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Africa
Cuba
Em Cuba, é chamado de Elebará, Eleguá.[14] É uma das deidades
da religião ioruba. Na santería, é sincretizado com o Santo Niño de
Atocha ou com Santo Antônio de Pádua. É o porteiro de todos os
caminhos, da montanha e da savana, é o primeiro dos quatro
guerreiros junto a Ogum, Oxum e Oxóssi.
Tem 201 caminhos, suas cores são o vermelho e o preto e seus
números são 3 e 7. É o comunicador e Ifá lhe deu quatro búzios para
falar com ele. Ele está presente no início da vida e na hora da morte.
Haiti
No vodu haitiano, é chamado de Papa Lebá e Petro, Maitre
Carrefour ("dono da encruzilhada"). É o intermediário entre os loás e
a humanidade. Está em uma encruzilhada espiritual e dá (ou nega)
permissão para falar com os espíritos de Guinee, e acredita-se que fale
todos os idiomas humanos. Ele é sempre o primeiro e o último espírito
invocado em qualquer cerimônia.
Na República Dominicana, é cultuado como vodum Lebá, e,
em Trindade e Tobago, como Exu.[15]
Demonização de Exu
Na África na época da colonização europeia, ainda no século XVI, o
Exu foi sincretizado erroneamente com o diabo cristão pelos
colonizadores[16], devido ao seu estilo irreverente, brincalhão e à forma
como é representado no culto africano. Por ser provocador, indecente,
astucioso e sensual, é comumente confundido com a figura de Satanás,
o que é um equívoco, de acordo com a construção teológica iorubá,
posto que não está em oposição a Deus, muito menos é considerado
uma personificação do mal.
Mesmo porque, nessa religião, não existem diabos ou entidades
encarregadas única e exclusivamente de coisas ruins, como ocorre
no cristianismo, segundo o qual tudo o que acontece de errado é culpa
de um único ser que foi expulso por Deus. Na mitologia iorubá,
porém, assim como no candomblé, cada uma das Divindades (Orixás)
tem sua porção positiva e negativa assim como o próprio ser humano.
Desde a época das primeiras traduções inglesas de palavras iorubá em
meados do século XIX, Èṣù foi traduzido como "diabo" ou "satã".[17] O
primeiro exemplo conhecido disso veio do "Vocabulary of the
Yoruba" de Samuel Ajayi Crowther (1842), onde suas entradas para
"Satanás" e "Diabo" tinham Exu em inglês. Dicionários subsequentes
ao longo dos anos seguiram o exemplo, permeando a cultura popular e
as sociedades iorubá também. Ultimamente, muitas campanhas online
foram criadas para protestar contra isso, e muitos ativistas trabalharam
para corrigi-lo.[18] Também houve um grande número de trabalhos
acadêmicos examinando o erro de tradução.[19][20] A tradução
no Google Tradutor assumiu os mesmos erros de tradução anteriores.
Isso levou a uma série de campanhas on-line[21] até 2016, quando o
linguista e escritor nigeriano Kola Tubosun, então funcionário do
Google, mudou pela primeira vez para conotações menos
depreciativas. Quando as alterações foram revertidas, ele as alterou
novamente em 2019.[22] A tradução de Èṣù para o inglês agora
permanece "Èṣù", enquanto "diabo" e "satan" são traduzidos para
"bìlísì" e "sàtánì", respectivamente.[23]
"Sobre Exu, além de suas atribuições mais conhecidas, embrenhamo-
nos em uma de suas mais complexas e poderosas qualidades –
como O Guardião do Axé – que, recebendo a réplica desta força
neutra de Olodumarê (Fálàdé, 1998, p. 494), coloca-a à disposição de
todos, seja para os homens ou para os orixás, confirmando que Exu de
mal ...., nada tem ..., mas ao contrário, apenas age com justiça. [12]
[24]
Suas ações para com os seres humanos são altamente benéficas,
auxiliadoras e produtivas para aqueles que fazem uso adequado de seu
livre-arbítrio e que, com retidão, se portam de maneira condigna para
com os princípios e padrões morais e religiosos, seja em relação a si
mesmo, seja em relação ao meio ambiente em que vive.
Recordando uma frase citada: "(...) Isto acontece por que algumas
pessoas erroneamente possuem a convicção que Èṣù é o opositor
Satanás (Fálàdé, 1998, p. 493)"[25] e que, além disso, o que faz com
que os sacerdotes sejam bons ou maus não é o simples fato de
administrar o Axé, e sim a forma que deliberadamente usam este Axé,
podemos dizer que isto é uma questão humana de caráter, e nada tem a
ver com o poder divino do Axé. O que podemos dizer de Exu, que
recebeu e administra a cópia do próprio Asé de Olódúmarè? Exu é
igualmente neutro como o próprio Axé, por isso é o guardião do Axé.
Como Odará recebe, como Elebará, faz acontecer, e como Ojixé
(Òjíṣé). conduz o retorno. Tudo isso é "Exu – Olodumarê assim
determinou." (Abimbola, 1975, p. 3)[13] Será que ele é tão terrível e
mau quanto querem dele fazer? Como ele pode ser tão temível se é tão
neutro como o Axé? Quando narramos o Odù Iwori-Ofun (Bascom,
1969, pp. 310-311)[26], vimos que simplesmente Exu cumpriu seus
desígnios de forma imparcial.
