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EGBE ORO ATÉRERE KÁYÉ.

“Comunidade dos filhos daquele que cobre o mundo inteiro”


Baba Ifasemi ógbèwòrì.
Tel.: Gilson (021) 99130-1124.

A natureza é a própria essência da diversidade. Ela representa tanto as


trevas quanto a Luz e seu culto é a reconciliação dos opostos. A busca pelo
Equilíbrio é o objetivo de seu povo; e isso é alcançado pela aceitação de
múltiplos caminhos e verdades.
A primeira lição da Deusa é “Toda a Vida é sagrada”.
A segunda lição da Deusa é “Existe apenas uma raça...a raça humana”.
Livro: Grimório, Oberon, 1942, pag. 144.

Mãe natureza.
Eu sou a beleza da terra verde,
E a lua branca entre as estrelas,
E os mistérios das águas,
E o desejo dos corações humanos,
Chamo sua alma: levanta-se e venha para mim!
Pois eu sou a alma da natureza,
Que da vida é o equilibrio ao Universo,
De mim todas as coisas procedem,
E para mim todas as coisas devem retornar.

Doreen Valiente.
EGBE ORO ATÉRERE KÁYÉ.
“Comunidade dos filhos daquele que cobre o mundo inteiro”
Baba Ifásemí ógbèwòrì.
Tel.: Gilson (021) 99130-1124, 2455-7467. consulta com hora marcada.

Íya mi Òsòròngá

Quando se propõe a escrever sobre determinado assunto, assume uma grande


responsabilidade pelas informações passadas aos leitores desses artigos, apostilhas,
livros e etc.
Principalmente quando se tratar, de cunho espirituais, pois estou consciente das
responsabilidades espirituais assumida diante de Olódùmarè (DEUS).

MITOLOGIA:

Os mitos fazem partes das tradições orais dos diversos povos que formam o
complexo linguistico Yoruba, foram preservados nos países da diáspora Africana, em
especial no Brasil, o mito transcrito a seguir e baseado em algumas histórias, Itan,
publicados por Verger – òsá méji.
De acordo com os versos de adivinhação do Ifá, no Odu òsá méji. Olódùmarè, foi
quem deu o poder a primeira mulher, depois da criação do Aiyé (globo terrestre –
terra). Olódùmarè enviou três Orixas, incluido dois masculinos Obàtálá e Ogun, e
uma mulher, Odu, para administra-lo, para Obàtálá dá: o àse, especial para comandar
e fazer as coisas acontecer e Ogun lhe deu o poder do ferro, da caça e da guerra, à
princípio a Odu não foi determinado nenhum poder especial. Insatisfeita ela voltou a
Olódùmarè para pedir seu próprio poder.
Olódùmarè respondeu: “Você sempre, será chamada, para semple, mães deles, você
sustentará o Aiyé”, de posse dessa informação. Odu vem do Orun (céu) para Aiyé e
recebe de Olódùmarè, ser supremo o poder de Eleye (possuidora de passáros), dona
dos passáros.
Então, Olódùmarè lhe pergunta: Odu como você usaria o seu poder no Aiyé.
EGBE ORO ATÉRERE KÁYÉ.
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Odu, responde: que utilizaria para lutar contra aqueles que a insultasse ou a
desrespeitasse, mas não hesitaria em usá-lo para ajudar aqueles que lhe adorassem,
por essa forma de pensar e agir Ìyá mi, pertence aos seres espirituais chamados
Ajogùn, cujas funções incluem carregar o ebó para alimentar-se dele ou, mais
precisamente, do sofrimento humano do qual está impregnado.
Odu, no contexto representa as mulheres, são as “mães”, estão no poder controlando a
Aiyé.

EGBE (COMUNIDADE):

Há algumas comunidades, onde destaco; Egbe Gèlèdè (comunidade da máscara), a


Egbe Eleye (comunidade dos pássaros), literalmente gentes dos pássaros e a Egbe
Ògbóni (comunidade daquele que possuí a velhice – Anciões).
As comunidades, ( Egbe Gèlèdè é Egbe Eleye) todos os ancestrais são femininos, são
consideradas secretas pelo fato de seus conhecimentos serem transmitidos apenas aos
iniciados. Todas, tem como principal caracterisca a utilização de máscara, como
forma de integração do ser humano com o animal, suas danças são umas das diversas
formas de invoca a divindade para proteção da comunidade como um todo suas rezas
e oferendas. A Ebge Ògbóní tem seu princípio no próprio Òrun, Primeiro de tudo,
Obàtálá, desce à Aiyé e se estabelece em Ifé, daí se origina um governo que
estabelece evolução e o bem-estar aos seus habitantes, mas os anos se passam e os
vícios deste orixa, leva o descontentamento da população e aos declínio, então
Oduduwa, já estabelecida no Aiyé, e assistindo a fraca capacidade do governo de
Obàtálá possuía, determina tomar as terras que estavam sob o mandato desse orisa.
Inicia-se uma guerra Odùdúwà é o vencedor, graças às colaborações que a princesa
Moremi, (sua esposa), empresta a causa. Com resultado cria-se um novo governo de
Odùdúwà, criando focos de resistências pelos seguidores de Obàtálá, que fugindo
para densas florestas da selva Nigeriana, e os constantes ataques desses grupos de
rebeldes, deixa o governo de Oduduwa, em uma situação muito delicada e difícil de
resolver, logo achando por bem cede, assim concedendo a Obàtálá o controle
religioso da sociedade, mas sob a tutela de Oduduwa, torna-se o órgão de justiça e
guardião de toda terra Yorùbá, tomando a mãe terra como sua força de adoração que é
transformada em um guia para julgar os culpados e inocentes. Séculos depois, esse
sistema de justiça muda e se tornando uma comunidade com diretrizes e regras.
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Seus muitos conhecimentos medicinais, adquiridos durante seu exílio nas densas
florestas, passaram de geração para geração. Hoje, mais do que adorar (mãe terra),
sua importância recai sobre o conhecimento na medicina naturalista, capaz de curar
desde uma pequena infecções até doenças terminais. A Ebge Ògbóní são composta
de homens e mulheres, o tratamentos entre si, que a comunidade, se expressa
omo-Odùdúwà. Está egbe foi aprovada por Òrúnmìlà ao avaliar o conhecimento que
esses pessoas adquiriram duranre seu exílio na floresta, tiranda sua força espiritual de
Orò Lewe (divindade cujas cerimônias são feitas na floresta (egunguns)), tal
conhecimento, aliado a sua sabedoria, lhe capacitaram a serem os guardiões do
respito a todos os Òrísà. È importante observar que Òrúnmìlà é o Babá (pai) de
todos os Ògbóní, essa é a razão que cada um dos seus descendentes é a mais alta
autoridade desta comunidade no Aiyé. Esta fraternidade espiritual alcançou uma
proximidade com as energias da Aiyé (mãe terra) e acumulou uma série de segredos
ancestrais que marcaram sua existências e suas evolução atráves dos tempos, na
história Yoruba. A essência dos seus membros e venera a mãe terra (Onilé), para
garantir a sobrevivência humana, paz, felicidade e a estabilidade social.
Hoje todas as comunidades são compostas por homens e mulheres, obedecendo certas
ritualisticas na iniciação com fraterna comunhão de pensamento e atitudes.

