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Como Nasceu Ori

ORI em iorubá significa CABEÇA. O Ori está acima dos


Orixás, pois nenhum Orixá, nem mesmo Olodumare
atenderá um pedido do ser humano, que não tenha sido
autorizado por seu Ori.
Conta a lenda que os Orixás e Ancestrais se rebelaram,
querendo ter os poderes e a sabedoria do Deus supremo.
Como mensageiro nomearam Exu, que levou as
reivindicações a Olodumaré. Este lhes enviou um poderoso
obi, e, orientado por Ifá, determinou que após deixá-lo a
noite inteira numa encruzilhada, os Orixás e Ancestrais
deveriam tentar parti-lo para mostrar seu poder.
Ori era apenas uma pequena bola, que não possuía sequer
um corpo para se apoiar, e ninguém o respeitava. Para
conseguir partir o obi, procurou Ifá, que o aconselhou a
fazer uma oferenda para os Odus, para conseguir a força de
todos eles. Além disso deveria espojar-se na poeira do chão
por algumas horas.
No dia seguinte todos já estavam preparados para tentar
partir o obi, quando chegou Ori, espojando-se na poeira.
Um a um os Orixás foram fracassando na tentativa, pois o
obi era muito forte e resistente.
Ori se apresentou e, como última opção, deixaram-no
tentar. Com seu peso caiu sobre o obi, que se partiu em seis
gomos. Todos ficaram muito felizes.
Olodumaré, ao receber a notícia, imediatamente enviou
uma linda almofada, onde Ori se instalou. Dessa forma Ori
ganhou um corpo para sustentá-lo. Orixás e Ancestrais
exclamaram: ORI APERE!
A partir desse momento, Ori nasceu. Passou a ser dotado
de Iwa, a existência, dada por Olodumaré, como prémio
por ter sido o único a conseguir partir o fruto-ventre.
ORÍ - Cabeça física e espiritual

As 401 divindades procuravam por um estado de perfeição,


e foram procurar Ifá para fazer a adivinhação para eles,
através do Jogo Ifá previu que eles fizessem ebó (sacrifícios)
nenhuma das divindades quiseram fazer, só quem fez foi
ORI, e seu sacrifício foi abençoado. Portanto ORI é mais
forte que as divindades, somente ORI chegou no estado de
perfeição.ORI é forte, mais que os orixás.
Para qualquer Yorubá, a palavra ORI tem uso amplo. ORI
num primeiro momento quer dizer cabeça; e simboliza
também - o ápice de todas as coisas; o mais alto
desempenho, portanto contém o superlativo ou seja o
Zênite. Por exemplo, a cabeça é a parte mais alta e mais
importante do corpo humano, é a moradia do cérebro que
controla o corpo inteiro. O líder ou chefe de qualquer
organização é referido como "Olóri" (a cabeça), ORI é
cabeça, cabeça é alta, alto é supremo e o ser supremo é
ÔLÔDUMARÊ (Deus maior).
No corpo humano ORI se subdivide em duas colocações:

1) a cabeça física - é o crânio humano, onde está o cérebro


que usamos para o pensamento e controle das outras partes
do corpo; consciente ou inconsciente; os olhos para tudo
ver; o nariz para respirar e cheirar; orelhas para ouvir; a
boca para alimentar e falar; a língua para saborear; nossa
essência masculina ou feminina está na cabeça, o rosto que
dela faz parte nos distinguem uns dos outros, imprimindo
uma identidade individual; sem a cabeça o homem e
mulher seriam como qualquer "X".

2) a cabeça espiritual está subdividida em mais duas partes


a saber:

CABEÇA ESPIRITUAL:
APARÍ-INÚ (CABEÇA ESPIRITUAL INTERNA)
ORÍ-ÀPÉRÉ (santo pessoal, destino ou parte divina de cada
um: escolhido no domínio de ÀJÀLÁ - divindade de ORÍ.
ORÍ-ÀPÉRÉ é acumulação de destino individual; Isto é:
ÀKÚNLÈYÀN, ÀKÚNLÈGBÁ e ÀYÀNMÓ.
AKUNLEYAN é à parte do destino que cada um escolhe
por vontade (livre arbítrio) própria.
AKUNLEGBA é à parte do destino o qual está adicionada
como complemento de AKUNLEYAN
ÀYÀNMÓ é aquela parte do destino que nunca pode ser
mudado. Por exemplo - pais, sexo, karma, etc.
Mas Akunleyan e Akunlegbá podem ser melhorado
enquanto Àyànmó não pode ser modificado . O destino
ORÍ-ÀPÉRÉ está escolhido no domínio de ÀJÀLÁ
(divindade de Orí).

