Você está na página 1de 36

Atividades/desafios | Alma Cigana

Índice
Pág. 05 A lenda da origem cigana
Pág. 07 A criação
Pág. 09 Origens ciganas

Pág. 11 O barqueiro cigano

Pág. 13 A lenda do violino

Pág. 15 O Pestim

Pág. 17 O rei perdido

Pág. 19 A tartaruga

Pág. 21 Noite de Tempestade

Pág. 23 A semente abençoada

Pág. 25 Fichas de atividades/desafios

3
Contos Ciganos| Alma Cigana

A lenda da origem do povo cigano


Os ciganos moravam, há muitos e muitos anos, na Índia e, não se sabe
bem porquê, ganharam terras no Egito, na Síria e na Turquia. Foram
então para lá. Passados alguns anos, os homens dos países vizinhos,
também não se sabe bem porquê, resolveram unir-se e tomar as terras dos
ciganos.
Como eles eram muitos, estavam todos unidos contra os ciganos e inva-
diram as suas terras e o chefe deles, que era um ditador – coisa de que
cigano que se preza não gosta, ordenou aos ciganos:
- Vocês têm duas possibilidades: ou nos entregam as terras ou morrem com
vossas mulheres e vossos filhos.
Com medo de que massacrassem suas crianças e mulheres, os ciganos não
tiveram outro jeito se não ir embora.
Mas, já naquela época tão antiga, já havia as tribos divididas. Então, os
macwaia saíram por um lado, os kalderash por outro, os xoraxané por
outro, e assim todos os grupos, cada um com uma ideia de lugar ideal na
cabeça.
Mas sabe-se que todos somos ciganos, porque falamos uma só língua – o
romani, é a nossa língua, é a nossa pátria.

Fonte: Cristina da Costa Pereira, Lendas e histórias ciganas,


Imago editora, Rio de Janeiro, 1991

5
Atividades/desafios | Alma Cigana

A criação
No tempo da Criação, Deus achou que gostaria de fazer os seres humanos
à sua imagem e semelhança e, para tal, pegou em muita farinha e água,
fê-las numa pasta e deu-lhes forma de gente. Meteu-as no forno celes-
tial a cozer mas, desgraçadamente, foi tratar de outra coisa qualquer e
esqueceu-se delas.

Quando as foi buscar, tinham-se queimado: aquelas gentes ficaram escu-


ras.
Tornou então a misturar farinha com água, meteu nas formas e colocou-as
no forno. Mas estava um bocado preocupado com o tempo de cozedura e,
por isso, tirou-as para fora antes de estarem cozidas. Foi daí que vierem
as gentes claras. Então, quando tentou uma terceira vez, criou um tempo e
um relógio para ter a certeza que a duração de cozedura era a correta e,
quando tirou as formas do fogão, estavam cozidas mesmo no ponto, com
um belo tom misturado de ambos. E foi de onde veio o povo cigano.

Fonte: Diana Tong, Contos Populares Ciganos, Teorema, Lisboa, 1998.

7
Contos Ciganos| Alma Cigana

Origens ciganas
Nosso Senhor, quando estava prestes a subir ao céu, começou por convocar
uma assembleia dos povos do mundo para a Plaza Mayor. E disse:
- Amanhã vou para o céu e aqueles que quiserem aqui vir antes da minha
partida, eu atribuirei uma profissão neste mundo. Os que chegarem
atrasados não levam nada.
E, na véspera da partida, conferiu a toda gente uma profissão, mestre-
-escola, doutor, tudo. Havia dois ciganos que eram muito preguiçosos e um
disse para o outro:
- Olha, primo, Nosso Senhor vai-se embora hoje. Vai para o céu e já toda
a gente está destinada. Vamos chegar atrasados.
E começaram a correr para a Plaza Mayor e quando chegaram lá já
Nosso Senhor ia a partir, pois eles eram muito preguiçosos. Chamaram por
ele:
- Pai Nosso, deste um destino a toda a gente do mundo. Vais-te embora
assim e deixas os ciganos sem lugar destinado?
O Senhor disse:
- Arranjai-vos conforme puderdes.
Foi-se embora e nós lá nos vamos arranjando conforme podemos. Os ciga-
nos vivem e comem pelos seus meios. Não têm lugar destinado no mundo.

