretamente dessa consciência cósmica universal, que
nos conhece desde os princípios da criação, e nos dirá o que
está acontecendo em nossa vida, qual que é a origem dos
problemas, o que podemos fazer para solucioná-los , e daí
então, se estamos no caminho certo, que caminho seguir de
agora em diante pois se algo está indo mal na nossa vida, é
porque não estamos fazendo as melhores escolhas.
Ifá é essa luz, nos dá o caminho nos dirá o que fazer. Nos
indicará Ebós, que são os rituais, pois alimentamos o nosso
corpo diariamente com café da manhã, almoço, jantar..., mas o
que é que damos ao nosso espirito?
Todas as religiões falam que temos espirito e que temos que
alimentá-lo, mas não vejo nenhuma religião mais completa do
que essa. Ifá tem uma promessa de que as dores de quem o
procura, não dura muito tempo, Ifá tem uma filosofia de vida
que devemos cultuar diariamente.

Ifá diz “INU LOMO ENIYAN WA” -


Os homens são mais o estado interior do que a
aparência exterior
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Um homem é completo quando ele profere palavras boas para si e para


os outros, para a natureza, para seu próprio destino, aos Irunmoles e a
Olodumare. Um bom ser humano deve ter bom caráter, deve cultivar em
seu espírito a honestidade e bons costumes para ter uma boa evolução
espiritual, e assim atrair coisas boas em sua vida. Quem quer alcançar
prosperidade, deve se desprender de costumes que o levem a ganancia,
a vaidade e a inveja, deve olhar ao próximo da maneira em que se olha
no espelho, com amor e cuidado, mesmo quando outras agirem de má
fé, nunca deve atacar, apenas proteger-se com a ajuda de Ifá e com os
bons costumes.

"O REI que sustenta a importância da vida e dos homens, garante a


multiplicação dos seres, cuida do mundo, e trouxe a humanidade para
que vivesse e desfrutasse de tudo; seu nome é Olódùmarè. O REI que
trouxe a humanidade ao mundo para que vivesse e realizasse
maravilhas; seu nome é Òrìsànlá/Obàtálá. O REI que mostra o seu
destino, aumenta a felicidade e corta a tristeza; seu nome é Orúnmilá (a
voz de Deus), através de Ifá."
Odú - Ifá - ÈJI-ÓGBÈ

Orunmila ≠ Ifá
Sabedoria divina
Orixá que viveu em terra
Primeiro sacerdote de Ifá

Òrúnmìlà, é aquele que vem logo depois de Olódùmarè, pois foi a ele
dado o direito de viver entre o Òrun (Céu) e o Àiyé (Terra) e, por este
motivo, é também conhecido como Gbáiyé-gbòrun (aquele que está no
céu e na terra). Ele é o Èléri-ìpín, aquele que é testemunha do destino
que escolhemos ou nos é dado no momento da nossa concepção e, por
isto, somente ele, e mais ninguém, pode dizer sobre o nosso futuro.
Ele é sempre lembrado como uma pessoa franzina, este é o porque da
expressão Akéré finú Sogbón (Aquele que é pequeno, mas com a mente
cheia de sabedoria ).
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Somente ao Oluwo (aquele que detém o segredo), Babalawo (o pai do


segredo), e Iyanifá (mãe do segredo), é concedido o direito de usar o
oráculo Ifá, e para isso, é preciso que sejam iniciados no culto de
Òrúnmìlà, para que estabeleça a correta conexão para ter a perfeita
recomendação daquilo que é necessário para transformar o nosso
futuro.

Òrúnmìlà abre a porta do além e comunica aos mortais os desígnios de


Olódùmarè e dos outros Òrìsà e Ancestrais, através de intuições ,
premonições, sonhos, sortes, benefícios, mas também por inquietações,
infortúnios, pesadelos e doenças que acabam por levar o fiel ao Oluwo
(o que detém o segredo), Babalawo (o pai do segredo), e Iyanifá (mãe do
segredo) em busca de uma palavra final.

Ifá é a palavra de Olódùmarè dada a Òrúnmìlà quando manifestado no


mundo. Òrúnmìlà é considerado a divindade da sabedoria e do
conhecimento, responsável por compartilhar as mensagens de Nossos
Anciões Antigos e nos permitir ter a nossa própria escolha (o livre
arbítrio), de como será a nossa estada neste mundo.

Òrúnmìlà é o Mensageiro, o Profeta enviado por Olódùmarè para


restabelecer o estado normal na terra. Ele é considerado o primeiro
Messias na terra.
Òrúnmìlà veio para terra como uma divindade, depois da criação, quando
a humanidade ficou numerosa, de forma que ele poderia os ensinar. Ele
veio como um Messias com a mensagem de Olódùmarè para o
mundo. Essa mensagem é Ifá, a luz e a orientação de Nossos
Antepassados.

Ifá, é a soma da sabedoria suprema, a cosmogonia e a cosmologia, a vida


e a morte, o nascimento da natureza, a visão total do mundo e da
existência estabelecendo normas éticas que irão comandar as
sociedades e os homens, e assim determinando uma conduta nobre
diante de todas as forças que se formam contra o bem da humanidade, é
a força que conduz a sustentação do planeta vivo.
Neste processo tão poderoso, aquele que for iniciado em seu Culto estará
agregando a si uma permissão para obtenção de um poder muito maior
perante Olódùmarè.
Nem todos estão habilitados a carregarem em seu Ori, esta força que liga
o ser com o Sagrado. Os Sacerdotes (Oluwo, Babalawo e Iyanifá),
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apoiados nos conhecimentos milenares, carregados por uma cultura de


tradições, conseguem unir os elementos da natureza à energia vital de
cada indivíduo, procurando o equilíbrio entre as forças espirituais e
materiais de cada um, esta união da ciência com o mundo espiritual
precisa de mentes sãs.

Fica muito claro que, para o iniciado no culto, a conduta é de suma


importância, e que haverá a necessidade de muito domínio de suas
emoções onde a humildade, a paciência, o caráter reto, a dignidade e a
sabedoria, deverão ser superiores a qualquer tipo de vaidade,
prepotência, arrogância e ambição.
Na África, existe a consciência plena dos compromissos que existem
entre as forças da natureza e os homens, e que o verdadeiro bem
não está em usar estes poderes de uma forma inconseqüente,
explicando-se assim sua simples forma de vida. Os verdadeiros valores
do homem não estão em sua conta bancária, mas em seu Ori, no uso da
sabedoria adquirida não somente para o bem de si próprio, mas para
manter o equilíbrio do planeta.
Quanto mais nos aprofundamos conseguindo entender a grandeza da
sabedoria divina, mais distantes estaremos das banalidades, uma vez
que a riqueza já está codificada dentro de nossa alma, é uma força sutil
que nossa sensibilidade grotesca não consegue perceber, e como
resultado não temos paz, felicidade e prosperidade.
Antes de qualquer compromisso com Ifá, a pessoa deve estar informada
e preparada para assumir esta conduta. A lealdade com o princípio
Divino, estará acima de tudo.
Na lógica da religião Yorubá, Olódùmarè, nosso Deus maior, Onipotente
e Onipresente dentro de sua imensa sabedoria, quando criou o homem à
sua semelhança e perfeição e determinou sua vida na terra, nos deixou
também uma forma para que pudéssemos conhecer a trajetória de nosso
destino e desta forma minimizar nosso sofrimento.
Enquanto seres desconectados do Eu Divino, sozinhos, não temos noção
de nossas vidas, nem para onde ir, nem o que fazer diante das inúmeras
situações que nos deparamos em nosso dia a dia.
Esta bússola que nos conduz a ir em direção daquilo que é o melhor é
Òrúnmìlà, aquele que Olódùmarè permitiu que fosse a testemunha da
criação de tudo o que existe na terra, portanto o "guardião dos
segredos".
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Òrúnmìlà, é portanto, aquele que através do jogo divinatório Ifá, fala o


seu passado, seu presente e seu futuro, é o código decifrado do destino
individual de cada ser humano, que trazemos quando nascemos.

Sendo um culto específico onde os portadores desta sabedoria são


chamados de Oluwo (o que detém o segredo), Babalawo (o pai do
segredo), e Iyanifá (mãe do segredo). Esses sacerdotes são pessoas
escolhidas pela divindade através do oráculo Ifá, pois necessitam reunir
em sua personalidade um caráter compatível com a missão que será
desenvolvida, e onde não é permitido a traição, a falsidade, o orgulho, a
vaidade, tendo que reunir uma forma de caráter muito especial, além da
inteligência, para ser um iniciado.

Òrúnmìlà, ocupa uma posição única no panteão africano, através dele


podemos decifrar o código secreto espiritual de qualquer ser humano,
comunidade ou Nação, pois nele está inciso o segredo da criação. Na
ordem divina de Olódùmarè o espírito é eterno, e através de Òrúnmìlà,
conseguimos obter a soma total de nossa existência, a nossa ligação
com o Universo, e o destino que escolhemos quando nascemos. Ele é o
diagnóstico de nosso Ori (Nosso Eu Superior), sabendo tudo o que
aconteceu no passado, o que está acontecendo no presente e qual será
o nosso futuro. Òrúnmìlà é a tradução da sabedoria infinita de nosso
Deus criador, aquele que tudo sabe, tudo vê, é o verdadeiro elo de ligação
entre o homem e o seu criador.

A filosofia de Ifá é uma das mais antigas formas de conhecimento


revelada à humanidade. Infelizmente as revelações de Ọrúnmìlá, têm sido
desde o início dos tempos, escondidas no mais completo sigilo. Tudo o
que sabemos hoje de Ifá, tem sido passado de geração em geração. O
conhecimento de Ifá tem sobrevivido essencialmente pela tradição oral.

Ọrúnmìlá é o melhor professor da eficácia da perseverança. Ele ensina


que enquanto pode haver remédios que não sejam eficazes, não há
paciência que fracasse em sobrepujar todas as dificuldades, porque as
divindades irão ao final socorrer aqueles que perseveraram.

Òrúnmìlá é a divindade da sabedoria divina para os Yorubá, Supremo


Oluwo do Universo, e ele era conhecido como THOTH no Egito antigo,
o Deus da sabedoria, magia e escrita. THOT para os antigos egípcios
era o senhor da sabedoria universal . THOT quer dizer “serpente" e
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naquele tempo a serpente era o símbolo da sabedoria e do


conhecimento. Era conhecido pelos gregos como HERMES o
trismegisto, que queria dizer que ele era “três vezes grande” o maior
sacerdote, o maior filósofo e o maior rei.

Mas a origem até hoje conhecida e/ou revelada vem de Atlantida,


Òrúnmìlá no ano 52mil antes de cristo iniciou sua vida neste planta e
governou Atlantida entre 52mil e 36mil antes de cristo. Ele era
conhecido em Atlantida sob o nome CHIQUETET ARLICH VOMALITES.
Chiquetet não era um nome e sim um título que queria dizer “buscador
do conhecimento”. Ele foi o responsável pela evacuação dos grandes
mestres e almas de Atlantida à época de sua destruição e ajudou esses
grandes mestres na construção de civilizações ao redor do mundo
levando a espiritualidade e elevação da consciência através do antigo
conhecimento sagrado a vários povos. Òrúnmìlá peregrinou pelo
mundo, passou pela Índia, arábia e ajudou a fundar colônias de
Atlântida juntamente com as grandes almas remanescentes daquela
civilização, como os mais, aztecas e principalmente o grande Egito.
THOT, Òrúnmìlá, ajudou a erguer a fantástica civilização do Egito, ergue
a grande pirâmide e nela depositou grande parte das suas anotações e
segredos e consagrou guardiões destes segredos que se tornaram os
maiores sacerdotes do antigo Egito. Entre essas anotações e segredos
estão as famosas Leis Herméticas, retiradas do livro Caibalion, que por
sinal deram origem à Cabala hebraica. As 12 tábuas de esmeralda
também são atribuídas a THOT e nelas segundo os grandes ocultistas e
pessoas que tiveram acesso a elas através da historia estão gravadas
segredos da alta magia, da alquimia e da transmutação da
consciência. As Leis Herméticas de tão profundas e sábias deram
origem à infinitas ordens e sociedades secretas.

Òrúnmìlà é a soma da sabedoria suprema, a vida e a morte, o


nascimento da natureza, a visão total do mundo e da existência
estabelecendo normas éticas que irão comandar as sociedades e os
homens, e assim determinando uma conduta nobre diante de todas as
forças que se formam contra o bem da humanidade. É o equilíbrio que
ajusta as forças que conduz a sustentação do planeta. Òrúnmìlà
representa a antiga sabedoria do Culto Yorubá. Òrúnmìlà é o Òrìşá
senhor da sabedoria e do conhecimento, que tendo adquirido o direito
de viver entre o Orun (céu) e o Aiyê (terra), tudo sabe e tudo vê em
todos os mundos. Por isso, conhece todos os destinos e sabe como
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propiciar o sucesso em todos os âmbitos, além de revelar o Òrìşá


pessoal de cada um, ou seja, a substância da qual cada um foi extraída
na atual existência, e como integrar o indivíduo neste princípio divino. O
Elérí Ìpín (testemunha da criação), detém conhecimento do passado,
presente e futuro de todos os habitantes do Aiyê (terra) e do Orun (céu).
Òrúnmìlà é o interventor e defensor dos seres humanos, sempre tentando
minorar os sofrimentos e dificuldades que enfrentam na saga das suas
sucessivas existências na Terra. Conta o Itans que, após permanecer na
Terra por algum tempo, Òrúnmìlà retornou ao Orun, esticando uma longa
corda pela qual ascendeu. Os seres humanos ficaram totalmente
desorientados, e o caos, a fome e a peste imperaram na Terra, já que ele
era o porta-voz da vontade de Olódúmarè. O ciclo de fertilidade das
plantas e animais foi interrompido, trazendo ameaça de extinção.
O clamor pela sua volta não foi atendido, mas deixou com seus filhos os
16 Ikin (coquinhos de dendezeiro), que se transformaram num importante
instrumento de adivinhação. Entregou os Ikin instruindo que sempre que
desejassem as coisas boas e realizações positivas na vida, deveriam
consultar os coquinhos. Daí, nasceu o sistema oracular denominado Ifá,
que auxilia o ser humano na resolução dos seus problemas cotidianos,
nos conflitos e nas dúvidas existenciais, como mediador entre o humano
e o divino.

Uma modalidade oracular mais popular é o Opelé Ifá. Apenas


sacerdotes iniciados no culto de Òrúnmìlà - os Oluwos Ifá e Bàbáláwo –
são credenciados para utilizar esses oráculos. Os oráculos são
baseados no sistema binário e comportam 256 combinações
matemáticas que definem os caminhos de Odú, com seus milhares de
Itans (mitos) e owe (parábolas). Sua missão foi organizar as relações
humanas, e orientar em todo tipo de assunto, valendo-se para isto dos
Itans relatados pelos odús. Todo o corpo filosófico da religião Yorubá
se resume nesses signos de Ifá – os odús, que por sua vez se
subdividem em caminhos com os respectivos Itans, que são mitos de
instrução, orientação e aconselhamento.

Na tradição religiosa, nada se empreende sem prévia consulta ao


oráculo, que é um instrumento de transmissão do aconselhamento
divino para que situações sejam revertidas ou confirmadas.
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No culto ao Orixá Orunmila, o oráculo mais utilizado e o mais comum


para uma consulta profunda é o Ikin Ifá e o Opelé Ifá. Eles permitem
acesso a até 256 Odu Ifá e através desses é acessado os versus que
suas metáforas traz a sabedoria milenar no qual traz explicações e
informações do que é bom e do que não é para a vida do ser humano
que está consultando Ifá.
Òrúnmìlà é um Orisa, e divindade da profecia, embora não seja Ifá, a
associação íntima existe, porque ele é o que conduz o sacerdócio de Ifá.
Governa o conhecimento do destino e dos presságios denominados
Odus.
Acredita-se que Olodumare confiou de maneira especial toda a
sabedoria e conhecimento possível, imaginável e existente entre todos
os mundos habitados e não habitados à Òrúnmìlà, fazendo com que
desta forma o tornasse seu representante em qualquer lugar que
estivesse.
No Terra, Olodumare fez com que Òrúnmìlà participasse da criação, fez
com que auxiliasse o homem a resolver seus problemas do dia a dia,
ajudando a encontrar o caminho e o destino ideal.
Òrúnmìlà sabe e conhece o destino de todos os homens e de tudo o que
tem vida, pois ele está presente no ato da criação do homem e sua
vinda a Terra, e é neste exato instante que Ifá determina os destinos e
os caminhos a serem cumpridos. É por isso que Òrúnmìlà tem as
respostas para toda e qualquer pergunta, e tem a solução para todo e
qualquer problema que lhe é apresentado, tem o remédio para todas as
doenças que forem apresentadas, por mais impossível que pareça ser a
sua cura. Òrúnmìlà é também quem tem poder para negociações entre a
vida e morte, ele é a energia que está mais atuante e mais próxima de
Olódúmarè, podendo ele ser a única divindade que tem poderes para
suplicar, pedir ou implorar a mudança do destino de uma pessoa.

Iniciação em Ifá
Os passos da caminhada ao sacerdócio na vida de um Bàbáláwo são de
grande sacrifício. Com a opção pela vida sacerdotal feita, consulta-se
Ifá para que seja indicado o melhor Sacerdote. Sendo aceito, a partir
daí, serão providenciados os ritos de iniciação onde ele receberá seu
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Odú de nascimento e seu Òpèlè Kàrágbá (Òpèlè para treinamento), que


“não tem valor litúrgico”, este último servindo somente para o estudo e
aprendizado. Ao longo de no mínimo sete anos de aprendizado, o Omo-
awo poderá vir a ser um Bàbáláwo se houver adquirido o conhecimento
da natureza humana,
nesse período o Omo-awo vai aprender a obedecer a uma hierarquia
rígida submetida a seu Sacerdote (Oluwo).
O Omo-awo deverá ser humilde, devoto, paciente, perseverante,
incansável, solidário, cooperativo, ético, seguindo a conduta dos mais
velhos, aprendendo a ser responsável e desenvolvendo a capacidade
comunicativa. É impedido a ele a mentira, o roubo, a ganância, e o
adultério.
Durante o período de dois anos, o Omo-awo vai aprender a usar o Òpèlè
Kàrágbá (Òpèlè para treinamento). Nesse período ele vai aprender os
dezesseis Odùs Principais e, dependendo de sua capacidade de
memorização, irá aprender de dois a dezesseis Itans (contos sobre cada
um deles). Tendo memorizado os Odùs principais e seus Itans, ele deverá
iniciar os estudos e memorização dos Omo Odù, que são as combinações
dos odùs principais. Depois de obter o conhecimento devido e estar apto
a ser um Babalawo, o iniciado deve se submeter ao ritual de Ipanodú,
onde adquire o elemento principal e indispensável para que ele possa
iniciar outras pessoas, a cabaça da existência (Igbá-odú) e Opá Osu,
tornando-se, assim, um Oluwo Ifá.
O processo de iniciação em Ifá ocorre diferentemente dos processos de
iniciação em outros Òrìşá. Essa diferença consiste em que as evocações,
acompanhadas dos sons dos ilù (tambores), não induzem ao transe e
nem a incorporação, como acontece no culto aos Òrìşá. É fundamental
notar que a iniciação em Ifá, se da única e exclusivamente pelo processo
de busca de conhecimento, isto significa a tomada de consciência a
respeito da própria responsabilidade pelo curso existencial. No processo
ocorre; ritos sagrados de conhecimento exclusivo dos Babalawo – ifá
que possuam Igba – odù.
Na cerimônia chamada IŞEFÁ, o iniciado passa por alguns sacrifícios
(ebó), chamado de Ifá Adawomi (primeiro ritual), para controlar e adequar
suas energização antes de entrar na floresta sagrada que chamamos de
IGBODU. Depois de alguns dias, ele (a) reconhece seus tabus (Ewo)
através do seu odù (destino) e o caminho a ser trilhado (ritual chamado
de odú ita). Existem pessoas que apenas iniciam-se a este ritual
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exclusivamente para melhorar sua espiritualidade e sua vida, deixando


de lado os estudos e levando sua história na maior normalidade. Este tipo
de iniciado é chamado de awo aşoşe, e existem também aqueles omo awo
Ifá chamados awo elegan, o qual Òrìşá Odù permite somente realizar ebó,
e não iniciar outrem a Ifá ou Òrìşá. O iniciado que quer passar por
treinamento, deve estudar abundantemente. Este awo Ifá passará por
muitos testes na vida, e será sempre supervisionado por seu Ojugbonon
(o Babalawo de ensinamentos), para que ele não cometa erros durante os
rituais a serem realizados.
IŞEFÁ (Primeira mão de Ifá)
Işefá, normalmente muitas pessoas o procuram para ter mais
conhecimento sobre a vida e seu pessoal, sendo que o novo iniciado
consegue aprender com seu Babalawo a controlar seu caráter, ter mais
paciência, saber ver mais o certo e o errado, saber se defender e,
principalmente, organizar de uma maneira mais fácil sua vida. O OMO
IFÁ, aprende também como cuidar dos ikin (caroços de dendê), de
maneira que seu Ifá o permitir.
ITELODU (Segunda mão de Ifá)
O ritual de itelodu é importante para saber o destino de cada pessoa, além
de mudar ou concertar o destino do iniciado, este ritual serve de impulso
para o iniciado aprimorar por toda sua vida, os seus estudos e suas
práticas religiosas. Uma pessoa é um verdadeiro Babalawo, pelo fato de
saber responder questões que Ifá permita, e seu Oluwo e Ojugbonon o
aprovar através do ritual Odú. O Babalawo treina a vida toda, os itans ifá
(corpus literários), rezas tais como oriki, adura, igede, ofó (para fazer
medicinas) e utiliza vários instrumentos adivinhatórios como opele
ifá (rosário) e ikin ifá (caroços de dendê).
APETEBI e IYANIFÁ
São cargos para mulheres dentro do culto de Ifá. A Apetebi é a esposa do
Babalawo, e ela pode ter conhecimento ou não da filosofia de Ifá. Este
título só a caberá se ela for casada com um Babalawo, como explica no
odù ifá Obara Irete. A Apetebi normalmente além de cuidar do templo, ela
deve rezar a Ifá, e às vezes agradá-lo com as nozes de cola (obi) nos Oşe
Ifá (semana de Ifá), comidas, bebidas, etc.
A Iyanifá é um título para qualquer mulher que se submete a formação de
conhecimento a Ifá, e passa por todas as etapas da iniciação, tal forma
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que, uma Apetebi também pode se tornar uma Iyanifá se passar pela
iniciação e por todo treinamento de Ifá, igual a um Babalawo. A palavra
Iyanifá foi derivada de Iyá Onifá, que significa Mãe em Ifá ou sacerdotisa
de Ifá. Iyanifá não se designa apenas as mulheres anciãs, mas sim pelo
conhecimento dela dentro do culto a Ifá, que é o mesmo seguimento de
um Babalawo, ela pode ser jovem. Iyanifá pode, além de tudo mencionado
acima para as Apetebi, recitar versos de Ifá a partir dos odùs, permitida a
ela também participar de reuniões no templo de Ifá, fechado somente aos
sacerdotes, e até mesmo aconselhar um babalawo quando possível em
reuniões espirituais. A única exceção aos rituais de iniciação de uma
Iyanifá é que ela é proibida de olhar a cabaça da existência(Igba – odù).

Elérí Ìpín – o testemunho de Deus.

Ibìkéjì Olódúmarè – o vice de Deus.

Gbàiyégbòrún – aquele que está no céu e na Terra

Òpitan Ìfé – o historiador de Ìfé.


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Ser Iniciado

Se iniciar, permite que se tenha acesso a novas experiências e novos


conhecimentos.

A iniciação nos abre o canal para estarmos em contato com as Forças da


Natureza, e com nós mesmos. É o compromisso que escolhemos ter
com o Divino.

Estar iniciado, não é o suficiente para ser um seguidor do Orisá, é preciso


muito mais. Como o nome diz, iniciação, é o inicio. Inicio de muito
estudo, dedicação, envolvimento, comprometimento, prática do culto,
querer, e acima de tudo, muito amor ao Orisá. Tudo isso, leva ao
conhecimento e ao exercício de um Culto, onde se tem a oportunidade de
se conhecer, conhecer os medos, os erros, os negativos e os positivos e
transformar tudo isso em somatório positivo para sua caminhada nessa
terra.

Sem esforço e sem entrega e perseverança, não se vai a lugar algum. A


iniciação é o Ritual de passagem do Mundano para o Divino, onde
existem regras a serem seguidas, existem comportamentos que
precisam ser mudados, existem atitudes que precisam ser repensadas,
tudo isso para que o visgo do passado, da vida mundana, seja limpo para
a preparação com o encontro divino.

O iniciado não pode ter dúvidas, não pode ter medos absurdos, porque é
o medo que cria monstros e sombras que impedem o equilíbrio, o auto
conhecimento e a evolução.
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O iniciado precisa saber ouvir, aprender os ensinamentos, aprender a


seguir regras e acima de tudo, precisa saber calar-se. Isso é a sabedoria
Divina.

O iniciado que se permite conhecer o mundo Divino, com certeza aprende


a conhecer-se, a dominar-se, a moldar o que precisa. Conhece a força da
Natureza emanada do alto, percebe que não está sozinho, que existem
energias tão maiores, tão sublimes e capazes de proporcionar a paz e o
preenchimento, nunca antes conhecido.

Ser iniciado é sentir que é amado, simplesmente pelo privilégio de


existir. É estar comprometido com sí mesmo em busca de um futuro que
só depende do que se está plantando no presente. É saber que se tem
escolhas e que é preciso arcar com as conseqüências delas. É saber que
é preciso olhar para o lado. É preciso respeitar o espaço do outro e
principalmente, respeitar o amor e a dedicação que o outro se dispõe a
dar.

O Sacerdote é o veículo que abre todos os canais possíveis com o Divino,


por isso deve-se todo respeito e reverência a ele. É o Sacerdote que
recebe os ensinamentos de como manipular todas as forças do alto para
que o iniciado consiga chegar até o Divino. É ele, o conhecedor dos
caminhos para o alto conhecimento, para se chegar a plenitude do ser.

É através do Sacerdote, que as Energias da Natureza, os Orisá, o Alto, o


Divino, conseguem chegar até o nosso plano e se manifestarem para o
bem da humanidade. Ele é o escolhido pelo Alto para guiar quem
realmente deseja conhecer a magia e a beleza do Divino.
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A importância da palavra de Ifá na nossa vida

Òrúnmìlá, é o testemunho do nosso destino na terra. O escolhido por


Olódùmarè para que viesse testemunhar a criação.
Ele é o detentor de toda a sabedoria dada por Olódùmarè, para auxiliar
os seres humanos na caminhada na terra.
Somente ele conhece o destino de cada ser e por esse motivo é capaz de
orientar, aconselhar ou até mesmo, através do Orí e do livre arbítrio,
mudar esse destino.
Através de seu Oráculo Ifá leva a palavra de Deus aos quatro cantos do
mundo.
Toda existência está contida no Corpus de Ifá, que é formado por 16 Odús
principais, que combinados entre si, formam os 256 Odús. Ifá nos ensina
que a base de nossa religião está no conhecimento e no estudo. Se
entendermos que a sabedoria é importante para nossa fé, vamos
entender a nossa verdadeira essência energética e o propósito dessa
escolha para o nosso destino, sempre colocando como base de tudo
isso, a palavra de Olódùmarè através do Oráculo Ifá, pela sabedoria de
Òrúnmìlá e pelas mãos e interpretação do Sacerdote de Ifá.
Por essa razão, a boa interpretação da palavra de Ifá, é essencial para o
entendimento das mensagens. Para isso, é preciso que a honestidade, o
caráter e a entrega espiritual do Sacerdote sejam impecáveis.
Para cada Odú, existem inúmeros Itans (versos) que o descreve. Diante
do que eles falam, o Sacerdote interpreta a mensagem.
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A cada dia, a energia se modifica, e com isso, as orientações de Ifá


também. Portanto, é importante que se cumpra as orientações do
Oráculo imediatamente, para que a energia não se dissipe.
Ao inicio de cada ano, é importante que se consulte o Oráculo Ifá, para
que possamos ter conhecimento do que o destino nos reserva durante
aquele ano.
Isso não impede que se faça consultas ao oráculo durante todo o ano,
afinal, como já mencionei acima, a energia se modifica, a cada dia
aparecem novas situações, e que precisamos de orientação para
sabermos lidar com elas.
Inicie o seu ano com a palavra de Deus na sua vida. Consulte Ifá, e saiba
o que a vida lhe reserva.
Òrúnmìlá tudo sabe a respeito de cada um, a sua sabedoria e sua
inteligência, são emanações de Olódùmarè, então, siga seus conselhos
e orientações.
E seja Feliz !