Poder Feminino - As Ìyá mi Òsòrongà:

As Ìyá mi Òsòrongà são as grandes mães ancestrais, cujo poder é tão forte que chega
a ser incontrolável. Mencionar seu nome deve ser evitado e, quando pronunciado,
deve-se reverenciar o chão. Costuma-se chamá-las preferencialmente por Eleye
(Senhora do pássaro), Ìyá mi (Minha Mãe) ou Ìyá Àgbà (Anciã). Outro nome, menos
carinhoso, pelo qual são conhecidas é Àjé (feiticeiras). Segundo as lendas, as Àjé
seriam velhas senhoras portadoras de uma grande cabaça contendo um pássaro
(Àgbìgbò, Èlùlú e Àtíòro), que voaria aos quatro cantos do mundo durante a noite
informando sua Senhora tudo que ocorria. Em outros relatos, as Ìyá mi seriam o
próprio pássaro (uma coruja), que pousaria nos tetos das casas executando toda
espécie de maldades e feitiços, pois elas estão eternamente encolerizadas e
insatisfeitas.
As Ìyá mi já dominaram o mundo um dia. Entretanto, por terem abusado de seu
poder, foram destituídas de seu posto. Apesar do seu caráter agressivo, as Eleye
também são capazes de praticar o bem.
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Segundo conta um dos poemas de Ifá, logo que chegaram ao mundo elas se
empoleiraram em sete árvores, a saber:
1) Iwo / Orógbó (felicidade).
2) Osè / Baobá (sucesso).
3) Òbòbò / Araba (perdão).
4) Àsùrìn / Pau Brasil (felicidade e infelicidade).
5) Arère / Pimenta de macaco (destruição).
6) Iyá / Copaíba (morte).
7) Irókò / Iroko (violência).
Esse mito nos indica que o poder destas Senhoras para esse povo não é nem bom,
nem mau, nem moral, nem perverso, pois a única coisa que importa é o modo como o
axé é empregado. (VERGER, 1994, p.22).
O mito das Donas do Pássaro, ou a minha Mãe ancestral, como são conhecidas, está
fortemente ligado à criação do mundo Iorubá (VERGER, 1994). Essa incumbência de
criar o mundo foi dada a elas por Olodumare ou Olorun (como também pode ser
conhecido), que lhes conferiu grande poder, determinando que elas seriam
consideradas a mãe universal. Longe de serem excluídas pela sociedade, são tratadas
com muito respeito e consideração, pois, assim como dissera Olodumare, “todas as
pessoas nascerão da mulher, e se não forem ajudadas por ela, nada conseguirão. A
mulher terá mais poder na terra, pois colocou todos os seres humanos no mundo.”
(BENISTE, 2010, p. 170). Ao mesmo tempo em que essas Donas podem
representar um aspecto soturno das coisas, como a inveja, o poder desmedido e sem
limites, a intolerância, o ciúme, o caos e o descontrole, também são capazes de
representar um papel moderador para as cóleras encontradas na sociedade. A sua
impaciência e intolerância podem ser compreendidas pelo fato de já estarem no
mundo há muito tempo, o que pode diminuir a paciência.
Nesse sentido, entendo que a manipulação dessa força não deve ser interpretada
através da visão judaico-cristã, visto que ao utilizar a palavra Ìyá mi não se faz
menção do lado obscuro do poder feminino, ao contrário, faz-se isso de maneira a
homenageá-las, exaltando o seu lado protetor, de mãe. Ìyá mi , ou minha mãe,
refere-se a uma reverência ao poder expresso pelo feminino que faz a ponte entre os

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antepassados e os vivos, alternados ao seu lado materno de proteger a todos que


procurassem seu poder, conforme foi prometido por Olodumare. Além disso, são elas
as responsáveis por controlar o sangue menstrual, podendo fazê-lo cessar ou provocar
hemorragias.
As regras femininas são controladas mediante o uso de seus poderes míticos. O seu
poderio é atribuído às mulheres mais velhas, de quem, em certos casos, ele pode ser
herdado ou adquirido. Dessa maneira, subentende-se que cada mulher traz o poder
dessa ancestral consigo. O mito não é o reflexo do culto às mulheres bruxas, sentido
atribuído pelo trabalho de muitos pesquisadores estrangeiros que transformaram o
termo Ìyá mi em algo pejorativo, totalmente destituído de sua função primordial de
criar a vida. As suas aves noturnas representam uma metáfora do poder feminino da
criação da vida (fecundação).
O poder mítico conferido a algumas das aves da noite pode ser adicionado a medos e
sentimentos negativos encontrados nos seres humanos, fazendo com que se crie um
espaço etéreo: o dos espíritos coletivos das feiticeiras, que acabaram assumindo a
condição de força destrutiva. As Sociedades das Ìyá mi são compostas de devotos das
àjé (feiticeiras) sendo assim representado pelas Ìyá-Mi (minha mãe), o que demonstra
o grande poder oculto das mulheres que adentram a mata fechada a fim de cultuar e
abrandar a fúria desta Mãe. Desta forma, a figura de Ìyá Mi irá servir como
representação coletiva de todas as ayabás, de todas as mulheres que com sua força e
capacidade modificam os rumos de todos, inclusive dos homens.

