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APOSTILA

ITANS
ORIXÁS E ODUS
Itòn Odù

Odù Òkànràn

Oye Ko San Ara foi aquele que criou Ifá para a Ebora

Ereje, mãe de Carneiro Chifrudo, do Elefante e do

Búfalo, sendo Carneiro o seu terceiro filho.

Estes três irmãos plantavam cereais e o Òrìsá Sàngó

veio do Além para colhê-los às escondidas.

A Ebora Ereje apercebeu-se disso e disse ao seu filho

Elefante que vigiasse os campos e ele assim o fez, até


ao dia em que Sàngó retornou para colhê-los

novamente e, vendo o Elefante de vigia, intimidou-o

aos altos brados, fazendo com que o Elefante fugisse

para a floresta.

Tornou-se a vez de Búfalo vigiar as plantações, mas

Sàngó bradou contra ele, intimidando-o e fazendo

com que fugisse para a floresta.

Então, foi o turno de Carneiro com Chifres vigiar os

campos e ele levou a Cabra por companhia para ajudá-

lo.
Foi quando Sàngó chegou desta vez acompanhado por

seu Cão. E não adiantou Sàngó bradar para Carneiro

Chifrudo, pois este não se intimidou e ainda bradou

de volta em resposta às ameaças de Sàngó.

Sàngó, aborrecido com tal fato, acutilou Carneiro

Chifrudo com a sua espada, mas Carneiro defendeu-se

muito bem com seus chifres. Após certo tempo de

luta, quebraram-se tanto a espada de Sàngó quanto os

chifres de Carneiro. Desde esse tempo, Sàngó

permaneceu no Além e, quando o trovão estrondeia e


os relâmpagos faíscam no céu, o Carneiro escava o

solo com seus cascos, dizendo:

-"Nossa luta ainda não está resolvida!"

Ifá diz que devemos fazer Oferenda para evitar que

algo de mau, vindo do mundo exterior, atinja uma

mãe e três filhos e que esta oferenda será uma cabra,

quatro moedas, seis inhames grandes e deverá ser

colocada em uma estrada nos campos ou fazendas.

II
Essa história é sobre o Odù Òkànràn. Òkànràn tem o

poder de reprOdùção, pois ele é muito fértil. Pôr isto,

Òkànràn tornou – se muito orgulhoso. O que fez ele?

Chamou Èsù para os dois fazerem uma parceria e

disse:

Olhe, Èsù, Você tem um grande poder com Ifá, pois

quem traz o mistério para ele é você. E eu sou forte,

bonito e brigão. Onde tem uma briga, eu lá estou.

Podemos fazer poucas e boas. Mas veja, a casa de Ifá só

vive cheia de gente à procura de teus conselhos e


revelações, mas ele não lhe dá credito. E você é o

grande responsável pelo que se fala em volta do

mundo. Èsù disse:

- Ah, é assim? Eu vou mostrar a ele com quantos paus

se faz uma cangalha.

Èsù pegou 21 grãos de atarê, pimenta- da- costa , pôs

na boca e foi para a casa de Ifá. Chegando lá, se

envultou, e quando Ifá foi fazer as adivinhações com o

seu rosário, o opelé, nada conseguiu. Èsù contou o

acontecido a Òkànràn, que ficou satisfeito e caminhou


para a casa de Ifá. Lá chegando, Òkànràn se sentou à

frente de Ifá, que estava muito triste. Òkànràn foi logo

dizendo:

- O que está havendo aqui? Sua casa sempre está cheia

de gente e hoje não tem ninguém?

Mas Ifá já tinha ficado desconfiado ao vê-lo chegar,

pois não era costume de Òkànràn o visitar. Então, Ifá

disse:

- Eu desconfio de alguém responsável por está

situação. Mas eu vou dizer, quem fez isto vai ser de


hoje em diante eternamente escravo de Èsù, e vai

sofrer, que Èsù não é brincadeira. Vai me pagar! !

Òkànràn arregalou os olhos e disse:

- Ora homem, não faz isto! Você não sabe de nada.

- Ora se sei – respondeu Ifá

Òkànràn, a partir daí ficou dominado pôr Èsù e suas

melhores oferendas são as mesmas de Èsù. Por isso,

não deve mexer com quem está quieto.

III
Mandaram Èsú fazer um ebó, com o objetivo de obter

fortuna rapidamente e de forma imprevista.

Depois de oferecer o sacrifício, Èsú empreendeu

viagem rumo a cidade de Ijelu.

Lá chegando, foi hospedar-se na casa de um morador

qualquer da cidade, contrariando os costumes da

época, que determinavam que qualquer estrangeiro

recém chegado recebesse acolhida no palácio real.

Alta madrugada, enquanto todos dormiam, Èsú

levantou-se sorrateiramente e ateou fogo às palhas


que serviam de telhado à construção em que estava

abrigado, depois do que, começou a gritar por socorro,

prOdùzindo enorme alarido, o que acordou todos os

moradores da localidade.

Èsú gritava e esbravejava, afirmando que o fogo, cuja

origem desconhecia, havia consumido uma enorme

fortuna, que trouxera embrulhada em seus pertences,

que como muitos testemunharam, foram confiados ao

dono da casa.
Na verdade, ao chegar, Èsú entregou ao seu

hospedeiro um grande fardo, dentro do qual, segundo

declaração sua, havia um grande tesouro, fato este,

que foi testemunhado por inúmeras pessoas do local.

Rapidamente, a notícia chegou aos ouvidos do Rei

que, segundo a lei do país deveria indenizar a vitima

de todo o prejuízo ocasionado pelo sinistro.

Ao tomar conhecimento do grande valor da

indenização e ciente de não possuir meios para saldá-

la, o rei encontrou, como única solução, entregar seu


trono e sua coroa a Èsú, com a condição de poder

continuar, com toda a sua família, residindo no

palácio.

Sàngó enviou Cão para buscar uma nova espada, mas,

no caminho, este encontrou muitos ossos e ali ficou

por um longo tempo a roê-los. O Carneiro, entretanto,

enviou a Cabra para que fosse buscar-lhe novos

chifres; quando alguns humanos quiseram retê-la pelo

expediente de ofertar-lhe cascas de inhame, ela lhes

disse:
-"Hoje não é dia para se comer cascas!”.

E ela trouxe novos chifres a tempo para Carneiro que,

deste modo, rechaçou Sàngó para o Além. Desde esse

tempo, Sàngó permaneceu no Além e, quando o

trovão estrondeia e os relâmpagos faíscam no céu, o

Carneiro escava o solo com seus cascos, dizendo:

-"Nossa luta ainda não está resolvida!"

Ifá diz que devemos fazer Oferenda para evitar que

algo de mau, vindo do mundo exterior, atinja uma

mãe e três filhos e que esta oferenda será uma cabra,


quatro moedas, seis inhames grandes e deverá ser

colocada em uma estrada nos campos ou fazendas.

II

Essa história é sobre o Odù Òkànràn. Òkànràn tem o

poder de reprOdùção, pois ele é muito fértil. Pôr isto,

Òkànràn tornou – se muito orgulhoso. O que fez ele?

Chamou Èsù para os dois fazerem uma parceria e

disse:

Olhe, Èsù, Você tem um grande poder com Ifá, pois

quem traz o mistério para ele é você. E eu sou forte,


bonito e brigão. Onde tem uma briga, eu lá estou.

Podemos fazer poucas e boas. Mas veja, a casa de Ifá só

vive cheia de gente à procura de teus conselhos e

revelações, mas ele não lhe dá credito. E você é o

grande responsável pelo que se fala em volta do

mundo. Èsù disse:

- Ah, é assim? Eu vou mostrar a ele com quantos paus

se faz uma cangalha.

Èsù pegou 21 grãos de atarê, pimenta- da- costa , pôs

na boca e foi para a casa de Ifá. Chegando lá, se


envultou, e quando Ifá foi fazer as adivinhações com o

seu rosário, o opelé, nada conseguiu. Èsù contou o

acontecido a Òkànràn, que ficou satisfeito e caminhou

para a casa de Ifá. Lá chegando, Òkànràn se sentou à

frente de Ifá, que estava muito triste. Òkànràn foi logo

dizendo:

- O que está havendo aqui? Sua casa sempre está cheia

de gente e hoje não tem ninguém?


Mas Ifá já tinha ficado desconfiado ao vê-lo chegar,

pois não era costume de Òkànràn o visitar. Então, Ifá

disse:

- Eu desconfio de alguém responsável por está

situação. Mas eu vou dizer, quem fez isto vai ser de

hoje em diante eternamente escravo de Èsù, e vai

sofrer, que Èsù não é brincadeira. Vai me pagar!

Òkànràn arregalou os olhos e disse:

- Ora homem, não faz isto! Você não sabe de nada.

- Ora se sei – respondeu Ifá


Òkànràn, a partir daí ficou dominado pôr Èsù e suas

melhores oferendas são as mesmas de Èsù. Por isso,

não deve mexer com quem está quieto.

III

Mandaram Èsú fazer um ebó, com o objetivo de obter

fortuna rapidamente e de forma imprevista.

Depois de oferecer o sacrifício, Èsú empreendeu

viagem rumo a cidade de Ijelu.

Lá chegando, foi hospedar-se na casa de um morador

qualquer da cidade, contrariando os costumes da


época, que determinavam que qualquer estrangeiro

recém chegado recebesse acolhida no palácio real.

Alta madrugada, enquanto todos dormiam, Èsú

levantou-se sorrateiramente e ateou fogo às palhas

que serviam de telhado à construção em que estava

abrigado, depois do que, começou a gritar por socorro,

prOdùzindo enorme alarido, o que acordou todos os

moradores da localidade.

Èsú gritava e esbravejava, afirmando que o fogo, cuja

origem desconhecia, havia consumido uma enorme


fortuna, que trouxera embrulhada em seus pertences,

que como muitos testemunharam, foram confiados ao

dono da casa.

Na verdade, ao chegar, Èsú entregou ao seu

hospedeiro um grande fardo, dentro do qual, segundo

declaração sua, havia um grande tesouro, fato este,

que foi testemunhado por inúmeras pessoas do local.

Rapidamente, a notícia chegou aos ouvidos do Rei

que, segundo a lei do país deveria indenizar a vitima

de todo o prejuízo ocasionado pelo sinistro.


Ao tomar conhecimento do grande valor da

indenização e ciente de não possuir meios para saldá-

la, o rei encontrou, como única solução, entregar seu

trono e sua coroa a Èsú, com a condição de poder

continuar, com toda a sua família, residindo no

palácio. Diante da proposta, Èsú aceitou

imediatamente, passando a ser deste então o rei de

Ijelu.

IV
Òkànràn Meji tentava de tudo para progredir na vida,

mas seus esforços de nada adiantavam, se dava um

passo à frente, imediatamente dava dois para trás.

Um dia, resolveu fazer um ebó que lhe assegurasse

algum tipo de poder e por intermédio do qual, pudesse

garantir uma vida de fartura e conforto.

Feito o sacrifício que lhe determinara Ifá, resolveu

entregar um bode, único bem que possuía, aos

cuidados de Ikú, para que o criasse de meias.


Pouco tempo depois, o animal apareceu morto e

Òkànràn Meji resolveu exigir que Iku o indenizasse, já

que o bode fora entregue à sua responsabilidade.

A Morte concordou com a exigência do Odù e

perguntou-lhe o que queria por sua parte do bode

morto. Astucioso, Òkànràn exigiu, não só a metade do

valor do animal como também a metade de tudo o que

ele poderia gerar durante o tempo em que poderia

ainda ter vivido e, ao valor do bode, foi acrescentado o


valor de toda a sua possível geração de muitas cabras e

cabritos.

Diante do valor da indenização exigida, Ikú assustada,

propôs ao Odù que pedisse outra coisa qualquer, que

estivesse ao seu alcance, pois não tinha como

satisfazer o exigido.

Astutamente, Òkànràn Meji exigiu o poder de

interferir na missão de Ikú sobre a terra, que se

rÈsúme na obrigação de periÒdícamente, carregar


homens e animais para os seus domínios no outro

mundo.

Sem contestar, Iku delegou a Òkànràn este poder e

deste então, podemos pedir que interfira junto à

Morte, para evitar que alguém, por muito mal que

esteja, venha a falecer.

Sàngó, queria ser muito poderoso e respeitado e para

isto consultou Ifá. Na consulta surgiu Òkànràn Meji,

que determinou um sacrifício, que iria garantir ao


Òrìsá, tudo o que desejava. Feito o ebó, Todas as vezes

que Sàngó abria a boca para falar, sua voz saia

possante como um trovão e inúmeras labaredas

acompanhavam as suas palavras.

Diante do poder de seu marido Oyá resolveu consultar

o Oráculo com a finalidade de se tornar tão poderosa

quanto ele. Na consulta surgiu Òkànràn Meji, que lhe

determinou o mesmo ebó.

Quando Sàngó descobriu que sua mulher havia

adquirido um poder igual ao seu, ficou furioso e


começou a maldizer Ifá por haver proporcionado

tamanho poder a uma simples mulher.

Humilhada, Oyá recorreu a Olorún para que desse um

fim ao impasse. Olorún determinou então que a partir

daquele dia, a voz de Sàngó soaria como o trovão e que

provocaria incêndios onde ele bem entendesse, mas

para que isto pudesse acontecer, seria necessário que

Oyá, falasse primeiro, para que o fogo de suas palavras

(os raios) provocassem o surgimento do som das

palavras de Sàngó (o trovão), assim como o fogo que


elas prOdùzem sobre a terra (os incêndios provocados

pelos raios que se projectam sobre a terra).

É por este motivo que, até hoje, não se pode ouvir o

ribombar do trovão sem que antes, um raio ilumine o

céu.

VI

Quando o VOdùm Xevioso veio ao mundo, não

passava de um pequeno covarde que só possuía um

galo que cantava e um cabrito que berrava.


Convencendo-se de que não poderia viver desta forma,

resolveu consultar Ifá, em busca de auxílio.

Seu Bàbáláwo chamava-se Afeke e foi ele quem,

consultando Ifá, encontrou Òkànràn Meji, que exigiu

que Xevioso oferecesse um ebó composto de duzentos

e uma pedrinhas, um saco, uma cabra, cento e

cinqüenta moedas do mesmo valor e mais quinze de

valor diferente.
As pedras foram colocadas dentro de um saco e

entregues a Xevioso depois do sacrifício,

representando o seu poder e a sua força.

As moedas foram dadas ao Bàbáláwo, em pagamento.

Na verdade depois que Xevioso passou a possuir estas

pedras, seus olhos tingiram-se de vermelho, passou a

ser muito corajoso e as pessoas tremem a sua

aproximação. Quando encolerizado, enfia a mão no

saco e lança suas pedras em forma de raio, destruindo

quem quer que o tenha provocado.


Foi assim que Xevioso, o covarde, tornou-se um

exemplo de coragem para todos os homens.

VII

O orgulho e a soberba podem causar a morte

Okorón Meji realizou algumas obras importantes no

Orun. Ele fez adivinhação para a Aragba, a ceiba, e

para Iroko, a teca ou caoba africana, antes de que eles

viessem para o mundo. Aragba e Iroko sempre foram

como o cão e o gato, nunca estiveram completamente


de acordo em nenhum assunto. Por essa época Iroko

era tão forte e poderoso que todo o mundo o temia.

O adivinho aconselhou a ambos que rendessem

homenagem a Ésù com um bode, um galo, um archote

e um machete. Aragba fez o sacrifício, mas Iroko

recusou fazê-lo porque ele considerava-se

suficientemente forte para ser invulnerável. Depois de

festejar com as oferendas feitas, Ésù foi aconselhar os

seres humanos sobre quanto estava Iroko para que

construíssem fortes para a sua proteção. Antes disso a


árvore de Iroko luzia de forma tão feroz que ninguém

se atrevia sequer a pensar em atacá-lo de alguma

forma. Em primeiro lugar ele é fisicamente muito

forte e enorme, e em segundo a sua casa é o ponto de

reunião dos Anciãos da Noite. A intervenção de Ésù

era para destruir o mito que abrigava a imagem de

Iroko e para fazer-lhe ver que era tão vulgar como

qualquer outra árvore. Ésù até se ofereceu para guiar

os humanos à casa de Iroko, dando-lhes um machado

com o qual poderiam derrubá-lo.


Ao princípio as pessoas estavam renitentes em usar o

machado sobre Iroko, mas com o estímulo dado por

Ésù, atacaram-no com fúria. A queda de Iroko foi tão

grandiosa que o eco ressoou em todo o bosque.

Quando Aragba escutou a queda, perguntou o que

estava sucedendo e disseram-lhe que o grande Iroko

havia caído sob a força do machado humano.

Compreendendo que o destino de Iroko era o

resultado da sua negação a fazer os sacrifícios, Aragba

felicitou-se por ter seguido o conselho de Okorón Meji.


ODÙ OTURUPON – ETURUPON – EJI OKO

"Carneiro Chifrudo" foi aquele que criou Ifá para

Otúrá, quando este foi receber título e poder no

palácio do rei.

Foi-lhe dito que ele deveria de fazer uma Oferenda

para que tivesse muitos filhos e muita sorte.

Assim, ele fez as Oferendas e, a partir de então, grande

foi o número de seus filhos.


Então ele ficou muito feliz: começou a dançar e cantar

louvores à sabedoria de Ifá e admirava-se com as

próprias canções de louvor que diziam:

-"Carneiro Chifrudo foi quem criou Ifá para Otúrá,

quando ele ia receber título e poder no palácio do rei.

Quando Otúrá obtiver título e poder, começará a ter

descendência".

II

Ejioko se acalma na terra


Chegando em seguida na terra, ele decidiu ir fazer

adivinhação com três AWOS chamado Ugun sorire

sorire Okpari, Akala Igbo sorire sorire, ogbijojoso-run,

mede sorire. Quando ele chegou na casa deles, ele

conheceu Alamiyo, o Caçador De cabeça de Itoko Que

também veio, para adivinhação.

Foram aconselhados o caçador e Ògúndameji para

fazer sacrifício contra o problema de ingratidão dos

beneficiários da generosidade dele. Ògúndameji foi

aconselhado para dar uma cabra preta para o Ifa dele


e um cabrito para Èsú. Ele fez o sacrifício. Por outro

lado, foi dito ao caçador para oferecer um cabrito a

Ésù e servir Ògún com um cachorro, tartaruga e galo.

Ele não fez o sacrifício.

O caçador era muito competente na sua profissão o

que explica por que ele não considerou necessário

executar qualquer sacrifício. Vários anos depois, o

caçador teve um sonho que o assustou e ele foi fazer

adivinhação. Fizeram-lhe lembrar novamente do

sacrifício que lhe tinha sido aconselhado


anteriormente para fazer. Ele insistiu que ele não

precisava da ajuda de qualquer sacrifício. Os próximos

Awos que se aproximaram chamavam-se Orire sumi

sisee e Mada bo la Use orire, wondifa fun Alamiyo

tiishe Olori ode nile ILA Orangun. Ele era chamado

Alarniyo e ele era o líder dos caçadores na cidade de

ILA Orangun. Eles advertiram a ele que se ele não

executasse o sacrifício, a generosidade e a

benevolência dele encurtariam a sua vida. Nessa hora

disseram que desse 3 cabritos para Ésù, uma cabra


para Òrúnmìlà, uma cabra para sua cabeça, um

cachorro, galo, tartaruga para Ògún e 6 ovos e um

coelho para os anciões da noite. Ele ainda não

executou nenhum dos sacrifícios.

Enquanto isso, ele deixou sua casa numa expedição de

caça com o seu instrumento de caça, um bumerangue

(Ekpede em Bini ou Akatapo em Yoruba). Ao

anoitecer ele foi à cidade de lpÒgún. As pessoas de

lpÒgún tinham um longo problema de ameaça

causado por um pássaro misterioso que vinha à cidade


e deixava para trás um rastro de mortes humanas. O

pássaro era chamado de Agbe em Yoruba ou

UkhiokhiO em Bini. Sempre que gritava "kpÒgún "

três vezes e logo depois partia e 20 pessoas morreriam

na cidade. O pássaro tinha desafiado a habilidade dos

melhores caçadores conhecidos nos arredores. Na

última vez eles ofereceram um cabrito a Ésù que lhes

assegurou que o caçador que mataria o pássaro

viajaria à cidade deles. Quando Alamiyo despertou na

manhã seguinte, ele foi convidado pelo chefe dos


caçadores de cabeça da cidade, e contou sobre o

problema do pássaro misterioso. Como eles se

sentaram fora da casa do Chefe discutindo o assunto,

o pássaro emergiu mais uma vez. Gritou " PÒgún "

uma vez, mas antes de gritar a segunda vez, Alamiyo

fez pontaria e atirou, ele morreu. As notícias logo se

expandiram ao redor e trouxe alívio geral e alegria

para a cidade.

Enquanto as pessoas ainda estavam festejando, Ésù foi

incitar os homens jovens da cidade para protestarem


em volta dos anciões para expulsar Alamiyo do solo da

cidade visto que um caçador que era capaz de matar

um tal pássaro misterioso com um tiro não pouparia a

cidade inteira se qualquer um ousasse ofendê-lo no

futuro. O Chefe dos caçadores de cabeça apreciou as

objecções levadas até ele pela mocidade e se submeteu

aos desejos deles, expulsando Alamiyo da cidade de

lpÒgún, a qual ele há pouco tinha livrado de uma

calamidade.
Desconcertado pelos eventos, Alamiyo foi para a

próxima cidade chamada lyinta onde ele foi

novamente convidado a resolver um antigo problema

de um pássaro misterioso que trazia morte em massa

para a cidade. O pássaro, Aluko chamado em Yoruba e

Awe em Bini, visitava a cidade periÒdícamente. Assim

que entrasse na cidade, estaria à entrada da cidade e

gritou " Pogbon " três vezes depois dos quais trinta

pessoas morreriam. Como haviam lhe contado sobre a

calamidade endémica, o pássaro chegou e posou na


árvore da vida (Akoko ou Ikhinmwin) na. entrada

para a cidade. Alamiyo esperou que o pássaro gritasse

" Pogbon " duas vezes antes de apontar. Ele atirou e o

pássaro caiu no solo, morto. Uma vez mais, a cidade

inteira regozijou e cantou em elogio ao caçador que

executou o feito milagroso.

Logo depois porém, Ésù instigou as pessoas da cidade

novamente contra ele e ele foi expulso para fora da

cidade. Ele já estava começando a pagar o preço de sua

teimosia.
Ele viajou para a próxima cidade de lye onde ele foi

saudado com alívio e expectativa porque eles tinham

ouvido o que ele fez nos dois lugares que ele tinha

visitado previamente. Eles lhe asseguraram que eles

não o iam reembolsar com o tipo de ingratidão

mostrado a ele nos lugares visitados anteriormente.

Eles lhe contaram que um cervo (Agbonrin em

Yoruba e Erhue em Bini) que visitava a cidade de vez

em quando em cima de uma colina para gritar "Palura


" que conduziu à morte de 40 pessoas e à destruição de

vários edifícios.

Pouco tempo depois, os cervos tomaram posição na

colina e assim que abrisse sua boca para gritar "

Palura ", foi morto por Alamiyo.

Ele pretendeu se estabelecer na cidade de lye, mas

enquanto eles comemoravam, Ésù gerou o rumor que

Alamiyo era quem enviava o cervo à cidade, o que

explicava o ser ele o único caçador que teve sucesso.

Como se essa incitação não fosse bastante, Ésù se


transformou em um visitante de ilu lpÒgún e lyinta e

lhes perguntou se ele atirou no cervo sem olhar e se a

seta foi devolvida a ele. Eles confirmaram que a

mesma coisa aconteceu em lye. Ele perguntou se não

era impossível para um tal homem destruir uma

população inteira de uma localidade. Com o que Èsú

visitante começou uma canção de guerra com que eles

o expulsaram da cidade de lye - Kuode jere, kuode jere,

kuode jere.
Depois que foi expulso da cidade de lye, ele decidiu

esconder o seu bumerangue a fim de esconder a sua

profissão. Ele também era um adivinho. Ele começou

então a praticar a arte de Awo que ele também fazia

muito bem. Este tempo, ele se movia furtivamente

quietamente na cidade de Ijesha. Mas ele não foi

reconhecido embora ele fosse famoso por ter sido

casado com a filha do Owa de Ijesha.

A princesa deu a ele quatro filhos. A sua esposa tinha

tido há pouco a quarta criança quando eclÒdíu a


guerra entre Oyo e Ijesha. O exército invasor de Oyo

estava tramando um golpe devastador sobre as

pessoas de Ijesha. O Owa de Ijesha juntou as suas

pessoas e lhes falou para fazer adivinhação para

conferir a ameaça do Exército invasor. No

ajuntamento, Ésù se transformou num sacerdote de

Ifá que descobriu para a população de Ijesha que um

visitante se apresentava no meio deles, mas o

desconhecido para eles, era o caçador famoso de Itoko

que executou maravilhas em lpÒgún, lyinta e lye. O


homem anunciou que o caçador tinha escondido a

profissão dele e a identidade desde que tinha vindo a

Ijesha por causa da ingratidão mostrada a ele nesses

lugares. O Ésù transformado em Awo também

anunciou que o homem com " sufixo de lyo " o nome

dele e que casou-se com uma princesa, era o único que,

com a arma misteriosa dele, poderia impedir o avanço

das tropas de Oyo. Como todos os olhos se voltaram

na direção de Alamiyo, a visita somou que o homem

tinha um problema que o seguiu desde o caminho do


céu e tinha persistido desde então até na terra. Ele

obstinadamente tinha se recusado a fazer o sacrifício

prescrito para ele. Se ele tivesse sucesso fazendo isto,

ele iria se tornar a pessoa mais famosa em Ijesha. Se

ele continuasse recusando a fazer isto, ele terminaria

cometendo suicídio e seria enterrado vivo.

