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“No princípio era a Mãe,


o Verbo veio depois.”

MARILYN FRENCH
ESCRITORA E FEMINISTA
>> SUMÁRIO

O NASCIMENTO DA BRUXARIA 04
A QUEDA DO CULTO A DEUSA 12
A ASCENÇÃO DO DEUS CRISTÃO 16
A INQUISIÇÃO 24
O RENASCIMENTO DA BRUXARIA 30
O QUE É BRUXARIA 33
AS LEIS DA BRUXARIA NATURAL 37
RITUAL DE RECONEXÃO COM A DEUSA MÃE 39
FONTES BIBLIOGRÁFICAS 51
>> O Nascimento da Bruxaria 04

O NASCIMENTO DA BRUXARIA

Para entendermos a bruxaria precisamos conhecer a história da


civilização.

As origens da Bruxaria ocorrem há 2,5 milhões de anos atrás


durante o período paleolítico. Toda a natureza era sagrada, a
mulher era venerada devido ao seu poder de renascimento, todo
mês ela sangrava e não perdia a vida. O ser humano relacionava
tudo na Natureza com uma energia espiritual e, assim,
estabelecia o sagrado.
>> O Nascimento da Bruxaria 05

Segundo a maioria dos antropólogos, o ser


humano habita este planeta há mais de dois mi-
lhões de anos. Mais de três quartos deste tempo a
nossa espécie passou nas culturas de coleta e caça
aos pequenos animais. Nessas sociedades não
havia necessidade de força física para a sobrevi-
vência, e nelas as mulheres possuíam um lugar
central. Estes grupos sobreviveram da coleta dos
frutos da terra e da caça de pequenos animais.
Neles, a mulher era considerada sagrada, porque
pode dar a vida e, portanto, ajudar na fertilidade da
terra e dos animais.
"Estatuetas como a da imagem ao
lado corroboram com a ideia de uma
sociedade matrifocal. A "Vénus de
Willendorf", como é conhecida, não
pretende ser um retrato realista, mas
uma idealização espiritual da figura
feminina. A vulva, seios e barriga são
evidenciados, de onde se infere que
tenha uma relação forte com o
conceito da fertilidade. Assim
percebemos que os primeiros povos
tinham a "Deusa" como o principio
criador de tudo."
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08
De acordo com a teoria geralmente
aceita, as mulheres eram responsáveis
​pelo desenvolvimento da agricultura,
como uma extensão de suas atividades
de coleta de alimentos, havia
divindades femininas em todos os
lugares que deram esse dom à
civilização. “A agricultura primitiva
deve ter crescido em torno dos
santuários da Deusa Mãe, que assim
se tornaram centros sociais e
econômicos, assim como lugares
sagrados e os germes das futuras
cidades”
10
"A civilização da Deusa era coletora e pacífica, viviam da
natureza e das plantações, não existiam grandes guerras
de poder e muito menos conquistas de territórios.
Enquanto as sociedades eram de coleta, as mulheres
mantinham uma espécie de poder, mas diferente das
culturas patriarcais. Essas culturas primitivas tinham de
ser cooperativas, para poder sobreviver em condições
hostis, e portanto não havia coerção ou centralização,
mas rodízio de lideranças, e as relações entre homens e
mulheres eram mais fluidas, respeitáveis e naturais. O
que viria a mudar nas futuras sociedades patriarcais."
>> A Queda do Culto a Deusa 12

" Nas regiões em que a coleta é escassa, ou


onde vão se esgotando os recursos naturais,
vegetais e os pequenos animais, é que se
inicia a caça sistemática aos grandes
animais. E aí começa a se instalar a
supremacia masculina e a competitividade
entre os grupos na busca de novos
territórios. Agora, para sobreviver, as
sociedades têm de competir entre si por um
alimento escasso. As guerras se tornam
constantes e passam a ser mitificadas. "
>> A Queda do Culto a Deusa 13

" É no decorrer do neolítico que, em


algum momento, o homem começa a
dominar a sua função biológica
reprodutora, e, podendo controlá-la, pode
também controlar a sexualidade
feminina. Aparece então o ABUSO de
poder no casamento, em que a mulher é
propriedade do homem e a herança se
transmite através da descendência
masculina. "
>> A Queda do Culto a Deusa 14

" Com o advento do Judaísmo, que pregava a


crença num único Deus, e mais tarde, com o
domínio do Império Romano, a mulher deixou
de ser igual e passou a ser inferior ao homem.
Dessa forma a figura da Deusa Mãe foi
esquecida, fazendo com que a sociedade fosse
comandada pelas divindades masculinas,
esquecendo a sacralidade e poder da terra. "
15
>> Parte 2 16