Rituais das Igi (árvores);

Iwo / Orógbó (felicidade): Às Àjé desta árvore são todas de um encantadora beleza e
imensa força de atração, As antigas lendas de ninfas e outros seres, que atraem as
pessoas para o interior das cavernas, florestas e ao fundo das águas, diante de suas
belezas encantadoras, são esses seres magicos que vibram nesta árvore. O significado
de felicidade, é que toda pessoa passa por essa vida para dar e receber felicidade. No
Orógbó local próprio para as magias do amor e realizações sexuais, Há de ressaltar a
importância das sinceras amizades, a grande magia do ser humano. Luiz Carlos, pag.
263.

Osè / Baobá (sucesso): Às Àjé desta árvore são todas ligadas as riquezas e
abundâncias, entretanto, em magia não se deve medir riquezas em termos de
propriedades, mas sim, em termos de controle sobre as pessoas e materiais.

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Esta árvore bem poderia ser conceituada, como consciência da satisfação, isto porque
objetivo do sucesso não é o acumulo de bens materiais e sim ter a satisfação
agradável e pessoal de bem administrar as riquezas ao seu dispôr. Luiz Carlos, pag.
313

Òbòbò / Araba (perdão). A magia da árvore Òbòbò, baseia-se no perdão, está magia
concentra-se na libertação das consciências e das almas ( nossos corpos de emoção).
Muito mais importante do que saber perdoar o outro, é sabemos nós perdoar. Era isso
que os antigos mestres da magia do passado queriam dizer quando falavam “é preciso
saber perdoa”. Quando perdoamos nossos próprios erros nos livramos da culpa e da
frustração. A magia do perdão permite o sorriso e o leve balançar de ombros que nos
auxilia a revemos nossos erros de forma menos cruel e por isso mesmo mas humana.
O remorso e a culpa nos tornam escravos de uma pedra que achamos que devemos
carregar, mas o verdadeiro praticante de magia é “LIVRE” como o pássaro que voa
ante o arco do sol, assim é nosso espírito eterno e nossa mais doce alma, a da criança
interior.Luiz Carlos, pag. 490.

Àsùrìn / Pau Brasil (felicidade e infelicidade). Dentro as magia no culto de Ìya mi, a
magia desta árvore é a que tecnicamente é mais complexa e de difícil manipulação.
Isto ocorre, porque são inúmeras as possibilidades de rituais que são possíveis, pois o
raio do poder dessa magia é tão abrangente e fascinante, que se torna muito fácil,
“cair em armadilhas” ou em equivocadas interpretações. A quantidades e variedade
de forças físicas e espirituais que aqui estão envolvidas chegam as raias do infinito.
Uma palavra errada , na hora errada, dita próxima árvore “Ásúrín” sacralizada, pode
causar estragos inimagináveis. Luiz Carlos, pag. 345.

Arère / Pimenta de macaco (destruição). Às Àjé desta árvore são ligadas aos
genocídios, ( O genocídio é considerado uma das mais horríveis atrocidades que pode
ocorrer na civilização. É um ato de tentativa sistemática em elimina uma população
cultural, religiosa ou étnica, ex: O Holocausto 1942/1945). Elas são controladoras e
manipuladoras de Damagomi, por isso requer cuidados redoblados ao manipular essa
magia. Luiz Carlos, pag. 271.
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Irókò / Iroko (violência). Essas Àjé é que sustenta a magia das Ìyá mi, através do
Irókò controla e emana forças poderosissima, sendo extremamente perigosa para
qualquer um que pretenda usufruir de seu poder, sem conhecimento e domínio prévio
das árvores precedentes e suas respectivas magias. Às Àjé desta árvores vibram em
combinação com os Ajogun, controladores do amor apaixonado, o erotismo, as
energias sobrenaturais, as guerras, a morte violenta, o homicídio, o roubo, os
incêndios, somente alguém devidamente preparado pode evocá-las com o minímo de
risco, quer dizer case sem risco, pois mesmo para o iniciado é arriscado, na medida
em que, estes rituais são feitos de maneiras imprudente e sem a devida preparação,
podem produzir de imediato a morte repentina daq pessoa. Luiz Carlos, pag. 328.

Iyá / Copaíba (morte). A magia dessa árvore é muito difícil de ser dominada, pois as
Àjé vibram no reinos da morte e da feitiçaria fúnebre, somente bruxo com muitos
anos de prática nesta arte poderia exercer o direito da vida e da morte sobre os outros,
sem correr riscos de se ver preso ou devedores de favores, a força que o possibilitou a
alcançar seus intentos, ou ater o justo retorno pelo uso desse ritual, pois estamos
falando em Necromancia de assassinato a distância (não violento), aqui bem se
enquadra a magia negra, sendo nessa árvore que o Orixa Iku (morte) amarra seu
cavalo para ir em busca de suas vitimas. Luiz Carlos, pag. 334.

Cultos as Ìyá mi Òsòrongà:


A grande mãe, tomando conhecimento que Olódùmarè, não satisfeito com seu
comportamento na Aiyé, pois abusava dos seus poderes, sabendo que seria a hora de
morrer, dividir seus poderes, para serem administrados na Aiyé, o que foi feito
através de quatros igbá (cabaças), sendo administradas pelos orixas Obatala,
Obaluayie, Ogun e Oduduwa
 Igbá – Awo Funfun – EFUN - São mulheres que usam tudo branco inclusive os
animais para sacrifício, Elas são mais Positivas do que as outras qualidades de Ìyá.
Ligadas ao clã de Obàtálá, Ifá, Yemojá, Òsún, Ajesaluga, Osumare.
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Igbá – Awo Dudu – LAMA. São Iyà ligadas a lama e que carregam tanto o positivo
quanto o negativo depende da invocação. Elas são mais ligadas com Bichos Pretos e
principalmente ao Ologbo-Dudu (Gato Preto). Muito ligada a egunguns.
Igba– Awo Pupa – OSUN, São Iya que usam tudo vermelho e tem grande ligação
com Oya, Obaluwaiye, Sàngó e os Aiyé.  
Igba – Awowaji – WAJI. São Ìyá que usam azul e tem grande ligação com Ogun e
osAiyé. Serve para defender a quem as cultuam. Sendo ogun, orixa da guerra, da
agricultura e do ferro, evocando esse energia tem que ter o proposito bem definido.