Com estas revelações se levantou Alamiyo e o Awo

visitante lhe falou, depois que ele concordasse com

isso por ele não ter feito os sacrifícios, o sacrifício

tinha se multiplicado. Então lhe foi exigido dar 3


cabritos a Ésù, uma cabra para Ifá, uma cabra para a

cabeça dele, 2 cachorros, 2 tartarugas e 2 galos para

Ògún, e um coelho, galinha, e ovos para os anciões da

noite.

Alamiyo então em lágrimas disse que ele tinha feito

tantos favores à humanidade, e tinha sido

reembolsado com tanta ingratidão, que ele não

considerou que tinha que fazer qualquer obrigação

para continuar sendo caridoso a qualquer um. Nesta

fase, as mulheres da cidade que tinham perdido


muitos dos seus maridos para a guerra, se ofereceram

para contribuir com dinheiro para comprar os

materiais para o sacrifício. Os sacrifícios foram feitos

imediatamente, e na manhã seguinte, ele trouxe o seu

bumerangue que ele tinha escondido, escovou ele,

fechou os seus olhos e atirou três setas na direção do

exército invasor. Cada tiro matou 200 soldados de

Oyo e as três setas retornaram para ele. Quando o

exército de Oyo viu como as suas força estavam sendo


esvaziadas por um atacante invisível eles fugiram em

pânico.

A Paz foi devolvida imediatamente a Ilesha. Logo

depois o Rei de Ilesha morreu e desde então como ele

só tinha uma filha, Alamiyo que era o marido da única

princesa, foi coroado o Owa de lbokun Ijesha. Ele foi o

que deu o nome de lbokun a Ilesha - significando,

"onde a pessoa se cansou de fazer favores". Ele se

regozijou finalmente e cantou em homenagem aos

seus Awos. O reinado dele foi muito calmo e próspero.


EJIOKO

Num tempo em que Ifá era pobre, consultou seu Kpoli

para saber de que forma poderia mudar de vida e

conquistar a simpatia de Metolõfi, que não gostava

dele.

Na consulta, surgiu Oturukpon Meji, que mandou que

pegasse um cabrito, uma cabaça, todas as frutas

redondas que encontrasse e preparasse um ebó, que

deveria ser levado à sua mãe e entregue com as

seguintes palavras: "Veja minha mãe, eu nunca recebi


desta vida qualquer alegria. O rei deste pais não gosta

de mim. Oturukpon Meji me disse que oferecesse este

sacrifício, pois de ti depende minha sorte nesta vida"!

Ifá, no entanto respondeu: Isto é impossível. Minha

mãe não está aqui. Ela partiu há algumas semanas

para uma reunião em lugar muito remoto. De que

maneira, estando ela ausente, poderei oferecer-lhe o

ebó?
Ésù intervindo disse: "Em troca de alguma coisa que

me ofereças, re- aproximarei tua mãe de ti. Em

pagamento quero um galo e alguns bolos".

Ifá pagou o exigido a Ésù que, durante a noite,

procurou sua mãe e lhe disse: "Seu filho está morto já

faz quinze dias e não há ninguém para oficiar seus

funerais. Anda, vá ao pais de Metolõfi para fazer a

cerimônia".

Desesperada a velha pôs-se a chorar, dizendo: "Que

fazer? Sou tão velha, mal posso andar..."


"Dá-me qualquer coisa que te transportarei", disse

Ésù.

A velha possuía um bode que tinha doze chifres na

cabeça, ao vê-lo Ésù falou: "Se me deres este bode de

doze chifres, te levarei, agora mesmo, para junto de

teu filho".

"Mas este bode não é meu..."Respondeu a velha. "...ele

pertence a Vida. Ele me foi confiado e está sob minha

responsabilidade".
"Se não me deres o bode, sem dúvida não poderei

ajudá-la". "Tudo bem, carrega-o! Eu já perdi tudo o

que tinha para perder, o bode não fará diferença!"

Ésù, pegando o bode, matou-o. O sangue que escorria

do corpo do animal era fogo que espalhando-se, cobriu

o corpo de Ésù. Aterrorizado como tão estranho

acontecimento, Ésù foi consultar Ifá e na consulta

surgiu Oturukpon Meji, ordenando que os intestinos

do bode fosse retirados e oferecidos em sacrifício, num

caminho qualquer.
Naquele tempo, Ésù não possuía cabeça e pegando a

cabeça do bode, colocou na panela para cozinhá-la.

Durante dias e dias, Legba insistiu na tentativa de

cozinhar a cabeça por mais que gastasse lenha, nada

conseguia.

Cansado, resolveu procurar a mãe de Ifá e, para isto,

transportou a cabeça e a carne do animal até o reino

de Metolõfi.

Para conduzir a enorme panela, Ésù derramou a água

nela contida, preparou uma rÒdílha que depositou


sobre os ombros para servir de base à panela que

estava completamente enegrecida pela fumaça. A

rÒdílha fixou-se em seus ombros, transformando-se

em pescoço e a panela transformou-se em cabeça e

Ésù descobriu que agora, como todo o mundo,

também possuía uma cabeça. Alegre pôs-se a cantar:

Eu operei uma magia em meu caminho,

Assim adquiri uma cabeça!

Eu saí sem cabeça para uma viagem,

retorno agora para casa com cabeça!


Desta forma, chegou diante de Ifá, que também era

desprovido de cabeça.

Ao tomar conhecimento do destino do bode, Ifá

exclamou revoltado: "Como? Já paguei a Ésù por seus

serviços! Ele recebeu de mim o exigido e ainda

consegui uma cabeça!..."

Zangado, preparou seu ebó composto de várias frutas

redondas e o entregou a sua mãe, para que o

conduzisse a Metolõfi.
Entregando as frutas ao rei a mulher disse: "Eu venho

de muito longe em reconhecimento ao seu nome.

Como não sou rica, aceite estas coisas. É tudo o que

tenho para oferecer!" Metolõfi, ordenou que a mulher

pegasse um mamão e que o cortasse em duas partes

iguais. As sementes negras se derramaram e o mamão,

colocado sobre os ombros de Ifá, ali se fixou,

transformando-se em cabeça.

Notando que a mulher estava cansada, o rei mandou

que lhe oferecessem uma esteira, mas ela negou-se a


sentar-se na presença de Sua Majestade. De tanto que

o rei insistisse, a mulher acabou sentando- se sobre

algumas almofadas.

Vendo-a acomodada e mais calma, o rei perguntou

qual era o seu nome, ao que lhe respondeu, afirmando

chamar-se "Nã". Metolõfi então disse: "Nã

Taxonumeto" (aquela que coloca uma cabeça nas

pessoas).
Depois deste fato, para que as crianças possam receber

uma cabeça, as mães devem, durante a gestação, pedir

a proteção de Nã Taxonumeto todos os dias.

É sob este signo que as crianças vem ao mundo "de

cabeça".

Ifá tornou-se muito conhecido graças a sua mãe e ao

bode de doze chifres que não era outro senão o

próprio Sol.
Foi através do fogo misterioso do bode, que Ésù

adquiriu controle sobre as chamas e visão para

compreender as mensagens surgidas no Oráculo.

Foi desta forma que Ésù e Ifá, conseguiram cabeças,

graças a Oturukpon Meji que rege tudo o que e

redondo, como redondas são as cabeças.

Odù Ògúnda – Eta Ògúndá

Ele diz: age-se suavemente! Eu digo: muito

calmamente!
Ele diz: parecido com quê?

Eu digo: com o novo dinheiro que nós iremos obter!

Ele diz: dois pombos, sete moedas e dois búzios é a

Oferenda! Ele diz: age-se suavemente!

Eu digo: muito calmamente!

Ele diz: parecido com quê?

Eu digo: com a nova esposa que iremos desposar!

Eu digo: qual a Oferenda a ser feita?

Ele diz: duas galinhas, sete moedas e dois búzios.

Ele diz: age-se suavemente!


Eu digo: muito calmamente!

Ele diz: parecido com quê?

Eu digo: com a nova criança que nós iremos gerar!

Ele diz: gerar filhos um após o outro, é como frutifica a

planta Shesheki.

Grande será a capacidade de gestação de sua esposa.

Três galos, oito moedas e oito búzios é a Oferenda a

ser feita!

Ele diz: age-se suavemente!

Eu digo: muito calmamente!


Ele diz: parecido com quê?

Eu digo: como a nova casa que iremos construir!

Ele diz: crescer sobre si mesmo, é como a árvore

Pêrêgun forma a sua folhagem. Ela renova suas folhas

anualmente e todos poderão sentar-se à sombra dela

com você! Uma cabra e onze moedas é a Oferenda.

Ele diz: age-se suavemente!

Eu digo: muito calmamente!

Ele diz: parecido com quê?

Eu digo: com o novo título que iremos alcançar!


Ele diz: nomeio a Oferenda que permitirá obter o novo

título e fazer com que permaneça longamente nesse

posto: as apropriadas folhas sagradas, algumas peças

de pano branco, uma "cuia" com Ìyérosún e onze

moedas.

Assim poderei cantar:

-"Minha cabeça tornar-se-á branca como a Pemba

(giz) de Adó (Benin). E todos virão regozijarem-se

comigo pelos meus cabelos brancos."


Ifá diz: encontraremos a solução de nossos problemas

e alcançaremos o nosso objetivo.

II

O antílope Agbãli, lançava seu brado em Ifé as pessoas

morriam.

O mocho Agbigbi lança seu brado nesta vida e as

pessoas morrem.

Ifá foi consultado por Odé e recomendou-lhe que

fizesse um sacrifício porque, mesmo fazendo o bem


aos outros, nunca conseguia tirar disso o menor

proveito, ficando sem ter sequer o que comer.

O sacrifício constava de vasos quebrados, flechas, duas

galinhas e um cabrito, mas Odé negou-se a oferecer o

ebó.

Como a cada grito do antílope Agbãli as pessoas

morressem, o rei Metolonfin, não sabia o que fazer

para caçá-lo. Sabendo disto, Odé se apresentou ao rei,

dizendo que, se lhe construíssem uma casa em forma

de círculo e o colocassem dentro e lhe dessem uma


flecha e se todo o povo do país se reunisse ao redor,

lançaria a flecha que iria atingir a marca branca,

existente no pelo do antílope e que ficava justamente

na direção de seu coração. Tudo foi feito de acordo

com a orientação do caçador e no dia em que o animal

surgiu, uma flecha foi atirada, indo atingir a marca

branca que ficava na altura de seu coração.

Odé gritava feliz: "Eu o matei!" - E o povo, olhando na

direção de Agbãli, via que era verdade.


Quando o mocho Agbigbi se aproximou, Odé disse: "É

na garganta que devo atingi-lo" e lançando sua flecha,

atravessou com ela o pescoço do animal.

Todos reunidos foram ver o que estava acontecendo e

assustados comentaram: "Aquele que prendemos na

choupana onde não existem portas nem janelas

consegue abater qualquer tipo de caça! Quando não

mais existirem animais para serem caçados no país,

sem dúvida caçará o próprio rei!".


Mas havia muita caça na região e Odé construiu sua

casa no interior da floresta, reforçando as paredes com

os cacos de muitos vasos quebrados. O caçador

recusara-se a oferecer o sacrifício determinado pelo

Odù e por isto, todo o bem que fizesse aos homens não

lhe rÈsúltaria em nenhum proveito. Mesmo assim,

Elegbara fez dele o caçador do país. Depois disto, os

muros de seu templo devem ser incrustados de cacos

de vasos de barro.

III
Quem procura o combate? É a vez de Ògún lutar

contra Meji!

Metolonfin tinha uma linda filha chamada Meji. O rei,

por muito que tentasse, não conseguia arrumar

marido para a jovem.

Meji era muito belicosa e guerreira valente, todos os

que se apresentavam com a intenção de desposá-la,

eram desafiados para um combate singular, e

acabaram derrotados pela poderosa princesa.


Desesperado com a situação e temendo que a filha

jamais viesse a encontrar um marido, Metolonfin

convidou os reis de Aja, de Ke, de Hun e de Ayo, para

candidatarem-se ao casamento.

Atendendo ao convite, os quatros reis vieram

acompanhados de toda sua corte. Mas Meji não abriu

mão de suas exigências, só se casaria com o homem

que conseguisse derrotá-la em combate.

O primeiro a amargar a humilhação de derrota, foi Aja

Xosu e em seguida, os nobres componentes de sua


comitiva: depois foi a vez de Ke Xosu e seus amigos

foram derrotados pela bela princesa.

Ògún, que a tudo assistia, foi perguntar a Ifá sob que

Odù poderia encontrar proteção para derrotar a nobre

guerreira, conquistando assim, o direito de desposá-la.

Na consulta surgiu Ògúnda Meji, que ordenou: "Traga

um galo, acaçá, azeite de dendê, uma cabaça, um

pombo, uma corda e vários pedaços de pano".

Quando Ògún lhe entregou o material, Ifá enfiou na

corda, algumas contas, com ela amarrou os pedaços de


pano e as pernas do pombo, pegou o galo e enfiou

debaixo de suas asa várias folhas de kpelegun e

entregando tudo a Ògún, disse: "Quando partires,

deixa o galo em casa e amarra a corda em volta de tua

cintura".

No mesmo dia, Ògún desafiou a bela Meji para o

combate, durante o qual, a corda que trazia a cintura,

rompeu-se e caindo ao chão, embaraçou as pernas da

princesa que desequilibrada, caiu derrotada aos pés de

Ògún.
No mesmo instante, o galo começou a cantar: Gbo gbo

gbo,

Guda Mejiiii!

(Ògún desposou Meji!).

IV

Ògúnda Meji foi procurado por Nã, VOdùm mãe de

Ifá, que não conseguia parir, uma vez que não possuía

nádegas.

Naquele tempo, Ifá tinha seu conhecimento restrito

aos acontecimentos do local onde se encontrava.


Consultando seu próprio jogo, na esperança de obter

uma maior capacidade de predição, encontrou

Ògúnda Meji, que lhe pediu um peixe como sacrifício.

Sabedor de que Nã possuía em sua casa um poço para

criação de peixes (Togodo), Ifá pediu-lhe que lhe

trouxesse um, para que pudesse fazer o ebó.

Os dias se passaram e como Nã não trouxesse o eja,

Ifá, que possuía uma cabaça, pegou-a e dirigiu-se a

casa de Nã.
Lá chegando, dirigiu-se ao poço e com sua cabaça,

começou a retirar água de seu interior, para deixar os

peixes a seco, o que facilitaria sua tarefa.

Vendo o que estava acontecendo, Nã protestou,

afirmando que o Bàbáláwo que havia consultado,

também havia lhe pedido um peixe como sacrifício,

mas ela não possuía cabaça, o que impedia que

capturasse um peixe em seu próprio poço.

Combinaram, que quando toda a água tivesse sido

retirada, os peixes encontrados seriam repartidos


entre os dois, acontecendo no entretanto, que quando

a água acabou, somente um único peixe foi

encontrado no fundo do poço.

Nã reclamou o peixe para si sob a alegação de que o

poço se encontrava em seu quintal e que tudo o que

estivesse dentro dele lhe pertencia. Por sua vez, Ifá

considerava-se dono do peixe, já que fora ele quem

com a cabaça de sua propriedade, o havia capturado, o

que certamente não poderia ter sido feito por Nã.


A discussão prolongava-se sem que ninguém cedesse

seu direito sobre o peixe.

Naquele tempo, o VOdùm Gu, que já havia consultado

o Oráculo e feito o seu sacrifício, recebeu um gubasa.

do qual jamais se separava. Como passasse pelo local

em suas andanças em busca de caça, foi chamado a

intervir como árbitro da questão.

Gu ordenou então, que Ifá segurasse o peixe pela

cabeça e que Nã o segurasse pelo rabo, puxando com


firmeza, cada qual para seu lado, ao mesmo tempo em

que mantinham os olhos bem fechados.

Com um rápido golpe de seu afiado gubasa, Gu dividiu

o eja em duas partes e depois, ordenou que Nã ficasse

com a cauda do peixe e fizesse com ela o sacrifício,

para que pudesse obter nádegas, que permitiriam que

viesse a parir filhos como todas as mulheres. Ifá ficou

com a parte da cabeça, que ofereceu em sacrifício ao

seu próprio Ori, para fortificá-lo para assim melhor

capacitá-lo para suas funções.


Foi assim que Nã, colocando a cauda do Peixe abaixo

de sua cintura, logrou vê-la transformada em nádegas,

enquanto Ifá oferecendo a cabeça do peixe ao seu ori,

teve sua capacidade de previsão aumentada

infinitamente.

Depois disto, costuma-se dizer: "Gu da eja-meji"

(Ògún partiu o peixe em dois).

Odù Irosun

I
Ebiti Ja’wo foi aquele que criou Ifá para Oyen’Iran,

quando ela estava chorosa e aflita porque não

engravidava e, portanto não tinha uma criança para

ninar em seus braços.

Foi-lhe, então, dito que ela deveria fazer uma

Oferenda e que, se ela assim o fizesse, daria à luz uma

criança que ficaria conhecida em todo o mundo e que

a própria menção do nome desta criança imporia

respeito a todos quanto o ouvissem.


Ela, então, ofertou 200 agulhas de costura, as

apropriadas ervas sagradas, algumas moedas para

esmolas e um frasco de azeite de dendê.

E quando Oyen’Iran pariu, ela deu à luz o Sol.

Ifá diz:

-"Alguém está triste e ansiosa por não engravidar, mas

que ela gerará uma criança e esta será um menino."

Odù Ose – Oshe - Oxé

I
Akoda, o Senhor do Mistério da Lama, e Odorogi, o

Senhor da Punição, foram aqueles que criaram Ifá

para Òrùnmìlá, no dia em que todos os espíritos do

mal vieram perturbá-lo.

Mas Òrùnmìlá lhes disse que, tanto quanto eles,

também tinha um Mestre (Alma Ancestral) que o

livraria de suas perturbações.

Então, Òrùnmìlá dirigiu-se aos pássaros brancos e aos

pássaros malhados que habitam nas grutas e nos lados

das colinas e que de lá voam para o mundo.


Os pássaros brancos das grutas disseram que ele

deveria trazer Obí Ìfín (noz de kolla branca); os

pássaros malhados do lado esquerdo da colina

disseram-lhe que ele deveria trazer Obí Ipa (noz de

kolla vermelha); outros pássaros lhe disseram para

trazer Atarê (pimenta malagueta).

Òrùnmìlá assim o fez e os pássaros usaram tais

Oferendas para socá-las juntas em um pilão para fazer

Ogúm Èrìgí (magia medicinal contra a morte) a favor

de Òrùnmìlá.
E eles cantaram:

-"A Tartaruga não tem dor de cabeça, caracol não tem

dor no fígado e a pedra do fundo do rio não sente frio."

Então, foi dito que os espíritos do mal não

prevaleceriam contra Òrùnmìlá e que para isso ele

deveria colocar Ìyérosún em um bom "guisado

comestível" e respeitosamente comê-lo. Existia uma

mulher que tinha mais de 40 anos e não havia meio de

ela parir. Um dia, disseram a ela que só quem pÒdía


ajuda-la era o Odù Oxé. Ela foi procurar Oxé e lhe

disse:

- Eu estou disposta a fazer tudo o que você mandar.

Ele, então, mandou que ela comprasse uma tigela e

várias coisas que seriam necessárias para o trabalho,

até mesmo um preá. Ele também disse que quando a

criança nascesse ela teria que repetir a oferenda e

iniciar a criança. Ela fez a oferenda e depois de vários

meses estava grávida.


Em nove meses nasceu uma linda menina. Esta

menina foi crescendo e a mulher nada de dar a

oferenda nem iniciar a menina. Um dia, a menina

adoeceu e não havia mezinha que a botasse boa, até

que, um dia, a menina disse à mulher:

-Mãe, eu sonhei que uma pessoa me dizia que a

senhora tinha que pagar uma promessa que fez para

um Odù, senão eu vou morrer.


A mulher ficou doida, comprou tudo e ofereceu para

Oxé, e procurou iniciar a menina. Ela ficou boa e está

até hoje.

III

Owo, filho de Obatalá, querendo provar o seu poder,

resolveu aprisionar Ikú, que era por todos temido e

respeitado.

Resolvido a cumprir sua determinação, deitou-se no

chão de uma encruzilhada e ficou observando o que

diziam as pessoas que o viam ali.


Foi desta forma que ouviu de um ancião do lugar, a

seguinte pergunta: "O que faz este homem assim

estendido, com a cabeça para a casa da morte, os pés

para o lado da doença e os lados do corpo para o lugar

da desavença?".

Ouvindo estas palavras, Owo levantou-se e afirmou

vitorioso: "Já sei tudo o que precisava saber". E em

seguida encaminhou-se para a fazenda de Ikú.

Lá chegando, entrou sorrateiramente e pôs-se a tocar

o ilu que a Morte fazia soar sempre que saía para


buscar alguém. Ao ouvir o som do tambor, Ikú saiu

indignado com a intenção de punir o atrevido que

ousava tocar seu instrumento ritualístico e na pressa,

não viu a rede que Owo havia estendido no caminho,

embaraçando-se e sendo facilmente capturado.

Com a ajuda de uma corda, Owo amarrou Ikú bem

amarrado e levou-o em seguida à presença de seu Pai,

dizendo-lhe que, conforme havia prometido, estava

trazendo à sua presença Ikú como prisioneiro.

Assustado com tal atitude, Obatalá sentenciou: "Vá


embora de minha presença e leva contigo tudo o que,

de bom e de mal possa existir na face da Terra,

inclusive a própria Morte. Parte agora pois te é dado o

poder de conquistar tudo o que de material existir no

universo".

Foi a partir deste dia que Owo e Iku passaram a

caminhar lado a lado, o primeiro ensejando sempre o

surgimento do segundo.

IV
Uma jovem muito pobre, conhecida pelo nome de

Iyalode, era muito astuta e ambiciosa, o que a tornava

perigosa.

Pretendendo melhorar sua situação, Iyalode foi

consultar Ifá, na esperança de receber as orientações

necessárias. No decorrer da consulta, surgiu o Odù

Oshe Meji, que prescreveu um sacrifício que Iyalode

tratou logo de oferecer.

No dia seguinte, quando passava pela porta do palácio

do rei Oba Nla, a jovem foi acometida de uma fúria


inexplicável e pôs-se, em altos brados, a culpar o rei

pela situação de miséria em que vivia.

"O rei é um perverso insensível." gritava a jovem, "tem

o que deseja e por isso não se incomoda com a miséria

de seus súbditos!". As pessoas que passavam, ao

ouvirem as acusações feitas pela jovem, tomaram

partidos diferentes, alguns achando que ela estava

coberta de razão, enquanto outros defendiam Oba

Nla, por conhecerem sua bondade e senso de justiça.


Ao ser informado do que estava ocorrendo, o rei

ordenou que a moça fosse imediatamente conduzida à

sua presença, para um entendimento pessoal.

Frente a frente com o rei, Iyalode relatou suas

desditas, chorou suas mágoas e falou de seus sonhos

de jovem. Impressionado com a coragem da moça e

com a sinceridade que marcava o seu caráter, Oba Nla,

mandou que lhe fosse dado um aposento no palácio,

onde a partir de. então, a jovem passou a residir

cercada de todo o luxo e conforto que sempre desejou


desfrutar, ficando desde então, encarregada de todo o

ouro que pertence a Oba Nla.

Odù Òbàrà

"Aquele que oferece bebida aos Egúngun", foi aquele

que criou ifá para Oka, da Terra de Iloro, e também

para Ere, da estirpe da casa de Abata, bem como para

Akeke, da linhagem da Casa de Epó e para Eyele, filho

de Axeve.
Foi-lhes dito que todos deveriam fazer oferendas e eles

assim o fizeram.

Então, eles puseram-se a cantar canções de louvor à

sabedoria de Ifá e esses fundamentos diziam: Foi

criado Ifá para Eji Òbàrà:

-"Pobreza não é motivo para brincadeiras. Não se

debocha do sofrimento alheio!"

foi criado Ifá para Eji Òbàrà quando ele estava

fazendo um cesto para guardar sua riqueza, embora


todos estivessem rindo dele por trabalhar com as

próprias mãos.

Foi-lhe dito, então, no jogo de Ifá, para que plantasse

Pepinos e ele assim o fez. Na época certa, os pepineiros

frutificaram, tendo crescido pepinos muito grandes e

em grande quantidade, fora do comum. Então, Eji

Òbàrà os colheu, cortou-os e os pôs para secar ao sol,

mas não sabia o que fazer com tamanha quantidade.

Foi então que Ésù lhe disse para fazer uma Oferenda e

Eji Òbàrà respondeu-lhe que já havia feito. Satisfeito,


Ésù lhe disse que colocasse os pepinos na cesta da

riqueza que for a ridicularizada e que os levasse à casa

de Alara que Ésù sabia querer pepinos para as

exéquias de sua mãe. E assim, Eji Òbàrà foi a casa de

Alara e lhe vendeu pepinos. A seguir, Ésù mandou-o à

casa de Ajeró e muitas outras mais, até que Eji Òbàrà

veio a dominar as vendas nos 16 mercados de sua

região, com os seus inesgotáveis pepinos. E tornou-se

rico, muito rico! Então ele dançou expressando toda a

sua alegria e assim também ele cantou louvores à


sabedoria de Ifá, pois estava admirado com as suas

próprias canções que diziam:

-"Foi criado Ifá para Eji Òbàrà: Pobreza não é motivo

para brincadeiras; não se debocha do sofrimento

alheio! Ele estava tecendo um cesto para guardar

riquezas e todos debochavam porque ele só tinha

Pepinos.

