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Curso

Quem Somos

O Templo de Ifá Oriloba, foi


fundado em 2008, após seu
fundador, Babalawo Oriloba
Aworeni Odussola, Carlos
Eduardo Borges, chegar da
Nigéria, após ter passar pelos
vários ritos iniciáticos do culto
tradicional. Fica situado na
cidade de Campo Grande-
MS , No Jardim Leblon.
O principal objetivo do Templo de Ifá Oriloba é orientar seus
seguidores ao auto conhecimento e ao equilíbrio do Ori Inú (o Eu
Superior em alinhamento com as energias da natureza. ) , para que
possam alcançar o que existe de mais sagrado na natureza, a Energia
dos Òrìşá, juntamente com a sabedoria e a direção de nossos destinos
guiados por Orúnmilá, através do oráculo Ifá.

Hoje, no Templo de Ifá Oriloba, é realizado um trabalho de cura da


alma e do físico, através de rituais onde o foco principal é o Ori Inú (O
Eu Superior). Este, estando equilibrado e positivo, conecta-se aos
Òrìşá e a Olódùmarè (Deus), consequentemente, todo o restante
caminha.
Para que isso seja possível é oferecido todo o tipo de informação,
treinamento, instrução e esclarecimentos por parte dos sacerdotes, os
quais estão em constante aprendizado para o crescimento espiritual.
A missão dessa casa e de seu Sacerdote é levar aos quatro cantos do
mundo a palavra dos Òrìşá e os ensinamentos de Orúnmilá.
Para que isso se concretize,
Babalawo Oriloba Aworeni
Odussola, Carlos Eduardo e sua esposa Iyapetebi Osunfunmilayo,
Jheniffer Silva realizam palestras e workshop no Brasil e em vários
outros países, onde divulgam e esclarecem esses objetivos dentro do
culto tradicional africano.
Realizamos também vários trabalhos filantrópicos de ajuda a
instituições e comunidades carentes.
O Templo de Ifá Oriloba, é com certeza uma grande fraternidade
espiritual de alta magia.

“O conhecimento não é exclusivo para iniciados.


Inicie com o conhecimento ou aprimore o que sabe, aprender é o primeiro
passo para ser bom no que faz!”
-  Ìyápẹ̀tẹ̀bí OsunFunmilayo -Jheniffer Silva

Sumário

1. CULTO YORUBÁ
 A Cosmogonia Yorubá
(corpo de doutrinas, princípios)
Ọ RẸ LÚÉRÉ – O Caçador Primordial
2. Olódùmarè
3. A CRIACAO E O DESTINO DO SER HUMANO
4. Orunmila ordena proteção para seus filhos
5. ÒRÚNMÌLÀ E O PACTO COM IKU (MORTE)
6. ORÍ
7. Ìwà Pèlé - Caráter
8. BORÍ
9. Elenini
10. AJOGUN E ELÉNÌNÌÍ
11. O que é Ifá?
12. Iniciação em Ifá
13. Ser Iniciado
14. A importância da palavra de Ifá na nossa vida
15. Ancestralidade
16. SOCIEDADE Ògbón
17. O que é Òrìsá/Orixá?
18. A TRINDADE DE OBÀTÁLÁ, ESÚ E ORÚNMILÁ
19. Iniciacao em Orisa
20. Balalorisa, o que é?
21. Rituais e Sacrificios
22. Existe relação entre Orisás e santos católicos?
23. SACRIFÍCIO
24. Iyami Osoronga
25. Orisa Ayan , Ayon
26. ÀSÈSE
27. ÀBÍKU
28. CONHECENDO OS SENTIMENTOS
CULTO YORUBÁ

A Cosmogonia Yorubá
(corpo de doutrinas, princípios)
Yorubá é um nome reservado aos povos de Oyó, que acabou por
cobrir todas as etnias do mesmo tronco, hoje conhecido como de fala
Yorubá.
O historiador Frobenius (Mythologie de l’Atlantide) afirma ter
redescoberto na terra dos yorubás ramificações do desaparecido
continente da Atlântida. Segundo ele, os
atlantes teriam cruzado o oceano infiltrando-
se na África. Já Samuel Johnson (The Story
of the Yorubás) situa a origem dos yorubás
no Egito Superior ou na Núbia.
Além de a antiga civilização egípcia ser
considerada como remanescente da
Atlântida, as afinidades entre a religião de
Òrìşá / ifá e as hoje conhecidas crenças da
antiga civilização egípcia só fortalecem esta
afinidade.

Dentro da tradição Yorubá, a estrutura universal é regida por uma


Divindade Suprema, Olódúmarè, origem única e princípio de todos os
mundos, que comanda e zela pela sua evolução. Este Ser permeia
todos os reinos da manifestação cósmica, desde as maiores galáxias
até os ínfimos espaços intra-atômicos.
Olódúmarè, o Deus Supremo, é a razão de estarmos aqui e o motivo
pelo qual seguimos sempre adiante para crescermos como seres
humanos e para que o nosso “Eu Superior”, nosso “Orí”, tenha a
evolução que precisa para continuarmos por toda a eternidade.
O culto Yorubá é um culto monoteísta, pois se baseia na idéia de um
Deus Supremo, chamado Olódúmarè que, através do desdobramento
quântico de si mesmo, cria um Universo Manifesto, bem como
os Òrìşá, dando a estes a condição de auxiliadores da humanidade. Os
Òrìşá são manifestações que Deus criou para nos ajudar a entender
cada pedaço do quebra-cabeça da vida.
Olódúmarè é uma energia infinitamente perfeita, e de quem todos os
outros seres recebem a existência. Diante do maravilhoso e fantástico
espetáculo da Criação, a razão humana é capaz de caminhar até o
conhecimento da existência do Criador.
Descrito como aterekaye (aquele que cobre o mundo, fazendo todos
sentirem a sua presença) é o detentor do Poder Absoluto e Onipotente.
É a partir desse processo do conhecer que, em nossa religião,
afirmamos ser Olódúmarè “o único no céu e na terra, o Supremo sobre
todos nós”, "Senhor de todas as coisas", "o Soberano que está no Orun
(céu), "Aquele que tem a máxima autoridade sobre tudo e todos".
O Culto Yorubá é uma religião que trabalha com as energias da
natureza, que por sua vez, são as energias dos Òrìşá e com todo o
processo de organização e de utilização dessas energias. Nada é
segredo, tudo tem sua resposta, sua explicação e seu por que. Tudo a
respeito do Culto Yorubá pode ser explicado, em seu devido tempo e
na hora propícia.
Segundo a concepção Yorubá, todo o processo de existência se
desenvolve no plano físico – o Aiyê (terra) – e no sobrenatural – o
Orun (céu). Tudo o que se manifesta no Aiyê (terra) tem a sua pré-
existência no Orun (céu).
Dentro da tradição Yorubá, a existência dinâmica se deve à
manifestação de uma força que se denomina Asé. Sem Asé não
haveria possibilidade de existência e realização, pois dele decorre todo
o processo vital, como essência e forma.
Asé é a energia contida numa grande variedade de substâncias
representativas dos reinos animal, vegetal e mineral, que se propõe
movimentar. Os elementos portadores de Asé podem ser agrupados
em três categorias, chamados “sangues” – porque o sangue é o veículo
energético por excelência: Sangue vermelho, Sangue branco e Sangue
negro.
O SANGUE VERMELHO COMPREENDE:
No reino animal: – corrimento menstrual, sangue humano ou animal.
No reino vegetal: – azeite de dendê, ossun (pó vegetal vermelho), mel.
No reino mineral: – cobre, bronze, ouro (a cor amarela é uma
variedade do vermelho).
O SANGUE BRANCO COMPREENDE:
No reino animal:– o plasma do igbin, o sêmen, a saliva, o hálito, as
secreções.
No reino vegetal: o álcool, banha de Orí, vinho de palma, seiva.
No reino mineral: efún, sal, prata, chumbo, conchas.
O SANGUE NEGRO COMPREENDE:
No reino animal: – as cinzas dos animais.
No reino vegetal: – o sumo das folhas, o waji.
No reino mineral: – o carvão, o ferro.
Alguns lugares, objetos ou partes do corpo humano podem ser
impregnados de Asé: a língua, o coração, as vísceras, os órgãos
genitais, os dentes e ossos, assim como também as raízes, árvores,
sementes, as pedras e cristais, os rios, o mar, as florestas e o fogo. A
prática da religião Yorubá consiste em atuação através da manipulação
dos Aşés branco, vermelho e negro.

Segundo os Itans (mitos) do Odú Ejiogbe, corpo da tradição oral que


norteia todas as crenças e procedimentos da religião Yorubá,
Olódúmarè convocou Obàtálá para elaborar o planeta Terra dentro da
dimensão física.
Durante a caminhada, Obàtálá encontrou Eşú, que indagou sobre
oferendas que deveriam ser feitas para a consecução do trabalho.
Obàtálá não deu importância ao fato e, sedento, extrapolou no
consumo de bebida alcoólica.
Consequentemente, caiu em sono profundo e foi suplantado por
Oduduwa, que, tomando os elementos necessários, saiu para efetuar a
tarefa da criação da Terra.
O local onde o trabalho teve início denominou-se Ìfé (aquilo que é
amplo). Segundo a tradição, daí proveio o nome da cidade sagrada de
Ilê Ìfé.
Segundo a tradição de alguns clãs yorubás, Oduduwa teria sido um
herói proveniente de reinos do oriente que atravessou todo o Egito,
chegando ao local aonde viria a ser fundada a cidade de Ilê Ìfé. Ali
encontrou a população local, os Igbo, cujo rei era Obàtálá. Logo
encontrou oposição por parte de Oreluere, ancestral guardião,
partidário de Obàtálá. Esta oposição política à investida de Oduduwa
fez nascer a Sociedade Secreta Ògbóni (Odú Irosun Iwori),
preservadora da justiça e dos ideais implantados nas primeiras
instituições da Terra.

ỌRẸLÚÉRÉ – O Caçador Primordial

Um dos dezesseis integrantes entre aqueles que formavam a


comitiva de Odùdúwà, quando este buscou oposição politica e fundou
a cidade de Ilé Ifẹ – O Berço da Civilização dos Iorubá.
Detentor absoluto do conhecimento da Caça, ensinou os primeiros
iorubás a Arte da Caça com arco e flecha. Guerreiro destemido,
médico habilidoso e guardião da moral, tradição e bons costumes
dentro do berço familiar dos iorubás. Aqueles que cometiam qualquer
tipo de “tabu” deveriam se apresentar a sua frente, confessar o
ocorrido e cumprir a penitencia determinada por Ọrẹlúéré.
Ọrẹlúéré é lembrado e reconhecido apenas nas canções de Ògún,
Ọṣọọsì e Ẹrinlẹ, pois não existe registros de cânticos específicos a esse
ancestral. Alguns “pesquisadores” o denominaram de Ọdẹ Ọrẹ, talvez
baseando-se equivocadamente nos cânticos afro cubanos que
mencionam o termo Ọdẹ ọ̀rẹ́, que tem a interpretação de “Amigo
Caçador” e não o nome abreviado de Ọrẹlúéré.
Os chifres ou corno oco por dentro, remota a lembrança desse
Caçador Primordial, pois foi ele quem ensinou como utilizá-lo para
chamar um caçador que estava dentro da mata. Quando o soar das
batidas dos chifres que ecoavam pela floresta, os caçadores atendiam
prontamente ao seu chamado. Essa “técnica” era utilizada para reunir
todos os caçadores que estavam próximo as redondezas.
Em meu conhecimento, Ọrẹlúéré não pertence a categoria dos Òrìṣà
e sim aos Ancestrais não divinizados ou deificados. Não há registro
comprobatório na literatura Iorubá, muito menos na Tradição Oral que
após a sua morte, a Casta dos Caçadores prestavam qualquer culto à
Ọrẹlúéré, embora o reconheciam como O Caçador Primordial.

Olódùmarè
Olódùmarè

No sentido mais profundo que encontramos, ao analisarmos o nome


de Olódùmarè, encontramos o significado de "Eu sou aquele que é" ;
o nome designando o próprio ser, o ser das coisas em sua
manifestação plena e em sua relação com o Universo.  A revelação do
nome é extremamente significativa na propensão de Olódùmarè para a
sua Criação.
Esse nome é único porquê contém todo o mistério, e representa toda a
plenitude do nosso Universo e quando é pronunciado, nos leva a
eterna busca da perfeição.  É o nome da Santidade transcendente, que
exprime a presença dinâmica de Deus, todo Poderoso em Sua Criação
e a fidelidade de sua assistência aos homens.
Para entender nossa relação com o ele, nós temos que nos lembrar de
três pontos importantes:
           
- Todas as coisas neste universo foram criadas por Olódùmarè.

- Olódùmarè é a Fonte do “Ser”, sem a qual nós não poderíamos


existir, ter vida, ser racionais ou "inteligentes".
   
- Olódùmarè é conhecido como o Determinador e Controlador do
Destino. Nós estamos sob controle e governados, do princípio ao fim.

Com exceção do dia que nascemos e o dia que é suposto que iremos
morrer,  não há um único evento na vida que não possa ser previsto,
mudado e necessário. Olódùmare é a força criativa central.  Para os
Yorubá, Olódùmarè concebeu o Universo em um êxtase de si mesmo.
Assim, podemos dizer que a criação tem suas raízes no futuro, pelo
qual ele vive.  O mundo é inquieto porque foi criado dinamizado. 
Criado assim, o mundo só pode existir em evolução. Sua perfeição
aparece desde a origem. A criação se realiza numa ascensão espiritual
progressiva, desde a matéria dita inanimada, até atingir, no homem, a
dignidade da consciência, que está muito além da questão da cor de
sua pele, ou sua raça.
Existe, para o Yorubá, por detrás das aparências e do mundo
visível, um elemento inteligente, "racional", que regula, dirige, anima
o cosmos, e que faz com que esse cosmos não seja caos, mas ordem.
Há, com certeza na origem do Universo, um impulso de pura
consciência,  que é Olódùmarè.
Olódùmarè é um espírito infinitamente perfeito, que existe por si
mesmo e de que todos os outros seres recebem a existência.
Olódùmarè é o ser sem semelhança, por não o vermos. Por isso
quando o nomeamos, apenas tangenciamos sua essência.
A existência de Olódùmarè, mais que um pressuposto, é verdade
fundamental, ponto de partida para qualquer discurso religioso.
É como se primeiro, reconhecêssemos a sua existência, depois
procurássemos a ponte capaz de nos levar a ele, capaz de propiciar a
religação com nossa origem.  Afinal, nas extremidades invisíveis do
nosso mundo, abaixo e acima da nossa realidade, paira o espírito.
Nosso espírito e esse ser transcendente a quem
chamamos Olódùmarè, são levados a se encontrar.
No entanto, é natural, para todos nós, a idéia de que não podemos
compreender Olódùmarè.  Na medida em que ele é infinito, princípio
e fim de todas as coisas, encontra-se além dos limites humanos e de
sua compreensão. Podemos, sim, conhecê-lo através de seus atributos
e deduzir a sua existência através de suas manifestações no Universo e
nas coisas criadas.
Somos levados, também, ao conhecimento de Olódùmarè pelo que
conhecemos e sabemos com clareza e precisão que Olódùmarè não é.
Para crermos na existência de Olódùmarè e avançarmos em direção ao
seu conhecimento é necessário que não comecemos por usar os
caminhos da razão. 
Olhamos e vemos; o mundo é um espelho a mostrar
permanentemente a sua presença e grandiosidade, infinita e perfeita.
Diante do maravilhoso e fantástico espetáculo da Criação, a razão
humana é capaz de caminhar até o conhecimento da existência do
Criador. Em seus reflexos espalhados pelo Universo, ela pode
adivinhar suas perfeições de poder, de beleza e de bondade,
manifestos em cada ser e em cada elemento. Sua realidade objetiva e
invisível manifesta seu eterno poder e sua divindade - torna-se
compreensível, desde a criação do mundo, através das criaturas.
No Culto Yorubá podemos afirmar que Olódùmarè  é único no céu e
na terra, o Supremo sobre todos nós e o chamamos referindo-nos
particularmente as suas características de "Senhor de todas as coisas",
"o Soberano que está no Òrun", "Aquele que tem a máxima autoridade
sobre tudo".
Olódùmarè pode ser conhecido por muitos nomes - afinal de contas,
muitas são as suas particulares manifestações nos diversos momentos
e planos da Criação, e assim, muitas vezes, ele é chamado de ÒLÓFIN
ou OLORÚN.
Olódùmarè é na religião Yorubá o Deus Único, Supremo, Onipotente
e Criador de tudo o que existe. Seu nome significa, "O Senhor, o qual
é nosso eterno destino".
Olódùmarè é nossa máxima representação espiritual no universo, ele é
o Arquiteto Universal da nossa existência nos mundos paralelos de
Òrun e Àiyé.

Quando o mundo começou, havia convivência entre as divindades e os


seres humanos, todos podiam ir ao Òrun e voltar quando desejassem.
Não havia limitações entre o Òrun e o Àiyé.  Então, alguma coisa
aconteceu e um extenso espaço surgiu entre o Òrun e o Àiyé.  A
história do que aconteceu é contada de várias formas, e todas levam a
um só motivo. O homem pecou contra o Poder Supremo e uma
barreira se levantou. O privilégio da livre comunicação desapareceu
em troca do diálogo indireto através das diferentes formas oraculares
estabelecidas e legadas pôr Òrúnmìlà.

Não há escuridão que se propague se temos conosco a fé na luz de


Olódùmarè. Os Yorubá acreditam em um Deus
supremo, Olódùmarè.  Olódùmarè é muito remoto ao Yorubá através
de suas virtudes e dualidade.  Em outras  palavras,  Deus criou ambas
as forças: “boas " e " más " e jogou no universo;  ele deu Àse (poder)
para ambos os lados.  " Quando você falar quase " bom ", você já
pressupôs " mal "".  Há sempre dois lados de toda história ou
problema. 

Dentro de Ifá o cosmo é dividido em dois.  O lado direito está


habitado pelos poderes sobrenaturais benevolentes e o lado esquerdo
está habitado pelos poderes sobrenaturais malevolentes.  Os poderes
benevolentes são os Òrìsà e as associações úteis deles/delas com o ser
humano.  Os poderes malevolentes são as energias destrutivas do mau
como Ikú (morte), Arun (doença), Òfò (perda), Èpè (maldição) e
assim por diante.  Não há nenhuma coexistência calma entre estes dois
poderes, eles sempre estão em conflito. 

"Eu não tenho nada além daquilo que todas as pessoas têm, a única
diferença entre mim e os demais é que eu acredito na presença de
``Olódùmarè´´ em minha vida e sempre o coloco à frente de minhas
atitudes!"
A CRIACAO E O DESTINO DO SER HUMANO
(BABALAWO IFATOKUN)

Olódúmarè, Orunmila, Oduduwa e Obatalá

 A criação do ser humano no céu antes de vir a


terra
Olodumare é o criador supremo, inclusive do ser
humano. Para dar-nos vida, chamou Obatalá e pediu-lhe
para moldar a humanidade, então até hoje os iorubas
acreditam que enquanto a criança está no útero, é
Obatalá quem molda a sua forma física.
Quando Obatalá acaba de moldar, o ser vai à casa de
Ajalá, para escolher o Orí que deseja para a cabeça
(Ajalá não dá o destino, apenas a qualidade do Orí).
Depois de escolher o Orí, Obatalá sopra sobre elas,
dando vida ao ser.
Então o ser humano vai com sua consciência aos
portões de Onibodê, para escolher com suas próprias
palavras o destino que quer seguir sobre a terra. Assim,
Onibodê dá o asé final para o destino escolhido –
Olodumare deu a Onibodê o poder de abrir os portões
que separam os dois mundos, para que o ser humano
passe com o asé do seu destino.
Orunmila não tem qualquer influência no destino das
pessoas, ele foi enviado por Olodumare para ver como as
pessoas estavam seguindo o seu
destino na terra. Assim, viu que
estavam morrendo cedo, algumas
tendo doenças inexplicáveis muito
cedo, outras morrendo em acidentes,
então ele foi procurar Olodumare para
saber o motivo disso.
No caminho encontrou Onibodê, e
contou o que viu na terra. Onibodê
então convidou Orunmila para
acompanhar a passagem das pessoas
pelo portão, onde viu que cada um
escolhe o seu destino. Orunmila

 Orunmila ordena proteção para seus filhos

Não conformado com as mortes prematuras, Orunmila


volta a terra novamente para ver o que estava
acontecendo com seus filhos que estavam morrendo
antes da data escolhida nos portões de Onibodê.
Chegando à terra, encontrou Iku (a morte) levando
todos, então perguntou o motivo para que estivesse
matando os seus filhos.
Iku então respondeu que não reconhecia os filhos de
Orunmila, pois não tinha nada o que os diferenciasse dos
outros. Orunmila então ordenou que seus filhos use um
Idefa para os proteger de Iku.
A forma que Iku reconhece os iniciados no culto de Ifá
é sua pulseira (Idé), a qual não
deve ser tirado por nenhum
motivo, inclusive no período
menstrual ou ao ter relações
sexuais. Bem como é
responsabilidade do iniciado
procurar seu sacerdote de Ifá
para fazer uma consulta
oracular, quando seu Idefa (pulseira de Ifá) arrebenta.

Idé Ifá OUTRAS FAMILIAS TRADICIONAIS NIGERIANAS


NARRAM UM ITAN EM QUE ORUNMILA VENCE
IKU

ÒRÚNMÌLÀ E O PACTO COM IKU (MORTE)

Òrúnmìlà era um grande Sacerdote, havia ganhado a admiração por


ser uma pessoa correta e de bom coração. Entretanto, seus inimigos
lhe prepararam uma armadilha para que Iku (morte) o levasse.
Òrúnmìlà consultou Ifá, que lhe aconselhou a fazer Ebó para acabar
com seus inimigos e evitar problemas futuros.
Quando Iku chegou à casa de Òrúnmìlà o encontrou parado em sua
porta. Porém não o reconheceu devido ao Ebó que ele tinha realizado
e com os ingredientes desse Ebó ele fez cinza, e pintou o rosto ficando
completamente desfigurado, nesse mesmo momento estava
cozinhando a carne dos animais que foram ofertados no Ebó.
Quando Iku o viu lhe perguntou se naquela casa vivia um homem
moreno e ele lhe respondeu dizendo que não. Disse também que ele
era o único que vivia ali e Iku foi embora.
Iku regressou mais tarde porque foi avisada que aquela era a casa que
vivia Òrúnmìlà. Quando ele viu Iku a convidou para comer e beber.
Iku comeu e bebeu tanto que acabou sendo vencida pelo sono,
momento este que Òrúnmìlà se aproveitou para tirar a foice que Iku
utilizava para tirar a vida das pessoas.
Quando Iku despertou começou a procurar sua foice e não a
encontrou, o desespero foi tanto que ela suplicou a Òrúnmìlà para que
ele a ajudasse encontrar sua foice e em recompensa jamais levaria um
filho dele, a menos que ele permitisse e desta forma Òrúnmìlà venceu
Iku. É por essa razão que os Bàbáláwos podem salvar a qualquer
pessoa que esteja com problemas com Iku.

1. Obatalá - Primeira divindade criada por


Olodumare e enviado a terra para criar a
humanidade do barro, criando o corpo, cabeça,
olhos, boca...
2. Ajalá – É o oleiro primordial que foi responsável
pela criação, moldação da cabeça (onde vive o Orí).
Ele representa a parte orgânica do ser humano, para
a criação ele mistura ao barro folhas, frutas e
minérios, sangue, dentre outros materiais que
determina como será aquela pessoa, como o Orí
poderá agir nela. Com o tempo, esses ingredientes
perdem a energia, que precisa de vez em quando
ser repostas em um Ebó(sacrifício) que é feito
diretamente sobre a cabeça. Quem procura Ajalá
não busca destino, e sim qualidade de vida sobre a
terra.

ORÍ
Uma das divindades mais importantes na compreensão do Culto
Yorubá é o Orí. Uma pessoa sem uma cabeça é uma pessoa sem
direção. A cabeça é o primeiro a entrar no mundo na maioria dos
casos, e é o domicílio de todas as escolhas. Em muitas sociedades
africanas, a cabeça é tão importante que ela é adorada como a sede da
personalidade e destino do ser humano. A cabeça é considerada o
receptáculo de idéias, opiniões, emoções e está ligada ao destino e
sorte de cada pessoa. “A origem ou a fonte de todo orí seria o Deus
Supremo – Olódùmarè - ou o Grande Orí, do qual todo Orí deriva,
visto que ele é, na verdade, o doador de todo Orí “. O conceito de Ifá
sobre Orí é a integração do pensamento e da emoção que gera um Orí
positivo ou de sabedoria.