A ascenção do Deus Cristão


>> A Ascenção do Deus Cristão 17

"O Cristianismo surgiu na Palestina,


região sob o domínio romano desde 64
a.C. Tem como origem a tradição
judaica de crença na vinda de um
Messias, o redentor, o salvador, o filho
de Deus, cuja vinda seria uma redenção
para todos aqueles que acreditassem
nele."
>> A Ascenção do Deus Cristão 18

Jesus Cristo teria nascido na Palestina,


naquele que acabou sendo
estabelecido como o ano 1 da Era
Cristã. Sua morte ocorreu,
provavelmente, em 33 d.C. Ao longo
dos 3 séculos seguintes, o Cristianismo
foi largamente perseguido no Império
Romano, até Roma oficializá-lo como
sua religião em 390.
>> A Ascenção do Deus Cristão 19

"Inicialmente o cristianismo não foi aceito pelo povo europeu


ao ser declarado religião oficial do Império Romano.
Esta conversão dos Romanos ao catolicismo teve motivos
políticos, e não teve grande penetração fora dos centros
urbanos. A grande massa da população permaneceu fiel a seus
deuses antigos. Os cultos antigos, então, receberam a
denominação pejorativa de "pagãos" ("pagani", plural de
paganu, ' morador do campo'), por ter como foco de resistência
à nova religião o povo dos campos, longe das cidades e das
zonas de comércio e ensino. "
>> A Ascenção do Deus Cristão 20

Para converter as crenças da população, a igreja utilizou de


diversas artimanhas. Algumas delas foram:

Apropriação das festividades pagãs, exemplo disso é o Natal


que é a antiga festividade pagã do solstício de inverno, onde
comemorava-se o nascimento do Deus Sol. E
posteriormemte ficou conhecida como o nascimento Jesus
(Natal).

Construção de Igrejas em cima de antigos templos de


Deuses pagãos.
>> A Ascenção do Deus Cristão 21

"Os Deuses antigos foram "transformados" em santos e


santas (a Santa Brígida, da Irlanda, na verdade a Deusa
Bhríd, protetora do fogo e dos partos). "

Santa >> << Deusa Antiga


>> A Ascenção do Deus Cristão 22

Com o tempo, os que se mantinham fiéis as crenças


antigas foram perdendo as suas crenças. A igreja tinha ao
seu lado o tempo, a força, poder e dinheiro, mais do que
um lugar para demonstrar a sua fé, a igreja se tornou uma
instituição de força e poder muito cruel, estando em volta
de diversas guerras "santas", sustentada pela exploração
das pessoas, obrigando o pagamento de diversos impostos,
punindo aqueles que ousassem ir contra aos seus dogmas e
fundamentos.
>> A Ascenção do Deus Cristão 23
>> Parte 3 24

A Santa Inquisição
(Que de santa não tem nada)
>> A Inquisição 25

" A situação da Igreja até o século XIII era caótica. Alguns


criticavam a corrupção e o jogo de poder dentro da classe
sacerdotal, e levantavam dúvidas sobre o poder espiritual do
papado. Foi então criado um instrumento de repressão: o
Tribunal de Santa Inquisição. Consistia em um corpo
investigatório ignorante, brutal e preconceituoso, dirigido
pela ordem dos Dominicanos. Sua função primordial era a
de acabar com as facções que se opunham à Igreja
(denominadas 'heréticas'), através do extermínio sistemático
de seus membros. "
>> A Inquisição 26

"Com o tempo, os cristãos perceberam outro uso para seu


Tribunal. Ainda persistiam cultos aos Deuses Antigos, onde os
pagãos eram acusados de delitos absurdos, como o canibalismo,
a destruição de lavouras. Foi então proclamada, em 1484, a Bula
contra os Bruxos, pelo Papa Inocêncio VIII. Neste documento,
ele relacionava os crimes atribuídos aos bruxos e dava plenos
poderes à Inquisição para prender, torturar e punir todos
aqueles que fossem suspeitos do crime de feitiçaria."
>> A Inquisição 27

" Em 1486 foi publicado o Malleus


Malleficarum), escrito por Kramer e
Sprenger. O livro era um manual de
reconhecimento e caça aos bruxos, e,
principalmente, às bruxas (o livro trazia
afirmações surpreendentes, como : "quando
uma mulher pensa sozinha, pensa em
malefícios"). A partir daí, a Igreja
abandonou a postura de ignorar a Bruxaria,
a considerando uma das piores heresias."
>> A Inquisição 28

"Iniciou-se então um período de duzentos anos de terror,


conhecido entre os bruxos como "Era das Fogueiras". Mas os
bruxos (e também os hereges e inocentes: doentes mentais,
homossexuais, pessoas invejadas por poderosos, mulheres
velhas e/ou solitárias) não pereciam só em fogueiras: eram
também enforcados e esmagados sob pedras. Isso quando
não pereciam nas torturas, as quais são tão cruéis e sádicas
que não merecem nem ser mencionadas."
>> A Inquisição 29