-"Eji Òbàrà – o que está vendendo?"...

-"Somente Pepinos!"

Agora perguntam espantados:


-"O que foi que o tornou tão rico?" – e eu respondo,

graças a Ésù: -"Somente pepinos".

II

Entre 16 irmãos que existiam na cidade de Ilé Ifè, o

mais pobre era Òbàrà. Todos os anos os irmãos se

reuniam e procuram um Bàbáláwo, para saber sobre

novos negócios, pois eram muito ricos, só que não

chamaram Òbàrà para acompanhá-los.

Ao iniciar o jogo, o Bàbáláwo verificou a falta de uma

pessoa entre eles e falou:


- Quem é esta pessoa que está faltando entre vocês?

- O senhor deve estar se referindo ao nosso irmão

Òbàrà, é o mais pobre entre nós, não o procuramos

nunca, ele é a vergonha da nossa família.

Na África, é comum os Bàbáláwo darem presentes às

pessoas que vão consultar. Logo após ter jogado para

os 15 irmãos, o Bàbáláwo disse-lhes que não tinha

grande coisa para dar-lhes, mas, tinha umas abóboras

e assim fez, cada um ganhou uma abóbora de

presente.
Os irmãos não gostaram do que haviam recebido

alegando que abóbora é comida de porcos. Como

estavam nas imediações da casa de Òbàrà, um deles

deu a idéia de pernoitarem na casa dele e seguirem

viagem ao amanhecer, e todos concordaram, um deles

disse:

- Que tal deixarmos as abóboras para Òbàrà comer?

E todos assentiram que seria uma boa idéia.

Ao anoitecer chegaram à casa de Òbàrà e quem os

recebeu foi sua mulher. Òbàrà saudou-os


demonstrando sua satisfação com a visita de seus 15

irmãos e perguntou-lhes o que era aquilo que levavam,

e eles explicaram que tinha ido consultar um

Bàbáláwo e que o mesmo havia. dito que este seria o

último ano de vida de Òbàrà, por isto eles estavam ali,

para se despedir dele. Òbàrà e sua família ficaram

perturbados com a notícia mas, mesmo assim, disse:

- Neste caso vou oferecer-lhes um último jantar em

família, como manda o ritual.


Os 15 irmãos aproveitaram e comeram tudo o que

tinha na casa de Òbàrà e pela manhã bem cedo

arrumaram tudo para seguir viagem, e ao se

despedirem, foram deixando suas abóboras para

Òbàrà. Então começou a chover e chover durante 3

dias consecutivos fazendo com que faltassem todos os

tipos de alimentos, foi aí que Òbàrà se lembrou das

abóboras e mandou que a mulher fosse buscá-las para

que pudessem comê-las. Òbàrà e sua família ficaram

surpresos quando abriram a 1a abóbora, estava cheia


de moedas de ouro, a 2a tinha brilhantes, a 3a pérolas

e, assim por diante, cada abóbora possuía uma riqueza

dentro dela. Foi onde uma voz falou:

- Nunca contes nada do que possuís nem como

conseguiste, senão, voltarás ao que eras.

A prosperidade para Òbàrà veio com abundância e

meses foram passando, e os irmãos não entendiam

porque faziam seus ebós e não dava certo, não

conseguiam nada. Resolveram novamente procurar

outro Bàbáláwo achando que aquele não tinha


acertado com eles. E novamente o novo Bàbáláwo

falou:

- Falta uma pessoa da família entre vocês, quem é?

E eles responderam:

- É Òbàrà, nosso irmão.

- Vocês estão aqui porque fizeram uns ebós e nada

resolveram, o que fizeram com um grande presente

que receberam?

E eles lembraram das abóboras presenteadas pelo

outro Bàbáláwo e contaram que deram a Òbàrà por


acharem um presente insignificante, e o Bàbáláwo

disse-lhes:

- Pois vocês deram suas riquezas para seu irmão.

Eis que de repente, ouviram toques de clarins e o povo

correndo e gritando pelas ruas para ver um homem

riquíssimo, que vinha oferecer presentes ao Rei. Ao

longe vinha um homem todo de branco montado em

Ele estava tecendo um cesto para guardar riquezas e

todos debochavam porque ele só tinha Pepinos.

-"Eji Òbàrà – o que está vendendo?"...


-"Somente Pepinos!"

Agora perguntam espantados:

-"O que foi que o tornou tão rico?" – e eu respondo,

graças a Ésù: -"Somente pepinos".

II

Entre 16 irmãos que existiam na cidade de Ilé Ifè, o

mais pobre era Òbàrà. Todos os anos os irmãos se

reuniam e procuram um Bàbáláwo, para saber sobre

novos negócios, pois eram muito ricos, só que não

chamaram Òbàrà para acompanhá-los.


Ao iniciar o jogo, o Bàbáláwo verificou a falta de uma

pessoa entre eles e falou:

- Quem é esta pessoa que está faltando entre vocês?

- O senhor deve estar se referindo ao nosso irmão

Òbàrà, é o mais pobre entre nós, não o procuramos

nunca, ele é a vergonha da nossa família.

Na África, é comum os Bàbáláwo darem presentes às

pessoas que vão consultar. Logo após ter jogado para

os 15 irmãos, o Bàbáláwo disse-lhes que não tinha

grande coisa para dar-lhes, mas, tinha umas abóboras


e assim fez, cada um ganhou uma abóbora de

presente.

Os irmãos não gostaram do que haviam recebido

alegando que abóbora é comida de porcos. Como

estavam nas imediações da casa de Òbàrà, um deles

deu a idéia de pernoitarem na casa dele e seguirem

viagem ao amanhecer, e todos concordaram, um deles

disse:

- Que tal deixarmos as abóboras para Òbàrà comer?

E todos assentiram que seria uma boa idéia.


Ao anoitecer chegaram à casa de Òbàrà e quem os

recebeu foi sua mulher. Òbàrà saudou-os

demonstrando sua satisfação com a visita de seus 15

irmãos e perguntou-lhes o que era aquilo que levavam,

e eles explicaram que tinha ido consultar um

Bàbáláwo e que o mesmo havia. dito que este seria o

último ano de vida de Òbàrà, por isto eles estavam ali,

para se despedir dele. Òbàrà e sua família ficaram

perturbados com a notícia mas, mesmo assim, disse:


- Neste caso vou oferecer-lhes um último jantar em

família, como manda o ritual.

Os 15 irmãos aproveitaram e comeram tudo o que

tinha na casa de Òbàrà e pela manhã bem cedo

arrumaram tudo para seguir viagem, e ao se

despedirem, foram deixando suas abóboras para

Òbàrà. Então começou a chover e chover durante 3

dias consecutivos fazendo com que faltassem todos os

tipos de alimentos, foi aí que Òbàrà se lembrou das

abóboras e mandou que a mulher fosse buscá-las para


que pudessem comê-las. Òbàrà e sua família ficaram

surpresos quando abriram a 1a abóbora, estava cheia

de moedas de ouro, a 2a tinha brilhantes, a 3a pérolas

e, assim por diante, cada abóbora possuía uma riqueza

dentro dela. Foi onde uma voz falou:

- Nunca contes nada do que possuís nem como

conseguiste, senão, voltarás ao que eras.

A prosperidade para Òbàrà veio com abundância e

meses foram passando, e os irmãos não entendiam

porque faziam seus ebós e não dava certo, não


conseguiam nada. Resolveram novamente procurar

outro Bàbáláwo achando que aquele não tinha

acertado com eles. E novamente o novo Bàbáláwo

falou:

- Falta uma pessoa da família entre vocês, quem é?

E eles responderam:

- É Òbàrà, nosso irmão.

- Vocês estão aqui porque fizeram uns ebós e nada

resolveram, o que fizeram com um grande presente

que receberam?
E eles lembraram das abóboras presenteadas pelo

outro Bàbáláwo e contaram que deram a Òbàrà por

acharem um presente insignificante, e o Bàbáláwo

disse-lhes:

- Pois vocês deram suas riquezas para seu irmão.

Eis que de repente, ouviram toques de clarins e o povo

correndo e gritando pelas ruas para ver um homem

riquíssimo, que vinha oferecer presentes ao Rei. Ao

longe vinha um homem todo de branco montado em


um cavalo branco com arreios de prata acompanhado

de escravos e soldados e todos gritaram ao mesmo

tempo:

- É Òbàrà, o nosso irmão!...

O Bàbáláwo riu, tornou a jogar e disse:

- Aí está a riqueza de vocês: estava nas abóboras.

Os irmãos não queriam acreditar no que estavam

vendo, resolveram tomar tudo de volta. O Bàbáláwo

por sua vez terminou o jogo, e como é de costume,

deus de presente a cada um uma moeda para que


guardasse, e que aquele ano não seria bom para eles.

Ao amanhecer os irmãos foram para a casa de Òbàrà.

Lá chegando ficaram surpresos, a casinha de barro era

agora um lindo palácio. O chefe da guarda pediu seus

nomes para poder anunciá-los e, em seguida, voltou

dizendo que seu amo não iria atendê-los porque tinha

vergonha de apresentá-los às pessoas que o estavam

visitando. Eles por sua vez disseram que só queriam

suas abóboras de volta. Òbàrà mandou que os

levassem ao chiqueiro dos porcos para que as


abóboras fossem devolvidas, mas já estavam podres e

comidas pêlos porcos. E mais uma vez a voz falou:

- Òbàrà, cuidado, não reveles a ninguém sobre o que

possues e como conseguiste, senão voltarás ao que

eras.

III

Um dia, mandaram o marido de uma mulher que

fosse fazer um despacho impreterivelmente e que

depois mandasse a sua senhora recolher-se. Que

oferecesse angu de inhame com caruru e comidas


outras bem-feitas à cabeça de sua mulher, a fim de lhe

evitar o maior dissabor, um dissabor inqualificável na

vida, pois lhe aconteceria a maioria das infâmias que

possam existir sobre a terra para quem se preza. O

dito homem não ligou a menor importância à

advertência feita a ele.

Em rÈsúmo, um dia houve um ataque dos guerreiros,

como sempre se dava naqueles tempos mais selvagens.

Pilhavam tudo o que encontravam, saqueando o torto

e a direito, até que, em dado momento, entraram na


casa do casal mencionando, agarrando o marido e

jogaram o candeeiro da luz na cabeça dele. Ele lutou e,

em represália, puseram o homem para assistir

enquanto eles se serviam da mulher, no ato que o

decoro pede muita reserva. Que golpe doloroso, meu

Deus. Sim foi..

Como sempre acontece, não há mal que sempre dure,

nem bem que nunca termine. Um dos assaltantes,

condoendo-se com aquela cena tão deprimente, que

não pÒdía ser mais infame, perguntou ao homem se


ele ia fazer o ebó que tinha deixado de despachar. E ele

respondeu que sim, afirmativamente. Então, todos

esses mesmos algozes ferozes reprovaram o seu

procedimento de não cumprir o que lhe

determinaram. Com acre censura, perdoaram-lhe a

vida, dizendo-lhe nunca mais fizesse pouco caso

daquilo que lhes falassem.

Diante desta história horrível, da qual foi descrita a

cena horrível e tão inqualificável como repugnante, é

este o epílogo sem par: é de bom aviso recomendar à


pessoa para quem se deita essa mesa, vindo neste

caminho, que tenha muita cautela, que não facilite,

deixando de cumprir qualquer determinação, por

mais ínfimas que sejam as suas pretensões. em todo

caso, indica à pessoa que consulta que terá de passar

por grande dissabor, oriundo de constrangimentos e

sustos. Porém, se fizer por sanar, serão passageiras

essas coisas ruins.

Porque é que Sàngó sempre protege Ogbe Òbàrà


Ogbe Òbàrà usou o oráculo para Sàngó e ajudou-o

quando este era muito pobre no Orun. O mesmo Ogbe

Òbàrà era muito pobre, mas ao terminar de fazer ol

ebó convidou Sàngó a ir à sua casa na Terra, mas este

não aceitou por não estar apresentável, pelo que Ogbe

Òbàrà regressou sozinho.

Sàngó viu no Orun que o mundo dos humanos estava

sujo e era mau pelo que jurou eliminar todos os

malfeitores da face da Terra.


Quando Sàngó se preparava para começar a batalha a

primeira coisa que aconteceu foi que um tornado

começou a levantar os tetos das casas na Terra. Nesse

momento Ogbe Òbàrà não estava na sua casa porque

andava noutro lugar adivinhando para os necessitados

mas a sua mulher estava e começou a cantar

implorando clemência ao Orun quando viu que as

árvores e as casas caíam com o passar dos ventos.

A canção indicou a Sàngó que nesse lugar se

encontrava a casa do seu benfeitor pelo que o Òrìsá


abandonou o seu plano de destruição e voltou ao

Orun.

Ese’de, Ol’Obounboun e Ajija foram aqueles que

criaram Ifá para o rei Ajigunwa.

Ifá diz que nós teremos um filho que vem do Além

para o mundo, carregando um grandioso destino.

Ninguém será capaz de opor-se a ele ou impedí-lo em

qualquer de seus empreendimentos: seu poder será

grande e sua fama será reconhecida por todos.


Ele realizará seus desejos e seu nome será respeitado

por todos, tal como o sol é conhecido e respeitado em

todo o mundo.

O sacrifício é: 200 agulhas, uma ovelha, um pano

branco, óleo de palmeira (Dendê) e uma moeda. E

aquele que desejar tais coisas deve realizar este

sacrifício.

II

"A criança que está agora no ventre, fala a sua

mãe".Certo dia, quando Ifá encontrava-se ainda no


ventre de sua mãe, estando ela ocupada em recolher

lenha no interior de uma floresta, foi surpreendida

por uma voz que dizia: "Mãe! Eu vou dizer uma coisa.

Trata-se de um segredo que jamais deverá ser

revelado!" - Espantada, a mulher começou a procurar

no meio da floresta, pela pessoa que lhe falava, sem

encontrar ninguém. Novamente a voz se fez ouvir: "O

que estás procurando? Sou eu, teu filho quem está

falando! Quero prevenir-te que no décimo sexto dia, a

partir de hoje, me darás à luz! Neste mesmo dia


haverá uma guerra em nossa vila e meu pai será morto

pelo inimigo... Tu, minha mãe, serás capturada e

separada de mim...".

No dia seguinte, ao raiar do sol, o menino novamente

fez contato com sua mãe, dizendo-lhe: "Compreendeu

bem o que te disse ontem? Faltam somente quinze

dias para o acontecimento!...". E todos os dias de

manhã ele falava com a mãe e no décimo sexto dia

depois do primeiro contato, disse: "Eis que é chegado o

dia!" E imediatamente iniciou-se o parto. No exato


momento em que a criança vinha ao mundo, iniciou-

se um ataque contra a cidade. Durante a batalha, o pai

do menino foi morto e a mulher foi capturada e levada

como escrava. Ifá, escondido em lugar seguro, viu

quando um homem se aproximava e dirigindo-se a ele,

implorou: "Leva- me contigo! Estou só no mundo.

Meu pai está morto e minha mãe reduzida à condição

de escrava! Leva-me contigo e não te arrependerás por

fazeres esta caridade!"


Comovido, o homem pegou o recém-nascido e levou-o

consigo em total segurança, para sua própria casa. Ifá

imediatamente começou a realizar curas miraculosas.

Sempre que alguém adoecia, o menino após identificar

o tipo de doenças, receitava ervas que traziam a cura

imediata. Todos os doentes recuperados faziam

questão de pagar muito bem pela cura e desta forma, o

homem que recolheu a criança tornou-se muito rico e

poderoso. Naquele tempo, o país era governado por

um rei chamado Lõfin, que logo que soube dos


milagres, chamou à sua presença o responsável pela

criança, que ali chegando, narrou de que forma

encontrara o pequenino, o pedido de ajuda e seus

maravilhosos poderes sobrenaturais. O rei, entre

espantado e descrente, afirmou: "Se isto é verdade, se

este menino for realmente dotado de tantos poderes,

ocupará ao meu lado, um lugar no reino deste país!"

Logo o menino foi transferido para o palácio e sempre

que um familiar do rei adoecia, era por ele curado.

Nada mais se fazia no reino sem uma prévia consulta


a Ifá e suas orientações eram seguidas no mínimos

detalhes. Com o passar do tempo, o menino cresceu e

logo que se tornou adolescente, recebeu de Lõfin uma

cidade onde foi coroado rei. Seu milagres se

multiplicavam, todos aqueles que sofriam vinham

atrás dele em busca de auxílio. Sua fortuna

aumentava a cada dia, possuía muitas mulheres e

muitos servos, além de todas as coisas que

representam riqueza para os seres humanos. Ifá na

esperança de um dia encontrar sua mãe, adquiria


escravas na mão de um mercador. Era chegado o dia

em que se deveria comemorar a festa chamada

Fanuwiwa que todos os anos se faz em honra a Ifá. As

mulheres de Ifá, junto com suas escravas, ficaram

encarregadas de pilar milho para intrOdùzir a farinha

que seria usada na festa. Entre as escravas estava a

mãe de Ifá, que devido à situação miserável em que se

encontrava, tinha medo de identificar-se e não ser

aceita pelo filho. Enquanto realizava sua tarefa, a

mulher entoava uma triste canção, na qual dizia: "Ifá


Di-Meji, Tu não me conheces mais?" Ao ouvir a

canção, Ifá ordenou que a mulher fosse levada à sua

presença, interpelando-a da seguinte forma: "Então tu

me conheces?" E a mulher respondeu: "Mas não fostes

tu mesmo quem me anunciastes o dia do teu

nascimento? Tu me dissestes que no décimo sexto dia

virias ao mundo e que no mesmo dia teu pai seria

morto e eu feita escrava". "És tu minha mãe!" Gritou

Ifá e ordenou que a banhassem e oferecessem muitos e

belíssimos vestidos, além de um torso branco para


adornar a cabeça. Em seguida, Ifá fez com que a

mulher se assentasse ao seu lado, sobre uma grande

almofada branca denominada akpakpo e pegando

uma cabra, ordenou que a imolassem em honra de sua

mãe, que passou desde então, a viver ao seu lado,

cercada de todas as honrarias e reverências reservadas

à mãe de um rei.

É por isto que sempre que se oferece um sacrifício a

Òdí Meji, dever-se lembrar desta história e pega-se um

akpakpo que serve de assento para Nã, um pano de


cabeça (kpokun abuta), uma cabra, farinha de milho

misturada com azeite de dendê (amiwo) e oferece-se a

Nã Naxixe a mãe de Ifá.

III

Òdí Meji disse: "Metolõfi, por avareza, não quis

sacrificar um boi, de malhas brancas e a morte veio

buscá-lo."

Quando Ifá estava ainda no ventre de sua mãe, pediu

que seu pai pegasse um boi malhado de branco e

oferecesse em sacrifício, a fim de evitar que dentro de


três anos, uma guerra viesse dizimar o seu reino. Seu

pai negligenciou o sacrifício e no dia do nascimento de

Ifá, seu pai morreu e sua mãe foi capturada como

escrava.

Três anos depois, a guerra arrasou o pais e Ifá mandou

que Ajinoto, a parteira, o encerrasse dentro de uma

cabaça, de forma que ninguém o pudesse ver. A

parteira foi encarregada também, de avisá-lo logo que

alguém passasse por perto, para que ele revelasse ao


passante, a causa de seus sofrimentos e os remédios e

sacrifícios que resolveriam todos os seus problemas.

Tudo ocorreu da forma como Ifá planejara e o homem

que passou naquele local, não hesitou em levar para

sua casa, a cabaça onde Ifá havia sido encerrado.

Para deslumbramento de todos, Ifá, de dentro da

cabaça, dava conselhos, receitava medicamentos e

resolvia os mais difíceis problemas.

Um dia, Ifá ordenou que alguém se dirigisse ao

mercado onde, pelo preço de quarenta e um cauris,


deveria comprar sua mãe que estava sendo vendida

junto com outras escravas. "A primeira mulher que for

oferecida deve ser comprada, pois esta é minha mãe".

Naquela época, Ifá costumava aceitar sacrifícios

humanos no festival de Fanuwiwa. Quando a escrava

adquirida no mercado foi trazida, Ifá ordenou que lhe

fosse entregue certa quantidade de milho, para que

pilasse e transformasse em farinha destinada à

preparação do amiwo.
Enquanto pilava o milho, a mulher ouvia os

consultantes invocando Ifá, "Òrùnmìlá! Akefoye!

Agbo wi dudu nu do fe to!" (Òrùnmìlá! Akefoye! Se

teu nome é Ifá, jamais esquecerás de mim!).

Reconhecendo em Ifá o seu próprio filho, a pobre

mulher pôs-se a cantar em voz alta a saudação que

ouvia: "Òrùnmìlá! Akefoye! Agbo wi dudu nu do fe

to!"

As pessoas contaram a Ifá sobre a mulher que cantava

aquela saudação enquanto pilava o milho e Ifá


ordenou que ela largasse aquele trabalho e que, no dia

seguinte pela manhã, chamasse por ele, junto com

seus fiéis, para que pudesse mostrar a todos de que

forma deveria ser correctamente alimentado.

Ordenou ainda, que fosse preparado um akpakpo e

dois panos brancos de cabeça denominados kpokun

abuta, proibindo a todos de olharem para aqueles

objetos.

Como Ifá vivera até então, fechado dentro de sua

cabaça, jamais havia sido visto por ninguém. Quando


todos se afastaram, Ifá saiu de sua cabaça coberta por

um grande chapéu, vestindo um avental de pérolas e

calçando sandálias, indo sentar-se no alto de um tripé

de onde gritou: "Olhem bem, sou eu Ifá! que ninguém

viu jamais... A mulher que mandei comprar no

mercado de escravos, deve ser trazida até aqui!"

A mulher foi trazida a sua presença e Ifá mostrou-a a

todo mundo, dizendo: “Olhem bem, esta é minha

mãe”! Quando eu estava no seu ventre, determinei que

meu pai devesse sacrificar um boi malhado de branco,


para evitar malefícios que já estavam previstos, mas

meu pai não atendeu minha orientação e todo mal

acabou por se concretizar.

Tanto tempo se passou e eu comprei esta escrava para

ser sacrificada em minha honra. Entretanto não

sacrificarei, não poderia trair minha própria mãe,

mesmo que ela me tenha traído."

Dito isto, ordenou que cortassem os longos cabelos de

sua mãe, que envolvessem sua cabeça com um belo

torso branco e que a instalassem sobre a almofada


akpakpo. Depois pediu um boi e um cabrito para

serem sacrificados. Com a farinha moída por sua mãe,

mandou preparar um amiwo para ela, que não

poderia ser comido em sua presença.

Desta forma, assentada sobre um akpakpo,

transformou-se ela em Nã, mãe de um rei. Aos jovens

que prepararam as carnes do boi e do cabrito, assim

como o amiwo, ordenou que fosse dada uma parte de

cada coisa, para que comessem depois da cerimônia.


Depois das cerimônias de Nã, aqueles que prepararam

os alimentos a ela oferecidos, recebem uma pequena

parte destes alimentos, parte esta que recebe o nome

de kle ou kele e que só pode ser consumido depois que

o Òrìsá for servido. (Este rito acompanha as

cerimônias às Divindades Nagô sob o nome Atowo e

as divindades Fon sob o nome de Nudide).

A mãe de Ifá disse então a seu filho que sentia-se

muito envergonhada pois não merecia tantas

honrarias e que naquela dia iria encontrar-se em Lõ


(local para onde vão os espíritos dos mortos), com seu

finado esposo.

"A partir de hoje, quando fizerem uma cerimônia em

minha honra, digam: "Nã Kuagba! (Nã seja bem

vinda!) e virei receber as oferendas." disse a mulher.

Nã disse ainda, que faria o Sol tornar-se mais brando

ou mais quente, comandando-o de cima de seu

akpakpo.
A partir de então, realiza-se sempre o ritual de Xe Nã

(dar comida a Nã), quando terminam os festivais

Fanuwiwa.

Odù Ogbe - Eji-Onilé – Eji-Ogbé

Òrùnmìlá diz que as coisas devem ser feitas pouco a

pouco,

Eu digo: é pedaço por pedaço que se come a cabeça do

preá; é pedaço por pedaço que se come a cabeça do

peixe.
Aquela que mora no Mar, Aquela que vinha na Lagoa,

era a mais importante da cidade de Ifé, há muito

tempo atrás.

Não somos tão grandes como o Elefante nem tão

resistentes como o Búfalo.

A faixa de pano usada por dentro não precisa ser tão

vistosa, quanto a usada por cima.

Nenhum rei é tão poderoso quanto o rei de Ifé;

nenhum colar é tão longo quanto o de Yemideregbe, a

Divindade do Mar.
Òrùnmìlá diz que: deveríamos medir o comprimento

e a largura; que a mão alcança mais alto do que a

cabeça; que as folhas mais novas da Palmeira elevam-

se muito mais que as folhas mais velhas.

Nenhuma floresta é tão densa que a árvore Iroko não

pssa ser vista; nenhuma música soa tão alto que o

Agogô não possa ser ouvido.

"O meu é o mais importante, o meu é o mais

importante", parece dizer o grito da Garça Real

Cizenta. Bem, então de quem é o assunto mais


importante? O assunto mais importante é claramente

o assunto de Ifá, sem dúvida!

O espinheiro Okan brota abundantemente e acaba

por alcançar o caminho; mas claramente o assunto de

Ifá é o mais importante!

A liana Ogan cresce profusamente e quase impede o

caminho; mas claramente o assunto de Ifá é o mais

importante!
"O meu é importante, o meu é importante" parece

dizer o grito da Garça Real Cizenta. Mas é claro que o

assunto de Ifá é o mais importante!

Nenhuma música soa tão alto que o Agogô não possa

ser ouvido. Mas claramente os assuntos de Ifá são os

mais importantes.