Fonte: Diana Tong, Contos Populares Ciganos, Teorema, Lisboa, 1998.

9
Contos Ciganos| Alma Cigana

O barqueiro cigano
Era uma vez um gramático que queria ir passar algum do tempo que tinha
a andar num barco num rio.
Por isso alugou um barco a um cigano cujo ofício era ser barqueiro. Du-
rante o passeio o gramático perguntou ao barqueiro cigano:
- Sabes alguma coisa de literatura? Sabes escrever? Sabes ler?
E o barqueiro respondeu:
- Não, estou sempre a trabalhar, sempre com uma mão à frente e outra
atrás, a tentar alimentar a minha família, nunca tive tempo para aprender
a ler. Para mim, é só uma perda de tempo. Sei do meu ofício, sei tudo de
barcos e é só isso que tenho que saber.
E o gramático disse:
- Que pena! Gastaste metade da tua vida nos barcos e nada sabes das coi-
sas mais requintadas da vida.
E assim continuaram a argumentar para trás e para diante sobre a necessi-
dade de saber ler e de conhecer literatura e as coisas mais requintadas da
vida.
De súbito, apareceu um grande remoinho e as coisas ficaram feias. O
barqueiro perguntou ao gramático:
- Olha lá, sabes nadar?
- Não.
- Oh, que pena!… Gastaste metade da tua vida a estudares gramática e
literatura e a arte de escrever e nunca aprendeste a nadar? Pois senão
aprendes a nadar agora será o fim da tua vida!

Fonte: Diana Tong, Contos Populares Ciganos, Teorema, Lisboa, 1998

11
Contos Ciganos| Alma Cigana

A lenda do violino
Conta uma antiga lenda cigana que havia um cigano muito fértil de ima-
ginação que, nas noites de lua cheia, tocava o seu violino, encantando a
todos que o escutavam, junto à fogueira, e que até os pássaros faziam
silêncio para o escutar.
E o cigano ficava ali, pensando que algum dia existiria um pássaro que
imitaria o som do seu violino.
Passaram-se alguns anos até que, muito velho, o cigano deixou este mun-
do.
Nesse mesmo dia, a altas horas da madrugada, surgiu num galho de ár-
vore, junto à tcera (barraco/casa) do cigano violinista, um pássaro ama-
relo como ouro, que cantou, cantou e o seu cantar e trinado imitavam o
violino cigano.
Nascia aí o canário, que canta imitando o violino cigano, cheio de magia.