"Por volta do final do século XVII, a


perseguição aos bruxos foi diminuindo
gradativamente, estando virtualmente
extinta no século XVIII. A Bruxaria
parecia, finalmente, ter morrido. Mas os
grupos e famílias de bruxos resistiam,
escondidos nas sombras. Algo que
surgiu nos primórdios da humanidade
não morreria assim tão facilmente."
>> Parte 4 30

O Renascimento da Bruxaria
>> O Renascimento da Bruxaria 31

"A Bruxaria renasceu no século XX com


um resgate romântico e um profundo
amor à Natureza. Diversas pessoas
afirmavam que a Bruxaria era real e que
tinha suas origens a tradições populares
pré-cristãs. Nessa ocasião, Aleister
Crowley e Gerald Gardner vieram à
frente e a antiga imagem da bruxaria
diabólica foi posta de lado."
>> O Renascimento da Bruxaria 32

"É impossível que uma bruxa seja satanista porque o


satanismo é baseado na mitologia cristã e tem seu foco num
ser chamado Satã. A Bruxaria e, em particular, a Wicca, são
baseadas na história dos costumes celtas e nas práticas
anglo-saxônicas, onde o demônio não tinha lugar porque os
pagãos antigos não reconheciam a existência de uma fonte
de mal maior."
>> Parte 5 33

Mas afinal de contas.


O que é Bruxaria?
Ela pode ser muitas coisas,
vamos entender melhor!
>> O que é Bruxaria? 34

> Um caminho religioso;


> Uma Filosofia de Vida;
> Um culto à Natureza;
> Um culto à Vida;
> Respeito a todos os seres e
formas de vida;
> Comungar com os elementos;
> Respeitar e honrar os ancestrais;
> Um ofício Sagrado;
> Um caminho Sacerdotal.
35
" A Bruxaria é um resgate dos cultos antigos,
relembrando as crenças ancestrais do Culto a Deusa,
compreendendo e vivenciando os ciclos da natureza,
respeitando a sacralidade da vida. Enxergando a magia do
viver, celebrando todas as fases e mudanças pelas quais
passamos. É na Grande Mãe Terra que encontramos
abrigo e segurança, é nela que depositamos nossa fé e
esperança, e através das práticas de magia, ritualizamos
junto a ela, pois somos filhos da terra, somos filhos da
Deusa, e a ela retonaremos sempre."
>> A Bruxaria NÃO crê em: 36

> Inferno;
> Diabo;
> Mal absoluto;
> Pecado;
> Um único Deus salvador;
> Não se pode cometer erros.
>> Leis da Bruxaria Natural 37

Tu farás tudo o que tiveres vontade, desde que não


prejudiques ninguém.
Tudo que fizeres voltará triplicado para ti.
Estarás sempre em equilíbrio com os quatro elementos e
com todos os seres da Natureza.
Nunca negarás uma informação.
Terás consciência de que o Universo se formou através de
duas grandes forças.
>> Leis da Bruxaria Natural 38

Saberás ouvir teu próximo e respeitarás a evolução dele .

Terás consciência de que nunca saberás tudo.

Serás sempre alegre e passarás sempre tua alegria a todos


os que te cercarem.

Trabalharás com a Magia com: Afinidade, Compaixão,


Coragem, Disciplina, Discrição, Estabilidade, Higiene,
Paciência, Prudência e Respeito.
>> Ritual 39

Ritual de
Reconexão com
a Deusa Mãe
>> Ritual 40

Você vai precisar de:


1 pedra média ou grande (deve ser colhida da natureza, saia um dia
em busca da mesma, pegue a que lhe chamar a atenção. Lembre-se
de buscar uma em que você possa desenhar em cima, prefira a que
tiver a superfície mais regular.)
Grãos que você tiver em casa.
3 velas Brancas
Um cálice ou copo com água
Um incenso da sua preferência
Tinta acrílica ou esmalte (lembre-se de escolher uma cor que
aparaeça ao desenhar em cima da pedra).
>> Ritual 41

Este é um ritual de reconexão com a energia da Deusa antiga, você


irá se apresentar a energia da grande mãe terra dando início a uma
nova jornada. Este rito tem o intuito de trazer equílibrio e novos ares
em sua vida, ao iniciarmos um caminho na bruxaria estamos
reconhecendo a força dos deuses antigos e nos tornamos
celebrantes da vida, pois a bruxaria é culto a vida e a natureza. A
partir deste momento você reconhece estas forças, e celebra junto a
deusa, pois todos somos filhos dela. E como filhos, devemos celebrar
os seus poderes, sendo eles: A terra, A Vida, O Prazer, A Alegria e o
Amor.
>> Ritual 42