APARI INÚ é de caráter individual, uma pessoa poderia


chegar a terra com bom destino, mas, sem boa conduta; A
maldade da cabeça espiritual interna danificará
definitivamente o bom destino, o inverso também acontece.
Porém o "destino" pode ser modificado, numa certa
medida, quando certos segredos são conhecidos, dentro de
um contexto e conhecimento da Teologia Yorubana.
Contudo ORÍ é o mais importante entre as divindades. Na
ordem de importância - o primeiro é Orí; o segundo é a
mãe, e se ela tenha morrido, seu espírito; em terceiro lugar é
o pai, e se tenha morrido, o seu espírito; em quarto lugar,
IFÁ e a seguir, seu orixá e as outras divindades.
Ser humano - somatória - O Criador, o procriador,
procriadora e ser procriado.
Ori - Alma e Personalidade.

Ori tem a propriedade de ser controlador. Além de guiar a


vida, comanda todas as atividades, físicas ou não. Ele
armazena em um só local todas as informações necessárias
para a existência do homem. Nele encontramos o Asé
(força) que forma a personalidade do ser e faz com que cada
um pense e haja de forma diferente.

Ori guarda todas a s chaves para o êxito da vida do homem,


ou seja, inteligência, bons pensamentos e memória. Estas
são qualidades do homem que integram Ori.

Ori tem a função de gestar o Asé do homem, ou seja, ele


amadurece todos os Pensamentos, transformando-os ou
aprimorando toda e qualquer idéia que passe Por ele.

Ori é independente do ser (corpo físico) e embora esteja


ligado a ele, suas funções comandam todas as outras.

Ori recebeu três coisas essenciais para sua existência: A


preparação para a vida na Aiye (terra) A preparação para a
Iku (morte) e A preparação para a vida no Orum (céu) Isto
possibilita que no Aiye exista a união Ori + Ara (corpo +
cabeça). Mas atenção: mesmo que haja separação, no caso
de morte, Ori nunca morre.

No caso de morte, Ori e Eledá (alma) se juntam e, caso


necessário, realizam rituais como: Asese (vigília): para que
possa haver a separação; Orisá Olori (senhor da Cabeça) e
Ori, para que a alma ou o espírito possa seguir seu caminho
no Plano astral.

Por ser uma parte concentradora de energias benéficas e


maléficas, deve-se Ter todo cuidado ao deixar o Ori na mão
de estranhos, mesmo que seja para Um simples carinho ou
ritual. Lembrem-se que o sucesso ou fracasso depende do
Ori e suas qualidades.

Algumas saudações: Olorire - pessoa de boa cabeça Olori


Buruku - pessoa possuidora de cabeça ruim.

Quando encontramos uma pessoa que, apesar de enfrentar


na vida uma série de dificuldades relacionadas a ações
negativas ou maldade de outras pessoas, continua
encontrando recursos internos, força interior extraordinária,
que lhe permitam a sobrevivência e, inclusive, muitas
vezes, mantém resultados adequados de realização na vida
, podemos dizer, "ENIYAN KO FE KI ERU FI ASO, ORI
ENI NI SO NI", ou seja, "as pessoas não querem que você
sobreviva, mas o seu ORI trabalha para você", trazendo,
essa expressão, um indicador muito importante de que um
ORI resistente e forte é capaz de cuidar do homem e
garantir-lhe a sobrevivência social e as relações com a vida,
apesar das dificuldades que ele enfrente. Esta é a razão pela
qual o BORI, forma de louvação e fortalecimento do ORI
utilizada em nossa religião, é utilizado muitas vezes,
precedendo ou, até, substituindo um EBO. Isso se faz para
que a pessoa encontre recursos internos adequados, esta
força interior de que falamos, seja à adequação ou
ajustamento de suas condições frente às situações
enfrentadas, seja quanto ao fortalecimento de suas reservas
de energia e consequente integração com suas fontes de
vitalidade.