Fonte: Cristina da Costa Pereira, Lendas e histórias ciganas,


Imago editora, Rio de Janeiro, 1991

13
Contos Ciganos| Alma Cigana

O pestim
Dantes, os ciganos viviam todos no Egito. É lá a nossa terra, é de lá que
viemos há séculos. Todos os ciganos, filhos de um homem do Egito e de
uma indiana. Desse casamento nasceu a «raça» cigana.
Um dia, lá no Egito, anda um molhe de ciganos nas caravanas, de terra
em terra. Os tempos eram muito mais antigos, mas a vida dos ciganos era
a mesma: andar de um lado para o outro, a penar. Nesse dia, apareceu
no acampamento um senhor, uma senhora, um bebezinho e um burro.
Pediram se podiam integrar a caravana; os ciganos reuniram-se e, depois,
ficaram de acordo.
Andaram, andaram de terra em terra.
Às vezes, os ciganitos, a brincar, guerreavam o menino e partiram-lhe a
cabeça. O menino começava a chorar, aparecia a senhora e dizia:
- Deixa, não faz mal que já passou.
Passava-lhe a mão pela cabeça e a dor passava logo. Mas os ciganos nem
reparavam nisso, não viam que a ferida estava a escorrer sangue e que
parava logo. Antigamente, não se notava isso, pelo menos, é o que se diz.
Outras vezes, era o senhor que ia dar palha ao burrinho e, quando virava
costas, os ciganos tiravam a palha e iam pô-la nos burros deles. Mas,
noutro lugar, tornava a aparecer a palha e cada vez mais. Os ciganos
ficavam muito admirados.
Foi quando souberam que aquelas pessoas eram São José, Nossa Senhora,
o Menino Jesus e o burrinho que sempre os acompanhou nas andanças.
Era a altura em que eles andavam fugidos do rei para não morrerem e
acharam que o sítio mais seguro e protegido era misturarem-se por entre
os ciganos. Ninguém ia lá procurá-los. E é verdade, quando um cigano
quer esconder alguém, não há polícia que descubra!
Foi assim que eles se safaram, graças aos ciganos. A Nossa Senhora gos-
tava muito deles. Até há ciganos que dizem que a Nossa Senhora é cigana,
mas isso já não sei! Ela ensinou-lhes muita coisa e o pestim, bolo que só
nós fazemos e só pelo Natal, foi receita dada pela Virgem.

Fonte: Maria Odete Tavares Tojal; Maria de Lourdes Tavares Soares,


Histórias de Longe e de Perto, Paulinas Editora, 2004

15
Contos Ciganos| Alma Cigana

O rei perdido
Um rei cigano tinha ido passear, adentrando-se numa densa floresta.
Tanto caminhou que se perdeu.
Nada mais havia a fazer para reencontrar o caminho. O rei, muito per-
turbado, gritava desesperado, imaginando-se já morto, ferido ou devorado
por bichos ferozes.
De repente, uma pequena voz fez-se ouvir: um pequeno ouriço estava nas
proximidades do bosque.
- Grande rei, se quiseres, posso mostrar-te o caminho, mas com uma con-
dição.
- Qual é a condição, Ouriço? Estou pronto a tudo. Terás o ouro que dese-
jares.
- Não quero ouro, mas a mão da tua filha.
- O quê?
A indignação do rei não demoveu o Ouriço. O rei tinha tanto medo que
acabou por aceitar a condição:
- Dou-te a minha palavra de honra que casarás com a minha filha.
O Ouriço pôs-se a caminho, guiando o rei. Chegados ao castelo, viram a
filha do rei gritando desesperadamente:
- Não caso com um ouriço de maneira nenhuma! Apesar do rei argumentar
que a tinha prometido.
Após uma grande discussão, a princesa foi mesmo obrigada a obedecer ao
seu pai.
O rei organizou as núpcias, oferecendo pão e sal aos noivos. Todos os
ciganos convidados, passada a surpresa, beberam, comeram e festejaram,
rindo e cantando. Menos a filha do rei que não parava de chorar. Mas,
de repente, aconteceu um milagre: à décima segunda badalada da meia-
-noite, o Ouriço abalou e desmaiou, e, no seu lugar, apareceu um príncipe.
Era o príncipe de um reino vizinho. Explicou que uma fada má o tinha
enfeitiçado, transformando-o em ouriço até que uma princesa o aceitasse
como esposo. A princesa secou as lágrimas, o seu rosto iluminou-se de
alegria e a festa aumentou o seu entusiasmo. Desde esse tempo, se algumas
raparigas continuam a comer ouriço, porque é bom, outras recusam porque
não querem arriscar devorar o seu príncipe encantado!

