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Apostila do Módulo 5

icensed to Karina Castilhos - kari_fc@hotmail.com


Feitiços com Ervas e Alimentos
na Cozinha da Bruxa
Resumo dos conteúdos e saberes trazidos
nas aulas do quinto módulo do curso

Amanda Celli
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Aviso importante
As plantas, ervas e alimentos citados nessa apostila possuem propriedades
medicinais e devem ser usadas com ponderação. Esta não pretende ser uma
obra médica, mas sim uma fonte de informações. Se estiver fazendo algum
tratamento, não use qualquer planta sem antes consultar um médico.

Sempre faça uma experiência com uma pequena quantidade a fim de verificar
a existência de reações adversas ou alérgicas.

A autora não se responsabiliza por reações adversas às receitas,


recomendações e instruções presentes nesta apostila, sendo o uso de qualquer
planta ou produto à base de plantas da inteira responsabilidade do aluno e/ou
leitor.
Índice

Aula 01: Chás, infusões e decocções ...........................................3

Aula 02: Banhos de Ervas e Escalda-pés Mágicos .............. 13

Aula 03: Tinturas Mágicas e Sprays Energéticos..................... 27

Aula 04: Incensos Naturais ....................................................... 35

Aula 05: Amuletos e Talismãs................................................... 45

Aula 06: Pós Mágicos ................................................................ 52

Aula 07: Óleos Infusionados ..................................................... 59


Aula 01: Chás, infusões e decocções

D esde o início dos tempos, o ser humano e os animais aprenderam a


acessar a sabedoria antiga da natureza e encontrar a cura através das
ervas e alimentos da Mãe Terra. Usar uma folha, uma flor, uma raiz, uma fruta
ou semente para trazer cura e bem-estar é algo tão antigo quanto à nossa
história.
Você viu no Módulo 2 e no Módulo 3 do Curso “Cozinha da Bruxa”
que o ser humano aprendeu na antiguidade como usar o elemento fogo para
aquecer e transformar as ervas e alimentos para depois aplicar o elemento
água para extrair e unir suas propriedades. Ao unir esses elementos mágicos, o
ser humano descobriu como fazer as primeiras bebidas à base de ervas e
alimentos. Bastava adicioná-los à água e usar o fogo para aquecer a mistura,
que ganhava uma nova cor, sabor e aroma.

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Foi assim que nasceram os chás, as infusões e decocções milhares de
anos atrás. Existem diversas lendas, principalmente no oriente, que narram o
nascimento destas bebidas. A mais conhecida diz que 5.000 anos atrás, existiu
um imperador chinês chamado Sheng Nong que era conhecido como o
Curandeiro Divino.
Ele estava tentando solucionar a constante incidência de surtos de
enfermidades em seu reino, então resolveu criar uma lei que obrigava o povo a
ferver a água antes de ingeri-la. Um dia, repousando sob uma árvore, o
imperador deixou sua xícara de água esfriando um pouco, e logo percebeu que
algumas folhas haviam caído sobre o líquido, conferindo-lhe um tom
castanho. Ao experimentar a bebida, descobriu que ela possuía um sabor
maravilhoso, difundindo assim o cultivo desta erva entre seus súditos. Mas
você sabe a diferença entre os chás, as infusões e as decocções?

Infusão:

A infusão é um processo no qual as folhas ou flores (ou seja, as partes


delicadas das plantas) são imersas em água quente (por volta de 80°C). A água
irá extrair gentilmente os benefícios mágicos e terapêuticos destas partes mais
delicadas. Assim, por exemplo, a bebida feita com flores de camomila, folhas
de melissa, flores de lavanda, folhas de hortelã ou flores de hibisco são
consideradas infusões.
No caso da infusão, nunca podemos ferver as folhas ou flores ou jogar
água fervente, se não iremos cozinhar as flores e folhas e acabar por matar a
planta, perdendo grande parte dos seus benefícios.

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Decocção:

Já a decocção é um processo no qual as cascas, galhos, talos, raízes,


sementes e frutos (ou seja, as partes mais duras das plantas) são imersas em
água fervente (acima de 100°C). A água irá amolecer essas partes durante o
cozimento. Logo, essa é uma extração mais forte no qual as partes duras das
ervas passam por uma pequena fervura para que possam amolecer e assim
liberar os seus benefícios mágicos e terapêuticos.
Desse jeito, por exemplo, as bebidas feitas com canela, gengibre,
ginseng, alho, anis estrelado, casca de laranja ou de maçã são consideradas
decocções.

Chá:

Agora você pode falar: fiquei confusa Amanda. Isso tudo não é chá?
Então…. não. Preciso de contar um segredo: o termo chá tornou-se tão
popular no Brasil que passou a ser usado para qualquer bebida feita com ervas
e água quente. Tecnicamente, você deve estar usando o termo errado quase a
sua vida inteira sem saber. E tudo bem, sem problemas. Ninguém vai morrer
se chamar uma infusão de camomila de chá de camomila ou uma decocção de
gengibre de chá de gengibre.
Mas então o que pode ser chamado de chá afinal das contas? O termo
chá só é usado para bebidas resultantes da imersão da planta Camellia sinensis
em água quente. Assim, o chá seria um tipo "especial" de infusão feito apenas
com essa planta. Você já ouviu falar dela já que ela é a mãe dos famosos Chá
preto, Chá Verde e Chá Branco que hoje em dia são consumidos no mundo
todo por conta das suas propriedades terapêuticas.

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Classificação:

Reparou que os chás podem ser divididos em cores? Preto, verde,


branco. A cor irá mudar de acordo com o processo de oxidação pela qual as
folhas da Camelia sinensis passaram, indicando assim a quantidade de cafeína
que a bebida irá possuir, por exemplo.
Já as infusões e decocções são divididas de acordo com as propriedades
terapêuticas da erva usada. Assim, elas podem ser: digestivas, relaxantes,
revitalizantes, estimulantes, termogênicas, entre outras.

Dicas mágicas:

Você também pode usar o poder das direções enquanto mexe e mistura
a sua bebida mágica com a colher de pau. Se quiser que algo cresça na sua vida
(como amor, prosperidade, sorte, etc.) mexa a bebida sempre no sentido
horário, ou seja, na mesma direção que os ponteiros do relógio). Agora, se sua
intenção é diminuir ou eliminar algo (azar, tristeza, discussões, energias
densas, etc.) mexa ela no sentido anti-horário, ou seja, na direção oposta aos
ponteiros do relógio.
A força dos símbolos também pode ser trazida para o preparo.
Desenhe símbolos ou sigilos com a sua colher de pau enquanto prepara a sua
poção.
Agora, independentemente de ser um chá, uma infusão ou decocção, a
bebida preparada será como uma poção mágica, carregando em seu interior as
propriedades mágicas e terapêuticas da erva. Beber essa poção com intenção
será o ato mágico que irá finalizar o ritual que começou no preparo dessa
bebida na sua cozinha da bruxa. Ao tomar essa bebida mágica, você carregará
a intenção que trabalhou nela para dentro do seu corpo, que irá assimilar essas

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energias em todos os níveis (físico, mental, emocional e espiritual)
transformando o seu mundo interior através do alimento consumido. Ao
mudar o seu padrão de vibração, essas energias irão atuar no mundo exterior
para manifestar a sua intenção neste plano de existência.
Você também poderá fazer um uso tópico dos seus chás ao usar elas
para lavar os cabelos ou preparar compressas quentes ou frias, permitindo que
as ervas atuem em um local específico do seu corpo trazendo alívio. Para isto,
basta preparar um chá bem concentrado e denso. No caso dos cabelos, você
deverá esperar a mistura amornar para levar ao banheiro e aplicar nos fios ou
no couro cabeludo após o banho de limpeza normal. No caso das compressas,
você deverá mergulhar na mistura um pano de algodão limpo, retirar o
excesso e aplicar na região desejada (em alguns casos, é preciso esperar esfriar
antes de aplicar).

Cuidados importantes:

Lembre-se que todas as plantas (ou seja, as ervas e alimentos) possuem


propriedades medicinais e devem ser usadas com cuidado pois muitas
possuem contraindicações que deverão ser levadas em consideração, ainda
mais no caso dessas bebidas que serão ingeridas.
Pesquise sobre a dose diária que pode ser ingerida por dia do chá,
infusão ou decocção que pretende preparar e as suas contraindicações.
Se estiver fazendo algum tratamento ou possuir alguma questão de
saúde, não use qualquer planta sem antes consultar um médico e, após o aval
dele, sempre faça uma experiência com uma pequena quantidade a fim de
verificar a existência de reações adversas ou alérgicas.

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Adoçar ou não as bebidas?

E temos uma questão polêmica: adoçar ou não os chás, infusões e


decocções? Eu sei que muitas pessoas gostam de adoçar essas bebidas com
açúcar, mel e até adoçante.
Do ponto de vista puramente mágico, isso não afetaria a energia a
ponto de anular ou prejudicar sua intenção. Mas as propriedades mágicas
caminham de mãos dadas com as terapêuticas e é aqui que temos o problema.
Do ponto de vista biológico e medicinal, não é aconselhado adoçar as
bebidas pois o açúcar e o mel são ricos em glicose e os adoçantes em
substâncias que simulam a glicose para o nosso organismo.
E o qual o efeito disso? Quando tomamos chás, infusões ou decocções
iremos colocar para dentro do nosso corpo diversos compostos fitoquímicos
que são absorvidos na região do nosso intestino, através de alguns canais
especiais.
Porém, eles sempre darão preferência para a glicose, já que ela é a
principal fonte de energia que nossas células usam. Quando a bebida está
adoçada, os canais irão priorizar a glicose ou molécula que imita ela, fazendo
com que os fitocompostos não sejam absorvidos pelo intestino na dose que
necessitamos para alcançar os efeitos terapêuticos e assim sejam descartados.
Apenas o uso do mel é liberado para essas bebidas, e em pequenas
quantidades, quando necessitamos acessar o seu poder medicinal. Como o mel
é rico em compostos antibióticos e anti-inflamatórios, ele pode ser usado nos
chás, infusões ou decocções que visem, por exemplo, combater infecções
respiratórias (como gripes e resfriados), trazer alívio dos sintomas como da
irritação causada pela tosse.
Muitas das frutas usadas no preparo das bebidas já possuem uma carga
de açúcar natural que dará um gosto mais adocicado à bebida e temos ervas

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como a stévia, que tem esse poder de adoçar naturalmente uma bebida sem
ser uma fonte de glicose.
Por isso, deixe o seu paladar perder o vício pelo açúcar que ganhamos
por conta das comidas processadas e industrializadas e dê uma chance e
experimente o sabor integral e natural dos seus chás, infusões e decocções.

