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BEM-VINDO À FAMÍLIA

Copyright © 2022 por Andrei Alves (organizador)


1ª Edição: Janeiro de 2022

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Direção editorial: Viviane L. Rabello


Coordenação editorial: Raquel Sabbag
Preparação de texto: Renata Rocha
Revisão: Etiene Lima e Marília Theodorovitz
Identidade de capa: Guilherme Aleixo
Diagramação e projeto gráfico: Felipe Cavalcanti
Formato digital: PDF
SUMÁRIO

Introdução....................................................................................... 04

Aula 1. Definindo a Cultura............................................................. 08

Aula 2. Definindo as Bases............................................................... 16

Aula 3. Definindo o Alcance e os Perfis............................................ 25

Aula 4. Definindo as Estratégias...................................................... 33

Aula 5. Uma Força em Movimento................................................... 41

Aula 6. Alicerces da Nossa Fé........................................................... 48


INTRODUÇÃO UMA IGREJA-FAMÍLIA
PROFÉTICA – PASTORAL – APOSTÓLICA

Saudai também a igreja que está em sua casa.


Romanos 16:5 (ACF)

Deus estabeleceu na terra a família biológica e a espiritual, as duas unidas


para abençoar a humanidade, sem elas a sociedade entra em caos!
Carlito Paes

Então o Senhor disse a Noé: “Entre na arca, você e toda a sua família,
porque você é o único justo que encontrei nesta geração”.
Gênesis 7:1

A igreja não é mais um lugar para frequentar, é uma família para pertencer.
Carlito Paes

As relações familiares expressam com grandeza o propósito de Deus para a huma-


nidade. Deus salva individualmente, mas estabelece o Seu propósito na coletividade: nos
relacionamentos e vínculos familiares. A igreja corresponde ao ajuntamento da família
de Deus, uma vez que todos nós somos igreja; porém nunca seremos igreja sozinhos.
O apóstolo Paulo, em sua carta aos Efésios, mostra que o plano redentor de Deus
para a humanidade sempre envolveu a família de Deus, que equivale a um núcleo bem
maior e mais universal do significado e contexto familiar.

Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas con-


cidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados so-
bre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo Jesus Cris-
to como pedra angular, no qual todo o edifício é ajustado e cresce
para tornar-se um santuário santo no Senhor. Nele vocês também
estão sendo juntamente edificados, para se tornarem morada de
Deus por seu Espírito.
Efésios 2:19-22

Outros exemplos bíblicos também nos apontam que o projeto de Deus está esta-
belecido na família:
• Deus criou a família a partir de Adão e Eva (Gênesis 1:28; 2:24);
• Deus mandou construir a arca para salvar a família de Noé (Gênesis 6:17-18);
• Os patriarcas, profetas e reis tinham suas famílias;

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• Jesus tinha uma família (Mateus 1:1-21),
• Nós somos parte da família de Deus (Efésios 2:19).

Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar nos
lugares celestiais em Cristo Jesus, para mostrar, nas eras que hão
de vir, a incomparável riqueza de sua graça, demonstrada em sua
bondade para conosco em Cristo Jesus. Pois vocês são salvos pela
graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não
por obras, para que ninguém se glorie.
Efésios 2:6-9

Não fomos chamados para frequentar uma igreja local apenas. No âmbito pessoal,
podemos frequentar shopping centers, supermercados ou farmácias, mas não frequen-
tamos uma igreja. Nossa relação com ela não é impessoal, ainda que seja regular; os
frequentadores de uma igreja não necessariamente são chamados e comprometidos
com o Reino e as pessoas.
A igreja jamais pode se limitar a um lugar de consumo ou de interesse, apesar de
nos identificarmos com ela. A igreja é um lugar ao qual pertencer, um lugar de perma-
necer e ser. Essa é a tônica de nossa igreja local. Temos entendido que o modelo bíblico
e o chamado de Jesus à igreja a diferencia de toda e qualquer instituição. Nosso para-
digma não é uma fábrica, nem uma fantasia, mas uma família. Não frequentamos uma
família, mas pertencemos a ela.
Somos a nossa família, Igreja da Cidade, que é estabelecida para pertencer, trans-
formar vidas e mudar realidades de forma equilibrada. O texto de Efésios 2:19-22, nos
revela como fazer isso.
Em primeiro lugar precisamos entender o paradigma bíblico da igreja-família
como destaca o apóstolo Paulo: “Portanto, vocês já não são estrangeiros nem fo-
rasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus” (Efésios 2:19
- grifo do autor).
As palavras em destaque significam sem raízes, sem cultura, e no caso dos foras-
teiros, ilegais, sem pertencimento. Mas como família, somos exatamente o contrário:
somos santos e membros da família de Deus, temos raiz, cultura, legalidade, santidade
e pertencimento. Veja os exemplos:

• O apóstolo Paulo tinha essa visão bem clara

A Timóteo, meu verdadeiro filho na fé: Graça, misericórdia e paz


da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, o nosso Senhor.
1 Timóteo 1:2

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A Tito, meu verdadeiro filho em nossa fé comum:
Graça e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Salvador.
Tito 1:4

• No ensino de Jesus

Mas vocês não devem ser chamados “rabis”; um só é o mestre de vocês,


e todos vocês são irmãos. A ninguém na terra chamem “pai”, porque vocês só têm
um Pai, aquele que está nos céus. Tampouco vocês devem ser chamados “chefes”,
porquanto vocês têm um só Chefe, o Cristo. O maior entre vocês deverá ser servo.
Mateus 23:8-11

• Elias e Eliseu

Elias disse a Eliseu: “O que posso fazer por você antes que eu seja levado para longe de
você?” Respondeu Eliseu: “Faze de mim o principal herdeiro de teu espírito profético”.
Disse Elias: “Você fez um pedido difícil; mas, se você me vir quando eu for separado de
você, terá o que pediu; do contrário, não será atendido”. (...) Eliseu gritou: “Meu pai! Meu
pai! Tu eras como os carros de guerra e os cavaleiros de Israel!
2 Reis 2:9-11,12a

• O rei Jeoás (Israel/Samaria)

Ora, Eliseu estava sofrendo da doença da qual morreria.


Então Jeoás, rei de Israel, foi visitá-lo e, curvado sobre ele, chorou gritando:
“Meu pai! Meu pai! Tu és como os carros e os cavaleiros de Israel!”.
2 Reis 13:14

Por isso, não plantamos igreja com profissionais da fé, com boa performance e
formação, só isto não basta; enviamos filhos, flechas da nossa aljava. Assim como o
apóstolo Paulo diz sobre seu filho: “Por essa razão estou lhes enviando Timóteo, meu
filho amado e fiel no Senhor, o qual lhes trará à lembrança a minha maneira de viver
em Cristo Jesus, de acordo com o que eu ensino por toda parte, em todas as igrejas” (1
Coríntios 4:17). Por isso o apóstolo o enviou, porque era seu filho.
Outro ponto importante a considerar é o estabelecimento do ministério no fun-
damento bíblico dos dons espirituais. O texto destaca: “Edificados sobre o fundamento
dos apóstolos e dos profetas, tendo Jesus Cristo como pedra angular” (Efésios 2:20).
• Edificado: Fundamento = Profético, Pastoral e Apostólico.
• Profético: Transforma a Terra a partir dos princípios e valores do Céu.

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• Pastoral: Cura e cuida com os dons dados ao Corpo.
• Apostólico: Empodera e envia para cumprir a missão.

Tendo Cristo como modelo e base, desenvolvemos:


• Evangelismo contextualizado, exemplo de Nicodemos e Mulher Samaritana.
• Cuidado empoderador das pessoas, exemplo de Marta e Maria em Betânia.
• Pregação às multidões, exemplo do Sermão da Montanha.
• Discipulado pessoal aos chamados, exemplo do Ministério na Galileia.

Uma igreja-fábrica está voltada para cargos, comissões, atas, burocracias, hierar-
quias, etc. Uma igreja-família está voltada para sonhos, missão, discipulado, Palavra,
conhecimento, votos, jejuns, crescimento espiritual e maturidade.
Para o apóstolo Paulo ter o foco na santidade para a edificação da igreja também é
fundamental: “No qual todo o edifício é ajustado e cresce para tornar-se um santuário
santo no Senhor” (Efésios 2:21).
O desenvolvimento da igreja com o foco na santidade gera a adoração profética,
ativação sobrenatural, ambientes de santidade, honra, atmosfera de Céu na Terra. Uma
igreja pode ser apenas um prédio, um edifício, mas também pode se transformar em um
templo de adoração ao Senhor.