Extraído do livro: "Ifá – O Òrìsá do Destino" – Mestre

Itaoman

II
O Odù Ojonilé era muito respeitado pelas pessoas,

que, ao mesmo tempo, lhe traziam muitos problemas,

dizendo que ele trazia prenúncio de doença e mal-

estar. Ele ficava triste e pensativo:

- Será que o que vale para o ser humano é só o lado

negativo?

Ele pensou, pensou, comprou lágrimas de nossa

senhora e fio, e começou a enfiar um rosário, sentado

na porta de sua casa, muito triste. Então veio Odù

Ossá, cabisbaixo, e disse:


- Boa tarde, Ojonilé! Será que você está com o mesmo

problema que eu estou? Eu venho aqui para nós

conversarmos. Eu quero conversar com Olorum, ir dar

uma queixa das pessoas que ele pôs no aiyê, no

mundo. Eu estou sendo acusado de trazer miséria,

perdas e morte, e eu estou muito triste. É este o meu

caso. As pessoas não se tratam, comem tudo o que é

éwo, tudo que é quizila, não cuidam do seu ori, e com

isto vem o desgaste, adoecem e dizem que sou eu o

culpado! – respondeu Ojonilé.


- É o meu caso também! – disse Ossá – As pessoas

gastam o desnecessário, não procuram estar em dia

com os ancestrais, rogam praga ao semelhante, e você

sabe que a mesma é dividida. E ainda dizem que eu

sou aliado a Iku, a morte!

- Você veja o que é a humanidade! Vamos consultar

Òrùnmìlá.

Os dois saíram e foram à casa de Òrùnmìlá, e fizeram

suas queixas. Òrùnmìlá ouviu com toda a atenção,

pois o mesmo nunca deixa ninguém sair da sua casa


sem uma resposta consoladora. Ele mandou que

Ojonilé, para aliviar a sua tristeza, apanhasse o rosário

que ele estava enfiando, mais um eruku, morim, ovo

de pata, acaçá, vela e prato branco, e os oferecesse para

os ancestrais, que, por sua magia, iriam lhe dar alívio.

- E eu, meu pai? – Ossá lhe perguntou.

- Você apanhe uma panela, aberém, cachimbo de

palha e um chapéu de palha. Tome isto e vá embora,

que você vai encontrar a solução no caminho. Eu vou

lhe dar tudo o que você precisar:


Ossá e Ojonilé foram embora, cada um para seu lado.

Na primeira curva da estrada. Ossá encontrou dois

homens carregando uma rede com uma pessoa

deitada. Ossá perguntou::

- O que aconteceu com ele?

- Ah, meu irmão. Faz dias que ele não come, não

levanta, não fala. Ele está quase morto.

Ossá, então, abriu o saco que estava com as coisas que

Òrùnmìlá lhe deu. Pensou no homem e destampou a

panela de barro, botou tudo de dentro e botou o


chapéu na cabeça do homem. Assim, o homem se

levantou começou a falar. Todos da aldeia, que já

estavam chegando para o funeral bateram palmas em

homenagem a Ossá. A partir daquele momento, ele foi

respeitado, e onde ele passava todos os saudavam.

Assim como ele, também Ojonilé, que fez a oferenda

para Egun, começou a ser respeitado pelas pessoas.

Afinal de contas os dezesseis OLODÙS tinham vindo

para o mundo, era tempo para designar um lider entre

eles. Ejiogbe não foi o primeiro OlOdù a vir ao mundo.


Muitos outros tinham vindo antes dele. Antes deles,

Ojeku Meji que era o rei da Noite tinha estado

reivindicando antiguidade. O fardo caiu sobre Òrìsá

Nla (o filho de Deus, ou o representante de Òrìsá Nla

na terra) para designar o rei dos OlOdùs. Olorún

pediu a Òrìsá Nla que convidasse todos eles e lhes

dessem um rato para compartilhar entre eles. OJEKU-

Meji levou uma perna, lwori-Meji levou a segunda

perna, Idi - Meji levou uma mão e Òbàrà-meji levou a

outra.
As outras partes foram compartilhadas na ordem de

Antigüidade convencional.

A Ejiogbe que era muito novo foi determinado a

cabeça do Rato.

Na ordem de sucessão, Òrìsá Nla lhes deu

subseqüentemente um peixe, uma galinha, um

pombo, uma ave de guiné e finalmente uma cabra - os

quais foram compartilhados todos de acordo com a

ordem estabelecida com o rato. em cada caso, a


Ejiogbe foi determinado a cabeça de cada um dos

animais sacrificados.

Finalmente, Òrìsá Nla os convidou a virem até ele

para uma decisão depois de três dias. Chegando em

casa, Ejiogbe fez adivinhação e lhe foi dito que desse

uma cabra para Èsú. Depois de comer a cabra dele,

Èsú lhe falou que no dia designado, ele deveria assar

um tubérculo de inhame e deveria manter isto na

bolsa dele junto com uma abóbora de água. Èsú


também lhe aconselhou que fosse tarde para a reunião

dos OlOdùs no palácio de Olorún.

No dia designado, os OlOdùs vieram lhe convidar para

a conferência mas ele lhes falou que ele estava assando

Inhame no fogo para comer antes de ir para a reunião.

Depois que eles o deixaram, ele pegou o Inhame,

descascou e manteve isto dentro da bolsa dele com

uma abóbora de água. A caminho da conferência, ele

conheceu uma mulher velha da mesma maneira que

Èsú predisse e em concordância com o conselho dado


a ele por ÈSÚ, ele aliviou a mulher velha do fardo de

lenha que ela estava levando, porque ela já estava tão

cansada que ela mal pÒdía caminhar. Depois de

gratamente aceita a oferta, ela reclamou que estava

terrivelmente faminta. Imediatamente Ejiogbe tirou o

Inhame de dentro da bolsa dele e a deu de comer.

Depois de comer o Inhame ela pediu água e ele lhe deu

a abóbora de água que estava dentro da bolsa dele.

Após a refeição ele levou a lenha nas costa enquanto a


senhora velha caminhava junto com ele. Ele não

percebeu que a mulher era a mãe de Òrìsá Nla.

Enquanto isso, como ele parecia ter pressa, a mulher

velha lhe perguntou aonde ele ia com tanta pressa. Ele

respondeu que ele já estava atrasado para a

conferência a qual Òrìsá Nla ia designar um rei de

entre o OlOdùs. Ele disse que ele estava levando o

tempo dele de qualquer maneira já ele era todavia

muito novo para aspirar à monarquia dos deze’sseis

OlOdùs de Òrúnmìlà.
Na reacção dela, a mulher velha o assegurou que ele ia

ser feito o rei dos apóstolos. Quando eles chegaram na

casa da mulher, ela lhe disse que depositasse a

madeira na parte de trás da casa. Ele reconheceu a

casa de Òrìsá Nla então ele percebeu que a mulher que

ele tinha ajudado não era nenhuma outra pessoa se

não a mãe de Òrìsá Nla seu filho. Ele então deu um

suspiro de alívio. A mulher lhe disse que a seguisse

dentro da casa dela. Em chegar lá ela tirou dois

pedaços de pano branco, amarrou no ombro direito


dele e o outro no ombro esquerdo dele. Ela inseriu

uma pena de um papagaio vermelho então na cabeça

de Ejiogbe e um giz branco na palma da mão direita

dele. Ela depois lhe mostrou os 1,460 (legbeje de ota)

pedras que estavam na frente da casa de Òrìsá Nla e o

dirigiu a ir e ficar em pé em cima da pedra branca no

meio. em seu novo equipamento, ele entrou ficou lá

enquanto os outros esperaram na sala externa.


Depois de certo tempo, Deus perguntou aos outros

por que eles ainda estavam esperando e todos eles

responderam que eles estavam esperando por Ejiogbe.

Òrìsá Nla lhes pediu então o nome do homem que

estava fora esperando. Eles mesmos nem puderam o

reconhecer como Ejiogbe. Òrìsá Nla pediu a eles que

prestassem cumprimentos ao homem. Um após o

outro eles foram prostrar e tocar o solo com suas

cabeças ao pé de onde Ejiogbe estava. Depois disso,


Deus proclamou Ejiogbe formalmente como o rei dos

OlOdùs do parentesco de Òrúnmìlà

Quase por unanimidade, todos os outros OlOdùs

trovejaram em aborrecimentos e não disfarçaram a

sua desaprovação ao compromisso de um OlOdù novo

ser o líder entre todos eles. Àquele ponto Òrìsá Nla

lhes perguntou como eles compartilharam os animais

que ele lhes havia dado a durante os sete dias atrás.

Eles explicaram como eles os compartilharam. Ele lhes

perguntou quem estava levando a cabeça de cada um


desses animais e eles confirmaram que eles haviam

dado as cabeças em cada caso para Ejiogbe. Òrìsá Nla

exclamou então que eles eram aqueles que

inadvertidamente designaram Ejiogbe para ser o rei

deles porque quando a cabeça está fora do corpo, o

resto não tem nenhuma vida nisto.

Naquela nota, eles todos saíram.

Quando eles deixaram a casa de Òrìsá Nla, todos eles

decidiram persistir na disputa com Ejiogbe.


Não só tendo feito isto eles tomaram a resolução para

não o reconhecer, eles também decidiram nem o servir

nem o visitar. Antes de sair Ejiogbe compôs um

poema que ele usou como um encantamento.

Oja Nii ki owo won jaa Owuwu oni koo wo won wuu.

Ikpe Akiko kiiga akika deenu IkPe orire kii gun orire

deenu Etuu kii olo tu won ni mo

Inu lo otin ire efo ebire waa


Com aquele encantamento especial, ele esperava

neutralizar todas as más maquinações contra ele. Ele

usou folhas especiais para aquele propósito.

Depois daquele incidente, eles lhe falaram que antes

que eles pudessem o aceitar como o rei deles, ele teria

que festejar com todos eles:

200 cabaças de tubérculos de Inhame batido

200 panelas De SOPA preparada com diferentes tipos

de carne 200 abóboras de vinho. 200 cestas de noz de

kola
Etc., etc. lhe dando sete dias para organizar para o

banquete.

Desnecessário dizer que parecia uma tarefa impossível

porque eles sabiam que Ejiogbe não pÒdía financiar

um banquete daquela magnitude.

Ejiogbe se sentou lamentando em cima da pobreza

dele, e a perspectiva de ser um pastor sem um

rebanho.

Enquanto isso Èsú veio a ele para descobrir a causa da

melancolia dele e ele explicou que ele não tinha


nenhum dinheiro para financiar o banquete elaborado

exigido pelos OlOdùs antes que eles pudessem

concordar em submeter a ele. Èsú replicou que o

problema pÒdía ser resolvido se Ejiogbe lhe desse

outra cabra.

Ejiogbe não perdeu nenhum tempo dando outra cabra

a Èsú. Èsú lhe aconselhou que preparasse uma

unidade de cada coisa depois de comer a cabra, exigiu

para o banquete arrumar 199 recipientes vazios

adicionais de cada artigo e os enfileirar fora da sala de


banquete no dia designado. Ejiogbe seguiu o conselho

de Èsú adequadamente.

Enquanto isso, cada um dos OlOdùs estavam fazendo

gracejo dele desde que eles souberam que não havia

nenhum modo que Ejiogbe poderia financiar o

banquete.

No sétimo dia, eles começaram a visitá-lo e a

perguntar um por um se ele estava pronto com o

banquete. Considerando que eles não tiveram notícias

o som de um pilão em morteiro da direção da cozinha


dele, eles souberam que lá não ia ter afinal de contas

nenhum banquete. Enquanto isso, tendo enfileirado

os recipientes vazios, Èsú foi para a sala de banquete e

comandou a única preparação para multiplicar nos

recipientes vazios. Imediatamente, todas as cabaças,

panelas de sopa, abóboras, cestas, etc., estavam cheias

até em cima com preparações frescas e o banquete

estava pronto.

Assim que Oyeku Meji chegou para a sala de banquete

para descobrir o que estava acontecendo, ele foi


surpreendido por ver que o banquete estava afinal de

contas pronto. Sem esperar por qualquer convite

formal, ele se sentou junto à comida. Ele foi seguido

adequadamente através de lwori-Meji Idi Meji, Òbàrà

Meji, Okonron-Meji, Irosun Meji, Owanrin-Meji,

Ògúnda-Meji, Osa-Meji, Otuu Meji, Irete-Meji, Eka

Meji, Eturukpon Meji, Ose Meji e Ofun Meji. Antes

que eles percebessem o que estava acontecendo, eles

comeram todos os conteúdos e entretiveram os

corações deles.
Depois do banquete, todos eles carregaram Ejiogbe

alto sobre as cabeças deles e começaram a dançar

numa procissão cantando:

Agbee Geege

Agbee Babaa.

Agbee Geege.

Agbe Babaa.

Eles dançaram no formato de procissão pela cidade.

Quando eles chegaram para o banco do mar, Ejiogbe

lhes disse que o pusessem no chão e ele cantou em


homenagem aos awos que fizeram a adivinhação para

ele e do sacrifício que ele fez. Com isso ele foi coroado

o lider dos OlOdùs de Òrúnmìlà formalmente com o

título de Akoko-Olokun. Naquela mancha, ele

sacrificou para caracóis nos bancos do mar e foi o

último sacrifício que ele fez antes que ele se tornasse

próspero e o trono começou a florescer.

IV

UMA LENDA DE EJIONILÊ


Ebó: bode, cálices, galos, galinhas, pedaço de penas de

papagaio da costa. Em certa ocasião, estando reunidos

todos os Òrìsás sem exceção de nenhum deles,

Òrúnmìlà ordenou que aquele que quisesse fosse fazer

o ebó anteriormente indicado, para que pudesse gozar

de benefício que esse fim oferecesse. Entre todos,

ninguém se prontificou a fazer o tal despacho, senão

ÒÒRÌSÀ’NLÁ, que era, no princípio, um homem que

habitava em um sítio quase ermo, vivendo sozinho,

pois só mais tarde foram chegando Ògún, depois Odé,


Omolu, Òsún, Yiemonjá., Enfim, todos os Òrìsás, sem

distinção de sexo. ÒÒRÌSÀ’NLÁ foi cortador de dendê

e carregador de lenha, até ficar com o pescoço torto.

Era corcunda por ter caído de uma árvore. Em

conclusão, ÒÒRÌSÀ’NLÁ fez todos os serviços íntimo

e baixo na terra, pois que ele era quase seu único

habitante aquele a que os que imigravam para lá

pediam um sítio para habitar. E lá se foi formando

uma das cidades mais poderosas do mundo naquela

época.
Um dia, todos se reuniram para deliberar sobre o

seguinte problema: tinha se tornado preciso ter uma

pessoa que figurasse como o chefe. Marcado o dia,

todos lá se foram, até mesmo ÒÒRÌSÀ’NLÁ, que tinha

feito o ebó. Olocum, a dona do oceano, dera a

ÒÒRÌSÀ’NLÁ uma peça de pano que ele levou para

fazer o vestuário de cima e de baixo; e também lhe

dera algumas penas de papagaio da costa para se

enfeitar. Assim, foi ÒÒRÌSÀ’NLÁ colocado em

primeiro lugar entre as pessoas presentes e, desse


momento em diante, lhe apresentavam credenciais

como rei.

Todos os Òrìsás que habitavam ali naquele tempo

diziam que pelos trajes ÒÒRÌSÀ’NLÁ destacava-se de

todos, demonstrando ser o chefe de todos, "O maior

dos Òrìsás". Olocum tornou-se senhora e possuidora

de tudo o que existia sobre a terra, pois o velho adágio

que diz que as águas correm para o mar e que o

oceano é muitissimamente mais rico do que os

continentes. Pela descrição anterior, larga e detalhada,


circunstancialmente assinala, é indicado nesse

caminho de Odù, quando vem nesta forma, que

admiravelmente há máxima proteção para quem se

põe o jogo. São patentes os efeitos benéficos de

Ejionilê, qualquer que seja a pretensão.

EJIONILE MEJI

Naquele tempo, a Terra havia sido criada e sua

extensão ainda era muito pequena, estando a maioria

do globo, coberta pelas águas do oceano.


Olofin ordenou que os orishas, viessem habitar sobre a

pequena faixa de terra firme então existente, pra ali

estabelecerem o ambiente necessário, para o

surgimento da vida humana.

Todos foram consultar Òrùnmìlá e na consulta, surgiu

a figura de Ejiogbe (Ejionile), sendo determinado um

sacrifício, que todos os Orishas deveriam oferecer,

para que suas missões fossem coroadas de sucesso.


Como o ebó determinado fosse muito dispendioso,

todos, com exceção de Orishala, negligenciaram-se a

fazé-lo e assim, rumaram para a terra recem criada.

Como Orishala oferecera o seu sacrifício, foi o

primeiro a chegar, já que Èsú lhe indicara o caminho

mais curto e sem qualquer obstáculo. Aos outros, Èsú

criou todos os tipos de dificuldades e desta forma, ao

chegarem a terra, encontraram Orishala já

estabelecido.
Durante o tempo em que Orishala permaneceu

sozinho sobre a terra, teve que fazer, com suas

próprias mãos, todo tipo de serviço pesado, como

cortar e carregar lenha para a construção de seu

palácio, o que lhe provocou uma deformação nas

costas, passando, a partir de então, a caminhar

apoiado num cajado.

Um a um, os Orishas foram chegando e toda a terra já

estava cercada e plantada, sendo Orishala seu legítimo

dono.
Sem ter onde ficar e estabelecer seus reinos, reuniram-

se em assembléia, para deliberarem de que maneira

iria proceder, para que pudessem cumprir suas

missões e a esta reunião, orishala também

compareceu.

"Que desejam, agora que realizei todo o trabalho

pesado? "Perguntou o poderoso Funfun. "Só lhes resta

habitarem as profundezas de Okun, já que ao

chegarem, encontraram toda a terra trabalhada por

mim!"
Diante da posição do Orishala, os demais Orishas

prostraram-se diante dele e com os rostos encostados

no solo, suplicaram que lhes desse um pedaço de terra

firme, para que pudessem realizar seus trabalhos e

que ficasse ele mesmo com os mares e toda a riqueza

neles contidas.

Orishalá então, nomeou Olokun, seu filho mais velho,

para reinar sobre os Oceanos, enquanto ele reinava

sobre todo o planeta, concordando em distribuir,

entre todos os Orishas, um setor da natureza, para


que ali pudesse estabelecer os seus reinados, sempre

prestando obediências a ele, coroado e aclamado por

todos, como o rei dos reis.

A partir de então, por ter feito o ebó determinado,

Orishalá passou a ser o mais importante dentre todos

os Orishas, seus reinos se expandiram, na medida em

que as águas do mar iam deixando mais e mais terras

habitáveis e os demais Orishas puderam cumprir suas

missões, governando os elementos e as diversas

manifestações da natureza.
VI

Os prodígios de Ejiogbe

A pessoa com quem se encontrou Ejiogbe quando ia ao

mercado era um inválido chamado Aro. Tal como

faria com uma mulher grávida, Ejiogbe disse a Aro que

ele tinha um problema, mas o inválido lhe respondeu

que ele, Ejiobge, é que tinha problemas. Ejiogbe então

sacou do seu Iroké (a vara da autoridade) e apontou-a

para as mãos e pernas do inválido, que se levantou e

caminhou rapidamente. Foi então quando Aro


compreendeu que diante dele não estava um

rapazinho mas sim um verdadeiro sacerdote de Ifá.

Aro caiu de joelhos para agradecer a Ejiogbe por tê-lo

curado da invalidez que o havia acompanhado desde o

seu nascimento e este aconselhou-o que fizesse

oferendas a Òrúnmìlà e que no futuro não ocultasse os

seus problemas, porque senão nunca Oloddumare se

inteiraria e responderia aos seus pedidos. Ejiogbe

comentou que aquele que oculta os seus males será

enterrado com eles.


Depois disto, Ejiogbe encontrou um cego e perguntou-

lhe se tinha algum problema. O cego respondeu que

não tinha de certeza absoluta nenhum problema.

Uma vez que Ejiogbe apontou a sua vara de

adivinhação na direção dos olhos do homem,

imediatamente ele recuperou a visão. O homem

estava cheio de alegria mas Ejiogbe aconselhou-o a

que se convertesse num seguidor de Òrúnmìlà para

reduzir ao mínimo a sua dívida para com a

Humanidade. Também lhe disse que oferecesse um


galo à sua cabeça quando regressasse a sua casa. Dito

isto Ejiogbe seguiu o seu caminho.

VII

Quando a terra foi criada pela tríade divina

OlOdùmare-Olofin-Eledá, não existia nada. Nesse

tempo foi entregue o comando do mundo a Oyekú por

ser o maior dos 16 reis de Ifá.

Durante o reinado de Oyekú tudo era silêncio e

obscuridade, só deambulavam pelo mundo Ikú e os

espíritos não evoluídos, o primeiro criado por


OlOdùmare. Com o passar do tempo a terra já

cansada de não evoluir devido à presença do nada e

desses espíritos que não avançavam, decidiu fazer um

ebó, com o qual conseguiu que Olorún (o sol) a

escutasse e a atraísse para perto dele. Isto teve como

conseqüência que aparecesse pela primeira vez sobre a

terra a luz do sol, com a qual chegou Eyiogbe a nosso

planeta, que era claridade e luz, tudo ao contrário de

Oyekú.
Desta forma Oyekú foi destronado por Eyiogbe que se

converteu no primeiro dos reis de Ifá passando Oyekú

a ser o segundo. Tal foi a soberba de Oyekú que se

dirigiu ao castelo de Olofin a queixar-se pelo sucedido

e a informá-lo que Eyiogbe criava vida, mas também a

destruía rapidamente devido a que o sol aquecia a

terra constantemente queimando tudo o que existisse

e secando mares e rios.

Olofin vendo de que isto era verdade e mediando para

que cessasse a disputa entre os dois reis, proclamou


que metade do tempo fosse reinado por Eyiogbe e a

outra metade por Oyekú, nascendo assim o dia e a

noite. Porque é que Sàngó sempre protege Ogbe Òbàrà

Ogbe Òbàrà usou o oráculo para Sàngó e ajudou-o

quando este era muito pobre no Orun. O mesmo Ogbe

Òbàrà era muito pobre mas ao terminar de fazer ol

ebó convidou Sàngó a ir à sua casa na Terra, mas este

não aceitou por não estar apresentável, pelo que Ogbe

Òbàrà regressou sozinho.


Sàngó viu no Orun que o mundo dos humanos estava

sujo e era mau pelo que jurou eliminar todos os

malfeitores da face da Terra.

Quando Sàngó se preparava para começar a batalha a

primeira coisa que aconteceu foi que um tornado

começou a levantar os tectos das casas na Terra. Nesse

momento Ogbe Òbàrà não estava na sua casa porque

andava noutro lugar adivinhando para os necessitados

mas a sua mulher estava e começou a cantar


implorando clemência ao Orun quando viu que as

árvores e as casas caíam com o passar dos ventos.

A canção indicou a Sàngó que nesse lugar se

encontrava a casa do seu benfeitor pelo que o Òrìsá

abandonou o seu plano de destruição e voltou ao

Orun.

Odù Osa

Koko Orokun foi aquele que criou Ifá para Yewere,

quando ele foi castigar os desonestos coletores de


tributos reais e seus ajudantes. Confrontados, estes

disseram que Yewere não poderia castigá-los, mas ele

disse que iria castigá-los e efetivamente castigou-os.

Quando Yewere retornou a seu lar, encontrou toda a

sua família prostrada pela doença. Então ele procurou

os Babaláwo e eles lhe perguntaram com quem ele

havia brigado e que a menos que ele fizesse uma

Oferenda, não seria capaz de vencer os seus inimigos.

Yewere, então, ofertou: dois pombos, nove obì (noz de

kolla), uma galinha e um galo. Feita a Oferenda, os


Babaláwo recitaram a seguinte Ofô (oração), em

intenção ao sucesso de Yewere:

-”Nós expulsamos a Morte para fora desta cidade”!

Yewere, você é aquele que castiga os desonestos

coletores de tributos reais e seus ajudantes!

Nós expulsamos a Doença para fora desta cidade

ainda hoje! Yewere, você é aquele que continuará

castigando os desonestos coletores de tributos reais e

seus ajudantes."
Ifá diz: há alguém que deveria ser muito cauteloso

para não brigar sem ter uma justa causa, porque, se ele

for envolvido na luta, sua famílai poderá ser afetada

pela doença e aflição. Ifá diz ainda: que este alguém

deveria fazer uma Oferenda para que aqueles que

estão doentes em sua família possam restabelecer-se

da doença que lhes foi enviada por ofenderem aos

Òrìsá.

II
O nascimento de Osá Meji e as suas primeiras

dificuldades

Estando no orun, um dia Osá Meji fugia de Iyamí

Ochooronga e escondeu-se no ventre da primeira

mulher que encontrou. Ele não sabia que igualmente

corria perigo porque a mulher era membro do culto a

Iyamí Ochooronga (rainha do mundo da feitiçaria).

Quando Osá Meji nasceu, chorava todas as noites, e

ninguém sabia por que o fazia. Apenas começava a

chorar tratavam de tranqüilizá-lo, mas só a sua mãe


conhecia o segredo dele chorar tanto, à exceção de seu

pai que só tratava de acalmá-lo, sem saber a verdade.