Ancestralidade
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Culto aos Antepassados - os Egúngún


Os Yorubá, assim como os demais povos africanos, crêem na existência
ativa dos antepassados. Para eles a morte não representa simplesmente
o fim da vida humana, mas a vida terrestre que se prolonga em direção à
vida além-túmulo, em algum dos nove espaços do òrun (céu), no domínio
dos seres desprovidos do èmì (O sopro da vida). Assim, a morte não
representa uma extinção, mas a mudança para uma outra fase.
A morte é denominada Ìkú, e trata-se de uma divindade masculino. Ìkú (a
morte), é visto como um agente criado pôr Olódùmarè para remover as
pessoas cujo tempo no àiyé (terra), tenha terminado. Sua lógica é para
as pessoas mais velhas, que devem viver até uma idade avançada. Pôr
isso , quando uma pessoa jovem morre, o fato é considerado
tragédia; pôr outro lado, a morte de uma pessoa idosa é motivo para se
alegrar.
Para os Yorubá, existe um mundo em que vivem os homens em contato
com a natureza, o nosso mundo, dos vivos, que eles chamam de àiyé
(terra) e um mundo sobrenatural, onde estão os òrìsà, outras divindades
e espíritos, e para onde vão os que morrem, mundo que eles chamam de
òrun (céu). Quando alguém morre no àiyé, seu espírito, ou uma parte
dele, vai para o òrun, e de onde pode retornar ao àiyé, nascendo de novo,
reencarnando. Os espíritos retornam à vida, na comunidade familiar tão
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logo possam. Os espíritos dos mortos ilustres (reis, heróis, grandes


sacerdotes, fundadores de cidades e de linhagens nobres) são cultuados
e se manifestam nos festivais de Egúngún no corpo de sacerdotes
mascarados, quando transitam entre os humanos, julgando suas faltas e
resolvendo as contendas e pendências de interesse da
comunidade. A família é o suporte fundamental, e guardiã das regras
necessárias para a conduta individual e coletiva, a espiritualidade
impregna a comunidade, o homem, as coisas, a natureza, e é um código
cuja a aplicação é zelada pelos Àgbà (anciões), que desempenham papel
de biblioteca viva no sentido de sabedoria ancestral, toda esta ordem da
vida comunitária é regulada e mantida também através dos Egúngún que
nestes casos atuam como fiscalizadores da família e do bom andamento
da vida.
O encaminhamento do espírito, depois dos rituais realizados,
corresponde a passar de volta pelo portão de Oníbodè (porteiro do céu)
em direção a Olódùmarè, para receber o julgamento de seus atos na terra.
De acordo com o òrun ao qual foi destinado, continuará a exercer suas
funções familiares, agora de modo mais poderoso sobre seus
descendentes que a ele continuam a se referir como bàbá mi (meu pai),
ou ìyámi (minha mãe).
Ao seguirem para o òrun, os ancestrais são libertos de todas as
restrições impostas pela terra; dessa forma, adquirem potencialidades
que podem ser usadas para beneficiar seus familiares que ainda estão na
terra. Pôr essa razão, é necessário mantê-los num estado de paz e
contentamento.
Quando dissemos que existe um culto ao ancestral, queremos dizer que
uma manifestação de relacionamento familiar indestrutível entre o
membro da família que partiu e seus descendentes que aqui ficaram.
O Òrun (céu) é dividido em espaços para acomodar todos os tipos de
espíritos. São em número de nove, segundo as tradições Yorubá:
Òrun Alàáfià: Espaço de muita paz e tranqüilidade, reservado para
pessoas de gênio brando, ou índole pacífica, bondosa, pacata.
Òrun Funfun: Espaço do branco e da pureza, reservado para os
inocentes, sinceros, que tenha pureza de sentimento, pureza de
intenções.
Òrun Bàbá Eni: Espaço reservado para os grandes Sacerdotes
e Sacerdotisas.
Òrun Aféfé: Espaço da aragem, reservado para as oportunidades e
correção para os espíritos, possibilidades de reencarnação, volta ao àiyé.
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Òrun Ìsòlú ou Àsàlú: Espaço reservado para o julgamento


por Olòdùmarè para decidir qual dos respectivos òrun o espírito será
direcionado.
Òrun Àpáàdì: Espaço reservado para o lixo celestial, das coisas
quebradas, para os espíritos impossíveis de serem reparados e
restituídos à vida terrestre.
Òrun Rere: Espaço reservado para aqueles que foram bons durante a
vida.
Orun Burúkú: Espaço ruim, quente como pimenta", reservado para as
pessoas más.
Òrun Mare: Espaço reservado para aqueles que permanecem, tem
autoridade absoluta sobre tudo o que há no céu e na terra e são
incomparáveis e absolutamente perfeitos, os supremos em qualidades e
feitos, reservado a Olódùmarè, todos os Òrìsà e divinizados.

Os mortos são encaminhados a um desses espaços após o fator decisivo


do julgamento divino. O juízo final fica a cargo de Olòdùmarè, decidindo
quais são os bons e quais são os maus, e os encaminham para o
respectivo òrun. O julgamento é baseado nos atos praticados na terra e
devidamente registrados no Orí inú, que retorna para Olódùmarè.
Somente quando se é absolvido pôr Olódùmarè é que se tem a
oportunidade de reunir-se com seus ancestrais, podendo-se reencarnar
e nascer dentro da mesma família.
Se alguém, porém, é condenado, vai para o Òrun Àpáàdi, onde irá sofrer
com os maus. E quando finalmente for libertado, não terá a oportunidade
de viver uma vida normal, será condenado a errar, pôr lugares solitários.
Através do culto aos ancestrais, os Egúngún, é reconstruída a origem,
etnia e memória. Essa memória, enraizada na herança africana, cresce
com força total, a ancestralidade mítica e histórica, marca a existência de
uma forte comunidade. É na memória e no culto aos antepassados que
essa comunidade se afirma. O místico e o sagrado manifestam-se
através de um complexo sistema filosófico e simbólico que se
expressam através de uma rica liturgia. Neles se continua e se renova o
culto das entidades sagradas, a tradição dos òrìsà e dos ancestrais
ilustres, Egúngún.
Além da Sociedade Gèlèdè , existe também na Nigéria a Sociedade
Orò. Orò é uma divindade considerado o representante geral dos
antepassados masculinos e cultuado somente por homens. Tanto Ìyámí
quanto Orò são manifestações de culto aos mortos. São invisíveis e
representam a coletividade. Outra forma de culto aos ancestrais
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masculinos é através da "Sociedade Egúngún". Esta têm como


finalidade celebrar ritos a homens que foram figuras destacadas em sua
sociedade ou comunidade quando vivos, para que eles continuem
presentes entre seus descendentes de forma privilegiada.
Egúngún é a materialização da morte sob tiras de pano, e o contato, ainda
que um simples esbarrão nessas tiras, é prejudicial.
Em sua comunicação com os seus familiares ele usa uma voz forte e
grossa, denominada de séègì, não podemos esquecer que a palavra é a
memória viva na África, afinal a tradição oral é a grande escola da vida ,
é através dela que os Egúngún se comunicam com seus descendentes,
e transmitem seus ensinamentos, pois quando morre um ancião, é como
se uma grande escola se perdesse.
A aparição dos Egúngún é cercada de total mistério. O Egúngún
simplesmente surge causando impacto visual e usando a surpresa como
rito.

SOCIEDADE Ògbóni

Na Nigéria existe uma tendência muito forte


de formar associações e corporações devido
a sua grande extensão de terras e também
uma forte expressão política. Estas
associações são formadas com o interesse
comum de proteger a população em
economia, política, recriação e religião. A
sociedade secreta Ògbóni é encontrada em
terras Yorubá, e sustentada pela tradição de
ter surgido nos primórdios de Ilé Ifè. Venera a
terra como fonte da vida, simbolizada pelo
òrìşá Edan.
Segundo um itans do Odu Irosun-Iwori, num
antigo período da história da humanidade,
esta vivia em total anarquia, promovendo sucessivos incidentes de
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roubos, assassinatos e violações de toda ordem de abuso aos códigos


éticos ditados pelos ancestrais. Alguns habitantes pediram a
interferência de Orúnmilá, para que colocasse um paradeiro naquela
situação alarmante. Orúnmilá ordenou que se realizassem sacrifícios e
aqueles que cumpriram as instruções de Ifá prosperaram em segurança.
Depois disso, Orúnmilá retirou-se aos céus, entregando a Edan a
responsabilidade sobre a Terra. Edan firmou um pacto e, aqueles que
juraram mantê-lo, poderiam viver em paz, harmonia, justiça e
prosperidade.
Após longo tempo de permanência na Terra, Edan retornou aos céus,
delegando a um grupo de pessoas responsáveis a tarefa de supervisionar
e fazer cumprir as leis estabelecidas. Este grupo se uniu em fraternidade,
tornando-se a conhecida Sociedade Secreta Ògbóni.
Ainda hoje, Ògbóni mantém ritual iniciativo baseado num pacto que
estabelece e faz cumprir o seu elevado código ético, zelando pela justiça,
verdade, lealdade e proteção.
A justiça de Ògbóni é firmada com a própria Terra, sendo Onilé que detém
a prioridade em todos os ritos. Dela sai o sustento de todos os seres que
nela habitam, dela saiu o barro primordial com que Obàtálá modelou o
ser humano. Dela viemos, nela nascemos e recebemos a oportunidade
da vida, dela somos alimentados e a ela alimentaremos, por ocasião da
morte.
Conta o itans que Olódùmarè concedeu cada reino da natureza a
um òrìşá, assim, sempre que um ser humano expressasse alguma
necessidade relacionada a um dos reinos, deveria pagar uma prenda em
forma de sacrifício ao òrìşá correspondente. Restou de todos os reinos,
o próprio planeta Terra, que foi concedido a Onilé. O seu tributo seria a
própria vida, pois nela repousam os corpos e restos de tudo o que já não
vive. Onilé deveria ser propiciada sempre, para que o mundo continuasse
a existir, gerando continuamente, nova vida e assegurando a
continuidade do planeta.
Com o objetivo de promover a harmonia com a natureza, Ògbóni venera
Onilé – os senhores da Terra - como fonte da Vida, simbolizada pelo òrìşá
Edan. Daí resulta que todo aquele que transgredir o pacto estabelecido
pela Lei de Ògbóni, deverá, – incondicionalmente, prestar contas à Edan
– a própria Terra.
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Outra atividade dessa sociedade é a de detectar as ofensas feitas aos


Òrìşá, para logo penalizar rigorosamente os culpados. As cerimônias
feitas por essa sociedade mística se realizam em um lugar sagrado e
nesse lugar são depositadas inúmeras oferendas.
Graças a seu poder espiritual os Ògbóni podem alcançar posições em
nível social e políticos. Eles são facilmente reconhecidos porque usam
um Opa-Edan, feito de ferro nas extremidades ressalta as figuras de uma
mulher e outra de um Homem. O chefe do culto de Ògbóni é um iniciado
que atinge o grau de Oluwo (senhor do sagrado/segredo) e é portador do
shaki – uma estola que o distingue como detentor de honra e respeito.

A sociedade Ògbóni se dedica a praticar um dos cultos mais antigos,


baseado na preservação de Onilè (Terra). Para os Yorubá a terra é
sagrada porque foi a primeira coisa que Olódùmarè criou, por isso os
Ògbóni ensinam nesse culto como tratar a Terra (Onilé), e a melhor
maneira de melhorar a sua produção, respeitando o seu poder.
Simbolizando a terra há um buraco com aproximadamente 15 cm de
diâmetro , no canto dos templos de Ogbóni , que dizem não ter
fundo. Durante as oferendas anuais, quantidades de oferendas ali são
depositadas e desaparecem imediatamente.
A Sociedade Secreta Ògbóni é encontrada em terras Yorubá, e
sustentada pela tradição de ter surgido nos primórdios de Ilé Ifè.
Outra atividade dessa sociedade é a de detectar as ofensas feitas aos
ìmòle , para logo penalizar rigorosamente os culpados.
Na cultura Yorubá, o caráter do homem é de importância suprema. O
bem-estar do homem aqui na terra depende de seu caráter.
Moralidade é resumida pela palavra Iwa que pode ser traduzida na
palavra "caráter". É dado ênfase ao fato de que caráter bom deve ser a
característica dominante da vida de uma pessoa. Quando um Yorubá fala
de alguém, "Ele fala da forma de agir da pessoa".
Por esse motivo, o primordial para a Sociedade Secreta Ògbóni, é o
Caráter reto.

De acordo com o odú Ogbè-Ògúndá, Òrúnmìlá buscou os meios de


sucesso na vida e lhe foi dito que a única forma de conseguir, era se
casando com Iwa. Ele se casou com Iwa e ficou muito próspero.
Conseqüentemente todos tem buscado, desde então, Iwa para o
sucesso.
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Segundo um itan do Odù Irosun-Iwori, num antigo período da história da


humanidade, esta vivia em total anarquia, promovendo sucessivos
incidentes de roubos, assassinatos e violações de toda ordem de abuso
aos códigos éticos ditados pelos ancestrais. Alguns habitantes pediram
a interferência de Òrúnmìlá, para que colocasse um paradeiro naquela
situação alarmante. Òrúnmìlá ordenou que se realizassem sacrifícios, e
aqueles que cumpriram as instruções de Ifá prosperaram em
segurança. Depois disso, Òrúnmìlá retirou-se aos céus, entregando a
Edan a responsabilidade sobre a Terra. Edan firmou um pacto e, aqueles
que juraram mantê-lo, poderiam viver em paz, harmonia, justiça e
prosperidade.
" Edan máà jékí ohun búrurú kankan dé òdòmi"
"Edan não permita que coisas ruins se aproximem de mim".
Após longo tempo de permanência na Terra, Edan retornou aos céus,
delegando a um grupo de pessoas responsáveis, a tarefa de
supervisionar e fazer cumprir as leis estabelecidas. Este grupo se uniu
em fraternidade, tornando-se a conhecida Sociedade Secreta Ògbóni.
Ainda hoje, Ògbóni mantém ritual iniciativo baseado num pacto que
estabelece e faz cumprir o seu elevado código ético, zelando pelo bom
caráter, justiça, verdade, lealdade e proteção.
Com o objetivo de promover a harmonia com a natureza, Ògbóni venera
Onilé, simbolizada pelo òrìşá Edan. Daí resulta que todo aquele que
transgredir o pacto estabelecido pela Lei de Ògbóni, deverá,
incondicionalmente, prestar contas à Edan, a própria Terra.
Como a justiça de Ògbóni é firmada com a própria Terra, Onilé detém a
prioridade em todos os ritos.
Graças a seu poder espiritual, os Ògbóni podem alcançar posições em
nível sociais e políticos. O chefe do culto de Ògbóni é um iniciado que
atinge o grau de Oluwo (senhor do sagrado/segredo) e é portador do
shaki, uma estola que o distingue como detentor de honra e respeito.
Há um pequeno grupo de mulheres que fazem parte da Sociedade, e
recebem o cargo de Erelú, elas representam os interesses das mulheres
da cidade nas reuniões.
Pode-se dizer, em síntese, que a sociedade Ògbóni cultua o "espírito da
Terra" (Onilé), para assegurar a sobrevivência humana, a paz, a
felicidade, a estabilidade social da comunidade, a prosperidade e a
longevidade.
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

Segundo a tradição, "a Terra existiu antes das Divindades. A Terra é a


mãe a quem os mortos retornam. A Terra e os ancestrais, são as fontes
da lei moral".
A sociedade Ògbóni, é uma instituição com funções religiosas, judiciais
e políticas. Ela é uma espécie de assembléia de anciões da cidade,
unidos ritualmente, que regem um importante culto estruturado a partir
da cosmogonia dos Yorubá.
Onilé, é tida como a mais poderosa de todos os Orisá, e mãe de todas as
deidades Yorubanas. E os Edan é o elo que une a comunidade a Onilé.

.......

O que é Òrìsá/Orixá?
Trata-se de Seres Divinos, emanados da Divindade Suprema
Universal. Os Òrìşá, atuam de acordo com as funções que lhes são
delegadas por Olódùmarè, inclusive como mediadores entre Ele e os
seres humanos.

São seres espirituais criados por Olodumare há aproximadamente 4,5


bilhões de anos para ajudar na criação do universo, para viver sobre ele
e serem intermediários entre Olodumare e a criação. Olodumare os
criou, dando poderes a cada um para fazerem criações na terra e os
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

enviou. Após a criação, os Orixás viveram como seres humanos. Orisa


é a forca da Natureza, todos nós, independente da formação religiosa,
cultural, econômica, todos somos devotos dos Orisás, pois Orisa é a
natureza, que é mais antiga que a humanidade.

A criação da Vida na Terra foi delegada ao Òrìşá Obàtálá (o rei do pano


branco que esconde a vida e a morte), que com o seu ofu-rufu (sopro
divino) permeou várias outras dimensões além da física. Como Òrìşá
mais velho, Obàtálá chefiou a vinda dos demais Òrìşá, todos com a tarefa
de exercer domínio pleno sobre os diversos reinos e elementos da
natureza terrestre. Porém, dentro dos limites e tarefas estabelecidos por
Olódùmarè. Identificando as forças dos Òrìşá e se alinhando com elas,
aumentamos as chances para alcançarmos o nosso verdadeiro sucesso.
Esse alinhamento se dá quando nós, seres humanos, trabalhamos a favor
da natureza, com isso conseguimos com que ela trabalhe a nosso favor.

No Culto Yorubá, quatro são os elementos da natureza que dão


condição de vida no planeta: a água, o fogo, o ar e a terra.

Os Òrìşá representam a personificação das forças da natureza e dos


fenômenos naturais: nascimento e morte, saúde e doença, as chuvas e
o orvalho, as árvores e os rios. Representam os quatro grandes
elementos: fogo, ar, terra e água; e os três estados físicos dos corpos:
sólido, líquido e gasoso. Representam ainda os três reinos: mineral,
vegetal e animal, além dos princípios masculino e feminino, também
presentes em sua representatividade. Tudo isso representa o poder
vital, a energia e a grande força de todas as coisas existentes

A energia vital – aşé – que permeia todas as forças da natureza é parte


do Òrìşá, que representa o aspecto inteligente e estabelece um elo entre
a humanidade e Olódùmarè.
Os Òrìşá constituem energia pura que interfere também na existência dos
seres humanos, já que conosco compartilham da natureza terrestre e
concorrem diretamente para a nossa formação, como seres
individualizados. No momento em que o ser humano encarna, aceitando
o seu destino, seus corpos são criados com a energia predominante de
um Òrìşá. As práticas e rituais da religião yorubá têm por finalidade a
sintonia e integração do ser humano com essa energia divina da qual foi
formado.
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

EŞÚ - É o principio de tudo, é o espiral na terra por onde segue todas as


mensagens aos outros Òrìşá, e é o movimento que nos
mantém vivos. Eşú é o tudo e o nada, é o mensageiro
de tudo e de todos. É o equilíbrio da natureza, sem ele
nada poderá ser feito.

A palavra Èsù(Exu) em yorubá significa "esfera". Exu é o orixá do


movimento.É o fiscalizador do Àse (Axé), das coisas que são feitas e do
comportamento humano.Exu é o Orixá da sexualidade e virilidade.
Tornou-se um dos assistentes de Òrúnmìlà como Èsù Elégbára e ainda
Rei de Kétu, sob o nome de Èsù Alákétú.

Mas, o que significa a palavra Elégbára?

A palavra Elégbára significa "aquele que é possuidor do poder (agbára)"


e está ligado à figura de Exu.

Um dos cargos de Exu na Nigéria, mais precisamente em Oyó, é o cargo


denominado de Èsù Àkeró ou Àkesán, que significa "chefe de uma
missão", pois este cargo tem como objetivo supervisionar as atividades
do mercado do rei. Exu praticamente não possui èwós (tabus) ou kizilas.
Ele aceita quase tudo que lhe oferecem. Os yorubás cultuam Exu em um
pedaço de pedra porosa chamada Yangí, ou fazem um montículo
grotescamente modelado na forma humana com olhos, nariz e boca feita
de búzios. Ou ainda representam Exu em uma estatueta enfeitada com
fileiras de búzios tendo em suas mãos pequeninas cabaças onde ele,
Exu, carrega diversos pós de elementais da terra utilizados de forma bem
precisa, em seus trabalhos. Exu tem a capacidade de ser o mais sutil e
astuto de todos os orixás. Diz um oríkì que: "Exu é capaz de carregar o
óleo que comprou no mercado numa simples peneira sem que este óleo
se derrame". Ele é o único Orixá que faz: "O erro virar acerto e o acerto
virar erro".

temos Exu- Alaje para ganhar ,


temos Exu Ita - esse Exu é muito forte, ele fica fora das
casas para proteger as famílias, caso tenha
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

algum mal que queira atingir a família. Exu Ita


previne que forças do mal entrem nas casas.
Exu elegbara é o exu que ajuda a levar o ebo para
o Orun,
Exu Odara é aquele que você tem
que rezar para que ele leve o ebo para o Orun.
Para quem não sabe tem diferentes formas de
fazer Exu, todos os Exu tem
diferentes formas de ser preparados para que
você receba as mensagens que aquele Exu pode
trazer para sua vida.
Temos também exu para comunidades, exu para
templos é importante ter exu na sua casa para
abrir os caminhos, para tirar o mal, e de muitas
coisas boas para a casa.
Para que vocês saibam a força de exu é tão forte
que quando você acorda pela manha você deve rezar pra ele te
abençoar .
ifá pode dizer qual é o exu
bom para você. Mulheres podem ter todos os
Exu, na Nigéria são as melhores com
exu.
Para você ter uma boa vida e muito sucesso você
realmente precisa de uma mulher para ajudar
você no caminho espiritual e financeiro.
Exu adora comer Akuko(galo)
Exu come tudo, qualquer coisa que você da para
exu, exu come, mas cada exu tem algo
pouco diferente um do outro. Exu Alaje gosta de
comer banana ouro, (pequnena) Exu alaje come
mel. Come dendê e come Pombo. Exu alaje come
Gim (oti)
Nunca se usa animais femininos para Exu.
Sempre macho.
Exu é o dono deste mundo, Olodumare deu este
mundo para Exu por que ele é bom, honesto e
humilde. Todos os Babalawo tem que dar
comida para Exu antes de comer, tem que
comida para Exu antes de comer, tem que
colocar uma pequena porção do seu prato para
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

ele para que ele abençoe.

“Eu tenho 6 Esu na minha casa


que ficam do lado de fora da casa. As pessoas
podem ter mais de um Esu, quem determina isso
é o oráculo.”
-Baba Ifadapo Elebuibon

OGUN - A divindade do ferro. É o senhor da guerra e


dono do trabalho, porque possui todas as
ferramentas oriundas do ferro. Ogun também é dono
das estradas de ferro e dos caminhos. Em tudo onde
encontramos a técnologia, encontramos Ogun, ele é
o próprio progresso.

ÒGÚN

Ògún alákáyé - Senhor do Universo !

Orisá conquistador de terras, Ògún fez-se respeitar em toda a África, pelo


seu caráter forte e marcante. Foram muitos os reinos que se curvaram
diante do poder de Ògún.
Em todos os cantos da África, Ògún é conhecido, pois soube conquistar
cada espaço daquele continente com a sua bravura. Lutou em muitas
batalhas, e também saciou a fome de muita gente, por isso antes de ser
temido Ògún é respeitado e amado.

Entre os muitas cidades conquistadas por Ògún, está a cidade de Iré, da


qual se tornou senhor após liberta-la da tirania do rei e substituí-lo pelo
seu próprio filho, regressando glorioso com o título de Oní Ìré - Rei de Ìré.
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

Ògún é o temível guerreiro, violento e implacável. Não é por acaso, que


nas rezas dedicadas a Ògún o respeito fica tão evidente e a piedade é um
pedido constante.
Deus do ferro e da tecnologia; protetor do ferreiros, agricultores,
caçadores, metalúrgicos, enfim todos os profissionais que de alguma
forma lidam com o ferro.

Ògún é a força incontrolável e dominadora do movimento. É o poder do


sangue que corre nas veias. É o Òrìsá da manutenção da vida.
Ògún é decisão, convicção, certeza. Ele é a energia da vida em sua
plenitude.
É uma energia da natureza temida e respeitada, que se faz presente nos
momentos que precisamos ser fortes e causar impacto.

Senhor dos metais, ele forjava suas próprias ferramentas, tanto para a
caça, como para a agricultura ou para guerra. Na África, seu culto existe
em Ondó, Osogbo, Ile Ifé, Ekiti, Oyó, entre outros do Panteão Yorubá.

Ògún lutava sem cessar contra os reinos vizinhos e como resultado,


trazia sempre um rico espólio de suas expedições, além de inúmeros
escravos.

Òrìsá do ferro e da guerra, cujas lendas a seu respeito falam de um


terrível guerreiro, sempre envolvido em batalhas para aumentar seus
domínios; justiceiro impetuoso, e que coloca acima de tudo o conceito
de honra.

Os lugares consagrados a Ògún são, geralmente, ao ar livre. Para Ògún,


a retidão, a verdade e a justiça são importantes, mas sua principal
ocupação não é determinar o que é certo ou errado, e sim apenas fazer
prevalecer aquilo que julga certo, portando Ògún faz justiça com as
próprias mãos.

Ògún aparece imediatamente em socorro daquele que o invocou. Porém,


não pode ser invocado em vão, porque se não encontrar inimigos, é sobre
o imprudente que lançara sua ira.

Ògún é também representado por folhas de dendezeiro desfiadas,


chamadas Màrìwò. Elas servem de vestimentas para o Deus da Guerra.
Como fala em uma de suas rezas:
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

"...Aquele que se veste de Màrìwò.


Que tem água em casa, mas se lava com sangue"...

O culto de Ògún é bastante difundido em territórios Yorubá, e é um dos


Òrìsá mais respeitados e temidos.
Ògún é um caçador de grande fama. De acordo com as lendas, no
começo do mundo os Òrìsà tentaram atravessar uma selva sem
sucesso. Por fim, foi Ògún que conseguiu abrir o caminho com seu
facão.

A Divindade do ferro, o Senhor da Guerra e dono do trabalho, porque


possui todas as ferramentas oriundas do ferro. Ògún também é dono das
estradas de ferro e dos caminhos. Ele é o próprio progresso !

ODÉ - Senhor das florestas, sendo seu habitat natural


onde vive e caça. É a divindade da harmonia e do
equilíbrio ecológico. Está associado com a vida ao ar
livre e com os elementos da natureza. Odé representa
a fartura em nossa casa.