Passo 1: Arrume sua casa e garanta que tudo estará limpo e


organizado.
Passo 2: Tome um banho, esteja bem e relaxado.
Passo 3: Organize um local para o seu sagrado (local do seu altar ou
onde você irá comemorar os seus ritos),
Passo 4: Prepare e deixe a mão as coisas que irá utilizar em seu
ritual.
Passo 5: Coloque a playlist do link a seguir para tocar:
https://www.youtube.com/watch?v=BiqlZZddZEo&t=7961s
>> Ritual 43

Passo 6: Com tudo organizado e com a música tocando, feche seus


olhos e respire fundo até trazer presença e calma a você. Traga e
sinta paz ao ambiente, se conecte com a música e seus acordes.
Reflita sobre o objetivo do seu ritual, esteja aberto a se conecatar
com a Deusa Mãe e a Natureza, busque trazer sentido ao momento,
como se você estivesse sendo recebido pela Deusa, como se você
começasse uma nova fase em sua vida, visualize a natureza e todas
as belezas dela.
>> Ritual 44

Passo 7: Depois que estiver sereno e bem, abra seus olhos e recite a
seguinte oração:

"Grande mãe da terra, neste dia sagrado estou ao seu lado. E com
amor recebo seu chamado. Grande mãe da terra, celebro sua força
com louvor, para que nunca me falte o seu amor. Grande mãe da
terra, celebro a vida e a natureza, assim posso seguir meu caminho
com muito mais clareza. Grande mãe da terra, abençoe este ritual,
cobrindo minha vida com bençãos, me livrando de todo Mal. "
>> Ritual 45

Passo 8: Pegue a pedra e o esmalte (ou


tinta), em seguida desenhe na pedra o
símbolo ao lado. Esté é um momento bem
importante pois este é um dos símbolos
mais usados para representar a Deusa. Ao
Desenhar esteja ciente que esta pedra irá
se tornar a representação da Deusa em
seu espaço sagrado, utilize este amuleto
como um elo entre você e a divindade tão
importante para tantos pagãos.
>> Ritual 46

Passo 9: Chegou o momento de abençoar sua imagem, disponha


as velas em formato de triângulo invertido, coloque a pedra ao
lado. Coloque próximo o cálice com água, o incenso e os grãos.
Como demonstrado abaixo:
>> Ritual 47

Passo 10: Acenda as Velas e os incensos, agradeça ao universo e


abençoe sua pedra recitando o seguinte encantamento:

" Que este amuleto seja a representação da Deusa em meu espaço


sagrado, abençoado seja este objeto. Que ele simbolize a grande
mãe terra em minha vida. Deusa da vida, abeçoe e consagre-o com
seu poder. Que assim seja e assim se faça"

Em seguida pegue a pedra, passe-a sob a fumaça do incenso e


jogue umas gotinhas de água nela.
>> Ritual 48

Passo 11: Pegue os grãos em suas mãos, feche os olhos e visualize


toda a prosperidade e poder que eles tem. Abençoe eles com o
seguinte encantamento:

"Eu abençoo estes grãos com o poder da terra, com o poder da


fartura e com o poder da Deusa. Que assim seja e assim de faça!"
>> Ritual 49

Passo 12; Agradeça e se despeça de todas as energias presentes em


seu ritual, agradeça a deusa e deixe as velas terminarem de
queimar. Depois disso organize tudo, deixe a pedra em seu altar, e
os grãos utilize em um banho mágico. Para fazer o banho é só
colocar os grãos para ferver em 1 litro de água, deixe de 3 a 5
minutos. Em seguida desligue o fogo, abafe a panela e deixe
descansar até ficar bem morninho (de forma que não queime sua
pele), coe seu banho para não ficar nenhuma semente, e depois do
seu banho de higiene. Jogue-o da cebeça aos pés visualizando a
energia de abundância em sua vida.
50

EM CASO DE DÚVIDAS, ESCLAREÇA


ELAS NO DIA DE NOSSA AULA AO
VIVO. VEJO VOCÊS LÁ!
51

FONTES BIBLIOGRÁFICAS

Apostila de Bruxaria Natural. Autor: Tania Gori


Texto: A História da Bruxaria. Autor: Daniel Pellizzari
Império Romano - Cristianismo - Da pregação de Jesus a
Constantino. Autor: Gilberto Salomão
O Livro Completo da Bruxaria. Autor: Raymon Buckland
História da Bruxaria. Autores: Jeffrey B. Russell e Brooks
Alexander.
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