Preparando chás, infusões e decocções na Cozinha


da Bruxa:

Para começar, você poderá usar os saberes do Módulo 3 do Curso


“Cozinha da Bruxa” para escolher a melhor fase da lua, dia da semana ou
horário do dia para o preparo da sua bebida de acordo com a sua intenção e
momento de vida.
Em relação às ervas e alimentos que serão usados no preparo das
bebidas mágicas, a escolha vai depender da intenção que deseja trabalhar e da
sua intuição acerca de qual deles possui as propriedades mágicas que estão
mais alinhadas com a sua energia. Também leve em consideração as
propriedades terapêuticas das plantas e as contraindicações caso existam.
Comece montando o seu altar na cozinha ou preparando ele para sua
intenção, acendendo uma vela e um incenso alinhados com o propósito
escolhido. Em seguida, faça a consagração e ativação da planta escolhida
como você aprendeu no final do Módulo 4 do Curso “Cozinha da Bruxa.
A quantidade de planta usada irá mudar de acordo com a planta usada.
No caso do chá, normalmente ele é preparado usando as folhas de Camellia
sinensis desidratadas. Nesse caso, a proporção será de 1 colher de chá rasa de
erva (ou seja, entre 2g e 3g) para 200 ml de água. Essa proporção vale para o
chá verde, o chá preto, o oolong ou pu-her. Se você precisa preparar em

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maiores quantidades, use a mesma proporção. Por exemplo, para preparar 1
litro de água, use 5 colheres de chá (entre 10 a 13 gramas) de erva desidratada.
Já no caso de infusões feitas com partes delicadas das plantas (como as
folhas e flores), se você está usando uma planta desidratada a proporção será
de 1 colher de chá bem cheia de erva (ou seja, cerca de 3g a 5g) para 200 ml de
água. Se você precisa preparar em maiores quantidades, use a mesma
proporção. Por exemplo, para preparar 1 litro de água, use 6 a 10 gramas de
erva desidratada. Agora se estiver usando uma planta fresca a proporção será
de 1 colher de sopa de erva para 200 ml de água. Se você precisa preparar em
maiores quantidades, use a mesma proporção.
Já no caso de decocções feitas com partes duras das plantas (como
cascas, sementes e raízes), a proporção será de 1 colher de chá bem cheia de
erva (ou seja, cerca de 3g a 5g) para 200 ml de água. Se você precisa preparar
em maiores quantidades, use a mesma proporção.
Agora sobre a água. Tente utilizar água filtrada ou mineral, evite ao
máximo água direto da torneira, pois ela possui compostos que podem alterar
características da bebida (como cor, sabor e até propriedades terapêuticas).
Após, separe uma panela adequada. Como você viu lá no Módulo 2 do
Curso ‘Cozinha da Bruxa”, no caso dessas bebidas mágicas você poderá usar
uma de cerâmica, esmaltada, de vidro e assim por diante.
Coloque a quantidade de água desejada para o preparo na panela e leve
ao fogo. No caso do chá e da infusão, estaremos usando uma parte mais
delicada das plantas, então esquente a água até atingir cerca de 80C (ou seja,
quando formar as primeiras bolhinhas de água). Nesse ponto, desligue o fogo.
Utilize parte da água quente para escaldar o recipiente que você irá
preparar o chá, como um bule ou uma xícara, e em seguida descarte essa água
(isso fará com que a sua bebida fique quentinha por mais tempo).
Adicione a planta no infusor ou diretamente na xícara ou bule e, em
seguida, adicione o restante da água aquecida. Tampe e abafe bem,

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respeitando o tempo de descanso para que a planta possa liberar as suas
propriedades mágicas e terapêuticas na água.
Você pode aproveitar esse momento de descanso da mistura (em todos
os casos) para fazer uma oração, energizar ela usando suas mãos e intenção,
por exemplo. Mas fique atento pois esse tempo irá variar de acordo com a
planta usada já que, quanto mais frágil é a parte utilizada, por exemplo a folha
e a flor, menos tempo precisa de descanso. E é muito importante respeitar
esse tempo para que sua bebida mágica não fique amarga no paladar.
Em geral, para o chá verde e o branco, o tempo recomendado é de 1 a
3 minutos. Para o chá preto, oolong ou pu-ehr o indicado é de 2 a 4 minutos
no máximo. E para as infusões feitas com folhas ou flores estima-se 3 a 5
minutos de descanso.
Passado o tempo, retire o infusor ou coe a bebida com uma peneira e a
sua bebida mágica estará pronta para ser saboreada. Faça isso com intenção
firmada, enquanto se conecta com a energia da planta e agradece a Mãe Terra
por suas bênçãos.
Após tomar seu chá, você pode fazer a reinfusão, basta repetir os
passos ensinados. Nesse caso, você terá como resultado uma bebida mais leve
no sabor, no aroma e nos efeitos no corpo a nível físico ou sutil.
A planta que foi usada poderá ser devolvida depois do seu ritual à
natureza, sendo enterrada ou indo para a composteira ou até mesmo sendo
seca e depois queimada, tendo as cinzas misturadas com a terra.
No caso da decocção, separe uma panela adequada e coloque um pouco
a mais do que a quantidade de água desejada para o preparo (já que parte da
água irá evaporar na fervura) e leve ao fogo. Como usaremos uma parte mais
dura e resistente da planta, então esquente a água até o ponto de fervura, ou
seja, 100C. Nesse ponto, mantenha o fogo ligado e acrescente a planta.
O processo de fervura irá amolecer os seus tecidos vegetais e as
propriedades mágicas e terapêuticas serão extraídas durante a fervura. Esse é

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um processo mais lento, então a planta deverá ficar na fervura por 10
minutos. Após, desligue o fogo. Tampe e abafe bem, respeitando o tempo de
descanso para que a planta possa liberar as suas propriedades mágicas e
terapêuticas na água.
Você pode aproveitar esse momento de descanso da mistura (em todos
os casos) para fazer uma oração, energizar ela usando suas mãos e intenção,
por exemplo. No caso da decocção, o tempo será de 10 minutos para que os
compostos sejam extraídos.
Passado o tempo, coe a bebida com uma peneira e a sua bebida mágica
estará pronta para ser saboreada. Faça isso com intenção firmada, enquanto se
conecta com a energia da planta e agradece a Mãe Terra por suas bênçãos.
A planta que foi usada poderá ser devolvida depois do seu ritual à
natureza, sendo enterrada ou indo para a composteira ou até mesmo sendo
seca e depois queimada, tendo as cinzas misturadas com a terra.

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Aula 02: Banhos de Ervas e Escalda-
pés Mágicos

V ocê já sabe que as plantas são um presente da Mãe Terra que estão
neste plano com a missão de nos auxiliar no processo de manifestação
da nossa intenção e transformação das nossas vidas em busca da nossa
autocura e equilíbrio.
Existem diversas formas ancestrais de usar o poder das plantas (ou seja,
das ervas e alimentos) é uma delas é através da preparação dos banhos
mágicos e escalda-pés usando os saberes da Bruxaria de Cozinha.
Esta é uma arte que possui como objetivo promover a troca energética
entre você e a natureza através das propriedades e vibração das ervas,
restabelecendo assim o seu o equilíbrio energético físico, mental, emocional e
espiritual. As plantas conseguem moldar as nossas energias através do seu

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padrão de vibração único, que terá um nível diferente de atuação dependendo
das suas propriedades terapêuticas e mágicas.
Assim, um banho mágico é um grande ritual que utiliza o poder da
natureza para tratar o seu corpo como um templo sagrado, que guarda o seu
maior tesouro, o seu espírito. Quando você toma um banho mágico, está
participando de uma iniciação para abrir o seu corpo para essa conexão com
as energias das plantas e da Mãe Terra.
Já um escalda-pés é uma forma mais simples desse ritual, que poderá
ser feito nos momentos em que estamos com uma rotina mais corrida e
precisando de um alívio rápido. Ele atua de maneira mais pontual através dos
nossos pés que são as nossas raízes, que nos conectam com a Grande Mãe e
que nos sustentam durante nossa caminhada.
Além de trazerem conexão, fluidez e bem-estar, os banhos mágicos e
escalda-pés nos ajudam a trabalhar nossa intenção e a limpar bloqueios e
obstáculos internos que podem estar impedindo uma boa caminhada em
nossa vida. Eles poderão ser feitos usando ervas ou partes de alimentos (como
cascas de frutas, raízes, pedaços de vegetais) e a escolha será sempre de acordo
com a sua intenção, ou seja, de acordo com as energias que você precisa
trabalhar em sua vida (seja naquele momento do dia ou ao longo da semana,
por exemplo).
Use os saberes do Módulo 4 do Curso “Cozinha da Bruxa” para te
guiar nessa jornada e deixe a sua intuição te ajudar nesse processo. Além deles,
você também pode usar o conceito de plantas quentes, mornas ou frias.
Ele não tem nada a ver com a temperatura da água usada (algumas pessoas
acabam pensando isso). Na verdade, ele possui sua origem nas religiões de
matriz africana (como a Umbanda) e hoje é usado por diversos outros
caminhos como a Bruxaria pois combina muito e tem sincronia com o
conceito de astro regente e elemento regente. Por exemplo, a maioria das
plantas quentes tem regência de Marte, Saturno ou do Fogo.

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Plantas quentes:

Plantas quentes são todas as ervas e alimentos cuja atuação energética é


considerada muito forte e são usadas principalmente nos banhos mágicos e
escalda-pés para limpeza, descarrego e proteção já que elas são capazes de
dissolver, anular e eliminar os acúmulos de energia densa e negativa que se
formam e que acabam travando os canais de energia do nosso corpo. Elas
possuem uma ação tão potente que o seu uso excessivo pode acabar
exaurindo a nossa energia vital, causando buracos em nossa aura e campos
energéticos. Por isso, são plantas que nunca são usadas sozinhas (sempre
estão acompanhadas de uma erva morna) e sua aplicação é feita sempre com
moderação e cuidado, especialmente na região do chakra coronário (localizado
no alto da cabeça).

Plantas mornas:

Já as plantas mornas são aquelas que têm a propriedade de equilibrar,


energizar e restaurar nosso corpo, especialmente após a ação das plantas
quentes. Elas ajudam a reconstruir o nosso campo de energia astral e
magnético, recarregando o nosso corpo físico e nosso espírito com energia
positiva, promovendo um fluxo harmônico de energia vital nos chakras,
auxiliando no bom funcionamento dos nossos corpos sutis e, por ligação,
também do físico.

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Plantas frias

As plantas frias são aquelas de uso específico, ou seja, são ervas que
trazem energias que trabalham em determinados campos em nossa vida e
podem ser usadas para trazer algum tipo de transformação.
Existem ervas frias que são atratoras (capazes de atrair o que desejamos
em diferentes áreas), calmantes (promovem paz, harmonia, calma e ajudam no
tratamento de situações como estresse e ansiedade), femininas (ligadas aos
pontos espirituais e emocionais da vida), masculinas (ligadas aos pontos
materiais e práticos da vida).
Vale lembrar que preparações nas quais usamos apenas plantas mornas
ou frias, ou que combinamos essas duas, podem ser usados na nossa rotina
sem restrições (já que estas não possuem ação forte como as ervas quentes).

Quantas plantas usar no preparo:

E quantas plantas usar no preparo de um banho mágico ou escalda-pés?


Várias linhas que trabalham com a energia das plantas (como a Fitoenergética)
afirmam que sempre devemos usar número ímpar de ervas: um, três, cinco,
sete ou nove tipos diferentes de plantas. Quando estudamos, percebemos que
esse fundamento está baseado no conceito de inconsciente Coletivo, presente
na psicologia analítica e que foi criado pelo psiquiatra Carl Jung, como já
vimos na aula sobre a Magia das Cores no Módulo 3.
Nosso inconsciente coletivo possui a informação de que o ímpar é
desagregador e quando usamos eles nosso inconsciente coletivo irá trabalhar
junto com nossa mente consciente, fortalecendo a imagem mental e a
intenção de limpeza, banimento, anulação, eliminação das energias densas e

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negativas. E mais, podemos aliar a numerologia aos preparos já que cada
número tem sua energia específica.

O número 1: é considerado o número da unidade e do início do mundo. Está


ligado à energia criativa, originalidade, à individualidade, ao poder e à
objetividade. Tem grande influência quanto às capacidades mentais e força
criativa. Representa o ímpeto que leva à realização e dá energia para começar
as coisas e tomar ação.

O número 3: é considerado o número da comunicação com o divino e é visto


como o poder do equilíbrio. Esse é um número sagrado em diversos
caminhos e religiões pois sempre encontramos a presença de uma trindade
divina nelas como os conceitos de Terra/Lua/Sol, Donzela/Mãe/Anciã,
Vida/Morte/Renascimento, Corpo/Mente/Espírito, etc. Representa a
comunicação e a expressão irá ajudar em nosso relacionamento com o mundo
exterior, trazendo equilíbrio e harmonia entre mente, corpo e espírito.

O número 5: é considerado o número da transmutação e é visto como o


poder da unidade entre os quatro elementos da natureza e o espírito/éter. É o
número das sensações e dos sentidos. Representa as mudanças e o movimento
e ajuda a abrir os caminhos em direção as novas direções e oportunidades.

O número 7: é considerado o número da harmonia e da espiritualidade. Está


ligado aos sete dias da semana e as sete cores do arco-íris. Representa a
integração, a totalidade e a harmonia e ajuda a trabalhar a sabedoria, a reflexão
e a paz interior.

O número 9: é considerado o número que trabalha o final de um ciclo e


começo de um novo. Está ligado a morte e ao renascimento e traz em sua

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essência o altruísmo e o amor universal. Representa a realização do ser
humano com suas aspirações atendidas, livre de todas as vibrações densas e
negativas.