Pois nós somos cooperadores de Deus; vocês são lavoura de Deus e edifício de Deus.
1 Coríntios 3:9

O louvor é fundamental e a vida de santidade da membresia da família também.


Adoração profética é um fogo refinador da vida da igreja — louvor de contemplação, de
intimidade, de guerra, de gratidão! E claro, não existe adoração efetiva sem oração. A
base da adoração não é a música, mas sim a presença do Senhor.
Contudo, o texto bíblico destaca um princípio extraordinário: “Nele vocês tam-
bém estão sendo juntamente edificados, para se tornarem morada de Deus por seu
Espírito” (Efésios 2:22).
No templo espiritual, onde Jesus é a pedra de esquina, a pedra principal, somos
todos edificados para sermos morada do Espírito. Um ministério de prédio cheio de
crentes, com regras, onde a performance é o centro, é isto que ele vai atrair, mas um
lugar de gente cheia do Espírito, só vai ficar quem quer Deus, “Se vivemos em Espírito,
andemos também em Espírito” (Gálatas 5:25).

PELO PODER DA PALAVRA E DO ESPÍRITO SANTO, A IGREJA


É TRANSFORMADA. VAMOS REINAR EM VIDA COM CRISTO!

SOMOS UMA CASA DE ENVIOS!

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AULA 01

DEFININDO
A CULTURA
1. A CULTURA É O NOSSO TETO

A cultura é nosso teto. Vamos tão alto quanto a cultura permite. A cultura
é a cobertura sob a qual nos movemos e que abriga e protege a família da fé.
Carlito Paes

Um dos significados da palavra “inspirar” é introduzir ar nos pulmões. No sentido


figurado, inspirar é exercer uma influência sobrenatural e superior; é suscitar criati-
vidade e ação. A palavra grega utilizada nas Escrituras é théopneustos, algo como, no
sentido literal, “soprado por Deus”. À semelhança da criação do homem, Deus soprou
vida na Igreja, e a criou como uma instituição como nenhuma outra: a noiva de Cristo,
redimida por Ele para trazer Seus propósitos ao mundo. A Igreja tem Nele toda a sua
força criadora e realizadora.
A Igreja tem uma origem divina e um propósito sobrenatural. Ao nos posicionar-
mos no mundo, servimos e amamos pessoas de uma forma como nenhuma outra insti-
tuição na Terra faz. As palavras de Jesus a Pedro foram claras: “E eu lhe digo que você
é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não poderão
vencê-la” (Mateus 16:18).
Jesus não estabeleceu tamanha dimensão de poder e influência em nenhuma
outra organização. Ele não mencionou qualquer autoridade parecida sobre uma cida-
de, partido político, instituição ou grupo de pessoas – apenas sobre a Sua Igreja. Sua
promessa persiste: mais de 2 mil anos após ter dito essas palavras, somos esta Igreja
e, de fato, as portas do inferno não prevalecem sobre ela. Somos o movimento de um
Deus vivo e verdadeiro.
Temos um propósito divino de “soprar ao mundo” a atmosfera dos Céus: nas fa-
mílias, na fé, na educação, na política, na mídia, nas artes e na economia. Como afirmou
G.K. Chesterton, “não queremos, como dizem os jornais, uma igreja que se moverá com
o mundo. Queremos uma igreja que moverá o mundo”.
A Igreja está no mundo por uma questão funcional e temporária. Em essência, ela
pertence ao Céu. Na Terra, ela é uma força em movimento e ultrapassa sua estrutura,
prédio, nome ou denominação — tais aspectos são apenas meios para seu fim maior;
pois a Igreja não é sobre isso.
O melhor meio para inspirar é sermos uma igreja biblicamente familiar e saudável,
em que haja o aspecto organizacional, como em toda família, mas que seja algo cons-
cientemente visto como um anseio. Toda família habita em uma casa, mas ela precisa
estabelecer-se, sobretudo, em um lar. Assim é a igreja-família: ela pode ser grande ou
pequena, pode possuir uma linda catedral ou um galpão empresarial, mas o importante
é que seja uma família, um ambiente para receber, celebrar e repartir a vida plena de
Jesus, enviando os filhos ao mundo sem Cristo. Temos a responsabilidade de compar-

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tilhar com o mundo nossos frutos, que só podem nascer mediante a ação de Cristo em
nós. A Igreja deve ao mundo a inspiração divina com a qual foi edificada.