Fonte: retirado da net, traduzido do francês e adaptado por Mirna Montenegro

17
Contos Ciganos| Alma Cigana

A tartaruga
Era uma vez uma mulher muito avarenta que nunca dava nada aos ciga-
nos. Um dia, Deus encontrou a mulher sob um manto de velha mendiga:
- Por caridade.
- Não tenho nada.
- Só um pedaço de pão.
- O meu saco está vazio. Vai-te embora, ó velha vagabunda!
E Deus foi-se embora abanando a cabeça. A mulher abriu então o seu saco
e apercebeu-se que todo o pão que tinha estava bolorento e negro.
- Deve ter aprendido a lição, pensou Deus. Mas não. No dia seguinte Deus
voltou para a convencer. Mas nada a fazer. E para não haver mais dis-
cussão, a avarenta verteu um alguidar com água de lavar a loiça para se
esconder debaixo. Mas Deus sabia que a avarenta estava lá debaixo. Deus
disse-lhe com firmeza que era preciso entreajudar-se, que os mais ricos
deviam dar aos pobres, pois «quem dava aos pobres emprestava a Deus»
e que este saberia recompensar «o dobro».
- Pois, não queres falar. Pois então, ficarás muda e não sairás daí.
Assim, a velha ficou muda e com o alguidar em acima das costas, tornan-
do-se numa tartaruga!

Fonte: retirado da net, traduzido do francês e adaptado por Mirna Montenegro.

19
Contos Ciganos| Alma Cigana

Noite de tempestade
Uma noite, caiu uma tempestade terrível sobre o reino: ouviam-se terríveis
trovões, viam-se enormes relâmpagos e chovia a cântaros.
De súbito, no meio da tempestade, alguém bateu à porta do castelo.
– Meu Deus! Quem terá coragem de andar lá fora com esta tempestade?,
perguntou o rei.
– Deve ser algum pobre que não tem onde ficar. É melhor deixá-lo entrar
para se secar e se aquecer.
O velho rei abriu a porta do castelo e, para sua grande surpresa, depa-
rou com uma jovem rapariga. Mas em que estado a chuva e o vento a
tinham posto!
A água escorria-lhe dos cabelos e das roupas, entrava-lhe pela biqueira
dos sapatos e voltava a sair pelos tacões.
O velho rei mal podia acreditar no que os seus olhos viam.
– Peço desculpa por estar a incomodar – disse a jovem – a minha car-
ruagem voltou-se e fui obrigada a procurar abrigo. Ficaria admirado se
soubesse como há poucas pessoas dispostas a ajudar uma verdadeira prin-
cesa, que lhes bate à porta numa noite de tempestade como esta!

Deram-lhe roupas secas para se vestir e ofereceram-lhe uma refeição


quentinha.
Quando o príncipe viu a rapariga, apaixonou-se imediatamente por ela.
- Deve ser a princesa que há tanto tempo procuro, pensou o príncipe.
Felizmente descobriu-se que a princesa também se tinha apaixonado pelo
príncipe.
Pouco tempo depois, casaram e houve muita alegria e muitas festas por
todo o reino.

Fonte: Avó Elisa Maia (Alentejo)

21
Contos Ciganos| Alma Cigana

A semente abençoada
Era uma vez uma mulher que queria muito ter um filho, mas que não con-
seguia realizar este seu desejo. Um dia, foi procurar uma fada e pediu:
- Gostava tanto de ter um filho! Ajude-me, por favor e diga-me onde
posso arranjar um!
- Isso é fácil!, respondeu-lhe a fada. Aqui tens um grão de semente
abençoada. É muito diferente da que cresce na seara do lavrador e é co-
mida pelas galinhas. Planta-a num vaso de flores e repara bem no que
lhe vai acontecer.
- Obrigada – disse a mulher, dando à fada doze moedas, que era o preço
do grão da semente abençoada.
A mulher regressou a casa e plantou o grão. Imediatamente nasceu uma
grande e bela flor.
- Que linda flor!, disse a mulher.
Nesse instante, a flor desabrochou e, no seu interior, tinha um grão com
uma semente cor-de-rosa que refletia tanto brilho que parecia quase luz. A
mulher pegou na semente e engoliu-a. Passado uns tempos, a mulher ficou
grávida e foi mãe de uma linda menina.