RITUALISTICAS: Gbàdúrà (reza), OFÒ (versos recitados), Ìbà


(saudação), Ewé (Folhas), Àwon Eranko (animais) e Igbá.
​Gbàdúrà (reza) à Íya mi Òsòròngá:
 

Apaki yèyé Òsòròngá


Apaki yèyé Òsòròngá
Íyaì Mo ki o Màmà pa ní ara
Íyaì Mo ki o Màmà sòro
Bawa dé ajua Mibo mi ò
Íyaì mi a kuawao
Íyaì mi sòro
A kwa awo eeee
---------------------------------------------------------------------------------

Ìyá mi ilé òrò, Ìyá mi ilé òrò,


Ìya gbogbo àse ìya mi s'ará má ààbò é é é;
Ìyá mi ilé òrò.
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TRADUÇÃO:

Minha mãe da casa sagrada, minha mãe da casa sagrada,


Mãe que tem todo axé, minha mãe dará proteção para todas as pessoas;
Minha mãe da casa sagrada.

Ìyá a pòn, a tajú èrú e tòn.


Ìyá a pòn omo rè. Ìya a pòn
Olódò mi ó ìyá mi ó ìyá re,
Ìyálóòde  abèbè.
Olódò mi ó Ìyá ó ìyá re,
Ìyálóòde  abèbè.

TRADUÇÃO:

Mãe que nos carrega nas costas, olhamos surpresos vossa carga e vossa luz.
Mãe que nos carrega, vossos filhos, mãe que nos carrega.
Minha senhora do rio, minha mãe, ó mãe da felicidade,
Primeira dama da alta sociedade com seu leque.

Ìyá mi ilé òrò, Ìyá mi ilé òrò,


Ìya gbogbo àse ìya mi s'ará má ààbò é é é;
Ìyá mi ilé òrò.

TRADUÇÃO:
Minha mãe da casa sagrada, minha mãe da casa sagrada,
Mãe que tem todo axé, minha mãe dará proteção para todas as pessoas;
Minha mãe da casa sagrada.
Dìde, dìde, dìde mo jí, má mo júbà àse,
Dìde, dìde, dìde mo jí, má mo júbà àse.
A máa ké  jó, ò sa móló iló,
Oní  Kéke gbóòmi ké èdá
E mo jí mi má ààbò yè òòsà
Mo láayè yè, mo wí ló, ní mo wí l'olà,
Ìyá mi Olójú, Olómu Eléèdá.
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TRADUÇÃO:

Levante, levante, levante, eu acordo e sempre pedirei sua benção e seu axé.
Levante, levante, levante, eu acordo e sempre pedirei sua benção e seu axé.
Sempre grito e danço, ela escolhe quem fica sobre seu domínio e o usa.
Senhora que em silencio oferece água acalentando as criaturas.
Senhora eu acordo e terei vida e proteção do orixá.
Tenho vida e sobrevivo. Eu digo que terei boa saúde
Minha mãe e guardiã, senhora da amamentação e senhora da criação.

Ìyá mi ilé òrò, Ìyá mi ilé òrò,


Ìya gbogbo àse ìya mi s'ará má ààbò é é é;
Ìyá mi ilé òrò.

TRADUÇÃO:

Minha mãe da casa sagrada, minha mãe da casa sagrada,


Mãe que tem todo axé, minha mãe dará proteção para todas as pessoas;
Minha mãe da casa sagrada.

Gbàdúrà (reza) à Íya mi Òsòròngá:

Ìyá kéré gbo ìyá mi ò


Ìyá kéré gbohùn mi ò
Ìyá kéré gbo ìyá mi ò
Ìyá kéré gbohùn mi ò
Gbogbo Eléye mo Ìgbàtí
Ìgbàmú ile
Ìyá kéré gbohùn mi
Gbogbo Eléye mo Ìgbàtí
Ìgbàmú ile
Ìyá kéré gbohùn mi

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TRADUÇÃO:

Pequeninas mães, ó idosas mães


Pequeninas mães, ouçam minha voz
Pequeninas mães, ó idosas mães
Pequeninas mães, ouçam minha voz
Todas as senhoras dos pássaros quando eu
Cumprimo a terra
Pequeninas mães, ouçam minha voz
Todas as senhoras dos pássaros da noite
Todas as vezes que comprimo a terra
Pequeninas mães, ouçam minha voz

OFÒ (versos recitados) à Íya mi Òsòròngá:


Mo Júbà enyin Íya mi Òsòròngá
O tonón èjè enun
O tooken èJè edo
Mo júbà enyin Íya mi Òsòròngá
O tonón èjè enun
O tooken èJè edo
Èjè ó yè mi kále ò
Ó yíyè, yíyè, yíyè kòkò
Ó yíyè, yíyè, yíyè kòkò.

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TRADUÇÃO:
Meus respeitos a vós, minha mãe Oxorongá
Vós que seguies os rastros do sangue interior
Vós que seguies os rastros do coração e do sangue do fígado
Meus respeitos a vós mãe Oxorongá
Vós que seguies os rastros do sangue interior
Vós que seguies os rastros do coração e do sangue do fígado
O sangue vivo que é recolhido pela terra cobre-se de fungos
E ele sobrevive, sobrevive, ó mãe muito velha
O sangue vivo que é recolhido pela terra cobre-se de fungos
E ele sobrevive, sobrevive, ó mãe muito velha.

Ìbà (saudação) à Íya mi Òsòròngá:

Ìbà Íya mi Òsòròngá ò


Àwon Íya mi àgbà aiyé atijo!
A da ire fún mi loju Ifá
Báyìí èsù sí jépe kí Ifá gbè wà !
Kí Íya mi ÓÒ da ire fún wà !
Ìbà Íya mi Òsòròngá ò
Àwon Íya mi àgbà aiyé atijo!
Olokunkun aiyé o!
Elébo ikorita lale
Ìbà Íya mi Òsòròngá ò
Àwon Íya mi àgbà aiyé atijo!
Olokunkun aiyé o!
Elébo ikorita lale
Ìbà Íya mi Òsòròngá ò
Òní Osùn o!
Òní fun o!
Òní dúdú o !
Òní wàjí o
Àse o!

EGBE ORO ATÉRERE KÁYÉ.