OSANYIN - É a divindade das plantas medicinais e


litúrgicas dentro do Culto Yorubá, tendo recebido o
segredo das ervas. A força e o poder de Osanyin está
no conhecimento da mistura das folhas. Ele é o
guardião de todas as florestas do planeta.
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

OBALUÀYÉ - Obaluàyé quer dizer "rei e dono da


terra", sua veste é a palha, onde esconde o segredo
da vida e da morte. Está relacionado à terra quente e
seca, como o calor do fogo e do sol - calor que
lembra a febre das doenças infectocontagiosas, ele
domina completamente as doenças. Ao mesmo
tempo em que as causa, tem poder de cura sobre
elas.

OŞUMARÉ - Alguns têm este Òrìşá como a serpente,


outros como o arco-íris. É Oşumaré quem recolhe a
chuva que cai na terra e a transforma em nuvens,
portanto, é ele quem regula as chuvas. Está ligado a
todos os movimentos que não podem parar. Sendo
ele também o movimento continuo do universo e
dos corpos celestes. Portanto caso venha a perder
suas forças tudo se acabaria.

NANÃ BURUKU - É proprietária de um cajado,


Nanã é salpicada de vermelho, suas roupas
parecem banhadas em sangue e água parada que
mata de repente, é o Òrìşá mais antigo do mundo.
Chegou no principio de tudo, quando a terra ainda
não era nada, só havia o barro e a lama. O termo
Nanã significa raiz, aquela que se encontra no
centro da terra.

ÓŞUN - Sem o poder feminino e sem o princípio


de criação, não brotam plantas, os animais não
se reproduzem e a humanidade não tem
continuidade. Assim, o princípio feminino é o
princípio da criação e preservação do mundo.
Sem a mulher não existe vida, sendo assim, deve
ser reverenciada e respeitada pelos Òrìşá e pelos
homens. Representa a força das águas dos rios e cachoeiras, onde não
se tem impedimentos para que ela corra em seu rumo.
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

ERINLÉ - É o caçador que vive no fundo do rio. Ele


traz tanto a força e a delicadeza das águas, quanto o
mistério das florestas, onde caça.

Erínlè

Erínlè - terra do elefante


Erín - elefante
ilè - terra
Erínlè é o òrìsá da caça, cultuado as margens do rio Erínlè .
Erínlè, e seu culto, está simbolicamente associado, e,
mais presente, nos cultos dedicados às divindades
femininas dos rios, em particular Yemojá e
Òsún. Porém, apesar de estar presente nos "dois
mundos" Erínlè é um só. Há, em seu culto,
determinados elementos consagrados também a Èsù,
guardião de todas as fronteiras.
O òpá òrèrè (bastão, feito de ferro, adornado por uma
ave) de Erínlè é o símbolo de sua realeza. Ele deverá
sempre ser mantido de pé. Pássaros de ferro o
circundam.
O culto de Erínlè realiza-se ao redor do rio Erínlè,
afluente do rio Òsún, nos pontos mais profundos do rio,
chamados ibù. Ele recebe oferendas de acarajé,
inhames, bananas, milho, feijão assado, tudo regado
com azeite-de-dendê.
Ele é o grande caçador da Terra dos Elefantes, que vive
no fundo do rio. É ele quem caça os Marfins dos
elefantes para Obàtálá.
Ele traz tanto a força e a delicadeza das águas, quanto o mistério das
florestas, onde caça.
Além de grande caçador, é conhecedor de folhas e também é
pescador. Ele vive tanto na floresta, no mar, como no rio. Seu habitat
verdadeiro, é o ponto onde o rio encontra o mar, onde as águas doces se
misturam com as águas salgadas.
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Ele é um òrìsá extremamente rico, vestido com roupas refinadas,


adornado com grande quantidade de búzios, contas de coral e plumagem
de caça. Ele concede abundância, bem como o tesouro do oceano e dos
rios. Ele representa a terra, mar e rio pela pesca e pela caça.
É muito incomum uma divindade habitar dois mundos, a terra e a
água. Erínlè é a fusão destes dois mundos.

IGBEJI - Eles são parte importante de entender


nossa relação com o céu e a terra. Igbeji são
divindades gêmeas infantis, é um Òrìşá duplo e tem
seu próprio culto, obrigações e iniciação dentro do
ritual. Divide-se em masculino e feminino (gêmeos).
Eles representam tanto a pureza e a paz, quanto os
mistérios das magias.

YEMONJÁ - A deusa do mar e da lua. Ela é o


arquétipo de mãe e a provedora de riqueza. Como
o que dá vida e sustenta a terra, ela é extremamente
generosa. É a energia criando qualquer um. Mas,
como o oceano, quando ela estiver revolta, pode
ser implacável. Ela representa a mãe que dá amor,
mas não dá o poder. Yemonjá é a dona do
subconsciente coletivo e da sabedoria antiga, e é também a guardiã dos
segredos que estão escondidos nos oceanos, tem seus domínios nas
profundezas das águas, de onde emerge para atender seus devotos,
principalmente as mulheres que atribuem a ela poderes que favorecem a
fertilidade e a fecundidade. É a força das marés e é implacável como as
águas dos oceanos.
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

OLOKUN - É todo o mistério dos oceanos, das


profundezas. É o poder das marés. Representa o
que o homem não consegue atingir. É a força
desconhecida e incontrolável dos mares. É a
magia do desconhecido e senhor da riqueza.

ŞANGÔ - Uma vez como o quarto rei Yorubá, e


imortalizado como o deus do trovão, Şangô é
legendário do outro lado do mundo atlântico
africano. As tempestades de Şangô e seu raio
trazem um terror moral purificador encapsulado
pela sua coragem, ele é o deus do raio, do trovão,
da justiça e do fogo, é um Òrìşá temido e
respeitado, é viril e violento, porém justiceiro.

Sàngó

Deus do raio, do trovão, da justiça e do


fogo. Sàngó manipula o fogo em seu
estado selvagem e usa o poder do fogo
como seu símbolo de respeito.
É um òrìsá temido e respeitado, é viril e
violento, porém justiceiro. Costuma-se dizer
que Sàngó castiga os mentirosos, os
ladrões e malfeitores. Seu símbolo principal
é o machado de dois gumes e a balança,
símbolo da justiça.
Galante e sedutor, desperta paixão na
divindade Oya, uma de suas três esposas, a
mais amada. As outras são Òsún e Obá.
A pedra de raio, Edùn Ara, é símbolo do seu poder. O brilho dos raios e
o barulho dos trovões lembram que Sàngó vigia todos os seus fiéis.
Sàngó é o mestre em atacar, de ir contra os ventos da derrota, contra
tudo e todos para alcançar seu objetivo.
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

Òrìsà Sàngó é ao mesmo tempo uma divindade primordial e ancestral


divinizada. A função de Sàngó é fornecer a inspiração e a paixão pela
transformação espiritual.
O àse de Sàngó permite ao buscador de Deus distinguir entre a verdade
e a mentira e enfrentar as conseqüências de fazer e agir de acordo com
essa distinção. Neste sentido, o relâmpago simboliza a língua de Sàngó,
que nos revela a base do nosso medo e nos oferece a oportunidade de
escolher se desejamos prosseguir com base na verdade ou na mentira.
Sàngó é um òrìsà "quente". É o ataque estratégico, é a idéia de iluminar
os desafios e atacar seus pontos mais fracos, por isso respeita a força e
a sabedoria.
As tempestades de Sàngó e seu raio trazem um terror moral e purificador.

OYA - É a divindade filha (gerada) do vermelho é o


Òrìşá do Rio Niger e tem a água como elemento, além
de estar ligada aos animais, aos espíritos, e ao
relâmpago. É a deusa dos ventos, do fogo e do raio.
Como guerreira do panteão de Yorubá, ela
representa o poder feminino. Ela é forte, e quando
está enfurecida, pode criar tornados e furacões.
Òrìsá dos ventos, raios e tempestades, é ágil e agitada como o próprio
vento.

OBÀTÁLÁ - É o Òrìşá de paz, harmonia e pureza. Ele


é o pai da maioria dos Òrìşá e é o criador da
humanidade. Ele é o dono da criação e representa
claridade, justiça e sabedoria. Tudo o que é branco
na terra pertence a ele: a neve, as nuvens brancas,
os ossos, o cérebro, o algodão. Obàtálá é o sol e é
também a chuva que cai para fertilizar a terra. É o
dono da argila e da criação.
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

ORÚNMILÁ - É a soma da sabedoria suprema, a


vida e a morte, o nascimento da natureza, a visão
total do mundo e da existência estabelecendo
normas éticas que irão comandar as sociedades
e os homens. É o equilíbrio que ajusta as força
que conduz a sustentação do planeta. Òrúnmìlà
representa a antiga sabedoria do Culto Yorubá.
Seu maior símbolo é o Ikin - o caroço da fruta do
dendezeiro, através do qual os Oluwos/Bàbáláwos se comunicam através
do oráculo Ifá para saber sobre o nosso destino.
A TRINDADE DE OBÀTÁLÁ, ESÚ E ORÚNMILÁ
A trindade constituída de Obàtálá, Esú e Orúnmilá exemplifica, no plano
filosófico, o provérbio Yorubá em que a tríplice garante a estabilidade. No
esforço para esta estabilidade filosófica o homem foi ensinado pelo
oráculo Ifá a observar a retidão ética de Obàtálá, alegar o elemento
imprevisível da vida representado por Esú e confrontar os problemas
com a sabedoria de Orúnmilá. Essa é a mensagem abstrata atrás dos
mitos e legendas do papel da trindade recontada pelos versos de Ifá.

Este verso de Eji-Ogbe reconta o reconhecimento de status supremo de


Obàtálá e o inicio discreto da trindade de Obàtálá-Esú-Orúnmilá.
“Não há águas que possam rivalizar com o Oceano na majestade.
Não há nascentes nas montanhas que possam se igualar a Lagoa em
grandeza".
Assim declarou o oráculo de Ifá para Obàtálá, o Ancião dos Dias, no dia
em que ele foi dotado com o poder criativo. Outras divindades exigiram
um compartilhamento deste poder, exceto Orúnmilá e Esú.

No verso a seguir veremos Obàtálá conferido com o poder Criativo e


veremos a rivalidade de outras divindades que queriam um pouco do
poder. "Orúnmilá foi convidado para a trama, porém, ele recusou. Esú
também foi chamado, porém, também recusou. Desta vez as divindades
perderam a batalha para Obàtálá e imediatamente concederam
preeminência eterna para ele".

A próxima estrofe Irete-Meji revela que a recusa de Orúnmilá e Esú para


se agregar na conspiração contra Obàtálá não foi sem benefício
calculado. Desassociando-se das outras divindades, Orúnmilá e Esú se
auto promoveram a uma co-igualdade com Obàtálá em uma Trindade.
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

Dois personagens: “Emissário da Terra” e “O criador da cidade de Ifé”


foram os regulares mensageiros de Orúnmilá para Olódùmarè, o
Onipotente.
A mensagem para o Onipotente talvez seja “com o estado das coisas em
Ifé hoje, que sacrifícios devo apontar como remédio?”
A resposta viria: “Ofereça um rato do mato.”

Atuando nestas recomendações Orúnmilá receberia bons auspícios para


a cidade e tudo tornaria a ficar bem. Mas assim que o tempo passou, as
coisas mudaram. Quando o Onipotente disse que uma cabra deveria ser
oferecida, estes mensageiros reportaram a Orúnmilá que um cordeiro
deveria ser oferecido. O sacrifício resultaria em falha. O que seria
responsável por estes eventos? Se perguntou Orúnmilá, não sendo
cúmplice da traição dos seus mensageiros. Eventualmente, a verdade
apareceu, porém Orúnmilá nada disse. Ele apenas impediu os
mensageiros de enviarem ainda mais solicitações ao Onipotente.
Um dia, sem noticias, no curso normal de uma consulta divinatória
Orúnmilá de repente apreendeu os mensageiros e matou os dois.
Quando os cidadãos de Ifé descobriram a ação de Orúnmilá, eles ficaram
chocados. Como pode Orúnmilá ter matado seus mensageiros cujos
recados para o Onipotente sempre trouxeram prosperidade à
Ifé? Quando Orúnmilá conseguiria substituir os mensageiro por outros
melhores ou de iguais serviços?
Orúnmilá respondeu que o problema estava longe de ser simples, que a
verdade iludiu os cidadãos.
Os cidadãos furiosos tornaram-se duros e no final sitiaram na casa de
Orúnmilá. Orúnmilá, os mandando para longe, se escondeu.
Os invasores irados armaram contra o estudante de Ifá de Orúnmilá
chamado Imulegbe (O Adepto) e bateram severamente nele.
Eles acharam outro convidado Akale (O Protetor da Casa) e o
tapearam muitas vezes, então retornaram para Imulegbe para rasgar
suas roupas em pedaços.
Nisto, Orúnmilá apareceu para desafiar os agressores: Então não há
mais respeito ou reverência por mim nesta cidade? Vocês, cidadãos de
Ifé, não prosperaram sob minha orientação? É correto que os meus
convidados sejam tão maltratados por vocês?
Em uma grande fúria, Orúnmilá deixou a cidade rapidamente, seguido
prontamente de Imulegbe e Akale. Contudo, antes de deixar Ifé, Orúnmilá
ordenou todos os adivinhos de lfá, incluindo os que empregam três,
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

quatro, oito ou dezesseis búzios a recusar a consulta para os cidadãos


devorantes de Ifé. Assim, os cidadãos de Ifé iriam aprender quão fácil é
administrar seus próprios assuntos sem a orientação dos adivinhos.

Tendo deixado Ifé, Orúnmilá e seus dois amigos viajaram profundamente


dentro da floresta até que chegaram “No Meio do Nada” e eles
construíram três cabanas de colmo com folhas de palmeira: Uma para
Akale (Codinome de Esú) e a segunda para Imulegbe, um outro nome para
Obàtálá e a última para Orúnmilá.
Com a partida de Orúnmilá, a cidade de Ifé ficou engolida de problemas.
Os alimentos tornaram-se escassos, mulheres grávidas sentiram as
dores do parto mas não conseguiram parir; As recém casadas não
conseguiram engravidar; Os homens se tornaram impotentes. Em pouco
tempo a desordem e a confusão reinaram. Os cidadãos consultaram os
adivinhos de 3,4,8 ou 16 búzios para ver como o desastre poderia ser
detido mas, os adivinhos, responderam que todos os seus pedidos não
poderiam ser satisfeitos uma vez que seus búzios usados para
adivinhação foram completamente gastos em dias de necessidades. O
que eles fariam? Onde se escondiam as soluções?
O próprio Rei de Ifé estava perplexo e perdido com as condições da
cidade que só pioravam a cada dia.

Não choveu e tudo começou a ficar parado, então os cidadãos levaram


os problemas mais a sério e viajaram para fora de Ifé para solicitar
assistência em qualquer lugar possível.
Primeiro conheceram um adivinho cujo apelido era “Caranguejo que se
arrasta em buracos no pântano longe dos habitantes aquáticos”. Ele
rejeitou a consulta do Oráculo em seu nome alegando a injunção imposta
a ele por Orúnmilá seu mestre que antes deixou Ifé. ”Mas nós não
sabemos onde está seu mestre” responderam os cidadãos. “O que
deveríamos fazer para sair dessa situação desesperadora?”
Tendo pena de seus apuros o adivinho aconselhou-os a caçar um
antílope e trazer para ele, depois ele os apresentaria outro adivinho. Os
cidadãos cumpriram muito prontamente. Então, eles foram despachados
para outro adivinho cujo apelido era “Cor de Ouro assim como Óleo
Fresco de Palmeira”, que foi esperado para levá-los até o esconderijo de
Orúnmilá. Depois de ter escutado suas predicações o adivinho
exclamou:
“Isso é realmente verdade? Oras, então vá buscar um antílope e traga-o
para mim.”
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

Os cidadãos se aprontaram e depois de um tempo acharam um antílope


o qual eles perseguiram até o alto da colina, abaixo dos pequenos
vales. Cada vez mais fundo floresta a dentro a perseguição continuou,
até que os cidadãos se acharam “No Meio do Nada” quando de repente o
antílope desapareceu. Procurando pelo antílope perdido, os cidadãos
logo avistaram três cabanas de colmo com folhas de palmeiras.
Completamente assombrados eles disseram a eles mesmos: “Que lugar
mais deserto para se escolher como habitação! Como pode alguém
morar aqui quando, em Ifé, nós estamos morrendo de fome?”
Um deles pegou uma pedra e arremessou-a em uma cabana. Saiu de lá
Akale (Esú) perguntando com irritação “Quem arremessou esta pedra
em minha cabana?”
“Fomos nós” Responderam os cidadãos
“Qual é o problema ”Exigiu Esú “, que missão os trazem aqui? Vocês
nos proíbem de morar aqui também?”
“Ha !!“ Exclamaram os cidadãos. “Vocês, finalmente”. Eles chamaram
Esú e narraram para ele a miserável condição de vida em Ifé.

“Disse Esú” Agora vocês vão retornar a Ifé e trazer os reparos por terem
apedrejado minha cabana: 2 ratos do mato, 2 peixes secos e todas as
outras coisas em dois.”
Eles voltaram a Ifé com a intenção de providenciar os reparos
necessários. No processo eles relataram ao Rei que havia um raio de
esperança no “Meio do Nada.”

Uma certa pessoa que falou com eles exigiu reparações deles. O Rei
respondeu que suspeitava de que Orúnmilá também estivesse na
companhia de seu interlocutor. Os cidadãos deveriam retornar para a
floresta com as reparações requeridas e relatar os desenvolvimentos.
Entretanto, antes dos cidadãos retornarem, Akale (Esú) foi ao encontro
de Orúnmilá.

“Há um desenvolvimento interessante”, ele disse.”Um dos cidadãos de


Ifé que veio aqui apedrejou minha cabana. Eu me retirei, ouvi seus
contos de aflição e antes de prometer qualquer coisa eu ordenei
reparações pelas suas transgressões. O que nós faremos se eles
voltarem com as reparações?”

Orúnmilá levou consigo Esú para relatar a situação para Obàtálá, que é
chamado de Elegbe(O Adepto)
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

Desta vez Orúnmilá disse:

“Obàtálá, por favor escute. Esú acabou de me contar que os Cidadãos


de Ifé vieram aqui, e sua história é cruel, muito cruel. O desastre é
iminente a não ser que façamos algo para ajudar.”
Obàtálá respondeu: “Realmente! Mas você sabe, Orúnmilá, que desde o
nosso exílio aqui eu fechei as comportas de chuva. Nenhuma gota irá
cair na terra até que o mundo todo seja destruído. Eu não vou
escutar nenhum apelo.”
Apesar de muitas tentativas de Orúnmilá e Esú, Obàtálá se recusou a
mudar de idéia.
Foi quando Orúnmilá disse essas pesadas palavras:
Obàtálá, você deve retornar ao seu trabalho:
O ferreiro molda o ferro uma e outra vez
Até estar reto e perfeito
O barbeiro ainda não terminou o seu trabalho
Até que atrás e os lados não estiverem aparados
Você deve retornar ao seu trabalho interminável
Gerações de reis reinaram na terra
Mas ainda não vi um que rivalize este
Que rivalize Obàtálá, Rei de todos os Orisá
Real Artífice da Perfeição
Que veio do céu mas que localizou sua casa terráquea na cidade de Iranje
Ele sozinho tem o poder de fechar os portões da chuva
Ele sozinho criou a cúpula branca do céu
Ele criou as espécies de rato para durar para sempre
Ele criou as espécies de peixes para durar para sempre
Ele criou as espécies de pássaros para durar para sempre
Ele criou as espécies de feras para durar para sempre
E ordenou que a espécie do homem nunca fosse destruída.
Perplexo nestes elogios sutis, Obàtálá respondeu:
“Na verdade, Orúnmilá, na verdade você recontou muita história.
Nada mais resta a não ser aceitar seus apelos”

Conseqüentemente quando os cidadãos de Ifé voltaram com as


reparações, Orúnmilá perdoou-os, Obàtálá perdoou-os e Esú perdoou-
os. Com as reparações, um sacrifício de indenização foi cumprido.

Acerca disso os três adivinhos e os cidadãos voltaram a Ifé dançando e


alegrando-se de que a cidade fora salva do desastre.
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

Daquela vez a cidade de Ifé se expandiu em várias direções até que


englobou todo o mundo.

OBÀTÁLÁ

O Orisá de paz, harmonia e pureza. Ele é o pai da maioria dos orisá


e o criador da humanidade. Ele é o dono da criação. Ele representa
claridade, justiça e sabedoria. Tudo o que é branco na terra pertence a
ele: a neve, as nuvens brancas, os ossos, o cérebro, o algodão. Obàtálá
é o sol e é também a chuva que cai para fertilizar a terra. É o dono da
argila e da criação, onde molda os seres humanos em barro.
"o grande orisá", ocupa uma posição única e inconteste do mais
importante orisá e o mais elevado dos Deuses Yorubás.
Senhor do silêncio, do vácuo frio e calmo, onde as palavras não
podem ser ouvidas. Pode ser lento como um caramujo, todo de branco
como seu ritual exige, e também ser enérgico e guerreiro, em todas as
versões, é Obàtálá , o rei do pano branco.

ESÚ

Esú foi criado por OLÓDÙMARÈ como um Orisá especial de


maneira tal que ele deve existir em tudo e residir em cada pessoa. Foi
dessa matéria primordial e divina da qual, posteriormente, ele fez todos
os Orisá. Assim, Esú é o primeiro ser criado.
Esú é conhecido como "Esú Agbá”, o Ancestral primordial, e seus
assentamentos mais antigos e tradicionais eram simples pedras
de laterita vermelha. Esú é por excelência o símbolo da existência
diferenciada e, em conseqüência disso, o elemento dinâmico que leva ao
movimento, à transformação e ao crescimento. Ele é o principio
dinâmico de tudo que existe e do que virá a existir. Esú é a energia
absoluta da oportunidade!
Esú é o primeiro a ser cultuado, e isso se explica devido ao seu
papel de energia condutora, propulsora, recapacitadora e
reconstituidora. Sem Esú, tudo estaria paralisado, estagnado, sem
desenvolvimento.
É Esú quem faz cumprir o equilíbrio de tudo que existe. É o
equilíbrio que permite a multiplicação e o crescimento.
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ORÚNMILÁ
Orúnmilá é o Orisá Senhor da sabedoria e do conhecimento, que
tendo adquirido o direito de viver entre o céu e a terra, tudo sabe e tudo
vê na totalidade dos mundos, transcendendo espaço e tempo.
Foi testemunha da criação universal e detém o conhecimento do
passado, presente e futuro do destino de todos os habitantes da terra e
do céu.
Na Terra, Orunmilá é quem apresenta o destino ao reencarnante por
ocasião da seu nascimento . Conhece todos os destinos e como
propiciar o sucesso em todos os âmbitos, além de revelar o Orisá pessoal
de cada um.
Orúnmilá é a soma da sabedoria suprema, a vida e a morte, o
nascimento da natureza, a visão total do mundo e da existência
estabelecendo normas éticas que irão comandar as sociedades e os
homens. É o equilíbrio que ajusta a força que conduz a sustentação do
planeta. Orúnmilá representa a antiga sabedoria do Culto Yorubá.
Uma modalidade orácular mais popular é o Opelé Ifá. Apenas
sacerdotes iniciados no culto de Orúnmilá - os Oluwo Ifá e Babalawo –
são credenciados para utilizar esses oráculos. Todo o corpo filosófico
da religião yorubá se resume nos signos de Ifá

No Brasil e em vários lugares do mundo, existem milhares de pessoas


que, maravilhadas pelo mistério dos Òrìşá, quer sejam descendentes de
africanos, europeus, asiáticos ou de qualquer outra raça do planeta,
acabam transpondo as portas da iniciação, surpreendidos pelo paradoxo
de defrontar-se com crenças alicerçadas em rituais de rebuscada
complexidade e ao mesmo tempo simples de entendimento na sua
essência. As cerimônias são alegres, coloridas, embaladas pelo som dos
tambores nos quatro cantos do mundo, agregando pessoas de todas as
camadas sociais; contudo, o aprendizado ritual e filosófico requer
estudos sérios e contínuos, que acompanharão o iniciado pela vida afora.
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Que mistérios são esses, ocultos em meio a lendas e ensinamentos de


sabedoria ancestral? O que na verdade leva pessoas às mais diferentes
tradições afrodescendentes, em busca da iniciação?
1 - O que é Iniciação?
Iniciar-se é possibilitar através de rituais próprios, que o lado divino
transpareça. É libertar o Deus Interior que existe em cada ser humano,
permitindo-lhe vir à tona e provocar o impulso irresistível, capaz de
conduzir à realização pessoal, estabelecendo dessa maneira a mais
perfeita comunhão possível com o Universo, com a Natureza, com o
Criador, enfim, com a própria Vida, em seu pulsar infinito. Corpo, físico,
mente e alma são ritualisticamente preparados para a manifestação
divina. Condições propícias são estabelecidas para que a memória
ancestral possa florescer nos recessos do inconsciente, produzindo
muitas vezes o transe, em suas mais variadas formas e também variados
graus. Iniciar-se é nascer de novo, renascer como indivíduo mais forte,
completo, potencialmente seguro, com melhores condições para, ao
abandonar medos, traumas ou bloqueios, lançar-se inteiro na busca da
realização pessoal.
A presença do Òrìşá na vida de uma pessoa depende do fortalecimento
do ori para acoplamento do seu aşé, através do ritual de iniciação. Após
diversos tipos de ebós, banhos de folhas e borí, o iniciando está
purificado e fortalecido para ter plantado no seu corpo a energia do seu
Òrìşá. Trata - se de ritual complexo e com características sob medida para
a entidade única, que é o iniciando em questão, e o seu Òrìşá. O ritual de
iniciação não decorre de desejo próprio, mas depende de prescrição
oracular e, conforme o próprio termo- Iniciação - marca, não a
concretização, mas o início de um aprendizado e desafios constantes que
requerem disciplina e dedicação espiritual. Não implica em qualquer tipo
de submissão contrariada, pois o orí é soberano no seu livre-arbítrio. No
entanto, uma vez tendo vivenciado a sublime e divina presença do Òrìşá,
o afastamento deste, mesmo que voluntário, faz sentir um vazio sombrio
que pode até ser confundido – erroneamente - com castigo. O Òrìşá não
necessita infringir castigos, primeiro porque, como energia da natureza
não depende da adesão de devotos - nós é que precisamos do Òrìşá – e
segundo porque a sua simples ausência em nossas vidas, já se
caracteriza por si só, como desgraça.
2 - Por que se iniciar?
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Conhecer a si mesmo: pressuposto básico para a realização pessoal em


todos os níveis. Desde sua origem o ser humano anseia pelo encontro
com o Infinito. Essa busca incansável frequentemente provoca
verdadeiras batalhas que são travadas no interior do indivíduo,
acompanhadas por sentimentos de angústia, ansiedade, inconformismo,
ou até mesmo desespero, frente ao desconhecido ou ao irremediável: as
fatalidades e incertezas do amanhã, o ciclo da vida e a morte. Todo esse
processo destina-se a criação de ambiente propício ao tão sonhado
encontro. A história da humanidade espelha essa incansável busca de
respostas aos enigmas da vida: Quem sou eu? De onde venho? Para
onde vou? A felicidade é perseguida por todos, sendo muitas vezes um
desejo alimentado pela incerteza: "Quero ser feliz, mas não sei bem o que
é felicidade". E o ser humano continua a colocar a própria felicidade
longe de si mesmo, em circunstâncias exteriores: dinheiro, posição,
poder, fama, ou na dependência de outras pessoas: "Se ele - ou ela - me
amar serei feliz".
Há milhares de anos, o nativo do continente africano já tinha os mesmos
anseios: conhecer seu Deus, os mistérios do Universo, a origem da Vida.
Olódùmarè (o Criador), em sua Graça e Poder infinitos, permitiu-lhes
conhecer a sabedoria do IFÁ (a revelação): a Criação do Universo e dos
seres humanos, os princípios que regulam as relações entre Aiye (a
Terra), o Orun (o Céu) e o conhecimento dos Òrìşá, divindades
participantes da Criação e intermediárias entre Deus (Olódùmarè) e os
homens. Desenvolveram-se rituais iniciativos para os mistérios dos
Òrìşá, como forma de realizar o sagrado em si mesmo, ou seja, permitir
que o Deus Interior, na figura de um ancestral divino, desperte em cada
indivíduo e estabeleça a ponte com o Cosmos tão necessária à realização
pessoal, tornando-o assim capaz de fazer escolhas mais acertadas e
consequentes em relação à vida e aos semelhantes, na construção da
própria felicidade. A compreensão clara de que destino é possibilidade e
não fatalidade, é à base dessa realização. O conhecimento das forças que
regem o Universo e a Vida nas suas mais variadas formas e meios de
manifestação, bem como dos princípios que regulam essa interação é o
caminho da Iniciação.
3 - Iniciação: quem, quando e como?
O momento do chamado é diferente para cada pessoa. Para alguns, uma
doença difícil de ser curada; para outros, as dificuldades do próprio
caminho; outros ainda, buscam fugir às religiões tradicionais por
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concluírem que muitas delas estão tão voltadas para o dia a dia dos
homens e seus interesses imediatos que acabam fugindo à sua real
finalidade: promover o encontro do ser com a Divindade, ampará-lo em
suas dificuldades espirituais e consequentemente, também as materiais.
Alguns ainda são provenientes de outras religiões ou filosofias
espiritualistas; finalmente, existem aqueles que simplesmente são
tocados pelo Òrìşá, nos recessos da própria alma. Na África o culto está
realmente ligado às famílias, mas no Brasil, principalmente a
miscigenação, trouxe para toda a população a denominação
afrodescendente. A iniciação propriamente dita acontece num período de
reclusão que varia de sete a dezessete dias. Esse período é comparável
à gestação na barriga da mãe; nesse aspecto, o aposento sagrado
representa o ventre da própria mãe natureza. O neófito aprende os
mistérios básicos das divindades e da Criação; os costumes da
comunidade e os princípios que regulam as relações da família religiosa
(hierarquia sacerdotal); as formas adequadas de comportamento nas
cerimônias públicas e restritas. Conhecimentos acerca de seu Òrìşá lhe
são ministrados: a maneira adequada de cultuá-lo, suas proibições (ewò)
quando houver as virtudes que deverão ser cultivadas, e os vícios que
deverão ser evitados, para atrair influências benéficas e uma relação
harmoniosa com a divindade.
4 - O que pode mudar na vida do Iniciado?
O Destino é dado a cada ser na forma de possibilidade, nunca como
fatalidade. Desse modo, quem antes de voltar ao mundo escolheu, por
exemplo, ser médico, ao renascer na Terra encontrará em seu caminho
situações que o direcionem para essa profissão. Entretanto, isto não quer
dizer que necessariamente venha a exercer a medicina. Ele pode a
qualquer tempo mudar os rumos da própria vida através do exercício do
livre-arbítrio (o que, aliás, é um conceito universal). Cada qual constrói a
própria história. Ocorre muitas vezes à pessoa acabar fazendo escolhas
erradas e sofrendo consequências desastrosas. Pode ser fruto de um
destino ruim, que exigirá tempo e determinação para ser superado. A dor
transforma-se em companheira constante. Liga-se a tudo isso os
problemas do dia a dia (para não mencionar a situação difícil da
sociedade contemporânea); o conjunto acaba provocando sentimentos
de impotência frente aos obstáculos e encruzilhadas da vida, ou
simplesmente solidão, carência de aconchego, de orientação, de
coragem, carência de fé. O Òrìşá pessoal, nesse particular, pode
influenciar e muito, prevenindo ou mesmo remediando tais situações,
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conferindo força e equilíbrio ao seu tutelado, restaurando-lhe as


energias, estendendo a ele proteção e o orientando quanto ao melhor
caminho a seguir. Contudo, o indivíduo deve permitir que o Òrìşá atue de
modo construtivo na sua própria vida. Òrìşá não representa problema no
caminho de ninguém, mas pode significar a solução. Através do apoio
divino, o ser humano pode criar condições para vencer as barreiras
internas e externas para a construção de um futuro melhor.