2. O EQUILÍBRIO DOS PROPÓSITOS BÍBLICOS

Todo organismo saudável precisa ter equilíbrio para que tenha saúde. Assim também
é na igreja: precisa de equilíbrio nos propósitos bíblicos e nas faixas etárias de
alcance, porque nenhuma igreja crescerá de forma saudável desequilibradamente.
Carlito Paes

Força, equilíbrio, vitalidade e longevidade são obtidos em um organismo vivo por


meio do equilíbrio. Igrejas desequilibradas não são saudáveis. Como aferir esse equilíbrio?
Em especial, precisamos do equilibro em todos os cinco propósitos bíblicos para a Igreja.
Todos eles são importantes. Mesmo o que for bom, se não for feito com equilíbrio, pode
terminar mal. Como diz a sabedoria popular, “água demais pode matar a planta”. Todos
sabemos que a diferença entre um remédio e um veneno pode estar apenas na dose.
A igreja-família é um organismo vivo que não existe para si mesmo, mas para os
outros. Ela foi criada por Deus para que cumprisse Seus propósitos na Terra. Esses pro-
pósitos estão claros nas Escrituras, e são fonte de saúde e, portanto, crescimento para
as igrejas. Qualquer outro elemento que venha a estruturar o jeito de ser igreja, trará
desequilíbrio e ainda que traga certo tipo de crescimento, não será sustentável. Esses
propósitos estão descritos nas bases fundamentais da vida cristã, deixadas por Jesus:
o Grande Mandamento e a Grande Comissão. Quando esses princípios bíblicos são se-
guidos, o resultado é a saúde da igreja, independentemente de seu tamanho, contexto,
denominação, localização ou estrutura.

Respondeu Jesus: “Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu cora-


ção, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento. Este é o
primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele:
Ame o seu próximo como a si mesmo. Destes dois mandamentos
dependem toda a Lei e os Profetas”.
Mateus 22:37-40

Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-


-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os
a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com
vocês, até o fim dos tempos.
Mateus 28:19-20

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Juntas, essas duas passagens resumem os cinco propósitos de uma igreja bíblica:

1. Adoração: “Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração”.


2. Ministério: “Ame o seu próximo como a si mesmo”.
3. Missões: “Vão e façam discípulos”.
4. Comunhão: “Batizando-os”.
5. Discipulado: “Ensinando-os a obedecer”.

Uma igreja com propósitos, portanto, equilibra suas ações e sua estrutura em tor-
no desses cinco desígnios. É uma igreja equilibrada, crescente e reprodutiva, de forma
bem simples e natural. A igreja primitiva cumpriu todos esses propósitos, conforme
descreve Atos 2:41-47:

Os que aceitaram a mensagem foram batizados, e naquele dia


houve um acréscimo de cerca de três mil pessoas. Eles se dedi-
cavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e
às orações. Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas
e sinais eram feitos pelos apóstolos. Todos os que criam manti-
nham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas pro-
priedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessi-
dade. Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo.
Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições,
com alegria e sinceridade de coração, louvando a Deus e tendo a
simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava todos os
dias os que iam sendo salvos.

Os propósitos na prática da igreja:


• Adoração: Adoração é a expressão do nosso amor a Deus, por quem Ele é, pelo
que Ele diz e pelo que Ele faz. O objetivo da base de Adoração é levar os filhos de Deus a
adotar essa expressão como um estilo de vida, sabendo que apenas os verdadeiramente
salvos podem adorar a Deus em espírito e em verdade. A adoração genuína não supõe
em um templo físico, tampouco se detém a um estilo único de se expressar. Como le-
mos, “portanto, já que estamos recebendo um Reino inabalável sejamos agradecidos e,
assim, adoremos a Deus de modo aceitável, com reverência e temor” (Hebreus 12:28).
Embora a adoração a Deus seja algo que é próprio de Seus filhos, ela é um poderoso
testemunho para os sem-igreja, pois a presença de Deus é algo de que todo ser humano
tem sede.

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• Comunhão: Em uma igreja-família, esta base é muito importante também para
a saúde orgânica da família da fé. O objetivo da base de comunhão é integrar e incluir
as pessoas à família de Deus na Terra, que é a Igreja de Cristo. Como lemos em Efésios
2:19, “portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos
santos e membros da família de Deus”. O propósito da comunhão parte do princípio
de que a família de Deus é a família do Céu, e que a igreja local é um lugar de pertenci-
mento, aprendizado e vivência da realidade de trazer o sobrenatural à Terra em todas as
áreas, por meio do amor e pela direção da Palavra de Deus e do Espírito Santo.