Fonte: Avó Elisa Maia (Alentejo)

23
Atividades/desafios
Atividades/desafios | Alma Cigana

1- Contos do Povo Cigano


- A lenda da origem do povo cigano

- A criação

- Origens ciganas

- O barqueiro cigano

27
Alma Cigana | Atividades/desafios

- A lenda do violino

- O pestim

- O rei perdido

- A tartaruga

28
Atividades/desafios | Alma Cigana

- Noite de tempestade

- A semente abençoada

29
Atividades/desafios | Alma Cigana

1 - Contos Ciganos
- Propostas educativas para os contos

A lenda da origem do povo cigano


(o que une um povo disperso pelo mundo é a sua língua de origem)

- Abordar, no contexto atual, a situação dos refugiados de guerra/ditaduras


e de catástrofes naturais, e situar no globo terrestre os países de onde são
originários as várias crianças/alunos da sala/grupo.
- Abordar e explorar os direitos da criança, nomeadamente o de ter uma na-
cionalidade, uma identidade, um nome, o de ser a primeira a ser socorrida
em caso de desastre/acidente.

A criação
(com sentido de humor, aborda-se “o orgulho cigano”,
a aprendizagem pela tentativa e erro e os vários tons de pele)

- Abordar a diversidade étnica e cultural da sala/grupo, da riqueza que é


poder partilhar e falar várias línguas para comunicar uns com os outros
- Fazer “rimbambelles” (dobrar e recortar meninos e meninas de modo a
ficarem juntos pelas mãos e/ou pelos pés);
- Fazer o seu autorretrato, olhando-se ao espelho e misturando as cores da
paleta natural dos aborígenes (preto-carvão, castanho, bege-argila, vermel-
ho-papoila, ocre-açafrão, amarelo-pólen das flores, branco-giz, etc...)
- Fazer a receita dos bonecos de gengibre, associando-os à história com
o mesmo nome e cozê-los em sala de aula com ajuda de uma patusca
(cloche).

Origens ciganas
(A valorização da capacidade de adaptação às mudanças e aos contextos)

- Abordar o conceito de «preguiçoso»: será ser lento? Será fazer as coisas


muito devagar e com muito cuidado para não se enganar? Será não querer
ajudar a arrumar as coisas que desarrumou? Será não querer trabalhar numa
coisa de que não gosta?
- Abordar o conceito de aprender a aprender fazendo, a aprendizagem ao
longo da vida, a capacidade de adaptação às mudanças e de não desanimar
perante as dificuldades (persistência). «Água mole em pedra dura, tanto dá
até que fura»

31
Alma Cigana | Atividades/desafios

- Abordar as profissões que mais gostaria de ter e o seu contributo para o


bem da comunidade/sociedade.
- Abordar a importância de ser o próprio a escolher uma profissão/ocupação
e não fazer aquilo que os outros acham que nós devemos fazer;

O barqueiro cigano
(respeito pelos saberes de cada um)

- Desafiar os pais/famílias para virem apresentar ao grupo, na sala, as suas


profissões, ocupações, saberes e outros saberes.
- Abordar as marés, os ventos, as correntes marítimas e a difícil vida dos
pescadores que aprendem a lidar com as adversidades no dia a dia e, even-
tualmente, entrevistar um pescador ou um trabalhador da Transtejo...
- Abordar a evolução dos transportes marítimos e das profissões ligadas ao
mar;

A lenda do violino
(Um conto de Natal: A solidariedade e a valorização da fé)