O menino chorava para interromper o ritual que

preparava a mãe para sacrificar o seu esposo ao culto

dos feiticeiros. Isto repetiu-se todas as noites até que

Osá Meji cresceu o suficiente para falar. Chegou um

dia em que, em vez de chorar, gritava o nome de Iyamí

Ochooronga, o qual desconcentrava a mãe quando se

dispunha a preparar o ritual de sacrifício. Isto ocorria

no mundo dos sonhos. Uma noite, os feiticeiros


reuniram-se com a mãe de Osá Meji para perguntar-

lhe porque sempre interrompia abruptamente o

sacrifício, e ela explicou que nesse preciso momento, o

seu filho gritava o nome de Iyamí Ochooronga, a

feiticeira maior. A mãe recebeu instruções para que

levasse o seu filho à próxima reunião, onde se faria um

banquete. Chegou o dia da assembléia, onde todos os

feiticeiros haviam colaborado com dinheiro para

realizar o cerimonial sobre as suas cabeças nessa

noite. Todos receberam o ritual, e quando chegou à


vez de Osá Meji, este permitiu que lhe fizessem o

cerimonial, mas não comeu do bode utilizado porque

não havia contribuído para comprá-lo, já que não

pertencia ao culto da feitiçaria. Na manhã seguinte,

Osá Meji despertou e foi onde ter com o seu pai para

contar-lhe sobre o sonho que havia tido e o

aconselhou a que fizesse um cerimonial à sua cabeça

com um bode. Disse-lhe que fazendo-o se curaria, já

que tinha estado doente por muito tempo. O pai


seguiu o conselho do filho e comprou um bode para

fazer a.

cerimônia. Depois de feito o sacrifício, Osá Meji

tomou parte da carne do bode e a colocou numa

frigideira, com azeite, sal e areia do chão, pondo tudo

no fogo. Essa foi a primeira vez que um humano fez

uma oferenda aos Anciãos da Noite. Depois do

oferecimento foram dormir, e no dia seguinte a mãe

não despertou e o pai curou-se.


Posteriormente Osá Meji contou ao pai que sua mãe

era a responsável da sua doença, que ele tinha

contatado com o mundo da feitiçaria através dos seus

sonhos, vendo tudo o que ela fazia. Desde esse dia, as

pessoas sempre respeitaram a Osá Meji e o

convidavam cada vez que faziam um cerimonial à sua

cabeça para que ele o realizasse.

Odù Ofun

I
Asare Ak’Asan foi aquele que criou Ifá para "Olho"

quando ele ia indo para ser sagrado Rei.

Foi-lhe dito que ele deveria sacrificar dois pombos,

dois ovos de galinha, 15 moedas e um pouco de

manteiga vegetal.

Mistura-se a manteiga vegetal com as folhas da planta

"Jenjoko". A esta pasta, mistura-se o sangue de um dos

pombos com os dois ovos nessa mesma mistura e com

o resultado final unta-se o corpo.

"Olho" realizou este sacrifício.


Ifá diz: há alguém para quem a Divindade reservou

um portentoso destino; destino este que afetará toda a

sua família da mesma forma que ninguém pode ver

seus olhos!

E há ainda uma criança a quem a Divindade erguerá a

uma posição muito importante na vida, mas ela

precisará fazer uma Oferenda muito boa para evitar

os inimigos!

II
Ofun era um homem muito bondoso, que só se

aborrecia quando via uma pessoa de preto ou

vermelho. Até seu cabelo e sua barba eram brancos,

embora fosse um homem novo. Ele andava com um

saco nas costas, onde trazia efum, ori e um camaleão,

e andava rezando muito.

Ofun ganhava muitos adeptos, mas todos eram jovens.

O mais velho era ele, e todos os seus seguidores eram

pessoas paupérrimas. Um dia, Ofun sentou-se

embaixo de um pé de baobá, com o seu povo, para


beber a água da árvore. Nesse momento, ele ouviu

uma voz que lhe dizia que na primeira casa em que ele

parasse sacrificasse o camaleão, dissesse a todos para

comer acaçá e obi, e que com a pele do camaleão

fizesse um pó para passar um corpo de todos. A voz

também lhe disse que em algum ponto da estrada

todos iriam ter uma surpresa. Isto tudo Ofun fez.

Quando acabou de fazer tudo isso com o seu povo,

todos começaram e andar e a se sentir felizes. Por

todos os lugares que eles passavam, ganhavam


presentes, trabalho e muito dinheiro. Todos mudaram

de vida, tendo muita paz e harmonia. É por isso que

existem histórias que os mais velhos contam que

quem é regido pelo Odù Ofun nunca morre de fome e,

no final da vida, sempre alcança felicidade, respeito e

dinheiro. Mas com isso não vamos ficar pensando que

podemos ficar sentados num canto esperando que caia

dinheiro e comida do céu.!

III
Orishala por adquirir o costume de embriagar-se, caiu

em desgraça diante de Olofin que, como castigo,

impôs-lhe o descrédito e o desrespeito dos homens.

Por onde passasse, era apontado como ébrio e

irresponsável e as mesmas pessoas que antes lhe

prestavam reverências, agora viraram-lhe as costas e

riam de sua presença de forma irreverente e

zombeteira.

Cansado de tanta humilhação, o Òrìsá resolveu buscar

auxílio no oráculo de Ifá e na consulta surgiu Ofun


Meji que além do sacrifício de praxe, proibiu que

voltasse a se aproximar de emu.

O sacrifício exigido era composto de uma ovelha, duas

galinhas, um eleke de contas brancas, panos brancos e

dezesseis penas de ekÒdíde.

Depois de oferecidos os bichos a Ésù, Orishalá teve

que envolver-se em panos brancos e arrumar as

dezesseis penas ao redor de sua cabeça. Isto foi feito

antes do nascer do Sol e o Òrìsá foi então, com o eleke


no pescoço, colocar-se no alto da montanha que ficava

na entrada da cidade.

Na alvorada, os raios do Sol nascente surgiram por

trás de Orishalá e passando entre as penas causaram a

impressão de que labaredas de fogo saíam de sua

cabeça. Apavorados diante de tal visão, os moradores

da cidade lançaram-se ao chão gritando aterrorizados

"Hekpa Baba!" E todos mantinham os rostos colados

sobre o solo. Foi então que o poderoso Òrìsá, livrando-


se do vício da bebida pôde recuperar o prestígio entre

os homens e as graças de Olofin.

Por este motivo, os filhos de Orishalá têm o emu como

uma das suas principais interdições, não devendo

sequer permanecer onde quer esteja sendo consumido

por seres humanos.

Odù Owarin

Os Babaláwo das cidades de Ido, Ôtún, Oto, Oyá e

Koro foram aqueles que criaram Ifá para o Òrìsá


Òrùnmìlá quando este saiu em jornada, para praticar

a Adivinhação Sagrada na cidade de Oyá.

Foi-lhe, então, dito que ele deveria ofertar dois galos,

um pombo, três obis (nozes de kolla) e um frasco de

óleo de dendê para que sua jornada fosse prOdùtiva e

rendosa. O Òrìsá Òrùnmìlá fez as Oferendas e ele

próprio as conduziu à ribanceira de um rio.

Ifá diz: deveríamos fazer as Oferendas em atenção à

jornada que iremos fazer, a fim de que possamos

trazer para a nossa casa os frutos de nosso trabalho.


II

Owonrin Meji fazia parte do elenco de Odùduwa e

vivia em sua companhia e de seus irmãos, num lugar

lá no alto.

Ele era por demais violento, atacava

indiscriminadamente homens e animais e não

hesitava em abater maldosamente a quem avistasse.

Descontente, Odùduwa mandou chamá-lo à sua

presença mas, temendo ser castigado, Owonrin Meji

refugiou-se sobre a Terra.


Descoberto o esconderijo, Odùduwa ordenou que se

transformasse em Sakpata e que passasse a viver para

sempre na Terra em que vivem os homens e os bichos.

É por isso que, sempre que alguém faz um juramento

sobre Sakpata, deve recolher uma pitada de terra do

chão e engolir.

III

Existem duas qualidades de Sakpata, um chamado

Zunxolu, Rei da Floresta, é selvagem e o outro,

chamado Je-Xolu, Rei das Pérolas, é doméstico. Um


dia, Ofun sentou-se embaixo de um pé de baobá, com

o seu povo, para beber a água da árvore. Nesse

momento, ele ouviu uma voz que lhe dizia que na

primeira casa em que ele parasse sacrificasse o

camaleão, dissesse a todos para comer acaçá e obi, e

que com a pele do camaleão fizesse um pó para passar

um corpo de todos. A voz também lhe disse que em

algum ponto da estrada todos iriam ter uma surpresa.

Isto tudo Ofun fez. Quando acabou de fazer tudo isso

com o seu povo, todos começaram e andar e a se sentir


felizes. Por todos os lugares que eles passavam,

ganhavam presentes, trabalho e muito dinheiro.

Todos mudaram de vida, tendo muita paz e harmonia.

É por isso que existem histórias que os mais velhos

contam que quem é regido pelo Odù Ofun nunca

morre de fome e, no final da vida, sempre alcança

felicidade, respeito e dinheiro. Mas com isso não

vamos ficar pensando que podemos ficar sentados

num canto esperando que caia dinheiro e comida do

céu.!
III

Orishala por adquirir o costume de embriagar-se, caiu

em desgraça diante de Olofin que, como castigo,

impôs-lhe o descrédito e o desrespeito dos homens.

Por onde passasse, era apontado como ébrio e

irresponsável e as mesmas pessoas que antes lhe

prestavam reverências, agora viraram-lhe as costas e

riam de sua presença de forma irreverente e

zombeteira.
Cansado de tanta humilhação, o Òrìsá resolveu buscar

auxílio no oráculo de Ifá e na consulta surgiu Ofun

Meji que além do sacrifício de praxe, proibiu que

voltasse a se aproximar de emu.

O sacrifício exigido era composto de uma ovelha, duas

galinhas, um eleke de contas brancas, panos brancos e

dezesseis penas de ekÒdíde.

Depois de oferecidos os bichos a Ésù, Orishalá teve

que envolver-se em panos brancos e arrumar as

dezesseis penas ao redor de sua cabeça. Isto foi feito


antes do nascer do Sol e o Òrìsá foi então, com o eleke

no pescoço, colocar-se no alto da montanha que ficava

na entrada da cidade.

Na alvorada, os raios do Sol nascente surgiram por

trás de Orishalá e passando entre as penas causaram a

impressão de que labaredas de fogo saíam de sua

cabeça. Apavorados diante de tal visão, os moradores

da cidade lançaram-se ao chão gritando aterrorizados

"Hekpa Baba!" E todos mantinham os rostos colados

sobre o solo. Foi então que o poderoso Òrìsá, livrando-


se do vício da bebida pôde recuperar o prestígio entre

os homens e as graças de Olofin.

Por este motivo, os filhos de Orishalá têm o emu como

uma das suas principais interdições, não devendo

sequer permanecer onde quer esteja sendo consumido

por seres humanos.

Odù Owarin

Os Babaláwo das cidades de Ido, Ôtún, Oto, Oyá e

Koro foram aqueles que criaram Ifá para o Òrìsá


Òrùnmìlá quando este saiu em jornada, para praticar

a Adivinhação Sagrada na cidade de Oyá.

Foi-lhe, então, dito que ele deveria ofertar dois galos,

um pombo, três obis (nozes de kolla) e um frasco de

óleo de dendê para que sua jornada fosse prOdùtiva e

rendosa. O Òrìsá Òrùnmìlá fez as Oferendas e ele

próprio as conduziu à ribanceira de um rio.

Ifá diz: deveríamos fazer as Oferendas em atenção à

jornada que iremos fazer, a fim de que possamos

trazer para a nossa casa os frutos de nosso trabalho.


II

Owonrin Meji fazia parte do elenco de Odùduwa e

vivia em sua companhia e de seus irmãos, num lugar

lá no alto.

Ele era por demais violento, atacava

indiscriminadamente homens e animais e não

hesitava em abater maldosamente a quem avistasse.

Descontente, Odùduwa mandou chamá-lo à sua

presença mas, temendo ser castigado, Owonrin Meji

refugiou-se sobre a Terra.


Descoberto o esconderijo, Odùduwa ordenou que se

transformasse em Sakpata e que passasse a viver para

sempre na Terra em que vivem os homens e os bichos.

É por isso que, sempre que alguém faz um juramento

sobre Sakpata, deve recolher uma pitada de terra do

chão e engolir.

III

Existem duas qualidades de Sakpata, um chamado

Zunxolu, Rei da Floresta, é selvagem e o outro,

chamado Je-Xolu, Rei das Pérolas, é doméstico. Je-


Xolu possuía duzentos cavalos e igual número de bois,

galinhas d’Angola, igbis, galinhas e galos caipiras,

cabritos, cães, gatos e porcos. Era nesta época solteiro

e, todo animal que começasse a criar reprOdùzia-se

abundantemente, mas por proibição de Owonrin

Meji, signo pelo qual veio ao mundo, estava impedido

de abater qualquer animal.

Certo dia um desconhecido, abatido pela fome, bateu

em sua porta e Je- Xolu, não tendo como alimentá-lo,

sacrificou uma galinha, oferecendo-a ao estranho.


No outro dia surgiu outro estranho, ao qual foi

oferecido um cabrito. No outro dia a um terceiro, foi

oferecido um porco, a um quarto, um cavalo e depois,

a um outro, um boi.

Desta forma foi sendo abatido um animal de cada

espécie, até que chegou a vez da galinha d’Angola que,

na hora de ser sacrificada, pôs-se a gritar: "Tu vais me

matar! Tu vais me matar!" Com estes gritos todos os

animais despertaram.
Na manhã seguinte, os animais se reuniram num

lugar secreto e constataram que, de cada espécie,

faltava uma unidade e concluíram: "é isto o que nosso

dono pretende fazer a todos nós, ele nos matará a

todos".

Naquele tempo, Zunxolu nada possuía de seu, nem

jamais fizera qualquer prece a Odùduwa para que o

grande VOdùm dispensasse alguns bens em seu favor.

No dia exato em que os animais pertencentes a Je-

Xolu estavam reunidos, Zunxolu passou pelo local,


havendo se alimentado somente de ervas, por todo o

caminho, cujos restos ia abandonando em seu

percurso.

Os animais vendo as folhas e raízes caídas no chão,

foram seguindo a trilha, acabando por chegar a casa

de Zunxolu que, neste exato momento, tinha diante

de si uma galinha d’Angola que se destinava a um

sacrifício. Vendo a casa invadida por tantos animais,

entre os quais inúmeras galinhas d’angola, Zunxolu

pegando um pouco de oshe- dudu (sabão preto ou


sabão da costa) salpicou de preto sua galinha para que

não se confundisse com as muitas que acabaram de

chegar. É preciso que se saiba que, naquela época, as

galinhas d’angola eram inteiramente brancas. Quando

todos os animais acabaram de entrar em sua casa,

Zunxolu tocou-os todos para dentro de um grande

aposento que possuía, trancando-os. Depois, munido

de um sino, pôs-se a badalar para apressar alguns

animais que pudessem ter se atrasado no caminho.


No dia Seguinte, Je-Xolu dando falta de seus bichos,

resolveu sair para procurá-los e, seguindo as pegadas

chegou a casa de Zunxolu, a quem, depois de saudar,

perguntou: "Todos os meus animais desapareceram,

não terá você visto para onde eles foram?"

"Não, tenho aqui apenas uma galinha d’Angola que

crio para oferecer em sacrifício!" responde o outro,

mostrando sua galinha d’Angola.

Todos os animais presos no quarto, ouviram a

conversa e, apesar de reconhecerem a voz de seu


verdadeiro dono, ficaram bem quietos para não terem

que seguí-lo de volta, correndo o risco de serem

posteriormente sacrificados para servirem de

alimentos para alguém.

Foi assim que Zunxolu ficou com tudo e Je-Xolu sem

nada. É por isto que quando a varíola entra numa casa

não se deve imolar qualquer animal, nem permitir que

corra sangue no chão. Se esta regra não for obedecida,

a fúria da doença será incontrolável e ela


transformando-se em epidemia, se alastrará por todo

o país.

Não se deve violar a interdição de Sakpata.

Odù Ejilasheborá

Eru’ko foi aquele que criou Ifá para eji Iwori, quando

ele ia para a cidade de Oyó. Foi-lhe dito que ele devia

sacrificar dois pombos, dois ovos de galinha e uma

moeda.
Disseram-lhe que ele não se depararia com nenhum

mal onde quer que ele fosse, mas, ao contrário, ele

receberia uma benção.

Ifá diz que não permitirá que vejamos o Mal, no

assunto para o qual se procurou a Adivinhação

sagrada de Ifá.

Por isso, deve-se cantar para espantar o Mal ou o

castigo: "Você não verá o Mal, Iwori Meji!" Houve uma

época em que Aganju reinava sobre uma grande


extensão de terra e Sàngó era seu primeiro ministro,

submetido então às suas ordens.

Formaram então, uma nação muito poderosa, que

havia dominado por força de seus exércitos, a diversos

povos, que tinham que pagar periÒdícamente tributos

de guerra, em forma de todos os tipos de alimentos.

Aganju possuía muitos e fiéis amigos e Sàngó,

mulherengo como ninguém, tinha um grande número

de esposas e concubinas.
PeriÒdícamente, os povos dominados por Aganjú

enchiam barcos com alimentos e enviavam-nos, rio a

baixo, em direção à capital do reino.

Sàngó reuniu um grupo de homens chefiados por um

de sua inteira confiança, encarregando-os de

interceptar os barcos de alimentos destinados a

Aganjú, o que acabou por criar um problema muito

sério.

Interrompido o abastecimento de gêneros

alimentícios na capital, a fome passou a habitar o


palácio real, onde viviam apenas nobres e guerreiros,

que nada prOdùziam e que serviam apenas de

sustentáculo ao sistema estabelecido.

Preocupado com a situação, Aganjú enviou alguns

guerreiros de sua confiança para, de forma secreta,

verificarem o que estava acontecendo. Os homens

foram se espalhando, escondidos por toda a margem

do rio, em determinado momento, viram uma grande

embarcação carregada de quiabos e muitos sacos de

farinha, aproximando-se ao sabor da corrente.


Repentinamente, os homens de Sàngó, chefiados por

um tal Ogan, aproximaram-se da margem do rio e,

esperando que a embarcação se aproximasse,

lançaram cordas de forma que o curso do barco fosse

interrompido. Imediatamente o cargueiro foi puxado

até à margem e ali, depois de descarregado, foi

totalmente destruído para não deixar vestígios do

acontecido.

Perpetrado o roubo, os guerreiros de Aganju

lançaram-se sobre os ladrões que lograram fugir com a


exceção de Ogan que foi capturado e conduzido à

presença do rei. Apresentado ao povo como

responsável pelo desaparecimento da comida, Ogan

foi condenado a tocar Ilú, dia e noite, para que as

pessoas dançassem enquanto cantavam:

Lu manlo, emanlo,

Lu manlo, emanlo!

Mojee mofile

Eni oma mofile,

Mojee mofile!
Tradução: Baila e faz bailar, Baila e faz bailar!

Em pagamento pela comida Que foi consumida

E que nos pertencia!

Foi a partir de então que Sàngó tornou-se rei em suas

terras, libertando- se do poder de Aganjú que, para

poder receber os alimentos a que tem direito, deve

usar dos atributos de Sàngó, uma vez que tudo o que

lhe é endereçado, passa primeiro diante deste Òrìsá.

Odù Oyeku – Eji Ologban

I
Agada foi aquele que criou Ifá para Olasumogbe,

quando ela estava chorando e se lamentando por não

ter descendência.

Foi-lhe dito que ela devia sacrificar uma cabra, os

pelos do rabo de um cavalo, uma roupa tecida em casa

e onze moedas.

Olasumogbe ofereceu o sacrifício prescrito.

Foi-lhe dito, então, que ela deveria fazer um segundo

sacrifício, para que ela também pudesse viver o


suficiente e ver o seu filho receber um título

honorífico.

Pouco tempo depois, Olasumogbe engravidou e teve

um menino. Quando ele cresceu, foi nomeado

sacerdote supremo do Imolê Osara.

No dia em que ele foi receber este título, começou a

chover muito forte.

Mas ele desejava parar para cumprimentar sua mãe,

pois, quando um chefe é empossado, deve andar pela


cidade acompanhado de seus seguidores e amigos,

visitando e cumprimentando parentes e autoridades.

A chuva começou a cair e a bater fortemente no chão

e, então, o filho de Olasumogbe começou a cantar:

-"Olasumogbe, eu não posso parar para ver você; mas,

apesar da chuva e de estar nela, eu conheço o Rei!"

A partir desse dia, o povo da região de More canta este

canto no festival em honra dos Imolê Osara e Oloxé.

Ifá diz que esta é a mulher que deseja filhos e que, se

ela fizer os sacrifícios, ela terá um filho.


E ela viverá para ver seu filho receber um título

honorífico e poder. Patakí sobre a luta entre Oyekú e

Eyiogbe depois da criação do mundo

Quando a terra foi criada pela tríade divina

OlOdùmare-Olofin-Eledá, não existia nada. Nesse

tempo foi entregue o comando do mundo a Oyekú por

ser o maior dos 16 reis de Ifá.

Durante o reinado de Oyekú tudo era silêncio e

obscuridade, só deambulavam pelo mundo Ikú e os

espíritos não evoluídos, o primeiro criado por


OlOdùmare. Com o passar do tempo a terra já

cansada de não evoluir devido à presença do nada e

desses espíritos que não avançavam, decidiu fazer um

ebó, com o qual conseguiu que Olorún (o sol) a

escutasse e a atraísse para perto dele. Isto teve como

conseqüência que aparecesse pela primeira vez sobre a

terra a luz do sol, com a qual chegou Eyiogbe a nosso

planeta, que era claridade e luz, tudo ao contrário de

Oyekú.
Desta forma Oyekú foi destronado por Eyiogbe que se

converteu no primeiro dos reis de Ifá passando Oyekú

a ser o segundo. Tal foi a soberba de Oyekú que se

dirigiu ao castelo de Olofin a queixar-se pelo sucedido

e a informá-lo que Eyiogbe criava vida mas também a

destruía rapidamente devido a que o sol aquecia a

terra constantemente queimando tudo o que existisse

e secando mares e rios.

Olofin vendo de que isto era verdade e mediando para

que cessasse a disputa entre os dois reis, proclamou


que metade do tempo fosse reinado por Eyiogbe e a

outra metade por Oyekú, nascendo assim o dia e a

noite.

Odù Ika – Ika Ori

Opopo da linhagem da Casa de Ila e Ope Kêkêrê foram

aqueles que criaram Ifá para a população da cidade de

Ilabesan, no dia da morte de seu rei.

Foi-lhes dito que eles precisariam capturar um

Elefante, para com ele fazer um sacrifício. Mas,


entretanto, todos os caçadores da cidade falharam na

tentativa de capturar um Elefante.

Então, apresentou-se a Tartaruga dizendo que ela

capturaria um Elefante para a cidade. Desta forma, ela

reuniu uma grande e variada quantidade de bons

alimentos e com eles saiu à procura de um Elefante. E,

ao deparar-se com ele, foi-lhe logo dizendo: -"Estes são

os alimentos que você, Elefante, haverá sempre de

comer se vier comigo até à cidade para que o façamos


nosso rei, porque o anterior morreu e você é aquele

que o povo deseja para nosso rei!"

Quando o Elefante ouviu isto, aquietou-se, ficou feliz e

seguiu a Tartaruga que cantava pelo caminho de volta

à cidade:

-"Eis aí o Elefante e o faremos nosso rei."

E, assim, a Tartaruga cantou até que os dois se

aproximaram da cidade.

Quando eles entraram na cidade, a população

começou a aclamar a Tartaruga aos gritos de "Yé! Yé!


Yé!", assustando o Elefante, mas a Tartaruga

encorajou-o dizendo: -"Você não percebe que a

população está feliz em vê-lo?"

Mas os receios do Elefante eram bem fundados, pois a

população da cidade, seguindo as instruções da

Tartaruga, havia cavado um profundo fosso,

cobrindo-o com uma enorme esteira para dissimular a

armadilha. Assim, a população convidou o Elefante

para que se assentasse na esteira, porque ela era o

trono que o esperava.


O Elefante assim o fez e projetou-se no fosso

profundo. Quando a população viu que o Elefante

caíra na armadilha, precipitaram-se e mataram-no

com suas lanças.

E foi assim que a Tartaruga proporcionou à população

da cidade de Ilabesan, o sacrifício de um Elefante e,

daí em diante, as coisas transcorreram pacificamente

nessa cidade.

Ifá nos diz: há alguém cujo destino o colocará em uma

importante posição, mas, aquele que irá ajudá-lo,


aparecerá subitamente e será alguém de quem não se

supunha que pudesse ajudar na questão. Odù IRETE

MEJI – Obe Ògúndá

Sacrificaram Igun para Ifá no Tabuleiro da Casa de

Alara.

Sacrificaram AwÒdí para Ósé no Tabueiro da Colina

de Ijeró.

Sacrificaram Atioro para Ògúm, o Senhor da Faca do

sacrifício.
Aquele que tira a água é que destrói a casa do peixe.

Aquele que corta a madeira é que destrói a casa do

pássaro.

Oh! Grande Divindade que sabe vencer maus

encantamentos: se queremos comer muito bem, fecha-

se muito bem a porta.

Foi criado o jogo para Òrùnmìlá, quando ele ia ao

palácio do rei da cidade Alade para saudá-lo:

-Bom dia, majestade: acordou bem?

-Bom dia, Òrìsá Òrùnmìlá – saudou-o o Rei!


Texto extraído de : "Ifá – O Òrìsá do Destino" –

mestre Itaoman

II

"SURÙ NI BÀBÁ ÌWÁ..."

"PACIÊNCIA É O PAI DO CARÁTER...”.

“Quantias de temperamento descontrolados estão

sobre os seres humanos”...

Paciência é o pai de todo caráter.

Um ancião que é paciente, tal um ancião desejará por

último...
Eles envelhecerão...(não morrerão jovens).