Balalorisa, o que é?
É um sacerdote qualificado para servir de intermediário entre os
homens, os Deuses (Orisás) e o Deus supremo (Olodumare). Ele passa
por um processo para aprender os valores relacionados aos seres que é
o Caráter , o Respeito, a honestidade..., junto a isso vai aprender a
manipular energias através dos búzios, vai aprender sobre o Òrìsá em
que será iniciado, vai aprender sobre outros Orisás e suas relações com
os homens, vai estudar muito sobre maneiras que seu Òrìsá age para
ajudar outras pessoas , vai aprender a se proteger dos inimigos, rezas,
orikis , ebó, elementos, comidas, tradições ,e muitas outras coisas.
Quando chega em um nível de conhecimento e evolução pessoal, ele irá
completar os processos iniciáticos com o seu sacerdote, após adquirir
conhecimentos básicos que lhe permitem a carregar essa
responsabilidade, ele passa a ser babalorisa ou Ìyálórìṣà se for do sexo
feminino. Não existe tempo de aprendizado para ser babalorisa. Muitos
podem passar 7,10, 20 anos sem saber nenhum princípio sem nenhuma
evolução enquanto outros que se dedicam podem passar ,1, 3, 5 anos e
já estarem preparados para ocupar um posto sacerdotal. Depende de
cada pessoa ter dedicação para conseguir ter evolução. Por serem
muitos conhecimentos, costumamos dizer que morremos aprendendo,
então depende de evoluções pessoais de cada um. Quando se aprende
Ifá por exemplo, a primeira coisa que lhe é ensinada é, para não falar
mal da vida alheia e para não julgar, devemos ser sempre neutros pois
costumes como esses nos traz uma energia ruim, que nos impedem de
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evoluir, que fecham muitos caminhos. Não é todos que permitem


adquirir esse costume de imediato, pois já está enraizado na
humanidade, então a evolução é lenta e gradual.

Existe relação entre Orisás e santos


católicos?
Os Orisás vieram ao Brasil através dos escravos, e quando chegaram
nessa terra, sem liberdade nenhuma e tendo que agradar aos seus
senhores para alcançar a liberdade, tiveram que incorporar seus deuses
africanos, suas crenças as imagens e santos católicos trazidas pelos
europeus e adotadas por seus senhores. Mas o sincretismo em outras
religiões de associarem os Deuses aos santos não tiram a africanidade
dos Orisás.

O culto Yorubá é um culto ritualístico, onde tudo o que é feito e oferecido


aos Òríşá faz parte de rituais. A palavra Ritual vem do latim - Ritualis, e
pode ser compreendido como sinônimo de Cerimônia. Também significa
o conjunto de determinadas práticas que devem ser precisamente
seguidas em ocasiões específicas. Numa conotação Ocultista, o Ritual é
associado às práticas e cerimônias religiosas, que podem ser realizadas
de forma individual ou coletiva. No Ritual Cerimonial, são necessários
vestimentas, instrumentos e materiais específicos. Geralmente são
coordenados por um Sacerdote. Este tipo de Ritual é comum nas
religiões de origem africana, e visa operar mudanças no campo físico.
Os rituais são poderosas e importantes ferramentas que devem ser
utilizadas com responsabilidade e consciência. Acionam e interferem em
energias naturais; criam, alteram ou desencadeiam forças no campo
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físico, espiritual e astral. Portanto, é aconselhável que o praticante tenha


um conhecimento prévio do que irá executar. Pode ser executado a
intervalos regulares, ou em situações específicas, por um único
indivíduo, um grupo, ou por uma comunidade inteira; em locais
arbitrários, específicos, ou diante de determinadas pessoas. Rituais são
executados em quase todas as sociedades humanas conhecidas,
passadas ou atuais. Podem incluir os vários ritos de adoração e
sacramentos de religiões organizadas e cultos, contudo também os ritos
de passagem de certas sociedades: coroação, casamentos e funerais...

SACRIFÍCIO

Todos nós deveríamos saber o que é sacrifício. Qualquer coisa que a


pessoa deseja nesta vida requer o abandono de alguma outra coisa.
Consequentemente, vida é um processo de dar e receber. A forma mais
simples de sacrifício que a pessoa pode dar é o tempo, e a forma mais
complexa é a mudança e a transformação.
O sacrifício de tempo é a forma mais fundamental de sacrifício. Nós
sacrificamos nosso tempo para o trabalho diário, para adquirir finanças
para viver diariamente. Em um nível mais fundo, o sacrifício de tempo
envolve paciência.
Tempo sacrificado sempre trás o resultado desejado em nossas vidas.
Nós somos ensinados a procurar o reino espiritual e rezarmos para
implorar a Deus favores, mas, muitos de nós somos desavisados de que
o reino espiritual como o físico requer algum tipo de dar para receber.
Os Yorubás acreditam que a verbalização não é bastante na relação da
pessoa com o sobrenatural. O oráculo Ifá serve como orientação para
oração. Pelo oráculo nós podemos saber como rezar, para quem rezar e
o que rezar. Para o Yorubá, a divindade Orúnmilá é a aproximação da
oração e mostra por que precisamos rezar, mostra qual o melhor
procedimento para elevar a oração em alguma forma de sacrifício. Neste
mundo de muitas escolhas, esta aproximação é milagrosamente precisa
e necessária. As várias formas de sacrifício incluem: tempo, canção,
dança, dinheiro, mudança, transformação e oferecimentos de comidas e
animais.
Sacrifício é uma tentativa para rearranjar as forças do universo de forma
que eles possam trabalhar para nós, resultando em paz e harmonia para
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nós em nosso ambiente. Dentro do culto Yorubá, sacrifício é uma


tentativa dos seres humanos de enviar uma mensagem a todo este poder
sobrenatural do universo.
Por exemplo, se alguém está doente um sacrifício é prescrito por uma
divindade. Eşú, o mensageiro divino que sempre é suposto de adquirir
parte de qualquer sacrifício de sangue e compartilhar elementos da
esquerda e da direita, assegurará que as divindades da esquerda
adquiram a oferta. Eşú faz um papel muito importante reordenando
eventos universais para o bem de qualquer sacrifício.
A maioria das pessoas que comem carne está desconectada do descuido
total da vida do pobre animal durante a sua matança (sacrifício) para
beneficio deles. Por exemplo, os judeus têm a comida limpa que é rezada
em cima de animais sacrificados para consumo. Dentro do Culto Yorubá
a maioria dos animais de sacrifícios é tratada com respeito, rezados, e
consumidos. O sacrifício está explicito em nossos dias, onde neste exato
momento o sangue de vários animais está sendo derramado na terra para
dar vida a outros, exemplo da leoa a caça da zebra, etc.
Dentro da visão do Culto Yorubá tradicional, você é a maior parte
responsável por sua própria melhoria. Se você quer a mudança de sua
condição, você tem que fazer o sacrifício e transformar. Sacrifício nem
sempre requerer sangue, às vezes requer que a pessoa olhe em um
espelho para ver além do que é refletido e fazer as mudança necessárias.
Este pode ser o mais difícil dos sacrifícios.
Dentro de Ifá, o odú Irete Meji e Oturupon Oturá, proíbem o sacrifício
humano, onde Orúnmilá deu uma cabra como sacrifício no lugar de sua
filha.
A permanência do ser humano na Terra exige sacrifícios constantes.
Sacrifício de tempo e de privação de alguma coisa em detrimento de
outra. O sacrifício das transformações e da oferta de dinheiro obtido à
custa de esforço através do trabalho; tudo girando num incessante
processo que se resume em dar e receber. As oferendas sacrificiais
movimentam o aşé com o fluído vital liberado, atuando num âmbito não
físico que altera situações indesejadas na vida humana. Os sacrifícios
animais praticados pela religião yorubá, além de movimentar o aşé,
servem para alimentar as pessoas, uma vez que a carne é, na maioria das
vezes, consumida. Cabe ressaltar que, a vida animal que se vai é rezada
e seu espírito encaminhado com todo respeito.
Ebó - Oferenda
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Ebó é um ritual de sacrifício em forma de oferenda, que inclui elementos


determinados pelo oráculo, utilizando energias dos diversos reinos da
natureza para obtenção e reversão de uma situação. A palavra ebó, vem
de bó – alimentar o Òrísá. As oferendas podem ser animal, vegetal,
mineral ou incluir outro tipo de sacrifício. Os ebós servem como forma
de apaziguamento para evitar ou amenizar alguma situação dolorosa ou
substituição diante de perigo eminente.

A família na África, no lado feminino, tem


a sociedade de mães ou ÌYÀMÍ. Elas são
o conselho de mulheres idosas da
aldeia, que é composto por iniciadas de
Oşun, Yemonjá e Oya, tendo Oşun
normalmente como a chefe. O conselho
de anciãs adoram o espírito do ar, que é
uma força masculina expansiva e que
tem como seu mensageiro: o pássaro. O
conselho masculino adora a Mãe Terra,
e este conselho é chamado Ògbóni
significa a sabedoria da terra. Ògbóni é
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a adoração de todo Irunmolé e como eles estão ligados entre si através


do útero da Deusa Terra. Quando se pronuncia o nome de ÌYÀMÍ
OŞORONGÁ quem estiver sentado deve se levantar, quem estiver de pé
fará uma reverência, pois esse é um temível Òríşá, a quem se deve
respeito completo.
O pássaro africano, OŞORONGÁ, emite um som onomatopaico de onde
provém seu nome, e é o símbolo do Òríşá ÌYÀMÍ. ÌYÀMÍ OŞORONGÁ é a
dona da barriga e não há quem resista aos seus ebós fatais. Com ÌYÀMÍ
OŞORONGÁ todo cuidado é pouco, ela exige o máximo respeito. ÌYÀMÍ
OŞORONGÁ, (bruxa é pássaro). Sobretudo à noite, é o momento que todo
espaço pertence à Eleye, que são as Ajé, transformadas em pássaros do
mal, como Agbibgó, Elùlú, Atioro, Oşorongá, dentre outros, nos quais se
transforma a Ajé-mãe, mais conhecida por ÌYÀMÍ OŞORONGÁ. Trazidas
ao mundo pelo odu Osá Meji, as Ajé, juntamente com o odu Oyeku Meji,
formam o grande perigo da noite.
ÌYÀMÍ OŞORONGÁ é a síntese do poder feminino, claramente
manifestado na possibilidade de gerar filhos e, numa noção mais ampla,
de povoar o mundo.
Donas de um aşé tão poderoso quanto o de qualquer Òríşá, as ÌYÀMÍ
tiveram seu culto difundido por sociedades secretas de mulheres e são
as grandes homenageadas do famoso festival GUÈLÉDÉ, na Nigéria,
realizado entre os meses de março e maio, que antecedem o início das
chuvas do país, remetendo imediatamente para um culto relacionado à
fertilidade.
Pelo poder procriador, tornaram-se conhecidas como as senhoras dos
pássaros, e sua fama de grandes feiticeiras, as associou à escuridão da
noite; por isso também são chamadas de Eleye e as corujas são seus
maiores símbolos.
A sua relação mais evidente é com o poder genital feminino, que é o
aspecto que mais aproxima a mulher da natureza. Toda mulher é
poderosa porque guarda um pouco da essência das ÌYÀMÍ; a capacidade
de gerar filhos, expressa nos órgãos genitais femininos, sempre
assustou os homens e as cantigas entoadas durante o festival GUÈLÉDÉ,
fazem alusão a esse poder, que não pertence apenas às ÌYÀMÍ, mas a
qualquer mulher.
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Em síntese, todo ser humano deve a vida a uma mulher. Se todas as


mulheres juntas decidissem não mais engravidar, a humanidade estaria
fadada a desaparecer. Esse é o poder de ÌYÀMÍ: mostrar que todas as
mulheres juntas decidem sobre o destino dos homens.
As feiticeiras mais temidas entre os Yorubás são as Ajé e, para referir-se
a elas sem correr nenhum risco, diga apenas Eleye, Dona do Pássaro. O
aspecto mais aterrorizante das ÌYÀMÍ e o seu principal nome, com o qual
se tornou conhecida nos Ilés, é OŞORONGÁ, uma bruxa terrível que se
transforma no pássaro de mesmo nome e rompe a escuridão da noite
com seu grito assustador.
As ÌYÀMÍ são as senhoras da vida. Quando devidamente cultuadas,
manifestam-se apenas em seu aspecto benfazejo, são o grande ventre
que povoa o mundo. Não podem, porém, ser esquecidas; nesse caso
lançam todo tipo de maldição e tornam-se senhoras da morte.
Segundo os itans, ÌYÀMÍ OŞORONGÁ possui o poder de transformar-se
em pássaro tornando-se Eleye que são as Ajé. Mulheres pássaros,
senhoras da noite, voam de um lado para o outro levando
encantamentos, dores, doenças, misérias, rancor e morte. Ao ouvir seu
temido canto todo ser humano deve proteger-se e agradá-la, pois sua ira
é fatal.
Na cosmogonia Yorubana a cabaça possui um significado ligado à união
do Orun (céu) com Aiye (terra), é o útero-receptáculo que recebe a fusão
do ovo feminino e do esperma masculino. Notamos que a forma da
cabaça lembra o órgão sexual masculino em sua parte externa, e o útero
em sua forma interna e possui sementes que corresponderiam aos ovos.
Orúnmilá ficou muito magoado com Oşun, porque ela requisitou o poder
do jogo, e percebeu quão perigosas são as mulheres. Queixando-se a
Eşú, resolveu engendrar um plano para acabar com a supremacia
feminina. O Senhor do destino reuniu os homens e junto a Eşú
desestabilizaria a união feminina através da vaidade, qualidade própria
das mulheres, levando-as a competirem umas com as outras. Os planos
de Orúnmilá e Eşú se concretizaram de forma rápida e eficiente e as
mulheres foram, aos poucos, relegadas a uma posição inferior, assim,
antes que percebessem, estavam totalmente submetidas ao poder
masculino.
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

Os planos de Orúnmilá e Eşú teriam dado certo se não fosse por Obá, a
virgem guerreira, tímida e solitária por natureza, foi a primeira Òríşá a dar-
se conta do que estava acontecendo. Pretendendo reassumir o papel da
mulher na comunidade criou uma sociedade chamada Ogbé Guèlédé, na
qual apenas as mulheres seriam aceitas. Ao participarem dessas
reuniões as mulheres usariam máscaras para não serem reconhecidas e
deixariam seus seios expostos, para que nenhum homem se infiltrasse
durante as reuniões. Yemonjá, Oya, Nanã, Euá e Oşun eram presenças
constantes nesse culto que adorava ÌYÀMÍ OŞORONGÁ. Eşú que está
sempre bem informado escondeu-se na floresta para vigiar as mulheres,
quando percebeu Oluwo, o pássaro das ajé: Foi a primeira vez que Eşú
sentiu medo. Podemos perceber na descrição de Oluwo, um imenso
urubu, uma das formas que Oşun pode assumir conforme o mito. A
sociedade Guèlédé é vista no odu Ìrété Méjì. Eşú, após assistir tenebrosa
aparição, correu até Orúnmìlà para contar o que vira. Ambos resolvem
criar outra forma para desestruturar a sociedade feminina. Şangô tendo
consumado o combinado levou para Oyó, Obá e Oya. O rei de Oyó envia
uma mensagem, através de Eşú, para Orúnmìlà enviar Oşun. Orúnmilá
envia Oşun, sua esposa, e decide: “hoje mesmo sairei pelo mundo em
busca de meu próprio destino. Sem rumo, sem direção, ensinando aos
homens os segredos de Ifá.“ Obàtálá assumiu a liderança masculina
devido o afastamento de Orúnmìlà. O plano para desunir as líderes
Guèlédé dera certo e a liderança feminina perdera sua última líder,
fazendo com que a mulher voltasse novamente a ser submissa aos
homens.

"... a Sociedade Guèlédé, a partir de então,


teve que se submeter à adesão masculina
para poder subsistir. Ainda assim, o comando
das mulheres ficou definitivamente
estabelecido. Somente elas possuem os
poderes e os segredos de ajé, devendo, por
isso, serem tratadas com grande respeito e
consideração. Depois disso os homens, para
participarem da sociedade, teriam de usar as
máscaras Guèlédé, e sua participação ficaria
restrita a dançar e a tocar os tambores do ritual(os Oşos). O objetivo da
sociedade, que antes era exacerbar a maldade existente no poder
feiticeiro de ÌYÀMÍ, modificou-se desde aí, e as danças, os cânticos e as
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oferendas feitas em sua homenagem, visam hoje, a aplacar a sua cólera


ao em vez de incentivá-la."
No país Yorubá, as atividades das feiticeiras – Àjé – estão ligadas às das
divindades, Òríşá, e aos mitos da criação do mundo. As Àjé não são
banidas da sociedade da qual são um dos pilares essenciais, porém
evita-se maldizê-las abertamente, pois se acredita que possuam uma
força agressiva e perigosa.
Existiriam também feiticeiros entre os homens, os Oşó (Lê-se Oxô), mas
seriam infinitamente menos violentos e cruéis que as Àjé.
Elas escolhem entre si, uma Ìyálóde(Erelú/Ògbóni), a que dirige as
mulheres em uma aldeia Yorubá. A Ìyálóde coloca o pássaro dentro da
cabaça, a cobre e a entrega a mulher que quer obter o poder de Àjé. Este
pássaro é enviado em missão, cada vez que a Àjé quiser combater
alguém.
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As religiões de matrizes africanas há tempos vêm resgatando alguns


elementos que por ventura ficaram esquecidos dos meados do ano de
1830 até o ano atual. Òrìşá “ÀYÀN/ÀYON”, Òrìşá
do tambor, é um desses elementos.
Os Onilus são os responsáveis pelos tambores e
é admirável a preparação dessas pessoas
especiais para a liturgia das religiões de matrizes
africana, assim bem como os seus segredos. Os
segredos do Tambor que é um elemento sagrado
na cultura Yorubá, com rituais religiosos para sua
construção, preparação e iniciação daqueles que
irão tocá-lo. Os tambores sagrados são tratados
como criaturas viventes, que devem ter cuidados
específicos e uma variedade de regras para o seu
uso. Aqueles que são iniciados nos mistérios de ÀYÀN/ÀYON ouvem os
brados deste Òrìşá dentro do tambor ao tocá-lo.
A força espiritual contida no tambor e que o consagra é chamada de
“ÀYÀN/ÀYON”, O Òrìşá do Tambor. Para que alguém possa ser iniciado
para ÀYÀN/ÀYON e tocar o tambor, deve cumprir rígidos rituais
religiosos.
No Brasil essa tradição praticamente perdeu-se, mas foi mantida na
Nigéria e Benin, a Terra Yorubá. O iniciado recebe a força espiritual
necessária para tocar os tambores da forma correta, para que estes
possam “falar” com os Òrìşá, e ancestrais, chamando-os para as
cerimônias a eles dedicadas. ÀYÀN/ÀYON representa a expressão
sonora das divindades; é o som do cosmos, do universo e tem o tambor
que serve como depositário dos poderes divinos. A consagração de
ÀYÀN/ÀYON no tambor é feita por meio de ritual e elementos litúrgicos
sagrados, que ficam dentro do tambor, que é selado com as peles.
Quando ÀYÀN/ÀYON é fixado no tambor é chamado de “Eleekoto”. Cada
toque no tambor representa o poder de uma divindade. Diz uma lenda da
divindade ÀYÀN/ÀYON, que Olódùmarè (o Deus Supremo) o chama para
aprender o poder de cada Òrìşá, para ensinar os homens a louvá-los
através do canto, da dança e dos ritmos sagrados. Na verdade o próprio
instrumento - o tambor - é considerado como a veste material de um
espírito e dizem os mitos, que cada tambor possui seu espírito elemental,
que se materializa dentro dos mesmos durante as cerimônias para que o
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rito tenha prosseguimento segundo a egrégora do templo em questão, de


acordo com o Òrìşá regente da casa.
Assim, os tambores possuem o poder de chamar não apenas a força do
Òrìşá e dos Eborá para dentro dos templos, mas também para invocar a
presença de ancestrais ilustres e de outras personalidades do mundo
astral que nos cultos de nação africana são conhecidos como Egungum.
A divindade ÀYÀN/ÀYON está ligada a vários ancestrais através do mito
do tambor. A vara Ixàn (işan) possui o mesmo fundamento invocatório e
de encantamento que a vara de atori usada nos tambores.
A origem dos instrumentos musicais é remota e controversa e sua
evolução acompanha a própria história das civilizações. Não há povo da
Antiguidade que não tenha feito uso de instrumentos musicais mais ou
menos rudimentares, já que a música é uma linguagem espontânea e
inerente ao próprio homem, sendo provável que tenha aparecido antes
da linguagem verbal.
O homem pré – histórico acreditava que a pele de sua caça esticada em
troncos de árvores reproduzia o choro do animal morto. E foi com esse
sentimento de gratidão que passou a consagrar a morte de sua caça.
Pode-se dizer que esse foi um dos princípios da manifestação religiosa
do homem e a origem dos tambores. O toque do tambor revela a arte de
conectar-se com a Mãe Terra e com nosso eu interior, sintonizando nosso
coração ao coração dela, e de viajar ao mundo do invisível, constatando
nossa ancestralidade e todos os reinos da Natureza.
A música e a dança sempre foram os principais responsáveis dessa
comunicação com Deus. Alguns historiadores e antropólogos do século
XX destacaram a idéia de que a maneira utilizada para se chegar aos
conhecimentos místicos em religiões primitivas esteve sempre
associada ao êxtase (o transe) provocado pelo toque do tambor. Esse
instrumento seria então o responsável pela comunicação entre o homem
e as divindades – seres responsáveis pelo comando da Natureza em
nosso planeta.
O Djembe é possivelmente o mais influente e a base de todos os outros
tambores africanos, e desde há pelo menos 500 anos D.C. é um tambor
sagrado utilizado em cerimônias de cura, rituais de passagem, culto aos
ancestrais e ainda em danças e socialmente.
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ÀSÈSÉ

O rito funerário denominado àsèsé, é o desfazer de laços e compromissos e a liberação das partes
espirituais que constituíam a pessoa que morreu. É uma cerimônia onde se faz a ruptura de todos
os objetos sagrados com o morto.

O àsèsé é a última homenagem para o morto. É nesse ritual que ao mesmo tempo que o morto é
aceito entre os ancestrais que se foram antes dele, é feita a liberação do orí, pelo òrìsá, que retorna
para o òrun.

Morrer é ir e voltar, dentro da ótica africana da realização da vida. Nascemos de novo porque é aqui
que realizamos e plantamos o àse para que o planeta Terra tenha continuidade.

O corpo do morto volta à terra para ser transformado em matéria prima para novos seres humanos.

A morte é transitória, porque o termo morrer, não tem grande sentido, pois se tem a consciência
que ela representa apenas um pulo de uma vida para outra, cujo mistério e segredos só Obàtálá é
sabedor.

Nas mais diferentes culturas, a morte está contida na própria concepção da vida e ambas não se
separam. Os Yorubá e outros grupos africanos que formaram a base cultural das religiões afro,
acreditam que a vida e a morte alternam-se em ciclos, de tal modo que o morto volta ao mundo dos
vivos, reencarnando em um membro da própria família.
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Para os Yorubá, existe um mundo em que vivem os homens em contato com a natureza, o mundo
dos vivos, que chamam de àiyé, e um mundo sobrenatural, onde estão os òrìsá, outras divindades
e espíritos, e para onde vão os que morrem, mundo que chamam de òrun. Quando alguém morre
no àiyé, seu espírito, ou uma parte dele, vai para òrun, de onde pode retornar ao àiyé nascendo de
novo, reencarnando.

Os espíritos dos mortos ilustres (reis, heróis, grandes sacerdotes, fundadores de cidades e de
grandes linhagens) são cultuados e se manifestam nos festivais de egungun no corpo de
sacerdotes mascarados, preparados para esse tipo de ritual.