Ori Inú é a essência da personalidade da alma do homem e deriva


diretamente de Ólodùmarè.  O Orí Inú é o ser interior, o Eu Superior,
o ser espiritual do homem e é imortal.  Orí é uma divindade que tem o
objetivo de servir apenas a uma pessoa à qual está ligado por força do
poder de Ólodùmarè. 
Estamos ligados a Ólodùmarè por nosso Ori Inú, (Eu Superior), ele é a
fonte da inteligência para a sobrevivência no Ayê (terra), e dele (Ori),
geramos toda a força propulsora que nos conduz em nossa jornada não
somente para a vida em si, mas também na saúde, prosperidade e
equilíbrio, o qual está diretamente ligado ao Órun(céu), portanto, Ori
Inú é aquele que conhece o próprio destino, da mesma forma que nos
conduzirá na passagem do mundo físico ao espiritual.

Ori é a palavra em Yorubá usada para descrever a consciência.  O


conceito de Ifá sobre Ori é a integração do pensamento e da emoção
que gera um Orí positivo ou de sabedoria.   Ifá diz:  a pessoa que
fracassa, se não fizer uso da sabedoria, se tornará fútil e inútil.

“O ponto chave de Ifá para entender o que é Ori, é a transformação


pessoal.  Não é somente resolver conflitos pessoais, está também em
aprender como viver em harmonia com as forças invisíveis que
formam e guiam o destino do planeta”. (Inner Peace “The Ifá Concept
of Ori” -  Awo Falokun Fatumbi – pag. 63 – parágrafo 2).

ORÍ INÚ - a cabeça interna, é a nossa personalidade divina, ou nosso


“eu verdadeiro”, ou nosso “eu supremo ou superior”. Em resumo,
nossa alma. 

O Odú Ogbè-Ègùndá, fala:    
“Ìwà nikàn l´ó sòro o”
  ( “ Caráter é tudo o que se precisa” ).

Ìwà Pèlé (caráter reto) :


é o que conduzirá Orí Inú até o Òrun rere (plano espiritual dos Orisá),
em caráter definitivo. Todos os Orisá têm que respeitar a vontade e o
livre arbítrio de Orí.  Sem a aprovação de Orí nenhum Orisá pode
fazer nada pelo seu devoto.
Orí é o Deus portador da individualidade de cada ser humano.
Representa o mais íntimo de cada um, o inconsciente, o próprio sopro
de vida em sua particularização para cada pessoa.  Orí mora dentro
das cabeças humanas e é conhecido como aquele que pode fazer a
grande viagem sem retorno.
Orí é o ponto central do culto Yorubá.  Ólodùmarè (Deus) é o criador
de Orí Inú, mas mesmo assim, ele nunca desceria aqui na terra pra
obrigá-lo a rezar ou obrigaria seus filhos segui-lo.  Isso depende única
e exclusivamente do Orí, da escolha e do livre arbítrio.  Por isso, para
o Culto Yorubá, Orí é a divindade mais importante! 

A missão maior de Orí Inú, à qual cabe ao nosso Orisá ajudar-nos, é o


desenvolvimento de Ìwà Pèlé (caráter reto e bom), que é o nosso
passaporte para o encontro definitivo com Ólodùmarè !

Entre os povos bini, na Nigéria, a cabeça é considerada o receptáculo


das idéias, opiniões, emoções e sofrimentos do individuo, e está ligada
ao destino e à sorte. 
Ori é todo o asé que uma pessoa tem.  Ela é a sede da consciência e
dos principais sentidos físicos”.  

“ O homem está no mundo !  Um mundo que ele encontra ao nascer e


que é uma imensidão.  Percepções, vivências, emoções, elaborações,
organizações se sucedem...
A relação ele / mundo irá se estabelecer de forma natural ou provocará
uma realidade de estranheza, dependendo de como se estruturou em
seu processo de desenvolvimento “.  (Preciso de licença para ser eu
mesmo ?  - Andrée Intrator – pag. 31 – parágrafo 1).

O Orí precisa ser trabalhado e orientado para que possamos encontrar


o equilíbrio do Eu Superior (Orí Inú).  Quem nunca escorregou da luz
para a escuridão e se viu impotente nas tentativas de reverter o
quadro?  Por isso precisamos estar em equilíbrio com nós mesmos,
para estarmos em equilíbrio com nosso Orisá e aí estaremos em
equilíbrio com a natureza e com todo o universo.

O Orí está dividido em Orí Inú que é a Cabeça Interna ou Destino e


Orí Òdé que é a Cabeça Física.
ORÍ ÒDÉ – a cabeça externa caracteriza-se pela cabeça física (crânio,
cérebro, sistema nervoso central, olhos, ouvidos, etc.) e também pela
personalidade e intelecto que resultará da interação daquele corpo com
Orí Inú (cabeça interna).
ORÍ INÚ - a cabeça interna é a nossa personalidade divina, ou nosso
“eu verdadeiro”, ou nosso “eu supremo ou superior”. Em resumo,
nossa alma.
Todos os òrişá têm que respeitar a vontade e o livre arbítrio de Orí.
Sempre, quando se inicia um culto, os devotos têm que tocar a terra
com a testa como um ato de respeito ao primeiro Orí, a ancestralidade
e a Onilé de onde o orí foi formado e moldado por Ajalá, Obàtálá. Orí
é o Deus portador da individualidade de cada ser humano. Representa
o mais íntimo de cada um, o inconsciente, o próprio sopro de vida em
sua particularização para cada pessoa. Orí é cultuado como uma
Divindade e é única e individualizada, devendo ser cultuado e tratado.
A habilidade do Orí de receber o Aşé (poder) do òrişá é uma função
da ressonância interior do Orí em si. O Aşé de um òrişá que existe no
Orí de um indivíduo pode atrair a força desse òrişá através de uma
experiência chamada incorporação (transe) ou intuição forte, que se dá
a partir de um processo iniciático.
Tão importante é a cabeça em muitas sociedades africanas que ela é
adorada como a sede da personalidade e destino do homem

Ìwà Pèlé - Caráter


Caráter é um conjunto de características e traços relativos à maneira
de agir e reagir de um indivíduo.  É a firmeza e a coerência de
atitudes.
O conjunto das qualidades e defeitos de uma pessoa é que vão
determinar a sua conduta e a sua moralidade, o seu caráter.
Uma pessoa vista como "sem caráter" ou "mau caráter", geralmente é
qualificada como desonesta, pois não apresenta firmeza de princípios
ou de moral.  Por outro lado, uma pessoa "de bom caráter" é alguém
com formação moral sólida e incontestável.
Caráter, na psicologia, é o termo que designa o aspecto da
personalidade responsável pela forma habitual e constante de agir e
reagir em situações da vida, peculiar a cada indivíduo, pois é o
conjunto dos traços particulares: o modo de ser, sua índole, seus
hábitos, seus vícios, sua natureza, suas virtudes, seu temperamento,
seu gênio e humor; sendo esses,  resultado de progressiva adaptação
do individuo às condições ambientais, familiares, pedagógicas e
sociais.
O caráter de uma pessoa pode ser dramático, religioso, especulativo,
desafiador, covarde, inconstante...  Existem inúmeras variações.
As culturas antigas costumavam pregar que, uma pessoa com índole
confiável, era uma "Pessoa de caráter forte".  Quando o caráter,
presença inerente no ser, é forte, significa que por mais maravilhosos
ou recompensadores os caminhos possam parecer, há sempre um
sentimento de alerta, que indica aquele como um caminho errado,
mesmo que no momento pareça o correto.
Escolher qual o caminho a seguir e quais conseqüências irão advir, só
o caráter pode identificar, no momento que as decisões, de trabalho,
amor, relações sociais, escolares, de amizade..., são tomadas.
O caráter faz ver além, nas conseqüências dos atos de hoje, e não pode
ser adquirido ou estudado ou mesmo aprendido.
Desde os primeiros dias de vida, uma pessoa já demonstra sinais de
seu caráter. Isso não quer dizer que uma pessoa que nasça com mau-
caráter vá necessariamente desenvolver atitudes sempre contra a moral
vigente; a educação que ela recebe influencia em suas escolhas.  A
partir deste princípio é que uma pessoa constrói seus certos e errados.

Dentro do Culto Yorubá, Ìwà Pèlé é o caráter de cada um e a base de


tudo a ser seguido.  Os princípios do Culto Yorubá levam ao caráter
reto.  Sendo esse, primordial para que o individuo consiga seguir suas
escolhas.

Os Yorubá, tem por costume a formação de várias Sociedades.  E a


Sociedade Ogboni é fundamentada em cima do bom caráter, do
caráter reto.  Onde não se pode cometer injustiças, traições,
mentiras...  Deve-se preservar  o Ìwa Pèlé, o Bom Caráter e a lealdade,
acima de tudo.
A importância posta, pelos Yorùbá, no princípio de Ìwà Pèlé mostra
que as religiões tradicionais africanas são baseadas em profundos
valores morais.   

Para ter uma vida próspera, a pessoa deve desenvolver seu Ìwà Pèlé,
que representa o crescimento da beleza interior e a profundidade de
caráter.  Por nossas ações e interações, demonstramos que estamos em
harmonia e equilibrados com os conceitos universais e tradicionais da
vida, o que mostra nosso respeito a tudo aquilo que faz parte da
Criação. Ìwà Pèlé abrange a importância da responsabilidade e as
conseqüências que vêm de positivo ou negativo em nossas ações.

Ìwà Pèlé é considerado pelos Yorùbá como a representação do bom


caráter e está relacionado com a capacidade prática de provocar
mudanças de energia.  Na religião tradicional Yorùbá isso é de suma
importância, já que o caráter do homem demonstra seu coração  e
Olòdúmarè (Deus), o qual é chamado de “O buscador de corações”,
vai em busca de nossos corações analisando-o sempre.

Ìwà Pèlé é o que caracteriza uma pessoa sob o ponto de vista ético.
Para ser feliz uma pessoa deve ter Ìwà Pèlé, pois quem tem bom
caráter não entra em choque com os seres humanos, nem com os
poderes sobrenaturais. Esse é o mais importante dos valores morais
Yorùbá, e a essência da fé consiste em cultivá-lo.

As ações diárias ou o viver cotidiano são produzidos pelo


subconsciente, isso não é mais que o reflexo dos feitos, pensamentos e
atitudes da vida. Uma pessoa em harmonia com a vida, está de acordo
com o princípio universal e recebe de uma maneira acelerada as coisas
boas.  O bom caráter é um escudo de proteção suficientemente sólido
contra qualquer acontecimento, por mais duro, difícil ou extremo que
pareça.  Há um provérbio africano que diz: "Um bom caráter é
armadura suficiente contra qualquer acontecimento desfavorável na
vida, qualquer um que tenha um bom caráter não precisa temer nada".

Ifá diz: "O bom caráter é a salvaguarda do ser humano, os covardes e


temerosos carecem de proteção devido à sua moral e caráter”.
Alguns aspectos do caráter humano são amplamente explorados pela
palavra de Ifá, afim de garantir as bênçãos dos Imortais.
Alguns desses aspectos,  muito importantes, são as virtudes
comportamentais consideradas sagradas para Ifá. 

No Odú Ogbe'Sá, fala-se dos três primeiros passos que devemos dar
para atingir o Ìwà Pèlé, o Bom Caráter:
- Praticar a verdade;
- Praticar a retidão;
- Fazer o bem.
Os passos seguintes,são:  a paciência, o valor e a impecabilidade.

Ifá diz que para atingir Ìwà Pèlé, devemos ser iniciados na Sabedoria
da Natureza.  Uma vez iniciados, se revela a nós a voz de Orunmilá, o
Mestre, que recebeu os escritos de Olódùmarè.

Todo indivíduo deve empenhar-se para ter Ìwà Pèlè, com o objetivo
de ser capaz de ter uma boa vida num sistema dominado por muitos
poderes sobrenaturais e em uma sociedade controlada pela hierarquia
das autoridades. O homem que possui Ìwà Pèlé não colidirá com
nenhum dos poderes, sejam humanos ou sobrenaturais e, desta forma,
pode viver em completa harmonia com as forcas que governam o
Universo.

Está implícito no Mau Caráter o desejo de chantagear, a necessidade


de oprimir e o prazer de reprimir, isso sempre visando algum tipo de
vantagem, mesmo que seja o prazer de se sentir algo que ele jamais
será, é como se um gato se olhasse no espelho, imaginando ser um
leão.  Em sua pretensão, as garras e os dentes assim como a juba são
frutos da sua imaginação, a arrogância com quem não consegue reagir
e as armas por ele usadas demonstram a covardia nele contida,
caracterizando um comportamento doentio e repulsivo.

ALIMENTO A CABEÇA - BORÍ

BORÍ 

- Bó - significa oferenda;
- Orí - cabeça
- Borí - Oferenda à Cabeça

 O Orí da pessoa é tão importante que frequentemente deve ser


propiciado e seu apoio é necessário antes de empreender qualquer
tarefa.

Obi e água, são oferendas primordiais para Orí.  Obi é usado para
repelir o mal e a água(omi), como calmante para o Orí .  Eles evitam
desastres.

Borí é um ritual das religiões tradicionais africanas, que harmoniza


e diminui a ansiedade, o medo, a dor e a tristeza, trazendo a esperança,
alegria, harmonia e o equilíbrio.
É através do Oráculo que o Sacerdote recebe as instruções para
realizar este ritual.
O Borí é um ritual bastante importante, que visa o bem estar
individual; é um ritual muito sério, complexo e profundo, que consiste
reverenciar e ofertar, cultuar e louvar o Orí (a cabeça) e assim
estabelecer o elo entre a cabeça material (Orí) e sua cabeça espiritual
(Eu Superior), ou seja, criar a harmonia e equilíbrio necessários à
vida. É através dessa comunhão que se dá a estabilidade espiritual, e a
busca da melhor opção de prosperar na vida.
O Orí deve ser cultuado e ofertado, antes de qualquer outro Òrìsà.
Como ensina Ifá: “Nenhuma divindade poderá ser adorada, sem o
consentimento do Orí.”
Borí é o ritual, no qual, você dá oferendas a cabeça (Orí).  Durante
esse ritual, o importante é que você se conecte com seu Eu Superior
(Orí Inú), para que assim, coloque em ordem, suas idéias e ideais,
alinhe corpo e mente, eleve seus pensamentos ao Divino, com isso,
você encontra o equilíbrio, e equilibrado você se harmoniza com a
natureza e consequentemente com Olódùmarè (Deus).
Você estando equilibrado e com seu Orí fortalecido, com seus
pensamentos organizados, você está pronto para seguir em frente na
luta do dia a dia da vida.
Você entra em harmonia com você mesmo, com a natureza, com o
Divino e com Deus.
É através desse ritual, que se busca o divino e o amor dentro de você;
somente assim, estará se elevando e alimentando o seu Eu Superior.

O Borí refresca o Orí, renovando as forças mentais, físicas e


psicológicas, assim como a saúde e vitalidade, e pode também
refrescar os caminhos, e todas as situações propiciando o sucesso em
cada uma delas. Trazer clareza sobre o caminho a seguir, facilitando
qualquer tomada de decisão, assim como facilitando o melhor
aproveitamento de tudo ao redor e de cada experiência.

Elenini
 

A cultura Yorubá, identifica Elenini como uma energia que o objetivo


é criar dificuldades e obstáculos no destino do ser humano. Se a
pessoa está sendo atacado por Elenini, encontrará fracasso e negativos
nos caminhos de sua vida. Elenini é o testemunho de nossas
aspirações, quando ainda estamos no céu, antes de nascer.  Quando
Olodumare enviou os Orisa à Terra, enviou também Elenini, para que
este vigiasse o comportamento de todos os seres na terra  e testasse a
determinação e o caráter de cada um, oferecendo tentações e várias
armadilhas que colocassem em risco os propósitos e pactos feitos no
céu, antes de nascer. Elenini é a energia que te colocará a prova diante
de tudo o que não se deve fazer.  Isso para saber o quão correto e
merecedor de bençãos você pode ser. A sua missão é criar
dificuldades para entrar em conflito com Ori.  Ele é visto como o
inimigo do Ori, e a sua função é atrapalhar toda a busca do Ori.
Para afastar a energia de Elenini e vencer suas barreiras é preciso a
prática do bom caráter, de boas ações, sem ego, sem malícia, seguindo
a verdade e evitando o negativo, aceitando as orientações e
aconselhamentos de Ifá. 

Quando a pessoa está dominada por Elenini, se torna cega para as


boas ações, abrindo, dessa forma, portais para a entrada de Ajogun na
vida.

O Ajogun aproxima o ser humano de forças como Iku (morte), Arun


(doença), perdas e outros negativos.

Fazer ebó e bori é a forma de fortalecer o Ori contra essas forças


negativas.

Quando se tem um ataque de Elenini, é preciso que o Ori esteja forte e


equilibrado  para poder superar esse ataque.

Esses ataques se dão quando a pessoa chega a um estado de total


derrota.  Nessa hora, é preciso muita força de vontade para se levantar
e afastar o fracasso, a infelicidade, o ódio, preconceito, egoísmo,
pensamentos negativos, a intolerância .... e tudo o mais de negativo.

Todas essas energias negativas criam um portal por onde Elenini


entra, fazendo aparecer obstáculos que atrapalham o bom andamento
da vida.

É preciso ficar atento sempre ao excesso de confiança, de vaidade,


soberba, ganância, porque todos esses comportamentos levam para as
armadilhas de Elenini.  

Mas não se pode colocar a culpa de suas más ações e conduta, em


Elenini.

É primordial que se tenha responsabilidade com seus atos e escolhas.


Alcool, mentira, promiscuidade, drogas...  todos esses
comportamentos levam a ações de Elenini.

É preciso consultar o oráculo Ifá e seguir as orientações do Sacerdote,


e procedimentos para se fortalecer e bloquear a ação de Elenini.  É
preciso o equilíbrio espiritual, para se poupar de Elenini, e
consequentemente de Ajogun.

AJOGUN E ELÉNÌNÌÍ

Os Inimigos Ocultos e Declarados da Humanidade

Os Ajoguns são forças muito negativas, que tem como objetivo causar


doenças, acidentes, brigas, discórdias. Por isso, quando há sacrifícios (Ebó), é
comum cantarmos pedindo para que a água (elemento mais puro e benéfico
que existe) cubra e mate as discórdias , cubra e mate as doenças, cubra e mate
as maldições , etc. Em verdade, estamos pedindo para que a água cubra e
mate os poderes malignos do mundo, os Ajogun.

Diferente das Divindades que moram nos espaços do Orùn, regressando ao


aye por meio da manifestação, os Ajogun moram no Aye e não no orùn. Isso
acontece, pois os Ajoguns não conseguiram causar males no mundo dos
Deuses. Ou seja, os Ajogun moram no aye, pois aqui, diferente do orùn, eles
conseguem espalhar os males de forma indiscriminada.

Os Ajoguns estão sempre à espreita, esperando um momento adequado para


atuar. Por isso, é muito importante que as pessoas sempre se cuidem, por
meio de oferendas, magias medicinais e o que mais for necessário, conforme
prescrição do Sacerdote.

Quando algo de ruim surge no mundo, por exemplo, uma nova doença, isso
certamente foi motivado por Ajogun, entretanto, quando uma grande
descoberta em benefício à sociedade surge, foi motivada pelas forças positivas
que sempre prevaleceram, como os Orixás.

Quando, por exemplo, uma pessoa quebra um Ewó, ela está ajudando e dando
forças ao Ajogun.
O mesmo ocorre quando o sacerdote prescreve um sacrifício que é
negligenciado, a pessoa está dando forças ao Ajogun. Os seres malévolos são
conhecidos coletivamente como Ajogun – Guerreiros contra os Homens que
segundo a tradição abrange os Òfò – Prejuízos, Ègbà – Paralisia, Èjò –
Problemas, Èpè – Maldição, Èwòn – Prisão, Èse – qualquer outro maleficio que
possa afetar os seres humanos, entre outras energias maléficas. Entre os
Inimigos dos Homens estão as Àjé – Bruxas e os Osó – Bruxos que utilizam
seus poderes para fins maléficos.
Dentro da Cultura Iorubá acrescenta, ainda Àrùn – A Doença e Ìkú – A Morte,
mas a morte prematura e não a morte natural. Alguns mitos relatam Àrùn
como a esposa de Ìkú e que através desse casal mítico nasceram todas as
enfermidades existentes no mundo, que conseguiram escapar do mundo
sobrenatural, pois lá não tinha poder algum e muitos de seus filhos ainda se
mantem enclausurado no òrún, esperando uma oportunidade para se
estabelecer no àiyé.

Afim de mantermos afastados esses poderes sobrenaturais ruins de nossas


vidas, existe a necessidade de se manter em harmonia com os poderes
sobrenaturais bons, que são obtidos e fortalecidos através das oferendas e dos
sacrifícios as divindades que prestamos culto, sobre tudo os Ritos de Orí.
Aquele que se mantém em harmonia entre os dois mundos òrún – àiyé,
poderá contar com esses poderes benevolentes, que o protegerão contra os
planos perversos dos poderes do mal.

 
Opon Ifá

O que é Ifá?

Muitas explicações são dadas a essa pergunta, alguns falam


que Ifá é uma filosofia a ser seguida, outros que é uma
religião que tem Ifá como um Orixá criador de destinos, mas
o que muitos não sabem é que vai muito além disso.
Ifá é a “consciência cósmica universal”, é a mente de
Olodumare (Deus). É um Deus da predestinação, da
sabedoria, do conhecimento. Quando se procura um
Bàbáláwo (pai do segredo) que é um sacerdote de Òrúnmìlà
iniciado e verdadeiramente treinado, ele vai através de Ifá
transmitir essa palavra que vem de Olodumare, vai receber
respostas para todas as indagações, duvidas, incertezas.
Ifá não é nenhum espirito, Orixá, pressentimento ou
mediunidade falando, Ifá é a mente de Deus. Quando temos
um problema, seja ele qual for, de saúde, psíquico emocional,
familiares, projetos, para evoluir, quando quer que tudo vá
bem na sua vida, vá até um Sacerdote de Òrúnmìlà que usará
seus instrumentos de comunicação para transmitir a
mensagem vinda diretamente dessa consciência cósmica
universal, que nos conhece desde os princípios da criação, e
nos dirá o que está acontecendo em nossa vida, qual que é a
origem dos problemas, o que podemos fazer para solucioná-
los , e daí então, se estamos no caminho certo, que caminho
seguir de agora em diante pois se algo está indo mal na nossa
vida, é porque não estamos fazendo as melhores escolhas.
Ifá é essa luz, nos dá o caminho nos dirá o que fazer. Nos
indicará Ebós, que são os rituais, pois alimentamos o nosso
corpo diariamente com café da manhã, almoço, jantar..., mas
o que é que damos ao nosso espirito?
Todas as religiões falam que temos espirito e que temos que
alimentá-lo, mas não vejo nenhuma religião mais completa do
que essa. Ifá tem uma promessa de que as dores de quem o
procura, não dura muito tempo, Ifá tem uma filosofia de vida
que devemos cultuar diariamente.

Ifá diz “INU LOMO ENIYAN WA” -


Os homens são mais o estado interior do que a
aparência exterior

Um homem é completo quando ele profere palavras boas para si e


para os outros, para a natureza, para seu próprio destino, aos
Irunmoles e a Olodumare. Um bom ser humano deve ter bom caráter,
deve cultivar em seu espírito a honestidade e bons costumes para ter
uma boa evolução espiritual, e assim atrair coisas boas em sua vida.
Quem quer alcançar prosperidade, deve se desprender de costumes
que o levem a ganancia, a vaidade e a inveja, deve olhar ao próximo
da maneira em que se olha no espelho, com amor e cuidado, mesmo
quando outras agirem de má fé, nunca deve atacar, apenas proteger-se
com a ajuda de Ifá e com os bons costumes.

"O REI que sustenta a importância da vida e dos homens, garante a


multiplicação dos seres, cuida do mundo, e trouxe a humanidade para
que vivesse e desfrutasse de tudo;  seu nome é Olódùmarè. O REI que
trouxe a humanidade ao mundo para que vivesse e realizasse
maravilhas; seu nome é Òrìsànlá/Obàtálá. O REI que mostra o seu
destino, aumenta a felicidade e corta a tristeza; seu nome é Orúnmilá
(a voz de Deus), através de Ifá."
Odú - Ifá - ÈJI-ÓGBÈ

Orunmila ≠ Ifá
Sabedoria divina
Orixá que viveu em terra
Primeiro sacerdote de Ifá

Òrúnmìlà, é aquele que vem logo depois de Olódùmarè, pois foi a ele
dado o direito de  viver entre o Òrun (Céu) e o Àiyé (Terra) e, por este
motivo, é também conhecido como Gbáiyé-gbòrun (aquele que está no
céu e na terra).  Ele é o Èléri-ìpín, aquele que é testemunha do destino
que escolhemos ou nos é dado no momento da nossa concepção e, por
isto, somente ele, e mais ninguém, pode dizer sobre o nosso futuro. 
Ele é sempre lembrado como uma pessoa franzina, este é o porque da
expressão Akéré finú Sogbón (Aquele que é pequeno, mas com a
mente cheia de sabedoria ). 
Somente ao Oluwo (aquele que detém o segredo), Babalawo (o pai do
segredo), e  Iyanifá (mãe do segredo), é concedido o direito de usar o
oráculo Ifá, e para isso,  é preciso que sejam iniciados no culto de
Òrúnmìlà, para que estabeleça a correta conexão para ter a perfeita
recomendação daquilo que é necessário para transformar o nosso
futuro.  

