Você está na página 1de 3

Esta Oxum se difere das demais oxuns por ser a mais jovial, a mais guerreira, também por

usar duas armas o abebe, que cega os inimigos na hora da guerra e a adaga.
Onde houver a disputa entre as águas, como na pororoca, nos encontros dos rios... lá vai
estar essa oxum.
Não se assenta essa oxum sem que se assente Oya, Ogum e Exu, logo abaixo vou trazer as
iton que justificam.
Ela pertence a dois, dos quatros elementos básicos da criação do universo:( terra, água fogo
e ar ), nela está presente o elemento água, o que confere em suas filhas o arquétipo de
Oxum e também o elemento ás, o que confere a personalidade do orixá do elemento ar,
Oya.
O Arquétipo das filhas de Opara:
Ora apresenta o arquétipo do elemento ar ( Iansã) ora do elemento água 9 da própria oxum )
Suas filhas são autenticas e de personalidade forte, carregam consigo as magoas e tristezas
da vida, tem poucos amigos e sempre são ponderadas e justas, onde muitas vezes a sua
sinceridade chega a machucar. São vaidosas porém não vivem em pró a seu ego. Tem um
lado espiritual muito aflorado para o ocultismo e adoram presentear as pessoas.
Características Negativas: chantagistas, choram para ter a piedade dos outros, dramáticos,
são matreiros, debochados, possessivos, exigentes, ciumentos, autoritários. Gostam de
palpitar sobre os problemas alheios, adoram criticar.
Explicações pela lenda:
lenda de Oxum - Oxum Opará tem inveja de Oyá
"Vivia Oxum no palácio em Ijimu, passava os dias no seu quarto olhando seus espelhos,
eram conchas polidas onde apreciava sua imagem bela.
Um dia saiu Oxum do quarto e deixou a porta aberta, sua irmã Oyá entrou no aposento,
extasiou-se com aquele mundo de espelhos, viu-se neles.
As conchas fizeram espantosa revelação a Oyá, ela era linda! A mais bela! A mais bonita de
todas as mulheres! Oyá descobriu sua beleza nos espelhos de Oxum, Oyá se encantou, mas
também se assustou: era ela mais bonita que Oxum, a Bela.
Tão feliz ficou que contou do seu achado a todo mundo, e Oxum Opará remoeu amarga
inveja, já não era a mais bonita das mulheres, vingou-se.
Um dia foi à casa de Egungun e lhe roubou o espelho, o espelho que só mostra a morte, a
imagem horrível de tudo o que é feio, pôs o espelho do Espectro no quarto de Oyá e
esperou, Oyá entrou no quarto, deu-se conta do objeto, Oxum trancou Oyá pelo lado de
fora, Oyá olhou no espelho e se desesperou.
Tentou fugir, impossível, estava presa com sua terrível imagem, correu pelo quarto em
desespero, atirou-se no chão, bateu a cabeça nas paredes, não logrou escapar nem do quarto
nem da visão tenebrosa da feiúra. Oyá enlouqueceu, Oyá deixou este mundo.
Obatalá, que a tudo assistia, repreendeu Apará e transformou Oyá em orixá. Decidiu que a
imagem de Oyá nunca seria esquecida por Oxum. Obatalá condenou Apará a se vestir para
sempre com as cores usadas por Oyá, levando nas jóias e nas armas de guerreira o mesmo
metal empregado pela irmã."
A outra explicação que eu teria é que essa santa/orixá não estaria ligada a somente a um dos
elementos e sim a dois, como falei anteriormente.
Sua vestimenta:
Essa oxum usa o azul clarinho e o dourado, usa braceletes e uma couraça (aqui por ser uma
Oxum guerreira ), usa uma argola dourada no pescoço, em sua roupa o baba/iya também
pode estar colocando objetos de ferro ornamentando esta roupa.