Na concepção Yorubá, existe o corpo material, que eles chamam de ara, o qual com a morte
decompõe-se e é reintegrado à natureza, mas, em contrapartida, a parte espiritual é formada de
várias unidades, cada uma com existência própria.

As unidades principais da parte espiritual são:

- o sopro vital ou èmí;

- a personalidade-destino ou orí;

- a identidade sobrenatural ou identidade de origem que liga a pessoa à natureza, que é o òrìsá de
cada um ;

- o espírito propriamente dito ou egun.

Cada parte precisa ser integrada no todo, que forma a pessoa durante a vida, tendo cada uma delas
um destino diferente após a morte.

O èmí, sopro vital que vem de Olódùmarè, dado por Obàtálá e que está representado pela
respiração, abandona o corpo material na hora da morte, sendo reincorporado à massa coletiva que
contém o princípio genérico e inesgotável da vida, força vital cósmica do deus-
primordial, Olódùmarè.

O orí, que contém o destino escolhido no òrun antes de nascer, que aprendeu e evoluiu na vida,
com a morte, acompanha o espírito para òrun, para que possa ser preparado para reencarnar, para
uma nova vida.

O òrìsá é retirado após a morte, liberando o orí para voltar para òrun, acompanhando o espírito.
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Com a morte, estes ritos são feitos, para liberar essas unidades espirituais, de modo que cada uma
delas chegue ao destino certo, restituindo-se, assim, o equilíbrio rompido com a morte.

O rito fúnebre denominado àsèsé, tem como principais fins, desfazer o Igba Orí, desfazer os
vínculos com o òrìsá pessoal para o qual foi iniciado, desfazer os vínculos com toda a comunidade
da terra, despachar o egun do morto, para que ele deixe o àiyé e vá para o òrun, livre para ser
preparado para reencarnar.

ÀBÍKÚ

Se uma mulher, em país Yorubá dá à luz uma série de crianças


natimortas ou que morram em baixa idade, a tradição é que reze, porque
não se trata da vinda ao mundo de várias crianças, mas de diversas
aparições do mesmo ser (para eles, maléfico) chamado àbíkú (nascido
para morrer), que vem a terra por um breve momento e volta ao mundo
dos mortos, Òrun (o céu), várias vezes.
Ele passa assim seu tempo, a ir e voltar do céu para a terra sem jamais
permanecer aqui por muito tempo, para grande desespero de seus pais,
que desejam ter o filho vivo.
Encontramos informações a respeito dos àbíkú em vários itans de
Ifá. Esses itans mostram que os àbíkú formam sociedades chamadas
Egbé Òrun Àbíkú, presididas por Ìyájansà (mãe que bate e corre) para os
meninos e Olóìkó (chefe da reunião) para as meninas.
A primeira vez que os àbíkú vieram para a terra foi na cidade de Awàiyé,
e lá se encontra a floresta sagrada dos àbíkú, onde os pais de àbíkú fazem
oferendas para que eles fiquem na terra.
Quando eles vem do céu para a terra, os àbíkú passam os limites do céu
diante do guardião da porta, Oníbodé Òrun , seus companheiros vão com
eles até o local onde se dizem até logo. Os que partem declaram o tempo
que vão ficar no mundo e o que farão. Prometem a seus companheiros
que não ficarão ausentes durante muito tempo, essas crianças apesar de
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todo os esforços de seus pais, retornarão, para encontrar seus amigos


no céu.
Os itans de ifá nos dizem que podem ser feitas oferendas capazes de
reter na terra esses àbíkú e de lhes fazer esquecer suas promessas de
volta, rompendo assim o ciclo de suas constantes idas e vindas entre o
céu e a terra.
As crianças àbíkú devem, no sétimo dia a partir do nascimento, se forem
meninas, ou no nono dia, se forem meninos, e se for o caso de gêmeos,
o dia será o oitavo, passar pelo ritual de Ìkómojáde, quando recebem um
nome específico que desestimule sua volta ao Òrun.
Em um outro itan , fala-se dos Saworòs, anéis com guizos, usados nos
tornozelos das crianças abikú, para afastar os companheiros que tentam
vir buscá-los na terra lembrando-lhes suas promessas.
Seus companheiros não aceitam assim tão facilmente a falta de palavra
dos àbíkú, retidos na terra pelas oferendas, encantamentos e talismãs
preparados pelos pais. Nem sempre essas precauções e oferendas são
suficientes para reter as crianças àbíkú sobre a terra. A Sociedades dos
Àbíkú, muitas vezes não permite que essas oferendas tenham efeito,
colocando tudo a perder. Nesse caso, os àbíkú são atraídos à força para
o céu. Os corpos dos àbíkú que morrem assim, são freqüentemente
mutilados. A fim de que percam seus atrativos e seus companheiros no
céu não queiram brincar com eles, maltratados desse modo, o espírito
àbíkú perde o desejo de vir a terra.
Até que a criança complete nove anos, sempre próximo à data do seu
aniversário, determinadas oferendas são feitas e depois repetidas até que
o àbíkú complete dezenove anos. A criança deverá usar roupas, enfeites
e cores específicas, seu nome deve ser mudado ou a ele acrescentado
outro, de forma que aconselhe ou suplique que permaneçam na
terra. Guizos em quantidade devem ser presos a seus brinquedos,
roupas, tornozelos e pulso, pois o som dos guizos faz bem ao àbíkú e
afasta os amigos do Céu. São usados banhos e chás, para pacificar a
criança, e efún para acalmá-la. Também são usadas misturas de ervas
com a qual se protege a criança e se prepara um amuleto, que o àbíkú
carregará por toda a vida. O corpo da mãe também deve ser protegido e
esfregado com folhas, para que ela não atraia uma nova criança àbíkú.
A freqüência com que se encontra, no país yorubá, nomes específicos
àbíkú em adultos ou velhinhos que gozam de boa saúde, estes são
chamados àbíkú Agba, mostra que muitos àbíkú ficam no mundo graças
a todas essas precauções, a ação de Òrúnmìlà, e a intervenção dos
Bàbáláwo.
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Quando um Babaláwo identifica o àbíkú em gestação, dá inicio à uma


série de rituais para que a criança "fique" no Aiyé, e não retorne ao Òrun,
caso contrário a criança "retornará precocemente". Ele, o àbíkú, será
sempre merecedor de um trato especial quanto aos rituais,
principalmente em casos de iniciação, onde, um Sacerdote despreparado
poderá causar sua morte.

Não pode-se afirmar até que idade identificamos um àbíkú. O que é


necessário é que se identifique o mais precocemente possível, para que
haja tempo de se precaver com os devidos rituais. Senão Ikú cumprirá
seu trabalho. Mas, quando o fato da criança vir e voltar ao Òrun, repete-
se constantemente, e é identificada uma nova gravidez, a família já toma
providências de imediato.
Existem 4 tipos de Àbíkú:
Àbíkú Inòn: São àbíkú do fogo, extremamente violentos “comendo a
cabeça de sua mãe ao nascer”. É um dos mais difíceis de ser tratados,
geralmente apresentam uma depressão que quando não tratada se torna
irreversível.
Àbíkú Omi: Este é o àbíkú, que nasce de 6, 7 ou 8 meses de gestação ,
explodindo a bolsa d ‘agua de sua mãe. Morre precocemente. São mais
ligados aos avós do que seus próprios pais, geralmente seu retorno se
dá entre 3 e 5 anos , na maioria das vezes por afogamento, tuberculose,
desidratação ou cólera.
Àbíkú àiyé : Este, segundo as tradições Yorubá é o àbíkú da terra, é o
mais usado na comunicação entre os sacerdotes e parentes com os
outros àbíkú ,que constantemente o chamam de volta. Nasce,
geralmente, por cesariana de emergência ou parto normal
complicado. São nervosos com tendências neuróticas. Seu retorno se
dá através de queda de alturas, doenças cúltaneas e órgãos digestivos
,entre os 4 e 8 anos.
Abiku fééfé : São àbíkú do vento com características especiais no seu
meio de convívio, sempre se destaca em qualquer ambiente. Seu
nascimento é inesperado e não planejado. É fácil de lidar e manter sua
instabilidade emocional, aproveita bem as delicias da vida, e devido a sua
relação com Èsù e Oyá pode ser salvo na hora de seu retorno.
Itans de ifá falam que oferendas feitas com conhecimento de causa são
capazes de reter no mundo esses àbíkú e de lhes fazer esquecer suas
promessas de volta, rompendo assim o ciclo de suas idas e vindas
constantes entre o céu e a terra, porque, uma vez que o tempo marcado
para a volta já tenha passado, seus companheiros perdem o poder sobre
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eles.

Em país Yorubá, os pais, para proteger seus filhos àbíkú e tentar retê-los
no mundo, podem se dedicar a certas práticas, tais como fazer pequenas
incisões nas juntas da criança e ali esfregar atin (um pó feito com favas
e ervas e rezas e magias) ou ainda amarrar à cintura da criança um ondè
(talismã feito desse mesmo pó, colocado num saquinho de couro).
Nos dias de hoje, quando morre uma criança ainda muito nova, há muita
possibilidade de ser um àbíkú que está voltando ao "céu", bem como
persiste a probabilidade de voltar em um próximo filho, ainda na mesma
geração ou na próxima; quando uma criança fica muito doente e corre
risco de vida, pode averiguar na família se já houve caso de aborto ou
morte prematura, isso é bem provável.
O aborto é uma situação que transcende a ingerência das pessoas, pois
é algo ligado diretamente à interrupção da natureza, e consequentemente
do Criador, esse ato pode escapar da lei dos homens, mas não à lei
Divina. Este é o porque de nenhuma religião na terra apoiar ou permitir o
aborto.

ESCOLHAS

As Vitórias e oportunidades futuras dependem das escolhas que você faz


hoje.
Toda escolha que se faz, se deixa algo para trás. E não se pode chamar
de destino, as conseqüências de suas escolhas.

Você precisa fazer muitas escolhas nessa vida. Algumas são muito
importantes, outras, não. Muitas de suas escolhas são entre o bem e o
mal, e determinam, em grande parte, a sua felicidade ou infelicidade, pois
terá que viver com as suas conseqüências.
Não é possível se fazer escolhas perfeitas o tempo todo. Isso
simplesmente não acontece. Mas é possível se fazer boas escolhas com
as quais você poderá conviver e que o farão crescer.
Às vezes, se faz más escolhas, isso geralmente acontece, quando
você se deixa influenciar pelo meio.
Infelizmente, algumas de suas más escolhas são irreversíveis, porém
algumas não são. É preciso ser forte para poder mudar de rumo e voltar
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ao caminho certo. Isso pode envolver o princípio do arrependimento:


reconhecer e confessar que está errado; depois, abandonar a conduta
errada; nunca repeti-la; e se reerguer no correto.
É preciso um certo tipo de coragem para recuar em vez de seguir adiante
e permitir insensatamente que outra pessoa tome as decisões em seu
lugar. Você pode ser mais firme em sua determinação se tiver uma clara
idéia de sua identidade, de quem você é, o que quer e que é capaz de
assumir as conseqüências.
Aprender por experiência tem seu valor, mas a escola da vida é muito
árdua.
Algumas de suas escolhas importantes têm um momento certo. Se
demorar a tomar a decisão, poderá perder a chance para sempre. Às
vezes, a dúvida impede de tomar uma decisão que envolva mudanças, e
assim, perde-se a oportunidade.
“Se você tiver que tomar uma decisão e não o fizer, essa será a
decisão”. Algumas pessoas acham difícil tomar decisões.
O estranho é que fazer a coisa errada parece razoável, provavelmente por
aparentar ser a solução mais fácil. Freqüentemente ouvimos como
justificativa para uma conduta errada: “Ora, todo mundo está fazendo
isso”. Essa é uma distorção da verdade ! Não importa quantas pessoas
em nossa sociedade estejam envolvidas, ninguém está justificado em ser
desonesto, mal caráter, mentir, enganar... As ações das outras pessoas
não determinam o que é certo ou errado.
Uma pessoa que tenha a coragem de fazer a escolha certa pode
influenciar muitos outros a agirem também de modo sensato.
“Vocês são responsáveis pelas escolhas que fazem. Não devem culpar
as circunstâncias, a família ou os amigos. Vocês possuem um poder
enorme ! Vocês têm a capacidade de escolher a felicidade, não
importando quais sejam suas circunstâncias”.
Como fazer escolhas corretas? Uma escolha envolve o ato de se tomar
uma decisão consciente. Para você tomar uma decisão inteligente, é
preciso avaliar todos os fatos disponíveis em ambos os lados da
questão. Mas isso não é suficiente, tomar decisões corretas envolve
equilíbrio espiritual, princípios, boa conduta...
Ao olhar para o futuro, você verá que terá que ser mais fortes e mais
responsável por suas escolhas num mundo em que as pessoas, “ao mal
chamam bem e, ao bem, mal”. Você não estará usando a sabedoria, se
usar o seu livre arbítrio em oposição ao correto. Você possui o poder de
escolha, e todos podem usar sabiamente o livre arbítrio, que se recebe
de Deus, ao fazer suas escolhas.
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AGRESSIVIDADE

Um comportamento agressivo pode ser normal e uma forma de força e


determinação. Ele é necessário para auto conservação, porque
possibilita se posicionar nas situações e construir de forma firme.
A agressividade é um comportamento emocional que faz parte da
afetividade de todas as pessoas. Nas sociedades ocidentais, bastante
competitivas, a agressividade costuma ser aceita e estimulada quando
esta vale como sinônimo de iniciativa, ambição, decisão ou coragem.
Mas também pode ser um indicador de transtorno quando os
sentimentos se tornam excessivos, que a tudo consomem e interferem
na vida diária.
Esse comportamento está relacionado a defesa dos direitos pessoais e
expressão dos pensamentos, sentimento e opiniões de uma maneira
inapropriada e não positiva que transgride os direitos das outras
pessoas.
As pessoas que são agressivas constantemente se sentem irritados,
impacientes, críticos, ansiosos ou deprimidos.
Na infância, a agressividade é uma forma encontrada pelas crianças
de chamar a atenção para si. É uma espécie de reação que adquirem
quando estão à frente de algum acontecimento que faz com que se sintam
frágeis e inseguras.
Na fase adulta, a agressividade, se manifesta ainda como reação a fatos
que aparentemente induzem o indivíduo à disputa e a sentimentos. A
agressão pode ser um sintoma de medo.
De todas as tendências humanas, a agressividade, em especial, é
escondida, disfarçada, desviada, atribuída a agentes externos, e quando
se manifesta é preciso identificar suas origens, mesmo que seja difícil ou
doído. O maior problema da agressividade, é que na maioria das vezes
ela provoca uma reação de violência.
Definindo dentro de um parâmetro psicológico, a pessoa agressiva é
aquela que reage a todo acontecimento, como se fosse uma competição
ou disputa. Ela se sente sempre ameaçada de alguma forma. A disputa
passa a reinar na alma da pessoa, e a critica se torna devastadora.
As pessoas agressivas na maioria das vezes são rotuladas e afastadas
do meio em que vivem, pelo comportamento que apresentam, porém é
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importante conhecer primeiramente as verdadeiras causas. A pessoa,


quando agressiva, reage precipitadamente a qualquer tipo de
acontecimento. Essa agressividade desequilibrada, fora das situações
de perigo é uma reação ao sentimento interior de frustração, de carência,
de incapacidade de amar, que desencadeia comportamentos destrutivos,
diante da privação ou impossibilidade de satisfazer suas necessidades
naturais e atingir suas motivações.
A agressividade desequilibrada, gera um ambiente doentio. Gera medo,
tensão, estresse, tristezas, ressentimentos, mágoas, culpas,
inseguranças… Tudo isso é resultado de uma agressividade negativa,
geralmente utilizada como instrumento de expressão de sentimentos de
incapacidade de lidar com as situações apresentadas na vida.
Não é fácil lidar com pessoas que têm esse comportamento,
principalmente se convivemos com elas diariamente. É doloroso e
desgastante viver tentando descobrir o porquê de determinadas
condutas, questionando quem são os culpados por atitudes que
invariavelmente geram mal-estar ou brigas.
O normal que aconteça, nesses casos, é o afastamento de quem torna o
ambiente tóxico. Com isso, acontece, sempre, que as pessoas
agressivas se vêem sozinhas, isoladas e ignoradas. É nessa hora que se
vitimizam e apresentam um comportamento deprimido e de culpa.

A pessoa agressiva, geralmente não percebe quando chegou ao


limite. Por isso é preciso traze-la à razão, de forma calma e firme, e
fazendo-a enxergar como esse comportamento agressivo incomoda e
afasta. Essas pessoas geralmente negam que estão com raiva ou se
sentindo frustradas. Elas preferem atribuir a culpa do comportamento
agressivo a fatores externos. É muito doído se perceber frágil.

Alguma vez o chamaram de agressivo?


Já sentiu que foi agressivo sem justificativas ?
Já reagiu a uma situação com a raiva acumulada de muitas outras?
Pode ser difícil admitir que foi agressivo, uma vez que nem sempre a
vontade ou a intenção era essa; como se a agressividade surgisse de um
lugar desconhecido, de surpresa e sem controle.
Normalmente só tem necessidade de ser agressivo quem se sente
ameaçado e diminuído pelo outro. Por isso, normalmente, um
comportamento agressivo advém de problemas de auto-estima,
insegurança ou até de abandono. O agressivo vê o mundo como
perigoso, onde as relações sociais não são estáveis e a qualquer
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momento pode ter que se defender para sobreviver. Depois que recorre
ao comportamento agressivo, as conseqüências são o isolamento e a
perda de respeito.
A pessoa que desenvolve amor próprio torna-se mais segura, confiante
e não permite que estímulos externos influencie a sua forma de pensar e
seu comportamento. A busca pelo equilíbrio é a forma mais assertiva de
aprender a ficar bem consigo mesmo e conviver com o outro, devemos
entender e separar o que nos afeta e buscar formas de resolver o que nos
incomoda.
Sair atirando flechas de agressividade em todas as direções fará com que
afaste familiares, amigos, parceiros de trabalho, namorados,
companheiros, que não agüentarão esse tipo de comportamento.
A grande questão é que ser livre não é sair vomitando opiniões e jogando
no outro as próprias frustrações. Esse comportamento de agressividade
exagerada só provoca constrangimento e isolamento social.
Destruir objetos, agredir pessoas quando confrontado, xingar, brigar,
são ataques de agressividade e que na maioria das vezes vem seguidas
de arrependimento.

Ter consciência do problema é o primeiro passo para a mudança do


comportamento. Também ajuda falar sobre os seus sentimentos, se
questionar por que age dessa maneira, procurar ser honesto e não
interpretar as atitudes alheias como ataques pessoais.
Um passo assertivo, seria perceber, por si mesmo, que esse
comportamento agressivo é nocivo e está causando prejuízos e perdas,
e é preciso identificar que suas explosões precisam ser observadas e
tratadas.

Justiça
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Justiça é a capacidade de julgar e agir de forma apropriada às


circunstâncias, sem favorecimento ou discriminação.
Princípio moral que inspira o respeito pelos direitos de cada pessoa e
pela atribuição do que é devido a cada um, reconhecendo o mérito e o
valor do outro.

A Justiça Divina, essa é implacável. Sempre que se é colocado diante


dela, deve-se saber, que nesse momento, todos se desnudam de suas
mascaras e se mostram por inteiro. É o momento de ser verdadeiro,
independente de conceitos e preconceitos, princípios ou verdades. É a
hora de olhar para dentro de si e enxergar os verdadeiros atos,
pensamentos e palavras e ter consciência de quais são corretos ou
errados.

A Justiça dos homens, nos dias em que vivemos, pode ser facilmente
manipulada, mas a Justiça Divina, a Justiça da Terra, essa não tem como
fugir, nem como escapar; um dia, com certeza, ela chega.

Nos primórdios, a justiça era: " Olho por olho, Dente por dente ". Com o
passar dos tempos, esse principio foi se alterando até chegarmos ao que
se aplica hoje, como Justiça.
Mas quando se diz respeito ao Divino, o principio continua o mesmo.

Existem padrões de costumes e princípios que regem uma sociedade que


escolhemos seguir. Mas quem somos, se não meros mortais, para
julgarmos o outro, enquanto temos dentro de nós falhas e pensamentos
reprováveis por essa sociedade ?
Por esse motivo é preciso que a Justiça Divina leve a mostrar como
realmente se deve agir e pensar em relação ao outro.
É preciso respeitar os limites e dificuldades do outro e ao invés de julgar,
porque não, compreender e ajudar nas mudanças necessárias.
- A Justiça Divina, nunca falha ! Essa é a lição que o alto nos deixa.
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

AMOR UNIVERSAL

Quando estamos em conexão com o alto e com a natureza, abre-se um


canal em nossa consciência, através do qual podemos desenvolver um
contato pleno e absoluto com nosso Eu Superior (Orí). Nesse momento,
somos tomados pelo êxtase e por uma quantidade imensa de luz e um
Amor puramente Universal. Neste estado podemos entrar em contato
com diversas formas de vida e de manifestações divinas. Essa essência
divina , o universo e toda a criação é composta por infinitas partículas do
Criador Absoluto (Ólodùmarè), que vibram em harmonia.

A natureza, os seres, e tudo o que existe na criação, se manifesta de


alguma forma e evolui dentro dos seus padrões e funções na perfeita
harmonia cósmica e universal. Assim, podemos nos reconhecer como
parte desta grande e maravilhosa criação, a partir do momento em que
soubermos que somos também uma manifestação Divina, e que se nós
existimos, é porque Deus (Ólodùmarè) existe.

O Caráter, o ego e a personalidade humana, fazem parte de um processo


evolutivo, no qual o homem, precisa reconhecer-se como unidade divina,
precisa desenvolver sua inteligência e seu conhecimento espiritual e
aprender as leis espirituais básicas da harmonia vital e do amor
universal. Somente assim, o homem consegue o seu equilíbrio.

Para alcançarmos o equilíbrio interior, precisamos ter consciência total


de nossas atitudes. Quantos de nós admitimos nossos erros, nossas
limitações, e nossas falhas ? É chegado o momento de admitirmos todos
os nossos erros perante a nós mesmos, com humildade e
sinceridade. Desta forma conseguimos vibrar em harmonia com o
Universo, e no momento em que somos capazes de cuidar
incondicionalmente do outro, emanando o Amor Universal, estaremos em
harmonia com Deus (Ólodùmarè).

Quando nos perdermos ou entramos no negativo, abrimos portas erradas


e delas saem monstros: o medo, insegurança, brigas, ódio, etc... Mas
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

existe uma porta, estreita, pela qual podemos nos reencontrar. Ao abrir
essa porta, tudo se iluminará. Para isso, precisamos ter a consciência de
que somente o Amor pode curar, só o Amor pode orientar, somente
através do Amor Universal podemos saber quem realmente somos e o
que realmente queremos. Assim, alcançamos a transformação que nos
leva a harmonia com o Cosmos.

A medida em que nos transformamos, tudo e todos a nossa volta


acompanhará essa transformação. É a teia da vida! Mas para termos
essa compreensão, precisamos entender que essa teia é movida pela
presença do Amor, o Amor Universal.

O Amor Universal é a manifestação do Amor puro, infinito, imparcial e


sem distinções. É o amor que não julga, cuida, e é capaz de mover o
Universo.

PRINCÍPIOS E VALORES DA HUMANIDADE


- LEALDADE
- AMIZADE - RESPEITO - TOLERÂNCIA
- CONFIANÇA - ÉTICA
- SOLIDARIEDADE - FRATERNIDADE
- JUSTIÇA
- AMOR

PRINCÍPIOS E VALORES SÃO A BASE, O ALICERCE QUE SUSTENTAM


A HUMANIDADE. SE ISSO NÃO ESTIVER CLARO NA MENTE DOS SERES
HUMANOS, SE NÃO FOR SEGUIDO, COM CERTEZA, SEM DÚVIDAS, A
CONSTRUÇÃO DA VIDA IRÁ RUIR, DESMORONAR, SE REDUZIR A PÓ.
QUANDO A TERRA VIROU UM CAOS, ONDE OS SERES HUMANOS
HAVIAM PERDIDO O RESPEITO E A DECÊNCIA , DEUS (OLODUMARE)
ENVIOU ORISÁ EDAN PARA RESTAURAR A ORDEM, FOI ENTÃO
FUNDADA A SOCIEDADE OGBONI, ONDE OS PRINCÍPIOS E VALORES
SÃO A BASE PARA QUE QUALQUER SOCIEDADE POSSA SE
DESENVOLVER, CRESCER E PROSPERAR.
LEALDADE, FRATERNIDADE, JUSTIÇA, CONFIANÇA, TOLERÂNCIA,
RESPEITO E ACIMA DE TUDO O AMOR UNIVERSAL, SÃO OS
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

PRINCÍPIOS PARA QUE OS SERES HUMANOS CONSIGAM VIVER UM


DIA, COM A CERTEZA DE QUE HAVERÁ OUTRO, E OUTRO.....
SEGUINDO ESSES VALORES, SEM DÚVIDAS, O CAMINHO LIMPO E
RETO PARA DENTRO DE VOCÊ MESMO, FARÁ COM QUE A CONEXÃO
COM O DIVINO ACONTEÇA DE FORMA PLENA.
NÃO IMPORTA QUE O OUTRO NÃO ESTEJA NA MESMA CONEXÃO, O
QUE IMPORTA É CADA UM TER A CERTEZA DE QUE ESTÁ FAZENDO A
SUA PARTE, COM PRINCÍPIOS E VALORES QUE IRÃO SUSTENTAR A
VIDA DE FORMA SEGURA.
Os Valores humanos são os princípios morais e éticos que conduzem a
vida de uma pessoa. Eles fazem parte da formação de sua consciência e
da maneira como se vive e se relacionam em sociedade. São normas de
conduta que podem determinar decisões importantes e garantir que a
convivência entre as pessoas seja pacífica, honesta e justa.
Os Valores são importantes em qualquer contexto ou lugar, podendo ser
considerados Universais e devem ser cultivados para garantir uma vida
saudável.
A lealdade é essencial para que pessoas convivam em qualquer tipo de
relacionamento, seja ele social, amoroso, de trabalho.... A lealdade
caminha com o caráter.

O respeito é um dos valores mais importante na condução da vida de uma


pessoa, porque pode influenciar em suas decisões, seus
relacionamentos e em seu modo de viver.

A confiança é fundamental para o ser humano e pode influenciar todos


os aspectos da vida de uma pessoa.

A ética pode ser definida como a reunião de princípios que determinam


as atitudes de uma pessoa. Agir com ética significa viver de acordo com
valores morais fundamentais.

A solidariedade é a capacidade de ter atenção com outra pessoa, o que


demonstra a valorização e a importância dada aos seres.

Ser justo é ter como princípio de vida agir com integridade e igualdade,
tomando decisões corretas, tanto para si mesmo como para os outros.
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

O Amor é o mais importante para que as pessoas possam evoluir como


indivíduos, pois é através do Amor que se consegue respeitar as
dificuldades e ter novos horizontes.

Hoje em dia convivemos com a existência de uma crise de valores


humanos, que seria o distanciamento dos princípios éticos e morais que
deveriam ser cultivados por todas as pessoas.
Por esse motivo é preciso que todos estejam atentos aos seus
pensamentos, ações e palavras. Essa auto-observação é fundamental
para que os Princípios e Valores não sejam esquecidos,
independentemente de situações ou contextos.
Somos formados e educados dentro de costumes e princípios, para
respeitar e reproduzir valores como obrigações e deveres.

Escolhas e Conseqüências

Se pensarmos no andar da vida, tudo é feito de escolhas. Escolhas boas


ou ruins, corretas ou erradas, mas estão presentes em absolutamente
tudo no Universo, até mesmos nos simples atos.