• Discipulado: O propósito do discipulado tem como objetivo conduzir a famí-


lia de Deus à maturidade cristã por meio de um processo de crescimento. Como Paulo
escreve aos Coríntos: “E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória
do Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez
maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito” (2 Coríntios 3:18). O discipulado é foca-
do na formação espiritual, e deve oferecer oportunidades e estímulos para promover o
crescimento que apenas Cristo pode promover. Seu foco é entender que em Cristo te-
mos tudo o que precisamos para o crescimento pessoal, pois Ele é a Videira Verdadeira
por meio da qual vivemos e frutificamos.

• Ministério: O propósito do ministério ou do serviço tem como objetivo pensar


estrategicamente e desenvolver ações para que a essência do serviço se manifeste na
igreja como um todo. Atuando no suporte para a captação, integração e cuidado dos
voluntários, de forma que cada membro encontre o seu destino ministerial. Essa frente
dá direcionamento e suporte estrutural para as atividades ministeriais.

• Missões: O propósito de missões tem como objetivo apoiar ações missionárias


e cultivar a cultura na igreja de que todo membro é um missionário. Acabou o tempo
em que as igrejas terceirizavam suas ações missionárias e lembravam-se desse assunto
apenas poucas vezes ao ano. Todos somos chamados para alcançar vidas para Jesus,
independentemente da profissão, gênero, idade, escolaridade ou tempo de conversão.
É uma chamada para todos os seguidores de Jesus: “Sigam-me, e eu os farei pescadores
de homens” (Mateus 4:19). Missões é mais do que um programa. A visão da nossa igreja
local, por exemplo, é ganhar todas as pessoas para Jesus. Isso significa que o propósito
de missões está enraizado em tudo o que fazemos.

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Figura 1: Os círculos de Compromisso

• Matriz Ministerial 5x5


A igreja dirigida por propósitos tem a sua estrutura ministerial organizada de
acordo com os cinco propósitos e como eles são aplicados a cada faixa etária. A essa
estrutura damos o nome de Matriz Ministerial 5x5:

PROPÓSITOS FAIXAS ETÁRIAS

Comunhão Crianças

Discipulado Adolescentes

Serviço Jovens

Missões Adultos

Adoração Terceira Idade

Assim, temos um líder responsável por cada propósito, que chamamos em nossa
realidade local de “base”. Esse líder demonstra um chamado específico para aquela área
em especial, e é responsável por ser um “embaixador” da essência do propósito que
lidera em toda a igreja. Ele supervisiona ministérios que estão diretamente ligados à
sua área, como também intervém nas faixas etárias naquilo que elas realizam dentro
do propósito sob sua responsabilidade. Não há uma hierarquia entre os propósitos; os
cinco são igualmente importantes e precisam ser ensinados, concretizados e vivencia-
dos por toda a igreja.
A outra parte da Matriz 5x5 é formada pelos líderes de faixas etárias. A principal
função desses líderes é que eles tenham a certeza de que os cinco propósitos sejam
devidamente contextualizados para suas realidades e necessidades. Eles precisam co-

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nhecer bem a faixa etária em questão e definir dentro de cada uma delas líderes locais
para os cinco propósitos. Não há hierarquia entre eles, tampouco entre os líderes de
base, pois todos são responsáveis conjuntamente para o estabelecimento de equilíbrio,
um ajudando ao outro em sua área de força.
Nas faixas etárias, em nossa realidade local, temos casais de líderes que também
são pastores da rede de Grupos da Cidade, pois, em nosso caso, as faixas etárias são
organizadas dessa forma. Essa é uma atribuição pastoral; no que tange aos propósitos,
referimo-nos mais às ações ministeriais.