Quantidade de cada planta:

E sobre a quantidade necessária? No Módulo 2 nós aprendemos que


nossas mãos são poderosos canais de energia e de transformação. No Módulo
4 você descobriu que elas são usadas nos processos de consagração e ativação
das ervas e alimentos.
Aqui vou te revelar mais um segredo de bruxa: as nossas mãos também
nos permitem medir exatamente a quantidade de cada planta necessária para
nossos banhos mágicos e escalda-pés. Para isso, na hora de preparar o seu
banho, basta traçar linhas imaginárias na palma da sua mão como se estivesse
desenhando uma cruz nela. Deste jeito, você terá dividido a palma da sua mão
em quatro pedaços ou quatro quadrados iguais. Cada pedacinho é equivalente
a uma dose de planta que você irá utilizar para 500ml de água.
Sim, um quadradinho desses com um pequeno punhado da planta da
sua escolha já é o suficiente já que aqui estamos nos concentrando nas
propriedades mágicas (diferentes das poções que como vimos, são ingeridas).
A Mãe Terra é sábia e fez a sua mão ser a medida exata para as ervas que vão
te ajudar no processo de cura energética e evolução. Desse jeito, a dose ideal
para cada pessoa é diferente e vai variar de acordo com o tamanho da mão.

Dicas mágicas:

Você também pode usar o poder das direções enquanto mexe e mistura
seus banhos mágicos e escalda-pés com a colher de pau. Se quiser que algo

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cresça na sua vida (como amor, prosperidade, sorte, etc.) mexa a bebida
sempre no sentido horário, ou seja, na mesma direção que os ponteiros do
relógio). Agora, se sua intenção é diminuir ou eliminar algo (azar, tristeza,
discussões, energias densas, etc.) mexa ela no sentido anti-horário, ou seja, na
direção oposta aos ponteiros do relógio.
A força dos símbolos também pode ser trazida para o preparo.
Desenhe símbolos ou sigilos com a sua colher de pau enquanto prepara a sua
poção.

Frequência dos banhos e escalda-pés:

Outra dúvida muito comum é sobre a frequência dos banhos mágicos e


escalda-pés. Posso dizer que ela irá mudar de acordo com as plantas usadas e a
intenção do ritual.
Banhos mágicos e escalda-pés para limpeza e descarrego devem ser
tomados principalmente quando estamos nos sentindo sem energia, drenados,
cansados ou ansiosos e nervosos. Logo, não devemos fazer eles todos os dias.
Em uma situação de desequilíbrio, a frequência ideal é uma vez por semana.
Após esse tratamento, quando a pessoa já estiver se sentindo melhor e bem
equilibrada, poderá fazer o ritual uma vez por mês para manter uma rotina de
limpeza dos campos energéticos e espirituais, eliminando a carga acumulada
ao longo dos dias passados.
Já as preparações com plantas mornas ou frias podem ser usadas na
nossa rotina sem restrições energéticas. Você irá determinar a frequência de
acordo com a intenção que deseja alcançar com o ritual. Siga a sua intuição
pois ela lhe indicará a necessidade de cada situação. Quando o trabalho
energético for leve, um banho apenas poderá bastar. Já quando você

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necessitar de algo mais complexo, poderá fazer uma sequência de um banho
(exemplo: um banho por dia durante três dias consecutivos).

A magia da água:

E sobre a água usada? Pode ser qualquer uma? Vimos no Módulo 3 que
o elemento água atua como condutor e concentrador da força vegetal. Então
no preparo dos banhos mágicos e escalda-pés você poderá usar águas de
diferentes fontes, cada uma com sua propriedade específica.
Desde a água da sua torneira de casa, passando pela água mineral ou de
uma outra fonte natural como chuva, mar, cachoeira, nascentes e assim por
diante. Vou deixar um resumo das propriedades de cada uma delas para você
usar em suas práticas.

Água Mineral ou de Fonte Natural (rios, lagos, etc): É a mais indicada


para o preparo de todos os banhos de ervas (independente da intenção do
ritual) por não conter cloro em sua constituição natural. Assim, ainda não foi
modificada pela ação do ser humano e é considerada a mais pura e
energeticamente potente disponível. Representam as águas que correm no
corpo de Gaia.

Água de Quedas (cachoeira, catarata, cascata, etc): É uma água de fonte


natural, mas possui propriedades especiais de trazer harmonia e cura devido a
sua característica de fluir por cima de uma rocha de composição resistente à
erosão, criando desníveis que fazem ela cair naturalmente através das quedas
d’água. Com sua força, essas águas ajudam destravar o fluxo de energia que
circula pelos nossos centros energéticos (os chakras), abrindo-os e eliminando
acúmulos de vibração densa e negativa que atuam como travas/bloqueios.

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Água do Mar: Muitas pessoas não apreciam o uso destas águas por conterem
sal em sua constituição. Mas é exatamente este fator que as tornam especiais.
Possuem capacidade de limpeza, criação e renovação. Não é agressiva aos
chakras (mesmo ao coronário localizado no alto da cabeça) por ser a fonte de
toda a vida primordial. Representam os olhos de Gaia que, assim como os
nossos, vertem água salgada através das lágrimas.

Água de Chuva: É uma água de fonte natural, mas possui propriedades


especiais de trazer limpeza astral devido a sua característica de cair dos céus,
lavando e purificando os céus e a terra ao carregar embora todas as impurezas.
Possui capacidade de limpar, eliminar, dissolver e consumir as energias densas
e negativas.

Água da Rede Pública: Popularmente chamada de água da torneira, pode


ser usada quando você não tiver acesso à nenhuma água de fonte natural.

Uso do mel, açúcar e sal:

No preparo, você também poderá acrescentar alguns ingredientes à


mistura para fortalecer a vibração das plantas usadas, ajudando a aumentar os
efeitos do banho de acordo com a sua intenção. Os principais são o sal, o
açúcar e o mel. Todos são alimentos provenientes da Mãe Terra e assim como
as plantas, carregam em sua estrutura uma vibração única que irá trabalhar
nosso campo energético.
O sal é um cristal que atua trazendo limpeza, purificação e banimento
de energias negativas. O mel com sua cor e sabor está ligado à fartura, doçura,

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prosperidade, renascimento e transmutação. O açúcar tem a capacidade de
induzir o amor em nossas vidas.

Cuidados importantes:

Todas as plantas possuem propriedades medicinais e devem ser usadas


com cuidado pois muitas possuem contraindicações que deverão ser levadas
em consideração.
Nos banhos mágicos e escalda-pés, nossa pele entra em contato direto
com os fitocompostos das plantas usadas e assim eles serão absorvidos por
ela. Algumas ervas e alimentos podem ter contraindicações, causarem alergias
ou até serem tóxicos e proibidos de serem usados dessa maneira. Então
pesquise sobre a erva ou alimento que pretende usar.
Se estiver fazendo algum tratamento ou possuir alguma questão de
saúde, não use qualquer planta sem antes consultar um médico e, após o aval
dele, sempre faça uma experiência com uma pequena quantidade a fim de
verificar a existência de reações adversas ou alérgicas.
Quando for coletar a água de uma fonte natural lembre-se de sempre
fazer uma oração, saudando e agradecendo em primeiro lugar à Mãe Terra (ou
ao que for sagrado e divino ao seu coração) e após as forças da natureza e aos
elementais da água.
No caso da água da rede pública, mesmo que esteja filtrada recomenda-
se ferver antes a água que irá usar no preparo do banho. No caso da água de
chuva, recomenda-se ferver e filtrar, já que ela pode carregar partículas e
poluição dependendo da região onde você mora (isso acontece muito nos
grandes centros urbanos).

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Preparando banhos mágicos e escalda-pés na
Cozinha da Bruxa:

Use os saberes do Módulo 3 (onde vimos as Influências Mágicas na


Cozinha da Bruxa) para escolher a melhor fase da lua, dia da semana ou
horário do dia para o preparo do seu banho mágico ou escalda-pés de acordo
com a sua intenção e momento de vida.
Em relação às ervas e alimentos, a escolha vai depender da intenção
que deseja trabalhar em sua tintura ou spray e da sua intuição acerca de qual
deles estará mais alinhado com a sua energia e momento de vida. Também
leve em consideração as propriedades terapêuticas das plantas e as
contraindicações caso existam.
Comece montando o seu altar na cozinha ou preparando ele para sua
intenção, acendendo uma vela e um incenso alinhados com o propósito
escolhido. Após, visualize uma cruz na palma da sua mão e meça a quantidade
da planta que será usada colocando ela em um dos quartos formados. Em
seguida, faça a consagração e ativação da planta escolhida como você
aprendeu no final do Módulo 4.
Uma dica é picar as ervas que estiverem muito grandes ou passar no
pilão e almofariz aquelas que forem mais duras, para aumentar a área de
contato delas com o álcool e facilitar a extração.
Após, separe uma panela adequada para o preparo líquido com plantas
(como você viu lá no Módulo 2, pode ser uma de cerâmica, esmaltada, de
vidro e assim por diante). Coloque a quantidade de água desejada
(normalmente usamos 2 xícaras ou 500ml) e leve ao fogo.
No caso de estar usando uma parte mais delicada (como folhas ou
flores) esquente a água até atingir 80C (ou seja, quando ver as primeiras
bolhinhas de água se formando). Nesse ponto, desligue o fogo. Você poderá

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despejar a água sobre a planta em uma tigela ou simplesmente acrescentar a
planta na panela. Tampe, abafe bem e deixe a mistura descansar por 5 minutos
para que a planta possa liberar as suas propriedades mágicas e terapêuticas na
água.
No caso de estar usando uma parte mais dura e resistente (como cascas,
raízes ou sementes) esquente a água até o ponto de fervura, ou seja, 100C.
Nesse ponto, mantenha o fogo ligado e acrescente a planta, deixando ela
ferver por 10 minutos para que possa amolecer os seus tecidos vegetais.
Depois, desligue o fogo. Tampe, abafe bem e deixe a mistura descansar por 10
minutos para que a planta possa liberar as suas propriedades mágicas e
terapêuticas na água.
Uma outra maneira de preparar o banho mágico é diluindo uma colher
de sopa de uma tintura da planta escolhida em um litro de água quente.
Você pode aproveitar esse momento de descanso da mistura (em todos
os casos) para fazer uma oração, energizar ela usando suas mãos e intenção,
por exemplo. Após, a mistura do banho já estará morna. Um banho de ervas é
sempre tomado após o banho de limpeza normal. Assim, você deverá coar a
mistura e colocar ela em uma tigela ou bacia e levar para o seu banheiro. Esse
é o momento de acrescentar o sal, o açúcar ou o mel caso deseje, misturando
com a sua colher de pau.
A planta que foi coada poderá ser devolvida depois do seu ritual à
natureza, sendo enterrada ou indo para a composteira ou até mesmo sendo
seca e depois queimada, tendo as cinzas misturadas com a terra.
Após o seu banho de limpeza normal, leve a tigela para dentro do
banheiro e levante ela acima da sua cabeça e faça uma oração chamando a
presença da Mãe Terra (ou o que for sagrado e divino ao seu coração) e as
forças da natureza e pedindo que elas abençoem ao banho de ervas para que
ele possa atuar em seu corpo e espírito, trazendo cura e a intenção desejada.

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Quando você toma um banho mágico, está participando de uma
iniciação para se abrir espiritualmente. Neste momento, jogue a mistura do
banho de ervas em seu corpo (da cabeça ou do pescoço para baixo conforme
suas crenças e caminho) com intenções firmadas, visualizando as bênçãos
desejadas. Você poderá jogar de uma vez ou ir jogando aos poucos enquanto
banha partes específicas do seu corpo. Siga a sua intuição. Foque em sua
mente e visualize você já tendo alcançado a intenção desejada com o banho de
ervas (abrir os caminhos, aumentar a prosperidade, crescer a autoestima e o
poder de sedução, eliminar um medo, etc).
Ao terminar, deixe o corpo secar naturalmente se possível e evite o uso
de cosméticos (como perfumes e cremes) para deixar a sua pele livre para
terminar de trabalhar com as energias e os compostos terapêuticos presentes
no banho.
E para fazer o escalda-pés é bem fácil. Diferente do banho, o ideal é
você preparar ele ao final do dia, antes de dormir, assim o relaxamento e o
calor serão espalhados e mantidos pelo corpo.
Você fará o mesmo processo de preparo que vimos no caso do banho
mágico, mas nesse caso não precisará coar e também não deixará que a
mistura esfrie, já que, como o próprio nome diz, temos que escaldar os pés,
ou seja, usar a mistura na temperatura o mais quente possível de acordo com a
sua pele e resistência (não é para machucar, mas não poderá estar muito
morno, se não terá o efeito desejado).
Escolha uma bacia onde seus pés caibam confortavelmente e a água
fique na altura dos tornozelos. O ideal é que a bacia seja esmaltada, de vidro
ou madeira (mas se você só tiver uma de plástico, separe ela apenas para esse
uso). Na bacia, coloque de 2 a 3 colheres de sal grosso (caso não tenha
pressão alta) e adicione a sua mistura bem quente. Mergulhe os pés na
temperatura mais quente que suportar por 20 minutos ou até que a mistura
comece a esfriar.