Por vezes achamos que aquela escolha é a que melhor nos cabe, mas
aos olhos dos demais, pode parecer não ser a mais acertada.
Por isso, não podemos julgar, recriminar ou condenar, quem quer que
seja, por suas escolhas, afinal, não estamos dentro delas para saber o
que a levou àquela escolha.

É preciso, sempre, analisar as opções que temos, para que então


possamos escolher com precisão, e nunca faça isso com raiva, pena, ou
de cabeça quente, pois algumas escolhas, são responsáveis por todo
nosso sucesso ou todo o fracasso.

As escolhas mais difíceis, geralmente são as mais importantes, por isso,


é nessa hora que precisamos nos alinhar, nos conectar com o alto, para
que seja feito o correto, o que é preciso.

Se prestarmos atenção em 01 dia apenas, de nossa vida, perceberemos


que em 100% do tempo, estaremos fazendo escolhas, como: Dormir ou
acordar; comer ou não comer; reclamar ou agradecer; rir ou chorar; amar
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

ou odiar; se vitimar ou seguir em frente; ficar ou ir embora...., e assim por


diante, com tudo.
E depois que optamos pela escolha que nos parece ser a melhor,
precisamos arcar com todas as conseqüências da nossa escolha. Aí,
nessa hora, não cabe reclamar, ou culpar ninguém, pois afinal, você teve
a chance de escolher. Deus nos dá essa chance, a que chamamos de
Livre Arbítrio.

Quando estamos, de verdade, alinhados e conectados com o alto,


quando o espiritual está na nossa alma, com certeza, nos será mostrado
a melhor escolha. Aquela que nos trará aprendizado, crescimento,
entendimento e amadurecimento.

Quando escolhemos o caminho espiritual, precisamos ter a consciência


de que precisamos nos comprometer com essa escolha, nos
entregarmos com a alma ao espírito. Não basta, sermos conduzidos e
virarmos robôs de repetição. É preciso sentir, preencher o coração e a
alma com a Luz Divina, o comprometimento é a base para que a escolha
da Luz dê certo.

Que a Luz esteja em mim e em todos aqueles que fez essa escolha !

Escolhas e Conseqüências

Se pensarmos no andar da vida, tudo é feito de escolhas. Escolhas boas


ou ruins, corretas ou erradas, mas estão presentes em absolutamente
tudo no Universo, até mesmos nos simples atos.

Por vezes achamos que aquela escolha é a que melhor nos cabe, mas
aos olhos dos demais, pode parecer não ser a mais acertada.
Por isso, não podemos julgar, recriminar ou condenar, quem quer que
seja, por suas escolhas, afinal, não estamos dentro delas para saber o
que a levou àquela escolha.

É preciso, sempre, analisar as opções que temos, para que então


possamos escolher com precisão, e nunca faça isso com raiva, pena, ou
de cabeça quente, pois algumas escolhas, são responsáveis por todo
nosso sucesso ou todo o fracasso.
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As escolhas mais difíceis, geralmente são as mais importantes, por isso,


é nessa hora que precisamos nos alinhar, nos conectar com o alto, para
que seja feito o correto, o que é preciso.

Se prestarmos atenção em 01 dia apenas, de nossa vida, perceberemos


que em 100% do tempo, estaremos fazendo escolhas, como: Dormir ou
acordar; comer ou não comer; reclamar ou agradecer; rir ou chorar; amar
ou odiar; se vitimar ou seguir em frente; ficar ou ir embora...., e assim por
diante, com tudo.
E depois que optamos pela escolha que nos parece ser a melhor,
precisamos arcar com todas as conseqüências da nossa escolha. Aí,
nessa hora, não cabe reclamar, ou culpar ninguém, pois afinal, você teve
a chance de escolher. Deus nos dá essa chance, a que chamamos de
Livre Arbítrio.

Quando estamos, de verdade, alinhados e conectados com o alto,


quando o espiritual está na nossa alma, com certeza, nos será mostrado
a melhor escolha. Aquela que nos trará aprendizado, crescimento,
entendimento e amadurecimento.

Quando escolhemos o caminho espiritual, precisamos ter a consciência


de que precisamos nos comprometer com essa escolha, nos
entregarmos com a alma ao espírito. Não basta, sermos conduzidos e
virarmos robôs de repetição. É preciso sentir, preencher o coração e a
alma com a Luz Divina, o comprometimento é a base para que a escolha
da Luz dê certo.

Que a Luz esteja em mim e em todos aqueles que fez essa escolha !

Escolhas e Conseqüências

Se pensarmos no andar da vida, tudo é feito de escolhas. Escolhas boas


ou ruins, corretas ou erradas, mas estão presentes em absolutamente
tudo no Universo, até mesmos nos simples atos.
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Por vezes achamos que aquela escolha é a que melhor nos cabe, mas
aos olhos dos demais, pode parecer não ser a mais acertada.
Por isso, não podemos julgar, recriminar ou condenar, quem quer que
seja, por suas escolhas, afinal, não estamos dentro delas para saber o
que a levou àquela escolha.

É preciso, sempre, analisar as opções que temos, para que então


possamos escolher com precisão, e nunca faça isso com raiva, pena, ou
de cabeça quente, pois algumas escolhas, são responsáveis por todo
nosso sucesso ou todo o fracasso.

As escolhas mais difíceis, geralmente são as mais importantes, por isso,


é nessa hora que precisamos nos alinhar, nos conectar com o alto, para
que seja feito o correto, o que é preciso.

Se prestarmos atenção em 01 dia apenas, de nossa vida, perceberemos


que em 100% do tempo, estaremos fazendo escolhas, como: Dormir ou
acordar; comer ou não comer; reclamar ou agradecer; rir ou chorar; amar
ou odiar; se vitimar ou seguir em frente; ficar ou ir embora...., e assim por
diante, com tudo.
E depois que optamos pela escolha que nos parece ser a melhor,
precisamos arcar com todas as conseqüências da nossa escolha. Aí,
nessa hora, não cabe reclamar, ou culpar ninguém, pois afinal, você teve
a chance de escolher. Deus nos dá essa chance, a que chamamos de
Livre Arbítrio.

Quando estamos, de verdade, alinhados e conectados com o alto,


quando o espiritual está na nossa alma, com certeza, nos será mostrado
a melhor escolha. Aquela que nos trará aprendizado, crescimento,
entendimento e amadurecimento.

Quando escolhemos o caminho espiritual, precisamos ter a consciência


de que precisamos nos comprometer com essa escolha, nos
entregarmos com a alma ao espírito. Não basta, sermos conduzidos e
virarmos robôs de repetição. É preciso sentir, preencher o coração e a
alma com a Luz Divina, o comprometimento é a base para que a escolha
da Luz dê certo.

Que a Luz esteja em mim e em todos aqueles que fez essa escolha !
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DESAPEGO

Qual o real significado dessa palavra, que hoje em dia, tem sido tão usada
e tão pregada ?
Desapego significa perder a afeição a, perder o interesse e o empenho
por, largar, soltar-se, desagarrar-se, desunir, separar, extrair, sair.....
É Afastar-se de alguém ou alguma coisa.
É Manter um vínculo ou amizade com distância.

O que observo, diante desse termo, tão em moda nos últimos tempos é a
pregação ao individualismo e ao isolamento. Desapego, para a maioria
das pessoas, significa estar sozinho, sem se preocupar com nada, nem
com ninguém, em uma total falta de amor a si mesmo e ao próximo. A
interpretação e colocação desse termo anda equivocada. Porque você
pode desapegar, sem violentar os princípios da vida nessa terra, que é
viver em sociedade.
O real sentido do Desapego, é o desprendimento diante das coisa
superficiais e fúteis e da vaidade, para olhar com a atenção merecida para
fatos importantes que fazem todo o sentido da vida, que é saber dividir,
compartilhar e Amar. Foi para isso que o Ser Humano foi criado nessa
terra. Para Amar, se ajudar, compreender... Isso é viver em sociedade, e
é assim que acontece desde os primórdios. O Homem vive em
sociedade, não em casulos !

Por esse motivo é preciso ter esse termo muito claro na vida.
Desapegar de um ente querido, para que ele possa descansar, poupa-lo
do sofrimento diante da morte para encontrar a paz. Com certeza, deve-
se esquecer o egoísmo diante da libertação do espírito.

Desapegar de filhos, companheiros, família...


Não ! Isso não é desapego ! Mesmo que se faça necessário um
afastamento geográfico, para crescer e se realizar em suas vidas. É uma
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

situação em que o Amor, o aconchego, o apoio e a atenção se fazem


necessários para que tudo aconteça. Por isso, não pode ser um
desapego.

Desapegar de uma vida medíocre, da violência, com certeza é preciso


para se viver em paz.
Mas quando se tem clareza do que se quer e do que se acredita, é
possível desapegar de coisas negativas e se apegar a coisas que podem
proporcionar uma vida mais equilibrada e feliz.
Infelizmente vivemos em uma sociedade medíocre, que prega o
desapego, mas precisa de tudo o que é fútil, luxo e conforto.
O desapego é o equilíbrio entre o que faz mal e o que se precisa para
viver bem.
Por que preciso desapegar de um Amor, se posso amar, compartilhar, e
ser livre e respeitado ?
Por que preciso desapegar de amizades, de pessoas, se posso respeitar
os limites de cada um e ser respeitado ?

O que realmente o Ser Humano precisa é sentir mais Amor dentro de si e


por si mesmo, para que então possa olhar o próximo e a vida sem
precisar desapegar equivocadamente.

Conexão com o Divino

Hoje em dia, infelizmente, temos cada vez, menos tempo para nós
mesmos e para o Divino.
Mas volto a um grande ensinamento: "Tempo, é questão de prioridade!"

O quanto você se prioriza ?


O quanto você prioriza o Divino em sua vida ?
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

O que você precisa para que isso aconteça ?

Para conectar-se com o Divino, é preciso querer, de verdade, tê-lo dentro


de si.
E com certeza, quando o Ser Humano quer, ele consegue !

Reserve tempo para respirar profundamente, e sentir o ar entrando, a vida


tomando conta de você. Sinta o vento limpando a mente. Permita que os
pensamentos voem.

Reserve tempo para ouvir a natureza: o canto, os ruídos, o balanço das


árvores, as folhas...
Feche os olhos e perceba o quanto a natureza fala e você nem percebe
com a correria do dia a dia.

Sinta a musicalidade da natureza, isso é a vida entrando em você.


Quando conseguimos, realmente, nos integrar a tudo isso que Deus nos
presenteou, todo o resto, na vida, entra em perfeita tranqüilidade e
harmonia.

O Vento, leva a angustia, a impaciência, e trás a esperança, limpa os


pensamentos.

As Águas purificam, limpam o corpo e o espírito, trás clareza.

A Terra é segurança, firmeza, equilíbrio.

Cada força da natureza se integra perfeitamente ao Ser Humano. Observe


!
O Homem, que segue os exemplos da natureza, cresce, se expande,
contorna obstáculos, dá frutos e se curva diante do Divino.

Reserve tempo, principalmente, para agradecer pela vida, pelas


conquistas, pelos feitos, pelas lições...

Ame-se e Respeite-se, só assim, verá a grandeza de tudo o que nos foi


oferecido pelo Divino, por Deus !!!
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

Fé é Persistência

Os obstáculos fazem parte da caminhada e render-se a eles demonstra


fraqueza.
Somente através da persistência é que conseguimos tornar realidade
nossos mais ousados sonhos.
Quando se tem a certeza interior de que estamos no caminho certo, nada,
nem ninguém, pode ser mais forte que nós mesmos.
Possuímos uma força poderosa, capaz de perseverar e conseguir tudo,
bastando acreditar e trabalhando firmemente que, mesmo difícil, jamais
será impossível.
Chega a quem caminha. Então, caminhe com determinação, jamais
duvidando da sua capacidade de vencer.
Você pode, se acreditar que pode.
Todos nós, quando bem intencionados, somos merecedores de uma vida
nova. E, para tanto, necessário se faz uma ação contínua e persistente
para tornar nossa vida mais próspera e feliz. Sem esforço não existe
vitória. Sem persistência não se vence nenhuma batalha.
Diversos são os caminhos, mas uma coisa é certa: o ser humano é
resultado de si mesmo, ou seja, ele é conseqüência natural de seus
pensamentos e ações.
Viver positivamente é criar uma visão construtiva, amorosa e otimista
para melhor atuar neste mundo mágico de Deus.
Ter uma vida positiva é ter consciência que o universo precisa de você;
é lutar pelos seus sonhos de maneira determinada; é crescer sem
precisar diminuir ninguém; é ter a verdade como um princípio vital; é usar
o poder da ousadia construtiva; é saber agradecer e perdoar, é priorizar
a família; é viver cada dia de uma vez, sendo alegre no presente e otimista
no futuro; é respeitar o próprio corpo; é se preocupar com os mais
carentes; é preservar a natureza; é ter a tenacidade de uma águia, o
entusiasmo de uma formiga e a meiguice de um beija-flor; é não se abater
nos momentos de dor; é jamais perder a esperança; é jamais perder a fé!
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

Èṣù é o orixá da comunicação e da linguagem: assim, atua como


mensageiro entre os seres humanos e as divindades, (dentre outras
muitas atribuições). É cultuado no continente africano pelo povo
iorubá[2][4], bem como em cultos afrodescendentes , como no candomblé
baiano,[1][2][3] no tambor de mina maranhense,[6][7] dentre outros. Apesar
do nome idêntico, não deve ser confundido com os exus da Umbanda
(também chamados "exus catiços"), que possuem cosmologia
diferente.
No Brasil, Exu é percebido como um orixá de múltiplos e contraditórios
aspectos, o que torna difícil defini-lo de maneira coerente.[2] No
candomblé, Exu é o orixá mensageiro, um ser intermediário entre seres
humanos e divindades: por essa razão, nada se faz sem ele e sem que
oferendas lhe sejam feitas antes de qualquer outro orixá
No Brasil
Exu é muito conhecido como o "orixá do lado de fora", como guardião
da parte exterior dos templos, das casas, das cidades e das
pessoas.[2][3][9] Também está intimamente ligado aos caminhos e,
especialmente, às encruzilhadas.[3][10]
Exu também está ligado à sexualidade e fertilidade masculinas. O
caráter sexual de Exu é menos pronunciado do que o de Lebá (vodum
daomeano com características e atribuições semelhantes), mas suas
estatuetas mais antigas apresentam caráter fálico muito acentuado.[3][11]
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

Na nação angola, Exu recebe o nome de Aluvaiá ou Pombajira.


No candomblé jeje é chamado Lebá.

Africa

Na África, como no Brasil, Exu exerce as


funções de mensageiro e intermediário entre
os seres humanos e as divindades;
associado, assim, com as encruzilhadas.
Também entende-se Exu como o orixá da
ordem, do equilíbrio, da organização e da
disciplina, possuindo forte relação com orixá
Òrúnmìlà.[4] Teria ainda recebido de
Olódúmarè a função de guardião do axé.[12]
No continente africano, Exu não é
compreendido nem cultuado como um orixá
maligno, e sim "neutro como o próprio
axé".[13]

Cuba
Em Cuba, é chamado de Elebará, Eleguá.[14] É uma das deidades
da religião ioruba. Na santería, é sincretizado com o Santo Niño de
Atocha ou com Santo Antônio de Pádua. É o porteiro de todos os
caminhos, da montanha e da savana, é o primeiro dos quatro guerreiros
junto a Ogum, Oxum e Oxóssi.
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

Tem 201 caminhos, suas cores são o vermelho e o preto e seus


números são 3 e 7. É o comunicador e Ifá lhe deu quatro búzios para
falar com ele. Ele está presente no início da vida e na hora da morte.

Haiti
No vodu haitiano, é chamado de Papa Lebá e Petro, Maitre
Carrefour ("dono da encruzilhada"). É o intermediário entre os loás e a
humanidade. Está em uma encruzilhada espiritual e dá (ou nega)
permissão para falar com os espíritos de Guinee, e acredita-se que fale
todos os idiomas humanos. Ele é sempre o primeiro e o último espírito
invocado em qualquer cerimônia.
Na República Dominicana, é cultuado como vodum Lebá, e, em Trindade
e Tobago, como Exu.[15]

Demonização de Exu
Na África na época da colonização europeia, ainda no século XVI, o Exu
foi sincretizado erroneamente com o diabo cristão pelos
colonizadores[16], devido ao seu estilo irreverente, brincalhão e à forma
como é representado no culto africano. Por ser provocador, indecente,
astucioso e sensual, é comumente confundido com a figura de Satanás,
o que é um equívoco, de acordo com a construção teológica iorubá,
posto que não está em oposição a Deus, muito menos é considerado
uma personificação do mal.
Mesmo porque, nessa religião, não existem diabos ou entidades
encarregadas única e exclusivamente de coisas ruins, como ocorre
no cristianismo, segundo o qual tudo o que acontece de errado é culpa
de um único ser que foi expulso por Deus. Na mitologia iorubá, porém,
assim como no candomblé, cada uma das Divindades (Orixás) tem sua
porção positiva e negativa assim como o próprio ser humano.
Desde a época das primeiras traduções inglesas de palavras iorubá em
meados do século XIX, Èṣù foi traduzido como "diabo" ou "satã".[17] O
primeiro exemplo conhecido disso veio do "Vocabulary of the Yoruba"
de Samuel Ajayi Crowther (1842), onde suas entradas para "Satanás" e
"Diabo" tinham Exu em inglês. Dicionários subsequentes ao longo dos
anos seguiram o exemplo, permeando a cultura popular e as
sociedades iorubá também. Ultimamente, muitas campanhas online
foram criadas para protestar contra isso, e muitos ativistas trabalharam
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para corrigi-lo.[18] Também houve um grande número de trabalhos


acadêmicos examinando o erro de tradução.[19][20] A tradução no Google
Tradutor assumiu os mesmos erros de tradução anteriores. Isso levou a
uma série de campanhas on-line[21] até 2016, quando o linguista e
escritor nigeriano Kola Tubosun, então funcionário do Google, mudou
pela primeira vez para conotações menos depreciativas. Quando as
alterações foram revertidas, ele as alterou novamente em 2019.[22] A
tradução de Èṣù para o inglês agora permanece "Èṣù", enquanto
"diabo" e "satan" são traduzidos para "bìlísì" e "sàtánì",
respectivamente.[23]
"Sobre Exu, além de suas atribuições mais conhecidas, embrenhamo-
nos em uma de suas mais complexas e poderosas qualidades – como O
Guardião do Axé – que, recebendo a réplica desta força neutra de
Olodumarê (Fálàdé, 1998, p. 494), coloca-a à disposição de todos, seja
para os homens ou para os orixás, confirmando que Exu de mal ....,
nada tem ..., mas ao contrário, apenas age com justiça. [12][24] Suas ações
para com os seres humanos são altamente benéficas, auxiliadoras e
produtivas para aqueles que fazem uso adequado de seu livre-arbítrio e
que, com retidão, se portam de maneira condigna para com os
princípios e padrões morais e religiosos, seja em relação a si mesmo,
seja em relação ao meio ambiente em que vive.
Recordando uma frase citada: "(...) Isto acontece por que algumas
pessoas erroneamente possuem a convicção que Èṣù é o opositor
Satanás (Fálàdé, 1998, p. 493)"[25] e que, além disso, o que faz com que
os sacerdotes sejam bons ou maus não é o simples fato de administrar
o Axé, e sim a forma que deliberadamente usam este Axé, podemos
dizer que isto é uma questão humana de caráter, e nada tem a ver com o
poder divino do Axé. O que podemos dizer de Exu, que recebeu e
administra a cópia do próprio Asé de Olódúmarè? Exu é igualmente
neutro como o próprio Axé, por isso é o guardião do Axé.
Como Odará recebe, como Elebará, faz acontecer, e como Ojixé (Òjíṣé).
conduz o retorno. Tudo isso é "Exu – Olodumarê assim determinou."
(Abimbola, 1975, p. 3)[13] Será que ele é tão terrível e mau quanto querem
dele fazer? Como ele pode ser tão temível se é tão neutro como o Axé?
Quando narramos o Odù Iwori-Ofun (Bascom, 1969, pp. 310-311)[26],
vimos que simplesmente Exu cumpriu seus desígnios de forma
imparcial.
As explanações aqui realizada efetivamente enalteceram Exu, porém,
cabe tecer algumas considerações sobre a absurda questão, mesmo
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

por sincretismo, de que o Exu seja o diabo das religiões cristãs e/ou o
mal absoluto tratado pelas religiões ocidentais, que diferem totalmente
dos conceitos da religião dos orixás (orixaísmo) (Barretti Fº, 2010)[27],
praticada na chamada Iorubalândia e nas descendentes da diáspora.
Que fique registrado que a religião dos prixás, praticada em qualquer
parte do mundo, independentemente do nome regional adotado,
respeita, mas não reconhece a Bíblia como uma de suas diretrizes
sagradas, tampouco o Alcorão e a Torá. Para os orixaístas, trata-se
apenas de livros religiosos, assim como tantos outros.
O orixaísmo oriundo da tradição oral, portanto ágrafa, apesar de já
contar com muitos escritos, reconhece apenas a "oralidade" dos Itã-
Odu, os Itã-Mimo- Oxá (Ìtán-Mimó Òòṣà; histórias sagradas dos orixás)
como o único "livro ou fala sagrada" a serem adotadas e que também
reconhece os ditames do corpo "literário" do oráculo de Ifá, os Odu Ifá,
cujo governo pertence à divindade Orumilá, portador de imensa
sabedoria e conhecido como Ibiqueji Olodumarê (Ibìkejì Olódùmarè; a
segunda pessoa de Olodumarê).
Conceitos religiosos europeus e asiáticos não faziam parte das
tradições iorubás antes das colonizações, nem das religiões dela
descendentes na diáspora, tampouco antes dos senhores de escravos
imporem aos africanos o catolicismo, entre outras religiões.
As formas deturpadas, aculturadas e sincréticas que impuseram e
continuam a se impor à religião, nos dias de hoje, foram e ainda o são,
os maus frutos decorrentes do processo da escravatura nas Américas e
das colonizações europeias impostas a povos africanos. (Conferir
em: "Os Clérigos Nativos Yorùbá.")
Conceitos cristãos como os de alma, céu, inferno e purgatório
encontraram terreno fértil para se propagar nas já contaminadas
tradições iorubás e de suas descendentes, seja por missionários, seja
por agentes governamentais e seja por autores pertencentes a outras
culturas e/ou crenças que registraram as tradições, os costumes e
religião dos iorubás, escritos e interpretados pela ótica do colonizador
e/ou opressor. E o pior, os registros decorrentes dessas interpretações
(que até hoje continuam) criaram "falsas" tradições, que se tornaram
"verdades literárias inquestionáveis" e vitimam a religião iorubá até
hoje. (Conferir em: Dos Yorùbá ao Candomblé Kétu – Os Autores)
Um fato muito importante e que deveria ser totalmente condenável é
que sempre que se estuda ou se faz pesquisa no campo das religiões
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

comparadas, os parâmetros e os referenciais são sempre os


do cristianismo, islamismo e outras religiões aplicados à religião
tradicional dos iorubás. A recíproca, infelizmente, nunca é verdadeira,
pois, se assim o fosse, teríamos inúmeras e novas variáveis a serem
avaliadas, para o bem da religião tradicional iorubá e de suas
descendentes." (Barretti Fº, 2010, pp. 132-133) [28]
5 Mentiras Sobre Èsù
1 – Èsù representa o Diabo, pois Òsálá representa Jesus!
O sincretismo, algo que muitos religiosos hoje estão lutando
contra, acabou criando essa imagem de que cada Òrìsá tem um
correspondente aos santos católicos. Cada santo foi sendo
associado a um Òrìsá, mas quando chegaram em Èsù…

Por causa das lendas populares e outras até que realmente existem
no corpo de poemas de Ifá; por causa de seu temperamento e
peripécias, esse Òrìsá acabou sendo associado ao Diabo. Piorando
a situação, nas giras de Exú (note como mudei a escrita), o nome
do Òrìsá passou a ser associado ao chamado povo de rua e suas
cantigas sempre exaltando o diabo, satanás e demais demônios
cristãos.

Èsù não é Diabo. Diabo, Satanás e outros demônios são


pertencentes a outra cultura. Na cultura nigeriana e no Candomblé
não há a figura de um Òrìsá do mal, pois na verdade os Òrìsá
ajudam os humanos em terra. (Simplificando)

2 – Èsù Inimigo dos Òrìsá


Um trecho de um antigo Orikis diz que Èsù Oota Òrìsá. No afã de
traduzir a palavra, muitos logo acharam: “Èsù inimigo dos Òrìsá” e
logo, também, associaram inúmeras lendas para ratificar tal frase

Ota = pedra sagrada dos Òrìsá


Òtá = Inimigo, adversário, antagonista
Olópàá = policia.
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Há uma corrente que diz que a palavra foi corrompida e a tradução


correta seria Èsù olópàá Òrìsà – Èsù polícia dos Òrìsá, no sentido
de ser aquele que vigia os atos, está sempre acompanhando tudo
que acontece.

aqui há vertente e vertentes, mas não vejo Èsù como inimigo de


Òrìsá… sendo ele mesmo um!

3 – Errado iniciar alguém a Èsù. Não se raspa pessoas de Èsù!


Entrevista dada por Chefe Kayode Idowu Esuleke, Baale Èsù de
Osogbo

Quando ele menciona seu sobrenome, arrepios prontamente


tomam conta de todo o seu corpo. E como ele explica, tocando a
mão ao solo – esse é o òrìsà das reviravoltas e aquele que fica
plantado a frente da sua casa.
Conheça Chefe Kayode Idowu Esuleke, Baale Èsù de Osogbo e
chefe de todos os adoradores Èsù e Egungun na capital do estado
de Osun. E ao contrário do que reza algumas lendas, quem é de
Èsù não necessariamente tem a cabeça em forma cônica como já
se ouviu falar por ai em alguns Candomblés!
Baale, uma cidade Yorùbá, é o governante tradicional e líder da
comunidade.
Esta tarde, ele está em um tradicional ágbada branco e azul. Uma
marca verde em que Baale Èsù de Osogbo é corajosamente inscrito
paira sobre seu pescoço em uma espécie de colar.
Entre os cristãos e muçulmanos, Èsù, a divindade, o òrìsà que este
homem serve tão respeitosamente, é considerado como Satanás, o
diabo, a mais vil das criaturas. Então, por que alguém iria
orgulhosamente ostentar um título que ele anuncia como líder de
homens e mulheres que adoram o diabo? Ainda mais em uma terra
que possui tantos cristãos e muçulmanos.
Mas ele diz que não há correlação entre Èsù e Satanás. E que ele é
sumo sacerdote de Èsù. Baale Èsù diz que suas esposas praticam
o cristianismo e o islamismo. Uma delas foi mesmo a Meca em
peregrinação em cinco ocasiões diferentes, diz ele. E não há falta
de harmonia no lar apesar de cada uma ter um culto diferente.
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“Èsù não é Satanás, nem é o diabo “, explica o senhor idoso com


um Inglês impecável. “Èsù é uma divindade tradicional Yorùbá.
Você tem pessoas adorando Sàngó, Ògún e outros. Só pessoas
ignorantes veem Èsù como Satanás.”

Este homem relata:


“A perspectiva com que vemos Èsù difere totalmente da
realidade. Elebará ou Esulaalu Laaroye difere de Satanás. Bispo
Ajayi Crowther, quando estava tentando traduzir a versão em Inglês
da Bíblia para Yorùbá, colocou Lúcifer, mas ele também não sabia
como chamá-lo em Yorùbá. Este era um homem que tinha sido
terrivelmente abusado pelos senhores de escravos. Ele tinha sido
movido em torno de várias partes do mundo em navios negreiros.
Ele não sabia o que estava no chão daqui sua terra. Foi por isso
que ele disse que Lúcifer é Èsù.”