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TRADUÇÃO:
Oh! Assim seja
Oh! Iyá mi Oxoronga
As mães veneráveis do mundo antigo!
Que cria a sorte para mim perante Ifá
Assim Exu permite que Ifá nos salve!
Que as mães veneráveis criem sorte para nós!
Oh! Saudação as mães veneráveis!
As mães veneráveis do mundo antigo!
Oh! Senhoras do início do mundo
Senhoras do ebó ikorita que abrem a terra
Oh! Saudação as mães veneráveis
As mães veneráveis do mundo antigo!
Oh! Senhoras do início do mundo
Senhoras do ebó ikorita que abrem a terra
Oh! Saudação as mães veneráveis!
Oh! Senhora que detém o vermelho!
Oh! Senhora que detém o branco!
Oh! Senhora que detém o preto!
Oh! Senhora que detém o azul!
Oh! Assim seja
Saudação as mães veneráveis
Oh! Assim seja.

Os versos, rezas e saudações foram extraidas das obras de Altair T'ògún.

EGBE ORO ATÉRERE KÁYÉ.


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Àwon Eranko (animais):
a) Franga (Adìye).
b) Pata (Pépéye).
c) Peixe (Eja).
d) Cabra (Ewúré).
e) Coelha (Ehoro)
f) Tartaruga (Ìjàpá)
g) Leitoa (Elédè)
h) ìgbín (caracol)
i) Ovelha (Àgúntàn)
j) Vaca (Màlúú)
l) abelha (Kòkòrò)
m)Barata (Aáyán)
n) podemos ainda enumerar mais animais, mas acredito que esses dá uma boa noção.
Luiz Carlos, pag. 672.

EGBE ORO ATÉRERE KÁYÉ.


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Baba Ifásemí ógbèwòrì.
Tel.: Gilson (021) 99130-1124, 2455-7467. consulta com hora marcada.

Ewé (Folhas):
a) Guiné.
b) Crista de Galo.
c) Cabaceira.
d) Erva Andorinha.
e) Amoreira.
f) Alfavaca.
g) Erva de São João.
h) Capiçoba.
i) Dama da noite.
j) Trombeta.
l) Folha da Cana de açúcar.
m) Salsa da praia.
n) posso ainda enumerar mais folhas, mas acredito que essas dão uma boa noção.
Luiz Carlos, pag. 673-676.

O Igbá: Esse reservo o sagrado direito de não divulgá-lo, tendo em vista que se
tratar de segredo de axé, assim como as combinações entres as folhas e animais a
forma de sacrífica-los, se enquadra na mesma categória.

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As Divindades principais que se relacionam com ìya mi:


1) Orô (Egungun):

Orô é uma divindade masculina que representa a ancestralidade dos Homens, é um


Deus similar à Ìyá mi, o Culto a Orô representa o culto indireto a Ikú, é um dos cultos
aos mortos, Deus da destruição é considerado como o portal para a ressurreição.
Segundo um de seus mitos, toda alma ancestral masculina para que pudesse renascer
no Aiyé deveria ir ao seu encontro, a alma teria de ser devorada pelo Deus. Orô é
considerado como um Deus incontrolável, conta-se que quando Orô sai pelas ruas
ninguém deve ficar em seu caminho ou será sacrificado. Orô possui uma voz
extremamente grossa e cavernosa, seu grito ecoa como um trovão na floresta da
morte, ele absorve a vida de tudo. A única divindade que trata com Orô é Xangô, pois
foi o único a fazer os Ebós necessários para isso. Apenas homens podem prestar culto
a Orô. Muitas sociedades alcançaram o título de “poderosas” na Religião Yorubá,
mas nenhuma alcançou o prestígio da Sociedade Secreta Orô. Na antiguidade esta
sociedade, semeava o terror dentro do poder, já que seus emissários ocultos, por
baixo de máscaras impediam o abuso de sacerdotes, monarcas inclusive de anciões,
que formavam o conselho central do reino. A missão desta sociedade, prevalecia em
todas as exigências religiosas e era tão poderosa, que possuía o direito de vigiar se os
governantes respeitavam os preceitos morais divinos. Eles são os defensores e
reguladores da ordem tradicionalista, do cuidado com o conhecimento, do folclore, da
história e dos mitos. Os membros desta comunidade, desempenhavam múltiplas
funções sociais. Os membros da Sociedade Orô, se preocupavam, com o adequado
"respeito ao culto dos ancestrais", mantendo-o vivo, por tanto, os membros desta
comunidade se encarregavam de conseguir que os mortos fossem enterrados
conforme determinados rituais apropriado e sua almas chegassem com segurança ao
reino dos mortos, inclusive aquelas pessoa, que por infelicidade fossem mortas em
acidentes ou tivessem mortes trágicas. Orô Aboluaje, é o título que se lhe dá e seu

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significado seria: “o que pode recolher da areia da vida o chefe dos feiticeiros”, é um
espírito deificado dos homens. Orô recebe o nome de Ita e tem um companheiro com
o qual lhe chama ao vento, seu nome é Irelê, com o qual caminha e se alimenta.  Ele é
representado por um filete, cuja confecção é um segredo e vive encima dele. Orô é
chamado de Deus do mistério. Segundo o Odu Ogbe-Osa, onde disse que vagava pelo
bosque e fundou o estado de Kwara, a deidade do segredo do retiro e do encanto. Na
antiguidade a Sociedade Orô, estava vinculada à comunidade Ogboni, eram os
executores dos criminosos; quando um criminoso era condenado pela Corte Ogboni,
eram os membros do Culto de Orô, os que executavam a sentença. Quando Orô, saía
à rua durante a noite, os que não pertenciam a esta sociedade deveriam ficar
recolhidos em suas casa ou corriam o risco de morrer. Eles estabeleciam “o toque de
recolher”. Durante o ano havia de sete à nove dias dedicados as festividades de Orô,
especialmente em lua nova, onde as mulheres teriam que permanecer trancadas
dentro de suas casas, com exceção as poucas horas, em que era permitido saírem para
diversos fins. No sétimo dia nem sequer isto seria permitido, sob rigorosa pena de
morte. Deveriam permanacer trancadas, sem importar qual era seu status social ou
título de nobreza. Quem desobedecia as regras desta sociedade era executado. Orô é
uma das forças sobrenaturais que atuam durante a noite. Esta divindade trás
prosperidade, mas ao mesmo tempo adestruição.

2) Òrìsà Òsun:

Òsun é igual às Íya mi.?