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Visualize que todos os bloqueios estão escorrendo e se dissolvendo na
água enquanto a erva escolhida te transfere o seu poder e energia. Você pode
deixar a atmosfera do ambiente mágica e relaxante, colocando uma música
especial, acendendo um incenso ou uma vela por exemplo. Ao final, seque
bem os pés e coloque uma meia quentinha. Se possível evite colocar os pés no
chão sem um chinela, abrir geladeiras ou tomar golpes de ar gelado da janela
para conservar o calor em seu corpo. Agora vá para a cama e aproveite para
ler um bom livro, assistir um filme ou ter uma boa noite de sono.

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Aula 03: Tinturas Mágicas e Sprays
Energéticos

V ocê já sabe que as plantas são um presente da Mãe Terra que estão
neste plano com a missão de nos auxiliar no processo de manifestação
da nossa intenção e transformação das nossas vidas em busca da nossa
autocura e equilíbrio.
Existem diversas formas ancestrais de usar o poder das plantas (ou seja,
das ervas e alimentos) é uma delas é através da preparação das tinturas
mágicas e dos sprays energéticos usando os saberes da Bruxaria de Cozinha.
Você viu na aula 1 e 2 (aqui do Módulo 4 do Curso “Cozinha da
Bruxa”) que podemos usar a água como condutora da força vegetal para que
ela extraia todas as propriedades mágicas e terapêuticas das plantas (ou seja,
das ervas e alimentos). Essa mistura pode virar uma bebida como os chás,
infusões e decocções ou virar um banho mágico ou até um escalda-pés.

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Nas tinturas (e dos sprays energéticos feitos a partir delas) não usamos
a água, mas sim o álcool como condutor. Tecnicamente, as tinturas são
extratos concentrados feitos a partir da mistura de ervas com álcool que são
armazenados em garrafas ou potes de vidro. Elas eram muito usadas
antigamente devido à facilidade no preparo, no transporte, no
armazenamento, na conservação e no uso em tratamentos. Além disso, elas
são um meio incrível e eficaz de conservar as propriedades das plantas devido
a presença do álcool.
Diferente da água, o álcool assegura uma longa preservação das
propriedades mágicas e dos compostos terapêuticos presentes em cada planta
pois eles permanecem estáveis e solúveis na mistura (muitas vezes esses
compostos são voláteis e podem ser perdidos se as plantas são submetidas a
outros tipos de extração e tratamento). O álcool também não se torna
estagnado ou velho, tem função esterilizante e é antibactericida, antifúngico e
antiviral, evitando a proliferação de microrganismos indesejados na mistura.
As tinturas podem ser usadas para ingestão (sempre com a orientação e
acompanhamento de um profissional especialista) ou para uso tópico - desde
que corretamente diluída – como aplicação direta na pele, para uso tópico em
massagens ou compressas, no preparo de banhos mágicos ou escalda-pés e de
cosméticos caseiros e naturais e também na criação dos sprays energéticos.
Os sprays permitem uso do poder da tintura de modo rápido, fácil e
prático no dia a dia. Eles liberam uma dose pequena e aspergida (em forma de
névoa) que pode ser aplicada em torno do nosso corpo (agindo nos níveis
energéticos) ou nos ambientes da nossa casa, do nosso trabalho e assim por
diante. E você pode até levar na bolsa e usar de maneira discreta, já que as
pessoas vão achar que é apenas um spray de cheirinho para o ambiente.
Os sprays trabalham a parte mágica e energética das plantas, mas
também aspectos terapêuticos como a aromaterapia. Então são como

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verdadeiros feitiços concentrados que podem ser usados a qualquer momento
para trabalhar a nossa intenção e transmutar as energias.

Quais plantas usar no preparo das Tinturas e


Sprays?

Cada espécie de planta costuma concentrar os seus óleos essenciais e


outros fitocompostos em diferentes partes do seu corpo, que assim podem ser
usadas na confecção de uma tintura e spray..
Algumas plantas concentram eles nas folhas (como o alecrim, a arruda e
o louro), nas flores (como a camomila, a lavanda e o cravo da índia), na casca
ou polpa dos frutos (como a maçã e o limão), sementes ou bagas (como o
cardamomo), galhos ou casca do tronco (como a canela, o mulungu e o
barbatimão), seiva ou resina vegetal (como a mirra e o breu branco) e até as
raízes, rizomas ou tubérculos (como o sândalo, ginseng e o gengibre).
Todas elas podem ser usadas, desde que você pesquise as suas
propriedades mágicas e terapêuticas e leve em consideração as
contraindicações de uso, caso existam.

Devemos usar plantas secas ou frescas?

No caso das tinturas e sprays, o procedimento para o preparo é o


mesmo para plantas secas ou frescas. O que muda é a proporção de planta
que você usará para obter a concentração desejada. Isso acontece porque as
ervas secas perdem sua água no processo de desidratação e assim se tornam
mais concentradas do que as frescas.
Então, para plantas secas, você usará uma proporção de 10% de planta
(o que daria em torno de 2/3 a 1/2 do vidro escolhido) para 1 litro de álcool.

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Já para as plantas frescas você usará uma proporção de 25% de plantas (o que
daria em torno de 1/2 a 3/4 do vidro) para 1 litro de álcool.

Faz diferença se usar partes mais delicadas ou


duras das plantas no preparo?

No caso das tinturas e sprays, o procedimento para o preparo é o


mesmo para qualquer parte da planta, seja ela delicada (como folhas e flores)
ou dura (como raízes, caules, cascas ou sementes). O que muda apenas é o
tempo de descanso (que é o período de tempo no qual a planta está
mergulhada no álcool).
Geralmente, as tinturas feitas com partes mais delicadas precisam de
menor tempo de repouso e ficam prontas mais rápido porque elas liberam
mais facilmente as suas propriedades mágicas e terapêuticas no álcool. Assim,
as tinturas feitas com partes mais duras geralmente vão precisar de um
descanso maior.
Quanto mais tempo de descanso, mais potente e concentrada uma
tintura estará. Podemos ver isso através da coloração e do aroma da tintura.
Logo, você poderá coar a mistura e retirar a planta usada no preparo mais
cedo ou mais tarde, dependendo do seu desejo e da sua intuição.

Qual tipo de álcool utilizar no preparo?

Já em relação ao álcool, é recomendado que você escolha um líquido


com teor alcoólico de, no mínimo 40%. Os mais usados são o álcool de
cereais ou bebidas como a cachaça, vodka ou gin.
Usamos o álcool de cereais principalmente para tinturas feitas com as
partes mais duras e resistentes das ervas e alimentos como cascas, sementes e

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raízes. Porém, o gosto da tintura vai ser pouco digerível (sendo mais
recomendado o uso externo) e as plantas podem desidratar muito rápido em
contato com esse álcool.
Você poderá usar as bebidas (vodka, gin ou cachaça) quando for
preparar tinturas com ervas que não possuem tanta umidade em suas folhas
(podendo elas estarem secas ou frescas) como: alecrim, louro, tomilho, sálvia,
entre outras. Essas bebidas são incolores e o seu aroma não interfere no
processo, resultando em uma tintura que poderá ser ingerida, desde que
diluídas e com a orientação e acompanhamento de um profissional
especialista.
Agora, você poderá fazer uma mistura de álcool de cereais e uma das
bebidas já citadas nos casos de tinturas feitas com ervas e alimentos que
possuem umidade muito alta, como o manjericão, o capim limão, a hortelã,
entre outras.

Cuidados importantes:

Como as tinturas são extratos com alto nível de concentração (assim


como os óleos essenciais) nunca devem ser ingeridos sem a orientação de um
profissional especialista (médico, enfermeiro, naturopata, fitoterapeuta, etc)
que fará a correta prescrição - incluindo a dosagem e o período do tratamento.
Em relação ao uso externo, a tintura também só deve ser aplicada na pele
quando corretamente diluída para evitar efeitos colaterais ou reações adversas.
Todas as plantas possuem propriedades medicinais e devem ser usadas
com cuidado pois muitas possuem contraindicações que deverão ser levadas
em consideração no preparo das tinturas e dos sprays energéticos.
Se estiver fazendo algum tratamento ou possuir alguma questão de
saúde, não use qualquer planta sem antes consultar um médico e, após o aval

31
dele, sempre faça uma experiência com uma pequena quantidade a fim de
verificar a existência de reações adversas ou alérgicas.

Preparando Tinturas Mágicas na Cozinha da


Bruxa:

Use os saberes do Módulo 3 (onde vimos as Influências Mágicas na


Cozinha da Bruxa) para escolher a melhor fase da lua, dia da semana ou
horário do dia para o preparo da sua tintura de acordo com a sua intenção e
momento de vida.
Em relação às ervas e alimentos, a escolha vai depender da intenção
que deseja trabalhar em sua tintura ou spray e da sua intuição acerca de qual
deles estará mais alinhado com a sua energia e momento de vida. Também
leve em consideração as propriedades terapêuticas das plantas e as
contraindicações caso existam.
Comece montando o seu altar na cozinha ou preparando ele para sua
intenção, acendendo uma vela e um incenso alinhados com o propósito
escolhido. Após, faça a consagração e ativação da planta escolhida como você
aprendeu no final do Módulo 4 do Curso “Cozinha da Bruxa”.
Após, caso necessário, pique as ervas que estiverem muito grandes ou
passe no pilão e almofariz aquelas que forem mais duras, para aumentar a área
de contato delas com o álcool e facilitar a extração.
Em seguida, separe um vidro (já esterilizado por você previamente) e
passe ele pela fumaça do incenso (dentro e fora) para purificar
energeticamente ele. Em seguida, adicione a planta no vidro (seguindo as
proporções indicadas nessa aula) e cubra toda a matéria vegetal com o álcool
escolhido e preencha até perto da boca do vidro (para evitar o surgimento de
mofo, especialmente se a planta estiver fresca).

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Feito isso, tampe bem o frasco de vidro e coloque ele no seu altar para
fazer a ativação final. Para isso, faça uma oração para a Mãe Terra (ou aquilo
que for divino e sagrado ao seu coração) pedindo para que ela abençoe essa
tintura com sua energia para que assim você possa acessar toda a magia da
planta escolhida e trabalhar a intenção desejada.
Deixe a vela e o incenso queimarem até o final (se possível) e, depois,
guarde o vidro da tintura em um lugar escuro e fresco (como dentro de um
armário na sua cozinha da bruxa). Lembre-se de etiquetar o vidro com data de
fabricação, tipo de álcool e planta usada.
Agora, deixe a tintura descansar por aproximadamente 1 mês, dando
uma sacudida no vidro dia sim e dia não. Quando ela alcançar a concentração
desejada ou quando a planta perder completamente a coloração, abra o vidro,
coe a sua tintura e envase no vidro desejado (colocando uma etiqueta de
identificação como já comentei).
A sua tintura ao final deverá ser armazenada em um lugar protegido da
luz direta e poderá ter uma validade de até 2 anos, dependendo do preparo
feito e da erva escolhida. Sempre que usar sua tintura, lembre-se de fazer uma
oração, mentalizando a energia da planta escolhida e agradecendo a Mãe Terra
por sua magia.
A planta que foi coada deverá ser lavada em água corrente (para retirar
o excesso de álcool) e depois poderá ser devolvida a natureza, sendo enterrada
ou indo para a composteira ou até mesmo sendo seca e depois queimada,
tendo as cinzas misturadas com a terra.

