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Moléculas

de Bruxaria
Andrei Simões
João Pedro Santos
Rayane Said
Victoria Ruas
Moléculas abordadas

01 02
Digoxina Atropina e
escopolamina

03
Ergotamina
Introdução
“Amarrada e jogada num poço, uma bruxa de verdade
flutuava e era então resgatada e devidamente punida —
por enforcamento. Caso afundasse e se afogasse,
considerava-se que fora inocente da acusação de
bruxaria — um consolo para a família, mas de pouca
valia para a própria vítima.” pag. 206.
01.
Digoxina
A dedaleira (Digitalis purpurea) era uma erva
conhecida entre as bruxas. Dentre os diversos
componentes de seus extratos está a
digoxina, um glicosídeo cardíaco, grupo de
compostos usados para curar sintomas
cardiovasculares.

Apesar de ter sido utilizada por feiticeiras, o


primeiro registro de uso medicinal de extratos
da dedaleira foi feito em 1795, por William
Withering, após ouvir rumores sobre uma
cigana conhecida pela utilização da erva.
Efeitos da dedaleira

Positivos Negativos
A digoxina, quando bem Ingerir a dedaleira ou altas
administrada, pode ser doses de digoxina pode levar
utilizada para aliviar sintomas à consequências graves,
de doenças cardíacas, como incluindo arritmia
insuficiência cardíaca e descontrolada, bloqueio do
arritmia. coração, náuseas, visão
borrada e até a morte.
A estrutura

Como é um glicosídeo cardíaco,


a digoxina possui uma estrutura
padrão à todas às moléculas
desse grupo: um sistema de
anéis esteroide ligado a um anel
de lactona.

O sistema de anéis esteroide é encontrado em hormônios sexuais (ver Capítulo 11), e o anel de lactona também é
encontrado na molécula de vitamina C, o ácido ascórbico (ver Capítulo 2)
02.
Atropina e
escopolamina
O fato de muitas bruxas confessarem seus
atos antes mesmo de ir para o poço é, no
mínimo, intrigante. Talvez elas realmente
acreditavam que saíram voando por aí à
meia-noite, encontraram outras bruxas na
“sabá” e se entregaram a perversões sexuais.

A causa para essa crença pode ser


encontrada no grupo dos alcaloides, mais
especificamente os provenientes da
mandrágora, a beladona e o meimendro,
dentre os quais se encontram a atropina (uma
forma da hiosciamina) e a escopolamina.
Ervas da atropina/escopolamina

Mandrágora Beladona Meimendro


Restaura a vitalidade Cura problemas digestivos, Alivia a dor e induz
sexual, provoca cólicas, sintomas inconsciência, além de
alucinações, visão turva, respiratórios e dor biliar. provocar alucinações,
vômitos e etc. Provoca alucinações, dor de histerias
cabeça, convulsões e etc.

Todas essas ervas possuem algum efeito medicinal, mas são nocivas se utilizadas erroneamente, podendo até levar à
morte do indivíduo.
Todas as ervas citadas provocam algum efeito
alucinante, devido à presença de, entre outras
substâncias, atropina e escopolamina, que podem
ser introduzidas no corpo através da pele, de forma
mais eficiente nas partes onde a camada do tecido
epitelial é mais fina e entra em contato com vasos
sanguíneos.
Por isso, alguns acreditam que a crença das bruxas
de que podiam voar em suas vassouras se dava pela
aplicação dessas substâncias no cabo dos
instrumentos. Quando a bruxa montava, o cabo
entrava em contato com seus órgãos genitais,
provocando os efeitos citados.

Relatos, testes modernos e retratos de bruxas nuas montadas em vassouras ajudam a corroborar essa teoria.
A estrutura

Denominam-se como alcalóides


os compostos vegetais em que
há a presença de ao menos um
átomo de nitrogênio,
geralmente ligado a um anel de
carbono. Como se vê a seguir, a
escopolamina e a atropina são
incrivelmente similares,
diferindo apenas na presença
de um átomo de oxigênio na
escopolamina.

O sistema de anéis esteroide é encontrado em hormônios sexuais (ver Capítulo 11), e o anel de lactona também é
encontrado na molécula de vitamina C, o ácido ascórbico (ver Capítulo 2)
03.
Ergotamina
Outro grupamento de alcalóides foi de grande
relevância na caça às bruxas. Não causava
alucinações, mas era extremamente tóxico e
provocava dolorosos sintomas.

Estamos falando das substâncias produzidas


pela cravagem (Claviceps purpurea), um tipo
de fungo que contamina cereais, fonte de
alimento comum na Idade Média. Como não se
sabia a origem do adoecimento de milhões de
pessoas, as bruxas (ou qualquer mulher idosa,
vista carregando uma erva ou que não podia
mais procriar) acabavam levando a pior.

O envenenamento pela cravagem é chamado de “ergotismo”, cujo principal agente químico é a ergotamina.
Sintomas do ergotismo

Confusão mental; Dor de cabeça intensa;


Convulsão; Dificuldade para caminhar;
Perda da consciência; Mãos e pés pálidos;
Queimação na pele; Sensação de coceira;
Aborto; Distorção dos membros

Gangrena;
Dor abdominal;
Náuseas e vômitos;
Diarreia;

Os sintomas variam de acordo com as diferentes quantidades de alcalóides presentes. A ergotamina em si induz abortos.
A estrutura

A ergotamina, a ergovina e
todos os alcaloides do
ergotismo são derivados do
ácido lisérgico.

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