“Os cristãos dizem que Èsù deu a Adão e Eva uma fruta para comer
no Jardim do Éden, a maçã no caso. Depois que Adão e Eva
comeram o fruto, seus olhos se abriram e eles se tornaram
civilizado. Eles sabiam que estavam nus e tinham que ir encontrar
algumas roupas para vestir.”

Se esta história for verdadeira, o que estava errado com eles? O


crime que Èsù cometeu foi ter ajudando as pessoas a se tornarem
civilizadas? Ninguém foi capaz de responder a essa pergunta.

“Eu quero dizer-lhe que Èsù é a polícia dos òrìsà, das divindades.
Ele não é segundo a nenhum deus, sempre o primeiro. Os outros
deuses o respeitam por causa de sua honestidade e decisão firme.
Uma vez que ele tenha tomado uma decisão, ele não muda e nada o
faz mudar.”

Você tinha pensado que este homem seria um personagem iletrado,


mas você está obviamente errado. Ele ainda informa que ele é
convidado regularmente para entregar trabalhos em universidades
americanas e europeias. “Muito em breve, eu estarei indo para os
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Estados Unidos para entregar uns papéis de mestrado e doutorado


“, diz ele.

Família e Religião

Uma outra coisa boa sobre Chief Esuleke é que ele não impõe sua
religião em sua família. Suas esposas e filhos, diz ele, são livres
para professar qualquer fé que elas queiram – um belo exemplo
para seguirmos no Brasil.

“Eu tenho três esposas “, diz ao repórter. “Minha primeira esposa é


cristã, minha segunda esposa é cristã também e minha terceira
esposa é muçulmana. Ela é uma Alhaja. Ela foi a Meca cinco
vezes.”
Então por que ele permite que suas esposas pratiquem o islamismo
e o cristianismo, quando ele não acredita nessas religiões “Por que
não? “, Ele questiona. “O que isso tem a ver comigo? Eu lhes dou a
liberdade de religião, liberdade de associação e liberdade de crítica
construtiva. Existem mil maneiras de fazer pedidos a partir do seu
Deus. Há pessoas que vão colocar um animal para baixo e dizem
que é o seu deus. E Deus ainda responde suas orações. Você
nunca pode compreender a Deus. É por isso que quando vejo
pessoas dizendo que estão lutando por Deus, eu sei que deve estar
louco e precisa urgentemente de um psiquiatra para examinar suas
cabeças.”
Se o rei de adoradores Èsù que é liberal, você quer saber por que
ele não abraçar o Islã ou o cristianismo como muitas pessoas em
sua cidade natal?

“Eu li a Bíblia de dentro para fora”, ele começa. “Em 1959, eu


passei nos exames do Alcorão também. Então eu conheço ambos
os livros.
Essas pessoas vêm e banalizam nossos cérebros. Eles levaram
tudo da nossa cultura e da nossa herança para longe e nos deu
alguns livros para ler. Essas são coisas que não são muito
peculiares para nós na África. Depois eu fui para a esquerda e para
a direita, mas permaneço no centro. Tudo isso a corrupção, o
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nepotismo, o ódio e outros atos anti-sociais, não temos isso em


nosso próprio sistema. Se você vai ser honesto, você está fora. Se
você não jogar o jogo deles, vão jogá-lo fora. Se você olhar ao seu
redor, existem mil e uma mesquitas em todo o lugar. Igrejas estão
surgindo todos os dias. E ainda, o que você tem? Assassinato,
assalto à mão armada, apenas menciono alguns. Vá e olhe para a
igreja e a mesquita. Confira os nomes. Você nunca vai ver Esuleke,
Ifabunmi, Ifadayisi e assim por diante. Os nomes que você ouve na
igreja e mesquitas são as mesmas pessoas que roubam o dinheiro
público. É por isso que tomei uma decisão que eu e toda a minha
família vai ficar onde há transparência e honestidade “.

Chefe Esuleke tem uma sugestão para os líderes nigerianos, serve


bastante para nosso país também que passa por um momento
tenso: a corrupção e outros males que assolam o país deve
terminar, em seguida, os nigerianos devem parar de jurar pela
Bíblia ou o Alcorão.

“Se você é realmente sério sobre o combate à corrupção e outros


crimes, você tem que jurar por Ògún, Èsù ou Sàngó. Estes três
deuses não estão perdoando. Se você jurar por Òsun, Òsun é uma
mulher. Ela perdoa. Mas se você jurar por Èsù agora, o dia que
você roubar um lápis do escritório, Èsù vai atacar quase que
imediatamente. Se você jurar por Sàngó e você roubar, assim que
você vê relâmpagos no céu, você se torna apavorado. Se você jurar
por Ògún, uma vez que você vê um carro vindo em sua direção,
você se fica nervoso. O dia que você começar a jurar assim, a
corrupção vai acabar imediatamente.

“Quando as pessoas juram, o que deveriam dizer é que, se eu


roubar ou me matar, Deus deve punir-me. Em vez disso, eles vão
mesmo dizer, então Deus me ajude. Você quer que Deus o ajude a
cometer crime? Esse é o problema. Deixe as pessoas começarem a
jurar por Ògún, Èsù e Sàngó. Eu lhe digo, a corrupção começará a
diminuir no país.”
Ele cita um exemplo pronto. Em meados de 1990, o Chefe Esuleke
diz que foi a cerimônia de posse de um vereador em Osogbo,
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Governo Local. Na tomada de posse, ele se recusou a lhe entregar


a Bíblia ou o Alcorão.

“Pedi-lhes para trazer uma lâmina ou algo assim. Eu atrasei o


evento para cerca de duas horas. Ele disse que ninguém iria
remover um lápis do escritório, jurando por Èsù sobre a lâmina. E
isso aconteceu. Ninguém roubou nada do governo local. Basta
experimentá-lo. Corrupção será uma coisa do passado, na Nigéria.”

E essa foi a entrevista dada pelo supremo sacerdote de Èsù. Ela


não é atual, mas mostra como o culto é levado a sério em outras
localidades e nota-se também a harmonia que esse senhor
conseguiu por entre as religiões com suas esposas.
Uma outra característica é como ele é uma pessoa culta, não
abitolada em ideias e acima de tudo com senso crítico respeitoso.

Sim, é possível iniciar uma pessoa a Èsù, basta buscar o


conhecimento necessário para tal. E há diversas pessoas iniciadas
e felizes.

4 – Iniciados a Èsù ou quem a ele deveria ser iniciado são


mentirosos, briguentos, preguiçosos e um monte de coisa ruim!
Filhos de Èsù atraem confusão”,” filhos de Èsù arrumam briga por
qualquer coisa” e ainda pioram, “filhos de Èsù costumam ter morte
feia!”

Pensamentos como estes mostram que a pessoa tem pouco


conhecimento de mitologia Yorùbá e ainda por cima, baseiam seus
conhecimentos religiosos em informações sem fundamentos e
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baseados muitas vezes em revistas sobre Candomblé, alguns sites


também propagam este tipo de conteúdo.

Uma série de fatores forma a personalidade de uma pessoa, não


seria está baseada em ser iniciado a um òrìsà ou a outro. Claro que
a presença de determinadas energias atrai situações, por isso
mesmo não podemos pensar que tudo se baseia nos òrìsà, quando
há por exemplo: odù e seus caminhos!

Não acredite em estereótipos ou arquétipos de Òrìsà, há muitas


outras energias na vida de uma pessoa que podem influenciar.
Traços de personalidades são adquiridos em vivência, genética e
educação!!

5 – Quem é de Èsù e o próprio Èsù não possui Ewo, quizila.


Mais uma coisa comum de ouvir as pessoas debatendo. Dizem que
Èsù é a boca que tudo come, logo não teria Ewo com nenhum
elemento. Ewo ou quizila, é uma proibição de ter algo, tocar em
algo ou consumir algo. Basicamente é uma proibição, um tabu.

Outro pensamento é que os filhos desse òrìsà, subtendendo que já


pacificamos este assunto de iniciação, também não teriam nenhum
tipo de problemas com Ewo de nenhum tipo.
O primeiro erro nestas afirmações se encontra em pouca pesquisa,
desconhecimento dos òrìsà. Este òrìsà realmente aceita diversos
tipos de oferendas, mas cuidado, pois o Adin, óleo do caroço de
dendê, é seu verdadeiro inferno. Inclusive há magias que atiçam
Èsù como este óleo e depois apaziguam com mel ou azeite de
dendê (Não entrarei no mérito, mas conhecedores de magia de Ifá
sabem do que se trata).
O Adin é muito conhecido, mas há quem diga que assobio, limão e
até chuva são quizilas deste òrìsà. O principal mesmo é o Adin! Ele
é um óleo originário do caroço do dendê, não confundir com o
azeite de dendê.

Quanto aos filhos? Bem, um mero e também comum erro de


confundir iniciado com o òrìsà. As quizilas, aversões, interditos são
pessoais e tem a ver com a energia que você porta.
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Nenhuma pessoa é como outra, cada qual tem seu odù, cada qual
tem seu caminho e suas lições a serem aprendidas. As quizilas são
energias incompatíveis com a energias da pessoa em si; são
energias que acabam minando as energias boas da pessoa e
sujando sua espiritualidade, atrasando o que de bom poderia vir!

Èsù possui seu Ewo, que é o Adin e outras casas associam outros
elementos. Os iniciados têm suas quizilas pessoais e também
devem respeitar a principal do òrìsà.

EŞÚ - É o princípio de tudo, é o espiral na terra por onde segue todas as


mensagens aos outros Òrìşá, e é o movimento que nos
mantém vivos. Eşú é o tudo e o nada, é o mensageiro
de tudo e de todos. É o equilíbrio da natureza, sem ele
nada poderá ser feito.

A palavra Èsù (Exu) em Yorubá significa "esfera". Exu é o orixá do


movimento. É o fiscalizador do Ase (Axé), das coisas que são feitas e
do comportamento humano. Exu é o Orixá da sexualidade e virilidade.
Tornou-se um dos assistentes de Òrúnmìlà como Èsù Elebará e ainda
Rei de Kétu, sob o nome de Èsù Alákétú.

Mas, o que significa a palavra Elégbára?

A palavra Elégbára significa "aquele que é possuidor do poder (agbára)"


e está ligado à figura de Exu.

Um dos cargos de Exu na Nigéria, mais precisamente em Oyó, é o cargo


denominado de Èsù Àkeró ou Àkesán, que significa "chefe de uma
missão", pois este cargo tem como objetivo supervisionar as atividades
do mercado do rei. Exu praticamente não possui èwós (tabus) ou kizilas.
Ele aceita quase tudo que lhe oferecem. Os yorubás cultuam Exu em um
pedaço de pedra porosa chamada Yangí, ou fazem um montículo
grotescamente modelado na forma humana com olhos, nariz e boca feita
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de búzios. Ou ainda representam Exu em uma estatueta enfeitada com


fileiras de búzios tendo em suas mãos pequeninas cabaças onde ele,
Exu, carrega diversos pós de elementais da terra utilizados de forma bem
precisa, em seus trabalhos. Exu tem a capacidade de ser o mais sutil e
astuto de todos os orixás. Diz um oríkì que: "Exu é capaz de carregar o
óleo que comprou no mercado numa simples peneira sem que este óleo
se derrame". Ele é o único Orixá que faz: "O erro virar acerto e o acerto
virar erro".

temos Exu- Alaje para ganhar,


temos Exu Ita - esse Exu é muito forte, ele fica fora das
casas para proteger as famílias, caso tenha
algum mal que queira atingir a família. Exu Ita
previne que forças do mal entrem nas casas.
Exu Elégbára é o exu que ajuda a levar o ebo para
o Orun,
Exu Odara é aquele que você tem
que rezar para que ele leve o ebo para o Orun.
Para quem não sabe tem diferentes formas de
fazer Exu, todos os Exu tem
diferentes formas de ser preparados para que
você receba as mensagens que aquele Exu pode
trazer para sua vida.
Temos também exu para comunidades, exu para
templos é importante ter exu na sua casa para
abrir os caminhos, para tirar o mal, e de muitas
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coisas boas para a casa.


Para que vocês saibam a força de exu é tão forte
que quando você acorda pela manhã você deve rezar pra ele te
abençoar.
ifá pode dizer qual é o exu
bom para você. Mulheres podem ter todos os
Exu, na Nigéria são as melhores com
exu.
Para você ter uma boa vida e muito sucesso você
realmente precisa de uma mulher para ajudar
você no caminho espiritual e financeiro.
Exu adora comer Akuko(galo)
Exu come tudo, qualquer coisa que você dá para
exu, exu come, mas cada exu tem algo
pouco diferente um do outro. Exu Alaje gosta de
comer banana ouro, (pequena) Exu Alaje come
mel. Come dendê e come Pombo. Exu Alaje come
Gim (Oti)
Nunca se usa animais femininos para Exu.
Sempre macho.
Exu é o dono deste mundo, Olodumare deu este
mundo para Exu por que ele é bom, honesto e
humilde. Todos os Babalawo tem que dar
comida para Exu antes de comer, tem que
comida para Exu antes de comer, tem que
colocar uma pequena porção do seu prato para
ele para que ele abençoe.
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“Eu tenho 6 Èsù na minha casa


que ficam do lado de fora da casa. As pessoas
podem ter mais de um Èsù, quem determina isso
são o oráculo.”
-Baba Ifadapo Elebuibon

Oriki

Ologun eru ooooo


Sa mon rubo kesu mo se awon
Awon bi ologbonrin iwofa
Sa mon rubo kesu mon se awon
Esu mo se wa, omo elomi ni o se
Eni esu n se bo leyin
Iwaju iwaju ni o mo ba oluwa re
Yoo fii omo egbon le
Omolomo ni mo mu lo
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Yoo fii omo aburo le


Eni eleni ni mo wa lo
Lagbona mo se wa
Omo elomi ni o se
Ofe bata ku jo lamon lamon
A la mon la mon bata esu
Esu ti o ni se gbogbo wa lode leyiii lailai
Mo se wa , omo elomi ni o se

Song
Ebesu lagbado, ebesu lagbado
Ìyá oni yangan
Ebesu lagbado ( repeatedly)

Oore mii esu loye ka Koko mun gbo


Onile orita odara
Tesu lo ye ka koko mu gbo
Onile orita odara

Tesu lo soro, tesu lo soro


Elebo n se bo
Tesu lo soro
Mo gbebo fun bara
Tesu lo soro
Esu lailu ogo
Tesu lo soro
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

Onile orita
Tesu lo soro
Elekun n sunkun
Tesu lo soro
Laroye n seje
Tesu lo soro
Oni mi n sun mii
Tesu lo soro
Laroye n sun ifun
Tesu lo soro
O loo laalaa ooo
Tesu lo soro
Alarii afefe
Tesu lo soro
O loo laala ooo
Tesu lo

Obàtálá
Oba (rei) alá (branco)
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Obatalá é o filho direto de Orumilá o criador do universo. Depois de


criado o universo e a terra em específico; depois de milhares de anos
resolveu dar vida a terra e enviou seu filho "Obatalá" para esse fim à
terra que até então era composta de água. Vindo com o saco da criação
Obatalá trouxe consigo uma galinha d'angola que foi responsável por
espalhar a terra sobre as águas, dando desta maneira forma à terra
sobre a água, depois de criado os montes etc... Obatalá criou os
vegetais, animais e por ultimo da própria criação "terra" com ajuda de
Nanã moldou o ser humano com o barro e com seu sopro deu vida ao
ser humano. Por isso quando as pessoas têm um grande problema de
saúde é a este Orixá que se pode recorrer; claro que dependendo do
tipo de doença que seja, podemos recorrer também a outros Orixás.
Obatalá é quem rege tudo o que é branco sobre a terra em todo sentido
da palavra; pureza.
Orixalá é o primeiro orixá funfum nascido diretamente de Olodumare
(DEUS) (tudo desses orixás é de cor branca).

O Reverendo Samuel Johnson, no livro "The History of the Yorubas",


Lagos, 1937, escreve:

"Orixalá é encarregado do poder criador e é considerado um


cotrabalhador de Olorum. Supõe-se que o homem tenha sido feito por
Deus e modelado por Orialá. Seus adeptos se distinguem pelo uso de
colares de contas brancas e pelas roupas brancas. Não podem beber
vinho de palmeira. Os sacrifícios por eles oferecidos não podem conter
sal. Os albinos, os anões, os estropiados e os corcundas são
considerados sagrados por esse orixá.
orixála é o nome comum, conhecido e adorado em diversas cidades e
sob diversos nomes: Oluofim em Iuofim, Orixacô em Ocô, Orixaquirê
em Iquirê, Orixaguiã em Ejibó, Orixaeguim em Ou, Orixajaiê em Ijaiê,
Obatalá em Obá."
Existe um Festival anual de Obatalá na cidade de Ilê-Ifé, estado de
Oxum, na Nigéria. O festival acontece na segunda quinzena de janeiro
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no Obatalá Holytemple e reune grande um número de iniciados em


Obatalá da Nigéria e de outros países. O Festival acontece no Obatalá
Holytemple (segundo templo de Obatalá na história) e também no lugar
sagrado conhecido como primeiro templo).

Obalesun de Obàtálá Holytemple e seu filho Oba Ojele Obàtálá Agbaye


em sua cerimônia de coroação no Templo de Obàtálá Ilé-Ifẹ̀, Nigéria.
Fotos: Susana Dias. Texto: produzido a partir de conversa com
Obalesun feita por Susana Dias e gravada por Sebastian Wiedemann,
durante pesquisa de campo realizada com o apoio e tradução
simultânea de Dhadar Faseyi, coroado Oba Ojele durante a estada em
Ilé-Ifè, Nigéria.

Olódùmarè deu para Obàtálá èwòn/chain (uma corrente), ewe


koko (folhas), igbin/snail (caracóis), iyepe iwarun (terra) e akuko adiye
elese marun (uma galinha de cinco dedos). Ele colocou esses materiais
numa mala que se chama àpò láwonrínwon-jìwon-ràn, ele colocou essa
mala de àpò láwonrínwon jìwon ràn na grande mala que se chama àpò
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amònnà-jékùn. Depois ele colocou essa mala de àpò amònnà-jékùn em


outra grande mala, em que podiam caber esses matérias. Essa mala se
chama àpò-àjàpà ou àpò nlá (grande mala). Obàtálá pegou essas
matérias todas e seguiu o caminho. Quando Obàtálá chegou no lugar
que se chama orita meta ete – um lugar localizado entre céu e a atual
Terra que agora habitamos, este lugar que era somente de cheio de
água, como o atual Oceano – ele estava cansado. Ele viu emu (vinho de
palma típico da Nigéria) e começou a beber esse emu.
Depois que ele bebeu muito desse emu ele ficou cansado e dormiu.
Odùduwà, seu irmão, era uma pessoa que gostava de confusão e ele
estava atrás de Obàtálá, seguindo ele. Quando Odùduwà viu que
Obàtálá estava dormindo ele viu essa mala no braço direito de Obàtálá.
Então, Odùduwà pegou esta mala e Obátálá continuou dormindo.
Odùduwà caminhou até o lugar que Olódùmarè disse para Obàtálá
colocar esse ewon/chain (corrente) para cima, depois Odùduwà viu que
esse ewon ficou preso em cima, ele pegou a mala no braço dele e foi
esse ewon (corrente) que Odùduwà usou para chegar onde só tinha
muita água (agbalagbalubu omi). Olódùmarè disse para Odùduwà
colocar folhas em cima da água, e Odùduwà fez isso, colocou iyepe
iwarun (terra) em cima da folha, depois colocou akuko
elese marun (galinha de cinco dedos), depois
colocou igbin/snail (caracol) e começou a espalhar a terra em cima
dessas águas. Odùduwà começa a ver que a terra está mais larga, mas
as terras não ficaram secas. Existia, ainda, muita água. Para Odùduwà
sair do lugar usou ewon (corrente), para voltar para cima do Orun (céu).
Assim Odùduwà viu que Obàtálá continuava dormindo. Ele ainda tirou
esse ewon (corrente), depois Obàtálá acordou e viu que não estava
mais com as malas dele, a única coisa que está ainda com Obàtálá é
o Àse (autoridade ou força) que Olódùmarè deu para ele, que está com
ele. Depois ele viu que está com seus opa itile (bengala)
e oje (bracelete). Opa itile era usado para andar e esse Oje era a esposa
de Obàtálá, ele pode tornar esse oje em qualquer coisa. Entre Obàtálá e
Oje teve um acordo, que permite que Obàtálá possa transformá-la em
um caso de necessidade. Obàtálá diz para Oje ir para as terras que
estão molhadas e Obàtálá usou esse Oje para descer até terra, assim.
Obàtálá viu que o trabalho que eles não mandaram Odùduwà fazer, ele
já fez. Obàtálá tirou esse Àse (autoridade) para começar a falar,
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ordenando, tudo que quer ficar na terra. Aquela terra que ainda está
molhada Obàtálá fala para que comece a ficar seca, para ter igi (árvores)
e eranko (animais). Depois ele usou esse opa oje (bracelete) para ir de
volta até céu.
Olódùmarè perguntou para Obàtálá onde ele foi e Obàtálá explica para
Olódùmarè que no orita meta ete (caminho) ele bebeu emu (vinho de
palmo) e assim dormiu. Olódùmarè perdoa Obàtálá, depois Obàtálá
voltou até o lugar onde ele dormiu e jogou praga para aquele emu. Ele
diz que qualquer devoto de Obàtálá que beber emu (vinho de palmo)
não iria bem, por isso que família de Obàtálá não pode beber emu.
O segundo trabalho que Olódùmarè deu para Obàtálá foi a criação dos
humanos, esse trabalho é conjunto entre ele, Obàtálá, e Èșù. Obàtálá
perguntou para Èșù onde é que eles vão arrumar iyepe tutu (terra
molhada). Èșù diz para Obàtálá ficar tranquilo que vão encontrar terra
molhada. Èșù diz que iria pegar emprestada a terra com Ilé (mãe da
terra). Foi Èșù que buscou essa terra molhada, essa argila. Foi Obàtálá
que moldou essa argila, mas as pessoas ainda estavam surdas. Nossos
ancestrais e que iriam ser os primeiros habitantes da Terra, ainda não
falavam.
Obàtálá foi quem fez Odi (surdos). As pessoas eram chamadas de
surdos antigamente. A autoridade de Olódùmarè, de Deus, demandou
que Obàtálá e Èșù fizessem essas imagens de Odi (surdos), e,
posteriormente eles deveriam colocar um buraco no meio das cabeças
dessas imagens e ir até alagbede orun (o ferreiro do plano espiritual),
onde este encarregado de trabalhar com ferro, fazia o seu sokoti
alagbede orun (trabalho com ferro). Assim, ele iria secar com o calor do
fogo usado por este ferreiro as imagens de argila feitas por Obàtálá.
Olódùmarè diz para que eles, quando eles estão trazendo essas
imagens de argila, que já passou por fogo usado pelos ferreiro, diz para
Obàtálá trazer um pouco de argila molhada junto com ele, para que ele
possa usar essa argila molhada no buraco de cabeça que está aberto.
No momento que estão com Olódùmarè, o único trabalho que
Olódùmarè fez no corpo dos humanos é que fazê-los respirar vida, nos
seus corpos. Depois que Olódùmarè expirou a vida naquele buraco de
imagem que estava aberto, Obàtálá fecha o buraco com iyepe
tutu (argila molhada). O Àse de Olódùmarè está em todos nós até hoje.
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Se nascer um filho hoje em dia, na cabeça da criança vai aparecer a


respiração para cima e para baixo. Depois que Olódùmarè e Obàtálá
terminam aquele trabalho de argila, com toda respiração, a imagem já
começa a falar com eles. Olódùmarè diz para que essa imagem ir junto
com Obàtálá para casa e Èșù. Depois que chegaram em casa, todas as
conversas entre Èșù e Obàtálá começam a ser interrompidas por esses
Odi (corpo de surdo) que agora querem falar o tempo todo. Com isso
Èșù ficou com raiva e foi pegar um grande ferro e começou a bater na
imagem de argila, nos Odi (surdos). Obàtálá ficou com medo disso e
conversou com Olódùmarè. Olódùmarè perguntou para Obàtálá se
aquele Odi (surdo) ainda estava respirando. Se assim fosse confirmado,
para que Obàtálá usasse o Àse dele para todas aquelas coisas que já
foram destruídas no corpo da imagem de argila ficassem bonitas. Foi
assim que a imagem começou a se mexer, com cabeça, pernas, andar
bem tranquilamente. Se não fosse por estes atos, de bater nas imagens
de barro, os Odi (corpos de surdos) nunca andariam. Graças à Èșù ter
destruído as imagens dos seres humanos, nós escapamos de ficar
parados, sem conseguir mexer nossos corpos.
Porque as pessoas morrem? Foi porque Èșù pediu emprestado a terra a
Ilè e que foi usada para fazer argila molhada. O que Ilè (mãe da terra)
disse para Èșù foi que depois que ele terminasse de usar essa
terra (areia) para que Èșù devolvesse isso à Ilè (mãe da terra). Por isso
que as pessoas morrem, depois que Èșù terminassem de usá-la neste
mundo, ele devolve para Ilè. Única coisa que iria sair do nosso corpo,
ao morrer seria só aquela respiração que Olódùmarè expirou quando
fez a imagem de Odi, no nosso corpo de areia transformada em argila,
com o uso da água colhida na Terra.
Em seguida, aconteceu o terceiro trabalho de Obàtálá. Depois que eles
voltaram até a terra já existiam mais árvores que humanos e essas
árvores traziam produtos muito bons e não tinha ninguém para colher
esses produtos. Deliciosas frutas. Com o tempo esse produtos
começam a apodrecer. E ninguém para colhê-los. Obàtálá voltou até
Olódùmarè e disse para Olódùmarè que não tinham pessoas no mundo,
que já existia mais comida que pessoas. Olódùmarè disse para Obàtálá
que ainda estava com o Àse dele para usar isso no mundo e para
transformar as árvores em humanos, em pessoas. Se ele (Obàtálá) visse
animais já poderia transformá-los em humanos. Hoje em dia temos as
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

pessoas que são de omo eranko (animais). As pessoas que são de


animais são aqueles que tudo que os parentes dizem nunca vão ouvir,
só depois de tanto conselho é que irão ouvir. Temos as pessoas que
são de aja (cachorros), essas são pessoas que em qualquer lugar que
estão podem praticar ato sexual.
Outro são omo igi, os que são de árvores, são aqueles que não ouvem
os parentes também, só depois de tanto conselho é que iram ouvir. Até
hoje existe esse tipo de geração.