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Preparando Sprays Energéticos na Cozinha da
Bruxa:

Use os saberes do Módulo 3 (onde vimos as Influências Mágicas na


Cozinha da Bruxa) para escolher a melhor fase da lua, dia da semana ou
horário do dia para o preparo da sua tintura de acordo com a sua intenção e
momento de vida.
Em relação à tintura que será usada no preparo do spray, a escolha vai
depender da intenção que deseja trabalhar de acordo com a sua energia e
momento de vida. Você poderá usar apenas uma tintura ou fazer uma
sinergia, misturando duas ou mais tinturas.
Comece montando o seu altar na cozinha ou preparando ele para sua
intenção, acendendo uma vela e um incenso alinhados com o propósito
escolhido. Separe um vidro com válvula de spray do tamanho que desejar e
passe ele pela fumaça do incenso (dentro e fora) para purificar
energeticamente.
Em seguida, você pode adicionar dentro do vidro algum cristal
(pequeno) que seja seguro para imersão e que se alinhe com a sua intenção.
Depois, finalize colocando a tintura no vidro com o auxílio de um funil. Você
poderá diluir ela em água caso deseje um aroma e vibração mais leve, mas isso
poderá diminuir a vida útil do seu spray mágico.
Ao final, feche bem o vidro e já estará pronto para o uso. Caso queira,
você poderá deixar o seu spray mágico tomando os raios de uma das fases da
lua mais conectadas com a sua intenção, por exemplo.

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Aula 04: Incensos Naturais

V ocê já sabe que as plantas são um presente da Mãe Terra que estão
neste plano com a missão de nos auxiliar no processo de manifestação
da nossa intenção e transformação das nossas vidas em busca da nossa
autocura e equilíbrio.
Existem diversas formas ancestrais de usar o poder das plantas (ou seja,
das ervas e alimentos) é uma delas é através dos incensos. Você sabia que a
palavra incenso tem origem no latim incendere que significa queimar? A história
do Incenso tem início nos primórdios da humanidade.
Quando o ser humano aprendeu a usar o elemento fogo, as tribos
passaram a se reunir em volta das fogueiras por segurança, para se aquecer e
para trocar saberes e experiências. Ali ele percebeu que poderia colocar
algumas plantas aromáticas (como folhas, flores, cascas, raízes e até seiva
cristalizada na forma de resina) para repousar sobre as brasas que ficavam nas

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beiras da fogueira e que isso resultava em uma fumaça branca de uma
diversidade de aromas incrível e encantadora.
Esse foi o nascimento dos incensos, cujos primeiros registros
remontam cerca de 6.000 anos atrás. Logo, os antigos começaram a fazer uso
desta fumaça aromática como uma oferenda aos Deuses e a Natureza como a
força criadora e mantenedora da vida. Eles se tornaram uma presença quase
universal em práticas mágicas e devocionais presentes na raiz de todas as
religiões e tradições espirituais na atualidade.
A queima do incenso significa a transformação da matéria (carvão e
ervas) em espírito (fumaça e aroma). O carvão e as plantas representam a
união dos reinos mineral e vegetal, que são transformados pela ação do
elemento fogo. A sua fumaça se espalha pelo elemento ar e alcança o plano
espiritual, por onde todas as energias, pensamentos e emoções transitam para
chegar em seus devidos lugares.
É por isso que os incensos têm o poder de sensibilizar e elevar a
vibração psíquica de uma pessoa, auxiliando ela a acessar um estado receptivo,
concentrado e harmonizado consigo mesma e com sua intenção. Eles também
têm a capacidade de mudar a carga energética de um ambiente, purificando e
equilibrando o mesmo, atuando através da desagregação de energias negativas,
sentimentos densos e vibrações estagnadas.
Além disso, os incensos também promovem efeitos terapêuticos que
são estudados pela aromaterapia: as moléculas provenientes das plantas serão
liberadas no ambiente e capturadas por nossas células olfativas, agindo
diretamente em nosso cérebro através de processos químicos que causam os
efeitos terapêuticos presentes no aroma de cada erva.

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Quais plantas usar no preparo dos Incensos?

Cada espécie de planta costuma concentrar os seus óleos essenciais e


outros fitocompostos que exalam aroma (ou seja, aqueles desejados na queima
do incenso) em diferentes partes do seu corpo, que assim podem ser usadas
na confecção de um incenso.
Algumas plantas concentram eles nas folhas (como o alecrim, a arruda e
o louro), nas flores (como a camomila, a lavanda e o cravo da índia), na casca
ou polpa dos frutos (como a maçã e o limão), sementes ou bagas (como o
cardamomo), galhos ou casca do tronco (como a canela, o mulungu e o
barbatimão), seiva ou resina vegetal (como a mirra e o breu branco) e até as
raízes, rizomas ou tubérculos (como o sândalo, ginseng e o gengibre).
Todas elas podem ser usadas na confecção de incensos, desde que
estejam secas, ou seja, desidratadas para que assim o incenso possa acender
com facilidade e tenha uma queima limpa e completa, soltando uma fumaça
branca leve e delicada, com o aroma da planta usada. Quando a planta ainda
está fresca ou não foi corretamente desidratada, ela irá apresentar muita água
no interior das suas células e tecidos, logo não é apropriada para o uso em
incensos já que isso dificulta a queima dele e a liberação dos compostos
desejados na fumaça, fazendo uma queima incompleta, soltando uma fumaça
escura e pesada, com aroma de queimado.

Quais são os diferentes tipos de incenso existem?

Com a modernidade, encontramos nas lojas físicas e online incensos


naturais e artesanais como feitos antigamente e também aqueles
industrializados, feitos em alta escala de produção. Independentemente de ser
artesanal ou industrializado, um ponto que é importante trazer é que devemos

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sempre escolher as composições feitas com materiais naturais e de produções
confiáveis, já que alguns incensos podem conter essências artificiais e outros
compostos químicos tóxicos que não devem ser inalados.
Existem diversos tipos de incenso que você pode preparar dentro da
Cozinha da Bruxa ou adquirir de artesãos ou lojas místicas. Vamos ver um
pequeno resumo de dos principais tipos para você conhecer eles.

Incenso de vareta ou cone: São os mais usados e encontrados. Os incensos


de vareta são os mais conhecidos e comercializados no mundo todo e são
muito fáceis de utilizar, bastando acender sua ponta e depois fixá-los em um
local seguro. Já os incensos de cone também são acesos na ponta. Existem os
tipos mais tradicionais com uma queima semelhante ao incenso de vareta e os
mais modernos, que liberam uma fumaça mais densa que pode sair por um
furo na parte inferior do cone, criando um lindo efeito cascata.
A maioria dos incensos de vareta ou cone são feitos a partir da uma mistura
de uma planta específica com uma resina ou carvão (mineral ou vegetal) para
ajudar e facilitar a queima do incenso, mas que às vezes o carvão pode acabar
por liberar partículas de fuligem e monóxido de carbono.
Existem alguns incensos de vareta ou cone com qualidade mais baixa que, em
vez de possuírem uma parte da planta ou seu óleo essencial por exemplo,
acabam tendo adição de compostos químicos que podem ser tóxicos como
perfumes ou essências artificiais. Por isso, o ideal é ler com atenção os
ingredientes do incenso, dando preferência sempre para aqueles com
composições naturais.

Incenso de resina: As resinas vegetais são a seiva de determinadas plantas


que, quando corretamente desidratada e beneficiada, endurece e cristaliza.
Esses pequenos cristais podem ser jogados sobre um pedaço de carvão aceso
para liberar uma fumaça aromática ou podem ser usados na confecção de

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outros tipos de incenso (como varetas e cones) e até de perfumes. Mas as
resinas costumam ser mais caras devido às etapas da extração da seiva e
produção da resina. Como exemplo temos as resinas feitas de mirra, de
olíbano, de benjoim, de beu branco, de palo santo, de pinheiro, de âmbar, etc.

Incenso de masala: Eles são muito usados nos países orientais, mas estão
conquistando o mundo com seu aroma. A masala é um pó feito a partir da
mistura de diversas especiarias trituradas (como a canela, a noz moscada, o
cravo da índia, o gengibre, etc).
Esse pó pode ser usado como incenso por si só, ao ser jogado sobre um
pedaço de carvão aceso para liberar uma fumaça aromática ou pode ser
acrescido de algum óleo ou resina vegetal e ser modelado como uma massa
para confecção de incensos de vareta ou cone.
Cada masala será uma mistura diferente, que pode variar de acordo com a
localidade que preparou ela, já que na Índia e em outros países asiáticos, cada
família tem a sua própria mistura tradicional, que vai mudar na quantidade de
ingredientes usados (de ervas, flores e madeiras). Geralmente as masalas
possuem aroma mais floral e são ótimos para meditação e para usar em
lugares com menos ventilação, já que liberam menos fumaça e duram
bastante.

Incenso de madeira: São pedaços de raízes, cascas, troncos ou galhos de


árvores que podem ser acedidos por si só (sem o uso de carvão ou óleos e
resinas), gerando assim uma queima completa.
O mais famoso é o Palo Santo, que tem origem uma árvore cujo nome
científico é Bursera graveolens e esta espécie é endêmica do norte do Peru e sul
do Equador. Essa árvore vive em média de 80 a 90 anos e necessita morrer
naturalmente no seu meio ambiente para ser usada como um incenso natural.
Depois de sua morte, seu tronco tomba espontaneamente na floresta e deve

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ficar repousando no local de 4 a 10 anos para a madeira amadurecer e
produzir a resina que é responsável por seu aroma único, coloração delicada e
propriedades tão especiais.
Inclusive, esta é uma árvore que ainda não está em extinção, mas que já é
protegida por lei no Peru. Por isso, é muito importante adquirir Palo Santo de
fornecedores que trabalhem com distribuidores autorizados pelo governo
peruano a fazer a retirada desta madeira da natureza de forma que não agrida
o meio ambiente.
Mas além do Palo Santo, existem outras cascas ou madeiras que podem ser
usadas como um incenso de madeira, como a canela em pau (sim, a mesma
que usamos em receitas mágicas), a aroeira, a jurema, o patchouli, o sândalo,
etc.

Incenso natural: Normalmente damos esse nome para os incensos feitos a


partir de bastões de ervas desidratadas, que são amarrados ao longo do seu
corpo e acesos na ponta.
Neste caso, trabalhamos apenas com as ervas in natura e o incenso é feito
usando alguns ramos secos de ervas (colocando apenas as folhas ou fazendo
um mix com flores e outras partes da planta). Esses ramos são amarrados (e
existem vários tipos de amarração, desde as mais simples até as mais
elaboradas). Depois, eles são pendurados para secar em um local bem
ventilado, iluminado e fresco, mas protegido da luz direta do sol para que a
desidratação seja feita de maneira correta e completa, eliminando a água e
preservando os óleos essenciais e outros fitocompostos. Após a secagem, eles
podem ser acesos na ponta e usados como incenso.
Outras maneiras de fazer esse processo de desidratação é colocando os ramos
sobre esteiras, peneiras ou treliças naturais (para que o ar passe por entre os
ramos e folhas) ou distribuindo os ramos sobre formas de bolo com camadas
de papel toalha ou até colocando eles dentro de sacos de pão de padaria (nesse

40
caso, para filtrar a luz que passa). No caso desses incensos, você pode acender
o bastão que foi feito ou até desmontar ele e jogar as folhas e flores sobre um
carvão em brasa por exemplo.

Cuidados importantes:

Todas as plantas possuem propriedades medicinais e devem ser usadas


com cuidado pois muitas possuem contraindicações que deverão ser levadas
em consideração no momento do preparo dos incensos.
Também temos a questão da alergia. A queima de um incenso (por ser
proveniente de tecidos vegetais) normalmente gera uma fumaça que carrega as
suas propriedades mágicas e terapêuticas, mas que também pode conter
partículas de fuligem e monóxido de carbono. Além disso, muitas vezes a
fumaça também carrega um aroma forte. Esses são exemplos de algumas
substâncias consideradas alergênicas, que não somente causam reação em
algumas pessoas, como também podem agravar um quadro de rinite alérgica.
Se estiver fazendo algum tratamento ou possuir alguma questão de
saúde, não use qualquer incenso sem antes consultar um médico e, após o aval
dele, sempre faça uma experiência com uma pequena quantidade a fim de
verificar a existência de reações adversas ou alérgicas.
E quando acender um incenso, especialmente em ambientes internos,
abra bem as janelas para arejar o espaço e fazer com que a fumaça possa se
dissipar levando consigo todas as energias negativas.