Quantas Íya mi existem?
São 201 que vieram do aiyé.
E mais incontáveis que se criaram no aiyé.
Elas tem muitos nomes:

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Íya mi Osoronga
Íya mi Elesenu
Íya mi Apaoka
Íya mi Iyanla
Íya mi Mepere
Íya mi Bokolo
Íya mi Ajé
Íya mi Eleye
Íya mi Ekunlayie
Íya mi Onilé
Íya mi Araiye
Íya mi Kekere
Òsun Iyelala
São todas essas e muitas, muitas outras.
O Orisa que ás Íya mi respeitam é Òrúnmilá.
èsù também passeia entre elas. (as Íya mi)
Porém das divindades a mais Influente é Òsun.
Òsun não é uma Íya mi., mas está todo o tempo em sua companhia.
Òsun é amiga da humanidade,
Mas a Íya mi não é.
Íya mi Òsòròngá tinha uma irmã, chamada Agborin.
Agborin traiu Íya mi Òsòròngá.
E matou o único filho que ela tinha.
Agborin era humana,
E Íya mi jurou lutar contra, todos os que fossem iguais a ela.
Desde estão as Íya mi estão em uma luta perversas com os seres humanos, que não
lhe dão os devidos respeitos.
Òsun é Òsun Akoko, a suprema ancestral.
As Íya mi moram em árvores.
Elas estão no pé da árvore Irókò, No pé de Arère, na Osè Na árvore Àsùrìn, na Iwo,
na Iyá e no Òbòbò
Mas Òsun está no fundo do rio.
As Íya mi muitas vezes desafiaram Òsun.
Mas nunca tiveram sucesso.
Òsun é um Òrìsà dourado, que também se veste de vermelho.
Quando diante das feiticeiras.
Òsun Òrìsà Pupa, Dudu, Funfun e Wají.

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Òsun é também uma feiticeira.


Òsun é dona de um rio gigante, que percorre todas as terras.
Que a ela pertencem ate desaguar na alagoa de Lekki em Eko, mas Íya mi também
tem um rio.
As águas do rio Olontoki, pertencem as feiticeiras.
Òsun se transforma em pombo,Pavão, coruja e abutre.
Mas as Íya mi também são soberanas, entre os passos.
Òsun tem uma cabaça enfeitiçada, com a qual faz prodígios.
Mas as Íya mi também carregam cabaças, cada uma tem a sua.
São tantas coisas em comum, entre a Òsun e as Íya mi, é comum confundi-las.
Ao olhar para as feiticeiras é normal crer que são uma coisa só.
Mas Òsun é um Òrìsà.
Òsun é Oxe-Meji no fundo das águas.
Íya mi está em pé sobre Osa-Meji.
Òsun é doce e meiga para os seus filhos, mas terrivelmente aparga para os inimigos.
Òsun é uma feiticeira esplendorosa!
Senhora da cidade de Ojumu.
Senhora da cidade de Iponda.
Senhora do rio é Opará.
As Íya mi estão por toda parte, dentro das florestas e sobre os telhados das casas.
Mas quem tem Òsun não teme as Íya mi.
Pois feiticeira maior é ela.
Rora Yèyé ó! Ó fí dé rí omo! (mãe cuidadosa! Senhora que usa coroa e que olha por
seus filhos!)

3) Òrìsà Nàná- A Dona da Ancestralidade:


Quando Olódùmarè encarregou Obàtálá de fazer o mundo e modelar o ser humano, o
Òrìsà tentou vários caminhos. Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura. De
pedra, a tentativa, ainda foi pior. Fez de fogo e o homem consumiu. Tentou azeite,
água e até vinho de palma, e nada. Foi então que Nanã veio em seu socorro. Apontou
para o fundo do lago com seu ìbírí, seu cetro e arma, retirando uma porção de lama.
Nàná deu a porção de lama a Obàtálá, o barro do fundo da lagoa, onde mora, a lama
sob as águas, que é Nàná . Obàtálá criou o homem, o modelou no barro. Com o sopro
de Olódùmarè, ele caminhou, com a ajuda dos orixás habitou a aiyé (PRANDI, 200,
p. 196).

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Anabiocô, também chamada Nàná Buruquê, Bulukú ou Ánàgónu é um Òrìsà muito


antigo, pois quando Odùduwá, durante a criação do mundo separou e liberou do seu
saco da existência a aiyé e a água, no meio se formaram a lama dos pântanos, que
representa um dos maiores fundamentos dessa Iyá Agbá (mãe antiga). Nàná é a
senhora anciã.

Sálùbá Nàná Burúkú ! ( Da morte ruim, nós refugiamos com Nàná )

4) Òrìsà Obàtálá:
Obàtálá, é o òrìsà do branco, suas representações baseia-se nesta cor. Que é a
somatória de todas as outras cores juntas, simbolizando a concentração de todos os
àse, o grande poder de criação desta desse òrìsà. Obà (rei) àlà (pano branco), o
senhor do pano branco, representando a cobertura, o àse, dessa divindade sobre todos
os assuntos pertinentes ao homem, pois todos os homens desejam estar cobertos pelo
seu àlà, pois sobre seu àlà, está contido toda calma, sabedoria, criatividade e paz,
advinda desse grande òrìsà, que transmite o ofurufú (brisa), o sànmó (ar/atmosfera),
que separa o aiyé (terra) do òrun (céu), portanto, a cada momento de nossa vida, pela
respiração colocamos para dentro de nosso organismo, o sopro divino, que nos
adentra trazando vida, e sai levando as impurezas. Ele envolve todo o globo terrestre,
aos nossos olhos, demonstrando uma calma quase que inerte, extrema sutileza
invisível, porém em constante movimento de renovação, de proteção e de vida. Mas
esta barreira suave, invisível, renovadora, que é a atmosfera, pode se transformar em
uma barreira quase que intransponível. Note que, as astronaves necessitam de ângulos
perfeitos para poder ultrapassar esta "barreira invisível". Caso contrário poderiam dar
de frente com uma "parede de aço", totalmente destrutiva. Como sànmó, ele é a
fronteira entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos. Logicamente compreendida
a metáfora da afirmação dentro da cultura de um povo muito antigo. 