Òrúnmìlà abre a porta do além e comunica aos mortais os desígnios de


Olódùmarè e dos outros Òrìsà e Ancestrais, através de intuições ,
premonições, sonhos, sortes, benefícios, mas também por
inquietações, infortúnios, pesadelos e doenças que acabam por levar o
fiel ao Oluwo (o que detém o segredo), Babalawo (o pai do segredo),
e Iyanifá (mãe do segredo) em busca de uma palavra final.  

Ifá é a palavra de Olódùmarè dada a Òrúnmìlà quando manifestado no


mundo. Òrúnmìlà é considerado a divindade da sabedoria e do
conhecimento, responsável por compartilhar as mensagens de Nossos
Anciões Antigos e nos permitir ter a nossa própria escolha (o livre
arbítrio), de como será a nossa estada neste mundo.

Òrúnmìlà é o Mensageiro, o Profeta enviado por Olódùmarè para


restabelecer o estado normal na terra.  Ele é considerado o primeiro
Messias na terra.
Òrúnmìlà veio para terra como uma divindade, depois da criação,
quando a humanidade ficou numerosa,  de forma que ele poderia os
ensinar. Ele veio como um Messias com a mensagem de Olódùmarè
para o mundo.   Essa mensagem é Ifá, a luz e  a orientação de Nossos
Antepassados.

Ifá, é a soma da sabedoria suprema, a cosmogonia e a cosmologia, a


vida e a morte, o nascimento da natureza, a visão total do mundo e da
existência estabelecendo normas éticas que irão comandar as
sociedades e os homens, e assim determinando uma conduta nobre
diante de todas as forças que se formam contra o bem da humanidade,
é a força que conduz a sustentação do planeta vivo.
Neste processo tão poderoso, aquele que for iniciado em seu Culto
estará agregando a si uma permissão para obtenção de um poder muito
maior perante Olódùmarè.   
Nem todos estão habilitados a carregarem em seu Ori, esta força que
liga o ser com o Sagrado. Os Sacerdotes (Oluwo, Babalawo e Iyanifá),
apoiados nos conhecimentos milenares, carregados por uma cultura de
tradições, conseguem unir os elementos da natureza à energia vital de
cada indivíduo, procurando o equilíbrio entre as forças espirituais e
materiais de cada um, esta união da ciência com o mundo espiritual
precisa de mentes sãs.

Fica muito claro que, para o iniciado no culto, a conduta é de suma


importância, e que haverá a necessidade de muito domínio de suas
emoções onde a humildade, a paciência, o caráter reto, a dignidade e a
sabedoria, deverão ser superiores a qualquer tipo de vaidade,
prepotência, arrogância e  ambição. 
Na África, existe a consciência plena dos compromissos que existem
entre as forças da natureza e os homens, e que o verdadeiro bem não 
está em usar estes poderes de uma forma inconseqüente, explicando-se
assim sua simples forma de vida.  Os verdadeiros valores do homem
não estão em sua conta bancária, mas em seu Ori, no uso da sabedoria
adquirida não somente para o bem de si próprio, mas para manter o
equilíbrio do planeta.
Quanto mais nos aprofundamos conseguindo entender a grandeza da
sabedoria divina, mais distantes estaremos das banalidades, uma vez
que a riqueza já está codificada dentro de nossa alma, é uma força
sutil que nossa sensibilidade grotesca não consegue perceber, e como
resultado não temos paz, felicidade e prosperidade.
Antes de qualquer compromisso com Ifá, a pessoa deve estar
informada e preparada para assumir esta conduta.  A lealdade com o
princípio Divino, estará acima de tudo.
Na lógica da religião Yorubá, Olódùmarè, nosso Deus maior,
Onipotente e Onipresente dentro de sua imensa sabedoria, quando
criou o homem à sua semelhança e perfeição e determinou sua vida na
terra, nos deixou também uma forma para que pudéssemos conhecer a
trajetória de nosso destino e desta forma minimizar nosso sofrimento. 
Enquanto seres desconectados do Eu Divino, sozinhos, não temos
noção de nossas vidas, nem para onde ir, nem o que fazer diante das
inúmeras situações que nos deparamos em nosso dia a dia.
Esta bússola que nos conduz a ir em direção daquilo que é o melhor é
Òrúnmìlà, aquele que Olódùmarè permitiu que fosse a testemunha da
criação de tudo o que existe na terra, portanto o "guardião dos
segredos". 
Òrúnmìlà, é portanto, aquele que através do jogo divinatório Ifá, fala o
seu passado, seu presente e seu futuro, é o código decifrado do destino
individual de cada ser humano, que trazemos quando nascemos.

Sendo um culto específico onde os portadores desta sabedoria são


chamados de Oluwo (o que detém o segredo), Babalawo (o pai do
segredo), e Iyanifá (mãe do segredo).  Esses sacerdotes são pessoas
escolhidas pela divindade através do oráculo Ifá, pois necessitam
reunir em sua personalidade um caráter compatível com a missão que
será desenvolvida, e onde não é permitido a traição, a falsidade, o
orgulho, a vaidade, tendo que reunir uma forma de caráter muito
especial, além da inteligência, para ser um iniciado.

Òrúnmìlà, ocupa uma posição única no panteão africano, através dele


podemos decifrar o código secreto espiritual de qualquer ser humano,
comunidade ou Nação, pois nele está inciso o segredo da criação.   Na
ordem divina de Olódùmarè o espírito é eterno, e através de Òrúnmìlà,
conseguimos obter a soma total de nossa existência, a nossa ligação
com o Universo, e o destino que escolhemos quando nascemos. Ele é
o diagnóstico de nosso Ori (Nosso Eu Superior), sabendo tudo o que
aconteceu no passado, o que está acontecendo no presente e qual será
o nosso futuro.  Òrúnmìlà é a tradução da sabedoria infinita de nosso
Deus criador, aquele que tudo sabe, tudo vê, é o verdadeiro elo de
ligação entre o homem e o seu criador.

A filosofia de Ifá é uma das mais antigas formas de conhecimento


revelada à humanidade. Infelizmente as revelações de Ọrúnmìlá, têm
sido desde o início dos tempos, escondidas no mais completo sigilo. 
Tudo o que sabemos hoje de Ifá, tem sido passado de geração em
geração.  O conhecimento de Ifá tem sobrevivido essencialmente pela
tradição oral. 

Ọrúnmìlá é o melhor professor da eficácia da perseverança. Ele ensina


que enquanto pode haver remédios que não sejam eficazes, não há
paciência que fracasse em sobrepujar todas as dificuldades, porque as
divindades irão ao final socorrer aqueles que perseveraram.
Òrúnmìlá é a divindade da sabedoria divina para os Yorubá, Supremo
Oluwo do Universo,  e ele era conhecido como THOTH no Egito
antigo, o Deus da sabedoria, magia e escrita. THOT para os antigos
egípcios era o senhor da sabedoria universal .  THOT quer dizer
“serpente" e naquele tempo a serpente era o símbolo da sabedoria e do
conhecimento.  Era conhecido pelos gregos como HERMES o
trismegisto, que queria dizer que ele era “três vezes grande” o maior
sacerdote, o maior filósofo e o maior rei.

Mas a origem até hoje conhecida e/ou revelada vem de Atlantida,


Òrúnmìlá no ano 52mil antes de cristo iniciou sua vida neste planta e
governou Atlantida entre 52mil e 36mil antes de cristo.  Ele era
conhecido em Atlantida sob o nome CHIQUETET ARLICH
VOMALITES. Chiquetet  não era um nome e sim um título que queria
dizer “buscador do conhecimento”. Ele foi o responsável pela
evacuação dos grandes mestres e almas de Atlantida à época de sua
destruição  e ajudou esses grandes mestres na construção de
civilizações ao redor do mundo levando  a espiritualidade e elevação
da consciência através do antigo conhecimento sagrado a vários
povos. Òrúnmìlá peregrinou pelo mundo, passou pela Índia, arábia e
ajudou a fundar colônias de Atlântida juntamente com as grandes
almas remanescentes daquela civilização, como os mais, aztecas e
principalmente o grande Egito. THOT, Òrúnmìlá, ajudou a erguer a
fantástica civilização do Egito, ergue a grande pirâmide e nela
depositou grande parte das suas anotações e segredos e consagrou
guardiões destes segredos que se tornaram os maiores sacerdotes do
antigo Egito. Entre essas anotações e segredos estão as famosas Leis
Herméticas, retiradas do livro Caibalion, que por sinal deram origem à
Cabala hebraica.  As 12 tábuas de esmeralda também são atribuídas a
THOT e nelas segundo os grandes ocultistas e pessoas que tiveram
acesso a elas através da historia estão gravadas segredos da alta magia,
da alquimia e da transmutação da consciência.  As Leis Herméticas de
tão profundas e sábias deram origem à infinitas ordens e sociedades
secretas.

Òrúnmìlà é a soma da sabedoria suprema, a vida e a morte, o


nascimento da natureza, a visão total do mundo e da existência
estabelecendo normas éticas que irão comandar as sociedades e os
homens, e assim determinando uma conduta nobre diante de todas as
forças que se formam contra o bem da humanidade. É o equilíbrio que
ajusta as forças que conduz a sustentação do planeta. Òrúnmìlà
representa a antiga sabedoria do Culto Yorubá. Òrúnmìlà é o Òrìşá
senhor da sabedoria e do conhecimento, que tendo adquirido o direito
de viver entre o Orun (céu) e o Aiyê (terra), tudo sabe e tudo vê em
todos os mundos. Por isso, conhece todos os destinos e sabe como
propiciar o sucesso em todos os âmbitos, além de revelar o Òrìşá
pessoal de cada um, ou seja, a substância da qual cada um foi extraída
na atual existência, e como integrar o indivíduo neste princípio divino.
O Elérí Ìpín (testemunha da criação), detém conhecimento do passado,
presente e futuro de todos os habitantes do Aiyê (terra) e do Orun
(céu).
Òrúnmìlà é o interventor e defensor dos seres humanos, sempre
tentando minorar os sofrimentos e dificuldades que enfrentam na saga
das suas sucessivas existências na Terra. Conta o Itans que, após
permanecer na Terra por algum tempo, Òrúnmìlà retornou ao Orun,
esticando uma longa corda pela qual ascendeu. Os seres humanos
ficaram totalmente desorientados, e o caos, a fome e a peste
imperaram na Terra, já que ele era o porta-voz da vontade de
Olódúmarè. O ciclo de fertilidade das plantas e animais foi
interrompido, trazendo ameaça de extinção.
O clamor pela sua volta não foi atendido, mas deixou com seus filhos
os 16 Ikin (coquinhos de dendezeiro), que se transformaram num
importante instrumento de adivinhação. Entregou os Ikin instruindo
que sempre que desejassem as coisas boas e realizações positivas na
vida, deveriam consultar os coquinhos. Daí, nasceu o sistema oracular
denominado Ifá, que auxilia o ser humano na resolução dos seus
problemas cotidianos, nos conflitos e nas dúvidas existenciais, como
mediador entre o humano e o divino.
Uma modalidade oracular mais popular é o Opelé Ifá. Apenas
sacerdotes iniciados no culto de Òrúnmìlà - os Oluwos Ifá e Bàbáláwo
– são credenciados para utilizar esses oráculos. Os oráculos são
baseados no sistema binário e comportam 256 combinações
matemáticas que definem os caminhos de Odú, com seus milhares de
Itans (mitos) e owe (parábolas). Sua missão foi organizar as relações
humanas, e orientar em todo tipo de assunto, valendo-se para isto dos
Itans relatados pelos odús. Todo o corpo filosófico da religião Yorubá
se resume nesses signos de Ifá – os odús, que por sua vez se
subdividem em caminhos com os respectivos Itans, que são mitos de
instrução, orientação e aconselhamento.

Na tradição religiosa, nada se empreende sem prévia consulta ao


oráculo, que é um instrumento de transmissão do aconselhamento
divino para que situações sejam revertidas ou confirmadas.

No culto ao Orixá Orunmila, o oráculo mais utilizado e o mais


comum para uma consulta profunda é o Ikin Ifá e o Opelé Ifá. Eles
permitem acesso a até 256 Odu Ifá e através desses é acessado os
versus que suas metáforas traz a sabedoria milenar no qual traz
explicações e informações do que é bom e do que não é para a vida do
ser humano que está consultando Ifá.
Òrúnmìlà é um Orisa, e divindade da profecia, embora não seja Ifá,
a associação íntima existe, porque ele é o que conduz o sacerdócio de
Ifá. Governa o conhecimento do destino e dos presságios
denominados Odus. 
Acredita-se que Olodumare confiou de maneira especial toda a
sabedoria e conhecimento possível, imaginável e existente entre todos
os mundos habitados e não habitados à Òrúnmìlà, fazendo com que
desta forma o tornasse seu representante em qualquer lugar que
estivesse.
No Terra, Olodumare fez com que Òrúnmìlà participasse da criação,
fez com que auxiliasse o homem a resolver seus problemas do dia a
dia, ajudando a encontrar o caminho e o destino ideal.
Òrúnmìlà sabe e conhece o destino de todos os homens e de tudo o
que tem vida, pois ele está presente no ato da criação do homem e sua
vinda a Terra, e é neste exato instante que Ifá determina os destinos e
os caminhos a serem cumpridos. É por isso que Òrúnmìlà tem as
respostas para toda e qualquer pergunta, e tem a solução para todo e
qualquer problema que lhe é apresentado, tem o remédio para todas as
doenças que forem apresentadas, por mais impossível que pareça ser a
sua cura. Òrúnmìlà é também quem tem poder para negociações entre
a vida e morte, ele é a energia que está mais atuante e mais próxima de
Olódúmarè, podendo ele ser a única divindade que tem poderes para
suplicar, pedir ou implorar a mudança do destino de uma pessoa .

Iniciação em Ifá
Os passos da caminhada ao sacerdócio na vida de um Bàbáláwo são
de grande sacrifício. Com a opção pela vida sacerdotal feita, consulta-
se Ifá para que seja indicado o melhor Sacerdote. Sendo aceito, a
partir daí, serão providenciados os ritos de iniciação onde ele receberá
seu Odú de nascimento e seu Òpèlè Kàrágbá (Òpèlè para
treinamento), que “não tem valor litúrgico”, este último servindo
somente para o estudo e aprendizado. Ao longo de no mínimo sete
anos de aprendizado, o Omo-awo poderá vir a ser um Bàbáláwo se
houver adquirido o conhecimento da natureza humana,
nesse período o Omo-awo vai aprender a obedecer a uma hierarquia
rígida submetida a seu Sacerdote (Oluwo).
O Omo-awo deverá ser humilde, devoto, paciente, perseverante,
incansável, solidário, cooperativo, ético, seguindo a conduta dos mais
velhos, aprendendo a ser responsável e desenvolvendo a capacidade
comunicativa. É impedido a ele a mentira, o roubo, a ganância, e o
adultério.
Durante o período de dois anos, o Omo-awo vai aprender a usar o
Òpèlè Kàrágbá (Òpèlè para treinamento). Nesse período ele vai
aprender os dezesseis Odùs Principais e, dependendo de sua
capacidade de memorização, irá aprender de dois a dezesseis Itans
(contos sobre cada um deles). Tendo memorizado os Odùs principais e
seus Itans, ele deverá iniciar os estudos e memorização dos Omo Odù,
que são as combinações dos odùs principais. Depois de obter o
conhecimento devido e estar apto a ser um Babalawo, o iniciado deve
se submeter ao ritual de Ipanodú, onde adquire o elemento principal e
indispensável para que ele possa iniciar outras pessoas, a cabaça da
existência (Igbá-odú) e Opá Osu, tornando-se, assim, um Oluwo Ifá.
O processo de iniciação em Ifá ocorre diferentemente dos processos
de iniciação em outros Òrìşá. Essa diferença consiste em que as
evocações, acompanhadas dos sons dos ilù (tambores), não induzem
ao transe e nem a incorporação, como acontece no culto aos Òrìşá. É
fundamental notar que a iniciação em Ifá, se da única e
exclusivamente pelo processo de busca de conhecimento, isto
significa a tomada de consciência a respeito da própria
responsabilidade pelo curso existencial. No processo ocorre; ritos
sagrados de conhecimento exclusivo dos Babalawo – ifá que possuam
Igba – odù.
Na cerimônia chamada IŞEFÁ, o iniciado passa por alguns sacrifícios
(ebó), chamado de Ifá Adawomi (primeiro ritual), para controlar e
adequar suas energização antes de entrar na floresta sagrada que
chamamos de IGBODU. Depois de alguns dias, ele (a) reconhece seus
tabus (Ewo) através do seu odù (destino) e o caminho a ser trilhado
(ritual chamado de odú ita). Existem pessoas que apenas iniciam-se a
este ritual exclusivamente para melhorar sua espiritualidade e sua
vida, deixando de lado os estudos e levando sua história na maior
normalidade. Este tipo de iniciado é chamado de awo aşoşe, e existem
também aqueles omo awo Ifá chamados awo elegan, o qual Òrìşá Odù
permite somente realizar ebó, e não iniciar outrem a Ifá ou Òrìşá. O
iniciado que quer passar por treinamento, deve estudar
abundantemente. Este awo Ifá passará por muitos testes na vida, e será
sempre supervisionado por seu Ojugbonon (o Babalawo de
ensinamentos), para que ele não cometa erros durante os rituais a
serem realizados.
IŞEFÁ (Primeira mão de Ifá)
Işefá, normalmente muitas pessoas o procuram para ter mais
conhecimento sobre a vida e seu pessoal, sendo que o novo iniciado
consegue aprender com seu Babalawo a controlar seu caráter, ter mais
paciência, saber ver mais o certo e o errado, saber se defender e,
principalmente, organizar de uma maneira mais fácil sua vida. O
OMO IFÁ, aprende também como cuidar dos ikin (caroços de dendê),
de maneira que seu Ifá o permitir.
ITELODU (Segunda mão de Ifá)
O ritual de itelodu é importante para saber o destino de cada pessoa,
além de mudar ou concertar o destino do iniciado, este ritual serve de
impulso para o iniciado aprimorar por toda sua vida, os seus estudos e
suas práticas religiosas. Uma pessoa é um verdadeiro Babalawo, pelo
fato de saber responder questões que Ifá permita, e seu Oluwo e
Ojugbonon o aprovar através do ritual Odú. O Babalawo treina a vida
toda, os itans ifá (corpus literários), rezas tais como oriki, adura,
igede, ofó (para fazer medicinas) e utiliza vários instrumentos
adivinhatórios como opele ifá (rosário) e ikin ifá (caroços de dendê).
APETEBI e IYANIFÁ
São cargos para mulheres dentro do culto de Ifá. A Apetebi é a esposa
do Babalawo, e ela pode ter conhecimento ou não da filosofia de Ifá.
Este título só a caberá se ela for casada com um Babalawo, como
explica no odù ifá Obara Irete. A Apetebi normalmente além de cuidar
do templo, ela deve rezar a Ifá, e às vezes agradá-lo com as nozes de
cola (obi) nos Oşe Ifá (semana de Ifá), comidas, bebidas, etc.
A Iyanifá é um título para qualquer mulher que se submete a formação
de conhecimento a Ifá, e passa por todas as etapas da iniciação, tal
forma que, uma Apetebi também pode se tornar uma Iyanifá se passar
pela iniciação e por todo treinamento de Ifá, igual a um Babalawo. A
palavra Iyanifá foi derivada de Iyá Onifá, que significa Mãe em Ifá ou
sacerdotisa de Ifá. Iyanifá não se designa apenas as mulheres anciãs,
mas sim pelo conhecimento dela dentro do culto a Ifá, que é o mesmo
seguimento de um Babalawo, ela pode ser jovem. Iyanifá pode, além
de tudo mencionado acima para as Apetebi, recitar versos de Ifá a
partir dos odùs, permitida a ela também participar de reuniões no
templo de Ifá, fechado somente aos sacerdotes, e até mesmo
aconselhar um babalawo quando possível em reuniões espirituais. A
única exceção aos rituais de iniciação de uma Iyanifá é que ela é
proibida de olhar a cabaça da existência(Igba – odù).
Elérí Ìpín –  o testemunho  de Deus.

Ibìkéjì Olódúmarè –  o vice de Deus.

Gbàiyégbòrún –  aquele que está no céu e na Terra

Òpitan Ìfé –  o historiador de Ìfé.


Ser Iniciado

Se iniciar, permite que se tenha acesso a novas experiências e novos


conhecimentos.

A iniciação nos abre o canal para estarmos em contato com as Forças


da Natureza, e com nós mesmos.  É o compromisso que escolhemos
ter com o Divino.

Estar iniciado, não é o suficiente para ser um seguidor do Orisá, é


preciso muito mais.  Como o nome diz, iniciação, é o inicio.  Inicio de
muito estudo, dedicação, envolvimento, comprometimento, prática do
culto, querer, e acima de tudo, muito amor ao Orisá.  Tudo isso, leva
ao conhecimento e ao exercício de um Culto, onde se tem a
oportunidade de se conhecer, conhecer os medos, os erros, os
negativos e os positivos e transformar tudo isso em somatório positivo
para sua caminhada nessa terra.

Sem esforço e sem entrega e perseverança, não se vai a lugar


algum.  A iniciação é o Ritual de passagem do Mundano para o
Divino, onde existem regras a serem seguidas, existem
comportamentos que precisam ser mudados, existem atitudes que
precisam ser repensadas, tudo isso para que o visgo do passado, da
vida mundana, seja limpo para a preparação com o encontro divino.  

O iniciado não pode ter dúvidas, não pode ter medos absurdos, porque
é o medo que cria monstros e sombras que impedem o equilíbrio, o
auto conhecimento e a evolução.
O iniciado precisa saber ouvir, aprender os ensinamentos, aprender a
seguir regras e acima de tudo, precisa saber calar-se.  Isso é a
sabedoria Divina.
O iniciado que se permite conhecer o mundo Divino, com certeza
aprende a conhecer-se, a dominar-se, a moldar o que precisa. Conhece
a força da Natureza emanada do alto, percebe que não está sozinho,
que existem energias tão maiores, tão sublimes e capazes de
proporcionar a paz e o preenchimento, nunca antes conhecido. 

Ser iniciado é sentir que é amado, simplesmente pelo privilégio de


existir.  É estar comprometido com sí mesmo em busca de um futuro
que só depende do que se está plantando no presente.  É saber que se
tem escolhas e que é preciso arcar com as conseqüências delas.  É
saber que é preciso olhar para o lado.  É preciso respeitar o espaço do
outro e principalmente, respeitar o amor e a dedicação que o outro se
dispõe a dar.

O Sacerdote é o veículo que abre todos os canais possíveis com o


Divino, por isso deve-se todo respeito e reverência a ele.  É o
Sacerdote que recebe os ensinamentos de como manipular todas as
forças do alto para que o iniciado consiga chegar até o Divino.  É ele,
o conhecedor dos caminhos para o alto conhecimento, para se chegar a
plenitude do ser.

É através do Sacerdote, que as Energias da Natureza, os Orisá, o Alto,


o Divino, conseguem chegar até o nosso plano e se manifestarem para
o bem da humanidade.  Ele é o escolhido pelo Alto para guiar quem
realmente deseja conhecer a magia e a beleza do Divino.
A importância da palavra de Ifá na nossa
vida

Òrúnmìlá, é o testemunho do nosso destino na terra.  O escolhido por


Olódùmarè para que viesse testemunhar a criação.
Ele é o detentor de toda a sabedoria dada por Olódùmarè, para auxiliar
os seres humanos na caminhada na terra.
Somente ele conhece o destino de cada ser e por esse motivo é capaz
de orientar, aconselhar ou até mesmo, através do Orí e do livre
arbítrio, mudar esse destino.
Através de seu Oráculo Ifá leva a palavra de Deus aos quatro cantos
do mundo.
Toda existência está contida no Corpus de Ifá, que é formado por 16
Odús principais, que combinados entre si, formam os 256 Odús.  Ifá
nos ensina que a base de nossa religião está no conhecimento e no
estudo.  Se entendermos que a sabedoria é importante para nossa fé,
vamos entender a nossa verdadeira essência energética e o propósito
dessa escolha para o nosso destino, sempre colocando como base de
tudo isso, a palavra de Olódùmarè através do Oráculo Ifá, pela
sabedoria de Òrúnmìlá e pelas mãos e interpretação do Sacerdote de
Ifá.
Por essa razão, a boa interpretação da palavra de Ifá, é essencial para o
entendimento das mensagens.  Para isso, é preciso que a honestidade,
o caráter e a entrega espiritual do Sacerdote sejam impecáveis.
Para cada Odú, existem inúmeros Itans (versos) que o descreve. 
Diante do que eles falam, o Sacerdote interpreta a mensagem.
A cada dia, a energia se modifica, e com isso, as orientações de Ifá
também.  Portanto, é importante que se cumpra as orientações do
Oráculo imediatamente, para que a energia não se dissipe.
Ao inicio de cada ano, é importante que se consulte o Oráculo Ifá,
para que possamos ter conhecimento do que o destino nos reserva
durante aquele ano.
Isso não impede que se faça consultas ao oráculo durante todo o ano,
afinal, como já mencionei acima, a energia se modifica, a cada dia
aparecem novas situações, e que precisamos de orientação para
sabermos lidar com elas.
Inicie o seu ano com a palavra de Deus na sua vida.  Consulte Ifá, e
saiba o que a vida lhe reserva.
Òrúnmìlá tudo sabe a respeito de cada um, a sua sabedoria e sua
inteligência, são emanações de Olódùmarè, então, siga seus conselhos
e orientações.
E seja Feliz !