3. GRUPOS DA CIDADE

Os Grupos da Cidade não se restringem a um lugar de comunhão, mas, sobretudo,


são um ambiente apostólico de cuidado, preparo e envio para que cada discípulo
cumpra seu propósito de vida e atinja seu destino profético dentro e fora da igreja.
Carlito Paes

A igreja-família é o modelo de Jesus na Terra. A família confere identidade, pater-


nidade e filiação e, por isso, ela tem os vínculos mais profundos na vida de uma pessoa.
A família é um lugar de pertencimento, e esse é um desejo profundo e uma necessi-
dade de todo ser humano. Fomos criados para buscar conexões íntimas, de amparo, de
sentido e de envio. Se o nosso fundamento não for o amor uns pelos outros e a nossa
plataforma não for viver pelo nosso propósito em Deus, gerando o mesmo na próxima
geração, nada fará sentido.
A igreja-família é, então, muito mais do que sobre programas ou estruturas, mas é
sobre relacionamentos, pertencimento e envio. Ela promove o discipulado por meio do
crescimento mútuo, que tem como requisito a conexão entre pessoas. A estrutura em
Grupos da Cidade é um dos pilares que alimenta e dá continuidade à cultura da igre-
ja-família e, por isso, é essencial para a sua existência. A natureza desta configuração
é bíblica e segue o exemplo da Igreja primitiva, que se reunia no templo e nas casas.
“Assim como cada um de nós tem um corpo com muitos membros e esses membros
não exercem todos a mesma função, assim também em Cristo nós, que somos muitos,
formamos um corpo, e cada membro está ligado a todos os outros” (Romanos 12:4-5).
Uma igreja-família é profética, pastoral e apostólica e, portanto, seus Grupos
também demonstram essas mesmas características. É claro que um Grupo rapidamen-
te mostra um lado fortemente pastoral, em que pessoas são cuidadas de maneira muito
próxima e seus relacionamentos são estreitados e laços de amizade são construídos.
O Grupo é um ambiente extraordinário para o cuidado pessoal, por meio da ação do
Espírito Santo na vida das pessoas.

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Contudo, ao focarmos unicamente no aspecto pastoral dos Grupos, podemos vir a
perder sua função profética e apostólica, de forma que os próprios membros do Grupo
se transformem em seu alvo maior. Nada é mais contrário do que isso ao propósito da
igreja, que é “chamada para fora”, para os que ainda não pertencem a ela. A igreja é a
única instituição terrena que existe para fora dos seus, mas que funciona a partir da
certeza de pertencimento e identidade em Cristo.
Buscamos desenvolver os Grupos para que sejam, simultaneamente, pastorais,
que promovam o cuidado pessoal; proféticos, que tragam a realidade do Céu à Terra, e
apostólicos, que enviem pessoas ao seu destino profético. Esse envio passa pela mul-
tiplicação dos Grupos, mas não é restrito a isso. É sobre empoderar pessoas e conferir-
lhes um entendimento novo acerca do propósito de Deus na Terra para elas.
Os Grupos da Cidade dentro da igreja-família são diversos. Acontecem em dife-
rentes bairros e regiões da cidade, são formados por casais com filhos, casais sem filhos,
adolescentes, jovens universitários, mulheres, homens, idosos, etc. As redes de Grupos
da Cidade organizam esses grupos, garantindo o cuidado de todos. Existem diferentes
formas de organizar essa estrutura de cuidado e envio, mas, de maneira geral, o disci-
pulado pessoal é o fio condutor que organiza organicamente esses diferentes grupos.
Em nossa realidade local, formamos redes de Grupos liderados por Pastores de
Rede, a partir dos quais constituímos supervisores, coordenadores e líderes de grupos.
Cada rede de Grupos é organizada por faixas etárias (como crianças, jovens e adultos)
ou frentes de atuação (extensões da igreja em outros bairros ou igrejas em plantação
em outras cidades). O Pastor de Rede cuida de até cinco Supervisores, os quais cuidam
- por meio do discipulado pessoal - dos Coordenadores de Grupos. Esses, por sua vez,
cuidam de líderes de grupos.
Tornar pessoas comuns em extraordinários seguidores de Jesus acontece a partir
de um movimento intencional de discipulado pessoal, capaz de promover crescimento,
maturidade, mentoria e prestação de contas. Cada Grupo desenvolve relacionamentos
para o Discipulado Pessoal (DP), no qual o líder possui o que chamamos de GDP (Grupo
de Discipulado Pessoal). Esse grupo se assemelha ao que Jesus viveu com Pedro, Tiago
e João. Jesus tinha doze discípulos diretos, mas escolheu três deles para viver um re-
lacionamento ainda mais íntimo e intencional. Em diversos episódios bíblicos, Jesus
chamava esses três discípulos em particular.
Em nosso contexto, orientamos que o líder do Grupo da Cidade também tenha até
três discípulos pessoais (DP). Ele deve atuar para o desenvolvimento de cada discípulo
até que estejam aptos para assumir um Grupo, e a multiplicação do Grupo ocorra. Além
disso, cada um desses discípulos será discipulador de outro participante do Grupo, e
assim sucessivamente, até que todos os participantes sejam alcançados e possuam um
discipulador. Dessa forma, todos podem viver sob o cuidado e pastoreio intencional do
discipulado um a um.