Èèpàà bàbá òrisànlá, òrìsà òkè ninú awon gbogbo òrìsà ! Èèpàà bàbá. ( òrìsà do pano
branco ! Respeitos ao Pai e grande òrìsà! Òrìsà que está acima de todos os outros
òrìsà ! Saudações e meus respeitos ao Pai ! )

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5) Ògún:
Ògún é o Deus do ferro, da metalurgica, da tecnologia,dos caçadores, maquinistas,
mecânico e de todos os profissionais que de alguma forma lidam com o ferro ou
metais afins, não podemos esqueçer o ofício de agricultor. O terrível guerreiro,
violento e implacável, deus do ferro o senhor do màríwo, o senhor que vai na frente e
guardião dos egbe (casas de santos).
Orixá conquistador, Ògún fez-se respeitar em toda a África negra pelo seu carácter
devastador. Foram muitos os reinos que se curvaram diante do poder militar de Ògún.
Entre os muitos Estados conquistados por Ògún estava a cidade de Iré, da qual se
tornou senhor após libertar a cidade da tirania do rei e substituí-lo pelo seu, próprio
filho, regressando glorioso com o título de Oníìré, ou seja, Rei de Iré.
Não é por acaso, portanto, que nas orações dedicadas a Ògún o medo fica tão
evidente e a piedade é um pedido constante, pois como diz uma das suas cantigas:

Ògún pá lélé pá
Ògún pá ojaré
Ògún pá, lélé pá
Ògún pá ojaré.

TRADUÇÃO:
Ògún mata/extingui com violência
Ògún mata/extingui com razão
Ògún mata/extingui e destrói completamente.

Ògún seria o filho mais velho de Oduduwa, o herói civilizador que fundou a cidade
de Ifé. Quando Oduduwa esteve temporariamente cego, Ogun tornou-se seu regente
em Ifé.
Ògún é um òrìsà  importantíssimo em África e no Brasil. A sua origem, de acordo
com a história, data de eras remotas. Ògún é o último imolé.

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Os Igba Imolé eram os duzentos deuses da direita que foram destruídos por


Olódùmarè após terem agido mal. A Ògún, o único Igba Imolé que restou, coube
conduzir os Irun Imole, os outros quatrocentos deuses da esquerda.
Foi Ògún quem ensinou aos homens como forjar o ferro e o aço. Ele tem um molho
de sete instrumentos de ferro: alavanca, machado, pá, enxada, picareta, espada e faca,
com as quais ajuda o homem a vencer a natureza, entre diversos motivos de sua
importância, Ògún e pai de Òsòósì
Em todos os cantos da África negra Ògún é conhecido, pois soube conquistar cada
espaço daquele continente com a sua bravura. Matou muita gente, mas matou a fome
de muita gente, por isso antes de ser temido Ògún é amado.

Ògún yé, pàtàkì orí òrìsà ! (Salve Ògún, Cabeça dos òrìsà importantes)

5) Obalùwayé:
Obalùwayé, deus originário do Daomé. Obalùwayé é uma flexão dos termos Obá
(rei) - Olúwó (senhor) - Ayié (terra), "rei, senhor da terra". Eu acrescento mais um
aspecto “quente” ( rei, senhor da terra quente). Omolu também é uma flexão dos
termos: Omo (filho) - Olúwó (senhor) que quer dizer "filho e senhor", vou abrir um
parênteses para uma observação cultural, na Africa antiga Obalùwayé e Omolu, eram
irmões, sendo Omolu, feminino e o Obalùwayé, masculino.

Voltando ao assunto Obalùwayé o mais moço, é o guerreiro, caçador, lutador. Sendo


Omolu, o mais velho, é o sábio, o feiticeiro, guardião. Porém, ambos têm a mesma
regência e influência, significam a mesma coisa, têm a mesma ligação e são
considerados a mesma força da natureza.

Obalùwayé é o sol, a quentura e o calor do astro rei, é o senhor das pestes, das
doenças contagiosas ou não. É o rei da terra, do interior da terra, é o òrìsà que cobre
o rosto com o Filá (de palha da Costa), porque para os humanos é proibido ver o seu
rosto devido à deformação feita pela doença, e pelo respeito que devemos a esse
poderosíssimo òrìsà.

EGBE ORO ATÉRERE KÁYÉ.


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Está no funcionamento do organismo, na dor que sentimos pelo mal funcionamento


dos órgãos, por um corte, queimadura ou traumatismo. A ele devemos a nossa saúde.
Trata do interior, mas cuida também da pele e de suas moléstias.

Divide com Oya branca a regência dos ilé de Ikú, pois é o òrìsà que vem como
emissário de òrisànlá (princípio ativo da morte), para buscar o espírito desencarnado.
É ele que vai mostrar o caminho, servir de guia para aquele espírito. Obalùwayé
também é o senhor da terra e das camadas do seu interior, (Bábá dos engunguns) para
onde vamos todos nós. Daí sua ligação com os mortos, pois é ele quem vai cuidar do
corpo sem vida.

Obalùwayé está presente no nosso dia-a-dia, quando sentimos dores, agonia, aflição,
ansiedade. Está presente quando sentimos coceira e comichões na pele.

Rege também o suor, a transpiração e seus efeitos. Rege aquele que tem problemas
mentais, perturbações nervosas e todos os doentes. Está presente nos hospitais, casas
de saúde, ambulatórios, clínicas, sempre próximo aos leitos. Rege os mutilados,
aleijados, enfermos. Ele proporciona a doença, mas principalmente a cura, a saúde. É
o orixá da misericórdia.

Obalùwayé é Filho de Nàná, que o abandonou por ser doente, foi criado por Yemoja.
Òrìsà fundamentalmente Jeje, mas louvado em todas as nações por sua importância.
Conta-se que, abandonado por Nàná, foi cuidado por Yemoja que o alimentava com
pipoca sem sal acrescida de mel para melhorar o gosto, e passava azeite de dendê em
suas feridas para aliviar a dor e coceira.

Atótó, Obalùwayé a jí bèrú sapadà ! ( Silêncio ! É o filho do senhor quem grita e nós
acordamos com medo e corremos de volta !)