Ancestralidade 
Culto aos Antepassados - os Egúngún
Os Yorubá, assim como os demais povos africanos, crêem na
existência ativa dos antepassados.  Para eles a morte não representa
simplesmente o fim da vida humana, mas a vida terrestre que se
prolonga em direção à vida além-túmulo, em algum dos nove espaços
do òrun (céu), no domínio dos seres desprovidos do èmì (O sopro da
vida).   Assim, a morte não representa uma extinção, mas a mudança
para uma outra fase.
A morte é denominada Ìkú, e trata-se de uma divindade masculino. 
Ìkú (a morte), é visto como um agente criado pôr Olódùmarè para
remover as pessoas cujo tempo no àiyé (terra), tenha terminado.  Sua
lógica é para as pessoas mais velhas, que devem viver até uma idade
avançada.  Pôr isso , quando uma pessoa jovem morre, o fato é
considerado tragédia;  pôr outro lado, a morte de uma pessoa idosa é
motivo para se alegrar.  
Para os Yorubá, existe um mundo em que vivem os homens em
contato com a natureza, o nosso mundo, dos vivos, que eles chamam
de àiyé (terra) e um mundo sobrenatural, onde estão os òrìsà, outras
divindades e espíritos, e para onde vão os que morrem, mundo que
eles chamam de òrun (céu).  Quando alguém morre no àiyé, seu
espírito, ou uma parte dele, vai para o òrun, e de onde pode retornar ao
àiyé, nascendo de novo, reencarnando. Os espíritos retornam à vida,
na comunidade familiar tão logo possam.  Os espíritos dos mortos
ilustres (reis, heróis, grandes sacerdotes, fundadores de cidades e de
linhagens nobres) são cultuados e se manifestam nos festivais de
Egúngún no corpo de sacerdotes mascarados, quando transitam entre
os humanos, julgando suas faltas e resolvendo as contendas e
pendências de interesse da comunidade.  A  família é o suporte
fundamental, e guardiã das regras necessárias para a conduta
individual e coletiva, a espiritualidade impregna a comunidade, o
homem, as coisas, a natureza, e é um código cuja a aplicação é zelada
pelos Àgbà (anciões), que desempenham papel de biblioteca viva no
sentido de sabedoria ancestral, toda esta ordem da vida comunitária é
regulada e mantida também através dos Egúngún que nestes casos
atuam como fiscalizadores da família e do bom andamento da vida.    
O encaminhamento do espírito, depois dos rituais realizados,
corresponde a passar de volta pelo portão de Oníbodè (porteiro do
céu) em direção a Olódùmarè, para receber o julgamento de seus atos
na terra. De acordo com o òrun ao qual foi destinado, continuará a
exercer suas funções familiares, agora de modo mais poderoso sobre
seus descendentes que a ele continuam a se referir como bàbá mi (meu
pai), ou ìyámi (minha mãe). 
Ao seguirem para o òrun, os ancestrais são libertos de todas as
restrições impostas pela terra;  dessa forma, adquirem potencialidades
que podem ser usadas para beneficiar seus familiares que ainda estão
na terra. Pôr essa razão, é necessário mantê-los num estado de paz e
contentamento.
Quando dissemos que existe um culto ao ancestral, queremos dizer
que uma manifestação de relacionamento familiar indestrutível entre o
membro da família que partiu e seus descendentes que aqui ficaram.  
O Òrun (céu) é dividido em espaços para acomodar todos os tipos de
espíritos. São em número de nove, segundo as tradições Yorubá:  
Òrun Alàáfià: Espaço de muita paz e tranqüilidade, reservado para
pessoas de gênio brando, ou índole pacífica, bondosa, pacata.
Òrun Funfun: Espaço do branco e da pureza, reservado para os
inocentes, sinceros, que tenha pureza de sentimento, pureza de
intenções.
Òrun Bàbá Eni: Espaço reservado para os grandes Sacerdotes
e Sacerdotisas.
Òrun Aféfé: Espaço da aragem, reservado para as oportunidades e
correção para os espíritos, possibilidades de reencarnação, volta
ao àiyé.
Òrun Ìsòlú ou Àsàlú: Espaço reservado para o julgamento
por Olòdùmarè para decidir qual dos respectivos òrun o espírito será
direcionado.
Òrun Àpáàdì: Espaço reservado para o lixo celestial, das coisas
quebradas, para os espíritos impossíveis de serem reparados e
restituídos à vida terrestre.
Òrun Rere: Espaço reservado para aqueles que foram bons durante a
vida.
Orun Burúkú: Espaço ruim, quente como pimenta", reservado para
as pessoas más.
Òrun Mare: Espaço reservado para aqueles que permanecem, tem
autoridade absoluta sobre tudo o que há no céu e na terra e são
incomparáveis e absolutamente perfeitos, os supremos em qualidades
e feitos, reservado a Olódùmarè, todos os Òrìsà  e divinizados.

Os mortos são encaminhados a um desses espaços após o fator


decisivo do julgamento divino.  O juízo final fica a cargo de
Olòdùmarè, decidindo quais são os bons e quais são os maus, e os
encaminham para o respectivo òrun.  O julgamento é baseado nos atos
praticados na terra e devidamente registrados no Orí inú, que retorna
para Olódùmarè. 
Somente quando se é absolvido pôr Olódùmarè é que se tem a
oportunidade de reunir-se com seus ancestrais, podendo-se reencarnar
e nascer dentro da mesma família.
Se alguém, porém, é condenado, vai para o Òrun Àpáàdi, onde irá
sofrer com os maus.  E quando finalmente for libertado, não terá a
oportunidade de viver uma vida normal, será condenado a errar, pôr
lugares solitários.
Através do culto aos ancestrais, os Egúngún, é  reconstruída a origem,
etnia e memória.  Essa memória, enraizada na herança africana, cresce
com força total, a ancestralidade mítica e histórica, marca a existência
de uma forte comunidade. É na memória e no culto aos antepassados 
que essa comunidade se afirma.  O místico e o sagrado  manifestam-se
através  de um complexo sistema  filosófico e simbólico  que se
expressam através de uma rica liturgia.  Neles se continua e se renova
o culto  das entidades sagradas, a tradição  dos òrìsà e dos ancestrais
ilustres, Egúngún.
Além da Sociedade Gèlèdè , existe também na Nigéria a Sociedade
Orò.  Orò é uma divindade  considerado o representante geral dos
antepassados masculinos e cultuado somente por homens. Tanto Ìyámí
quanto Orò são manifestações de culto aos mortos. São invisíveis e
representam a coletividade.  Outra forma de culto aos ancestrais
masculinos é através da  "Sociedade Egúngún".  Esta têm como
finalidade celebrar ritos a homens que foram figuras destacadas em
sua sociedade ou comunidade quando vivos, para que eles continuem
presentes entre seus descendentes de forma privilegiada.
Egúngún é a materialização da morte sob tiras de pano, e o contato,
ainda que um simples esbarrão nessas tiras, é prejudicial.
Em sua comunicação com os seus familiares ele usa uma voz forte e
grossa,  denominada de séègì, não podemos esquecer que a palavra é a
memória viva na África, afinal a tradição oral é a grande escola da
vida , é através dela que os Egúngún se comunicam com seus
descendentes, e transmitem seus ensinamentos, pois quando morre um
ancião, é como se uma grande escola se perdesse.
A aparição dos Egúngún é cercada de total mistério.  O Egúngún
simplesmente surge  causando impacto visual e usando a surpresa
como rito.
SOCIEDADE Ògbóni

Na Nigéria existe uma tendência muito


forte de formar associações e corporações
devido a sua grande extensão de terras e
também uma forte expressão política. Estas
associações são formadas com o interesse
comum de proteger a população em
economia, política, recriação e religião. A
sociedade secreta Ògbóni é encontrada em
terras Yorubá, e sustentada pela tradição de
ter surgido nos primórdios de Ilé Ifè. Venera
a terra como fonte da vida, simbolizada pelo
òrìşá Edan.
Segundo um itans do Odu Irosun-Iwori,
num antigo período da história da
humanidade, esta vivia em total anarquia, promovendo sucessivos
incidentes de roubos, assassinatos e violações de toda ordem de abuso
aos códigos éticos ditados pelos ancestrais. Alguns habitantes pediram
a interferência de Orúnmilá, para que colocasse um paradeiro naquela
situação alarmante. Orúnmilá ordenou que se realizassem sacrifícios e
aqueles que cumpriram as instruções de Ifá prosperaram em
segurança. Depois disso, Orúnmilá retirou-se aos céus, entregando a
Edan a responsabilidade sobre a Terra. Edan firmou um pacto e,
aqueles que juraram mantê-lo, poderiam viver em paz, harmonia,
justiça e prosperidade.
Após longo tempo de permanência na Terra, Edan retornou aos céus,
delegando a um grupo de pessoas responsáveis a tarefa de
supervisionar e fazer cumprir as leis estabelecidas. Este grupo se uniu
em fraternidade, tornando-se a conhecida Sociedade Secreta Ògbóni.
Ainda hoje, Ògbóni mantém ritual iniciativo baseado num pacto que
estabelece e faz cumprir o seu elevado código ético, zelando pela
justiça, verdade, lealdade e proteção.
A justiça de Ògbóni é firmada com a própria Terra, sendo Onilé que
detém a prioridade em todos os ritos. Dela sai o sustento de todos os
seres que nela habitam, dela saiu o barro primordial com que Obàtálá
modelou o ser humano. Dela viemos, nela nascemos e recebemos a
oportunidade da vida, dela somos alimentados e a ela alimentaremos,
por ocasião da morte.
Conta o itans que Olódùmarè concedeu cada reino da natureza a
um òrìşá, assim, sempre que um ser humano expressasse alguma
necessidade relacionada a um dos reinos, deveria pagar uma prenda
em forma de sacrifício ao òrìşá correspondente. Restou de todos os
reinos, o próprio planeta Terra, que foi concedido a Onilé. O seu
tributo seria a própria vida, pois nela repousam os corpos e restos de
tudo o que já não vive. Onilé deveria ser propiciada sempre, para que
o mundo continuasse a existir, gerando continuamente, nova vida e
assegurando a continuidade do planeta.
Com o objetivo de promover a harmonia com a natureza, Ògbóni
venera Onilé – os senhores da Terra - como fonte da Vida,
simbolizada pelo òrìşá Edan. Daí resulta que todo aquele que
transgredir o pacto estabelecido pela Lei de Ògbóni, deverá, –
incondicionalmente, prestar contas à Edan – a própria Terra.
Outra atividade dessa sociedade é a de detectar as ofensas feitas aos
Òrìşá, para logo penalizar rigorosamente os culpados. As cerimônias
feitas por essa sociedade mística se realizam em um lugar sagrado e
nesse lugar são depositadas inúmeras oferendas.
Graças a seu poder espiritual os Ògbóni podem alcançar posições em
nível social e políticos. Eles são facilmente reconhecidos porque usam
um Opa-Edan, feito de ferro nas extremidades ressalta as figuras de
uma mulher e outra de um Homem. O chefe do culto de Ògbóni é um
iniciado que atinge o grau de Oluwo (senhor do sagrado/segredo) e é
portador do shaki – uma estola que o distingue como detentor de
honra e respeito.

A sociedade Ògbóni se dedica a praticar um dos cultos mais antigos,


baseado na preservação  de Onilè (Terra).  Para os Yorubá a terra é
sagrada porque foi a primeira coisa que Olódùmarè criou, por isso os
Ògbóni ensinam nesse culto como tratar a Terra (Onilé), e a melhor
maneira de melhorar a sua produção, respeitando o seu poder.
Simbolizando a terra há um buraco com aproximadamente 15 cm de
diâmetro , no canto dos templos de Ogbóni , que dizem não ter fundo. 
Durante as oferendas anuais, quantidades de oferendas ali são
depositadas e desaparecem imediatamente.
A Sociedade Secreta Ògbóni é encontrada em terras Yorubá, e
sustentada pela tradição de ter surgido nos primórdios de Ilé Ifè. 
Outra atividade dessa sociedade é a de detectar as ofensas feitas aos
ìmòle , para logo penalizar rigorosamente  os culpados. 
Na cultura Yorubá, o caráter do homem é de importância suprema.  O
bem-estar do homem aqui na terra depende de seu caráter. 
Moralidade é resumida pela palavra Iwa que pode ser traduzida na
palavra "caráter".  É dado ênfase ao fato de que caráter bom deve ser a
característica dominante da vida de uma pessoa.  Quando um Yorubá
fala de alguém, "Ele fala da forma de agir da pessoa".
Por esse motivo, o primordial para a Sociedade Secreta Ògbóni, é o
Caráter reto.

De acordo com o odú Ogbè-Ògúndá, Òrúnmìlá buscou os meios de


sucesso na vida e lhe foi dito que a única forma de conseguir, era se
casando com Iwa.  Ele se casou com Iwa e ficou muito próspero.
Conseqüentemente todos tem buscado, desde então, Iwa para o
sucesso. 

Segundo um itan do Odù Irosun-Iwori, num antigo período da história


da humanidade, esta vivia em total anarquia, promovendo sucessivos
incidentes de roubos, assassinatos e violações de toda ordem de abuso
aos códigos éticos ditados pelos ancestrais.  Alguns habitantes
pediram a interferência de Òrúnmìlá, para que colocasse um paradeiro
naquela situação alarmante. Òrúnmìlá ordenou que se realizassem
sacrifícios, e aqueles que cumpriram as instruções de Ifá prosperaram
em segurança.  Depois disso, Òrúnmìlá retirou-se aos céus, entregando
a Edan a responsabilidade sobre a Terra.  Edan firmou um pacto e,
aqueles que juraram mantê-lo, poderiam viver em paz, harmonia,
justiça e prosperidade.
" Edan  máà  jékí  ohun  búrurú kankan dé òdòmi"
"Edan não permita que coisas ruins se aproximem de mim".
Após longo tempo de permanência na Terra, Edan retornou aos céus,
delegando a um grupo de pessoas responsáveis, a tarefa de
supervisionar e fazer cumprir as leis estabelecidas. Este grupo se uniu
em fraternidade, tornando-se a conhecida Sociedade Secreta Ògbóni.
Ainda hoje, Ògbóni mantém ritual iniciativo baseado num pacto que
estabelece e faz cumprir o seu elevado código ético, zelando pelo bom
caráter, justiça, verdade, lealdade e proteção.
Com o objetivo de promover a harmonia com a natureza, Ògbóni
venera Onilé, simbolizada pelo òrìşá Edan.  Daí resulta que todo
aquele que transgredir o pacto estabelecido pela Lei de Ògbóni,
deverá, incondicionalmente, prestar contas à Edan, a própria Terra.
Como a justiça de Ògbóni é firmada com a própria Terra, Onilé detém
a prioridade em todos os ritos.
Graças a seu poder espiritual, os Ògbóni podem alcançar posições em
nível sociais e políticos.  O chefe do culto de Ògbóni é um iniciado
que atinge o grau de Oluwo (senhor do sagrado/segredo) e é portador
do shaki, uma estola que o distingue como detentor de honra e
respeito.
Há um pequeno grupo de mulheres que fazem parte da Sociedade, e
recebem o cargo de Erelú, elas representam os interesses das mulheres
da cidade nas reuniões.
Pode-se dizer, em síntese, que a sociedade Ògbóni cultua o "espírito
da Terra" (Onilé), para assegurar a sobrevivência humana, a paz, a
felicidade, a estabilidade social da comunidade, a prosperidade e a
longevidade.
Segundo a tradição, "a Terra existiu antes das Divindades.  A Terra é a
mãe a quem os mortos retornam.  A Terra e os ancestrais, são as
fontes da lei moral".
A sociedade Ògbóni, é uma instituição com funções religiosas,
judiciais e políticas.  Ela é uma espécie de assembléia de anciões da
cidade, unidos ritualmente, que regem um importante culto
estruturado a partir da cosmogonia dos Yorubá. 
Onilé, é tida como a mais poderosa de todos os Orisá, e mãe de todas
as deidades Yorubanas.  E os Edan é o elo que une a comunidade a
Onilé.
.......

O que é Òrìsá/Orixá?
Trata-se de Seres Divinos, emanados da Divindade Suprema
Universal. Os Òrìşá, atuam de acordo com as funções que lhes são
delegadas por Olódùmarè, inclusive como mediadores entre Ele e os
seres humanos.

São seres espirituais criados por Olodumare há aproximadamente 4,5


bilhões de anos para ajudar na criação do universo, para viver sobre
ele e serem intermediários entre Olodumare e a criação. Olodumare os
criou, dando poderes a cada um para fazerem criações na terra e os
enviou. Após a criação, os Orixás viveram como seres humanos. Orisa
é a forca da Natureza, todos nós, independente da formação religiosa,
cultural, econômica, todos somos devotos dos Orisás, pois Orisa é a
natureza, que é mais antiga que a humanidade.

A criação da Vida na Terra foi delegada ao Òrìşá Obàtálá (o rei do


pano branco que esconde a vida e a morte), que com o seu ofu-rufu
(sopro divino) permeou várias outras dimensões além da física. Como
Òrìşá mais velho, Obàtálá chefiou a vinda dos demais Òrìşá, todos
com a tarefa de exercer domínio pleno sobre os diversos reinos e
elementos da natureza terrestre. Porém, dentro dos limites e tarefas
estabelecidos por Olódùmarè. Identificando as forças dos Òrìşá e se
alinhando com elas, aumentamos as chances para alcançarmos o nosso
verdadeiro sucesso.
Esse alinhamento se dá quando nós, seres humanos, trabalhamos a
favor da natureza, com isso conseguimos com que ela trabalhe a nosso
favor.

No Culto Yorubá, quatro são os elementos da natureza que dão


condição de vida no planeta: a água, o fogo, o ar e a terra. 

Os Òrìşá representam a personificação das forças da natureza e dos


fenômenos naturais: nascimento e morte, saúde e doença, as chuvas e
o orvalho, as árvores e os rios. Representam os quatro grandes
elementos: fogo, ar, terra e água; e os três estados físicos dos corpos:
sólido, líquido e gasoso. Representam ainda os três reinos: mineral,
vegetal e animal, além dos princípios masculino e feminino, também
presentes em sua representatividade. Tudo isso representa o poder
vital, a energia e a grande força de todas as coisas existentes

A energia vital – aşé – que permeia todas as forças da natureza é parte


do Òrìşá, que representa o aspecto inteligente e estabelece um elo
entre a humanidade e Olódùmarè.
Os Òrìşá constituem energia pura que interfere também na existência
dos seres humanos, já que conosco compartilham da natureza terrestre
e concorrem diretamente para a nossa formação, como seres
individualizados. No momento em que o ser humano encarna,
aceitando o seu destino, seus corpos são criados com a energia
predominante de um Òrìşá. As práticas e rituais da religião yorubá têm
por finalidade a sintonia e integração do ser humano com essa energia
divina da qual foi formado.
EŞÚ - É o principio de tudo, é o espiral na terra por onde segue todas
as mensagens aos outros Òrìşá, e é o movimento
que nos mantém vivos. Eşú é o tudo e o nada, é o
mensageiro de tudo e de todos. É o equilíbrio da
natureza, sem ele nada poderá ser feito.

A palavra Èsù(Exu) em yorubá significa "esfera". Exu é o orixá do


movimento.É o fiscalizador do Àse (Axé), das coisas que são feitas e
do comportamento humano.Exu é o Orixá da sexualidade e virilidade.
Tornou-se um dos assistentes de Òrúnmìlà como Èsù Elégbára e ainda
Rei de Kétu, sob o nome de Èsù Alákétú.

Mas, o que significa a palavra Elégbára?

A palavra Elégbára significa "aquele que é possuidor do poder


(agbára)" e está ligado à figura de Exu.

Um dos cargos de Exu na Nigéria, mais precisamente em Oyó, é o


cargo denominado de Èsù Àkeró ou Àkesán, que significa "chefe de
uma missão", pois este cargo tem como objetivo supervisionar as
atividades do mercado do rei. Exu praticamente não possui èwós
(tabus) ou kizilas. Ele aceita quase tudo que lhe oferecem. Os yorubás
cultuam Exu em um pedaço de pedra porosa chamada Yangí, ou
fazem um montículo grotescamente modelado na forma humana com
olhos, nariz e boca feita de búzios. Ou ainda representam Exu em uma
estatueta enfeitada com fileiras de búzios tendo em suas mãos
pequeninas cabaças onde ele, Exu, carrega diversos pós de elementais
da terra utilizados de forma bem precisa, em seus trabalhos. Exu tem a
capacidade de ser o mais sutil e astuto de todos os orixás. Diz um oríkì
que: "Exu é capaz de carregar o óleo que comprou no mercado numa
simples peneira sem que este óleo se derrame". Ele é o único Orixá
que faz: "O erro virar acerto e o acerto virar erro".
temos Exu- Alaje para ganhar ,
temos Exu Ita - esse Exu é muito forte, ele fica fora das
casas para proteger as famílias, caso tenha
algum mal que queira atingir a família. Exu Ita
previne que forças do mal entrem nas casas.
Exu elegbara é o exu que ajuda a levar o ebo para
o Orun,
Exu Odara é aquele que você tem
que rezar para que ele leve o ebo para o Orun.
Para quem não sabe tem diferentes formas de
fazer Exu, todos os Exu tem
diferentes formas de ser preparados para que
você receba as mensagens que aquele Exu pode
trazer para sua vida.
Temos também exu para comunidades, exu para
templos é importante ter exu na sua casa para
abrir os caminhos, para tirar o mal, e de muitas
coisas boas para a casa.
Para que vocês saibam a força de exu é tão forte
que quando você acorda pela manha você deve rezar pra ele te
abençoar .
ifá pode dizer qual é o exu
bom para você. Mulheres podem ter todos os
Exu, na Nigéria são as melhores com
exu.
Para você ter uma boa vida e muito sucesso você
realmente precisa de uma mulher para ajudar
você no caminho espiritual e financeiro.
Exu adora comer Akuko(galo)
Exu come tudo, qualquer coisa que você da para
exu, exu come, mas cada exu tem algo
pouco diferente um do outro. Exu Alaje gosta de
comer banana ouro, (pequnena) Exu alaje come
mel. Come dendê e come Pombo. Exu alaje come
Gim (oti)
Nunca se usa animais femininos para Exu.
Sempre macho.
Exu é o dono deste mundo, Olodumare deu este
mundo para Exu por que ele é bom, honesto e
humilde. Todos os Babalawo tem que dar
comida para Exu antes de comer, tem que
comida para Exu antes de comer, tem que
colocar uma pequena porção do seu prato para
ele para que ele abençoe.

“Eu tenho 6 Esu na minha casa


que ficam do lado de fora da casa. As pessoas
podem ter mais de um Esu, quem determina isso
é o oráculo.”
-Baba Ifadapo Elebuibon

OGUN - A divindade do ferro. É o senhor da


guerra e dono do trabalho, porque possui todas as
ferramentas oriundas do ferro. Ogun também é
dono das estradas de ferro e dos caminhos. Em tudo
onde encontramos a técnologia, encontramos Ogun,
ele é o próprio progresso.

ÒGÚN

Ògún alákáyé  -  Senhor do Universo !

Orisá conquistador de terras, Ògún fez-se respeitar em toda a


África, pelo seu caráter forte e marcante.  Foram muitos os
reinos que se curvaram diante do poder de Ògún.
Em todos os cantos da África, Ògún é conhecido, pois soube
conquistar cada espaço daquele continente com a sua bravura.
Lutou em muitas batalhas, e também saciou a fome de muita
gente, por isso antes de ser temido Ògún é respeitado e
amado.

Entre os muitas cidades conquistadas por Ògún, está a cidade


de Iré, da qual se tornou senhor após liberta-la da tirania do rei
e substituí-lo pelo seu próprio filho, regressando glorioso com o
título de Oní Ìré - Rei de Ìré.

Ògún é o temível guerreiro, violento e implacável.  Não é por


acaso, que nas rezas dedicadas a Ògún o respeito fica tão
evidente e a piedade é um pedido constante.
Deus do ferro e da tecnologia; protetor do ferreiros,
agricultores, caçadores, metalúrgicos, enfim todos os
profissionais que de alguma forma lidam com o ferro.

