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Ajogun = Poderes que atuam em cima dos ebós e oferendas. As “Mães” + Oso (masculino das
“mães”, porém numa dimensão inferior) + Exú + os feiticeiros.
Quando o ebó é transportado ao seu destino (encruzilhada, mata, etc), durante esse transporte,
“Elas” estarão em contato com nossas preces, nossas vontades, etc. As “mães” são intermediárias entre
nós e nossas vontades. Elas foram criadas para servir ao homem dentro de uma seqüência lógica de
forças espirituais. As “mães” também nos auxiliam para ganharmos mais força e assim superarmos
dificuldades.
As “Mães” possuem poder atrativo (para chamar coisas boas, proteção), poder
preventivo (impedir que alguém nos faça mal) e poder curativo (curam nossos males e doenças).
A grande vantagem é que elas atuam sobre os nossos inimigos com uma força invisível. Elas
enxergam o que nós não enxergamos e os nossos inimigos não as enxergam.
A força das “Mães” é uma das poucas forças que nós humanizamos (nós incorporamos essas
forças).
Nós humanizamos Orixás através da incorporação, mas com as “Mães” não é assim. Feito a
iniciação, você está com ela 24 hs por dia, mas tudo vai depender de sua postura.
As “Mães” manipulam tudo aquilo que o homem necessita na vida, mas a realidade delas não é
para qualquer pessoa. O conhecimento é fundamental e a preservação também.
Elas só respondem para aqueles que são fiéis à elas. É necessário fazermos um pacto (compla-
cência, fidelidade) individual com elas e cumpri-lo.
Diz o mito que as Yá-Mi-Osorongá são uma força física e espiritual. Essa força teria sido
criada em relação ao ejé (mesntruação). Foram criadas por Eledunmare para equilibrar as forças do
Universo. Eledunmare divide essas forças:
Céu = Orun
Meio = Ajogun (Venerável, e se é venerável, é Orixá)
Terra = Ayé
Egungun = Poder masculino, a volta dos mortos para a Terra. A única força que viveu no Orun e
Ayé e está entre os Ajogun.
Depois que as mulheres pegaram essa força e passaram a organizar a vida, a integrá-la na socie-
dade, também os homens passaram a ser devotos. Como começaram a integrar isso, eles não podiam
ser chamados de “mães”, então se tornaram Oso.
Quando jogamos búzios, há o 9° Odú – Osa, que fala sobre “Elas” e orienta a fazer ebó à
“Elas” para adquirir sorte. Obrigatoriamente todo e qualquer ebó passa por “Elas”.
Ser devoto das “Mães” exige um renascimento, uma mudança de postura.
Quando se faz magia (extra – Orixá) ela só se mantém pelo poder das “Mães”. Sem “Elas”, a
essência das simpatias vão embora. As magias têm que ser consagradas. “Elas” são protetoras dessas
magias.
No culto aos Orixás, sempre que fizermos oferendas a eles, devemos fazer oferendas às “Mães”.
Quando se faz um mal, também temos que evocá-las, para que não haja obstáculo ao seu
destino.
No culto de Egungun para trazer um deles para o Ayé, dar comunicação entre os vivos e os
mortos, é preciso das forças das “Mães” e de Exú.
As “Mães” estão relacionadas à existência humana, à procriação, então, estão relacionadas à
questão do destino. Elas podem mudar o destino das pessoas.
O poder das “mães” se conquista na iniciação ou é transmitido hereditariamente. Elas têm sabe-
doria, sensibilidade, competência e algo a mais (axé).
Orixá não abandona o Orí de ninguém; as “Mães” abandonam.
O segredo é uma característica essencial das “Mães”. Há a sociedade das devotas das “Mães”.
Dizem que a noite se transformam em pássaros para se locomoverem. Ninguém consegue espiar as
“Mães” impunemente.
Eleye = Senhora donas dos pássaros.
Outros as chamam de Senhoras dos pássaros da noite.
Há duas qualidades de oferendas: Ajé Funfun (pureza, ou seja, fazer o bem), Ajé Pupa (fazer o
mal). Quem faz o mal não são as “Mães” e sim o devoto que ganhou a força e usa como quiser.
Pode-se reverter um bom destino para o mal com a força das “Mães” e vice-versa. Deve-se
oferenda para as “Mães” por um objetivo específico: a melhora do destino.
Para termos melhor proteção das “Mães” devemos nos manter neutros, e deixar que elas façam
justiça por nós, sem dar nomes ou fazer pedidos.
Se escolhermos o mal, é bom estarmos cientes de que essa energia um dia volta, pois a energia
do mal é dinâmica assim como à do bem, um dia também volta para a pessoa.