Eles desfrutarão a vida de Ifá, se gostarão como mel

(viverão felizes, doce= alegria).

Esta é a declaração do oráculo à Sangue,

Ao acompanhar um novo nascimento de um bebê, à

palavra do àiyé. O Oráculo declarou para Lamentar,

acompanhar um novo nascido ao àiyé.

Eles também declararam a Risada, a acompanhar um

novo nascido ao àiyé.


Eles falaram igualmente com Paciência, para

acompanhar o novo nascido ao mundo.

No orùn, um novo bebê estava a ponto de proceder no

mundo (àiyé).

Sangue, Lamentando, Risada e Paciência planejaram

acompanha-lo em seu nascimento no àiyé.

Os quatro deles procederam então para a casa do Awo

mencionada acima para consulta.

Eles quiseram saber se a viagem deles ao àiyé como

bebê seria frutífera e recompensadora a eles.


O Awo(segredo) os assegurou que eles seriam

respeitados, honrados e seriam reconhecidos no

mundo. Aconselharam-lhes oferecer sacrifícios de

forma que eles seriam outorgados Honra e Respeito

imediatamente quando eles chegassem no àiyé.

Eles também iriam oferecer outro sacrifício de forma

que o Respeito e Honra lhes daria no primeiro dia da

chegada deles no àiyé sempre suportaria (viveriam).

Só Sangue e Lamentando ofereceram os sacrifícios

para eles serem outorgados Honra e Respeito,


imediatamente eles chegaram em terra enquanto

nenhum deles aborreceu para oferecer o outro

sacrifício. Sangue trouxe os materiais de sacrifício

primeiro.

O sacrifício de Sangue buscou santificar que sem ele,

nenhum humano teria uma semente. Eles também

abençoaram que Sangue sempre anunciaria a chegada

de um novo nascido no mundo. Todos sancionaram as

bênçãos e disseram: Àse!

Lamentando logo trouxe os próprios materiais dele.


O sacrifício ele buscou santificado que sem Lamentar,

a fruta do humano (o bebê) não será útil a eles. O

poder divino sancionou a bênção. Desde que Risada e

Paciência não ofereceram nenhum sacrifício, ao novo

nascido no mundo.

Retifique à bênção do Awo, Sangue anunciou a

chegada do bebê nascido novo. Quando a mãe do bebê

entrou em trabalho de parto, ela viu sangue primeiro.

Imediatamente isto foi visto e a expectativa de todo o

mundo era ao redor desta que o bebê estava a ponto


de nascer. Todo o mundo estava esperando a chegada

do bebê no mundo.

Imediatamente quando o bebê chegou no mundo,

começa a Lamentar. Quando esses ouvem o chorando

ao redor, todos eles começaram a cantar e dançar,

felicitando os pais do bebê.

A bênção do Awo diz que sem Lamentar, a fruta

(bebê) de seres humanos não seria útil, não tinha

vindo verdadeiro. Se o bebê não lamentasse

imediatamente quando chegou ao mundo, seria


assumido que o bebê estava morto. Ninguém estaria

contente se o bebê não Lamentou.

Além disso, se uma mulher não tinha começado a ver

sangue em forma de menstruação, ela não poderá

intrOdùzir fruta(filhos).

Se um novo nascido estava sentindo algum

desconforto, estava terminado, Lamentando que para

isto foi mostrado. Sem Lamentar, não poderia ser feita

nenhuma tal suposição. Por conseguinte, seres

humanos dependem de Sangue e Lamentando no


desempenho de suas funções declararam acima

porque ambos tinham oferecido sacrifícios para ser

outorgado Honra, Respeito e Reconhecimento

imediatamente quando eles chegaram no mundo. Mas

como eles não ofereceram sacrifício para a Honra

sempre suportar, a significação deles não foi além

daquela fase.

Enquanto isso, tipo de Honra começa determinado a

Sangue e Lamentando, decidido voltar ao Awo para

oferecer o próprio sacrifício dele.


Disseram-lhe dobrar os sacrifícios que foram feitos

através de Sangue e Lamentando para ser outorgado a

honra, respeito e reconhecimento. Ao redor este

tempo concordou ele. O sacrifício à Risada buscou;

santificada que enquanto em terra, seria achada onde

todo o mundo está contente, onde as pessoas tinham

alcançado grande sucesso, onde qualquer coisa boa

estava acontecendo à pessoas. Risada procedeu para o

mundo para se encontrar até os dois primeiros,

Sangue e Lamentando.
Paciência ofereceu sacrifícios como prescrito. Até lá o

bebê tinha começado a aprender a caminhar. O bebê

estava com pressa em dominar como caminhar. Caiu

abaixo.

Os pais acautelaram isto para ser paciente. Depois que

tinha dominado como caminhar, começou corrida.

Caiu abaixo. Os pais acautelaram isto para ser

paciente. Todas as coisas que o bebê quis fazer,

paciência ficou muito dominante na vida do bebê.


Havia paciência caminhando, enquanto comendo,

correndo, falando, saltando, etc. O mais velho o bebê

cresceu, o mais dominante era Risada e Paciência. Por

outro lado, quanto mais o bebê cresceu, ambos Sangue

e Lamento menos desejados se tornaram.

Isto é porque Risada e Paciência ofereceram ambos os

sacrifícios para eles ser outorgado honra, respeito e

reconhecimento e para estes atributos sempre durar.

A partir daquele dia, todos os seres humanos rezaram

para eles não irem para céu com os mesmos meios que
eles chegaram ao mundo por Sangue e Lamentando.

“A oração era para eles devolverem com Risada e

Paciência.”

Como diz Ifá: Suurù ni bàbá ìwá, não há caráter sem

suurù, pois paciência é o pai do caráter.

Assim fala Ifá. Iré O!

AIRÁ X XANGÔ .

.Airá era um Orixá no fundamento de Xangô, Airá era

considerado um de seus servos de confiança e segundo


uma de suas lendas, Airá, tentou instaurar um atrito

entre Oxalá e Xangô, graças a isso Airá deve ser

tratado de forma diferente de Xangô e seu

assentamento deve ficar na casa de Oxalá. Por essa

rivalidade com Xangô, não se deve coloca-los juntos

jamais na mesma casa nem podendo Airá ser posto em

cima do pilão de duas bocas, pois provoca a ira de

Xangô. Sua cor é o branco e seus ornamentos são

prateados.
Airá é um Orixá relacionado a família do raio mas é

relacionado ao vento, seu nome pode ser traduzido

como redemoinho. Redemoinho é o fenômeno que

mais se assemelha a um furacão em território

Africano. Airá então pode ser louvado como a

divindade que rege o encontro dos ventos.

Em território africano, não existe registro ou relatos

de pessoas regidas ou iniciadas para ele, onde ele é

cultuado, o culto predominante é o de Nanã e de


Obaluaiê, já que Savé é uma região que fica em

território Jeje.

Pouco se sabe sobre o nascimento ou surgimento de

Airá e por esta razão muitos atribuem sua filiação à

Iemanjá e a Oraniã, assim como Xangô e Aganjú.

No Brasil, Airá é visto, erroneamente, como uma

qualidade de Xangô. Airá é visto como uma face mais

amena e pacífica de Xangô. Hoje, com a falta de

conhecimento, muitos zeladores preferem iniciar uma

pessoas de Airá do que de Xangô, na realidade está


cada vez mais difícil encontrarmos filhos de Xangô,

em sua grande maioria, os filhos de Xangô estão sendo

iniciados em outros Orixás.

Ao contrário de Xangô, Airá não é um Orixá rei nem

possui o carácter, punitivo e colérico. Este caráter

mais ameno, pode ser evidenciado em uma de suas

cantigas que diz:

"A chuva de Airá apenas limpa e faz barulho como um

tambor".
Airá zela pela paz e pela justiça de forma

incondicional, ao contrário de Oxalá que representa a

paz, Airá a estabelece e possui uma ação muito mais

direta em sua imposição, Airá pode ser qualificado

como um sentinela de Oxalá, ou melhor, de Oxalufã e

seria ele, Airá, quem estabelece sua vontade.

Apesar de Ayra ser considerado por muitos como uma

qualidade ou caminho de Sango, não é. Ayra era, como

contam alguns itans, um dos súditos de Sango, talvez

um de seus escravos, que a pedido do rei, acompanhou


Obatala até sua casa após uma visita às terras de

Sango. Obatala, apreciando muito a companhia de

Ayra, requisitou que ficasse para sempre com ele.

Ayra passa a viver com Obatala se adaptando aos

gostos do Pai. Diferentemente de Sango, Ayra não

come azeite de dende e veste-se totalmente de branco.

Três caminhos de Ayra são conhecidos, Igbona, Intile

e Adja Osi, sendo o primeiro mais ligado a Sango e tem

como símbolo as fogueiras.


Ayra é o verdadeiro Oba Koso, tendo ganhado este

posto em certa ocasião, quando Sango o pede para

buscar a coroa que estava guardada na casa dos

mortos por Oya, que temia por seu amado em ocupar

o trono de Koso. Para entrar na casa dos mortos, Ayra

se utiliza do Agere, que consistia em uma vasilha

contendo bolas de algodão embebidas com dendê em

chamas que Ayra tirava uma a uma e as colocava na

boca, com isso ele conseguia enxergar e localizar Ade

Baiyani, que era o nome desta coroa, ela só podia ser


carregada sobre a cabeça, e ela escolhia em que cabeça

queria ficar, Ayra após levar Ade Baiyani até Sango,

este não consegue suporta-la sobre sua cabeça, e a

devolve a Ayra, neste momento o povo de Koso

ovaciona Ayra como o novo rei. Cantando: Oba Koso

Ayra e Ayra inan

Oba Koso Ayra e Ayra inan

Títulos de Airá

Intilè - veste branco e é ligado a Yemanja Sobà e Osun

Karé. Foi ele quem carregou Oxàlúfan nos ombros e


tentou coloca-lo contra Xàngó , dizendo que ele teria

passado os sete anos na prisão por culpa de seu filho,

Xàngó. Por isto existe uma kizila entre Ayrà e Xàngó ,

não podendo Ayrà ser posto em cima do pilão , pois

provoca a ira de Oxàlúfan. Come com Exù. É o filho

rebelde de Obatalá. Ayrá Intilé foi um filho muito

difícil, causando dissabores a Obatalá.

Um dia, Obatalá juntou-se a Oduduwa e ambos

decidiram pregar uma reprimenda em Intilé. Estava

Intilé na casa de uma de suas amantes, quando os dois


velhos passaram à porta e levaram seu cavalo branco.

Ayrá Intilé percebeu o roubo e sabedor que dois

velhos o haviam levado seu cavalo predileto, saiu no

encalço. Na perseguição gritava e esbravejava quando

encontrou Obatalá. O velho não se fez de rogado,

gritou com Intilé, exigindo que se prostrasse diante

dele e pedisse sua benção. Pela primeira vez Airá Intilé

havia se submetido a alguém. Airá tinha sempre ao

pescoço colares de contas vermelhas. Foi então que

Obatalá desfez os colares de Airá Intilé e alternou as


contas encarnadas com as contas brancas de seus

próprios colares.

Obatalá entregou a Intilé seu novo colar, vermelho e

branco. Daquele dia em diante, toda terra saberia que

ele era seu filho. E para terminar o mito, Obatalá fez

com que Airá Intilé o levasse de volta a seu palácio

pelo rio, carregando-o em suas costas. Neste caminho

apresenta características que dá a seus filhos um ar

altivo e de sabedoria, prepotente, equilibrado,

intelectual, severo, moralista, decidido.


Igbóna - É um título de Airá que significa floresta de

fogo, faz referência ao ato da fogueira em que Airà a

acendia em reverência a Xangô. É considerado o pai

do fogo, tanto que na maioria dos terreiros, no mês de

junho de cada ano, acontece a fogueira de Airá, rito

em que Ibonã dança acompanhado de Iansã, pisando

as brasas incandescentes. Conta o mito que Ibonã foi

criado por Dadá, que o mimava em tudo o que podia.

Não havia um só desejo de Ibonã que Dadá não

realizasse. Um dia Dadá surpreendeu Ibonã


brincando com as brasas do fogão, que não lhe

causavam nenhum dano. Desde então, em todas as

festas do povoado, lá estava Airá Ibonã, sempre

acompanhado de Iansã, dançando e cantando sobre as

brasas escaldantes das fogueiras. Neste caminho

apresenta características onde seus filhos têm espírito

jovem, perigoso, violento, intolerante, mas são

brincalhões, alegres, gostam de dançar e cantar.

Adjàosì - É o eterno companheiro de Oxaguiã. Um dia,

passando Oxaguiã pelas terras onde vivia Airá Osi,


despertou no jovem grande entusiasmo por seu porte

de guerreiro e vencedor de batalhas. Sem que Oxaguiã

se desse conta, Airá trocou suas vestes vermelhas

pelas brancas dos guerreiros de Oxaguiã, misturando-

se aos soldados do rei de Ejibô. No caminho

encontraram inimigos ao que Osi, medroso que era,

escondeu-se atrás de uma grande pedra. Oxaguiã

observava a disputa do alto de um monte, esperando o

momento certo de entrar nela, mas, para sua surpresa,

percebeu que um de seus soldados estava de cócoras,


escondido atrás da pedra. Sorrateiramente Oxaguiã

interpelou seu soldado e para sua surpresa deparou-se

com Airá que chorava de medo, implorando seu

perdão, por haver enganado o grande guerreiro

branco. Oxaguiã, por sua bondade e sabedoria,

compadeceu-se de Airá Osi. No entanto, como

punição pela mentira de Airá, decidiu que naquele

mesmo dia o jovem voltaria à sua terra natal vestindo-

se de branco e nunca mais usaria o escarlate, devendo

dedicar-se a arte da guerra para poder seguir com ele


em suas eternas batalhas. Seus filhos são considerados

jovens guerreiros, lutam pelo que querem, mas as

vezes deixam-se enganar pela impetuosidade. São

calmos, não tidos a trabalhos intelectuais, são

amorosos, alegres e sentimentais.

Módè, Mófè ou Álàmódè - É um título de Ayrá. É

considerado o pai das águas quentes, pouco difundido

nos terreiros, este Aiyra vem acompanhado de Osun

Iyponda. Conta o mito que Modé vestiu-se de Osun

para ser confundido durante uma busca para prende-


lo, sendo assim, geralmente ele é cultuado sendo

"Iyagba", seus animais são fêmeas e seus filhos

geralmente mais delicados, ardilosos que choram com

facilidade para chegarem ao seu alcance.

Lojó - Título que faz referência à chuva.

Óbómìn, Bómìn ou Ygbómìn - mais um título de Airá.

É bom, conselheiro, dono da verdade, reina nas águas

junto com Oxun foi ele que Oxalá transformou em seu

primeiro ministro. Não faz nada sem perguntar a

Oxalá.
Orégedé – Muito guerreiro ele também lutou contra

Ogun. Etinjà - Depende de Ogun para caminhar, é

guerreiro e cruel.

Normalmente confundido com Xangô, no Brasil, na

verdade é deve ser considerado como uma divindade

individual. Pouco se sabe sobre seu culto ou seus ritos,

desta forma, passou a ser enxergado como uma

qualidade de Xangô. Airá não é de origem Iorubá e seu

culto está restrito à região de savé em território Jeje,

talvez por esta razão seu culto não tenha


expressividade já que nesta região os cultos

predominantes são os de Oxumarê, Obaluaiê e de

Nanã. É incrível o quanto no Brasil as pessoas

transmitem abominações. Alguns sacerdotes sem

conhecimento chegam a afirmar que Airá seria irmão

de Xangô, quando na verdade não existe nada que

fundamente esta afirmação. Não se sabe ao certo sua

ascendência por isso Airá é considerado como filho de

Iemanjá e Oraniã, assim como Xangô e Aganjú. Em

um contesto geral, Airá é considerado como um Orixá


Funfun, ou seja, um Orixá que veste branco. É

considerado uma divindade de caráter mais passivo,

seus fundamentos são relacionados aos elementos

água e ar, mas no Brasil, devido a associação com

Xangô lhe atribuíram ligação ao elemento fogo. Airá

possui uma ligação muito maior com Oxalá do que

com Xangô e na verdade tudo o que for oferecido a ele

não pode conter o sal, o dendê e jamais deve ter seus

assentamentos colocados sobre o pilão. Isso acarreta a

cólera dos Orixás. Suas comidas votivas não são


temperadas com dendê, e sim com banha de ori

africana. Come ebô, ejá e quiabo.

Segundo um mito, criado no Brasil, Oxalá

permaneceu injustamente preso durante sete anos no

reino de seu filho, Xangô, sem que este soubesse do

fato. Grandes calamidades ocorreram em todo o reino

devido a essa injustiça e quando Xangô finalmente

descobriu o que havia acontecido com o próprio pai,

resgatou-o da prisão e ordenou que fossem


organizadas grandes festas em todo o reino, em sua

homenagem.

No entanto, Oxalá estava muito alquebrado e

entristecido. Apesar de toda a atenção que recebeu, a

única coisa que desejava era retornar ao seu próprio

reino, em Ifé, onde sua esposa Iemanjá o aguardava.

Xangô não podia acompanhá-lo e pediu que Airá o

fizesse em seu lugar.

Foi assim que Airá tornou-se servo de Oxalá, pois a

viagem foi muito longa já que Oxalá andava muito


devagar (conta-se também que Airá carregava Oxalá

nas costas) pelo fato de ainda estar se recuperando

dos ferimentos que adquirira durante os sete anos de

prisão.

Durante o dia, eles caminhavam. À noite, Oxalá sentia

frio e precisava descansar, assim, Airá passava longas

horas contando-lhe histórias do povo de Oyó.

Observação: No Brasil, devido aos festejos de São João,

criou-se uma tradição de se acender uma fogueira em

homenagem a Xangô e a Airá. Na realidade esse ato


não existe na África isso foi absorvido dos festejos de

São João. A cerimônia que ocorre na África é o Ajerê

de Xangô, cerimônia em que o iniciado de Xangô em

Oyó carrega um jarro com inúneros orifícios e

carregado com fogo sobre sua cabeça. Este ato é

representado pelo próprio machado de Xangô.

XANGÔ BARU NÃO COME QUIABO . .Porque Baru

não come quiabo

Ele era muito brigão. Só vivia em atrito com os outros.

Ele é que era o valente. Quem resolvia tudo era ele.


Xangô Baru era muito destemido, mas, quando ele

comia quiabo, que ele gostava muito, lhe dava muita

sonolência. Dormia o tempo todo! E pôr isso perdeu

muitas contendas, pois quando ele acordava, já tudo

tinha acabado.

Então, resolveu consultar um oluô, que lhe disse:

- Se é assim, deixa de comer quiabo.

- Eu deixar de comer o que eu mais gosto? –

respondeu Xangô Baru.


- Então, fique por sua conta. Não me incomode mais!

Será que a gula vai vencê- lo? - perguntou o oluô.

Xangô baru foi para casa e pensou :

- Eu não vou me deixar vencer pela boca. Vou voltar lá

e perguntar a ele o que faço, pois o quiabo é meu prato

predileto.

E saiu no caminho da casa do oluô, que já sabia que ele

voltaria. Lá chegando, disse: - Aqui estou. Me diz o

que eu vou comer no lugar do quiabo.


- Aqui neste mocó tem o que você tem que comer. São

estas folhas. Você temperando como quiabo, mata sua

fome – lhe mostrou o oluô.

- Folha?! – perguntou Xangô Baru.

- Sim – respondeu o oluô – Tem duas qualidades, uma

se chama oyó e a outra, sanã. São tão boas e gostosas

quanto o quiabo.

Xangô Baru foi para casa e preparou o refogado, e fez

um angu de farinha e comeu. Gostou tanto, e se sentiu

tão bem e tão fortalecido, e não teve mais aquele sono


profundo. Aliás, ele se sentiu bem mais jovem e com

mais força. E não ficou com a sonolência que o quiabo

lhe dava. Aí ele disse:

- A partir de hoje, eu não como mais quiabo. Daí a sua

quizila com o mesmo

OLORUM .

.Há um lugar definido, fora desta terra, para onde os

falecidos vão. O nome utilizado para este lugar é Òrun

que, num sentido geral, significa Céu, o lugar onde

Olódùmarè, os Òrísàs e os espíritos diversos habitam.


A denominação de todos esses habitantes do Òrun é

"araòrun", cuja principal diferença entre eles e os

"araàiyé", habitantes da terra, é a de que aqueles não

necessitam do "èmí", a respiração, para sobreviver, no

dizer de J. E dos Santos “o òrun é todo espaço abstrato

paralelo ao àiyé; outros alegam que o òrun é muito

longe, sendo pôr isso que o recém – morto tem que

adquirir energia, consumido a comida e a bebida

oferecidas durante as cerimônias fúnebres, antes da

ida para a longa viagem. Para uma conclusão lógica da


localização do òrun, devemos nos fixar no seguinte: se

Olódùmarè é a origem desta alma que continua a

viver depois da morte, ela forçosamente irá regressar à

sua origem. O òrun é dividido em outros tantos

espaços para acomodar todos os tipos de espíritos. São

em número de nove, segundo as tradições, embora

tenhamos conseguido relacionar apenas oito, com

denominações diversas e condizentes com suas

finalidades: "Òrun Rere", o bom lugar, para aqueles

que foram bons durante a vida: "Òrun Àlàáfíà", o local


de paz e tranquilidade; "Òrun funfun", òrun do

branco e da pureza; "Òrun Bàbá Eni", o òrun do pai

das pessoas; "Òrun Aféfé", o espaço da aragem, local

de correção, onde os espíritos permanecem e tudo é

corrigido, e lá ficarão até serem reencarnados; "Òrun

Ìsàlú ou Àsàlú", local onde são realizados os

julgamentos; "Òrun Àpàádi" o òrun dos “cacos”, do

lixo celestial, das coisas quebradas, impossíveis de

reparar e de serem restituídas à vida terrestre através

da reencarnação; "Òrun Burúkú", o mau espaço,


quente como pimenta e destinado às pessoas más.

Alguns dos òrun relacionados se equivalem pela

finalidade que possuem, os mortos são encaminhados

a um desses espaços após o fator decisivo do

julgamento divino, pois, na realidade, o julgamento

ocorre durante todo o tempo de vida da pessoa na

terra. As divindades contrárias ao mal acompanham

as pessoas em sua vida diária e dão a sua punição; o

juízo final fica a cargo de Olòdùmarè, decidindo quais

são os bons e quais são os maus, e os encaminham


para os respectivos òrun. O julgamento é baseado nos

atos praticados na terra e devidamente registrados no

orí inú, que retorna para Olódùmarè. A maneira como

é feito julgamento pode ser entendida através do

seguinte provérbio:

"Todas as coisas que fazemos na terra

Damos conta, de joelhos no céu".

Somente quando se é absolvido pôr Olódùmarè é que

se tem a oportunidade de reunir – se com seus

ancestrais, podendo – se reencarnar e renascer dentro


da mesma família. Se alguém porém é condenado vai

para o Òrun Àpáàdi, onde irá sofrer com maus.

Quando finalmente for libertado, não terá

oportunidade de viver uma vida normal e será

condenado a errar, pôr lugares solitários, comendo

alimentos intragáveis. Isto é lembrado em trechos de

palavras de despedida a uma pessoa que morreu:

"Não coma centopéias

Não coma vermes


Coma as coisas boas que ele come no céu Coma com

ele"

OXALUFAN X CRIAÇÃO . .Oxalá e o saco da criação

Olodumaré entregou a Oxalá o saco da criação para

que ele criasse o mundo. Essa missão, porém, não lhe

dava o direito de deixar de cumprir algumas

obrigações para outros Orixás e Exu, aos quais ele

deveria fazer alguns sacrifícios e oferendas.

Oxalá pôs-se a caminho apoiado em um grande

cajado, o Paxorô. No momento em que deveria


ultrapassar a porta do Orun, encontrou-se com Exu

que, descontente porque Oxalá se negara a fazer suas

oferendas, resolveu vingar-se, e provocou-lhe uma

sede intensa. Oxalá não teve outro recurso senão o de

furar a casca de um tronco de um dendezeiro para

saciar sua sede.

Era o vinho de palma também conhecido como

("emu" e "oguro") o qual Oxalá bebeu intensamente.

Bêbado, não sabia onde estava e caiu adormecido.

Apareceu então Olófin Odùduà, que vendo o grande


Orixá adormecido roubou-lhe o saco da criação e, em

seguida, foi à procura de Olodumaré para mostrar o

que achara e contar em que estado Oxalá se

encontrava.

Olodumaré disse então que “se ele está neste estado vá

você a Odùduà, vá você criar o mundo”. Odùduà foi

então em busca da criação e encontrou um universo

de água, e aí deixou cair do saco o que estava dentro.

Era terra. Formou-se então um montinho que

ultrapassou a superfície das águas.


Então ele colocou a galinha cujos pés tinham cinco

garras. Ela começou a arranhar e a espalhar a terra

sobre a superfície da água; onde ciscava, cobria a água,

e a terra foi alargando cada vez mais, o que em yoruba

se diz Ile`nfê, expressão que deu origem ao nome da

cidade Ilê-Ifê.

Odùduà ali se estabeleceu, seguido pelos outros

Orixás, e tornou-se, assim, rei da terra.

Quando Oxalá acordou, não encontrou mais o saco da

criação. Despeitado, procurou Olodumaré, que por


sua vez proibiu-o, como castigo a Oxalá e toda sua

família, de beber vinho de palma e de usar azeite de

dendê. Mas como consolo lhe deu a tarefa de modelar

no barro o corpo dos seres humanos nos quais ele,

Olodumaré insuflaria a vida.

O REI DA NAÇÃO KETU. E SUAS QUALIDADES .