Ògún é a força incontrolável e dominadora do movimento.  É o


poder do sangue que corre nas veias.  É o Òrìsá da
manutenção da vida.
Ògún é decisão, convicção, certeza.  Ele é a energia da vida
em sua plenitude.
É uma energia da natureza temida e respeitada, que se faz
presente nos momentos que precisamos ser fortes e causar
impacto.

Senhor dos metais, ele forjava suas próprias ferramentas, tanto


para a caça, como para a agricultura ou para guerra.  Na África,
seu culto existe em Ondó, Osogbo, Ile Ifé, Ekiti, Oyó, entre
outros do Panteão Yorubá.

Ògún lutava sem cessar contra os reinos vizinhos e como


resultado, trazia sempre um rico espólio de suas expedições,
além de inúmeros escravos.
Òrìsá do ferro e da guerra, cujas lendas a seu respeito falam de
um terrível guerreiro, sempre envolvido em batalhas para
aumentar seus domínios; justiceiro impetuoso, e que coloca
acima de tudo o conceito de honra.

Os lugares consagrados a Ògún são, geralmente, ao ar livre.


Para Ògún, a retidão, a verdade e a justiça são importantes,
mas sua principal ocupação não é determinar o que é certo ou
errado, e sim apenas fazer prevalecer aquilo que julga certo,
portando Ògún faz justiça com as próprias mãos.

Ògún aparece imediatamente em socorro daquele que o


invocou.  Porém, não pode ser invocado em vão, porque se
não encontrar inimigos, é sobre o imprudente que lançara sua
ira.

Ògún é também representado por folhas de dendezeiro


desfiadas, chamadas Màrìwò.  Elas servem de vestimentas
para o Deus da Guerra.  
Como fala em uma de suas rezas:

"...Aquele que se veste de Màrìwò.


Que tem água em casa, mas se lava com sangue"...

O culto de Ògún é bastante difundido em territórios Yorubá, e é


um dos Òrìsá mais respeitados e temidos. 
Ògún é um caçador de grande fama.  De acordo com as
lendas, no começo do mundo os Òrìsà tentaram atravessar
uma selva sem sucesso.  Por fim, foi Ògún que conseguiu abrir
o caminho com seu facão.

A Divindade do ferro, o Senhor da Guerra e dono do trabalho,


porque possui todas as ferramentas oriundas do ferro. Ògún
também é dono das estradas de ferro e dos caminhos.  Ele é o
próprio progresso !
ODÉ - Senhor das florestas, sendo seu habitat
natural onde vive e caça. É a divindade da harmonia
e do equilíbrio ecológico. Está associado com a
vida ao ar livre e com os elementos da natureza.
Odé representa a fartura em nossa casa.

OSANYIN - É a divindade das plantas medicinais e


litúrgicas dentro do Culto Yorubá, tendo recebido o
segredo das ervas. A força e o poder de Osanyin
está no conhecimento da mistura das folhas. Ele é o
guardião de todas as florestas do planeta.

OBALUÀYÉ - Obaluàyé quer dizer "rei e dono da


terra", sua veste é a palha, onde esconde o segredo
da vida e da morte. Está relacionado à terra quente
e seca, como o calor do fogo e do sol - calor que
lembra a febre das doenças infectocontagiosas, ele
domina completamente as doenças. Ao mesmo
tempo em que as causa, tem poder de cura sobre
elas.

OŞUMARÉ - Alguns têm este Òrìşá como a


serpente, outros como o arco-íris. É Oşumaré
quem recolhe a chuva que cai na terra e a
transforma em nuvens, portanto, é ele quem regula as chuvas. Está
ligado a todos os movimentos que não podem parar. Sendo ele
também o movimento continuo do universo e dos corpos celestes.
Portanto caso venha a perder suas forças tudo se acabaria.

NANÃ BURUKU - É proprietária de um


cajado, Nanã é salpicada de vermelho, suas
roupas parecem banhadas em sangue e água
parada que mata de repente, é o Òrìşá mais
antigo do mundo. Chegou no principio de tudo,
quando a terra ainda não era nada, só havia o
barro e a lama. O termo Nanã significa raiz,
aquela que se encontra no centro da terra.

ÓŞUN - Sem o poder feminino e sem o


princípio de criação, não brotam plantas, os
animais não se reproduzem e a humanidade
não tem continuidade. Assim, o princípio
feminino é o princípio da criação e preservação
do mundo. Sem a mulher não existe vida,
sendo assim, deve ser reverenciada e
respeitada pelos Òrìşá e pelos homens. Representa a força das águas
dos rios e cachoeiras, onde não se tem impedimentos para que ela
corra em seu rumo.

ERINLÉ - É o caçador que vive no fundo do rio.


Ele traz tanto a força e a delicadeza das águas,
quanto o mistério das florestas, onde caça.

Erínlè   
Erínlè - terra do elefante
Erín - elefante
ilè - terra
Erínlè é o òrìsá da caça, cultuado as margens do rio Erínlè .
Erínlè, e seu culto, está simbolicamente associado, e,
mais presente, nos cultos dedicados às divindades
femininas dos rios, em particular Yemojá e Òsún.
Porém, apesar de estar presente nos "dois mundos"
Erínlè é um só.  Há, em seu culto, determinados
elementos consagrados também a Èsù, guardião de
todas as fronteiras. 
O òpá òrèrè (bastão, feito de ferro, adornado por uma
ave) de Erínlè é o símbolo de sua realeza.  Ele deverá
sempre ser mantido de pé. Pássaros de ferro o
circundam.
O culto de Erínlè realiza-se ao redor do rio Erínlè,
afluente do rio Òsún, nos pontos mais profundos do
rio, chamados ibù.  Ele recebe oferendas de acarajé,
inhames, bananas, milho, feijão assado, tudo regado
com azeite-de-dendê.
Ele é o grande caçador da Terra dos Elefantes, que
vive no fundo do rio.  É ele quem caça os Marfins
dos elefantes para Obàtálá.
Ele traz tanto a força e a delicadeza das águas, quanto o mistério das
florestas, onde caça.
Além de grande caçador, é conhecedor de folhas e também é
pescador.  Ele vive tanto na floresta, no mar, como no rio.  Seu habitat
verdadeiro, é o ponto onde o rio encontra o mar, onde as águas doces
se misturam com as águas salgadas.

Ele é um òrìsá extremamente rico, vestido com roupas refinadas,


adornado com grande quantidade de búzios, contas de coral e
plumagem de caça.  Ele concede abundância, bem como o tesouro do
oceano e dos rios.  Ele representa a terra, mar e rio pela pesca e pela
caça.
É muito incomum uma divindade habitar dois mundos,  a terra e a
água.  Erínlè é a fusão destes dois mundos.
 

IGBEJI - Eles são parte importante de entender


nossa relação com o céu e a terra. Igbeji são
divindades gêmeas infantis, é um Òrìşá duplo e
tem seu próprio culto, obrigações e iniciação
dentro do ritual. Divide-se em masculino e
feminino (gêmeos). Eles representam tanto a
pureza e a paz, quanto os mistérios das magias.

YEMONJÁ - A deusa do mar e da lua. Ela é o


arquétipo de mãe e a provedora de riqueza.
Como o que dá vida e sustenta a terra, ela é
extremamente generosa. É a energia criando
qualquer um. Mas, como o oceano, quando ela
estiver revolta, pode ser implacável. Ela
representa a mãe que dá amor, mas não dá o
poder. Yemonjá é a dona do subconsciente coletivo e da sabedoria
antiga, e é também a guardiã dos segredos que estão escondidos nos
oceanos, tem seus domínios nas profundezas das águas, de onde
emerge para atender seus devotos, principalmente as mulheres que
atribuem a ela poderes que favorecem a fertilidade e a fecundidade. É
a força das marés e é implacável como as águas dos oceanos.

OLOKUN - É todo o mistério dos oceanos, das


profundezas. É o poder das marés. Representa o
que o homem não consegue atingir. É a força desconhecida e
incontrolável dos mares. É a magia do desconhecido e senhor da
riqueza.

ŞANGÔ - Uma vez como o quarto rei Yorubá, e


imortalizado como o deus do trovão, Şangô é
legendário do outro lado do mundo atlântico
africano. As tempestades de Şangô e seu raio
trazem um terror moral purificador encapsulado
pela sua coragem, ele é o deus do raio, do trovão,
da justiça e do fogo, é um Òrìşá temido e
respeitado, é viril e violento, porém justiceiro.

Sàngó

Deus do raio, do trovão, da justiça e do


fogo.  Sàngó manipula o fogo em seu
estado selvagem e usa o poder do fogo
como seu símbolo de respeito.
É um òrìsá temido e respeitado, é viril e
violento, porém justiceiro. Costuma-se
dizer que Sàngó castiga os mentirosos, os
ladrões e malfeitores. Seu símbolo
principal é o machado de dois gumes e a
balança, símbolo da justiça.
Galante e sedutor, desperta paixão na
divindade Oya, uma de suas três esposas,
a mais amada.  As outras são Òsún e Obá.
A pedra de raio, Edùn Ara, é símbolo do seu poder. O brilho dos raios
e o barulho dos trovões lembram que Sàngó vigia todos os seus fiéis.
Sàngó é o mestre em atacar, de ir contra os ventos da derrota, contra
tudo e todos para alcançar seu objetivo. 
Òrìsà Sàngó é ao mesmo tempo uma divindade primordial e ancestral
divinizada.  A função de Sàngó é fornecer a inspiração e a paixão pela
transformação espiritual.
O àse de Sàngó permite ao buscador de Deus distinguir entre a
verdade e a mentira e enfrentar as conseqüências de fazer e agir de
acordo com essa distinção.  Neste sentido, o relâmpago simboliza a
língua de Sàngó, que nos revela a base do nosso medo e nos oferece a
oportunidade de escolher se desejamos prosseguir com base na
verdade ou na mentira.   
Sàngó é um òrìsà "quente".   É o ataque estratégico, é a idéia de
iluminar os desafios e atacar seus pontos mais fracos, por isso respeita
a força e a sabedoria.
As tempestades de Sàngó e seu raio trazem um terror moral e
purificador.

OYA - É a divindade filha (gerada) do vermelho é


o Òrìşá do Rio Niger e tem a água como elemento,
além de estar ligada aos animais, aos espíritos, e ao
relâmpago. É a deusa dos ventos, do fogo e do
raio. Como guerreira do panteão de Yorubá, ela
representa o poder feminino. Ela é forte, e quando
está enfurecida, pode criar tornados e furacões.
Òrìsá dos ventos, raios e tempestades, é ágil e agitada como o próprio
vento.

OBÀTÁLÁ - É o Òrìşá de paz, harmonia e


pureza. Ele é o pai da maioria dos Òrìşá e é o
criador da humanidade. Ele é o dono da criação e
representa claridade, justiça e sabedoria. Tudo o
que é branco na terra pertence a ele: a neve, as
nuvens brancas, os ossos, o cérebro, o algodão.
Obàtálá é o sol e é também a chuva que cai para fertilizar a terra. É o
dono da argila e da criação.

ORÚNMILÁ - É a soma da sabedoria


suprema, a vida e a morte, o nascimento da
natureza, a visão total do mundo e da existência
estabelecendo normas éticas que irão comandar
as sociedades e os homens. É o equilíbrio que
ajusta as força que conduz a sustentação do
planeta. Òrúnmìlà representa a antiga sabedoria
do Culto Yorubá. Seu maior símbolo é o Ikin - o caroço da fruta do
dendezeiro, através do qual os Oluwos/Bàbáláwos se comunicam
através do oráculo Ifá para saber sobre o nosso destino.
A TRINDADE DE OBÀTÁLÁ, ESÚ E ORÚNMILÁ
A trindade constituída de Obàtálá, Esú e Orúnmilá exemplifica, no
plano filosófico, o provérbio Yorubá em que a tríplice garante a
estabilidade. No esforço para esta estabilidade filosófica o homem foi
ensinado pelo oráculo Ifá a observar a retidão ética de Obàtálá, alegar
o elemento imprevisível  da vida representado por Esú e confrontar os
problemas com a sabedoria de Orúnmilá. Essa é a mensagem abstrata
atrás dos mitos e legendas do papel da trindade recontada pelos versos
de Ifá.

Este verso de Eji-Ogbe reconta o reconhecimento de status supremo


de Obàtálá e o inicio discreto da trindade de Obàtálá-Esú-Orúnmilá.
“Não há águas que possam rivalizar com o Oceano na majestade.
Não há nascentes nas montanhas que possam se igualar a Lagoa em
grandeza".
Assim declarou o oráculo de Ifá para Obàtálá, o Ancião dos Dias, no
dia em que ele foi dotado com o poder criativo. Outras divindades
exigiram um compartilhamento deste poder, exceto Orúnmilá e Esú.

No verso a seguir veremos Obàtálá conferido com o poder Criativo e


veremos a rivalidade de outras divindades que queriam um pouco do
poder. "Orúnmilá foi convidado para a trama, porém,  ele recusou. Esú
também foi chamado, porém,  também recusou. Desta vez as
divindades perderam a batalha para Obàtálá e imediatamente
concederam preeminência eterna para ele".

A próxima estrofe Irete-Meji revela que a recusa de Orúnmilá e Esú


para se agregar na conspiração contra Obàtálá não foi sem benefício
calculado.  Desassociando-se  das outras divindades,  Orúnmilá e Esú
se auto promoveram a uma co-igualdade com Obàtálá em uma
Trindade.

Dois personagens:  “Emissário da Terra” e “O criador da cidade de


Ifé” foram os regulares mensageiros de Orúnmilá para Olódùmarè, o
Onipotente.
A mensagem para o Onipotente talvez seja “com o estado das coisas
em Ifé hoje, que sacrifícios devo apontar como remédio?”
A resposta viria: “Ofereça um rato do mato.”

Atuando nestas recomendações Orúnmilá receberia bons auspícios


para a cidade e tudo tornaria a ficar bem.  Mas assim que o tempo
passou,  as coisas mudaram.   Quando o Onipotente disse que uma
cabra deveria ser oferecida,  estes mensageiros reportaram a Orúnmilá
que um cordeiro deveria ser oferecido. O sacrifício resultaria em falha.
O que seria responsável por estes eventos?   Se perguntou Orúnmilá,
não sendo cúmplice da traição dos seus mensageiros.  Eventualmente,
a verdade apareceu, porém Orúnmilá nada disse.   Ele apenas impediu
os mensageiros de enviarem ainda mais solicitações ao Onipotente.
Um dia, sem noticias, no curso normal de uma consulta  divinatória
Orúnmilá de repente apreendeu os mensageiros e matou os dois.
Quando os cidadãos de Ifé descobriram a ação de Orúnmilá,  eles
ficaram chocados. Como pode Orúnmilá ter matado seus mensageiros
cujos recados para o Onipotente sempre trouxeram prosperidade à
Ifé?  Quando Orúnmilá conseguiria substituir os mensageiro por
outros melhores ou de iguais serviços?
Orúnmilá respondeu que o problema estava longe de ser simples, que
a verdade iludiu os cidadãos.
Os cidadãos furiosos tornaram-se duros e no final sitiaram na casa de
Orúnmilá.   Orúnmilá, os mandando para longe, se escondeu.
Os invasores irados armaram contra o estudante de Ifá de Orúnmilá
chamado Imulegbe (O Adepto) e bateram severamente nele.
Eles acharam outro convidado Akale (O Protetor da Casa) e o
tapearam  muitas vezes, então retornaram para Imulegbe para rasgar
suas roupas em pedaços.
 Nisto, Orúnmilá apareceu para desafiar os agressores: Então não há
mais respeito ou reverência por mim nesta cidade?  Vocês, cidadãos
de Ifé, não prosperaram sob minha orientação?  É correto que os meus
convidados sejam tão maltratados por vocês?
Em uma grande fúria, Orúnmilá deixou a cidade rapidamente, seguido
prontamente de Imulegbe e Akale. Contudo, antes de deixar Ifé,
Orúnmilá ordenou todos os adivinhos de lfá, incluindo os que
empregam três, quatro, oito ou dezesseis búzios a recusar a consulta
para os cidadãos devorantes de Ifé.   Assim, os cidadãos de Ifé iriam
aprender quão fácil  é administrar seus próprios assuntos sem a
orientação dos adivinhos.

Tendo deixado Ifé, Orúnmilá e seus dois amigos viajaram


profundamente dentro da floresta até que chegaram “No Meio do
Nada” e eles construíram três cabanas de colmo com folhas de
palmeira: Uma para Akale (Codinome de Esú) e a segunda para
Imulegbe, um outro nome para Obàtálá e a última para Orúnmilá.
Com a partida de Orúnmilá, a cidade de Ifé ficou engolida de
problemas. Os alimentos tornaram-se escassos, mulheres grávidas
sentiram as dores do parto mas não conseguiram parir; As recém
casadas não conseguiram engravidar; Os homens se tornaram
impotentes.  Em pouco tempo a desordem e a confusão reinaram.  Os
cidadãos consultaram os adivinhos de 3,4,8 ou 16 búzios para ver
como o desastre poderia ser detido mas, os adivinhos, responderam
que todos os seus pedidos não poderiam ser satisfeitos uma vez que
seus búzios usados para adivinhação foram completamente gastos em
dias de necessidades. O que eles fariam? Onde se escondiam as
soluções?
O próprio Rei de Ifé estava perplexo e perdido com as condições da
cidade que só pioravam a cada dia.
Não choveu e tudo começou a ficar parado, então os cidadãos levaram
os problemas mais a sério e viajaram para fora de Ifé para solicitar
assistência em qualquer lugar possível.
Primeiro conheceram um adivinho cujo apelido era “Caranguejo que
se arrasta em buracos no pântano longe dos habitantes aquáticos”. Ele
rejeitou a consulta do Oráculo em seu nome alegando a injunção
imposta a ele por Orúnmilá seu mestre que antes deixou Ifé.  ”Mas nós
não sabemos onde está seu mestre” responderam os cidadãos.   “O que
deveríamos fazer para sair dessa situação desesperadora?”
 Tendo pena de seus apuros o adivinho aconselhou-os a caçar um
antílope e trazer para ele, depois ele os apresentaria outro adivinho. Os
cidadãos cumpriram muito prontamente.  Então, eles foram
despachados para outro adivinho cujo apelido era “Cor de Ouro assim
como Óleo Fresco de Palmeira”, que foi esperado para levá-los até o
esconderijo de Orúnmilá.  Depois de ter escutado suas predicações o
adivinho exclamou:
“Isso é realmente verdade?  Oras, então vá buscar um antílope e traga-
o para mim.”
Os cidadãos se aprontaram e depois de um tempo acharam um
antílope o qual eles perseguiram até o alto da colina, abaixo dos
pequenos vales.  Cada vez mais fundo floresta a dentro a perseguição
continuou, até que os cidadãos se acharam “No Meio do Nada”
quando de repente o antílope desapareceu. Procurando pelo antílope
perdido, os cidadãos logo avistaram três cabanas de colmo com folhas
de palmeiras.
Completamente assombrados eles disseram a eles mesmos: “Que lugar
mais deserto para se escolher como habitação!  Como pode alguém
morar aqui quando, em Ifé, nós estamos morrendo de fome?”
Um deles pegou uma pedra e arremessou-a em uma cabana. Saiu de lá
Akale (Esú) perguntando com irritação   “Quem arremessou esta pedra
em minha cabana?”
“Fomos nós” Responderam os cidadãos
“Qual é o problema  ”Exigiu Esú “,  que missão os trazem
aqui?  Vocês nos proíbem de morar aqui também?”
“Ha !!“ Exclamaram os cidadãos. “Vocês, finalmente”. Eles
chamaram Esú e narraram para ele a miserável condição de vida em
Ifé.

“Disse Esú” Agora vocês vão retornar a Ifé e trazer os reparos por
terem apedrejado minha cabana: 2 ratos do mato, 2 peixes secos e
todas as outras coisas em dois.”
Eles voltaram a Ifé com a intenção de providenciar os reparos
necessários.  No processo eles relataram ao Rei que havia um raio de
esperança no “Meio do Nada.”

Uma certa pessoa que falou com eles exigiu reparações deles. O Rei
respondeu que suspeitava de que Orúnmilá também estivesse na
companhia de seu interlocutor. Os cidadãos deveriam retornar para a
floresta com as reparações requeridas e relatar os desenvolvimentos.
Entretanto, antes dos cidadãos retornarem, Akale (Esú) foi ao
encontro de Orúnmilá.

“Há um desenvolvimento interessante”, ele disse.”Um dos cidadãos de


Ifé que veio aqui apedrejou minha cabana.  Eu me retirei, ouvi seus
contos de aflição e antes de prometer qualquer coisa eu ordenei
reparações pelas suas transgressões. O que nós faremos se eles
voltarem com as reparações?”

Orúnmilá levou consigo Esú para relatar a situação para Obàtálá, que
é chamado de Elegbe(O Adepto)
Desta vez Orúnmilá disse:

“Obàtálá, por favor escute.  Esú acabou de me contar que os Cidadãos


de Ifé vieram aqui, e sua história é cruel, muito cruel. O desastre é
iminente a não ser que façamos algo para ajudar.”
Obàtálá respondeu: “Realmente!  Mas você sabe, Orúnmilá, que desde
o nosso exílio aqui eu fechei as comportas de chuva.  Nenhuma gota
irá cair na terra até que o mundo todo seja destruído. Eu não vou
escutar  nenhum apelo.”
Apesar de muitas tentativas de Orúnmilá e Esú,  Obàtálá se recusou a
mudar de idéia.
Foi quando Orúnmilá disse essas pesadas palavras:
Obàtálá, você deve retornar ao seu trabalho:
O ferreiro molda o ferro uma e outra vez
Até estar reto e perfeito
O barbeiro ainda não terminou o seu trabalho
Até que atrás e os lados não estiverem aparados
Você deve retornar ao seu trabalho interminável
Gerações de reis reinaram na terra
Mas ainda não vi um que rivalize este
Que rivalize Obàtálá, Rei de todos os Orisá
Real Artífice da Perfeição
Que veio do céu mas que localizou sua casa terráquea na cidade de
Iranje
Ele sozinho tem o poder de fechar os portões da chuva
Ele sozinho criou a cúpula branca do céu
Ele criou as espécies de rato para durar para sempre
Ele criou as espécies de peixes para durar para sempre
Ele criou as espécies de pássaros para durar para sempre
Ele criou as espécies de feras para durar para sempre
E ordenou que a espécie do homem nunca fosse destruída.
Perplexo nestes elogios sutis, Obàtálá respondeu:
“Na verdade, Orúnmilá, na verdade você recontou muita história.
Nada mais resta a não ser aceitar seus apelos”

Conseqüentemente quando os cidadãos de Ifé voltaram com as


reparações, Orúnmilá perdoou-os, Obàtálá perdoou-os e Esú perdoou-
os. Com as reparações, um sacrifício de indenização foi cumprido.

Acerca disso os três adivinhos e os cidadãos voltaram a Ifé dançando e


alegrando-se de que a cidade fora salva do desastre.
Daquela vez a cidade de Ifé se expandiu em várias direções até que
englobou todo o mundo.

OBÀTÁLÁ

O Orisá de paz, harmonia e pureza. Ele é o pai da maioria dos


orisá e o criador da humanidade. Ele é o dono da criação. Ele
representa claridade, justiça e sabedoria. Tudo o que é branco na terra
pertence a ele: a neve, as nuvens brancas, os ossos, o cérebro, o
algodão.  Obàtálá é o sol e é também a chuva que cai para fertilizar a
terra.  É o dono da argila e da criação, onde molda os seres humanos
em barro.
"o grande orisá", ocupa uma posição única e inconteste do mais
importante orisá e o mais elevado dos Deuses Yorubás.
Senhor do silêncio, do vácuo frio e calmo, onde as palavras não
podem ser ouvidas.  Pode ser lento como um caramujo, todo de branco
como seu ritual exige, e também ser enérgico e guerreiro, em todas as
versões, é Obàtálá ,  o rei do pano branco.

ESÚ

Esú foi criado por OLÓDÙMARÈ como um Orisá especial de


maneira tal que ele deve existir em tudo e residir em cada pessoa. Foi
dessa matéria primordial e divina da qual, posteriormente, ele fez
todos os Orisá.  Assim, Esú é o primeiro ser criado.
Esú é conhecido como "Esú Agbá”, o Ancestral primordial, e
seus assentamentos mais antigos e tradicionais eram simples pedras
de laterita vermelha.  Esú é por excelência o símbolo da existência
diferenciada e, em conseqüência disso, o elemento dinâmico que leva
ao movimento, à transformação e ao crescimento.  Ele é o principio
dinâmico de tudo que existe e do que virá a existir.   Esú é a energia
absoluta da oportunidade!
Esú é o primeiro a ser cultuado, e isso se explica devido ao seu
papel de energia condutora, propulsora, recapacitadora e
reconstituidora.  Sem Esú, tudo estaria paralisado, estagnado, sem
desenvolvimento.
É Esú quem faz cumprir o equilíbrio de tudo que existe. É o
equilíbrio que permite a multiplicação e o crescimento.