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ÀBÍKÚ

O porque falar de àbíkú, nesse momento, na apostilha de Ìya mi, pois lhe digo: poder
feminino da criação da vida (fecundação), às Ìya ( Òsòrongà ), que controla a barriga,
o sangue mesntrual e alimenta-se de viscíras, logo essa entidade, a grande mãe do
universo da fertilidade e a única que pode controla e tem o poder de neutralizar ação
do àbíkú.
Antes porém para esclarecer o que de fato venha ser àbíkú, muito se fala a respeito de
maneira errônea, das pessoas do santo (Òrísà.), dizer se ábíkú, porque sua mãe
materna quando iníciada, estaria grávida, logo passando pelos rituais, com o feto em
seu ventro, sem que o mesmo tenha sido consagrado ao seu ancestral divinizado,
seria um àbíkú, ou seja nasceria “feito”. Outros falam que o àbíkú, e aquele que mata
seus país ao nascer e etc.
Os fatores que identificam um pessoa que tem carrego àbíkú, não tem nada haver
com criança consagrada no ventre materno e sim com sucessivos abortos espontâneo
ou não; morte prematura do récem nascido, mulheres com dificuldades para
engravidar. Como identificar com segurança o àbíkú; só através de um Bàbáláwo, (o
pai do segredo), através do jogo de agbigba, (opèlè com cordões) interpretando
oráculo pelo odu que se apresenta.

No episódios de aborto e mortes prematuras, podem ser compreendidos como ações


dos àbíkú, conforme mencionado anteriormente, sendo que como existe as Egbe
Gèlèdè, Egbe Eleye e Egbe Ògbóni. Existe a Egbe – àbíkú, cujo o significado de a,
bi, (ó) ku, são aqueles que tanto nascidos para morrer, quanto o parimos e ele morreu.

Assim, determinados duas qualidades de àbíkú; os àbíkú-omódé, os que morrem


aindas crianças e os àbíkú-àgbá, que morrem jovem ou adultos, que caracteriza
como carrego àbíkú. Tais indivíduos estabelecem com a Egbe – àbíkú, pacto de
retornarem ao òrun ao atingir uma determinada idade. Quando uma mulher sofre
sucessivas perdas de filhos recém-nascidos, considera-se que esteja sob ação de um
àbíkú (espirito que nasce multiplas vezes através do mesmo corpo), sendo

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determinante para o destino dessa mulher, que por obra de magia ou por
circunstâncias diversas, está sobre ação dos àbíkú. Esse episódio, na vida dessa
mulher, providencias urgentes necessitam para que seja interrumpido, para quebrar
esse vinculo com os seres espirituais, desse egbe a que pertence no òrún. Quando o
àbíkú estabelecem o pacto de retornarem ao orun, determina que ocorra o retorno, em
algun momento muito significante e importante da vida, que pode ser crítico ou de
sucesso.

A solução basica de afastar o àbíkú dessa sociedade, assim corrigindo o problema,


implica em libertá-lo do compromisso assumido junto a sociedade, De fato, implica
em torna o àbíkú indesejável a egbe no orun, de modo que não mais queiram na egbe.
Sendo Egbe – àbíkú muito poderosa, é preciso grande conhecimento por parte do
sacerdote de Ifá, que se propõem a lidas com essa situação. Alguns recursos para
evitar a morte prematura de um àbíkú e para retirar seu espirito dessa egbe a que
pertence podem ser utilizados. Através de rituais e, ai, se estabelece um jogo de
forças entre, os ancestrais divinizados com os àbíkú, forças de retenção do ser no aiye
e as forças de resgate desse mesmo ser no orun. Cultos e oferendas são realizadas
tanto quanto necessária, sendo usado èsù, como equilibrado entre aiyé e orun, agindo
em auxílio as Ìyá mi, pela sua influência sobre a fertilidade. Como o referidos rituais,
tem-se a ideia de que o àbíkú, pode ir é não mais voltar para desfrutar do convívio
familiar, por faze-lo relembrar da morte, do sofrimento causado aos seus entes
queridos. Conta ita de Ifá, que o àbíkú veio ao mundo pela primeira vez na cidade de
Awaiyé trazidos a convite do Obá desta cidade e que constituiu um grupo de mais ou
menos duzentos e oitentas membros na corte do Aláwiyé. Na vinda para o aiyé
juravam entre sí, diante de Onibodé Òrún (porteiro do aiyé), regressar e se ajudarem
para a morte acontecer entre eles, cedo (em formas de feto) ou tarde (após o
nascimento), para se reunirem novamente do òrún. Onibodé, ouvindo o pacto, avisou
ao Bàbáláwo da intenção dos mesmos, para que Orunmila, assim evitasse o sucesso
dos àbíkú. Logo que soube, Orunmila jogou o oráculo e avistou o odu que é
responsável por essa egbe e reuniu o material necessário para o egbó preventivo
contra a morte dos àbíkú. Através de Ifá, esse odu vem ensindo ao mundo como se
cuida das cabeças dessas pessoas e como evitar a morte prematura do àbíkú. Existem
também medidas de descontaminação através de egbó indicado pela divinação de Ifá.
Os meios usados pelos Bàbáláwo de convencer os membros da egbe dos àbíkú a
permanecerem aqui no aiyé é o empregos sugestivos nas crianças que, em consulta a
Ifá, detecta ser um.

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Alguns nomes encontrados com frequência pelo àbíkú:

Aiydùn – A vida é doce na terra.


Bánjókó – Senta-se comigo.
Kòkúmó – Não morra mais.
Kòjèkú – Não se deixe morrer.
Èbèlokú – Súplico para que fique.

O uso das Ewé (folhas) no egbó constitui uma mensagem litúrgica de boas vindas e
juntamente com o gbàbúrà ( rezas) corretas, pode-se chegar ao objetivo de convencer
o àbíkú a coabitar o aiyé conosco, pois o àbíkú nada tem de maléfico e sim de
teimosia. Algumas ewé encontradas com frequencia para os egbó dos àbíkú:

Ewé Abirìkolo.
Ewé Opa èmère.
Ewé Olobutoje.
Ewé Lara pupa.
Ewé Aborin.
Como pode observar a importância de consultar oráculo de Ifá, para saber se tem
carrego àbíkú, e previnir, evitando assim, muitas mortes pematuradas, há vários casos
de pessoas que necessitam de cuidados especiais médicos para engravidar, no entanto
sendo pessoas perseguindas pelos àbíkú, se não cuidam espiritualmente acaba
parindo uma crianças com alguma anormalia das mais diversas, o que poderia ser
evitado com a prevenção espiritual.

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