.Filho de Yemonja e Oxalá é o deus da caça e vive nas

florestas, onde moram os espíritos dos antepassados.

Tem a virtude de dominar os espíritos da floresta.


Na África era a principal divindade de Ilobu, onde era

conhecido pelo nome de Irinlé ou Inlé, um valente

caçador de elefantes. Conduziu seu povo de Ilobu a

guerra e os ensinou a arte de guerrear, permanecendo

até hoje nesta cidade.

Ocupa um lugar de destaque nos Candomblés em

Salvador, isto porque é o patrono de todos os terreiros

tradicionais.

Oxóssi é o único Òrixá que entra na mata da morte,

joga sobre si uns pós-sagrados,


avermelhados, chamados Arolé, que passou a ser um

de seus dotes. Este pó o torna imune à morte e aos

Eguns.

Sendo ele um rei, carrega o iruquere (espanta moscas)

que só era usado pelos reis africanos, pendurado no

saiote.

QUALIDADES ÍBUÀLÁMÒ – ÍNLÈ –

DANA DANA – AKUERAN – OTIN –

KÒIFÉ -

KÀRÉ –
ÍNSÈÈWÉ ou Oni Sèwè –

ÍNKÚLÈ ou Oni Kulé-

ÌNFAMÍ ou Infaín Odé

AJÉNÌPAPÒ-

Odé Orélúéré-

Poderemos encontrar ainda: Odé Etetú; Odé Edjá, Odé

Isanbò, Odé Ominòn, Odé Oberun’Já.

OTOKÁN SÓSÓ – Embora muitas vezes seja citado

como uma qualidade, não é qualidade, é um oríkì que

significa o caçador que só tem uma flecha . Ele não


precisa de mais nenhuma flecha porque jamais erra o

alvo.

Título que Oxóssi recebeu ao matar o pássaro de

Ìyámi Eléye. Não fazendo parte do rol dos caçadores

que possuíam várias flechas, Oxóssi era aquele que só

tinha uma flecha. Os demais erraram o alvo tantas

vezes quantas flechas possuíam, mas, Oxóssi com

apenas uma flecha foi o único que acertou o pássaro

de Ìyámi, ferindo-o com um tiro certeiro no peito.


Por essa razão é que ele não recebe mel, pois o mel é

um dos elementos fabricado pelas abelhas, que são

tidas como animais pertencentes a Oxum, mas,

também às Ìyámi Eléye.

Então, é èèwò (proibição) para Oxóssi. Por essa razão

também, é que se dá para Oxóssi o peito inteiro das

aves, como reminiscência desse ìtàn.

Opaxorô
O Opaxoro é um objeto indispensável na

indumentária do Orixá Òosáála e na construção do

igba Òosáálufon.

Simboliza a criação do mundo, do homem e a

paciência dos anciãos, servindo de apoio para

locomoção deste grande orixá que é o mais velhos de

todos e considerado o Pai da criação.

Opaxorô é um apetrecho da cultura Nago-vodum em

forma de "cajado", feito do CIPÓ de uma planta

chamada ( glyphaca lateriflora abraham ) ou de


METAL prateado numa forma estilizada, inerente ao

Orisá Òosáála.

Òosalufon,com seu Cajado ou Opaxoro, separou a

Terra e o céu, que, no início dos tempos, estavam no

mesmo nível de existência. Os três pratos, que fazem

parte do cajado, simbolizam a sua supremacia sobre

os mundos dos seres humanos, dos Eguns (paralelo) e

dos Orixás.

O pássaro, que está pousado na ponta do Opaxoro, é

um mensageiro que faz a ligação entre esses mundos.


Com esses pratos, Oxalá carrega e distribui o alimento

sagrado para todos os seres humanos e encantados. Os

PINGETES, que estão presos a eles, simbolizam os

presentes que lhe eram ofertados nos diferentes

lugares por onde passou em suas caminhadas pelo

mundo.Esse orixá,Assim como Nanan,é bem-vindo

em todos os reinados.

OBI = NÃO USADO NOS FILHOS DE XANGÔ.

.• 1o Obi é um fruto sagrado e insubstituível, sem o

qual não faz nenhuma obrigação, nenhuma


confirmação de que os Orixás aceitaram as oferendas.

A resposta de afirmação do Obi é fundamental para

que os ritos possam continuar.

O obi de quatro gomos, o único que deve ser ofertado

aos Orixás, chama- se obi abatá. Cada fruto é

composto de dois casais, e quando um fruto tiver mais

de dois casais, sepOaram- se os gomos excedentes e

dividem- se em comunhão com todos os presentes ou

oferecem a Exu. Os gomos são delineados pela

natureza, portanto não pode haver nenhum tipo de


intervenção, sobretudo de faca, para dividir o obi.

Apenas nos rituais de Xangô o obi deve ser

substituído pelo orobô.

O obi deve ser jogado sobre água, em pratos brancos

ou diretamente no chão. Seus gomos devem ser

jogados de uma só vez, ou seja, simultaneamente. Não

se pode manipular os gomos, nem jogar os que cairam

fechados sozinhos.

Se a caída não for favorável, deve- se lançar todos os

gomos novamente. Só uma caída autoriza de imediato


a continuidade dos ritos ou confirma a aceitação.

Quando todos os gomos do obi caem abertos, isto é,

com sua parte interna para cima, é o sínal de que

Orixá abençoaram e/ ou aceitaram o rito.

Obi O!

• 2o Obi, obi d’água ou simplesmente obi. Todos estes

nomes referem-se à mesma obrigação, voltada

exclusivamente a confortar uma pessoa em um caso

de doença, desemprego, distúrbios nervosos, ou até

mesmo para um iniciado dentro dos preceitos do axé


orixá, quando por um motivo ou outro, o mesmo não

pode passar por um bori. Esta obrigação tem seu

nome em referência a uma fruta africana, o obi, sem a

qual nada podemos realizar para os orixás, no

tangente a sacrifícios, uma vez que é com ela que

conversamos com nossos antepassados para sabermos

se aquele santo está satisfeito com a obrigação, etc.

Esta obrigação é a mais simples realizada dentro do

axé, no tangente a dar de comer a uma cabeça. Muito

embora algumas pessoas achem que ela não tem


maiores fundamentos junto com o orixá, mas já

presenciamos muitos casos que foram resolvidos com

esta. Trata-se neste ato, de confortar o anjo da guarda

da pessoa, seja consulente ou filho de santo, ocasião

onde alimentamos Oxalá, no intuito de pedir a

misericórdia para aquele filho que se encontra em tal

sofrimento.

Claro que esta obrigação não cria uma

obrigatoriedade do cliente com o santo, ela apenas

serve como um modo de resolver de imediato uma


questão. Existem aqueles que após o obi, sentem-se

tão felizes que optam por penetrar de forma mais

profunda dentro de nossa religião.

Nesta obrigação são utilizados: ebô (canjica de Oxalá),

ebô yá (a mesma canjica, porém preparada para

Yemanjá e de forma diferente), o obi (que é uma fruta

de origem africana), frutas variadas, vela e uma

quartinha com água além da comida do santo da

pessoa. Em alguns casos é utilizado um pombo

branco.
Antigamente quando uma pessoa desejava entrar para

os preceitos de uma casa, ou seja, ser filho ou filha de

santo naquele templo, ou mesmo quando seu orixá

exigia feitura, os zeladores tinham por hábito realizar

esta como uma primeira obrigação, para daí então

estudar a pessoa, ver se ela realmente tinha amor e

dedicação para com os orixás, e até mesmo para se

certificarem de que era realmente sua casa e sua mão

que aquele santo desejava, e não apenas uma

empolgação material ou espiritual. Agiam assim, pois


que, nesta época não existia o fato de uma pessoa

fazer santo com um e tomar obrigações com outro,

provocando um rodízio ridículo nas roças de santo

como as que se vê hoje em dia.

Para uma pessoa se iniciar, existia todo um processo

de identificação dele com a casa e vice-versa. Era uma

época em que a fidelidade de um iniciado era

realmente levada a sério, assim como a do sacerdote

com relação a seus iniciados. E o obi, era justamente a

obrigação que funcionava como uma espécie de flerte,


vulgarmente comparando, evitando

constrangimentos futuros.

Hoje em dia, parece que esta fidelidade simplesmente

evaporou-se com a fumaça dos defumadores, pois que

uma pessoa se inicia em uma casa e quando

desencarna, traz uma longa passagem de terreiro em

terreiro. Claro que ainda existem aqueles que prezam

a fidelidade, mas são bem poucos nos tempos atuais.

Ser um iniciado é antes de tudo sermos fiéis a mão que

alimenta nosso orixá, nosso anjo da guarda, assim


como ele é fiel a nosso zelador. Pertencermos ao axé

orixá é antes de tudo sermos humildes, desprovidos de

arrogância e soberba, é seguirmos nosso destino na

certeza de que um ser tão puro e iluminado se dedica a

zelar por nós e nossa vida

OYA - IANSÃ ... ventos e eguns

Conta umas das lendas de Iansã, a primeira esposa de

SÀNGÓ, teria ido, a seu mandato, a um reino vizinho

buscar 3 cabaças que estava com Obalúayé. Foi dito a

ela que não abrisse estas cabaças, as quais ela deveria


trazer de volta a SÀNGÓ. Iansã foi e lá Obalúayè

recomendou mais uma vez que não deixasse as

cabaças caírem e quebrarem e, se isto acontecesse, que

ela não olhasse e fosse embora. Iansã ia muito

apressada e não aguentava mais segurar o segredo.

Um pouco mais à frente quebrou a primeira cabaça,

desrespeitando a vontade de Obalúayé. Saíram de

dentro da cabaça os ventos que a levou para o céus.

Quando terminaram os ventos, Iansã voltou e

quebrou a segunda cabaça. Da segunda cabaça saíram


os Eguns. Ela se assustou e gritou: Reiiii! Na vez da

terceira cabaça SÀNGÓ chegou e pegou para si, que

era a cabaça do fogo, dos raios. Ela tinha um

temperamento ardente e impetuoso. Foi a única entre

as mulheres de SÀNGÓ que , no fim do seu reinado, o

seguiu em sua fuga para Tapá. Quando ele recolheu-se

para baixo da terra em Cosso, ela fez o mesmo em Yiá.

... a ira da mulher búfalo

Ogum foi caçar na floresta, como fazia todos os dias.

De repente, um búfalo veio em sua direção rápido


como um relâmpago; notando algo de diferente no

animal, ogum tratou de segui-lo. O búfalo parou em

cima de um formigueiro, baixou a cabeça e despiu sua

pele, transformando-se numa linda mulher. Era

yansan, coberta por belos panos coloridos e braceletes

de cobre. Yansan fez da pele uma trouxa, colocou os

chifres dentro e escondeu-a no formigueiro, partindo

em direção ao mercado, sem perceber que ogum tinha

visto tudo. Assim que ela se foi, ogum se apoderou da

trouxa, guardando-a em seu celeiro.


Depois foi a cidade, e passou a seguir a mulher até que

criou coragem e começou a cortejá-la. Mas como toda

mulher bonita, ela recusou a corte. Quando anoiteceu

ela voltou à floresta e, para sua surpresa, não

encontrou a trouxa. Tornou à cidade e encontrou

ogum, que lhe disse estar com ele o que procurava. Em

troca de seu segredo ( pois ele sabia que ela não era

uma mulher e sim animal ), yansan foi obrigada a se

casar com ele; apesar disso, conseguiu estabelecer


certas regras de conduta, dentre as quais proibi-lo de

comentar o assunto com qualquer pessoa.

Chegando em casa, ogum explicou suas outras esposas

que yansan iria morar com ele e que em hipótese

alguma deveriam insultá-la. Tudo corria bem;

enquanto ogum saía para trabalhar, yansan passava o

dia procurando sua

trouxa.

Desse casamento nasceram nove filhos, o que

despertou ciúmes das outras esposas, que eram


estéreis. Uma delas, para vingar-se, conseguiu

embriagar ogum e ele acabou relatando o mistério que

envolvia yansan. Logo que o marido se ausentou, elas

começaram a cantar: "Você pode beber, comer e exibir

sua beleza, mas a sua pele está no depósito, você é um

animal." Iansã compreendeu a alusão. Depois que

yansan encontrou então sua pele e seus chifres.

Assumiu a forma de búfalo e partiu para cima de

todos, poupando apenas seus filhos.


Decidiu voltar para a floresta, mas não permitiu que

os filhos a acompanhassem, porque era um lugar

perigoso. Deixou com eles seus chifres e orientou-os

para, em caso de perigo deveriam bater os chifres um

contra o outros; com esse

sinal ela iria socorrê-los imediatamente. E por esse

motivo que os chifres estão presentes nos

assentamentos de yansan/oya.

... orisá do fogo. Embora tenha sido esposa de Sangô,

Iansã percorreu vários reinos e conviveu com vários


Reis. Foi paixão de Ogum, Osogiyan e de Esú.

Conviveu e seduziu Osossi, Logun-Edé e tentou em

vão relacionar - se com Obaluaê. Sobre este assunto a

história conta que Iansã percorreu vários Reinos

usando sua inteligência, astúcia e sedução para

aprender de tudo e conhecer igualmente tudo. Em Irê,

terra de Ogum foi a grande paixão do Guerreiro.

Aprendeu com ele o manuseio da espada e ganhou

deste o direito de usá-la. Depois partiu e foi para

Oxogbo, terra de Osogiyan .Com ele aprendeu o uso


do Escudo para se defender de ataques inimigos e

recebeu o direito de usá-lo.Depois partiu e nas

estradas deparou-se com Esú. Com ele aprendeu os

mistérios do fogo e da magia. No reino de Osossi,

seduziu o Deus da Caça, e aprendeu a caçar, a tirar a

pele do búfalo e se transformar naquele animal com a

ajuda da magia aprendida com Esú. Seduziu Logun-

Odé e com ele aprendeu a pescar. Foi para o Reino de

Obaluaê, pois queria descobrir seus mistérios e

conhecer seu rosto. Lá chegando, insinuou-se. Mas


muito desconfiado, Obaluaê perguntou o que Oya

queria e ela respondeu:

-"queria ser sua amiga".

Então, fez sua Dança dos Ventos, que já havia

seduzido vários reis. Contudo, sem emocionar ou

sequer atrair a atenção de Obaluaê. Incapaz de seduzí-

lo, Iansã procurou apenas aprender, fosse o que fosse.

Assim dirigiu-se ao homem da palha:

-"Aprendi muito com os outros Reis, mas só me falta

aprender algo contigo."


- "Quer mesmo aprender, Oya? Vou te ensinar a tratar

dos Mortos".

Venceu seu medo com sua ânsia de aprender e com ele

descobriu como conviver com os Eguns e a controlá-

los. Partiu então para o Reino de Sangô, pois lá

acreditava que teria o mais vaidoso dos reis e

aprenderia a viver ricamente. Mas ao chegar ao reino

do Rei do Trovão, Iansã aprendeu mais do que isso,

aprendeu a amar verdadeiramente e com uma paixão

violenta, pois Sangô dividiu com ela os poderes do raio


e deu à ela seu coração. O fogo das paixões, o fogo da

alegria e o que queima. Ela é o Orisá do Fogo.

... o sopro

Osogyian estava em guerra, mas a guerra não acabava

nunca, tão poucas eram as armas para guerrear. Ògún

fazia as armas, mas fazia lentamente. Osogyian pediu

a seu amigo Ògún urgência, mas o ferreiro já fazia o

possível. O ferro era muito demorado para se forjar e

cada ferramenta nova tardava como o tempo. Tanto


reclamou Osaguiã que Oyá, esposa do ferreiro,

resolveu ajudar Ògún a apressar a fabricação.

Oyá se pôs a soprar o fogo da forja de Ògún e seu sopro

avivava intensamente o fogo e o fogo aumentado de

calor derretia o ferro mais rapidamente. Logo Ògún

pode fazer muitas armas e com as armas Osogyian

venceu a guerra. Osogyian veio então agradecer Ògún.

E na casa de Ògún enamorou-se de Oyá. Um dia

fugiram Osogyian e Oyá, deixando Ògún enfurecido e

sua forja fria. Quando mais tarde Osogyian voltou à


guerra e quando precisou de armas muito

urgentemente, Oyá teve que voltar a avivar a forja. E

lá da casa de Osogyian, onde vivia, Oyá soprava em

direção à forja de Ògún. E seu sopro atravessava toda

a terra que separava a cidade de Osogyian da de Ògún.

E seu sopro cruzava os ares e arrastava consigo pó,

folhas e tudo o mais pelo caminho, até chegar às

chamas com furor atiçava. E o povo se acostumou com

o sopro de Oyá cruzando os ares e logo o chamou de

vento. E quanto mais a guerra era terrível e mais urgia


a fabricação das armas, mais forte soprava Oyá a forja

de Ògún. Tão forte que às vezes destruía tudo no

caminho, levando casas, arrancando árvores,

arrasando cidades e aldeias.

O povo reconhecia o sopro destrutivo de Oyá e o povo

chamava a isso tempestade.

... respeito

Oiá desejava ter filhos, mas não podia conceber Oiá foi

consultar um babalaô e ele mandou que ela fizesse um

ebó. Ela deveria oferecer um carneiro, um agutã,


muitos búzios e muitas roupas coloridas. Oiá fez o

sacrifício e teve nove filhos. Quando ela passava, indo

em direção ao mercado, o povo dizia:

"Lá vai Iansã".

Lá ia Iansã, que quer dizer mãe nove vezes.E lá ia ela

toda orgulhosa ao mercado vender azeite-de-dendê.

Oiá não podia ter filhos, mas teve nove, depois de

sacrificar um carneiro, e em sinal de respeito por seu

pedido atendido Iansã, a mãe de nove filhos, nunca

mais comeu carneiro.


... corajosa e atrevida

Certa vez houve uma festa com todas as divindades

presentes. Omulu-Obaluaê chegou vestindo seu

capucho de palha. Ninguém o podia reconhecer sob o

disfarce e nenhuma mulher quis dançar com ele. Só

Oiá, corajosa, atirou-se na dança com o Senhor da

Terra. Tanto girava Oiá na sua dança que provocava

vento.E o vento de Oiá levantou as palhas e descobriu

o corpo de Obaluaê. Para surpresa geral, era um belo

homem. O povo o aclamou por sua beleza.


Obaluaê ficou mais do que contente com a festa, ficou

grato e em recompensa, dividiu com ela o seu reino.

Fez de Oiá a rainha dos espíritos dos mortos. Rainha

que é Oiá Igbalé, a condutora dos eguns.

Oiá então dançou e dançou de alegria para mostrar a

todos seu poder sobre os mortos, quando ela dançava ,

agitava no ar o iruquerê, o espanta-mosca com que

afasta os eguns para o outro mundo.

Rainha Oiá Igbalé, a condutora dos espíritos

INICIAÇÃO NO CANDOMBLÉ . .INICIAÇÃO KETÚ


Para saber se uma pessoa precisa ser iniciada ou não,

no Candomblé, o Babalorixá ou Iyalorixá consulta o

jogo de búzios no merindilogun, onde terá as

respostas. Essa é uma das formas de saber. A outra é

quando uma pessoa vai assistir uma festa de

candomblé e entra em transe profundo. Esse transe é

chamado de "Bolar no Santo" é a declaração em

público do Orixá que quer a iniciação de seu filho,

nesse caso o babalorixá vai consultar o jogo de búzios

para saber qual é o Orixá e suas condições, se pode


esperar ou se caso de urgência. Normalmente são

feitos acordos com os Orixás para que aguardem até o

filho ter condições financeiras e de férias para poder se

recolher.

A primeira fase da iniciação ou feitura de santo na

nação Ketu é de 21 dias, onde a pessoa fica em retiro

longe da vida profana e da família, devendo desligar-se

de tudo e dedicar-se totalmente aos ritos de passagem.

Saliente-se que todo o ritual da iniciação não é

público. Saliente-se também que essa iniciação só


pode ser feita por uma pessoa iniciada, segundo as

normas do candomblé só pode transmitir o Axé quem

os recebeu de alguém iniciado na obrigação de Odu ijè.

Quanto ao fato da pessoa ser recolhida para ser Iaô,

Ogan ou Ekedi, essa questão só é resolvida durante a

iniciação. Se a pessoa entrar em transe será um Iaô

elegun, se não entrar em transe e for homem, será um

Ogan, se for mulher será uma Ekedi.

Barco de Iaô
A iniciação pode ser de apenas um Iaô ou pode ser de

muitos. Nesse caso recebe o nome de "Barco de Iaô".

Quando entra para fazer o santo sozinho será

chamado de Dofono (homem) ou Dofona (mulher),

por ser o primeiro e único.

No caso do barco, o primeiro Iaô será chamado de

Dofono, o segundo dofonitinho, o terceiro será

chamado de Fomo, o quarto de Fomutinho, o quinto

de Gamo, o sexto de Gamutinho, o sétimo de Vimo, o

oitavo de Vimutinho, o nono de Gremo, o decimo de


Gremutinho, o décimo primeiro de Caçula e daí por

diante. Essa sequência de nomes é usada na maioria

das casas de candomblé de cultura Jeje-nagô.

Já houve barcos com quinze Iaôs, mas isso é muito

raro, pois implica muito trabalho e dedicação de

muitas pessoas para cuidar dos Iaôs. A maioria das

casas recolhe no máximo três ou quatro. Existem

Orixás que não podem ser iniciados junto com outros;

nesse caso será recolhido sozinho.


No ano de 2011,em Salvador houve um barco com

dezoito Iaôs. Iniciação

Nos 3 primeiros dias a pessoa ficará descansando e

fazendo os ebós de limpeza, que serão apurados no

jogo de búzios e tomando banhos com folhas sagradas

e abô. Ficará recolhida no roncó (quarto específico de

recolhimento) próximo ao peji e será feita a primeira

obrigação, que é o bori. No final dos três dias é

suspenso o bori e passa para as fases seguintes.


Em seguida começa a contar o período de 16 dias. Aí

tem início o longo aprendizado das rezas, costumes,

práticas, lendas, histórias e a iniciação propriamente

dita, que consiste em raspar a cabeça, fazer curas

(pequenos cortes), assentamento do orixá, serão

oferecidos animais, comida ritual, flores e frutas.

Saída de Iaô

No final tem a festa que é chamada de "saída de iaô",

essa festa é dividida em 4 partes: A primeira saída no

barracão é interna sem a presença do público,


somente os membros da casa estarão presentes. Pode

ter variação de uma casa para outra ou de nação para

nação, uns fazem três saídas públicas outros fazem

quatro.

Inicia-se o candomblé normalmente despachando o

Padê (pode ser despachado durante o dia também,

depende da casa) e canta-se algumas cantigas para

cada um dos Orixás, enquanto isso os Iaôs estão sendo

preparados para a primeira saída no barracão de

festas.
Na primeira saída pública o Iaô sai do roncó (nome

dado ao quarto onde ficam recolhidos) para o

barracão todo vestido de branco, essa saída é em

homenagem a Oxalá, trás na testa uma pena vermelha

chamada Ekodidé e na parte superior da cabeça o

adoxu e pintado com efun, ele vem acompanhado de

sua mãe pequena, da Iyalorixá e todos que ajudaram

na feitura. Nessa saída o Iaô deverá saudar a porta, os

atabaques o Axé do centro do barracão onde estar o


fundamento da casa e a Iyalorixá. Em seguida é

recolhido para mudar de roupa.

A segunda saída pública do Iaô no barracão as roupas

são coloridas em homenagem à todos os orixás e a

pintura é feita com o pó azul wáji, branco efun, e

vermelho osùn. O Iaô sendo de oxalá ou determinados

orixás funfuns a roupa não pode ser colorida,

predominando o branco, todavia a pintura colorida

seja relevante em quantidade discreta.


Momento mais esperado da iniciação Orunkó. Hora

do nome do Iaô

A terceira saída do Iaô é a mais esperada por todos da

comunidade, nota-se um momento de tensão muito

grande e a expectativa dos sacerdotes que

contribuíram nesta sagrada iniciação, que pode ser

afirmada ou negada pelo noviço de que tudo foi bem

feito ou não, com o grito triunfal do seu nome.

Novamente o Iaô é trazido ao ile axé, desta vez sem a

pintura geral, só com uma pintura de wáji no centro


da cabeça (cuia de wáji) ou borilé (ritual feito com ejé

do pombo branco) e ornado com penas do mesmo. O

Orixá dirá seu Orunkó para todos ouvirem, nesse caso

é escolhida uma pessoa (normalmente um Babalorixá

ou Iyalorixá de outra casa) presente para tomar o

nome do Orixá, são feitas algumas cerimônias onde a

pessoa pergunta por três vezes o nome do Orixá e na

terceira ele grita em voz alta seu Orunkó para todos

ouvirem. Depois do nome dado o Iaô é recolhido

novamente para trocar a roupa.


A quarta e última saída o Orixá vem todo

paramentado com roupas e ferramentas

características de cada Orixá, para dançar e ser

homenageado por todos os presentes. No final canta-

se para Oxalá e a festa é encerrada.

XANGÔ AGANJÚ .

Aganju é o Orixá da terra inculta, Senhor do Vulcão, o

Senhor das Cavernas, O Barqueiro Divino.

Aganju é um doador de força e de saúde. Aganju é o

transportador da carga (os ombros e as costas


pertencem a Aganju) é o defensor dos menos

favorecidos, oprimidos e escravizados. Há quem diga

que Aganju não é um Orisa, mas sim uma força de

vida que supera os obstáculos e faz o impossível.