É importante dizer que é o ORI que nos individualiza e, por


conseqüência, nos diferencia dos demais habitantes do
mundo. Essa diferenciação é de natureza interna e nada no
plano das aparências físicas nos permite qualquer
referencial de identificação dessas diferenças.
Ebós tradicionais que antecede ao ritual de Bori:

1 Ebó

Este primeiro ebó que antecede o ritual de Ebori damos o


nome de Tóya Kóssi que destina-se a remover doenças,
pragas, feitiçarias, Baku, Egun, e outras energias de ordem
negativa.
1 Vara de bambu que deverá ser partida, ao comprido, em
4, pega-se 1 parte destes 4 e confecciona-se na ponta deste
uma espécie de ponta de flecha, lembre-se embora partida
em 4 esta vara continuará com seu comprimento que
normalmente chega a 2metros, as vezes até 3.
Pinta-se 1 alguidar número 05 e 1 quartinha com tampa sem
alça de Efun, Ossun e Wají.
1 Galinha D‘Angola
1 Ekuru
1 Acaçá
1 Acarajé
1 Aberém
1 Bola de Canjica
1 Bola de Feijão Preto
1 Bola de Arroz
1 Ovo
1 Bola de Farinha
Tudo isso em Tamanho exagerado,
E 1 Bacia de Pipocas.
1 Estoura Balão (Fogos)
Modo de Fazer:
Levar o Filho de Santo no mato, no pé de uma Árvore
Frondosa. Entregar na mão direita dele a Galinha D’Angola
que será segura pelas Patas. Na mão Esquerda a Vara de
Bambu, o Alguidar pintado nos Pés da Árvore e Junto a
Quartinha sem nada dentro apenas tampada, e pede-se ao
Filho de Santo para mentalizar tudo que deseja que saia da
Vida dele e do Corpo. E vai se passando todas as comidas
começando pelas comidas escuras e terminando com as
Pipocas. Ao terminar de passar todas as comidas, o Filho de
Santo encosta a Lança de Bambu rente ao Tronco da
Árvore, na mão esquerda então, ficará a quartinha. Tira-se a
Tampa, pede-se ao Iyawo fale com a boca dentro da
quartinha pedindo para sair tudo de ruim da vida
dele,tampa-se a Quartinha e manda-se o Iyawo atira-la ao
chão para que se quebre. O próprio Iyawo faz um Sarayê
com a Galinha em seu Corpo e a Joga bem longe com toda a
Força. Neste mometo, dá-se na mão do Filho de Santo o
Estoura Balão que será apontado para bem longe botando
para correr então todas as mazelas que estavam na vida
daquela pessoa. Durante todo o processo deste ebó, canta-
se para Omolu.
2 Ebó

Este Ebó destina-se a Louvar a Exu na encruzilhada de


Cruz antes do ritual de Ebori.
1 Cesto de palha (vime)
7 Acarajés
7 Acaças
7 Moedas
7 Velas Bancas
7 Cores bem Vivas de Mourim incluindo o Preto e
Vermelho
7 Ovos
7 Bifes de Músculo
1 Padê de Dendê, de Água, de Cachaça, de Wají, de Mel, de
Camarão Moído com Dendê e outro de Fubá com Dendê.
7 Buchas de Pólvora misturada com Açúcar.
7 Pintinhos Carijós.
Modo de Fazer:
Passar os Acarajés e os Acaçás e depositar dentro do Cesto,
passar então os Pades e depositar por cima das comidas,
passar os Bifes e por em cima dos Pades, passar os ovos e
por em cima de cada bife, passar as velas e quebrá-las e
coloca-las dentro do cesto, passar as moedas e por em cima
de cada bife, esfregar a pessoa com os Pintinhos e colocá-los
em cima das comidas vivos, Esfregar todos os tecidos na
pessoa e fazer um circulo em volta do cesto com estes
tecidos, este ebó ficará no centro da encruzilhada. Estourar
as 7 buchas, dar as costas ao Ebó e seguir para a roça.
Tomar um banho cozido de folha de bananeira, casca da
fruta manga, folha de mangueira, manjericão e negamina.
* Esses ebós aqui prescritos são básicos de todo bori, porém
algumas pessoas vêem a necessidade de se fazer em casos
específicos outros ebós.
BANHOS QUE ANTECEDEM AO RITUAL DE BORI

