O Orixá Obaluaê e suas origens

Obalùwayė ("Rei e Senhor da Terra") - Divindade iorubana proveniente de Tapa. Cultuado em Oyó como amigo de Xangô, e
por isso teria ligação com ele. Era o senhor da cura e da febre, promovia a cura dos moribundos. Também representa o
contato dos homens com o ayė (terra), por isso é também intitulado como Ilè Igbonà (Terra Quente). Acredita-se ser a
encarnação do orixá Xapanã, que foi criado por Olodumarê e desceu para o Aiê para ajudar a criar o mundo.

Soponnà ("Varíola") - Também conhecido como Xapanã ou Sapatá, foi um dos primeiros orixás a descerem ao mundo dos
humanos. É o orixá das doenças de pele, em especial da varíola, que tanto pode provocá-las quanto curar as enfermidades.
Seu nome é perigoso de ser pronunciado. Oriundo de Empê, território dos nupés ou tapas.

Omolu ("Filho do Senhor") - Divindade fundida ao culto de Xapanã, mas em alguns lugares não se confunde. Em Ketu, ao
que parece, Omolu e Obaluaê são a mesma divindade. Seu culto é originário do Oeste Iorubá, onde em Abeokuta é chamado
de Omolu Orogbo e é considerado um orixá feminino ligado aos riachos. Por outro lado, em Dassa Zoumé, é tanto masculino,
segurando um facão, quanto feminino, segurando um abėbė e um irùkėrė. Uma de suas manifestações inteiramente
masculina é chamada Omolu Arawe, em contraparte a seu aspecto feminino, Omolu Idji Aguna.

Sakpata - Originalmente trata-se de um vodun correspondente ao Xapanã iorubá (provavelmente um tenha dado origem
ao culto do outro). Sakpata é o vodun das doenças contagiosas e seu nome, assim como Xapanã, é proibido de ser
pronunciado, sendo preferencialmente chamado de "Ayinon" - o Dono da Terra. Cultuado entre os povos Fon e Iorubá, seria
a principal divindade do panteão ayi-vodun (voduns ligados à terra). Filho da divindade primordial Mawu-Lissá ou, segundo
alguns, da antiga mãe Nanã Buluku. Toda a sua família tem ligação com a terra, a morte e as doenças.

Azonsu ("Homem de Palhas") - Seria um dos nomes de Sakpata. É o senhor do desencarne e domina o mundo dos mortos.
É o filho mítico de Nanã Buluku e teria sido criado por Yemojà. Deus da humildade, é casado com Yewá e é irmão de Loko,
Aguė e Bessém.

Avimaje ("Solteiro") - O mais jovem da família de Sakpata. Carrega as almas e é o mensageiro dos Ayi-voduns. Grande
companheiro de Legbá, com ele viajou para muitos lugares e aprendeu várias línguas. É o único da sua família a virar num
pássaro branco para estudar os inimigos e suas armas. Foi rei em terras de Sogbô.

Azouani ou Azawany ("Palha Vermelha") - Divindade cultuada em território Ketu muito semelhante a Obaluaê.
Originalmente de Savé, onde se cultuava juntamente Nanã. Teria sido um odé, que segundo o itan sobre a sua origem, foi
irmão adotivo de Oxóssi e criado por Iemanjá. Representa a terra das florestas, pois o mesmo vive nas profundezas dela.
Ao que se parece, Omolu após ter morrido, teria voltado à vida graças a ajuda de Oxóssi, que teria cedido o seu corpo para
que ele ressurgisse do mundo dos mortos, onde foi resgatado pela sua esposa Oyá. Por isso no candomblé é considerado um
orixá duplo - ou "meji" - pois carrega o axé tanto de Omolu quanto de Oxóssi. Miticamente foi abandonado pela mãe Nanã,
que reinava em Savé e cedeu o trono ao seu filho mais novo Oxumarê. Futuramente, resgatou o título por direito como rei, e
passou a reinar como Obalùwayė.

Jagun (" O Soldado") - Também conhecido como Ajagun e Keledjebe ("O Invencível"), é uma divindade guerreira proveniente
de Ekiti Ifòn. Originalmente, pertence ao panteão de orixás funfun, e seria um dos filhos guerreiros de Oxalá. Teria se
refugiado na cidade iorubana de Ijena ou Jena, que fazia fronteira com o antigo Daomé (berço do culto à divindades como
Nanã Buluku, Yewá, Aguė e Bessém). Lá teria conhecido Aguė (ou Ossain) que lhe curou da cegueira causada por Oxum
após este ter tentado invadir o seu reino, e ensinou-lhe a cura e a feitiçaria, bem como todos os fundamentos e cultos
daquela terra, fazendo-o rei daquelas terras e passando a integrar a família de Obaluaê. Um fato é que Jagun não passou
a usar palhas, e permaneceu com suas vestes brancas, em consideração ao seu pai Oxalufan.