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A Sociedade Ògbóni e o 

Itàgbé
ocandomble.com/2018/08/31/a-sociedade-ogboni-e-o-itagbe

31 de agosto de 2018

Alinhando com os textos anteriores.

Na Nigéria existe uma tendência muito forte de formar associações e corporações devido a
sua grande extensão de terras e também uma forte expressão política. Estas associações
são formadas com o interesse comum de proteger a população em economia, política,
recriação e religião. A sociedade secreta Ògbóni é encontrada em terras Yorubá, e
sustentada pela tradição de ter surgido nos primórdios de Ilé Ifè. Venera a terra como
fonte da vida, simbolizada pelo òrìşá Edan.

Segundo um itans do Odu Irosun-Iwori, num antigo período da história da humanidade,


esta vivia em total anarquia, promovendo sucessivos incidentes de roubos, assassinatos e
violações de toda ordem de abuso aos códigos éticos ditados pelos ancestrais. Alguns
habitantes pediram a interferência de Orúnmilá, para que colocasse um paradeiro
naquela situação alarmante. Orúnmilá ordenou que se realizassem sacrifícios e aqueles
que cumpriram as instruções de Ifá prosperaram em segurança. Depois disso, Orúnmilá
retirou-se aos céus, entregando a Edan a responsabilidade sobre a Terra. Edan firmou um
pacto e, aqueles que juraram mantê-lo, poderiam viver em paz, harmonia, justiça e
prosperidade.

Após longo tempo de permanência na Terra, Edan retornou aos céus, delegando a um
grupo de pessoas responsáveis a tarefa de supervisionar e fazer cumprir as leis
estabelecidas. Este grupo se uniu em fraternidade, tornando-se a conhecida Sociedade
Secreta Ògbóni.

Ainda hoje, Ògbóni mantém ritual iniciativo baseado num pacto que estabelece e faz
cumprir o seu elevado código ético, zelando pela justiça, verdade, lealdade e proteção.

A justiça de Ògbóni é firmada com a própria Terra, sendo Onilé que detém a prioridade
em todos os ritos. Dela sai o sustento de todos os seres que nela habitam, dela saiu o barro
primordial com que Obàtálá modelou o ser humano. Dela viemos, nela nascemos e
recebemos a oportunidade da vida, dela somos alimentados e a ela alimentaremos, por
ocasião da morte.

Conta o itans que Olódùmarè concedeu cada reino da natureza a um òrìşá, assim, sempre
que um ser humano expressasse alguma necessidade relacionada a um dos reinos, deveria
pagar uma prenda em forma de sacrifício ao òrìşá correspondente. Restou de todos os
reinos, o próprio planeta Terra, que foi concedido a Onilé. O seu tributo seria a própria
vida, pois nela repousam os corpos e restos de tudo o que já não vive. Onilé deveria ser
propiciada sempre, para que o mundo continuasse a existir, gerando continuamente, nova
vida e assegurando a continuidade do planeta.

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Com o objetivo de promover a harmonia com a natureza, Ògbóni venera Onilé – os
senhores da Terra – como fonte da Vida, simbolizada pelo òrìşá Edan. Daí resulta que
todo aquele que transgredir o pacto estabelecido pela Lei de Ògbóni, deverá, –
incondicionalmente, prestar contas à Edan – a própria Terra.

Outra atividade dessa sociedade é a de detectar as ofensas feitas aos Òrìşá, para logo
penalizar rigorosamente os culpados. As cerimônias feitas por essa sociedade mística se
realizam em um lugar sagrado e nesse lugar são depositadas inúmeras oferendas.
Graças a seu poder espiritual os Ògbóni podem alcançar posições em nível social e

políticos. Eles são facilmente reconhecidos porque usam um Opa-Edan, feito de ferro nas
extremidades ressalta as figuras de uma mulher e outra de um Homem, já mostramos as
fotos no post anterior. O chefe do culto de Ògbóni é um iniciado que atinge o grau de
Oluwo (senhor do sagrado/segredo) e é portador do shaki – uma estola que o distingue
como detentor de honra e respeito.

O Itagbé é uma indumentária dos membros dessa sociedade secreta Yorubá conhecida por
Ògbóni, o Itagbé não é um pano da costa.

Pesquisa de texto:Ile Egbe Ifamuyiwa Osumare Tobi.

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