50% do bem que você faz aos outros, acaba revertendo para você. Com o mal é a mesma coisa.
Adquirimos força, poder e proteção das “Mães”, não só pela iniciação, mas também
pela devoção.
O Bem só existe quando se elimina o Mal, pois o caminho do Bem e do Mal é o mesmo.
A opção é sua.
Ser bom não significa que você não possa se defender ou revidar. Você tem o direito e o dever
de se defender, o problema é como se vai fazer isso.
Na parte de saúde, as “Mães” arrancam a dor e o sofrimento e jogam fora. É bom fazer
oferenda se estivermos doentes, para nos curarmos e se estivermos sãos, para podermos nos prevenir.
SÍMBOLOS
Rituais do culto.
Agulhas
Contas coloridas
Cabaça = Parte externa (Universo visível, tudo que faz parte do dia-a-dia)
Parte interna (forças que manipulamos e produzem resultados, nas nós não vemos,
pensamentos, intuição, bondade, maldade, etc.)
Bastão com símbolos (símbolos que são forjados só por pessoas autorizadas)
Pote
Aje
(Concha)
Búzios
Todas as penas : Ikodidé (realeza), Agbé (traz a sorte até você), Aluko (leva você até a
sorte), Leque-leque (ajuda a superar obstáculos)
COMIDAS
As comidas das Iyá podem ser colocadas todas juntas dentro de um mesmo alguidar.
Ovos, Mel, Dendê, Atarê, Obi, Orobô, Sal, Água, Acaçá, Acarajé, Abará, Banana nanica / maçã,
pedaços de carne de porco. Ekuru de inhame, Cabra, Ovelha (não carneiro), Porca, Galinha, Angola
Pombo, Igbin, Otí (bebidas)
Ao se fazer as oferendas, devemos cobri-las com folhas de mariwo ou peregun verde. Também
devemos colocá-las por baixo, como se fossem toalhas.
As vísceras dos animais usados devem ser oferecidas cruas, sem limpar, com dendê.
ORIKIS
Iba, iba, iba
Akoda, iba
Aseda iba
Ile ogere a foko yeri
Alapo iku
Olona ola, iba
Esu odara, iba
Irunmale olukotun
Igba imale olukosin
Iba gbogbo yin o
Ero iwaju, ero eyin, iba
Adase ni nwun omode
Iba ki nwun un o
Eyin to ni aye
E je sise mi o san mi
Emi lomo agba
E je owo o maa je fun mi o
Ada ki nmu, ki o ge eku idi e
Omo eni ki nburu
Ki a gbe fun ekun paje
E dari jimi, ki e fi owo mi wo mi
Emi lomo aji fepo we
Osoronga opiki elese osun
Ajefun jedo
Oriri aye
Ebo aye ni a ru o
Osoronga ni nba ni gbele aye
Aje ni npa eni
Osoronga gbigbe ni o gbe mi o
Aje ma pa mi lomo
Somi ki o somo mi
Iya mi agba opiki elese osun
A won maye
A won loju re orun
Eje lepo ekuru won
Iya-mi aye elekuru pupa foo
O gberita jagun
O gbe origi ke kanran kanran
Fori jimi bi mo ba se
Fi owo re wo mi
Ma ke kanran kanran wonu ile mi
Iya mogun alara
ORIKIS (Continuação...)