ORÚNMILÁ
 Orúnmilá é o Orisá Senhor da sabedoria e do conhecimento, que
tendo adquirido o direito de viver entre o céu e a terra, tudo sabe e
tudo vê na totalidade dos mundos, transcendendo espaço e tempo.
Foi testemunha da criação universal e detém o conhecimento do
passado, presente e futuro do destino de todos os habitantes da terra e
do céu.
Na Terra, Orunmilá é quem apresenta o destino ao reencarnante por
ocasião da seu nascimento .  Conhece todos os destinos e como
propiciar o sucesso em todos os âmbitos, além de revelar o Orisá
pessoal de cada um.
Orúnmilá é a soma da sabedoria suprema, a vida e a morte, o
nascimento da natureza, a visão total do mundo e da existência
estabelecendo normas éticas que irão comandar as sociedades e os
homens.  É o equilíbrio que ajusta a força que conduz a sustentação do
planeta.   Orúnmilá representa a antiga sabedoria do Culto Yorubá. 
Uma modalidade orácular mais popular é o Opelé Ifá.  Apenas
sacerdotes iniciados no culto de Orúnmilá - os Oluwo Ifá e Babalawo
– são credenciados para utilizar esses oráculos.   Todo o corpo
filosófico da religião yorubá se resume nos signos de Ifá 

No Brasil e em vários lugares do mundo, existem milhares de pessoas


que, maravilhadas pelo mistério dos Òrìşá, quer sejam descendentes
de africanos, europeus, asiáticos ou de qualquer outra raça do planeta,
acabam transpondo as portas da iniciação, surpreendidos pelo
paradoxo de defrontar-se com crenças alicerçadas em rituais de
rebuscada complexidade e ao mesmo tempo simples de entendimento
na sua essência. As cerimônias são alegres, coloridas, embaladas pelo
som dos tambores nos quatro cantos do mundo, agregando pessoas de
todas as camadas sociais; contudo, o aprendizado ritual e filosófico
requer estudos sérios e contínuos, que acompanharão o iniciado pela
vida afora.
Que mistérios são esses, ocultos em meio a lendas e ensinamentos de
sabedoria ancestral? O que na verdade leva pessoas às mais diferentes
tradições afrodescendentes, em busca da iniciação?
1 - O que é Iniciação?
Iniciar-se é possibilitar através de rituais próprios, que o lado divino
transpareça. É libertar o Deus Interior que existe em cada ser humano,
permitindo-lhe vir à tona e provocar o impulso irresistível, capaz de
conduzir à realização pessoal, estabelecendo dessa maneira a mais
perfeita comunhão possível com o Universo, com a Natureza, com o
Criador, enfim, com a própria Vida, em seu pulsar infinito. Corpo,
físico, mente e alma são ritualisticamente preparados para a
manifestação divina. Condições propícias são estabelecidas para que a
memória ancestral possa florescer nos recessos do inconsciente,
produzindo muitas vezes o transe, em suas mais variadas formas e
também variados graus. Iniciar-se é nascer de novo, renascer como
indivíduo mais forte, completo, potencialmente seguro, com melhores
condições para, ao abandonar medos, traumas ou bloqueios, lançar-se
inteiro na busca da realização pessoal.
A presença do Òrìşá na vida de uma pessoa depende do fortalecimento
do ori para acoplamento do seu aşé, através do ritual de iniciação.
Após diversos tipos de ebós, banhos de folhas e borí, o iniciando está
purificado e fortalecido para ter plantado no seu corpo a energia do
seu Òrìşá. Trata - se de ritual complexo e com características sob
medida para a entidade única, que é o iniciando em questão, e o seu
Òrìşá. O ritual de iniciação não decorre de desejo próprio, mas
depende de prescrição oracular e, conforme o próprio termo- Iniciação
- marca, não a concretização, mas o início de um aprendizado e
desafios constantes que requerem disciplina e dedicação espiritual.
Não implica em qualquer tipo de submissão contrariada, pois o orí é
soberano no seu livre-arbítrio. No entanto, uma vez tendo vivenciado
a sublime e divina presença do Òrìşá, o afastamento deste, mesmo que
voluntário, faz sentir um vazio sombrio que pode até ser confundido –
erroneamente - com castigo. O Òrìşá não necessita infringir castigos,
primeiro porque, como energia da natureza não depende da adesão de
devotos - nós é que precisamos do Òrìşá – e segundo porque a sua
simples ausência em nossas vidas, já se caracteriza por si só, como
desgraça.
2 - Por que se iniciar?
Conhecer a si mesmo: pressuposto básico para a realização pessoal em
todos os níveis. Desde sua origem o ser humano anseia pelo encontro
com o Infinito. Essa busca incansável frequentemente provoca
verdadeiras batalhas que são travadas no interior do indivíduo,
acompanhadas por sentimentos de angústia, ansiedade,
inconformismo, ou até mesmo desespero, frente ao desconhecido ou
ao irremediável: as fatalidades e incertezas do amanhã, o ciclo da vida
e a morte. Todo esse processo destina-se a criação de ambiente
propício ao tão sonhado encontro. A história da humanidade espelha
essa incansável busca de respostas aos enigmas da vida: Quem sou
eu? De onde venho? Para onde vou? A felicidade é perseguida por
todos, sendo muitas vezes um desejo alimentado pela incerteza:
"Quero ser feliz, mas não sei bem o que é felicidade". E o ser humano
continua a colocar a própria felicidade longe de si mesmo, em
circunstâncias exteriores: dinheiro, posição, poder, fama, ou na
dependência de outras pessoas: "Se ele - ou ela - me amar serei feliz".
Há milhares de anos, o nativo do continente africano já tinha os
mesmos anseios: conhecer seu Deus, os mistérios do Universo, a
origem da Vida. Olódùmarè (o Criador), em sua Graça e Poder
infinitos, permitiu-lhes conhecer a sabedoria do IFÁ (a revelação): a
Criação do Universo e dos seres humanos, os princípios que regulam
as relações entre Aiye (a Terra), o Orun (o Céu) e o conhecimento dos
Òrìşá, divindades participantes da Criação e intermediárias entre Deus
(Olódùmarè) e os homens. Desenvolveram-se rituais iniciativos para
os mistérios dos Òrìşá, como forma de realizar o sagrado em si
mesmo, ou seja, permitir que o Deus Interior, na figura de um
ancestral divino, desperte em cada indivíduo e estabeleça a ponte com
o Cosmos tão necessária à realização pessoal, tornando-o assim capaz
de fazer escolhas mais acertadas e consequentes em relação à vida e
aos semelhantes, na construção da própria felicidade. A compreensão
clara de que destino é possibilidade e não fatalidade, é à base dessa
realização. O conhecimento das forças que regem o Universo e a Vida
nas suas mais variadas formas e meios de manifestação, bem como
dos princípios que regulam essa interação é o caminho da Iniciação.
3 - Iniciação: quem, quando e como?
O momento do chamado é diferente para cada pessoa. Para alguns,
uma doença difícil de ser curada; para outros, as dificuldades do
próprio caminho; outros ainda, buscam fugir às religiões tradicionais
por concluírem que muitas delas estão tão voltadas para o dia a dia
dos homens e seus interesses imediatos que acabam fugindo à sua real
finalidade: promover o encontro do ser com a Divindade, ampará-lo
em suas dificuldades espirituais e consequentemente, também as
materiais. Alguns ainda são provenientes de outras religiões ou
filosofias espiritualistas; finalmente, existem aqueles que
simplesmente são tocados pelo Òrìşá, nos recessos da própria alma.
Na África o culto está realmente ligado às famílias, mas no Brasil,
principalmente a miscigenação, trouxe para toda a população a
denominação afrodescendente. A iniciação propriamente dita acontece
num período de reclusão que varia de sete a dezessete dias. Esse
período é comparável à gestação na barriga da mãe; nesse aspecto, o
aposento sagrado representa o ventre da própria mãe natureza. O
neófito aprende os mistérios básicos das divindades e da Criação; os
costumes da comunidade e os princípios que regulam as relações da
família religiosa (hierarquia sacerdotal); as formas adequadas de
comportamento nas cerimônias públicas e restritas. Conhecimentos
acerca de seu Òrìşá lhe são ministrados: a maneira adequada de
cultuá-lo, suas proibições (ewò) quando houver as virtudes que
deverão ser cultivadas, e os vícios que deverão ser evitados, para atrair
influências benéficas e uma relação harmoniosa com a divindade.
4 - O que pode mudar na vida do Iniciado?
O Destino é dado a cada ser na forma de possibilidade, nunca como
fatalidade. Desse modo, quem antes de voltar ao mundo escolheu, por
exemplo, ser médico, ao renascer na Terra encontrará em seu caminho
situações que o direcionem para essa profissão. Entretanto, isto não
quer dizer que necessariamente venha a exercer a medicina. Ele pode
a qualquer tempo mudar os rumos da própria vida através do exercício
do livre-arbítrio (o que, aliás, é um conceito universal). Cada qual
constrói a própria história. Ocorre muitas vezes à pessoa acabar
fazendo escolhas erradas e sofrendo consequências desastrosas. Pode
ser fruto de um destino ruim, que exigirá tempo e determinação para
ser superado. A dor transforma-se em companheira constante. Liga-se
a tudo isso os problemas do dia a dia (para não mencionar a situação
difícil da sociedade contemporânea); o conjunto acaba provocando
sentimentos de impotência frente aos obstáculos e encruzilhadas da
vida, ou simplesmente solidão, carência de aconchego, de orientação,
de coragem, carência de fé. O Òrìşá pessoal, nesse particular, pode
influenciar e muito, prevenindo ou mesmo remediando tais situações,
conferindo força e equilíbrio ao seu tutelado, restaurando-lhe as
energias, estendendo a ele proteção e o orientando quanto ao melhor
caminho a seguir. Contudo, o indivíduo deve permitir que o Òrìşá atue
de modo construtivo na sua própria vida. Òrìşá não representa
problema no caminho de ninguém, mas pode significar a solução.
Através do apoio divino, o ser humano pode criar condições para
vencer as barreiras internas e externas para a construção de um futuro
melhor.

Balalorisa, o que é?
É um sacerdote qualificado para servir de intermediário entre os
homens, os Deuses (Orisás) e o Deus supremo (Olodumare). Ele passa
por um processo para aprender os valores relacionados aos seres que é
o Caráter , o Respeito, a honestidade..., junto a isso vai aprender a
manipular energias através dos búzios, vai aprender sobre o Òrìsá em
que será iniciado, vai aprender sobre outros Orisás e suas relações
com os homens, vai estudar muito sobre maneiras que seu Òrìsá age
para ajudar outras pessoas , vai aprender a se proteger dos inimigos,
rezas, orikis , ebó, elementos, comidas, tradições ,e muitas outras
coisas. Quando chega em um nível de conhecimento e evolução
pessoal, ele irá completar os processos iniciáticos com o seu
sacerdote, após adquirir conhecimentos básicos que lhe permitem a
carregar essa responsabilidade, ele passa a ser babalorisa ou Ìyálórìṣà
se for do sexo feminino. Não existe tempo de aprendizado para ser
babalorisa. Muitos podem passar 7,10, 20 anos sem saber nenhum
princípio sem nenhuma evolução enquanto outros que se dedicam
podem passar ,1, 3, 5 anos e já estarem preparados para ocupar um
posto sacerdotal. Depende de cada pessoa ter dedicação para
conseguir ter evolução. Por serem muitos conhecimentos, costumamos
dizer que morremos aprendendo, então depende de evoluções pessoais
de cada um. Quando se aprende Ifá por exemplo, a primeira coisa que
lhe é ensinada é, para não falar mal da vida alheia e para não julgar,
devemos ser sempre neutros pois costumes como esses nos traz uma
energia ruim, que nos impedem de evoluir, que fecham muitos
caminhos. Não é todos que permitem adquirir esse costume de
imediato, pois já está enraizado na humanidade, então a evolução é
lenta e gradual.

Existe relação entre Orisás e santos


católicos?
Os Orisás vieram ao Brasil através dos escravos, e quando chegaram
nessa terra, sem liberdade nenhuma e tendo que agradar aos seus
senhores para alcançar a liberdade, tiveram que incorporar seus deuses
africanos, suas crenças as imagens e santos católicos trazidas pelos
europeus e adotadas por seus senhores. Mas o sincretismo em outras
religiões de associarem os Deuses aos santos não tiram a africanidade
dos Orisás.
O culto Yorubá é um culto ritualístico, onde tudo o que é feito e
oferecido aos Òríşá faz parte de rituais. A palavra Ritual vem do latim
- Ritualis, e pode ser compreendido como sinônimo de Cerimônia.
Também significa o conjunto de determinadas práticas que devem ser
precisamente seguidas em ocasiões específicas. Numa conotação
Ocultista, o Ritual é associado às práticas e cerimônias religiosas, que
podem ser realizadas de forma individual ou coletiva. No Ritual
Cerimonial, são necessários vestimentas, instrumentos e materiais
específicos. Geralmente são coordenados por um Sacerdote. Este tipo
de Ritual é comum nas religiões de origem africana, e visa operar
mudanças no campo físico.
Os rituais são poderosas e importantes ferramentas que devem ser
utilizadas com responsabilidade e consciência. Acionam e interferem
em energias naturais; criam, alteram ou desencadeiam forças no
campo físico, espiritual e astral. Portanto, é aconselhável que o
praticante tenha um conhecimento prévio do que irá executar. Pode
ser executado a intervalos regulares, ou em situações específicas, por
um único indivíduo, um grupo, ou por uma comunidade inteira; em
locais arbitrários, específicos, ou diante de determinadas pessoas.
Rituais são executados em quase todas as sociedades humanas
conhecidas, passadas ou atuais. Podem incluir os vários ritos de
adoração e sacramentos de religiões organizadas e cultos, contudo
também os ritos de passagem de certas sociedades: coroação,
casamentos e funerais...

SACRIFÍCIO
Todos nós deveríamos saber o que é sacrifício. Qualquer coisa que a
pessoa deseja nesta vida requer o abandono de alguma outra coisa.
Consequentemente, vida é um processo de dar e receber. A forma
mais simples de sacrifício que a pessoa pode dar é o tempo, e a forma
mais complexa é a mudança e a transformação.
O sacrifício de tempo é a forma mais fundamental de sacrifício. Nós
sacrificamos nosso tempo para o trabalho diário, para adquirir
finanças para viver diariamente. Em um nível mais fundo, o sacrifício
de tempo envolve paciência.
Tempo sacrificado sempre trás o resultado desejado em nossas vidas.
Nós somos ensinados a procurar o reino espiritual e rezarmos para
implorar a Deus favores, mas, muitos de nós somos desavisados de
que o reino espiritual como o físico requer algum tipo de dar para
receber.
Os Yorubás acreditam que a verbalização não é bastante na relação da
pessoa com o sobrenatural. O oráculo Ifá serve como orientação para
oração. Pelo oráculo nós podemos saber como rezar, para quem rezar
e o que rezar. Para o Yorubá, a divindade Orúnmilá é a aproximação
da oração e mostra por que precisamos rezar, mostra qual o melhor
procedimento para elevar a oração em alguma forma de sacrifício.
Neste mundo de muitas escolhas, esta aproximação é milagrosamente
precisa e necessária. As várias formas de sacrifício incluem: tempo,
canção, dança, dinheiro, mudança, transformação e oferecimentos de
comidas e animais.
Sacrifício é uma tentativa para rearranjar as forças do universo de
forma que eles possam trabalhar para nós, resultando em paz e
harmonia para nós em nosso ambiente. Dentro do culto Yorubá,
sacrifício é uma tentativa dos seres humanos de enviar uma mensagem
a todo este poder sobrenatural do universo.
Por exemplo, se alguém está doente um sacrifício é prescrito por uma
divindade. Eşú, o mensageiro divino que sempre é suposto de adquirir
parte de qualquer sacrifício de sangue e compartilhar elementos da
esquerda e da direita, assegurará que as divindades da esquerda
adquiram a oferta. Eşú faz um papel muito importante reordenando
eventos universais para o bem de qualquer sacrifício.
A maioria das pessoas que comem carne está desconectada do
descuido total da vida do pobre animal durante a sua matança
(sacrifício) para beneficio deles. Por exemplo, os judeus têm a comida
limpa que é rezada em cima de animais sacrificados para consumo.
Dentro do Culto Yorubá a maioria dos animais de sacrifícios é tratada
com respeito, rezados, e consumidos. O sacrifício está explicito em
nossos dias, onde neste exato momento o sangue de vários animais
está sendo derramado na terra para dar vida a outros, exemplo da leoa
a caça da zebra, etc.
Dentro da visão do Culto Yorubá tradicional, você é a maior parte
responsável por sua própria melhoria. Se você quer a mudança de sua
condição, você tem que fazer o sacrifício e transformar. Sacrifício
nem sempre requerer sangue, às vezes requer que a pessoa olhe em um
espelho para ver além do que é refletido e fazer as mudança
necessárias. Este pode ser o mais difícil dos sacrifícios.
Dentro de Ifá, o odú Irete Meji e Oturupon Oturá, proíbem o sacrifício
humano, onde Orúnmilá deu uma cabra como sacrifício no lugar de
sua filha.
A permanência do ser humano na Terra exige sacrifícios constantes.
Sacrifício de tempo e de privação de alguma coisa em detrimento de
outra. O sacrifício das transformações e da oferta de dinheiro obtido à
custa de esforço através do trabalho; tudo girando num incessante
processo que se resume em dar e receber. As oferendas sacrificiais
movimentam o aşé com o fluído vital liberado, atuando num âmbito
não físico que altera situações indesejadas na vida humana. Os
sacrifícios animais praticados pela religião yorubá, além de
movimentar o aşé, servem para alimentar as pessoas, uma vez que a
carne é, na maioria das vezes, consumida. Cabe ressaltar que, a vida
animal que se vai é rezada e seu espírito encaminhado com todo
respeito.
Ebó - Oferenda
Ebó é um ritual de sacrifício em forma de oferenda, que inclui
elementos determinados pelo oráculo, utilizando energias dos diversos
reinos da natureza para obtenção e reversão de uma situação. A
palavra ebó, vem de bó – alimentar o Òrísá. As oferendas podem ser
animal, vegetal, mineral ou incluir outro tipo de sacrifício. Os ebós
servem como forma de apaziguamento para evitar ou amenizar alguma
situação dolorosa ou substituição diante de perigo eminente.

A família na África, no lado feminino,


tem a sociedade de mães ou ÌYÀMÍ.
Elas são o conselho de mulheres idosas
da aldeia, que é composto por iniciadas
de Oşun, Yemonjá e Oya, tendo Oşun
normalmente como a chefe. O
conselho de anciãs adoram o espírito
do ar, que é uma força masculina
expansiva e que tem como seu
mensageiro: o pássaro. O conselho
masculino adora a Mãe Terra, e este
conselho é chamado Ògbóni significa a
sabedoria da terra. Ògbóni é a adoração de todo Irunmolé e como eles
estão ligados entre si através do útero da Deusa Terra. Quando se
pronuncia o nome de ÌYÀMÍ OŞORONGÁ quem estiver sentado deve
se levantar, quem estiver de pé fará uma reverência, pois esse é um
temível Òríşá, a quem se deve respeito completo.
O pássaro africano, OŞORONGÁ, emite um som onomatopaico de
onde provém seu nome, e é o símbolo do Òríşá ÌYÀMÍ. ÌYÀMÍ
OŞORONGÁ é a dona da barriga e não há quem resista aos seus ebós
fatais. Com ÌYÀMÍ OŞORONGÁ todo cuidado é pouco, ela exige o
máximo respeito. ÌYÀMÍ OŞORONGÁ, (bruxa é pássaro). Sobretudo
à noite, é o momento que todo espaço pertence à Eleye, que são as
Ajé, transformadas em pássaros do mal, como Agbibgó, Elùlú, Atioro,
Oşorongá, dentre outros, nos quais se transforma a Ajé-mãe, mais
conhecida por ÌYÀMÍ OŞORONGÁ. Trazidas ao mundo pelo odu
Osá Meji, as Ajé, juntamente com o odu Oyeku Meji, formam o
grande perigo da noite.
ÌYÀMÍ OŞORONGÁ é a síntese do poder feminino, claramente
manifestado na possibilidade de gerar filhos e, numa noção mais
ampla, de povoar o mundo.
Donas de um aşé tão poderoso quanto o de qualquer Òríşá, as ÌYÀMÍ
tiveram seu culto difundido por sociedades secretas de mulheres e são
as grandes homenageadas do famoso festival GUÈLÉDÉ, na Nigéria,
realizado entre os meses de março e maio, que antecedem o início das
chuvas do país, remetendo imediatamente para um culto relacionado à
fertilidade.
Pelo poder procriador, tornaram-se conhecidas como as senhoras dos
pássaros, e sua fama de grandes feiticeiras, as associou à escuridão da
noite; por isso também são chamadas de Eleye e as corujas são seus
maiores símbolos.
A sua relação mais evidente é com o poder genital feminino, que é o
aspecto que mais aproxima a mulher da natureza. Toda mulher é
poderosa porque guarda um pouco da essência das ÌYÀMÍ; a
capacidade de gerar filhos, expressa nos órgãos genitais femininos,
sempre assustou os homens e as cantigas entoadas durante o festival
GUÈLÉDÉ, fazem alusão a esse poder, que não pertence apenas às
ÌYÀMÍ, mas a qualquer mulher.
Em síntese, todo ser humano deve a vida a uma mulher. Se todas as
mulheres juntas decidissem não mais engravidar, a humanidade estaria
fadada a desaparecer. Esse é o poder de ÌYÀMÍ: mostrar que todas as
mulheres juntas decidem sobre o destino dos homens.
As feiticeiras mais temidas entre os Yorubás são as Ajé e, para referir-
se a elas sem correr nenhum risco, diga apenas Eleye, Dona do
Pássaro. O aspecto mais aterrorizante das ÌYÀMÍ e o seu principal
nome, com o qual se tornou conhecida nos Ilés, é OŞORONGÁ, uma
bruxa terrível que se transforma no pássaro de mesmo nome e rompe a
escuridão da noite com seu grito assustador.
As ÌYÀMÍ são as senhoras da vida. Quando devidamente cultuadas,
manifestam-se apenas em seu aspecto benfazejo, são o grande ventre
que povoa o mundo. Não podem, porém, ser esquecidas; nesse caso
lançam todo tipo de maldição e tornam-se senhoras da morte.
Segundo os itans, ÌYÀMÍ OŞORONGÁ possui o poder de
transformar-se em pássaro tornando-se Eleye que são as Ajé.
Mulheres pássaros, senhoras da noite, voam de um lado para o outro
levando encantamentos, dores, doenças, misérias, rancor e morte. Ao
ouvir seu temido canto todo ser humano deve proteger-se e agradá-la,
pois sua ira é fatal.
Na cosmogonia Yorubana a cabaça possui um significado ligado à
união do Orun (céu) com Aiye (terra), é o útero-receptáculo que
recebe a fusão do ovo feminino e do esperma masculino. Notamos que
a forma da cabaça lembra o órgão sexual masculino em sua parte
externa, e o útero em sua forma interna e possui sementes que
corresponderiam aos ovos.
Orúnmilá ficou muito magoado com Oşun, porque ela requisitou o
poder do jogo, e percebeu quão perigosas são as mulheres.
Queixando-se a Eşú, resolveu engendrar um plano para acabar com a
supremacia feminina. O Senhor do destino reuniu os homens e junto a
Eşú desestabilizaria a união feminina através da vaidade, qualidade
própria das mulheres, levando-as a competirem umas com as outras.
Os planos de Orúnmilá e Eşú se concretizaram de forma rápida e
eficiente e as mulheres foram, aos poucos, relegadas a uma posição
inferior, assim, antes que percebessem, estavam totalmente
submetidas ao poder masculino.
Os planos de Orúnmilá e Eşú teriam dado certo se não fosse por Obá,
a virgem guerreira, tímida e solitária por natureza, foi a primeira Òríşá
a dar-se conta do que estava acontecendo. Pretendendo reassumir o
papel da mulher na comunidade criou uma sociedade chamada Ogbé
Guèlédé, na qual apenas as mulheres seriam aceitas. Ao participarem
dessas reuniões as mulheres usariam máscaras para não serem
reconhecidas e deixariam seus seios expostos, para que nenhum
homem se infiltrasse durante as reuniões. Yemonjá, Oya, Nanã, Euá e
Oşun eram presenças constantes nesse culto que adorava ÌYÀMÍ
OŞORONGÁ. Eşú que está sempre bem informado escondeu-se na
floresta para vigiar as mulheres, quando percebeu Oluwo, o pássaro
das ajé: Foi a primeira vez que Eşú sentiu medo. Podemos perceber na
descrição de Oluwo, um imenso urubu, uma das formas que Oşun
pode assumir conforme o mito. A sociedade Guèlédé é vista no odu
Ìrété Méjì. Eşú, após assistir tenebrosa aparição, correu até Orúnmìlà
para contar o que vira. Ambos resolvem criar outra forma para
desestruturar a sociedade feminina. Şangô tendo consumado o
combinado levou para Oyó, Obá e Oya. O rei de Oyó envia uma
mensagem, através de Eşú, para Orúnmìlà enviar Oşun. Orúnmilá
envia Oşun, sua esposa, e decide: “hoje mesmo sairei pelo mundo em
busca de meu próprio destino. Sem rumo, sem direção, ensinando aos
homens os segredos de Ifá.“ Obàtálá assumiu a liderança masculina
devido o afastamento de Orúnmìlà. O plano para desunir as líderes
Guèlédé dera certo e a liderança feminina perdera sua última líder,
fazendo com que a mulher voltasse novamente a ser submissa aos
homens.