1 Banho  SACO-SACO, FUNCHO E ELEVANTE


COZIDOS. (Após primeiro ebó) Dia anterior ao bori.
2 Banho  PEREGUM, ETINPOLÁ E AKOKO
COZIDOS. (Após segundo ebó) No dia do bori pela
manhã).
3 Banho  MACAÇA. SAIÃO E POEJO QUINADOS. (A
tarde antes do bori).
4 Banho  . LEITE DE CABRA COM EFUM. (A noite
minutos antes do bori).
ARRUMANDO A MESA DO RITUAL DE BORI
Arrumando a mesa do Bori

As comidas a serem postas também ficará a critério do


Babalorisa e ou Iyalorisá, devendo-se respeitar os elementos
imprescindíveis ao ritual, como MANJÁ, EKÓ, ISÚ (oká de
inhame), AJÉBÓ, EBÔ, EBOYÁ, EJÁ, FRUTAS (maçã verde,
uva itália, pêra, melão), OBI e\ou OROBÔ, ATARÉ,
SAIÃO, CAPEBA, EFUM, ORI DA COSTA, PALMAS
BRANCAS, VELA, QUARTINHA DE ÁGUA, O IGBÁ E
OJÁ PARA O ORI. Pode haver mais coisas como Doces e
comidas votivas de determinados Orisás. Mas tudo vai
depender da finalidade de se estar tomando Ebori, cabe ao
Babalorisá o discernimento do que é necessário e do que é
relevante de se oferecer a Ori.
Tenha por hábito em arrumar a mesa do bori com uma Eni
(esteira) forrada com uma toalha ou lençol branco.
Forrada a mesa com a toalha, arruma-se então as comidas,
ponha as palmas em um vaso branco ou transparente.
O Eborizado é trazido para frente da esteira do BORI,
acende-se a vela entoando
Ori tana
Tana de
Tana de
Tana de o
pede-se que ele fique em JOKÔ (abaixe-se) e bata pawó,
antes de por os pés na ENI (esteira). Peça a ele que fique
DIDÈ ( de pé) dobre os joelhos 3 vezes em reverencia a ENÍ
e então ponha o pé direito primeiro na esteira.
De frente para o Igba Ori com alguém em sua retaguarda,
pede para que caia para trás duro como uma tábua que a
pessoa que estará atrás irá amparar a queda, chegando nos
braços desta pessoa o Eborizado deverá dobrar as pernas a
fim de se acomodar confortavelmente na Eni. Explica-se a
ele a finalidade do BORI, que ali começa um dos principais
momentos da vida dele em ORISÁ, e que BORI nada tem a
ver com manifestar Orisá, mas sim moldar o Ori, para que
possa mais tarde estar preparado para receber Orisá e suas
oferendas, na verdade o bori é um Ebó para a cabeça.
Terminado, ele devera por as pernas esticadas para frente,
então começa-se o ritual.
Os ojás, o normal e o de morim, deverão estar na Ení dele.
O Babalorisá aproxima-se com a bacia de OMIÈRÓ (ervas
de Bori quinada: capeba, macaça, colônia, poejo, elevante,
saião) sentado num banquinho o Babalorisá lava as contas
do iyawo, o ORÍ do iyawo, as mãos e os pés do iyawo,
terminado este ato de lavar os pés é dito ao iyawo o
seguinte: “O que você viu aqui é a maior prova de
humildade que poderia ter sido dada a você, se o
Babalorisá foi capaz de lavar-lhe os pés, você tem por
obrigação de agora em diante ser humilde para com todos
em sua vida de Orisá, porque Orisá é humildade.”

A cantiga para a lavagem de Orí é a seguinte :

Osogià mà da deo
Tètè omi a ba
Jonì un pawò
Tètè omi a ba
Jonì um pá

Erò erò
Osogià mà da deo
Tètè omi a ba
Jonì un pawò
Tètè omi a ba
Jonì um pá

Terminada a lavagem, a bacia é posta de lado, enxuga-se o


Orí do iyawo.
Louva-se Orí :
Oríooo
Orí apèré !
Oríooo
Orí apèré !
Orí alafia !