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Preparando um Incenso Natural de Bastão na
Cozinha da Bruxa:

Use os saberes do Módulo 3 (onde vimos as Influências Mágicas na


Cozinha da Bruxa) para escolher a melhor fase da lua, dia da semana ou
horário do dia para o preparo do seu bastão de incenso natural de acordo com
a sua intenção e momento de vida.
Em relação às ervas e alimentos, a escolha vai depender da intenção
que deseja trabalhar em seu bastão e da sua intuição acerca de qual deles estará
mais alinhado com a sua energia e momento de vida. Também leve em
consideração as propriedades terapêuticas das plantas e as contraindicações
caso existam.
Comece montando o seu altar na cozinha ou preparando ele para sua
intenção, acendendo uma vela e um incenso alinhados com o propósito
escolhido. Em seguida, faça a consagração e ativação da planta escolhida
como você aprendeu no final do Módulo 4.
Após, junte os galhos da planta que escolheu formando um ramo ou
um buquê. Comece por fazer um nó na ponta desse ramo. Segure no ramo e
comece a enrolar o fio de algodão, dê duas a três voltas e volte a dar um nó.
Continue a enrolar o fio até a ponta oposta formando um bastão. Volte
enrolando o fio até a ponta do ramo e finalize dando um nó na região.
Durante o processo certifique-se que as amarrações estão bem apertadas
(quanto mais apertadas, mas seguro estará o bastão na secagem e assim ele
não desmanchará, já que as ervas irão perder água e consequentemente
volume durante a secagem).
Pendure o seu bastão em um lugar bem iluminado (mas sem a
incidência direta da luz do sol) e seco, onde haja boa circulação de ar. Aguarde

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algumas semanas para que as ervas estejam completamente secas antes de
fazer uso do seu bastão.
Quando o ele estiver pronto, segure na extremidade por onde começou
a amarração, e acenda a ponta oposta do ramo. Deixe queimar um pouco e
assim que o fogo pegar bem, apague-o, soprando lentamente. Pouse
lentamente o ramo em um local seguro e sinta o aroma. Faça isso com
intenção firmada, enquanto se conecta com a energia da planta e agradece a
Mãe Terra por suas bênçãos.
Caso queira apagar o seu bastão de incenso natural, esmague e sufoque
a ponta que se encontra incandescente (evite usar água pois pode danificar o
ramo e sua possível reutilização). As cinzas da queima poderão ser devolvidas
depois do seu ritual à natureza, sendo misturadas com a terra.

Preparando um Incenso Natural de Cone na


Cozinha da Bruxa:

Use os saberes do Módulo 3 (onde vimos as Influências Mágicas na


Cozinha da Bruxa) para escolher a melhor fase da lua, dia da semana ou
horário do dia para o preparo do seu bastão de incenso natural de acordo com
a sua intenção e momento de vida.
Em relação às ervas e alimentos, a escolha vai depender da intenção que
deseja trabalhar em seu bastão e da sua intuição acerca de qual deles estará
mais alinhado com a sua energia e momento de vida.
Mas aqui é importante que eles estejam totalmente secos/desidratados e
na forma de pó para facilitar o processo de confecção e queima do cone.
Como sugestão, você poderá usar especiarias em pó como a canela, o
gengibre, a noz moscada, o cravo da índia, o louro e outras ou até usar no
lugar pó de Sândalo, de Palo Santo ou de Makko.

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Comece montando o seu altar na cozinha ou preparando ele para sua
intenção, acendendo uma vela e um incenso alinhados com o propósito
escolhido. Em seguida, faça a consagração e ativação da planta escolhida
como você aprendeu no final do Módulo 4.
Após, separe uma tigela de vidro ou cerâmica e passe ela na fumaça do
incenso para fazer uma purificação energética. Em seguida, coloque na tigela
a quantidade desejada da planta em pó. Bem aos pouquinhos, comece a
adicionar uma colher de chá de água na tigela e vá mexendo com a sua colher
de pau mágica até que a mistura fique com um aspecto de areia molhada.
É muito importante fazer esta etapa com cuidado. Se você colocar água
em excesso a mistura ficará muito úmida e assim você não irá conseguir
modelar ela (correndo também o risco de o seu incenso demorar muito mais
para secar e ficar pronto).
Em seguida, modele a mistura em formatos de pequenos cones e vá
distribuindo eles em uma travessa de vidro. Após terminar, coloque a travessa
aberta, de preferência em um local onde receba a luz do Sol de forma direta, e
deixe eles secarem por pelo menos 48 horas.
Depois que os seus cones estiverem 100% secos, armazene eles em um
vidro com tampa de rosca ou de rolha para preservar melhor o aroma e suas
propriedades. Está pronto! Agora é só acender o seu incenso natural na ponta
do cone e aproveitar toda a sua energia (lembrando que esse incenso terá uma
queima normal e não terá aquele efeito cascata dos cones especiais).
Esse incenso não está no vídeo da Aula 4 do Curso “Cozinha da
Bruxa”, mas eu ensinei ele em uma live no meu cabal do Youtube e você pode
assistir clicando no link abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=LWbfQB5RZfo&t=1s

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Aula 05: Amuletos e Talismãs

V ocê já sabe que as plantas são um presente da Mãe Terra que estão
neste plano com a missão de nos auxiliar no processo de manifestação
da nossa intenção e transformação das nossas vidas em busca da nossa
autocura e equilíbrio.
Existem diversas formas ancestrais de usar o poder das plantas (ou seja,
das ervas e alimentos) é uma delas é através da confecção de amuletos e
talismãs caseiros usando os saberes da Bruxaria de Cozinha.
Você sabia que a palavra amuleto tem origem no latim amuletum, que
significa “um objeto usado para defesa”? Assim, um amuleto pode ser
qualquer objeto usado com a função mágica de proteger a pessoa a quem
pertence da má sorte, perigo ou doenças.

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Já a palavra talismã pode vir do francês talisman ou do árabe tilism, que
por sua vez, teriam origem no grego antigo telesma, que significava
“sentimento de completude”, ou seja, era tudo aquilo que nos dava a sensação
de estar completo. Assim, um talismã pode ser qualquer objeto usado com a
função mágica de realizar os desejos de uma pessoa, fazendo ela se sentir
completa.
Quase todas as culturas e religiões possuem a arte da criação de
amuletos e talismãs nas suas tradições e por isso eles podem assumir
diferentes formatos: desde um elemento natural (como uma erva, um cristal, a
pena de uma ave entre outros) até passando por um símbolo que representa
alguma divindade de uma determinada religião ou crença.
Alguns exemplos bem interessantes de símbolos usados como amuletos
ou talismãs e que são carregados até os dias de hoje como pingentes em
colares e pulseiras, pendurados como decoração em paredes, portas e
ambientes ou até mesmo traçados em objetos, desenhados em um papel
durante um feitiço incluem:

O Pentagrama: que é considerado o mais importante símbolo dentro da


bruxaria, trazendo proteção e conexão com a natureza através das suas cinco
pontas que representam os 5 elementos (Terra, Ar, Fogo, Água e o Espírito),
os 5 sentidos (visão, audição, olfato, tato e paladar) e os cinco estágios da vida
(nascimento, infância, maturidade, velhice e morte).

A Cimaruta: que é um amuleto de proteção contra mau-olhado e energias


negativas que é muito usado pelos praticantes da bruxaria italiana, a Stregheria
e a Stregoneria, e também por pessoas católicas praticantes da Magia Popular
Italiana.

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O Bindrune: que é um sigilo (ou seja, ou símbolo mágico) feito a partir da
combinação de diferentes Runas Nórdicas, combinando as propriedades de
cada em um único símbolo. Um bindrune pode ser criado como um talismã
para realizar qualquer desejo ou propósito mágico, mas eles são normalmente
usados como amuletos de proteção.

O Olho Grego: que atua como um amuleto de proteção, já que na Grécia


Antiga as pessoas acreditam que ele seria capaz de neutralizar a inveja e o mau
olhado e devolver essas energias a quem tenha desejado o mal.

A Ferradura que também é usada desde a Grécia Antiga como amuleto de


proteção e ganhou a fama de por ser feita em ferro, um metal respeitado pela
sua resistência e que afastava os maus espíritos.

Além disso, existem outros amuletos e talismãs como os escapulários, o


Triskle ou Triquetra, o Olho de Hórus, o Ankh, a Mão Hamsá ou Mão de
Fátima, a Figa, a Pimenta Vermelha e o Trevo de Quatro Folhas.
Agora, nessa aula, como a minha missão é te ajudar a desvendar a
Bruxaria de Cozinha, nós vamos nos concentrar nos amuletos e nos talismãs
caseiros, ou seja, aqueles feitos usando as ervas e os alimentos da Mãe Terra
que são encontrados na Cozinha da Bruxa.

Preparando um Amuleto e um Talismã Caseiro na


Cozinha da Bruxa:

Use os saberes do Módulo 3 (onde vimos as Influências Mágicas na


Cozinha da Bruxa) para escolher a melhor fase da lua, dia da semana ou

47
horário do dia para o preparo do seu amuleto ou talismã de acordo com a sua
intenção e momento de vida.
Em relação às ervas e alimentos, a escolha vai depender da intenção
que deseja trabalhar e da sua intuição acerca de qual deles estará mais alinhado
com a sua energia e momento de vida.
Nesse caso, é essencial que as plantas estejam secas, ou seja,
completamente desidratadas para assim evitar o aparecimento de mofo ou
bolor no seu amuleto ou talismã.
Comece montando o seu altar na cozinha ou preparando ele para sua
intenção, acendendo uma vela e um incenso alinhados com o propósito
escolhido. Em seguida, faça a consagração e ativação da planta escolhida
como você aprendeu no final do Módulo 4.
Normalmente, esses tipos caseiros de amuletos e talismãs são feitos
usando um pedaço de tecido ou saquinho na cor ligada ao propósito mágico
escolhido (e nesse caso podem receber o nome de patuás) ou usando uma
garrafa de vidro (e nesse caso podem receber o nome de garrafa de bruxa).
Escolha o material que irá usar no seu amuleto ou talismã e aproveite
para purificar ele passando pela fumaça do incenso do seu altar. Após, pegue
o saquinho ou a garrafa de vidro e preencha ele com as plantas desidratadas
que escolheu.
Além disso, outros elementos podem ser colocados no recheio do
amuleto ou do talismã, como cristais que estejam alinhados com a sua
intenção ou elementos naturais (como um bigode de gato ou uma pena de ave
que caíram naturalmente e que você encontrou no seu quintal ou em uma
caminhada).
Em algumas tradições, podemos desenhar algum símbolo em um
pedaço de papel (como alguns dos que vimos nessa aula) ou escrever no papel
uma oração, uma afirmação ou escrever o nome completo e data de
nascimento da pessoa a quem o amuleto ou patuá irá agir magicamente. Esse

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pedaço de papel é então dobrado e colocado junto com os outros ingredientes
no recheio do amuleto ou talismã.
Tem até alguns caminhos que colocam como ingrediente desse recheio
uma parte da pessoa a quem o amuleto ou o talismã irá atuar magicamente,
como um fio de cabelo, um pedaço da unha ou até uma gota do sangue.
Prosseguindo com o preparo. Após ser recheado e preenchido, para
finalizar o feitiço, você deverá fechar e costurar o pedaço de tecido, ou fechar
e amarrar o saquinho ou fechar a garrafa com uma tampa e depois selar por
fora ao pingar algumas gotas de cera de vela.
Por fora do tecido, do saquinho ou da garrafa, você poderá decorar e
colocar uma fita ou pendurar pingentes com símbolos ou cristais ligados a sua
intenção, por exemplo.
Depois, normalmente é feito um ritual de ativação do amuleto ou
talismã que irá mudar de acordo com o propósito dele e o seu caminho
espiritual. Você poderá deixar ele tomando a luz de uma das fases da lua,
tomando os raios do sol, deixar no altar para ser dedicado e consagrado pela
Mãe Terra ou aquilo que for sagrado e divino ao seu coração (como a sua
divindade de culto ou guia, anjo, orixá, santo, etc).

Como usar o seu Amuleto ou Talismã?