Fig 02. Escultura representando Yemoo, esposa de Obàtálá, no Bosque


de Osun na Nigéria.
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

Obàtálá teve 201 esposas e Obàtálá foi quem teve mais filhos entre
outros òrìşàs (orixás). As pessoas que têm corpos claros se chamam
Oyi. Oyi era uma esposa de Obàtálá. Ela deu um filho para Obàtálá um
filho albino e as outras esposas não deixaram que ela tivesse paz, com
ciúmes. Oyi trouxe o filho para entregar para Obàtálá ao perceber que o
corpo dele estava todo branco. Com isso Obàtálá ficou chateado, disse
que as outras esposas não deixaram que Oyi ficasse na casa dele, e ele
conseguisse olhar como o filho deles está todo branco. Obàtálá diz para
que esse filho se ajoelhe na frente dele, Obàtálá fez oração para esse
filho, e disse: “Como essas outras esposas não deixaram eu cuidar de
você, você será um filho muito abençoado”. Todos nós, os
descendentes destes ancestrais, primeiros habitantes da Terra, a partir
da África, somos filhos de Obàtálá.
Oriki Obàtálá o sun si ile fi oje ti ikun oni ile Ji oje o Ji. Esse oriki tem
ligação com esposa de Obàtálá porque ela sempre está com Obàtálá,
cada momento Obàtálá ama mais as duas esposas entre todas as que
ele tem. As duas são Oje e Aje Yemoo.
Yemoo costuma fazer as roupas de Obàtálá, é costureira que faz roupas
muito bonitas, fazia com as suas costuras lindas obras de arte. O lugar
em que Yemoo faz as roupas de Obàtálá ainda está aqui até hoje, em Ilé-
Ifẹ̀. O lugar se chama Ita Yemoo, mas hoje o lugar tem um museu. Foi
assim que Obàtálá fez o seu trabalho, depois que o mundo começou a
ficar maior, Odùduwà deu outro problema para Obàtálá, com isso
Obàtálá deixou cidade de Ilé-Ifẹ̀, Obàtálá foi primeiro a chegar em Ilé-Ifẹ̀,
esse lugar em que viveu Obàtálá é o nosso atual iranje idita
(Groove/Bosque) até hoje usado em nossos rituais no Anual Festival de
Obátálá.
Obàtálá se chama mori mori alamo tin mori omo tuntun alamo rire, que
quer dizer aquele que molda a cabeça das crianças. Ele, Obàtálá, pode
criar o ser humano do jeito que quis. Hoje em dia Obàtálá é uma religião
que todos nós admiramos de òrìşàs, cultuamos e fazemos oração para
Obàtálá.
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

Fig. 03. As mulheres dos Obas (reis) diante do Templo de Obàtálá em


Ilé-Ifẹ̀, Nigéria

E neste Templo de Obàtálá acontece o Ade Aare de Ooni, a coroação


dos novos reis. Quando um novo rei é escolhido, ele recebe a coroa
neste Templo. O Ooni (atual rei de Ilé-Ifẹ̀), usará esta coroa (Ade Aare)
durante festa anual do Festival de Olojo, festividade que rememora o
primeiro dia em que os Òrìşàs chegaram na Terra. É neste lugar, Templo
de Obàtálá, que todo rei de Ilé-Ifẹ̀ é coroado com Ade. Obàtálá
e Òrìşà são muito importantes no mundo.
O Autor da Narrativa é Olaolu O. O. Dada, o mais importante Sacerdote
do Templo de Obàtálá de Ilé Ifè, chefiando a Religião e Culto à Obàtálá,
desde 2013, ocupando o cargo de Obalesun.
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

Da origem:
Obatalá, aka Obanla (o grande rei), Orishanla (a grande divindade),
Oosaala Oseeremagbo
ou Orisa Igbowuji, é uma divindade muito importante na cultura Yoruba.
Sua presença se
estende por toda a "Yorubalandia" da Nigéria e a República do Benin,
na África Ocidental e
da diáspora Yoruba incluindo países como o Brasil, Cuba, Trinidad e
Tobago, Estados
Unidos, Porto Rico, Panamá, México, Espanha, e até mesmo Inglaterra.
Ele é um Orisa
complexo que, apesar de simples no aspecto físico ou iconografia
atributos, tem a ver com
muitos aspectos da experiência humana e ajuda a resolver os
problemas mundanos dos
seres humanos.
Apesar de Obatalá ser uma divindade que existia antes da criação da
Terra em nossa
tradição religiosa, Obatalá teve várias encarnações terrenas, os
exemplos estão a caminho
Obatalá é adorado em diferentes cidades, onde tinha encarnação como
Iranje lle, Iranje
Oko, Ifon , Ejigbo, Ikire, Owu, etc. Em alguns casos, o "olhar" de Obatalá
reverenciado em
cada aldeia está intimamente ligada ao rei dessas pessoas. Um exemplo
seria Orisa Ogiyan
ou OOSA Ogiyan, Ogiyan sendo o título de rei de Ejigbo onde essa
manifestação de Obatalá
originou. Para Orisa Ogiyan é oferecido ram enquanto não é costume
dar o animal como um
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

sacrifício a outros caminhos de Obatalá. OOSA Olufon, o aparecimento


de Obatalá nasceu
na aldeia de lfon, como quase mas para o Orisa Oluofin não pode
oferecer refeições à
0
base de mandioca
Obatalá é realmente o líder de seu próprio panteão na tradição religiosa
iorubá. Ele é o
grupo representativo das divindades funfun, divindades vestindo pano
branco e outros
ícones brancos sobre os seus altares. Tais divindades têm vários
relacionamentos com
Obatalá, alguns consideraram seus filhos. Algumas delas incluem Orisa
Orisa funfun Oke,
deidade de elevações naturais e rochosas, onde grandes rochas como o
"Olumo Rock” de
Abeokuta ou "Oke Agidan" Oyo ou "Oke Ibadan" cidade de Ibadan são
pode também neste
panteão grupo mencionar Orisa Oko, Oduduwa, Osóòsìlyemoo, lyewa, e
também estão
associados lyemoja, Osun e outras divindades.

Orisa da Criação:

Obatalá é a divindade Yoruba da criação dos


seres humanos. A parte mais importante do
corpo que criada por Obatalá é a cabeça física
ou "ori", além da consciência e mente do
individuo, cabeça essa que é preparada para
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

receber a sua qualidade por Ori por Ajala


Mopin. As mulheres que querem ter filhos, por vezes, vêm para Obatalá
como a primeira e
última opção, e sacerdotes costumam usar água clara de seu frasco de
barro chamado de
"awe" sempre ao lado de seus ícones sagrados em seu altar. Esta água,
que então tem que
ser chamado de "agbo" ou medicamento é tomado para tratar a
infertilidade, prevenir
doenças e morte súbita de crianças, e até mesmo para o
desenvolvimento espiritual e
econômico
Em seu aspecto como criador de seres humanos, Obatalá é chamado
"Eni Orisa" ou
pessoas de Obatalá. Estes incluem albinos, corcundas, inválidos, e
anões. Todas as
pessoas nascem diferentes sob a sua protecção. É Obatalá na cultura
iorubá nos ensina a
respeitar as pessoas que são diferentes ou que têm necessidades
especiais.
Durante a criação dos primeiros seres humanos criados a partir do
barro, Obatala ficou com
sede depois de tantas horas de trabalho. Tomo óleo vinho de palma
(ope) quando não havia
água limpa ao redor. Mas passar algumas horas no sol quente, o suco
começou a fermentar
a criação de um tipo de vinho fortificado (emu ope). Sem se dar conta
que foi embriagado
começou a deformar alguns seres humanos. Quando a embriaguez
passou, Obatalá
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

percebeu seu erro e prometeu nunca mais tomar vinho de palma ou


"ope emu" e tornou tabu
para todos os seus filhos também desde aquela época.
Esta história também revela que Obatalá é o pai de uma forma ou outra
todos nós por ter
nos criado. Ele também tem um aspecto feminino, não só por sua
esposa principal lyemoo..
Obatalá também está intimamente ligada à fertilidade e concepção, que
é a especialização
de mulheres sacerdotes na terra iorubá. Não é tão difícil ver que o sexo
entre parceiros
sémen é representativo do elemento criativo de Obatalá, na sua
brancura.
Um de seus nomes de louvor "Alabaalase" -o proprietário de sua
manifestação - ensina-
nos que Obatalá usa dois poderes. Diz-se que em sua mão direita é o
poder de expressar
idéias ou "aba", enquanto a mão esquerda é o poder de expressar
ideias e desejos ou "ase".
É uma divindade que é invocado para ter a capacidade de manifestar o
que você quer, o
Eerindinlogun rapidamente previsões manifesto e é chamado de
"OOSA" em homenagem a
ele como a maioria das divindades. Como pai dos Irunmole (as
divindades em sua
pluralidade) é respeitado por sua idade e Obatala é solicitado para que
se tenha o poder de
liderança imparcial.
Ensinamentos:
Obatalá nos ensina simplicidade e limpeza. É também uma divindade da
prosperidade e
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

limpeza mostrando que só uma pessoa com a abundância de recursos


pode manter sua
roupa imaculada. Seu pano branco, uma parte essencial de seus altares,
mostra a pureza
do corpo, espírito e caráter. Também representa a pureza de caráter
que, como o pano
branco, é difícil de manter limpo, mas você sempre tem a oportunidade
de purificar. O saco
amniótico representa esse pano branco chamado “ala" e uma criança
nascida com o todo
"asa" tem uma relação com Obatalá de “céu”. Crianças nascidas no
saco, de uma forma ou
de outra pode ser chamado de “Salako”, “Talabi" ou "Oosatalabi”,
“Oke" (para não ser
confundido com o nome da divindade Orisa Oke), etc.
Hierarquia de Obatala:
O sacerdócio de Obatalá tem a sua própria hierarquia
composta de homens e mulheres que são sacerdotes de 0
Obatalá, com título e classificação dentro do seu grupo
em cada aldeia. Ile Ife os sacerdotes mais graduados é o
atual Obalale. Antes dele, o Obalesun foi o líder de
Obatalá em Ife. Em outras áreas, especialmente em Oyo,
o sacerdote sênior de Obatalá é o Aaje e quase sempre é
selecionado entre as pessoas de uma consanguinidade
linhagem específica. O Aaje OOSA é semelhante ao
Mogba Sango, no sentido de que é o posto mais alto no
sacerdócio de Sango, mas que não é um adosu (que teve
sua cabeça raspada durante a sua consagração) de Obatalá, mas que
teve uma cerimônia
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

e treinamento para exercer a sua posição dentro do culto de Oosaala.


Além Aaje existem
outros títulos como AAWA, iKolaba, Oluwin, Alata, Gbogbo, Ajibodu,
Iyaloosa, etc. Em alguns
casos, há também uma Baale de Obatalá.

Ritos:

Durante as cerimônias devotos e sacerdotes de Obatalá pode cair em


transe com a
divindade e isso vai contar mensagens para outros. Na aldeia de Ifon,
durante as festas e
cerimônias e certas vezes são dadas para a uma bebida alcoólica
chamados "egun", que
contém um pouco do sangue dos animais que foram oferecidos para
OOSA Olufon.
Absorvendo o "egun" torna liderado pelo espírito de Obatalá e muitos
caem em transe.
O jogo de adivinhação
do culto de Obatala
Os sacerdotes usam o Eerindinlogun ou
"OOSA" para consultar as pessoas para ajudar
a orientação em suas vidas. A palavra "OOSA"
é a abreviação de "Oosaala”.
Foi Obatalá quem escolheu os dia de culto para cada. Estes dias são
Ose OOSA, Ose Awo,
, Ose Ogun, Ose Jakuta”.
1
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

Nos dias de Ose(de culto) é oferecido, pelo menos, a menor em ofertas


Obatala que
consistem em obi (nozes de cola), omi tutu, e oti (bebida alcoólica). O
indivíduo recita o oriki
ou nomes de louvor de Obatalá. O indivíduo, em seguida, lança o obi
para ver se a tua
oração foi aceita. Uma parte das fatias do obi deve ser colocada no
ícone de Obatalá e
depois coloca-se oti no seu ícone como um ato de libação pedindo
abundância e maturidade
dos inimigos.
Em outros momentos, pode ser oferecido um pouco de seu favorito
como "iyanle” (a primeira
porção de qualquer alimento para divindades) refeições. O dias de Ose
mais importante
como e o itadogun (décimo sétimo dia ) onde tocam os instrumentos
favoritos de Obatalá
chamados “igbin" ou também sekere em sua honra, os fiéis cantam e
dançam para obatala.
O tambor igbin representa uma das esposas de ObataláAlguns avatares
de terra Yoruba
Obatalá:
Adimu as comidas:
As comidas de Obatala são muito mais variadas do que muitos
imaginam. Mas entre as
mais típicas oferendas a Obatalá são Egbo (feito com milho), lyan
(inhame purê), obe (um
guisado de semente de egusi) específica África), funfun ekuru, (espécie
de feijao cozido
enrolado em folha cozinda temperado com banha de ori – mais parecido
com o "abara" do
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

Brasil –sem dende) eko (feito com milho branco amido fermentado
como o "akassa" no
Brasil), ororo Eyin (ovos brancos), oyin (mel). Entre os seus animais
favoritos que recebem
um sacrifício inclui a lesma terrestre (igbin), pombo (eyele), Guiné
(ETU), frango (abo adie),
pêra), e durante as principais festas e instalações de sumos sacerdotes
em Obatalá é
oferecido maaluu (vaca/ touro). Todos estes animais são preparados e
carne cozida para
ser consumido entre sacerdotes e devotos.

Animais oferecidos a Obatala:

Cada animal tem seu significado na sua utilização como um sacrifício a


Obatalá. A lesma é
antídoto quando oferece sangue vermelho Obatalá. Como é lesma lento,
Obatalá nos ensina
a ser focado em nosso caminho, mas com passos medidos e sem
pressa. Babosa também
oferecido a ordem feixe de comprimento. Parte da sua poesia diz "O
fake dudu Gbomo re
couve, ou femi ewure Eeyan remi, remi feenlako minha ...", que significa
“Ele usa um
cavanhaque preto simples para salvar seus filhos, usa um pombo para
salvar as vidas de
seres humanos, e usa uma lesma para me salvar
A pomba é oferecido a Obatalá que representa prosperidade e bom
valor por ser uma ave
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

de boa sorte que sempre tem de viver. A ETU (galinha d'angola/guine)


está intimamente
associada com Obatalá. As sardas brancas são como marcas de Efun,
giz Africano,
colocadas a mão Obatalá. A canção está associada "Gbogbo ara l'Orisa
fi fetu, gbogbo ara."
-". O corpo inteiro da galinha guiné é Orisa (Obatalá). Em OOSA, a
poesia de Obatalá,
disse ele, “Etu ou ji toun taaso, Obanla ou ire ji”, “o guiné aumentou
com a sua AASO (" osu
"chamado" agarrando" na sua cabeça). Isso mostra que a cabeça
pontiaguda é como o Ase
da Guine é colocado sobre a cabeça do novo iniciado ou "Orisa iyawo”.
É outro sinal de
respeito a Guiné.

Mentiras sobre Obatala:

Alguns mitos comuns mensionam várias coisas sobre Obatalá que


quando investigamos em
Yorubalandia vemos que não são inteiramente corretos. Aqui estão
alguns exemplos:
"Obatalá não bebe álcool." A verdade é que, dependendo da região em
terra iorubá, Obatalá
podem ser oferecidos oti Sekete (cerveja feita a partir de Tipo de milho),
otika (tipo de
cerveja feita de sorgo), e até mesmo oti Oyinbo (bebidas bebidas
alcoólicas mais fortes,
como gin ou aguardente bebidas alcoólicas Siemans que são
introduzidos pelos europeus, e
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

sepe - uma forte bebida alcoólica feita em Yorubaland)


"Ochanla é um aspecto do sexo feminino Obatalá." Nas tradições
religiosas têm sido
desenvolvimentos em alguns lugares do que em outros. Ochanla é a
forma mutante do
Oosanla que é apenas outro nome para Obatalá na tradição Orisa da
África Ocidental.
“Só animais brancos são dados a Obatala." É claro que o pano branco e
outros objetos é a
sua preferência. Mas em muitas áreas da Yorubalandia pode dar aos
animais de outras
cores, e que é dado apenas os animais brancos em certos momentos
específicos
"Obatalá nos ensina a virtude de ser monogâmico." Embora lyemoo é a
sua esposa
principal, Obatalá teve vários relacionamentos e esposas, incluindo
lyemoja, Osun, etc. Em
um verso de Odu Ifa Ose Logbe Ifa diz: "Bobinrin ba n Gbaja méji méji
Eyin ko mo pe eruru
aye-lo partir, divertido Adifa Oosaala Oseeremagbo, Eyi você Awoko
são nijo oko você no re
fe Jojolo niyawo." Neste caso, Obatalá era casado com Awoko mas
decidiu tomar Jojolo
como esposa também para que ele poderia ajudar em casa com as
tarefas. Awoko era sua
esposa favorita, mas quando soube do ciúme, e tomou Obatalá a
capacidade de ter uma
ereção. Obatalá não poderia ter relações sexuais com Jojolo e teve de
fazer ebo para
convencer Awoko para voltar e tirar o poder que ele tinha dado a sua
esposa favorita.
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

Cultura Yoruba aceita a poligamia, mas não adota uma posição que
estilo de vida é melhor.
Ambos os estilos de vida, a monogamia ou poligamia, têm os seus pros
e contras.

Dos caminhos de Obatala:


-OOSA Olufon
-OOSA Oluofin
-OOSA Popo
-OOSA Ogiyan
- OOSA Rowu
- OOSA Alajo
-OOSA Ikire
-OOSA Irele
-OOSA Ajagemo
- OOSA Ajaguna
- OOSA Ojuna
-OOSA Obanimoro
-OOSA Obaso

Cidades importantes na veneração de


Obatalá:
- Ile Ife
- Tranje (Ile Ife está dentro)
- Ifon
- Ede
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

- lwofin
- Oyo
- Ejigbo
- Ogbomoso
- Iseyin
- Ikire
- Ikirun
- Owu
- Osogbo

Fontes de informação:
Oloye Babaloosa Iwintola Faronbi linhagem Ojoawo Ajanbata em Oyo
Oloye lyaloosa Adunola Ayoka Dalemofoosa Onto linhagem em Oyo
Oloye Adedoyin Olayiwola Talabi, a linhagem Yeye Apenimo lya Dudu,
Osogbo Osogbo
Oloye Fakayode Faniyi, o Agbongbon Awo de Osogbo Agbongbon
Oderinlo linhagem,
Osogbo Kehinde Oloye Osundara Oyawale, o Oya lya Osogbo
Fotos: Orisanla no Brasil, templo de lle-ife - Nigeria
Obs: esse texto não é sobre orixá no candomblé, esse texto é sobre o
culto do Orisa na
Nigéria e Benin

REVELAÇÕES INÉDITAS E
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

SURPREENDENTES SOBRE
OBALUFON-OBATALA

Quem fala na entrevista é Príncipe Alatise Oyeleke - Pertence a família


Real de Ifon -
Obalufon, existem 3 linhagens de descendência, uma em Ifon, outra em
Sepeteri e outra em
Ondo.
A família real de Obalufon de Sepeteri são descendentes da família de
Ifon do Estado de
Osun, Sepeteri hoje é estado de Oyo, antigamente não existiam
Estados, então lfon e tudo
fazia parte do Imperio de Oyo, o Rei Obalufon migrou de lle fé.
O nome o significado de Obalufon:
Na historia dos yorubas eles acreditam que a origem é lle ifé,
antigamente, quando alguem
contestava o trono Real, só tem um rei em cada cidade, aqueles que
perdiam eram
convidados a sair da cidade para que o novo rei tenha paz para reinar.
Então um dos principes que contestou o trono e perdeu chamava-se Ola
Osa, foi convidado
então a sair e ifé, então foi recomendado que ele se escabele-se em um
local em que ele
visse muitos cogumelos que em yoruba a palavra cogumelo se chama
"olu" ( não
escrevemos com o tom correto) e onde vissem muitos pássaros com
nome de Ega.
Antes então de fundarem Ifon, eles ficaram em uma cidade que se
chama Ifon Ere ou Ifon
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

Ega, que foi o primeiro lugar onde eles começaram a ver cogumelos e
os pássaros voando
mas, os cogumelos ainda não eram muitos, e tinha sido dito que o lugar
que encontrariam
haveriam muitos cogumelos espalhados, e quando encontraram esses
cogumelos
espalhados.. " muito espalhados em Yoruba fala-se fon (não
escrevemos com o tom
correto) foi ai Então que se originou o nome de Obalufon

OBA OLU FON-O REI DE ONDE TEM MUITOS COGUMELOS


ANTES DOS BÚZIOS:
OS DEVOTOS DE OBATALA USAVAM 16 PEDACINHOS DE
DENTE DE ELEFANTE PARA
A CONSULTA ORACULAR

(Asa Orisa Alaafin Oyo - Sepeteri - Oyo - Príncipe Alatise Oyeleke)

Então o nome Obalufon originou-se devido ao fato do Principe Ola Osa


fundar uma cidade
onde haviam muitos cogumelos espalhados.
Quando Ola Osa com sua família deixaram lle ifé e lfé, foram orientados
por Obatala através
do eеrindilogun (jogo dos 16) consulta divinatória, a encontrar um local
onde muitos
cogumelos e o pássaro Ega estivesse em abundancia.

OPA SOORO
OPA SORO USADO
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

PELO REI
OPÁSSARO NA
PONTA ÉO EGA
OS NIVEIS
REPRESENTAM
OS COGUMELOS

Dra Paula gomes, fala que já viu muitos opa soro mas, que o opa soro
de ifon é muito
diferente do resto, pq tem um pássaro na ponta 3 o 4 níveis distintos e
pede
esclarecimentos.
A reposta: 0 Opa pode ser diferentes em vários locais, mas que ele pode
contar sobre a
historia do Opa Soro de Ifon.
o Opa Soro é feito baseado na historia que contávamos antes, o
pássaro do topo é o Ega, e
os níveis abaixo representam os cogumelos, e é Opa que pertence ao
Rei.
Também esclarece o Ega é tabu para os devotos de Obatala não se
pode comer ou caça-
los. Opa é só para o Rei
OBATALA
Obatala é o Rei mais antigo de lle ifé, depois dele que veio Oduduwa,
Obatala saiu do trono
para Oduduwa e Oduduwa conquistou a terra de lfé.

Ele como descendente de Obatala, foi então perguntado sabe sobre a


historia da criação do
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

mundo: Foi Oduduwa ou foi Obatala que veio para terra para completar ,
preencher o
mundo? Ele disse então que quando Oduduwa chegou a terra Obatala já
estava, Foi
Obatala que veio completar , preencher o mundo com os outros Orisa e
que foi Obatala que
fez os cabeça, os olhos, todos os seres humanos.

OFERENDAS:

A cor dos animais não tem importância no hora da oferenda por que o
que importa é o
sangue, e não importa a cor que o animal tenha por fora o sangue é
sempre vermelho a cor
que o animal tem por fora não tem nenhum significado. Não
diferenciamos o sangue de uma
galinha preta ou de uma galinha branca.
OKUTA/OTA
O lgba Obatala não vai pedra dentro.

ERINDILOGUN
ANTES DOS BÚZIOS:
OS DEVOTOS DE OBATALA USAVAM 16 PEDACINHOS DE
DENTE DE ELEFANTE PARA
A CONSULTA ORACULAR

ANTIGAMENTE USAVAM DENTES DE ELEFANTE PARA CONSULTAR


OBATALA.
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

PARTIAM OS DENTES DO ELEFANTE PARA FAZER A DIVINAÇÃO.


NÃO É POSSIVEL USAR 16 PEDAÇOS DE OBI PARA LER
ERRINDILOGUN. NÃO SE
FAZIA ISSO.
QUAL O SIGNIFICADO DA PALAVRA OBATALA?
Rei do Branco, do que é claro e puro.

Alguns Mistérios de Obatala da


crença da encarnação de
Olodumare a Abenteru um culto
reservado a homens

Abun Teru / Oosa Ojude / Oosa Popo (Obatalá mistério) de


ibadan
Por Baba Solomon Omojie -mgbejume

Obatalá teve muitas encarnações ou estradas, é dito sero


Orixá da criação e da energia criativa, na verdade muitos
dos mais velhos dizem que ele é a encarnação de
Olodumare (Deus) na terra como Olodumare chamado
também de Olofin-Orun enquanto Obatalá é Olofin-Aivee. O
aspecto de Obatalá chamado de Abunteru ou Oosa Ojude
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

e Oosa Popo é um misterioso Orixá, que tem o poder de


transformar coisas e objetos que entra em contato com ele,
é temido, Abunteru tem tantos tabus, alguns dos quais são:
A comida usada no culto deve ser consumida no dia e não
deve ser permitido chegar ao dia seguinte, porque, quem
come no dia seguinte vai ficará doente e pode deixar o
planeta terra. Nenhuma carne deve ficar presa aos dentes
até o dia seguinte, e nenhuma pessoa com uma marca tribal
(tradicionais marcas faciais usadas por Yorubas) deve
adorar ou aproximar-se do seu santuário.
Abunteru é dito ter vindo de Ifé e é por isso que é elogiado
como Abunteru Olufe Ooni, Abunteru Olufe Oodaye,
Abunteru é dito ter vindo de fé e é por isso que é elogiado
como Abunteru Olufe Ooni, Abunteru Olufe Oodaye,
Womuwomu, Ogogorumorumo (abunteru o rei de ife,
abunteru o rei do lugar onde a terra começou, destruindo
para criar, Ogogorumorumo - Sim.)
Este Orixás é adorado no dia e o sacerdote principal deve
entrar no santuário em completa nudez, sempre que o
sacerdote entra e sai o ele é transformado para se tornar
mais velho do que quando ele entrou e é só depois de
várias horas após a adoração que o sacerdote volta à sua
aparência normal.
Este misterioso Orixá não deve ser visto por uma mulher e
diz-se que Abunteru é o pai da sociedade Ogboni e, por
isso, enquanto o culto está acontecendo, são membros da
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

sociedade Ogboni que entoam os cânticos os Aro-Ogboni


(cantos do ogboni)
Em Ibadan, o orisa está situado em uma pequena área
rochosa e lá sete passos para o santuário onde o orisa é e,
no máximo, alguns sacerdotes estarão no caso das
escadas, enquanto o chefe sacerdote entra no santuário nu,
rituais e quebra de kolanut se realiza em As escadas.
Muitas pessoas reúnem-se para rezar por todos os tipos de
bênçãos.
Outra coisa significativa que acontece é o pote de água que
contém ervas sagradas são transportados por uma mulher
que o Orixá escolheu, uma vassoura é usada para espalhar
a água por todos os lugares, esta água é acredita-se que
essa agua pode curar todosos tipos de Doença, conceder
bênçãos e repelir inimigos.
O principal sacerdote deste orixás em Ibadan é Olukunmi
Egbelade, que também é Baale Yemoja de Ibadan, o
formado por Ogunshola falecido.
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

Ao dizer Ẹdan e Ògbóni, o que queremos dizer é Ẹdan, o Òrìṣà e os


Seguidores.

Ògbóni é uma seita ou denominação da Religião Ifá em Oòduàland


(Yorùbáland) e seu local de culto é chamado de “Ilédì”.
Ẹdan é uma das Imọlẹ̀, Divindades criadas por Olódùmarè. Ẹdan
não estava entre a família enviada por Olódùmarè e, portanto, ela
permaneceu no céu quando outros vieram. Como visto em Ifá,
quando não havia estabilidade no Mundo, Ọ̀rúnmìlà consultou Ifá e
foi instruído a convidar Ẹdan do Céu. Ela honrou o convite e veio
para a Terra. Com sua chegada, um novo sistema foi introduzido na
governança do mundo. Ela introduziu um sistema pelo qual um
idoso experiente escolhido cuida dos assuntos de cada
comunidade.

Ògbóni é o nome dado ao grupo formado pelos devotos de Ẹdan.


Essas pessoas devem ser honestas e fiéis. A fim de implantar esta
retidão necessária nas pessoas, existe um tipo de iniciação que
envolve purificação, oração, aliança, juramento e muitas outras
atividades para tornar um iniciado uma pessoa completamente
correta. E essas pessoas seriam os fabricantes de reis que
nomeariam e iniciariam o novo rei. O poder de controlar o rei
também residia no grupo desses anciãos. Este sistema de fazer um
novo rei com cheque e equilíbrio existiu no mundo por muito tempo
e em Yorùbáland até a intrusão de colonizadores que vieram com
um sistema de governança diferente.

Os anciãos experientes que cuidam dos assuntos da comunidade


são chamados de Ògbóni. O líder de Ògbóni é chamado de Olúwo,
enquanto os outros ofícios incluem Apèènà, Ìyá Àbíyè, Aro, Odofin,
TEMPLO DE IFÁ ORILOBA

Iyamokun, Ìyá idi Àgbà e assim por diante. O Olúwo então deve ser
um Sacerdote de Ifá.

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