Aganju fornece acesso ao reino do desconhecido, as

profundezas do qual o mundo foi e é criado, (Okun, “A

obscuridade”, o reino de Olokun). Aganju é o

governnte que proporciona acesso a todas as áreas

inexploradas, inacessiveis. Aganju é o governante que

proporciona acesso a climas hostis e potencialmente


hostil à existência humana deserto, floresta, Ártico,

Antártico, a altura das montanhas, grutas, cavernas,

abismos,minas, etc. Aganju pode ser traduzido como:

Agan = estéril, ju = deserto, ou mais precisamente

como: local desconhecido, inexplorado, desabitado.

Todos os lugares onde só os mais cordiais e / ou

sobrevivem pessoas melhor preparadas. Aganju se

encontra nas profundezas do oceano, nas profundezas

do espaço, na energia que não foi explorada, na

compreensão da mente e da emoção. Aganju é o


guardião o canal através do qual profundidades

inexplicáveis das emoções humanas são vividas e

expressas, (boca e garganta são Aganju). Obscuro,

intestino com distúrbio doloroso, absurdo e

irracional, medos paralisantes são do ambito de

Aganju, é através de Aganju que aprendemos a super

nossos medos. Quentes emoções perigosas, mortal,

incontrolados e incontroláveis é Aganju; e por meio de

Aganju que aprendemos a canalizar e redirecioná-las.

Aganju tem uma estreita relação com Oxun. Eles estão


ligados de diversos modos: pela emoção Aganju é a

profundidade da emoção em estado bruto, encarnação

grosseiro rude. Enquanto Oxun é a profundidade da

emoção em sua comovente, doce / amargo doce

encarnação. Aganju explora, supera e vence o rio

acima, Osun promove o comércio e as relações sociais,

pelos mesmos meios. Aganju supera barreiras e

obstáculos para ver o que está do outro lado. Osun

planta a cultura e traz à luz da civilização. Aganju é o

proprietário do rio. E o deu para Osun. Houve um


tempo em que Osun não tinha lugar para viver.

Nenhum outro ORISA lhe ajudaria. Aganju viu que

Osun necessitava de ajuda. Então ele deu o rio a ela

como lar. Aganju é a abertura a novas possibilidades

inexploradas, inesperado. Aganju é a abertura do

todas as riquezas do mundo. As riquezas minerais de

minas terrestres e a mineração de todos os tipos

pertencem a Aganju (mas é através da tecnologia de

Ogun que a humanidade pode acessá-la e buscá-la).

Aganju é o desafio, a luta de impedir, e desejo que leva


para superá-los. Aganju é primordial e não - o homem

do fogo de todos os tipos, o Sol e outras estrelas e

cometas. Um dos nomes do louvor a Aganju é Irawo,

que pode ser traduzido como uma estrela. O fogo nas

entranhas da terra, geotérmica, gêiseres, fontes

termais, etc. Vulcões (Oke onine, Montanhas de Fogo)

é um símbolo importante de Aganju.

Vulcões, conforme definido pelo World Book

Encyclopedia são aberturas "terra superfície através

da qual os gases de lava quente e fragmentos de rocha


explodem. 1....Os mitos o descrevem como “O Gigante

entre os Òrìsà... seria filho de Oro Iná divindade que

em algumas regiões esta considerado como uma

divindade masculina e em outras femininas, cujo o

qual habita as câmera de magmas, situadas no interior

da crosta terrestre... Os antigos o descrevem como “O

Temível entre todos”... Divindade de caráter forte,

tempestuoso, colérico e belicoso... As forças da

natureza que lhe pertencem são representações de sua

tremenda energia, como a potência dos rios que


dividem territórios, a lava vulcânica que percorre a

crosta terrestre, os terremotos e o impulso que faz a

Terra girar em torno de seu eixo... Recebe o título de

Òkèrè ao tornar- se esposo de Yemoja... Aganjú

representando os raios solares, Olókun as águas

salgadas e Olósa as águas doces, celebram um pacto

entre eles, em manter o equilíbrio da atmosfera do

planeta, afim de que seja possível o ciclo vital de todos

os seres... Aganjú foi o quarto Aláàfin Óyó, embora

existam mitos que o descrevem que ele reinou em


Sakí, cidade vizinha de Ìséyìn a noroeste de Òyó... O

reinado de Aganjú foi longo e próspero... Ele tinha o

dom de domar animais selvagens e as serpentes

venenosas... Dentro de seu palácio mantinha um Ekún

– Leopardo, seu animal de estimação, sobretudo o

simbolo da coragem, que costumara encostar seus pés

como se fosse uma esteira, daí recebendo o epíteto de

Ekùn Olóju Iná – Leopardo dos olhos de fogo e Ekún

f'eninjú tànná – Leopardo de olhos fulgurantes... Foi o

primeiro a agregar o patio na parte da frente de detrás


do palácio para a celebração de ritos... Embelezou

todo o palácio, ornamentou postes esculpidos em

bronze, assim originando o costume de colocar

colgantes (pingentes) como adornos de acordo com a

ocasião festiva, contudo sendo um soberano de gostos

muitos refinados...(1parte do texto escrito por Baba

Guido) Foi o terceiro orixá designado para vir para a

Terra, Aganju é uma divindade primordial. Aganju é a

força que, como o Sol, que é um de seus símbolos, é


essencial para o crescimento, assim como um

cultivador das civilizações. Como o vulcão com que é

associado, ele forma a base sobre a qual as sociedades

são construídas. Nos mitos, Aganju é às vezes tratado

como uma divindade primordial, associado à terra

(em oposição à água) e às montanhas e vulcões. Do

consórcio de Obatalá, o céu, com sua esposa, a terra,

nasceram dois filhos: Aganju, a terra firme, e Iemanjá,

as águas. Da união com Aganju, Iemanjá deu à luz a

Orungã, o ar, o espaço entre a terra e o céu. AGANJU


NÃO É UM SANGÒ, MAS FOI INCLUSO AOS

CULTOS NO CANDOMBLÉ COMO UM XANGÔ,

ELE É O DEUS DOS VULCÕES E MONTANHAS E É

UM ORIXÁ PRESENTE NA CRIAÇÃO DA TERRA, é

filho de Sogba, foi rei de Ijesa, foi esse orixá que se

casou com Òsún. No Brasil, Aganju, ou Xangô Aganju

é considerado uma “qualidade” de Xangô enquanto

dono das leis e das escritas e padroeiro dos

intelectuais, em contraste com Xangô Agodô (o Xangô

mais velho, ou o Xangô propriamente dito), que é


principalmente o Orixá da justiça e do equilíbrio.

Aganju come bode castrado, diferentemente de Xango

que come carneiro. Aganju tem forte fundamento com

Ogum. Sua veste é toda azul com vermelho. Carrega

na mão um machado e na outra uma espada. Come

amalá com gotas de dendê e azeite doce, ajabo normal.

Primeiro se dá comida a Xangô e depois a Ogum.

OMOLÚ = OLUBAJÉ = XANGÔ .

.O Olugbajé é a festa anual em homenagem a

Obaluayê, comemorado geralmente no mês de agosto,


onde as comidas são servidas na folha de mamona.

Rememorando um itan (mito) onde todos os Orixás

para se acertarem com Obaluaiyê, por motivos de ter

sido chacoteado numa festividade feita por Xangô por

sua maneira de dançar.

Nessa festividade, todos os Orixás participam (com

exceção de Xangô), principalmente Osanyin,

Oxumarê, Nanã e Yewá, que são de sua família. Oyá

tem papel importante por ser ela que ajuda no ritual


de limpeza e trazer para o barracão de festas a esteira,

sobre a qual serão colocadas as comidas.

Olubajé é ritual especifico para o orixá Obaluayê,

indispensável nos terreiros de candomblé, no sentido

de prolongar a vida e trazer saúde a todos os filhos e

participantes do axé. No encerramento deste rito é

oferecido no mínimo nove iguarias da culinária afro-

brasileira chamada de comida ritual pertinente a

vários Orixás, simbolizando a Vida, sobre uma folha

chamada "Ewe Ilará" conhecida popularmente como


mamona assassina, "altamente venenosa"

simbolizando a Morte (iku).

Olubajé

Diz uma lenda que Xangô, um Rei muito vaidoso, deu

uma grande festa em seu palácio e convidou todos os

Orixás, menos Obaluaiyê, pois as suas características

de pobre e de doente assustavam o rei do trovão. No

meio do grande cerimonial todos os outros Orixás

começaram a notar a falta do Orixá Rei da Terra e

começaram a indagar o porquê da sua ausência, até


que um deles descobriu de que ele não havia sido

convidado.

Todos se revoltaram e abandonaram a festa indo a

casa de Obaluaiyê pedir desculpas, Obaluaiyê

recusava-se a perdoar aquela ofensa até que chegou a

um acordo; daria uma vez por ano uma festa em que

todos os Orixás seriam reverenciados e este ofereceria

comida a todos desde que Xangô comesse aos seus pés

e ele aos pés de Xangô.


Nascia assim a cerimónia do Olubajé. Porém, existem

diversas outras lendas que narram outros motivos

sobre o porquê de Xangô e Ogum não se manifestarem

no Olubajé.

Aqui vou contar um resumidamente o que acontece

nessa cerimónia: Nesse dia todo o terreiro se encontra

ornamentado na cor deste Orixá, Obaluaiyê – devo

ressaltar que essa é a única cerimónia dentro do

Candomblé que dispensa o Ipadé de Exú.


Chega a hora e o Babalorixá ou a Yalorixá faz soar o

adjá, forma-se uma fila indiana, trazendo panelas de

barro ornamentadas com faixas, todas elas contendo

as comidas de todos os Orixás com excepção da

comida do Orixá Xangô; à frente estará a Yalorixá ou

o Babalorixá seguida por uma filha de Iansã,

carregando uma esteira, uma outra com um pote na

cabeça contendo a bebida sagrada das cerimónia

chamada de Aluá, mais uma com um vasilhame de

barro cheia de Ewe Lara (folha de mamona) a qual


servirá de prato para as comidas; logo em seguida

mais 21 pessoas ou 7 – estes são os números das

comidas oferecidas – transportarão vasilhames de

barro à cabeça, trazendo-os para o centro da sala,

onde serão colocados sobre a esteira, formando assim

a mesa do banquete.

É importante ressaltar que todos, como numa

cerimónia de um Bori, inclusive os assistentes,

deverão estar descalços.


Em seguida, três dos iniciados mais antigos servem as

comidas, colocando um pouco de cada uma das

comidas existentes no banquete sobre uma folha de

mamona que serve de prato. Todos os presentes na

cerimónia devem comer um pouco de cada uma das

comidas, utilizando apenas as mãos para comer, e é

também obrigatório que todos dancem ao som das

músicas e cantigas que vão sendo entoadas em louvor

do Orixá. Todos batem palmas pausadamente – paó –


saudando Obaluayê. Com voz forte e cheia de

entusiasmo, esta frase melodiosa ecoa:

Omulú Kíí bèrú já__Kòlòbó se a je nbo

Kòlòbó se a je nbo__Kòlòbó se a je nbo__Aráayé.

Omulú não teme a briga.

Em sua pequena cabaça traz axé e feitiço.

• 2o - A PALAVRA OLUBAJÉ

Tive o privilégio de nascer e me criar dentro de

terreiros de candomblés não convencionais escutando

os dialetos tribais que eram ágrafos, tonais e


expressados em muito por elisão. O yoruba não é um

idioma e sim um dialeto com muitas variações,

dependendo da região que o mesmo é falado, sendo

assim, o muito que já foi escrito deve-se aos

colonizadores do continente africano e sempre

levando em conta à gramática dos colonizadores. Fico

pasmo quando algumas pessoas intituladas de

zeladores de orixá dizem sobre o significado da

palavra olubajé. Para eles olubajé quer dizer podridão.

Agora peço que pensem nisso e respondam a vocês


mesmos: acreditam que os escravos e seus

descendentes iriam durante cem anos fazerem

peregrinações, esmolarem, enfim todo tipo de

sacrifício para reverenciar os seus deuses com um

banquete de alimento podre ou de componentes para

despachos e limpeza de corpo? Pensem nisso!

Ademola Adesoji, em seu livro “Ifá-A Testemunha do

Destino e o Antigo Oráculo da Terra de Yorubá”,

escreve: bàjé = estragar.


Dr. Eduardo Fonseca Junior, grande mestre africanista

e historiador em seu “Dicionário- Yorubá (Nagô)

Português”, escreve: bàjé = corromper, estragar (agora

como corruptela afro-brasileira); bájé = menstruação e

bajé = comer com alguém. Assim como outros

escritores fidedignos, nenhum coloca olubajé como

elemento de despacho como alguns acreditam e fazem

questão de passar para os incautos. Então, vejamos:

Bajé = convite para comer.

Olu = senhor, mestre, dono.


OLUBAJÉ = CONVITE PARA COMER COM O

MESTRE.

Termo original: OLU BA NI JÉ = O MESTRE NOS

CONVIDA PARA COMER.

Com a elisão o I é derrubado, ficando apenas

OLUBANJÉ = COMENDO COM O MESTRE.

Portanto, é um absurdo o que alguns “babaloríxás,

yálorixás” que por total ignorância praticam e o que é

pior estimulam seus seguidores a transformarem as

oferendas dos orixás, alimentos sagrados em


elementos de despachos como infelizmente assistimos

nos dias de hoje, vemos alguns “zeladores”, ekedes,

ogans, yawos, etc. no ritual de Obaluayê, de Omolu

receberem este mesmo alimento sagrado envolvido na

folha de mamona e em vez de comerem um pouco que

seja passarem no corpo como se estivessem se

descarregando, ou ainda olharem para seus

“zeladores” com ar de deboche e depositarem as

mesmas no cesto das sobras. Meu Deus! Essas pessoas

não têm respeito nem a si próprio nem a casa que está


visitando, não tem respeito ao culto que dizem

praticar e muito menos aos orixás! Ou são totalmente

ignorantes, ou então se fazem este ritual em seu

barracão as comidas são tão malfeitas, tão mal

temperadas, com total falta de higiene, que se torna

impossível de ser degustada, servindo apenas de

elemento de limpeza de corpo, como vemos por aí.

UM MANÁ DOS DEUSES

OBALUAYÊ: deus da peste, da varíola, da catapora,

das doenças de pele, etc.


Seu banquete era e é composto de um tipo de comida

específicos para cada orixá, e de dois ou três tipos

especifico para ele, além disso, os animais

anteriormente sacrificados em sua homenagem. Tudo

deve ser preparado com muito amor, carinho e

respeito; tudo muito bem cozido e condimentado, a

base de: camarão defumado, cebola, gengibre, noz

moscada, kioiô, gergelim, gemas de ovo, sal, azeite

doce, azeite de dendê, etc. O necessário para que o seu

banquete se torne não só o mais saboroso possível,


como também medicinal pela ação de ervas, raízes e

frutos contidos no seu preparo. Enquanto as pessoas

filhas de yabás se desdobram no preparo das comidas,

um outro grupo colhe folhas de mamona as lava e as

enxuga para só então colocá-las em um balaio para

que nelas sejam servidas as comidas.

DISTRIBUIÇÃO DOS ALIMENTOS

Este era e é um momento mágico, que todos esperam,

o qual tem início logo pós as louvações com cânticos e

danças de todos os outros orixás. Neste instante


começa o ritual do OLUBAJÉ. Quando então, ao som

dos atabaques, vão saindo do quarto de santo onde as

oferendas estão arriadas e imantadas pela energia dos

orixás e pelos orins e àduras (cânticos e rezas). Em

primeiro lugar vem a yalorixá ou babalorixá com seu

adjá puxando o cortejo; em segundo uma yabá

carregando uma ou duas esteiras, em terceiro um filho

(a) de santo carregando o balaio contendo as folhas de

mamona, e em seguidas, filhos e filhas, ekedes, ogans,

etc. trazendo sobre suas cabeças as panelas, oberós ou


bacias contendo os alimentos, os quais devem ser

depositados sobre as esteiras estendidas no centro do

barracão, para serem distribuídas a todos iniciados ou

não. Após comerem o que desejarem junta as pontas

da folha que pode estar totalmente vazia ou não e

rodam em torno da cabeça três vezes, para só então

depositarem dentro de outro balaio que já está a

disposição para este fim, pois tudo faz parte das

oferendas e logo no amanhecer do dia seguinte irá ser

entregue às águas ou as matas.


Outra fato importante, é que o cântico, tanto da saída

do quarto com os alimentos sobre a cabeça, como

enquanto se alimentam até o final da distribuição dos

mesmos quando se dá por encerrado este ritual deve

ser este:

E ajeun bó Olubajé ajeun bó

E, contração de èyi = isso, isto, este, esta.

Ajeun = comida, comer.

Bó = alimentar, comer.
Olubanijé = Olubajé = convite para comer com o

mestre. Ajeun = comida, comer.

Bó = alimentar, comer.

Tradução: ISSO É COMIDA PARA NOS

ALIMENTAR, O MESTRE NOS CONVIDOU PARA

COMER.

OMOLÚ = EPIDEMIA .

.Nanan, esposa de Orixalá, gerou e deu à luz a um

filho. Sua criação não foi perfeita, nascendo uma

criança doente, com muitas chagas recobrindo seu


pequeno corpo. Ela não conseguia imaginar que

maldição era aquela, que trouxe de suas entranhas

uma criatura tão infeliz!

Sentindo-se impossibilitada de cuidar daquela

criança, pois mal conseguia olhar para ela, resolveu

deixá-la perto do mar. Se a morte a levasse seria

melhor para todos. Yemonjá, que estava saindo do

mar, viu aquele pequeno ser deitado nas areias da

praia. Ficou olhando por algum tempo, para ver se

havia alguém tomando conta dele, mas ninguém


aparecia. Então, a grande divindade das água foi ver o

que estava acontecendo. Quando chegou mais perto,

pôde compreender que aquela criança tinha sido

abandonada por estar gravemente enferma. Sentindo

uma imensa compaixão por aquela pobre criatura,

não pensou em mais nada, a não ser em adotá-lo como

a um filho.

Com seu grande instinto maternal, Yemonjá

dispensou a ele todo o carinho e os cuidados

necessários para livrá-lo da doença. Ela envolveu todo


o corpo do menino com palhas, para que sua pele

pudesse respirar e, assim, fechar as chagas.

Obaluayê cresceu e continuou usando aquele tipo de

roupa, e ninguém, a não ser sua querida mãe, tinha

visto seu rosto. Era um ser austero e misterioso,

provocando olhares curiosos e assustados de todos.

Ninguém conseguia imaginar o que se escondia sob

aquelas palhas.

Oyá, certa vez, o encarou, pedindo que descobrisse seu

rosto, pois queria desvendar, de uma vez por todas,


aquele mistério. Obaluayê, sem lhe dar a menor

atenção, negou-se a fazê-lo. Ela, que nunca se deu por

vencida, resolveu enfrentá-lo. Usando toda sua força,

evocou o vento, fazendo voar as palhas que o

protegiam.

Quando a poeira assentou, Oyá pode ver um ser de

uma beleza tão radiante, que só poderia ser

comparado ao sol. Nem mesmo ela, como orixá,

conseguia erguer os olhos para ele. Assim, todos

entenderam que aquele mistério deveria continuar


escondido. Uma outra lenda nos mostra que esse

poderoso orixá, em suas andanças pelo mundo, pode

presenciar o desenrolar de muitas guerras. Os povos

que Olorun criou e deu vida brigavam por um pedaço

de terra. Muitas pessoas morriam, para que seus

líderes pudessem conquistar extensões maiores para

seu reinado. Os limites, para esses guerreiros, eram

insuperáveis, e as guerras não tinham mais fim.

Obaluayê não entendia o motivo destas guerras, já que

Olorun havia criado a terra para todos.


As lutas traziam muita dor e destruição, e ninguém

mais sabia dar o devido valor à vida humana. Os

homens só pensavam em seus interesses materiais.

Obaluayê, indignado com essa situação, resolveu

mostrar a eles que a vida é o maior tesouro que

alguém pode ter.

O poderoso orixá traçou, então, com seu cajado, um

grande círculo no chão, no centro dos conflitos.

Colocou dentro dele todo tipo de doença existente.


Todo guerreiro, que por ali passasse, iria contrair

algum tipo de doença.

De fato, foi o que aconteceu. Muitas pessoas

adoeceram, inclusive os líderes dos exércitos. Só isso

conseguiu por fim às guerras.

As doenças se transformaram em epidemias, deixando

populações inteiras à beira da morte.

Um babalawô revelou o mau presságio, pedindo a

todos que refletissem sobre o que estava acontecendo,

por culpa deles próprios. Obaluayê havia mandado


essas mazelas para a terra, a fim de mostrar que,

enquanto temos saúde e uma vida plena, não devemos

nos preocupar excessivamente com coisas materiais.

Desta vida nada se leva, a não ser o conhecimento e a

experiência que acumulamos.

Assim, os que aceitaram esses desígnios e fizeram

oferendas, conforme explicou o babalawô,

conseguiram livrar-se de suas enfermidades e

restabelecer sua dignidade. Mas, infelizmente, nem

todos agiram assim.


Talvez, por isso, existam tantos povos africanos

vivendo do mesmo jeito há milhares de anos, tentando

não se desligar da natureza.

.FUN FUN = BRANCO .

Como vemos e cultuamos no Candomblé, as

divindades africanas (Orixás, Voduns ou Inkisis)

estão separadas em duas categorias hierárquicas. Na

categoria mais elevada, encontram-se as entidades que

participaram da criação do universo, consideradas

como ancestrais espirituais de tudo quanto possa


ocorrer nos dois planos de existência, chamadas, para

diferenciá-las das demais, de "Orixás Funfun" (Orixás

Brancos).Neste aspecto, a filosofia religiosa yorubana

em muito se assemelha à budista que afirma que,

"Não há um criador, mas uma infinidade de potências

criadoras que formam em seu conjunto, a substância

Una e Eterna, cuja essência é inescrutável e por

conseguinte, insuscetível de qualquer especulação por

parte de um verdadeiro filósofo".


Sendo emanações diretas de Olorun, os Orixás Funfun

são portanto, os seres mais elevados da escala da

existência, encontrando-se no mesmo nível dos

Arcanjos do cristianismo. Estas Divindades Criadoras

são encabeçadas por Obatalá, O Senhor das Vestes

Brancas, também conhecido como Orixánlá ou Oxalá.

Oxalá é o Sopro Divino, a primeira manifestação

individualizada de Olorun que é a vida una, eterna,

invisível, mas onipresente; sem princípio e sem fim;

inconsciente, mas Consciência Absoluta;


incompreensível, mas realidade existente por si

mesma. Oxalá o Sopro-Divino, provoca o movimento

que fecunda e energisa o Eterno em repouso no

Oceano-do-não-ser, onde tudo existe sem forma e,

ocasionando o surgimento da diferenciação, desperta

o Plano Divino, onde jaz oculta a elaboração de todos

os seres e coisas futuras.

Alguns dos Òrìsà Funfun* :

Òrìsàála, Òrìsà-nla, Òsàla, ou Òbàtálá : O primeiro

Òrìsà a ser criado por Olódùmarè. Òrìsàteko ou Eteko


Oba Dùgbè : Um grande guerreiro associado a Òbàtálá

nas longas disputas de liderança com Odùduwà.

Como seu principal templo é em Ìjúgbè, é também

conhecido por Òrìsà Ìjùgbè. Este Òrìsà também esta

relacionado com a agricultura, dizem que foi o

primeiro a cultivar o inhame.

Òrìsà Akiré : Um guerreiro poderoso e rico e que tinha

muitos escravos, tudo oriundo de espólios de suas

conquistas. Seus principais templos são em Ìlàré e em


Arùbídì. Dizem uns que Òrìsàkiré é um Òrìsà da paz,

da produtividade e da opulência.

Òrìsà Aláse ou Olúorogbo : "Aquele que possui o

infinito saber", quem ensinou ao Homem a se

comunicar com símbolos e/ou marcas. Dizem que foi

ele quem resolveu parte da longa e eterna disputa

entre Òbàtálá e Odùduwà.

Òrìsàjiyán ou Ògiyán : também Ewúléèjìgbò na cidade

de Èjìgbò.
Òrìsàlufan ou Olufan : também Òsàlufan na cidade de

Ifan. Òrìsà Oko : Òrìsà da agricultura. Da cidade de

Ìràwò. Òrìsà Òkè : Òrìsà das colinas e dos montes.

Òrìsàròwu ou Òrìsà Lòwu : Na cidade de Owu.

Òrìsà Ajagemo : Na cidade de Ede. Òrìsà Olúwofín :

Na cidade de Iwofin. Òrìsà Pópó : Na cidade de

Ògbómòsó. Òrìsà Eguin : Na cidade de Owú. Òrìsà

Jayé : Na cidade de Ijàyé. Òrìsàko : Na cidade de Oko.

Òrìsà Olóbà : Na cidade de Òbá. Òrìsà Obaníjìta :

................
Òrìsà Alajere : ....................

Òrìsà Olójó : .......................

Òrìsà Oníkì : ......................

Òrìsà Onírinjà : .................

Òrìsà Àrówú : ....................

* Òrìsà funfun - divindades que tem como rito comum

o uso de elementos e oferendas de cor branca ou

derivada, e tabus alimentares ou outros, por vezes

também semelhantes. Quando não, são também assim

chamados por fazerem parte do processo da criação -


que são os casos, principalmente de Odùduwà e

Òrúnmìlà.

* O rito e o culto dos Òrìsà funfun, são tão

semelhantes ou quase idênticos, que em vários casos é

difícil distinguir se se trata de divindades distintas ou

são qualidades de Òbàtálá, ou ainda, somente nomes

diferentes do mesmo Òbàtálá. Pode, por estes ou

outros inúmeros fatores, que o levaram a ser o mais

conhecido Òrìsà do panteão, obviamente, sem se

esquecer da sua real importância na gênesis yoruba.


Babalorixá Antônio de Ogúm

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