Bi igun jebo
A je gbe ni
nje Bi akala
jebo A je gbe
ni nje
Gbogbo eyi a ba
se Asegbe ni e je o
je Iya-agba alapo
iku Olokiki oru
Ki nfo ki o fara pa
Onile origi ki
njebo
Ki ebo naa ma gun rege
Awon agba ki nfi abo bo eni
Ki omo ara aye ma ri ami wom lara eni
A jefun jedo
Ki nje tire tan
Ki o ma fi ona han eni
Iya mi toto aye
Fi ona han mi
Bi o ba gbe ori igi ke
Ma ke pa mi
Bi o gbe orita ke
Ma ke pa mi
Kike ni ki o fi ike re ke mi
Omidan eleye oloju owiwi
A ri eni ko to pe eni
Omoran ologbon
Ti nmo riro ati ai ro eda
Alapo iku olona ola
Iku ti nba nke nile mi
Re danu
Opiri eleye moran bi
afefe Arun ti nba nro nile
mi Ro danu
Iya-mi omoran eleye
A pani ma yoda
A mubo ti nbe laye mi
Re danu o
Eyin ti o ni aye
E fa mi mora
Aje ile e fa mi mora o
ORIKIS (Tradução)
Saudação
Saudação ao primórdio
Saudação ao criador
Saudação à Terra
Guardiãs da morte
A dona do caminho da prosperidade
Saudação
Exú, saudação
Saudação as divindades do lado direito
Saudação as divindades do lado esquerdo
Saudação a todos vocês
Os que já foram e os que estão por vir, saudação
Fazer as coisas sozinho é que destrói um ser
Mas quando se faz saudando os mais velhos é favorável a quem faz
Vocês que são as donas da existência
Permitam que tudo que eu fizer seja favorável a mim
Eu sou filho das sábias
Permitam que a proteção fluam para mim
Um facão não pode ser tão afiado para se cortar a si
O filho não pode ser tão ruim, ao ponto de dar ele para o leão
comer Eu peço perdão a vocês e que vocês dêem a mim a sua
proteção Sou filho daquela que se banha com dendê
Osoronga, aquela que pinta seus pés com ossun
Aquela que se alimenta de fígado e intestino
Aquela que vê tudo na terra
Devemos fazer ebó da existência
Osoronga, é que convive com o homem na terra, são elas que também matam
Osoronga, me acolhe, dê sua paz para mim
Osoronga, não matem a minha família
Proteja a mim e a meus filhos
Minha mãe velha, elegante que pinta os pés com ossun
Que quando olha o homem, faz ele sobreviver na terra
Que seu olhar leva a morte
Sangue é o dendê (tempero) da comida delas
Minha mãe cuja comida é vermelha
Que guerreia na encruzilhada
Que da copa das árvores canta
Me perdoe caso eu tenha ofendido as senhoras
Me proteja com sua proteção
Não cantem dentro do meu lar
A mãe feiticeira que tem vida
Elas são como o pássaro sagrado que come ebó mas não morre
ORIKIS (Tradução)
(Continuação...)
ORIKIS
Mo juba enyin Iyami Osoronga Meus respeitos a vós, minha mãe Osorongá.
O tonon eje enun Vós que seguíeis os rastros do coração e do sangue do fígado.
O tonon eje odo Vós que seguíeis os rastros do sangue interior
Mo juba enyin Iyami Meus respeitos a vós, minha Mãe Osorongá.
O tonon eje enun Vós que seguíeis os rastros do coração e do sangue do fígado.
O tonon eje odo Vós que seguíeis os rastros do sangue interior
Ejé o ye ni kale o O sangue vivo que é recolhido pela terra cobre-se de fungos
O yeye, yeye, yeye koko É ele que sobrevive, sobrevive, ó mãe muito velha.
O yeye, yeye, yeye koko
ORIN (CANTIGAS) - 1
Obs.: Quando se oferece comida (oferenda) só se canta o que se tem para oferecer.
ORIN (CANTIGAS) - 2
ORIN (CANTIGAS) - 3
Eleye je aye mi o san mi o A senhora do pássaro, faça minha vida ser favorável a
mim Bi o mi osan o Como a transformação da água em mel
ORIN (CANTIGAS) - 4
O dori igi agba o Vamos até a copa das árvores das velhas
Agba gun ori igi yeye As velhas (sábias) subiram na copa da árvore da vida
ORIN (CANTIGAS) - 5
Iya mi eleye Minhas mães senhoras do pássaro da noite
Mo juba yin o eu te saúdo
E je iba mi o se Façam com que minha sabedoria seja favorável a mim
Ki ase mi o gun Para que meu axé possa atuar e seja preservado
Igun ase o O axé da realização
EBÓ DE SAÚDE
Material = 16 laranjas baía, 16 ovos, 01 galinha preta (aberta na costas), 01 vidro de dendê, pano
vermelho, 01 alguidar, atarê. Despachar em árvore seca.
EBÓ AJÉ
Material = 21 ovos, dendê, farinha de mandioca. Após o ebó, dar 01 acaçá com água e mel, dendê
à terra
Material = 01 quartinha de louça branca, 01 ovo branco, 01 ovo amarelo, fitas coloridas, 01 pedaço
de ímã, 02 espelhos, dendê.
EBÓ AJÉ
Material = Pano vermelho, 09 ovos, 09 bolas, 09 acaçás, 09 bolas de inhame, 09 gilós, 09 pedaços
de mandioca, milho, fradinho.
PRESENTE
Material = 09 bonecos de pano de algodão, 09 bolas de arroz, 09 bolas d`agua, 09 ovos, 09 moedas, 09
pedaços de fumo, 09 velas brancas, 09 dentes de alho, 01 pedaço de metal dourado,
panos branco, amarelo e roxo. 09 espelhos.
PRESENTE
Material = 01 alguidar, 09 ovos, 03 obis, 03 orogbos, dendê, gin , 09 moedas, 01 ecodidé (tampar)
PRESENTE
PRESENTE