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AULA 02

DEFININDO
AS BASES
1. CELEBRAÇÕES CONTEXTUALIZADAS
E INSPIRADORAS

As bases são o nosso alicerce. São a sustentação de quem somos. Mesmo que não
sejam sempre vistas, elas permitem que toda a estrutura esteja segura, forte e firme.
Os propósitos de Deus para a igreja formam essas bases e são responsáveis por
assegurarem o equilíbrio em tudo que fazemos.
Carlito Paes

A celebração de uma igreja-família deve ser uma festa. A celebração pública de


uma igreja é também o reflexo da sua realidade espiritual e cultural. Uma igreja viva,
alegre, atuante e cheia do Espírito Santo refletirá essas características também em suas
celebrações. Nenhuma igreja viva realiza uma celebração morta. A celebração é a en-
trega de uma oferta do povo de Deus para Deus. Assim, não devemos ir à igreja para dar
uma “nota” de avaliação para a celebração ou ao louvor. Se eu gostei ou não, isso é o que
menos importa, porque a celebração é para Deus. Então, eu preciso me perguntar se Ele
recebeu e Se agradou da minha adoração. A celebração deve ser uma entrega viva, in-
tensa, apaixonada e excelente; verdadeiramente o nosso melhor para Deus em gratidão
pelo que Ele é e faz por cada um de nós.
Quando nos reunimos como igreja, algo poderoso acontece. A igreja ganha “ros-
tos”, calor humano e verdade. Ganha vida e dinamicidade, enquanto compartilhamos
daqueles momentos em que, juntos, dedicamo-nos inteiramente à adoração a Deus e à
meditação em Sua Palavra. O ajuntamento proporciona um mover especial do Espírito
Santo sobre a coletividade, e passamos a entender melhor o que é ser igreja-família e
qual é a nossa identidade como Noiva de Cristo. Na celebração, como o próprio nome
diz, “celebramos” nossos valores, nossa conexão, nossa esperança e nossa fé.
Outro aspecto extremamente importante da celebração é que ela oferece opor-
tunidades para que pessoas tomem decisões. A mais importante delas é tomar uma
decisão por Jesus como Seu Salvador e Senhor. Mas essa não é a única. Há pessoas que
decidirão se batizar, outras, visitar um grupo de pastoreio ou abrir a casa para um gru-
po, outras entenderão o valor de dizimar na casa do Pai e farão isso pela primeira vez.
Alguns decidirão servir em um ministério ou mesmo perdoar alguém que lhes ofendeu.
Não podemos nos esquecer de que a celebração, ao centralizar um Deus de amor que Se
importa com as pessoas, sempre proporciona um ambiente em que esse mesmo Deus
toca, cura e fala conosco. Por isso mesmo, as Escrituras nos lembram: “Não deixemos
de nos reunir como igreja” (Hebreus 10:25).