"... a Sociedade Guèlédé, a partir de então,


teve que se submeter à adesão masculina
para poder subsistir. Ainda assim, o
comando das mulheres ficou
definitivamente estabelecido. Somente elas
possuem os poderes e os segredos de ajé,
devendo, por isso, serem tratadas com
grande respeito e consideração. Depois
disso os homens, para participarem da
sociedade, teriam de usar as máscaras
Guèlédé, e sua participação ficaria restrita a dançar e a tocar os
tambores do ritual(os Oşos). O objetivo da sociedade, que antes era
exacerbar a maldade existente no poder feiticeiro de ÌYÀMÍ,
modificou-se desde aí, e as danças, os cânticos e as oferendas feitas
em sua homenagem, visam hoje, a aplacar a sua cólera ao em vez de
incentivá-la."
No país Yorubá, as atividades das feiticeiras – Àjé – estão ligadas às
das divindades, Òríşá, e aos mitos da criação do mundo. As Àjé não
são banidas da sociedade da qual são um dos pilares essenciais, porém
evita-se maldizê-las abertamente, pois se acredita que possuam uma
força agressiva e perigosa.
Existiriam também feiticeiros entre os homens, os Oşó (Lê-se Oxô),
mas seriam infinitamente menos violentos e cruéis que as Àjé.
Elas escolhem entre si, uma Ìyálóde(Erelú/Ògbóni), a que dirige as
mulheres em uma aldeia Yorubá. A Ìyálóde coloca o pássaro dentro da
cabaça, a cobre e a entrega a mulher que quer obter o poder de Àjé.
Este pássaro é enviado em missão, cada vez que a Àjé quiser combater
alguém.

As religiões de matrizes africanas há tempos


vêm resgatando alguns elementos que por
ventura ficaram esquecidos dos meados do ano de 1830 até o ano
atual. Òrìşá “ÀYÀN/ÀYON”, Òrìşá do tambor, é um desses
elementos.
Os Onilus são os responsáveis pelos tambores e é admirável a
preparação dessas pessoas especiais para a liturgia das religiões de
matrizes africana, assim bem como os seus segredos. Os segredos do
Tambor que é um elemento sagrado na cultura Yorubá, com rituais
religiosos para sua construção, preparação e iniciação daqueles que
irão tocá-lo. Os tambores sagrados são tratados como criaturas
viventes, que devem ter cuidados específicos e uma variedade de
regras para o seu uso. Aqueles que são iniciados nos mistérios de
ÀYÀN/ÀYON ouvem os brados deste Òrìşá dentro do tambor ao
tocá-lo.
A força espiritual contida no tambor e que o consagra é chamada de
“ÀYÀN/ÀYON”, O Òrìşá do Tambor. Para que alguém possa ser
iniciado para ÀYÀN/ÀYON e tocar o tambor, deve cumprir rígidos
rituais religiosos.
No Brasil essa tradição praticamente perdeu-se, mas foi mantida na
Nigéria e Benin, a Terra Yorubá. O iniciado recebe a força espiritual
necessária para tocar os tambores da forma correta, para que estes
possam “falar” com os Òrìşá, e ancestrais, chamando-os para as
cerimônias a eles dedicadas. ÀYÀN/ÀYON representa a expressão
sonora das divindades; é o som do cosmos, do universo e tem o
tambor que serve como depositário dos poderes divinos. A
consagração de ÀYÀN/ÀYON no tambor é feita por meio de ritual e
elementos litúrgicos sagrados, que ficam dentro do tambor, que é
selado com as peles. Quando ÀYÀN/ÀYON é fixado no tambor é
chamado de “Eleekoto”. Cada toque no tambor representa o poder de
uma divindade. Diz uma lenda da divindade ÀYÀN/ÀYON, que
Olódùmarè (o Deus Supremo) o chama para aprender o poder de cada
Òrìşá, para ensinar os homens a louvá-los através do canto, da dança e
dos ritmos sagrados. Na verdade o próprio instrumento - o tambor - é
considerado como a veste material de um espírito e dizem os mitos,
que cada tambor possui seu espírito elemental, que se materializa
dentro dos mesmos durante as cerimônias para que o rito tenha
prosseguimento segundo a egrégora do templo em questão, de acordo
com o Òrìşá regente da casa.
Assim, os tambores possuem o poder de chamar não apenas a força do
Òrìşá e dos Eborá para dentro dos templos, mas também para invocar
a presença de ancestrais ilustres e de outras personalidades do mundo
astral que nos cultos de nação africana são conhecidos como
Egungum.
A divindade ÀYÀN/ÀYON está ligada a vários ancestrais através do
mito do tambor. A vara Ixàn (işan) possui o mesmo fundamento
invocatório e de encantamento que a vara de atori usada nos tambores.
A origem dos instrumentos musicais é remota e controversa e sua
evolução acompanha a própria história das civilizações. Não há povo
da Antiguidade que não tenha feito uso de instrumentos musicais mais
ou menos rudimentares, já que a música é uma linguagem espontânea
e inerente ao próprio homem, sendo provável que tenha aparecido
antes da linguagem verbal.
O homem pré – histórico acreditava que a pele de sua caça esticada
em troncos de árvores reproduzia o choro do animal morto. E foi com
esse sentimento de gratidão que passou a consagrar a morte de sua
caça. Pode-se dizer que esse foi um dos princípios da manifestação
religiosa do homem e a origem dos tambores. O toque do tambor
revela a arte de conectar-se com a Mãe Terra e com nosso eu interior,
sintonizando nosso coração ao coração dela, e de viajar ao mundo do
invisível, constatando nossa ancestralidade e todos os reinos da
Natureza.
A música e a dança sempre foram os principais responsáveis dessa
comunicação com Deus. Alguns historiadores e antropólogos do
século XX destacaram a idéia de que a maneira utilizada para se
chegar aos conhecimentos místicos em religiões primitivas esteve
sempre associada ao êxtase (o transe) provocado pelo toque do
tambor. Esse instrumento seria então o responsável pela comunicação
entre o homem e as divindades – seres responsáveis pelo comando da
Natureza em nosso planeta.
O Djembe é possivelmente o mais influente e a base de todos os
outros tambores africanos, e desde há pelo menos 500 anos D.C. é um
tambor sagrado utilizado em cerimônias de cura, rituais de passagem,
culto aos ancestrais e ainda em danças e socialmente.

ÀSÈSÉ

O rito funerário denominado àsèsé, é o desfazer de laços e compromissos e a


liberação das partes espirituais que constituíam a pessoa que morreu.  É uma
cerimônia onde se faz a ruptura de todos os objetos sagrados com o morto.

O àsèsé é a última homenagem para o morto.  É nesse ritual que ao mesmo tempo
que o morto é aceito entre os ancestrais que se foram antes dele, é feita a liberação
do orí, pelo òrìsá, que retorna para o òrun.

Morrer é ir e voltar, dentro da ótica africana da realização da vida. Nascemos de novo


porque é aqui que realizamos e plantamos o àse para que o planeta Terra tenha
continuidade.

O corpo do morto volta à terra para ser transformado em matéria prima para novos
seres humanos.

A morte é transitória, porque o termo morrer, não tem grande sentido, pois se tem a
consciência que ela representa apenas um pulo de uma vida para outra, cujo mistério
e segredos só Obàtálá é sabedor.
 

Nas mais diferentes culturas, a morte está contida na própria concepção da vida e
ambas não se separam. Os Yorubá e outros grupos africanos que formaram a base
cultural das religiões afro, acreditam que a vida e a morte alternam-se em ciclos, de tal
modo que o morto volta ao mundo dos vivos, reencarnando em um membro da própria
família.

Para os Yorubá, existe um mundo em que vivem os homens em contato com a


natureza, o mundo dos vivos, que chamam de àiyé, e um mundo sobrenatural, onde
estão os òrìsá, outras divindades e espíritos, e para onde vão os que morrem, mundo
que chamam de òrun.  Quando alguém morre no àiyé, seu espírito, ou uma parte dele,
vai para òrun, de onde pode retornar ao àiyé nascendo de novo, reencarnando.

Os espíritos dos mortos ilustres (reis, heróis, grandes sacerdotes, fundadores de


cidades e de grandes linhagens) são cultuados e se manifestam nos festivais
de egungun no corpo de sacerdotes mascarados, preparados para esse tipo de ritual.

Na concepção Yorubá, existe o corpo material, que eles chamam de ara, o qual com a
morte decompõe-se e é reintegrado à natureza, mas, em contrapartida, a parte
espiritual é formada de várias unidades, cada uma com existência própria.

As unidades principais da parte espiritual são:

- o sopro vital ou èmí;

- a personalidade-destino ou orí;

- a identidade sobrenatural ou identidade de origem que liga a pessoa à natureza, que


é o òrìsá de cada um ;

- o espírito propriamente dito ou egun.

 
Cada parte precisa ser integrada no todo, que forma a pessoa durante a vida, tendo
cada uma delas um destino diferente após a morte.

O èmí, sopro vital que vem de Olódùmarè, dado por Obàtálá e que está  representado
pela respiração, abandona o corpo material na hora da morte, sendo reincorporado à
massa coletiva que contém o princípio genérico e inesgotável da vida, força vital
cósmica do deus-primordial, Olódùmarè.

O orí, que contém o destino escolhido no òrun antes de nascer, que aprendeu e
evoluiu na vida, com a morte, acompanha o espírito para òrun, para que possa ser
preparado para reencarnar, para uma nova vida.

O òrìsá é retirado após a morte, liberando o orí para voltar para òrun, acompanhando
o espírito.

Com a morte, estes ritos são feitos, para liberar essas unidades espirituais, de modo
que cada uma delas chegue ao destino certo, restituindo-se, assim, o equilíbrio
rompido com a morte.

O rito fúnebre denominado àsèsé, tem como principais fins, desfazer o Igba Orí,
desfazer os vínculos com o òrìsá pessoal para o qual foi iniciado, desfazer os vínculos
com toda a comunidade da terra,  despachar o egun do morto, para que ele deixe o
àiyé e vá para o òrun, livre para ser preparado para reencarnar.

ÀBÍKÚ

Se uma mulher, em país Yorubá dá à luz uma série de crianças


natimortas ou que morram em baixa idade, a tradição é que reze,
porque não se trata da vinda ao mundo de várias crianças, mas de
diversas aparições do mesmo ser (para eles, maléfico) chamado àbíkú
(nascido para morrer), que vem a terra por um breve momento e volta
ao mundo dos mortos, Òrun (o céu), várias vezes.  
Ele passa assim seu tempo, a ir e voltar do céu para a terra sem jamais
permanecer aqui por muito tempo, para grande desespero de seus pais,
que desejam ter o filho vivo.
Encontramos informações a respeito dos àbíkú em vários itans de Ifá.
Esses itans mostram que os àbíkú formam sociedades chamadas Egbé
Òrun Àbíkú, presididas por Ìyájansà (mãe que bate e corre) para os
meninos e Olóìkó (chefe da reunião) para as meninas.
A primeira vez que os àbíkú vieram para a terra foi na cidade de
Awàiyé, e lá se encontra a floresta sagrada dos àbíkú, onde os pais de
àbíkú fazem oferendas para que eles fiquem na terra.  
Quando eles vem do céu para a terra, os àbíkú passam os limites do
céu diante do guardião da porta, Oníbodé Òrun , seus companheiros
vão com eles até o local onde se dizem até logo.  Os que partem
declaram o tempo que vão ficar no mundo e o que farão. Prometem a
seus companheiros que não ficarão ausentes durante muito tempo,
essas crianças apesar de todo os esforços de seus pais, retornarão, para
encontrar seus amigos no céu.
Os itans de ifá nos dizem que podem ser feitas oferendas capazes de
reter na terra esses àbíkú e de lhes fazer esquecer suas promessas de
volta, rompendo assim o ciclo de suas constantes idas e vindas entre o
céu e a terra. 
As crianças àbíkú devem, no sétimo dia a partir do nascimento, se
forem meninas, ou no nono dia, se forem meninos, e se for o caso de
gêmeos, o dia será o oitavo, passar pelo ritual de Ìkómojáde, quando
recebem um nome específico que desestimule sua volta ao Òrun.
Em um outro itan , fala-se dos Saworòs, anéis com guizos, usados nos
tornozelos das crianças abikú,  para afastar os companheiros que
tentam vir buscá-los na terra lembrando-lhes suas promessas. 
Seus companheiros não aceitam assim tão facilmente a falta de
palavra dos àbíkú, retidos na terra pelas oferendas, encantamentos e
talismãs preparados pelos pais.  Nem sempre essas precauções e
oferendas são suficientes para reter as crianças àbíkú sobre a terra.   A
Sociedades dos Àbíkú, muitas vezes não permite que essas oferendas
tenham efeito, colocando tudo a perder.  Nesse caso, os àbíkú são
atraídos à força para o céu.  Os corpos dos àbíkú que morrem assim,
são freqüentemente mutilados.  A fim de que percam seus atrativos e
seus companheiros no céu não queiram brincar com eles, maltratados
desse modo, o espírito àbíkú perde o desejo de vir a terra. 
Até que a criança complete nove anos, sempre próximo à data do seu
aniversário, determinadas oferendas são feitas e depois repetidas até
que o àbíkú complete dezenove anos.  A criança deverá usar roupas,
enfeites e cores específicas, seu nome deve ser mudado ou a ele
acrescentado outro, de forma que aconselhe ou suplique que
permaneçam na terra.  Guizos em quantidade devem ser presos a seus
brinquedos, roupas, tornozelos e pulso, pois o som dos guizos faz bem
ao àbíkú e afasta os amigos do Céu.  São usados banhos e chás, para
pacificar a criança, e efún para acalmá-la.  Também são usadas
misturas de ervas com a qual se protege a criança e se prepara um
amuleto, que o àbíkú carregará por toda a vida.  O corpo da mãe
também deve ser protegido e esfregado com folhas, para que ela não
atraia uma nova criança àbíkú.
A freqüência com que se encontra, no país yorubá, nomes específicos
àbíkú em adultos ou velhinhos que gozam de boa saúde, estes são
chamados àbíkú Agba, mostra que muitos àbíkú ficam no mundo
graças a todas essas precauções, a ação de Òrúnmìlà, e a intervenção
dos Bàbáláwo.  
Quando um Babaláwo identifica o àbíkú em gestação, dá inicio à uma
série de rituais para que a criança "fique" no Aiyé, e não retorne ao
Òrun, caso contrário a criança "retornará precocemente". Ele, o àbíkú,
será sempre merecedor de um trato especial quanto aos rituais,
principalmente em casos de iniciação, onde, um Sacerdote
despreparado poderá causar sua morte.
 
Não pode-se afirmar até que idade identificamos um àbíkú.  O que é
necessário é que se identifique o mais precocemente possível, para
que haja tempo de se precaver com os devidos rituais.  Senão Ikú
cumprirá seu trabalho.  Mas, quando o fato da criança vir e voltar ao
Òrun, repete-se constantemente, e é identificada uma nova gravidez, a
família já toma providências de imediato. 
Existem 4 tipos de Àbíkú:
Àbíkú Inòn:  São àbíkú do fogo, extremamente violentos “comendo a
cabeça de sua mãe ao nascer”. É um dos mais difíceis de ser tratados,
geralmente apresentam uma depressão que quando não tratada se
torna irreversível.
Àbíkú Omi:  Este é o àbíkú, que nasce de 6, 7 ou 8 meses de gestação
, explodindo a bolsa d ‘agua de sua mãe.  Morre precocemente.  São
mais ligados aos avós do que seus próprios pais, geralmente seu
retorno se dá entre 3 e 5 anos , na maioria das vezes por afogamento,
tuberculose, desidratação ou cólera. 
Àbíkú àiyé :  Este, segundo as tradições Yorubá é o àbíkú da terra, é
o mais usado na comunicação entre os sacerdotes e parentes com os
outros àbíkú ,que constantemente o chamam de volta.  Nasce,
geralmente, por cesariana de emergência ou parto normal complicado. 
São nervosos com tendências neuróticas.  Seu retorno se dá através de
queda de alturas, doenças cúltaneas e órgãos digestivos ,entre os 4 e 8
anos.  
Abiku fééfé :   São àbíkú do vento com características especiais no
seu meio de convívio, sempre se destaca em qualquer ambiente.  Seu
nascimento é inesperado e não planejado.  É fácil de lidar e manter sua
instabilidade emocional, aproveita bem as delicias da vida, e devido a
sua relação com Èsù e Oyá pode ser salvo na hora de seu retorno.     
Itans de ifá falam que oferendas feitas com conhecimento de causa são
capazes de reter no mundo esses àbíkú e de lhes fazer esquecer suas
promessas de volta, rompendo assim o ciclo de suas idas e vindas
constantes entre o céu e a terra, porque, uma vez que o tempo marcado
para a volta já tenha passado, seus companheiros perdem o poder
sobre eles.

Em país Yorubá, os pais, para proteger seus filhos àbíkú e tentar retê-
los no mundo, podem se dedicar a certas práticas, tais como fazer
pequenas incisões nas juntas da criança e ali esfregar atin (um pó feito
com favas e ervas e rezas e magias) ou ainda amarrar à cintura da
criança um ondè (talismã feito desse mesmo pó, colocado num
saquinho de couro).
Nos dias de hoje, quando morre uma criança ainda muito nova, há
muita possibilidade de ser um àbíkú que está voltando ao "céu", bem
como persiste a probabilidade de voltar em um próximo filho, ainda
na mesma geração ou na próxima; quando uma criança fica muito
doente e corre risco de vida, pode averiguar na família se já houve
caso de aborto ou morte prematura, isso é bem provável.
O aborto é uma situação que transcende a ingerência das pessoas, pois
é algo ligado diretamente à interrupção da natureza, e
consequentemente do Criador, esse ato pode escapar da lei dos
homens, mas não à lei Divina. Este é o porque de nenhuma religião na
terra apoiar ou permitir o aborto.

ESCOLHAS

As Vitórias e oportunidades futuras dependem das escolhas


que você faz hoje.
Toda escolha que se faz, se deixa algo para trás.  E não se
pode chamar de destino, as conseqüências de suas escolhas.

Você precisa fazer muitas escolhas nessa vida. Algumas são


muito importantes, outras, não.  Muitas de suas escolhas são
entre o bem e o mal, e determinam, em grande parte, a sua
felicidade ou infelicidade, pois terá que viver com as suas
conseqüências.  
Não é possível se fazer escolhas perfeitas o tempo todo.  Isso
simplesmente não acontece. Mas é possível se fazer boas
escolhas com as quais você poderá conviver e que o farão
crescer.
Às vezes, se faz más escolhas, isso geralmente acontece,
quando você  se deixa influenciar pelo meio. 
Infelizmente, algumas de suas más escolhas são irreversíveis,
porém algumas não são.  É preciso ser forte para poder mudar
de rumo e voltar ao caminho certo.  Isso pode envolver o
princípio do arrependimento: reconhecer e confessar que está
errado; depois, abandonar a conduta errada; nunca repeti-la; e
se reerguer no correto.
É preciso um certo tipo de coragem para recuar em vez de
seguir adiante e permitir insensatamente que outra pessoa
tome as decisões em seu lugar. Você pode ser mais firme em
sua determinação se tiver uma clara idéia de sua identidade,
de quem você é, o que quer e que é capaz de assumir as
conseqüências.
Aprender por experiência tem seu valor, mas a escola da vida é
muito árdua.
Algumas de suas escolhas importantes têm um momento certo.
Se demorar a tomar a decisão, poderá perder a chance para
sempre.  Às vezes, a dúvida impede de tomar uma decisão que
envolva mudanças,  e assim, perde-se a oportunidade.
“Se você tiver que tomar uma decisão e não o fizer, essa será a
decisão”.  Algumas pessoas acham difícil tomar decisões.
O estranho é que fazer a coisa errada parece razoável,
provavelmente por aparentar ser a solução mais fácil.
Freqüentemente ouvimos como justificativa para uma conduta
errada: “Ora, todo mundo está fazendo isso”. Essa é uma
distorção da verdade !  Não importa quantas pessoas em nossa
sociedade estejam envolvidas, ninguém está justificado em ser
desonesto, mal caráter, mentir, enganar...    As ações das
outras pessoas não determinam o que é certo ou errado.
Uma pessoa que tenha a coragem de fazer a escolha certa
pode influenciar muitos outros a agirem também de modo
sensato.
 “Vocês são responsáveis pelas escolhas que fazem. Não
devem culpar as circunstâncias, a família ou os amigos.  Vocês
possuem um poder enorme !  Vocês têm a capacidade de
escolher a felicidade, não importando quais sejam suas
circunstâncias”.
Como fazer escolhas corretas?  Uma escolha envolve o ato de
se tomar uma decisão consciente.  Para você tomar uma
decisão inteligente, é preciso avaliar todos os fatos disponíveis
em ambos os lados da questão.  Mas isso não é suficiente,
tomar decisões corretas envolve equilíbrio espiritual, princípios,
boa conduta...
Ao olhar para o futuro, você verá que terá que ser mais fortes e
mais responsável por suas escolhas num mundo em que as
pessoas, “ao mal chamam bem e, ao bem, mal”.  Você não
estará usando a sabedoria, se usar o seu livre arbítrio em
oposição ao correto.   Você possui o poder de escolha, e todos
podem usar sabiamente o livre arbítrio, que se recebe de Deus,
ao fazer suas escolhas.

AGRESSIVIDADE

Um comportamento agressivo pode ser normal e uma forma de


força e determinação.  Ele é necessário para auto conservação,
porque possibilita se posicionar nas situações e construir de
forma firme.
A agressividade é um comportamento emocional que faz parte
da afetividade de todas as pessoas.  Nas sociedades
ocidentais, bastante competitivas, a agressividade costuma ser
aceita e estimulada quando esta vale como sinônimo de
iniciativa, ambição, decisão ou coragem.  
Mas também pode ser um indicador de transtorno quando os
sentimentos se tornam excessivos, que a tudo consomem e
interferem na vida diária.
Esse comportamento está relacionado a defesa dos direitos
pessoais e expressão dos pensamentos, sentimento e opiniões
de uma maneira inapropriada e não positiva que transgride os
direitos das outras pessoas.
As pessoas que são agressivas constantemente se sentem
irritados, impacientes, críticos, ansiosos ou deprimidos.
Na infância, a agressividade é uma forma encontrada pelas
crianças de  chamar a atenção para si.  É uma espécie de
reação que adquirem quando estão à frente de algum
acontecimento que faz com que se sintam frágeis e inseguras. 
Na fase adulta, a agressividade, se manifesta ainda como
reação a fatos que aparentemente induzem o indivíduo à
disputa e a sentimentos.  A agressão pode ser um sintoma de
medo. 
De todas as tendências humanas, a agressividade, em
especial, é escondida, disfarçada, desviada, atribuída a
agentes externos, e quando se manifesta é preciso identificar
suas origens, mesmo que seja difícil ou doído.   O maior
problema da agressividade, é que na maioria das vezes ela
provoca uma reação de violência.
Definindo dentro de um parâmetro psicológico, a pessoa
agressiva é aquela que reage a todo acontecimento, como se
fosse uma competição ou disputa.  Ela se sente sempre
ameaçada de alguma forma.  A disputa passa a reinar na alma
da pessoa,  e a critica se torna devastadora.
As pessoas agressivas na maioria das vezes são rotuladas e
afastadas do meio em que vivem, pelo comportamento que
apresentam, porém é importante conhecer primeiramente as
verdadeiras causas.  A pessoa, quando agressiva,  reage
precipitadamente a qualquer tipo de acontecimento.  Essa
agressividade desequilibrada, fora das situações de perigo é
uma reação ao sentimento interior de frustração, de carência,
de incapacidade de amar, que desencadeia comportamentos
destrutivos, diante da privação ou impossibilidade de satisfazer
suas necessidades naturais e atingir suas motivações.
A agressividade desequilibrada, gera um ambiente doentio.
Gera medo, tensão, estresse, tristezas, ressentimentos,
mágoas, culpas, inseguranças…   Tudo isso é resultado de
uma agressividade negativa, geralmente utilizada como
instrumento de expressão de sentimentos de incapacidade de
lidar com as situações apresentadas na vida.
Não é fácil lidar com pessoas que têm esse comportamento,
principalmente se convivemos com elas diariamente. É
doloroso e desgastante viver tentando descobrir o porquê de
determinadas condutas, questionando quem são os culpados
por atitudes que invariavelmente geram mal-estar ou brigas.
O normal que aconteça, nesses casos, é o afastamento de
quem torna o ambiente tóxico.  Com isso, acontece, sempre,
que as pessoas agressivas se vêem sozinhas, isoladas e
ignoradas.  É nessa hora que se vitimizam e apresentam um
comportamento deprimido e de culpa.