Começa o ritual de passar Água, banha de Orí vegetal e


akasá, abre-se o cabelo bem no meio onde será posto os
Asés, passa-se ali, na nuca, no peito, nos braços (na altura
dos deltóides), na parte de cima das mãos, no umbigo e no
peito dos pés, se a pessoa tiver o pai ou a mãe falecidos é
posto os asés em vez do peito do pé entre o dedão e o
segundo dedo do pé. Caso seja orfão do pai, será feito no
pé direito, caso a mãe, no pé esquerdo, se dos dois então
nos dois pés. Após cruzar estes pontos do corpo da pessoa
os asés também serão depositados no Igba Ori. Cantando:

Orí ení
Kini sa ka eni
Orí ení
Kini sa ka
Iyan
Orí o lore
Orí un jé o
Iyá sa ka
En ki iya
Un to loko
Iyá sa ka en ki
Egbome bè
Tà n mo borio

Terminando enrola o Ori com o ojá de morim branco,


molda a cabeça, retira com o formato do Ori do Eborizado
e coloca em cima do Igba ori. Louva-se Orí

Oríooo
Orí apèré !
Oríooo
Orí apèré !
Orí alafia !

Segue apresentando as comidas e os sacrifícios oferecidos a


Ori, um a um. Cantando:
Ori a wurè o
Kolobó sére
Nu agba sére
Kolobó
Obi a wurè o
Kolobó sére
Nu agba sére
Kolobó
Ekó a wurè o
Kolobó sére
Nu agba sére
Kolobó...
E assim vai até todas as comidas e sacrificios serem
apresentados.

Dá-se inicio ao Obí, pega-se um prato branco com obi e


ataré, lembre-se que Obí tem vida, e portanto para que dê
vida ao iyawo deverá ser sacrificado, abra com as mãos o
obi, tudo isso em cima do prato que deverá ser segurado
por quem estiver auxiliando o Ebori, em cima do Orí do
iyawo. Tira-se o coração do Obí, aquele brotinho que fica
dentro do obi na parte de cima, ponha na palma da mão e e
diz-se o seguinte:

Kèsù bá
Kèsù bá

Os brotos ão arremessados para fora do ambiente. Junta


agora os gomos e molha-se, toca-se o Ori do iyawo, a nuca,
o peito, os dois ombros, o umbigo, a parte de cima das
mãos, dos pés, pronunciando seguinte:

Obi ni biku
Obi ni biarun
Obi kosí ajé
Obi kosi dina
Obi kosi fitibo
Obi kosi ofó

E diga “ofereço este obi a Iya Ori mãe das cabeças, a Baba
Ajalá o moldador de Orí e a Osalá, para que faça do Orí de
(diga o nome da pessoa) mais forte,com sorte e
prosperidade”.

Em seguida canta-se:

Baragadà
Obi aun lá
Baragada
Obi lokan

Baragadà
Obi aun lá
Baragada
Obi lokan

Depois de cantar 3 vezes lança o Obi no prato que estará


em cima do Ori do iyawo, lança-se até dar aláfiá, se depois
de 4 tentativas não “alafiar”, jogue esse obi na rua para
Esù, e parta outro, fazendo o mesmo ritual acima.

Ao alafiar o obi, diz-se então:


Aláfia!
Obi oo !
Ori oo !

Neste momento o Iyawo abre e fecha os braços em direção


ao peito.
E canta-se :
Obí a un lá
Baba
Obí ori
Obí a lodè
Obí a un lá
Baba
Obí ori
Obí a lodè

Põe um pedaço na boca do iyawo com uma ataré para que


ele mastigue e não engula, o Babalorisá também mastiga
um pedaço com atare, a Ojubona e o pai ou mãe pequena
do iyawo também se for o caso, deixe sobrar uma banda
que irá para dentro da tijela de Ibossé de bori do iyawo.
Após mastigado é devolvido tudo ao prato ao qual se fará
um pequeno bolinho,e o Babalorisá porá no ori do iyawo e
nos outros pontos que foram depositados os asés de omi,
banha de ori e acaçá, ou seja, irá tudo direto da boca do
Babalorisá para o Ori e Ara da pessoa.
Dê seguimento agora com o peixe uma das partes
principais do Bori.
O peixe deverá estar arrumado no prato da seguinte forma,
prato oval, peixe lavado, mas com tudo dentro, louva-se
Ejá da seguinte forma:
Ejá oo !
Ejá oriooo !