- A íton fala que a jóia foi inventada por Oxum, mas criada por Ogum Waris, esta mesma
íton afirma que esse Ogum seria filho de Opara e Ogum Alagbedè.
- Já o oriki fala que Oxum antes de cuidar de seus filhos cuidaria da sua jóia e que seu
primeiro filho seria Idé, aqui no sentido daquela argola de metal que temos que colocar em
todo Yawo de Oxum, então por analogia eu entendo que Opará dá um nome próprio para
Ogum Waris, ela o chamaria de Idè e também sendo ela a mais jovens de todas as oxuns
também justificaria o idè ( aqui na forma de argola), eu Baba Sérgio de Ajunsun posso estar
afirmando que, mesmo ainda não se encontrando em nenhuma obra, então, por analogia:
As oxuns tem suas idades, segundo a localização do Rio Oxum:
- A Cidade de Opara é a segunda cidade no decorrer deste Rio e, coincidentemente Yeye
Opara é vista como a mais jovial de todas;
- A Cidade de yponda é a segunda cidade no decorrer deste Rio e também ali ocorre o culto
a Oxum, aqui no Brasil vindo como qualidade de yeye Yponda;
- A cidade de Ypetu é a terceira e assim por diante...
Então quando recolhemos um yawo de Oxum, jamais esquecemos de colocar em seu braço
a idé ( argola ), veja aqui que se levarmos em conta que os primeiros cultos foram na
Cidade de Opara, então esta mesma iton que comparei acima o Idé como sendo o próprio
Ogum Waris, então este crença também teria se estendido a todas as outras oxuns, mesmo
para aquelas que não tem caminho com Ogum.
Uma das ligações entre Oxum Opara e os caminhos Alagbede e Waris podemos encontrar
nesta LENDA
Oxum Opara inventa a jóia:
Diz à lenda que OSUN individualista, tinha que ser soberana e tirar proveito em tudo, com
isso, usava seus feitiços para conseguir tudo que queria. Cansada de contratar os serviços
feitos por OGUN ALÁBÈDÉ (Deus da Guerra e da Forja – Ferreiro do Céu), que muitas
vezes não eram concretizados, pois OGUN além da forja, guerreava mundo a fora. Com
isso, OGUN não dava conta de confeccionar tudo que a Deusa desejava. Furiosa... OSUN
decide se vingar:
Um dia OGUN ALÁBÈDÉ retornava da guerra com o corpo totalmente lavado de
sangue(EJÉ) humano, isso estava levando-o a loucura, sua razão não mais existia, seu
reconhecimento falho, foi quando ele passando próximo de um rio, e é chamado por uma
Senhora. Era OSUN...
- OGUN...(chama OSUN), venha até minhas águas para que eu te alivie deste Asó Ejé
(roupa de sangue) que vos deixa tão mal.
-Venha a mim senhor da Guerra, deixe minhas águas te tocar...
O interesse de OSUN era conquistar OGUN, no intuito de conseguir o segredo de manipular
os metais para a confecção de suas jóias e armas. Tendo este conhecimento a mesma não
iria precisar mais dos serviços do Senhor da Guerra e dos Metais.
-Quem sois bela ninfa, o que queres do mim o Grande Guerreiro? Por acaso acha que devo
me banhar? Não lhe agrado assim com todo meu asé exposto? O que vês é o que sobrou de
meus inimigos! Não sirvo para seu deleite estando vitorioso?
Sutilmente a Senhora das Águas rebate as palavras do Grande Orisá primordial:
-Sou OSUN, Grande Guerreiro... Deforma alguma meu Senhor...., como é que posso me
deleitar com sua vitória se tu encontra-se tão longe de mim, não ha lugar melhor do que
minhas águas para nosso colóquio...
-Venha, OGUN, venha...
-Venha ver o que de bom tem minhas Águas.
Enfeitiçado pelos encantos de OSUN, OGUN se aproxima das águas límpidas, arfante,
olhos esgazeados, vacilava...