As explanações aqui realizada efetivamente enalteceram Exu, porém,
cabe tecer algumas considerações sobre a absurda questão, mesmo por
sincretismo, de que o Exu seja o diabo das religiões cristãs e/ou o mal
absoluto tratado pelas religiões ocidentais, que diferem totalmente dos
conceitos da religião dos orixás (orixaísmo) (Barretti Fº, 2010)[27],
praticada na chamada Iorubalândia e nas descendentes da diáspora.
Que fique registrado que a religião dos prixás, praticada em qualquer
parte do mundo, independentemente do nome regional adotado,
respeita, mas não reconhece a Bíblia como uma de suas diretrizes
sagradas, tampouco o Alcorão e a Torá. Para os orixaístas, trata-se
apenas de livros religiosos, assim como tantos outros.
O orixaísmo oriundo da tradição oral, portanto ágrafa, apesar de já
contar com muitos escritos, reconhece apenas a "oralidade" dos Itã-
Odu, os Itã-Mimo- Oxá (Ìtán-Mimó Òòṣà; histórias sagradas dos
orixás) como o único "livro ou fala sagrada" a serem adotadas e que
também reconhece os ditames do corpo "literário" do oráculo de Ifá,
os Odu Ifá, cujo governo pertence à divindade Orumilá, portador de
imensa sabedoria e conhecido como Ibiqueji Olodumarê (Ibìkejì
Olódùmarè; a segunda pessoa de Olodumarê).
Conceitos religiosos europeus e asiáticos não faziam parte das
tradições iorubás antes das colonizações, nem das religiões dela
descendentes na diáspora, tampouco antes dos senhores de escravos
imporem aos africanos o catolicismo, entre outras religiões.
As formas deturpadas, aculturadas e sincréticas que impuseram e
continuam a se impor à religião, nos dias de hoje, foram e ainda o são,
os maus frutos decorrentes do processo da escravatura nas Américas e
das colonizações europeias impostas a povos africanos. (Conferir
em: "Os Clérigos Nativos Yorùbá.")
Conceitos cristãos como os de alma, céu, inferno e purgatório
encontraram terreno fértil para se propagar nas já contaminadas
tradições iorubás e de suas descendentes, seja por missionários, seja
por agentes governamentais e seja por autores pertencentes a outras
culturas e/ou crenças que registraram as tradições, os costumes e
religião dos iorubás, escritos e interpretados pela ótica do colonizador
e/ou opressor. E o pior, os registros decorrentes dessas interpretações
(que até hoje continuam) criaram "falsas" tradições, que se tornaram
"verdades literárias inquestionáveis" e vitimam a religião iorubá até
hoje. (Conferir em: Dos Yorùbá ao Candomblé Kétu – Os Autores)
Um fato muito importante e que deveria ser totalmente condenável é
que sempre que se estuda ou se faz pesquisa no campo das religiões
comparadas, os parâmetros e os referenciais são sempre os
do cristianismo, islamismo e outras religiões aplicados à religião
tradicional dos iorubás. A recíproca, infelizmente, nunca é verdadeira,
pois, se assim o fosse, teríamos inúmeras e novas variáveis a serem
avaliadas, para o bem da religião tradicional iorubá e de suas
descendentes." (Barretti Fº, 2010, pp. 132-133) [28]
5 Mentiras Sobre Èsù
1 – Èsù representa o Diabo, pois Òsálá representa Jesus!
O sincretismo, algo que muitos religiosos hoje estão lutando
contra, acabou criando essa imagem de que cada Òrìsá tem um
correspondente aos santos católicos. Cada santo foi sendo
associado a um Òrìsá, mas quando chegaram em Èsù…
Por causa das lendas populares e outras até que realmente existem
no corpo de poemas de Ifá; por causa de seu temperamento e
peripécias, esse Òrìsá acabou sendo associado ao Diabo. Piorando
a situação, nas giras de Exú (note como mudei a escrita), o nome
do Òrìsá passou a ser associado ao chamado povo de rua e suas
cantigas sempre exaltando o diabo, satanás e demais demônios
cristãos.
“Os cristãos dizem que Èsù deu a Adão e Eva uma fruta para
comer no Jardim do Éden, a maçã no caso. Depois que Adão e
Eva comeram o fruto, seus olhos se abriram e eles se tornaram
civilizado. Eles sabiam que estavam nus e tinham que ir
encontrar algumas roupas para vestir.”
Família e Religião
Uma outra coisa boa sobre Chief Esuleke é que ele não impõe sua
religião em sua família. Suas esposas e filhos, diz ele, são livres
para professar qualquer fé que elas queiram – um belo exemplo
para seguirmos no Brasil.
Èsù possui seu Ewo, que é o Adin e outras casas associam outros
elementos. Os iniciados têm suas quizilas pessoais e também
devem respeitar a principal do òrìsà.
EŞÚ - É o princípio de tudo, é o espiral na terra por onde segue todas
as mensagens aos outros Òrìşá, e é o movimento
que nos mantém vivos. Eşú é o tudo e o nada, é o
mensageiro de tudo e de todos. É o equilíbrio da
natureza, sem ele nada poderá ser feito.
Oriki
Song
Ebesu lagbado, ebesu lagbado
Ìyá oni yangan
Ebesu lagbado ( repeatedly)