Então comece a cantar a cantiga do Ejá:


Ejá mogbá
Mogbá
Bori eni
Ejá mogbá
Mogbá
Bori Ejé

Começa então a tirar as guelras do peixe pelas laterais ao


lado da boca, naquela cavidade que há.
Após tirado, coloque-as em cima da cabeça do iyawo de
forma aberta como se fosse uma coroa, tira as barbatanas
laterais e arruma do lado da guelra. Corta o ori do peixa e o
rabo e arruma no Igbá. Feito assim, dê seguimento agora
com o ejé da etu, franga e pombo, de acordo com o que foi
pedido a ser sacrificado para Ori.
Para a Etu cante:
A bí a bí Etu koken
A bí a bí Etu koken
Nesta cantiga cruze a D’angola nos pontos marcados com
os asés, enrole o Ori da Etu com ewe Odundun (Saião),
torça o pescoço e puxe o Ori. Caindo o Ejé, cante:
Kuen kuen kuen
Baba bí a bí etu
Kuen kuen kuen
Baba bí a bí oro
Kuen kuen kuen
Baba bí a bí etu
Kuen kuen kuen
Baba bí a bí omã

A Etú desfalecendo, cante:


Eran gbobo
Orisá ‘fefé Etú
Eran gbobo
Orisá ‘fefé Etú ooo

Para a franga, entoe:


S’oro S’oro
Ejé ‘gbalé ak’ara ó
Cruze a franga na pessoa e cope. Assim que o ejé escorrer
no igbá, cante:
E Ori npá o
Ejé s’orò
Ori npá o
Ejé s’orò
A Adié desfalecendo, cante:
Ejé ‘gbalé
‘Gbalé l’ara wé
Ori npá
Ejé ‘gbalé
‘Gbalé l’ara wé
Apani ‘pani o

Para o pombo cante:


Eyelé é um ajá dìe
Oluwo ojú mama
Eyelé é um ajá dìe
Oluwo ojú mama
Osupá p’ara sé Olorun
Ojú mama
Ago alá
Olorun igbase
Oluwo
Ojú mama
Enrole o Ori do Eyelé com ewe Odundun e puxe o pescoço
do pombo deixe escorrer no igbá. Todos os sacrifícios para
Ori o ejé escorre no igbá e o Babalorisá deposita ejé no Ori e
nos pontos sacralizados com os asés no corpo da pessoa,
lambuzando egans com ejé e colando nessas partes, exceto o
Pombo que seu ejé vai somente no Ori.

Louva-se Orí
Oríooo
Orí apèré !
Oríooo
Orí apèré !
Orí alafia !

Terminando, cobre os asés no Ori com a folha de capeba e


envolvendo tudo com ojá do iyawo que está na eni.
Tempere o igbá. Enquanto se aguarda o asé ser preparado.
Reze para Ori e Orisás que são diretamente ligados a ele.

1. Oke Orisá mu nyé nyé


Oke Orisá mu nyé nyé
E k’omó fí owo
Ala dodè o
E k’omó fí owo
Ala dodè o

2. Mangba Orisá lú mangbá


Mangba Orisá lú mangbá
3. E k’omó baba
Ala dodè o
E k’omó baba
Ala dodè o

4. O Iya ‘Lorinjenan
Emi s’otá eni
O Iya ‘Lorinjenan
Emi s’ota ‘rè
O Iya ‘Lorinjenan
Emi s’otá eni
O Iya ‘Lorinjenan
Emi s’ota ‘rè
O Iya ‘Lorinjenan
Sé loko
Ori k’omo gbé emi gbo
Toto ‘ri gbobo
Irunmolé ijò
5. E Ori o
Al’apere
E Ori o
Al’aperè
Iya Oju l’ayè
Orisá B’adè
E Ori o
Al’aperè
(no lugar de Orisá, enuncie o Orisá da pessoaque está tomando
Ebori)

6. Ajala Ori
Ori lewá lewá lewá
Ajala Ori
Ori lewá lewá lewá
Mo pé yn
Eledumarè
A Ori eku o
7. Mo pé eyn
Eledumarè
A Ori eku o
Eku o Orun
Eku o Osupá
Eku o Ojó
Ojó bori ylé
Irè odi Ori
Odi irè Ori
Irè odi Ori
Odi irè Ori