- Abordar os vários tipos de instrumentos musicais (corda, sopro, percussão,


voz etc.), os vários tipos de música (clássica, popular, tradicional, jazz, etc.)
de cada povo na Terra. Construir acessórios de música e dança: castanholas,
reco-reco, maracas, leques, lenços, etc.
- Aprender uma coreografia escolhida em grupo de uma cultura / região
em presença no grupo-sala.
- Escutar e saber distinguir vários cantos de pássaros (rola, canário, peri-
quito, corvo, gaivota, papagaio, etc.);

O pestim
(Valorização da música: um canário imita o trinar
do virtuosismo de um violonista)

- Desafiar uma mãe/família a virem à sala ensinar a fazer pestins


- Fazer uma recolha de doces natalícios.
- Desafiar cada cultura em presença a vir à sala contar uma história relativa-
mente à época natalícia ou pascal, ou outra época religiosa de acordo com
as várias fés em presença na sala/grupo.

32
Atividades/desafios | Alma Cigana

O rei perdido
(Variante do conto «A princesa e o sapo», mas com um ouriço;
valorização da promessa cumprida)

- Associar este conto à história infantil e tradicional «A princesa e o sapo/rã»


cujo animal repulsivo se transforma em príncipe.
- Pedir a cada criança que imagine qual seria o seu animal «repulsivo» (rato,
cobra, aranha, etc.) e desenhá-lo, adaptando o conto, explicando a razão da
repulsa/medo.
- Valorizar a coragem de enfrentar os medos por desconhecimento/ignorân-
cia.
- Valorizar a palavra dada e o seu cumprimento.

A tartaruga
(Castigo por ser-se avarento)

- Associar este conto com a lenda de S. Martinho, que também fala da par-
tilha e da solidariedade para com os mais necessitados.
- Pesquisar sobre os demais animais que são «mudos».
- Pesquisar e dramatizar como é que os mudos falam, por exemplo, aos
surdos?
- Abordar a importância da comunicação, seja ela oral, seja de outra forma.
-Pesquisar os vários tipos de tartarugas/cágados: do mar, de água doce
e de terra e os seus ecossistemas.
- Desenhar os padrões das carapaças das tartarugas e o que a sua dimensão
e desenhos nos revelam.

Noite de Tempestade
(Variante do conto «A princesa e a ervilha»;
valorização da hospitalidade)

- Associar este conto à história da princesa e da ervilha, valorizando as for-


mas de hospitalidade para quem chega à nossa porta vestida de mendiga,
por exemplo.
- Trabalhar os provérbios «O traje não faz o homem»; «nem tudo o que brilha

33
Alma Cigana | Atividades/desafios

é ouro»,«nem tudo o que parece é», etc. que valorizam a importância de não
rotular logo uma pessoa pelas aparências.
- Desenhar noites de tempestade, utilizando pinturas de artistas plásticos
e várias técnicas.
- Associar a hospitalidade ao saber acolher os refugiados deslocados de
guerra ou de catástrofes naturais, lembrando o conto da origem dos ciga-
nos…
- Lembrar também os portugueses que foram sendo acolhidos, como emi-
grantes, em países como a França, quando fugiam,«a salto» pela raia fron-
teiriça, ao fascismo, à guerra colonial e à fome.

A semente abençoada
(desejo de maternidade, importância de ter filhos/filhas)

- Associar este conto às histórias da Rapunzel e da Polegarzinho. Existem


muitas semelhanças.
- Fazer a experiência de semear uma flor de crescimento rápido, no início da
primavera.
- Recolher o conceito que as crianças têm da maternidade e do cuidar mater-
nal, o qual pode não ser exclusivo da mulher, pois o homem também pode
desejar ter filhos e ter amor no cuidar dos filhos ao se tornar pai.
- Abordar as várias formas de família: «crianças, filhos do coração», que são
adotadas quando, por exemplo há famílias reconstruídas com irmãos de pa-
drastos e madrastas, crianças criadas pelos avós e/ou pelos tios, etc.

34

Você também pode gostar