- Venha OGUN... Torna OSUN, toque um pouco em minhas águas e verás que está o seu
gosto.
OGUN então deixa a ponta de seus pés tocarem as águas, e com um comando de OSUN
esta se levanta, como um chafariz, elevando OGUN nas alturas e o lavando de todo o
sangue que trazia no corpo...
O Sol, já iniciava sua jornada de repouso, mas seus raios refletiam, sobre OGUN sendo
almejava pelas gotículas de água que o envolvia, OGUN então se deixa dominar, pela força
da luz do sol daquela tarde, em contra partida as águas do rio que estavam vermelhas,
estando também banhadas pelas luzes do Sol, OSUN então encanta e domina OGUN,
iniciando um grande laço de sangue, sexo, amor e sedução. Aproveitando a situação OSUN
absorve parte do asé guerreiro de OGUN, e neste instante em que a natureza se encarrega de
fazer a sua função unindo a força de ambos que se fundia, situação esta que fez OSUN ser
fecundada por OGUN ALÁBÈDÉ. Terminado o ato, OGUN ALÁBÈDÉ segue a estrada
rumo a cidade de Irê. Assim a Senhora das Águas calmas recebe o título de Guerreira sob o
nome de OSUN OPÁÀRÁ que significa: "Aquela que sustenta (Opá ) o sangue no corpo
( àrá )”. Passada as nove luas, OSUN OPÁÀRÁ dá a luz a um menino e da lhe o nome de
OGUN WARI (o Senhor dos Metais Amarelos). OSUN criou OGUN WARI cercado de
mimo, vaidade, jóias e muito luxo. Já adolescente OGUN WARI começa a dar sinais de
interesse em manipular os metais, herança genética de seu Pai OGUN ALÁBÈDÉ. OSUN
percebendo tal situação começa a estimular cada vez mais OGUN WARI, dando-lhe
“toneladas” de ouro, em que o mesmo derretia e transformava em lindas jóias e armas.
Tornando-o Grande Ferreiro do Palácio de OSUN. Deslumbrada com tal fato OSUN se
sente satisfeita e vingada de OGUN ALÁBÈDÉ e decide levar OGUN WARI até a cidade
de Irê para apresentá-lo a seu Pai. Chegando em Irê OSUN adentra a cidade cantando e
dançando a seguinte cantiga:
YEYÊ O MUREJÔ, JINGUELÊ, JINGUELÊ MUREJÔ...
YEYÊ O MUREJÔ, JINGUELÊ, JINGUELÊ MUREJÔ...
Dançando, sacudindo, e batendo seus idés, erguendo seu abèbé e sua espada OSUN se
apresenta, assustado e sem entender nada OGUN ALÁBÈDÉ se aproxima e pergunta a
OSUN o por que de tal afronta. Ironicamente OSUN responde, lembra-te OGUN
ALÁBÈDÉ o quanto me humilhei e corri atrás de seus serviços e não fui respondida, pois
bem, depois daquela tarde maravilhosa que tivemos, descobri que tinha sido agraciada e que
eu esperava um filho teu, chamado de OGUN WARI, que nasceu, esta sendo criado em
minha cidade e lá permanecerá. Em seguida OSUN OPÁÀRÁ chama seu filho OGUN
WARI e lhe apresenta a seu pai. OGUN ALÁBÈDÉ reconhece seu filho. Daí OSUN
OPÁÀRÁ se vira para OGUN WARI e diz: - Vamos embora meu filho, não temos mais
nada para fazer aqui. Logo OSUN OPÁÀRÁ agradece OGUN ALÁBÈDÉ por ter dado a
ela
um filho com os mesmos dotes de seu Pai e que graças a isso ela não precisaria mais dele.
OGUN ALÁBÈDÉ seguiu em direção a sua casa. OSUN OPÁÀRÁ e OGUN WARI
voltaram para a cidade de Osogbô
PAI FOLHA

Você também pode gostar