8. Iyá yò
Iyá yò
Iyá yò Orunmilá
Iyá yò
Iyá yò
Iyá yò Orunmilá
Ifá idá Eko
Idá igbò
Orunmilá
Ifá idá Eko
Idá igbò
Orunmilá
Eni sopè Omo irè
Eni sopè Omo ire
Eni sopè Omo ire
Ifá idá Eko
Ida igbo
Orunmilá
Ifá idá Eko
Idá igbò
Orunmilá
Ení sopè Omo ire
Ení sopè Omo ire
Eni sopè omo ire
9. Mojugba awa
Agb ‘Oniregun
Mojugba awa
Agb ‘Oniregun
Awa ipadè lonan
Ipórun Ipórun
Awa Mesan orun
Okó ‘rikin Orunmilá
Awa Ori ofé
Ofé Eledá wa
Awa ‘tun otun wa
Oko ‘rikin Orunmilá
Awa ori ofé
Ofé Eledumarè

10. La oman
La w’aperè
La oman
La w’aperé
Aperè la oman
La w’aperè

11. Apere ori o


Ori Aperè
Lese Ekodidé
Aperè Ori o
Ori apere
Lese Ekodidé
Lese Orisá

12. Àwa nà wúre eléda wa


Àwa nà wúre eléda wa
Mo adúpe wúre ati odúnmódún
Mo adúpé wúre ati òsú mòsu
Mo adúpé wúre iba gbogbo
Àwa nà wùre eléda wa

Assim que o asé dos bichos estiverem prontos e frios, serão


apresentados.

13. Asé kun felebé


Tá n’inmolé
N’imo eya
Asé kun felebé
Tá n’inmolé
N’imo eya
Gba nsè gba nse kotun
Gba nsè gba nse kotun
O Iya inmolè
Asé kun felebé
Tá n’inmolé
N’imo eya

Segue com
14. E Asé Dara La okan o
Asé Dara
Asé Dara la okan
Asé Dara

Faz o Ritual de Isú

15. Ma ‘Bori jeun


Sikú were wé
Ma ‘Bori jeun
Sikú were wé
Neste momento, pega um pedaço do Isú e coloca na palma
da mão, pega um pedaço do asé dos bichos que foram
apresentados e coloca junto com a massa de inhame que
esta na mão e molde uma bola. Faça 3 bolas. Uma a pessoa
deve engolir, outra vai para o Ori e deve ser inserida no
Ojá, e a terceira vai para o Igbá.
Prossiga com o Manjá

16. Ori manjá ‘ju awo


Ori manjá
Ori manjá ‘ju awo
Ori manjá
Aperè ‘koro
Npá l’awo
Ori manjá ‘ju awo
Aperè ‘koro
Npá l’awo
Ori manjá ‘ju awo
Corte 3 fatias de manjá. Uma a pessoa deve engolir, outra
vai para o Ori, deve ser inserida no Ojá, e a terceira vai
para o Igbá.

Segue com o Eboyá


17. Iyemonjá ni sekení
Iya Ori ni sekeni o
Ori njè
Iyemonjá ni sekení
Pegue o Eboyá. Uma pequena quantidade a pessoa deve
engolir, outra vai para o Ori, deve ser inserida no Ojá, e
outra quantidade razoável vai para o Igbá.

Segue com o Ebò

18. Ebò Baba ebò n alá


Ebò Baba ebò n alá
Orisá nlá
T’alá bori o
Ebò Baba ebò n alá
Pegue o Ebo. Uma pequena quantidade a pessoa deve
engolir, outra vai para o Ori, deve ser inserida no Ojá, e
outra quantidade razoável vai para o Igbá.
Pegue o Ekó

19. Baba Odarebò


Baba Ekó mokan
Baba Odarebò
Baba Ekó mokan
Olorun Ajalè
Baba ekó mokan
Karelè

Baba ekó mokan


Karelè
Quando dobrar desenrole o Ekó e a quartinha com água e
em cima do Igbá ori, amasse o ekó despejando agua em
cima dele deixando o por cima do ebô.

Após pegue o ajebó


20. Ajebó nse nse
Ajebó nse iwá
Egbon n’iselé
Olorun nse
Ajebó nse nse
Despeje o ajebó no Igba Ori.

Neste momento oriente a pessoa a se levantar e com a


ajuda do Baba kekere ou Iya kekere ou Ojugbona do asé, e
ir pelo ilè e procurar uma folha que a pessoa bata o olho e a
agrade e peque uma e retorne com ela. Sempre que a
pessoa tomar Bori deverá pegar a mesma folha. Entoando

21. Ori Ori a Kafojé


Ori o
Awo Orisá
Ori Ori a kafojé Baba
Ori o
Awo Orisá
A pessoa retornando, segue cantando:

22. A Ori eku e o


Oluwa inan
Kini pa nji

23. Oro nyé nyé


Oleri o
Oro nyé nyé
Oro nyé nyé
Oleri o
Oro nyé nyé
Omitoro
To eru
Baba Oderó
Omitoro
To eru
Baba Oderó
Iyamase Malè
Akamurelè
Oro nyé nyé
Oleri o

24. Baba ni kojá ‘mirò


Erun gbobo
Erun je’jé

25. Agogo mi f’aro n aro


Oléri o
Agogo mi f’aro n odara
Oléri o

26. Oloorè salarè


Kamuró didè
Oloorè salarè
Gba si l’otun
Alaketurè

27. Okó r’ikó Okomuré


Aja n gberè
D’omo nya nya
Okó r’ikó Okomuré
Aja n gberè
D’omo nya nya

28. F’ara imorá


Asé Bena bupé
Asé imorá o
Alaketurè
Fara imorá

29. A indá Aro


A indá Arole
Irunmolé
A indá Aro
Lese mirò
A indá Arole
Irunmolé

30. L’iru o
L’iru o
G’erú g’erú g’erú

Abra a champagne

31. Ori nje


E tá ni wa r’ejò
Bori o
Ori nje
Lese Orisá
Aperè Ori o

Sirva a Champagne e de a cada participante do ritual para


desejar coisas boas ao Eborizado e tomar um gole da
champagne. Seguindo entoe uma cantiga para o Orisá da
pessoa.

Encerrando o ritual de Bori cante:

32. Bori nka f’ejá


N bori o
Bori nka f’ejá
Bori nka f’ejá
N bori o
Bori nka f’ejá
Asè k’were kue
Asè k’were kue
Bori nka fejá
N bori o
Obs: o Bori poderá ser tocado com atabaques e gan do
inicio ao fim, a Sassaniyn deve ser feita após o bori, Osayín
está presente em todos os rituais.
Só utiliza-se a galinha d’angola quando o bori é para a
pessoa que vai fazer santo ou obrigações.

Montagem do Igbá Ori

1 tijela branca com tampa ou prato em cima ou uma


Bomboniére de Cristal.
1 moeda de prata antiga
4 búzios brancos grandes
1 cristal de ponta bruto e límpido
1 peça de ouro
1 fio de coral
1 fio de seguí
4 conchas shell
4 idés de prata
1 par de gigatar (Juízo da curvina - pedrinhas que ficam na
cabeça desse peixe por dentro)
1 quartinha de barro branco
Levantando e Preparando o Carrego do Bori

Após o período que a pessoa ficar descansando após o


termino do Bori. Deverá ser estipulado o período de
descanso do Ritual. Ao término comece rezando:

33. Ojo ibí Orisá re o


Eye kan fo
Orisá sirè
Ojo ibí Orisá re o
Eye kan fo
Orisá sirè

34. Ijó in Olwa e ijó in


Ijó in Olwa e ijó in
Ma jé ko gba jé
Ma jé ko aro
Ma jé ko gba jé
E ijó in
E ijó in

Canta-se

35. Baba Oforikan dide nón


Baba Oforikan dide nón
Dide didè
Didè nón
Dide didè
Didè nón

Bate com a palma da mão por cima de toda a ení e da mesa


do Ebori. Pede-se agô ao Ori do Iyawo, e retira todo o asé
que se encontra no alto do Ori, ponha dentro do igbá Ori.
Lave o Ori do Iyawo com omièró fresco.
E comece a levantar as comidas dos Orisás. As primeiras
coisas a serem postas na bacia do carrego será as coisas do
igbá ori, incluindo as coisas que estavam na cabeça, depois
o peixe e os asés preparados, as comidas temperadas,
depois o ebo, o ajebó, as frutas, os doces e por último as
flores em volta. O ojá de morim envolve fazendo um laço.
Borrifar água por cima de tudo, enrolar no lençol, e por
uma saia de mariwô por cima da trouxa.
Neste momento pergunta-se ao jogo para onde deverá ser
encaminhado o carrego, mar, praia, cachoeira, mata ou alto
de morro. O carrego deve sempre ir pra um lugar bonito e
bom pois é para trazer coisas boas para a pessoa. O carrego
do Bori deve ser arrumado como se fosse um balaio, um
presente.

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