A pessoa agressiva, geralmente não percebe quando chegou


ao limite.  Por isso é preciso traze-la à razão, de forma calma e
firme, e fazendo-a enxergar como esse comportamento
agressivo incomoda e afasta.   Essas pessoas geralmente
negam que estão com raiva ou se sentindo frustradas. Elas
preferem atribuir a culpa do comportamento agressivo a
fatores externos.  É muito doído se perceber frágil.

Alguma vez o chamaram de agressivo?


Já sentiu que foi agressivo sem justificativas ?
Já reagiu a uma situação com a raiva acumulada de muitas
outras?
Pode ser difícil admitir que foi agressivo, uma vez que nem
sempre a vontade ou a intenção era essa;  como se a
agressividade surgisse de um lugar desconhecido, de surpresa
e sem controle.
Normalmente só tem necessidade de ser agressivo quem se
sente ameaçado e diminuído pelo outro. Por isso,
normalmente, um comportamento agressivo advém de
problemas de auto-estima, insegurança ou até de
abandono.  O agressivo vê o mundo como perigoso, onde as
relações sociais não são estáveis e a qualquer momento pode
ter que se defender para sobreviver.  Depois que recorre ao
comportamento agressivo, as conseqüências são o isolamento
e a perda de respeito.
A pessoa que desenvolve amor próprio torna-se mais segura,
confiante e não permite que estímulos externos influencie a sua
forma de pensar e seu comportamento.  A busca pelo equilíbrio
é a forma mais assertiva de aprender a ficar bem consigo
mesmo e conviver com o outro, devemos entender e separar o
que nos afeta e buscar formas de resolver o que nos incomoda.
Sair atirando flechas de agressividade em todas as direções
fará com que afaste familiares, amigos, parceiros de trabalho,
namorados, companheiros, que não agüentarão esse tipo de
comportamento.
A grande questão é que ser livre não é sair vomitando opiniões
e jogando no outro as próprias frustrações.  Esse
comportamento de agressividade exagerada só provoca
constrangimento e isolamento social.
Destruir objetos, agredir pessoas quando confrontado, xingar,
brigar, são ataques de agressividade e que na maioria das
vezes vem seguidas de arrependimento.

Ter consciência do problema é o primeiro passo para a


mudança do comportamento.  Também ajuda falar sobre os
seus sentimentos, se questionar por que age dessa maneira,
procurar ser honesto e não interpretar as atitudes alheias como
ataques pessoais.
Um passo assertivo, seria perceber, por si mesmo, que esse
comportamento agressivo é nocivo e está causando prejuízos e
perdas, e é preciso identificar que suas explosões precisam ser
observadas e tratadas.

Justiça

 
Justiça é a capacidade de julgar e agir de forma apropriada às
circunstâncias, sem favorecimento ou discriminação.
Princípio moral que inspira o respeito pelos direitos de cada pessoa e
pela atribuição do que é devido a cada um, reconhecendo o mérito e o
valor do outro.

A Justiça Divina, essa é implacável.  Sempre que se é colocado diante


dela, deve-se saber, que nesse momento, todos se desnudam de suas
mascaras e se mostram por inteiro.  É o momento de ser verdadeiro,
independente de conceitos e preconceitos, princípios ou verdades.  É a
hora de olhar para dentro de si e enxergar os verdadeiros atos,
pensamentos e palavras e ter consciência de quais são corretos ou
errados.

A Justiça dos homens, nos dias em que vivemos, pode ser facilmente
manipulada, mas a Justiça Divina, a Justiça da Terra, essa não tem
como fugir, nem como escapar; um dia, com certeza, ela chega.

Nos primórdios, a justiça era: " Olho por olho, Dente por dente
".   Com o passar dos tempos, esse principio foi se alterando até
chegarmos ao que se aplica hoje, como Justiça.
Mas quando se diz respeito ao Divino, o principio continua o mesmo.

Existem padrões de costumes e princípios que regem uma sociedade


que escolhemos seguir.   Mas quem somos, se não meros mortais, para
julgarmos o outro, enquanto temos dentro de nós falhas e pensamentos
reprováveis por essa sociedade ?
Por esse motivo é preciso que a Justiça Divina leve a mostrar como
realmente se deve agir e pensar em relação ao outro.
É preciso respeitar os limites e dificuldades do outro e ao invés de
julgar, porque não, compreender e ajudar nas mudanças necessárias.
-  A Justiça Divina, nunca falha !   Essa é a lição que o alto nos deixa.
AMOR UNIVERSAL

 Quando estamos em conexão com o alto e com a natureza,


abre-se um canal em nossa consciência, através do qual
podemos desenvolver um contato pleno e absoluto com nosso
Eu Superior (Orí).  Nesse momento, somos tomados pelo
êxtase e por uma quantidade imensa de luz e um Amor
puramente Universal.  Neste estado podemos entrar em
contato com diversas formas de vida e de manifestações
divinas.  Essa essência divina , o universo e toda a criação é
composta por infinitas partículas do Criador Absoluto
(Ólodùmarè), que vibram em harmonia.

A natureza, os seres, e tudo o que existe na criação, se


manifesta de alguma forma e evolui dentro dos seus padrões e
funções na perfeita harmonia cósmica e universal. Assim,
podemos nos reconhecer como parte desta grande e
maravilhosa criação, a partir do momento em que soubermos
que somos também uma manifestação Divina, e que se nós
existimos, é porque Deus (Ólodùmarè) existe.

O Caráter, o ego e a personalidade humana, fazem parte de


um processo evolutivo, no qual o homem, precisa reconhecer-
se como unidade divina, precisa desenvolver sua inteligência e
seu conhecimento espiritual e aprender as leis espirituais
básicas da harmonia vital e do amor universal.  Somente assim,
o homem consegue o seu equilíbrio.

Para alcançarmos o equilíbrio interior, precisamos ter


consciência total de nossas atitudes.  Quantos de nós
admitimos nossos erros, nossas limitações, e nossas falhas ? 
É chegado o momento de admitirmos todos os nossos erros
perante a nós mesmos, com humildade e sinceridade.  Desta
forma conseguimos vibrar em harmonia com o Universo, e no
momento em que somos capazes de cuidar incondicionalmente
do outro, emanando o Amor Universal, estaremos em harmonia
com Deus (Ólodùmarè).

Quando nos perdermos ou entramos no negativo, abrimos


portas erradas e delas saem monstros: o medo, insegurança,
brigas, ódio, etc...   Mas existe uma porta, estreita, pela qual
podemos nos reencontrar.  Ao abrir essa porta, tudo se
iluminará. Para isso, precisamos ter a consciência de que
somente o Amor pode curar, só o Amor pode orientar, somente
através do Amor Universal podemos saber quem realmente
somos e o que realmente queremos.  Assim, alcançamos a
transformação que nos leva a harmonia com o Cosmos.

A medida em que nos transformamos, tudo e todos a nossa


volta acompanhará essa transformação.  É a teia da vida!  Mas
para termos essa compreensão, precisamos entender que essa
teia é movida pela presença do Amor, o Amor Universal.

O Amor Universal é a manifestação do Amor puro, infinito,


imparcial e sem distinções. É o amor que não julga, cuida, e é
capaz de mover o Universo.

PRINCÍPIOS E VALORES DA HUMANIDADE


- LEALDADE
- AMIZADE - RESPEITO - TOLERÂNCIA
- CONFIANÇA - ÉTICA
- SOLIDARIEDADE - FRATERNIDADE
- JUSTIÇA
- AMOR
 
PRINCÍPIOS E VALORES SÃO A BASE, O ALICERCE QUE
SUSTENTAM A HUMANIDADE.  SE ISSO NÃO ESTIVER
CLARO NA MENTE DOS SERES HUMANOS, SE NÃO FOR
SEGUIDO, COM CERTEZA, SEM DÚVIDAS, A CONSTRUÇÃO
DA VIDA IRÁ RUIR, DESMORONAR, SE REDUZIR A PÓ.
QUANDO A TERRA VIROU UM CAOS, ONDE OS SERES
HUMANOS HAVIAM PERDIDO O RESPEITO E A DECÊNCIA ,
DEUS (OLODUMARE) ENVIOU ORISÁ EDAN PARA
RESTAURAR A ORDEM, FOI ENTÃO FUNDADA A
SOCIEDADE OGBONI, ONDE OS PRINCÍPIOS E VALORES SÃO
A BASE PARA QUE QUALQUER SOCIEDADE POSSA SE
DESENVOLVER, CRESCER E PROSPERAR.
LEALDADE, FRATERNIDADE, JUSTIÇA, CONFIANÇA,
TOLERÂNCIA, RESPEITO E ACIMA DE TUDO O AMOR
UNIVERSAL, SÃO OS PRINCÍPIOS PARA QUE OS SERES
HUMANOS CONSIGAM VIVER UM DIA, COM A CERTEZA DE
QUE HAVERÁ OUTRO, E OUTRO.....
SEGUINDO ESSES VALORES, SEM DÚVIDAS, O CAMINHO
LIMPO E RETO PARA DENTRO DE VOCÊ MESMO, FARÁ COM
QUE A CONEXÃO COM O DIVINO ACONTEÇA DE FORMA
PLENA. 
NÃO IMPORTA QUE O OUTRO NÃO ESTEJA NA MESMA
CONEXÃO, O QUE IMPORTA É CADA UM TER A CERTEZA
DE QUE ESTÁ FAZENDO A SUA PARTE, COM PRINCÍPIOS E
VALORES QUE IRÃO SUSTENTAR A VIDA DE FORMA
SEGURA.
Os Valores humanos são os princípios morais e éticos que conduzem a
vida de uma pessoa.  Eles fazem parte da formação de sua consciência
e da maneira como se vive e se relacionam em sociedade.   São
normas de conduta que podem determinar decisões importantes e
garantir que a convivência entre as pessoas seja pacífica, honesta e
justa.
Os Valores são importantes em qualquer contexto ou lugar, podendo
ser considerados Universais e devem ser cultivados para garantir uma
vida saudável.   
A lealdade é essencial para que pessoas convivam em qualquer tipo de
relacionamento, seja ele social, amoroso, de trabalho....   A lealdade
caminha com o caráter.
 
O respeito é um dos valores mais importante na condução da vida de
uma pessoa, porque pode influenciar em suas decisões, seus
relacionamentos e em seu modo de viver.

A confiança é fundamental para o ser humano e pode influenciar todos


os aspectos da vida de uma pessoa.
 
A ética pode ser definida como a reunião de princípios que
determinam as atitudes de uma pessoa. Agir com ética significa viver
de acordo com valores morais fundamentais.
 
A solidariedade é a capacidade de ter atenção com outra pessoa, o que
demonstra a valorização e a importância dada aos seres.
 
Ser justo é ter como princípio de vida agir com integridade e
igualdade, tomando decisões corretas, tanto para si mesmo como para
os outros.

O Amor é o mais importante para que as pessoas possam evoluir como


indivíduos, pois é através do Amor que se consegue respeitar as
dificuldades e ter novos horizontes.

Hoje em dia convivemos com a existência de uma crise de valores


humanos, que seria o distanciamento dos princípios éticos e
morais que deveriam ser cultivados por todas as pessoas.
Por esse motivo é preciso que todos estejam atentos aos seus
pensamentos, ações e palavras.  Essa auto-observação é fundamental
para que os Princípios e Valores não sejam esquecidos,
independentemente de situações ou contextos.
Somos formados e educados dentro de costumes e princípios, para
respeitar e reproduzir valores como obrigações e deveres.

Escolhas e Conseqüências

Se pensarmos no andar da vida, tudo é feito de escolhas.  Escolhas


boas ou ruins, corretas ou erradas, mas estão presentes em
absolutamente tudo no Universo, até mesmos nos simples atos.

Por vezes achamos que aquela escolha é a que melhor nos cabe, mas
aos olhos dos demais, pode parecer não ser a mais acertada.
Por isso, não podemos julgar, recriminar ou condenar, quem quer que
seja, por suas escolhas, afinal, não estamos dentro delas para saber o
que a levou àquela escolha.

É preciso, sempre, analisar as opções que temos, para que então


possamos escolher com precisão, e nunca faça isso com raiva, pena,
ou de cabeça quente, pois algumas escolhas, são responsáveis por todo
nosso sucesso ou todo o fracasso.

As escolhas mais difíceis, geralmente são as mais importantes, por


isso, é nessa hora que precisamos nos alinhar, nos conectar com o alto,
para que seja feito o correto, o que é preciso.

Se prestarmos atenção em 01 dia apenas, de nossa vida, perceberemos


que em 100% do tempo, estaremos fazendo escolhas,  como:  Dormir
ou acordar;  comer ou não comer; reclamar ou agradecer; rir ou
chorar; amar ou odiar; se vitimar ou seguir em frente; ficar ou ir
embora...., e assim por diante, com tudo.
E depois que optamos pela escolha que nos parece ser a melhor,
precisamos arcar com todas as conseqüências da nossa escolha.  Aí,
nessa hora, não cabe reclamar, ou culpar ninguém, pois afinal, você
teve a chance de escolher.  Deus nos dá essa chance, a que chamamos
de Livre Arbítrio.
Quando estamos, de verdade, alinhados e conectados com o alto,
quando o espiritual está na nossa alma, com certeza, nos será
mostrado a melhor escolha.  Aquela que nos trará aprendizado,
crescimento, entendimento e amadurecimento.

Quando escolhemos o caminho espiritual, precisamos ter a


consciência de que precisamos nos comprometer com essa escolha,
nos entregarmos com a alma ao espírito.  Não basta, sermos
conduzidos e virarmos robôs de repetição.  É preciso sentir, preencher
o coração e a alma com a Luz Divina,  o comprometimento é a base
para que a escolha da Luz dê certo.

Que a Luz esteja em mim e em todos aqueles que fez essa escolha !

Escolhas e Conseqüências

Se pensarmos no andar da vida, tudo é feito de escolhas.  Escolhas


boas ou ruins, corretas ou erradas, mas estão presentes em
absolutamente tudo no Universo, até mesmos nos simples atos.

Por vezes achamos que aquela escolha é a que melhor nos cabe, mas
aos olhos dos demais, pode parecer não ser a mais acertada.
Por isso, não podemos julgar, recriminar ou condenar, quem quer que
seja, por suas escolhas, afinal, não estamos dentro delas para saber o
que a levou àquela escolha.

É preciso, sempre, analisar as opções que temos, para que então


possamos escolher com precisão, e nunca faça isso com raiva, pena,
ou de cabeça quente, pois algumas escolhas, são responsáveis por todo
nosso sucesso ou todo o fracasso.

As escolhas mais difíceis, geralmente são as mais importantes, por


isso, é nessa hora que precisamos nos alinhar, nos conectar com o alto,
para que seja feito o correto, o que é preciso.
Se prestarmos atenção em 01 dia apenas, de nossa vida, perceberemos
que em 100% do tempo, estaremos fazendo escolhas,  como:  Dormir
ou acordar;  comer ou não comer; reclamar ou agradecer; rir ou
chorar; amar ou odiar; se vitimar ou seguir em frente; ficar ou ir
embora...., e assim por diante, com tudo.
E depois que optamos pela escolha que nos parece ser a melhor,
precisamos arcar com todas as conseqüências da nossa escolha.  Aí,
nessa hora, não cabe reclamar, ou culpar ninguém, pois afinal, você
teve a chance de escolher.  Deus nos dá essa chance, a que chamamos
de Livre Arbítrio.

Quando estamos, de verdade, alinhados e conectados com o alto,


quando o espiritual está na nossa alma, com certeza, nos será
mostrado a melhor escolha.  Aquela que nos trará aprendizado,
crescimento, entendimento e amadurecimento.

Quando escolhemos o caminho espiritual, precisamos ter a


consciência de que precisamos nos comprometer com essa escolha,
nos entregarmos com a alma ao espírito.  Não basta, sermos
conduzidos e virarmos robôs de repetição.  É preciso sentir, preencher
o coração e a alma com a Luz Divina,  o comprometimento é a base
para que a escolha da Luz dê certo.

Que a Luz esteja em mim e em todos aqueles que fez essa escolha !

Escolhas e Conseqüências

Se pensarmos no andar da vida, tudo é feito de escolhas.  Escolhas


boas ou ruins, corretas ou erradas, mas estão presentes em
absolutamente tudo no Universo, até mesmos nos simples atos.

Por vezes achamos que aquela escolha é a que melhor nos cabe, mas
aos olhos dos demais, pode parecer não ser a mais acertada.
Por isso, não podemos julgar, recriminar ou condenar, quem quer que
seja, por suas escolhas, afinal, não estamos dentro delas para saber o
que a levou àquela escolha.

É preciso, sempre, analisar as opções que temos, para que então


possamos escolher com precisão, e nunca faça isso com raiva, pena,
ou de cabeça quente, pois algumas escolhas, são responsáveis por todo
nosso sucesso ou todo o fracasso.

As escolhas mais difíceis, geralmente são as mais importantes, por


isso, é nessa hora que precisamos nos alinhar, nos conectar com o alto,
para que seja feito o correto, o que é preciso.

Se prestarmos atenção em 01 dia apenas, de nossa vida, perceberemos


que em 100% do tempo, estaremos fazendo escolhas,  como:  Dormir
ou acordar;  comer ou não comer; reclamar ou agradecer; rir ou
chorar; amar ou odiar; se vitimar ou seguir em frente; ficar ou ir
embora...., e assim por diante, com tudo.
E depois que optamos pela escolha que nos parece ser a melhor,
precisamos arcar com todas as conseqüências da nossa escolha.  Aí,
nessa hora, não cabe reclamar, ou culpar ninguém, pois afinal, você
teve a chance de escolher.  Deus nos dá essa chance, a que chamamos
de Livre Arbítrio.

Quando estamos, de verdade, alinhados e conectados com o alto,


quando o espiritual está na nossa alma, com certeza, nos será
mostrado a melhor escolha.  Aquela que nos trará aprendizado,
crescimento, entendimento e amadurecimento.

Quando escolhemos o caminho espiritual, precisamos ter a


consciência de que precisamos nos comprometer com essa escolha,
nos entregarmos com a alma ao espírito.  Não basta, sermos
conduzidos e virarmos robôs de repetição.  É preciso sentir, preencher
o coração e a alma com a Luz Divina,  o comprometimento é a base
para que a escolha da Luz dê certo.

Que a Luz esteja em mim e em todos aqueles que fez essa escolha !
DESAPEGO

Qual o real significado dessa palavra, que hoje em dia, tem


sido tão usada e tão pregada ?
Desapego  significa perder a afeição a,  perder o interesse e o 
empenho por, largar, soltar-se,  desagarrar-se, desunir,
separar, extrair, sair.....
É Afastar-se de alguém ou alguma coisa. 
É Manter um vínculo ou amizade com distância.
 
O que observo, diante desse termo, tão em moda nos últimos
tempos é a pregação ao individualismo e ao
isolamento.  Desapego, para a maioria das pessoas, significa
estar sozinho, sem se preocupar com nada, nem com ninguém,
em uma total falta de amor a si mesmo e ao próximo.  A
interpretação e colocação desse termo anda
equivocada.  Porque você pode desapegar, sem violentar os
princípios da vida nessa terra, que é viver em sociedade.
O real sentido do Desapego, é o desprendimento diante das
coisa superficiais e fúteis e da vaidade, para olhar com a
atenção merecida para fatos importantes que fazem todo o
sentido da vida, que é saber dividir, compartilhar e Amar.  Foi
para isso que o Ser Humano foi criado nessa terra.  Para Amar,
se ajudar, compreender...  Isso é viver em sociedade, e é assim
que acontece desde os primórdios.  O Homem vive em
sociedade, não em casulos !
 
Por esse motivo é preciso ter esse termo muito claro na vida.
Desapegar de um ente querido, para que ele possa descansar,
poupa-lo do sofrimento diante da morte para encontrar a
paz.  Com certeza, deve-se esquecer o egoísmo diante da
libertação do espírito.
 
Desapegar de filhos, companheiros, família...
Não !  Isso não é desapego !   Mesmo que se faça necessário
um afastamento geográfico, para crescer e se realizar em suas
vidas.  É uma situação em que o Amor, o aconchego, o apoio e
a atenção se fazem necessários para que tudo aconteça.  Por
isso, não pode ser um desapego.
 
Desapegar de uma vida medíocre, da violência, com certeza é
preciso para se viver em paz.
Mas quando se tem clareza do que se quer e do que se
acredita, é possível desapegar de coisas negativas e se apegar
a coisas que podem proporcionar uma vida mais equilibrada e
feliz.
Infelizmente vivemos em uma sociedade medíocre, que prega
o desapego, mas precisa de tudo o que é fútil, luxo e conforto.
O desapego é o equilíbrio entre o que faz mal e o que se
precisa para viver bem.
Por que preciso desapegar de um Amor, se posso amar,
compartilhar, e ser livre e respeitado ?
Por que preciso desapegar de amizades, de pessoas, se posso
respeitar os limites de cada um e ser respeitado ?
 
O que realmente o Ser Humano precisa é sentir mais Amor
dentro de si e por si mesmo, para que  então possa olhar o
próximo e a vida sem precisar desapegar equivocadamente.
Conexão com o Divino

Hoje em dia, infelizmente, temos cada vez, menos tempo para


nós mesmos e para o Divino.
Mas volto a um grande ensinamento:  "Tempo, é questão de
prioridade!"

O quanto você se prioriza ?


O quanto você prioriza o Divino em sua vida ?
O que você precisa para que isso aconteça ?

Para conectar-se com o Divino, é preciso querer, de verdade,


tê-lo dentro de si.
E com certeza, quando o Ser Humano quer, ele consegue !

Reserve tempo para respirar profundamente, e sentir o ar


entrando, a vida tomando conta de você.  Sinta o vento
limpando a mente.  Permita que os pensamentos voem.

Reserve tempo para ouvir a natureza:  o canto, os ruídos, o


balanço das árvores, as folhas...
Feche os olhos e perceba o quanto a natureza fala e você nem
percebe com a correria do dia a dia.

Sinta a musicalidade da natureza, isso é a vida entrando em


você.
Quando conseguimos, realmente, nos integrar a tudo isso que
Deus nos presenteou, todo o resto, na vida, entra em perfeita
tranqüilidade e harmonia.

O Vento, leva a angustia, a impaciência, e trás a esperança,


limpa os pensamentos.
As Águas purificam, limpam o corpo e o espírito, trás clareza.

A Terra é segurança, firmeza, equilíbrio.

Cada força da natureza se integra perfeitamente ao Ser


Humano. Observe !
O Homem, que segue os exemplos da natureza, cresce, se
expande, contorna obstáculos, dá frutos e se curva diante do
Divino.

Reserve tempo, principalmente, para agradecer pela vida,


pelas conquistas, pelos feitos, pelas lições...

Ame-se e Respeite-se, só assim, verá a grandeza de tudo o


que nos foi oferecido pelo Divino,  por Deus !!!

Fé é Persistência

Os obstáculos fazem parte da caminhada e render-se a eles


demonstra fraqueza.
Somente através da persistência é que conseguimos tornar
realidade nossos mais ousados sonhos.
Quando se tem a certeza interior de que estamos no caminho
certo, nada, nem ninguém, pode ser mais forte que nós
mesmos.
Possuímos uma força poderosa, capaz de perseverar e
conseguir tudo, bastando acreditar e trabalhando firmemente
que, mesmo difícil, jamais será impossível.
Chega a quem caminha. Então, caminhe com determinação,
jamais duvidando da sua capacidade de vencer.
Você pode, se acreditar que pode.
Todos nós, quando bem intencionados, somos merecedores de
uma vida nova. E, para tanto, necessário se faz uma ação
contínua e persistente para tornar nossa vida mais próspera e
feliz. Sem esforço não existe vitória. Sem persistência não se
vence nenhuma batalha.
Diversos são os caminhos, mas uma coisa é certa: o ser
humano é resultado de si mesmo, ou seja, ele é conseqüência
natural de seus pensamentos e ações.
Viver positivamente é criar uma visão construtiva, amorosa e
otimista para melhor atuar neste mundo mágico de Deus.
Ter uma vida positiva é ter consciência que o universo precisa
de você; é lutar pelos seus sonhos de maneira determinada; é
crescer sem precisar diminuir ninguém; é ter a verdade como
um princípio vital; é usar o poder da ousadia construtiva; é
saber agradecer e perdoar, é priorizar a família; é viver cada
dia de uma vez, sendo alegre no presente e otimista no futuro;
é respeitar o próprio corpo; é se preocupar com os mais
carentes; é preservar a natureza; é ter a tenacidade de uma
águia, o entusiasmo de uma formiga e a meiguice de um beija-
flor; é não se abater nos momentos de dor; é jamais perder a
esperança; é jamais perder a fé!

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