Existem três maneiras de se usar o amuleto ou o talismã. A primeira é


carregar ele sempre perto de você, seja em forma de colar ou mesmo
escondido no bolso da roupa ou dentro da bolsa ou mochila por exemplo.
No caso do amuleto, essa é uma alternativa boa para trazer proteção
quando você frequenta lugares carregados energeticamente ou com pessoas
que são vampiros energéticos ou que enviam sentimentos densos como um
mau-olhado. No caso do talismã, essa é uma alternativa boa para quando você

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precisa carregar consigo uma “bateria de energia” para te ajudar a manifestar a
sua intenção em qualquer lugar que esteja.
A segunda será colocar o amuleto ou o talismã em um ambiente onde
ele deverá agir. Pode ser deixando ele à vista, sobre uma mesa ou prateleira.
Ou pode ser escondido dentro de uma gaveta, colocando embaixo da cama ou
sobre o armário. Tudo irá depender do que deseja trabalhar e da sua intuição.
Como ele está escondido, aqui temos uma alternativa para um amuleto
de proteção para pessoas que estão no armário das vassouras por exemplo e
que não podem revelar ainda suas práticas ou crenças, ou para aquela bruxa
que intui que precisa esconder a sua proteção pois existem pessoas que
possam prejudicá-la intencionalmente. Ou essa será uma alternativa para
aqueles talismãs ligados a um desejo que foram criados com sigilos de segredo,
ou seja, que não podem ser revelados até serem concretizados.
A terceira é enterrar o amuleto ou o talismã para que a natureza possa
cuidar da energia a ser trabalhada. Um amuleto ou talismã de tecido, após ser
enterrado, irá se desmanchar com o passar do tempo e seus componentes
serão deteriorados pela terra que irá se alimentar dessa energia, decompondo
os materiais e transformando eles em algo novo.
Já um amuleto ou talismã feito com garrafa de vidro será quase eterno
ao ser enterrado (já que ele não será deteriorado e não se quebrará),
preservando essa energia toda dentro de si e emanando ela para todo o
ambiente ao seu redor. Logo, é uma boa alternativa para amuletos ou talismãs
mais poderosos e com efeitos de longa duração, focado ou em trabalhar a
nossa energia ou a vibração da nossa casa.
Um famoso exemplo é a Garrafa da Bruxa para Proteção, que foi criada
na época medieval com registros de garrafas que foram desenterradas em
escavações, feita com ervas de banimento e proteção e outros objetos
pontiagudos (como pregos, alfinetes, lâminas de todos os tipos, vidro
quebrado, espinhos de plantas).

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O que fazer com o Amuleto ou Talismã ao final da
sua missão?

Isso irá depender do seu caminho espiritual. Muitos devolvem os


conteúdos que não são prejudiciais ao meio ambiente (como um tecido de
algodão, ervas, flores etc) para a natureza, enterrando eles para que a Mãe
Terra transmute as energias. Já outros entregam tudo ao elemento fogo, para
que suas chamas possam destruir energias negativas e se alimentar da carga
vibracional do seu propósito que possa ter sobrado nos materiais.
Se você usou uma garrafa de vidro, poderá limpar e esterilizar ela
fisicamente e depois fazer uma purificação energética nela para assim poder
reaproveitar a mesma para a confecção de um novo amuleto ou talismã. Caso
ela tenha se quebrado, você pode fazer uma leve purificação energética nos
pedaços de vidro e depois destinar os mesmos para a reciclagem.

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Aula 06: Pós Mágicos

V ocê já sabe que as plantas são um presente da Mãe Terra que estão
neste plano com a missão de nos auxiliar no processo de manifestação
da nossa intenção e transformação das nossas vidas em busca da nossa
autocura e equilíbrio.
Existem diversas formas ancestrais de usar o poder das plantas (ou seja,
das ervas e alimentos) é uma delas é através da confecção de pós mágicos
caseiros usando os saberes da Bruxaria de Cozinha.
Não existe uma origem certa para essa arte, já que ela está presente em
diversos caminhos que trabalham com magia e com as forças da natureza. Um
pó mágico pode ser criado para trabalhar qualquer intenção: prosperidade,
amor, proteção, força, harmonia. Tudo irá depender da sinergia de
ingredientes que foi criada e do seu coração.

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Normalmente um pó mágico é preparado para uso externo, ou seja, ele
não é ingerido já que a combinação de ingredientes é pensada mais do ponto
de vista mágico do que culinário, terapêutico ou medicinal.
A sua feitura é simples e poderá ser feita usando apenas uma
combinação de ervas ou alimentos que encontramos na Cozinha da Bruxa.
Desta maneira, o pó mágico irá surgir a partir da sinergia criada por você, ou
seja, da união mágica dos ingredientes escolhidos que, juntos, irão gerar uma
nova energia que será mais potente do que se estivesse usando as suas energias
separadas.
Mas é importante ressaltar que todos os ingredientes escolhidos
deverão estar totalmente secos (ou seja, desidratados) para assim evitarmos o
aparecimento de mofos ou outros microrganismos na sinergia feita,
prolongando o seu tempo de uso.
Outros ingredientes que podem ser adicionados à mistura são cristais
ou materiais naturais como cascas de ovo e conchas, por exemplo, triturando
eles até formar um pó para usar na mistura. Também podemos adicionar uma
farinha para atuar como base para a criação do pó mágico, fazendo com que
ele renda mais, como a farinha de trigo e o amido de milho, ou colocar açúcar
ou sal na mistura.
Existem algumas linhas de magia que fazem uso de terra, poeira e
outros materiais na confecção dos pós mágicos. Um exemplo está no
Hoodoo, que é um tipo de magia popular que incorpora muitas práticas e
tradições de diferentes culturas africanas e americanas (não confunda com o
Voodoo que é uma religião). No Hoodoo existem pós mágicos feitos com
tijolo vermelho de construção (para trazer força e estrutura), terra ou poeira
de delegacia (para proteção contra crimes e injustiças), terra ou poeira de igreja
(para afastar o mal), etc.
Mas como a minha missão é te ajudar a desvendar a Bruxaria de
Cozinha, nós vamos nos concentrar nos amuletos e nos talismãs caseiros, ou

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seja, aqueles feitos usando as ervas e os alimentos da Mãe Terra que são
encontrados na Cozinha da Bruxa.

Podemos usar qualquer erva ou alimento como


ingrediente no preparo?

Sim, qualquer erva ou alimento pode ser suado no preparo de um pó


mágico. A escolha vai depender da intenção que deseja trabalhar e da sua
intuição acerca de qual deles estará mais alinhado com a sua energia e
momento de vida. Também leve em consideração as propriedades
terapêuticas das plantas e as contraindicações caso existam.
Porém, será muito mais fácil e rápido se os ingredientes escolhidos por
você já estiverem totalmente secos/desidratados (para evitar o aparecimento
de mofo ou bolor no seu pó mágico) e na forma de pó, ou seja, prontos para
apenas serem misturados com intenção por você.
Caso isso não seja possível, você pode colocar em prática os saberes do
Módulo 2 e assim usar um pilão e almofariz para triturar os ingredientes secos
e depois passar ele por uma peneira para ter como resultado final um pó fino
(podendo inclusive armazená-lo para outros usos). Se você for uma bruxa de
cozinha mais moderna, poderá usar um mixer ou processador para fazer esse
trabalho de triturar e moer os ingredientes.

Qual a quantidade certa de cada ingrediente?

Uma dúvida muito comum que surge é a questão da quantidade de cada


ingrediente usado no preparo de um pó mágico. E posso te dizer; não existe
uma regra como acontece no caso das tinturas ou das bebidas como chás,
infusões e decocções.

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Nos pós mágicos a sua intuição irá determinar a quantidade de cada
ingrediente a ser usado. Se você sentir que precisa trabalhar mais a energia de
uma determinada erva em relação às outras, você poderá adicionar mais dela.
Na próxima vez que preparar o mesmo pó mágico, poderá mudar as
proporções de acordo com o momento que estiver vivenciando na sua vida.
Só se lembre que nesse caso, o pó mágico ainda será o mesmo em sua
intenção, mas seus efeitos poderão mudar de acordo com a presença maior ou
menor de um ingrediente na sinergia feita.

Formas de uso do Pó Mágico:

Você precisará determinar a forma de uso do seu pó mágico. Se


externo, decida se você usará algum ingrediente à mais, como um cristal ou
um item de origem natural (como um bigode de gato ou uma pena de ave que
caíram naturalmente e que você encontrou no seu quintal ou em uma
caminhada).
O uso externo de um pó mágico pode ser feito de diversas maneiras.
Você poderá soprar o pó mágico na porta de entrada da sua casa, trabalho ou
comércio. Isso pode ser feito no sentido de fora para dentro do espaço para
atrair as energias positivas e materializar a sua intenção) ou do lado de dentro
para fora do espaço para enviar embora as energias indesejadas, eliminar a
negatividade, banir sentimentos densos.
Você também poderá polvilhar sobre você sempre que precisar
trabalhar a sua intenção, polvilhar sobre os seus sapatos, queimar como
incenso natural, untar uma vela com óleo vegetal e vestir ela usando o seu pó
mágico para acender durante rituais e meditações para manifestação dos seus
desejos, entre outros usos.

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Se for culinário, você só usará ingredientes que são comestíveis, mas
precisará se preocupar não apenas em alinhar as propriedades mágicas deles,
mas também a sua parte culinária (levando em consideração o aroma, o sabor,
etc) e terapêutica (se atentando as propriedades medicinais e contraindicações
dos ingredientes usados).

Preparando um Pó Mágico na Cozinha da Bruxa:

Use os saberes do Módulo 3 (onde vimos as Influências Mágicas na


Cozinha da Bruxa) para escolher a melhor fase da lua, dia da semana ou
horário do dia para o preparo do seu amuleto ou talismã de acordo com a sua
intenção e momento de vida.
Comece montando o seu altar na cozinha ou preparando ele para sua
intenção, acendendo uma vela e um incenso alinhados com o propósito
escolhido. Em seguida, faça a consagração e ativação dos ingredientes
escolhidos como você aprendeu no final do Módulo 4.
Separe uma tigela pequena e passe ela pela fumaça do incenso para
fazer uma purificação energética. Após, comece a acrescentar cada um dos
ingredientes escolhidos. Caso necessário, use o pilão e almofariz para triturar
cada um deles e passe por uma peneira para filtrar e obter um pó.
A cada ingrediente acrescentado, se conecte com a sua energia e faça as
suas visualizações acerca da intenção desejada. Nesse momento você pode
fazer uma oração ou afirmação ou escutar alguma música ou mantra que te
conduza à um estado de espírito alinhado com a sua intenção.
Depois de pronto, o pó mágico deverá ser armazenado. Normalmente
usamos uma garrafa ou pote de vidro esterilizado e com um bom fechamento
para essa função pelos motivos que já vimos anteriormente aqui no curso.

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Para purificar o vidro, você pode passar ele pela fumaça de um incenso
de limpeza e proteção ou um que esteja alinhado com a sua intenção. Envolva
todo o vidro com a fumaça por dentro e por fora.
Após chegou o momento de armazenar o seu pó mágico no vidro. Faça
com intenção, permitindo com que o seu coração entre em sintonia com as
forças da Mãe Terra. Caso deseje você poderá decorar o vidro e colocar uma
fita ou pendurar pingentes com símbolos ou cristais ligados a sua intenção,
por exemplo.
Ao final, faça um ritual de ativação, que irá mudar de acordo com o
propósito dele e o seu caminho espiritual. Você poderá deixar ele tomando a
luz de uma das fases da lua, tomando os raios do sol, deixar no altar para ser
dedicado e consagrado pela Mãe Terra ou aquilo que for sagrado e divino ao
seu coração (como a sua divindade de culto ou guia, anjo, orixá, santo, etc).

O que fazer com o Pó Mágico ao final da sua


missão?

Isso irá depender do seu caminho espiritual. É interessante que você não faça
uma quantidade muito grande de pó mágico para que a sua energia não
estagne por ter ficado parada por muito tempo sem uso (além do que como
conversamos, os ingredientes usados estarão secos, mas mesmo assim terão o
seu período de vida já fadado a se encerrar).
Como o pó mágico é feito de ingredientes que não são prejudiciais ao
meio ambiente (como ervas, alimentos, cristais) muitas bruxas devolvem ele
para a natureza, enterrando em uma área verde para que a Mãe Terra
transmute as energias. Já outros entregam o pó mágico ao elemento fogo,
queimando no caldeirão ou jogando sobre um carvão em brasa como um
incenso natural, para que as chamas possam destruir energias negativas e se

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alimentar da carga vibracional do seu propósito que possa ter sobrado no pó
mágico.
Se você usou uma garrafa de vidro, poderá limpar e esterilizar ela
fisicamente e depois fazer uma purificação energética nela para assim poder
reaproveitar a mesma para a confecção de um novo amuleto ou patuá. Caso
ela tenha se quebrado, você pode fazer uma leve purificação energética nos
pedaços de vidro e depois destinar os mesmos para a reciclagem.

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Aula 07: Óleos Infusionados

V ocê já sabe que as plantas são um presente da Mãe Terra que estão
neste plano com a missão de nos auxiliar no processo de manifestação
da nossa intenção e transformação das nossas vidas em busca da nossa
autocura e equilíbrio.
Existem diversas formas ancestrais de usar o poder das plantas (ou seja,
das ervas e alimentos) é uma delas é através da confecção de óleos
infusionados mágicos e caseiros usando os saberes da Bruxaria de Cozinha.
Um óleo infusionado (também chamado de óleo de infusão, de oleato
ou ainda de extrato oleoso) é um óleo de origem vegetal que foi aromatizado e
saborizado através do uso de uma planta, que é mergulhada em seu interior.
Dessa maneira ele passa a agregar características como aroma, sabor e cor da
planta além das suas propriedades mágicas e terapêuticas.

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No caso das bebidas (como chás, infusões e decocções) a água é o meio
carreador usado na extração das propriedades mágicas e terapêuticas das
ervas. No caso das tinturas, esse meio é o álcool. Já no caso do óleo
infusionado, será um óleo de origem vegetal.
A infusão de plantas em óleo promove uma extração mas leve,
resultando em uma mistura com menor concentração de fitocompostos em
comparação com os óleos essenciais, mas que ainda assim são muito
terapêuticas – fora as propriedades mágicas e energéticas se mantém as
mesmas.
Além disso, o preparo dos óleos infusionados mágicos é uma arte
alquímica que nos ensina muito sobre o cultivo do tempo, da calma e da
atenção. Não existe uma origem certa para essa arte, já que ela está presente
em diversos caminhos que trabalham com magia e com as forças da natureza.
Vasos de alabastro, encontrados em antigas tumbas de faraós, possuíam
óleos infusionados com plantas que datavam de mais de 6.000 anos. Os óleos
infusionados eram empregados pelos egípcios em massagens de
embelezamento, para proteger a pele do clima árido e nos rituais de
embalsamamento dos corpos e criação das múmias para evitar uma rápida
decomposição do corpo e dos órgãos, demonstrando que conheciam suas
propriedades antissépticas.
A história do uso de plantas e dos óleos segue pela Babilônia por volta
de 1800 a.C, onde tábuas com escrita cuneiforme citam 250 ervas e óleos e
suas propriedades. Essas informações difundiram-se para a Grécia Antiga,
onde nasce a massagem medicinal, e onde muito conhecimento sobre o tema
é organizado e transmitido aos romanos que passam a desenvolver vários
tratamentos terapêuticos com o uso deles.
Depois, tais saberes dos óleos infusionados se difundiram para a região
da arábia nos séculos seguintes, com destaque para o período das cruzadas no
qual o médico e filósofo árabe Avicena descobre o processo de destilação com

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serpentina refrigerada e assim consegue obter o famoso óleo essencial puro da
planta (já não mais um óleo infusionado).
A infusão de plantas em óleos vegetais é um processo simples de ser
feito na cozinha da bruxa. E tem muitas vantagens, já que o óleo infusionado
mágico torna-se bem acessível e consideravelmente mais fáceis de produzir e
você poderá até combinar os óleos infusionados de diferentes plantas para
criar uma nova mistura.

Quais plantas usar no preparo dos Óleos


Infusionados?

Cada espécie de planta costuma concentrar os seus óleos essenciais e


outros fitocompostos em diferentes partes do seu corpo, que assim podem ser
usadas na confecção de um óleo infusionado.
Algumas plantas concentram eles nas folhas (como o alecrim, a arruda e
o louro), nas flores (como a camomila, a lavanda e o cravo da índia), na casca
ou polpa dos frutos (como a maçã e o limão), sementes ou bagas (como o
cardamomo), galhos ou casca do tronco (como a canela, o mulungu e o
barbatimão), seiva ou resina vegetal (como a mirra e o breu branco) e até as
raízes, rizomas ou tubérculos (como o sândalo, ginseng e o gengibre).
Todas elas podem ser usadas, desde que você pesquise as suas
propriedades mágicas e terapêuticas e leve em consideração as
contraindicações de uso, caso existam.

Devemos usar plantas secas ou frescas?

No caso dos óleos infusionados, o procedimento para o preparo é o


mesmo para plantas secas ou frescas. O que muda é a proporção de planta

61
que você usará para obter a concentração desejada. Isso acontece porque as
ervas secas perdem sua água no processo de desidratação e assim se tornam
mais concentradas do que as frescas.
Então, para plantas secas, você usará uma quantidade equivalente à 1/2
do vidro escolhido. Já para as plantas frescas, você poderá usar de 1/2 a 3/4
do vidro.
No caso dos óleos infusionados, muitos especialistas preferem usar
plantas desidratadas para assim garantir que não haverá a liberação de água na
mistura (o que poderá afetar diretamente a vida útil do seu óleo infusionado).
Porém, muitas pessoas usam plantas frescas com total sucesso, bastando
apenas fazer a correta higienização da planta e depois secar bem com um
papel toalha ou pano de algodão para retirar o excesso de umidade da água
usada na limpeza.

Faz diferença se usar partes mais delicadas ou


duras das plantas no preparo?

No caso dos óleos infusionados, o procedimento para o preparo é o


mesmo para qualquer parte da planta, seja ela delicada (como folhas e flores)
ou dura (como raízes, caules, cascas ou sementes). O que muda apenas é o
tempo de descanso (que é o período de tempo no qual a planta está
mergulhada no álcool).
Geralmente, os óleos infusionados feitos com partes mais delicadas
precisam de menor tempo de repouso e ficam prontas mais rápido porque
elas liberam mais facilmente as suas propriedades mágicas e terapêuticas no
álcool. Assim, os óleos infusionados feitos com partes mais duras geralmente
vão precisar de um descanso maior.

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Quanto mais tempo de descanso, mais potente e concentrada um óleo
infusionado estará. Podemos ver isso através da coloração e do aroma dele.
Mas então qual seria esse tempo ideal de descanso?
Não existe uma regra clara ou um consenso em relação a esse assunto.
A maioria das pessoas deixa ele descansando por 1 mês, mas outras dizem que
depois de uma semana ele rança (ficando ruim para o uso). Tudo dependerá
da concentração que você busca ou da planta escolhida. Logo, você poderá
coar a mistura e retirar a planta usada no preparo mais cedo ou mais tarde,
dependendo do seu desejo e da sua intuição.

Acelerando o processo de preparo de um óleo


infusionado:

Existem duas formas de acelerar o processo: a infusão usando o sol ou


usando o banho-maria.
A infusão solar é quando colocamos o vidro por alguns dias em um
lugar que pegue longos períodos de luz solar, como no peitoral de uma janela
ou no seu jardim, para que o calor do sol aqueça a mistura e ajude a erva a
liberar suas propriedades mais facilmente. Porém, você deverá envolver o
vidro em um pano escuro para proteger a mistura do contato com a luz solar
direta para que o óleo infusionado não oxide rapidamente. Quando o óleo
estiver bem aromático e corado, estará pronto.
A infusão por banho-maria é feita colocando no fogão uma panela
grande com água e enchendo ela com água até a metade. Dentro, adicionamos
o vidro (que deverá ser grosso) com a planta e óleo vegetal em seu interior.
Depois, colocamos a panela no fogo baixo até ferver. Nesse ponto,
mantemos o vidro no banho-maria e mexemos a mistura com a colher de pau
por cerca de cinco minutos.

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É importante tomarmos cuidado com o nível da água na panela para
não evaporar e secar e ficarmos atentos com a interação do óleo com a planta:
quando o óleo já estiver bem aromático e corado, estará pronto

Qual tipo de óleo utilizar no preparo?

No preparo de um óleo infusionado usamos um óleo de origem vegetal


que atuará como carregador e irá extrair os compostos lipossolúveis da planta.
A qualidade do processo depende diretamente do óleo escolhido, por isso, dê
prioridade aos óleos vegetais que são extravirgem (ou seja, prensados a frio).
O óleo infusionado mágico poderá ter um uso culinário (entrando no
preparo de receitas mágicas), uso tópico (entrando no preparo de cosméticos
ou sendo usado diretamente na pele em massagens) ou uso externo (como
untando uma vela para vestí-la com ervas aromáticas ou em aromatizadores de
ambiente, difusor elétrico ou colar aromatizador).
No caso do uso culinário, você precisará se preocupar não apenas em
alinhar as propriedades mágicas da planta e do óleo escolhido, mas também a
sua parte culinária (levando em consideração o aroma, o sabor, etc) e
terapêutica (se atentando as propriedades medicinais e contra-indicações).
Você poderá usar o azeite de oliva, o óleo de coco ou de girassol, por
exemplo. Em último caso, caso não consiga um óleo extravirgem, poderá até
usar o óleo de soja encontrado nos mercados.
No caso do uso tópico, você precisará se preocupar não apenas em
alinhar as propriedades mágicas da planta e do óleo escolhido, mas também a
parte terapêutica (se atentando às propriedades medicinais e contraindicações)
e o tipo de pele da pessoa. Uma pele seca ou mais madura irá precisar de óleos
mais nutritivos (como o de abacate, amêndoas ou jojoba). Já uma pele mais

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emoliente ou jovem precisará de óleos mais ligeiros (como o de girassol e o
azeite de oliva).

Cuidados importantes:

Todas as plantas possuem propriedades medicinais e devem ser usadas


com cuidado pois muitas possuem contraindicações que deverão ser levadas
em consideração no preparo dos óleos infusionados.
Se estiver fazendo algum tratamento ou possuir alguma questão de
saúde, não use qualquer planta sem antes consultar um médico e, após o aval
dele, sempre faça uma experiência com uma pequena quantidade a fim de
verificar a existência de reações adversas ou alérgicas.

Preparando um Óleo Infusionado na Cozinha da


Bruxa:

Use os saberes do Módulo 3 (onde vimos as Influências Mágicas na


Cozinha para escolher a melhor fase da lua, dia da semana ou horário do dia
para o preparo do seu amuleto ou talismã de acordo com a sua intenção e
momento de vida.
Em relação às ervas e alimentos usados, a escolha vai depender da
intenção que deseja trabalhar e da sua intuição acerca de qual deles estará mais
alinhado com a sua energia e momento de vida. Também leve em
consideração as propriedades terapêuticas das plantas e as contraindicações
caso existam.
Pense depois se o seu óleo infusionado mágico será destinado para uso
culinário, para uso tópico ou externo e, dependendo da sua escolha, determine
qual o óleo vegetal que usará.

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Comece montando o seu altar na cozinha ou preparando ele para sua
intenção, acendendo uma vela e um incenso alinhados com o propósito
escolhido. Em seguida, faça a consagração e ativação dos ingredientes
escolhidos como você aprendeu no final do Módulo 4.
Separe um vidro previamente esterilizado por você e passe ele pela
fumaça do incenso para fazer uma purificação energética. Em seguida,
adicione a planta até metade do vidro e cubra toda a matéria vegetal com o
óleo vegetal escolhido (cubra totalmente e encha até perto da boca do vidro
para evitar o surgimento de mofo, especialmente se a planta estiver fresca).
Faça isso com intenção se conectando com a magia da planta escolhida.
Feito isso, tampe bem o frasco de vidro e coloque ele no seu altar para
fazer a ativação final. Para isso, faça uma oração para a Mãe Terra (ou aquilo
que for divino e sagrado ao seu coração) pedindo para que ela abençoe o óleo
infusionado com sua energia.
Deixe a vela e o incenso queimarem até o final (se possível) e, depois,
guarde o vidro em um lugar escuro e fresco (como dentro de um armário na
sua cozinha da bruxa). Lembre-se de etiquetar o vidro com data de fabricação,
tipo de álcool e planta usada. Agora, deixe a mistura descansar por
aproximadamente 1 mês, dando uma sacudida no vidro dia sim e dia não.
Quando ela alcançar a concentração desejada ou quando a planta perder
completamente a coloração, abra o vidro, coe a mistura e envase no vidro
desejado (colocando aquela etiqueta de identificação como já comentei).
Sempre que usar o seu óleo infusionado mágico, lembre-se de fazer
uma oração, mentalizando a energia da planta escolhida e agradecendo a Mãe
Terra por sua magia.
A planta que foi coada deverá ser lavada em água corrente e sabão
neutro (para retirar o excesso de óleo) e depois poderá ser devolvida a
natureza, sendo enterrada ou indo para a composteira ou até mesmo sendo
seca e depois queimada, tendo as cinzas misturadas com a terra.

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icensed to Karina Castilhos - kari_fc@hotmail.com

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