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• O Poder da Adoração
O propósito mais claro na vida da igreja expresso na celebração é a adoração. Todo
ser humano foi criado com o propósito de adorar a Deus. Ansiamos por reconhecer e
conhecer a Deus, e, nesse relacionamento, dar honra e glória ao Seu nome, como o
salmista afirma: “Tudo que tem vida louve o Senhor!” (Salmo 150:6). A adoração nada
mais é que corresponder ao amor de Deus por nós, num estilo de vida que é abastecido
por fé, submissão e paixão.
O desenvolvimento da adoração na igreja acontece apenas no contexto do rela-
cionamento de amor com Deus, nos âmbitos individual e coletivo. À medida em que
se torna mais significativo e profundo, esse relacionamento se expressa em adoração.
Entregamos a Ele nossas orações e palavras que declaram nossa dependência, entrega
e devoção a Ele. Entregamos a Ele nossos louvores, com canções que exaltam o Seu
poder, majestade, glória, formosura, graça e misericórdia.
Entregamos a Ele outras expressões como a dança, as artes plásticas, o teatro, a
fotografia e outras diversas formas. Entregamos a Ele nossa adoração por meio da fide-
lidade dos dízimos e da generosidade em entregas financeiras. Cumprimos a ordenança
da Ceia, deixada por Jesus, trazendo à memória o que Cristo fez por nós. Entregamos a
Ele nosso coração, enquanto somos ministrados por Sua Palavra e verdades. O resulta-
do de estarmos em conexão com a verdade é que seremos libertos.
Temos aprendido que a atmosfera da adoração é potencializada quando há
excelência. Deus é apaixonado pela excelência. Ele tem prazer em nos ver trabalhando
de maneira sábia, organizada, eficaz e bem projetada. Deus ama festejar conosco e Se
alegra em ver seu rebanho bem cuidado, um aprisco bem zelado, suas ovelhas bem
alimentadas e viçosas, multiplicando-se e transmitindo ao mundo a beleza de tudo
que diz respeito ao Seu Reino. Noé, por exemplo, adorou a Deus liderando um grande
e minucioso projeto, ao construir a arca. Da mesma forma, o rei Salomão construiu
um templo como nunca antes visto em adoração a Deus. Tudo o que o Espírito Santo
realiza é com excelência. Este é um princípio que permeia toda a natureza de uma igreja
que cumpre o seu propósito na Terra: a excelência no planejamento, na execução, na
gestão, na manutenção, na prestação de contas e na organização interna e externa. As
celebrações, portanto, precisam demonstrar e revelar o valor da excelência, criando uma
atmosfera que não ofereça interrupções e distrações àquilo que Deus deseja realizar.

No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os


verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade.
São estes os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e é ne-
cessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.
João 4:23-24

bem-vindo DEFININDO AS BASES | 18


2. O DISCIPULADO ENRAIZADO

Buscamos o discipulado não para aumentar o conhecimento, mas para crescer


espiritualmente à medida da vida e prática do caráter de Cristo Jesus.
Visamos o repartir e não o acumular, porque o conhecimento em si não
transforma, mas a sua aplicação gera vidas transformadas.
Carlito Paes

O discipulado está no DNA da Igreja de Jesus. É um dos propósitos de Jesus para


Sua Igreja e um dos pilares sobre os quais ela vive e cresce de forma orgânica e saudá-
vel. Como igreja-família, não podemos desprezar o discipulado, a vida na vida. Nenhu-
ma igreja cresce de forma saudável sem ensino bíblico aliado a experiências práticas
de vida e sem a transmissão dos princípios e valores da fé. Mas, o que é propriamente
o discipulado? Essa palavra ganhou muitas nuances no decorrer dos anos e da história
eclesiástica. A palavra “discipulado” não aparece na Bíblia; o que está registrado é a
palavra “discípulo”, o que nos ensina que, se o discipulado não for sobre formar outro
discípulo de Cristo, então não é o que Jesus de fato ensinou e nos comissionou a fazer.
Discipulado é sobre transformação, e transformação é sobre arrependimento.
Esse é um dos pré-requisitos para vivermos como discípulos amados de Jesus. Oswald
Chambers escreveu: “O Senhor nunca estabeleceu as condições do Discipulado como
sendo as condições para a salvação (...) O Discipulado traz consigo uma opção: se al-
guém quer vir”. O discipulado no nível pessoal é sobre escolhas que fazemos em direção
a Cristo. Enquanto igreja, é sobre proporcionar ambientes, oportunidades e estímulos
para que essas escolhas sejam feitas, de forma que pessoas sejam edificadas em sua for-
mação pessoal. O discipulado é sobre promover o crescimento que só Cristo pode dar.
A comissão de Jesus foi: “façam discípulos...” (Mateus 28:19). É um chamado pro-
fundo e duradouro. Dallas Willard colocou da seguinte forma: “A Grande Omissão, na
Grande Comissão, acontece quando percebemos as dramáticas consequências de ser
cristão sem se tornar discípulo”.
Paulo fala claramente sobre aprender de Cristo Jesus. Em Efésios, ele escreve: “To-
davia, não foi assim que vocês aprenderam de Cristo. De fato, vocês ouviram falar dele, e
nele foram ensinados de acordo com a verdade que está em Jesus” (Efésios 4:20-21).
A palavra “discípulo” no grego é matheles, que significa aluno, aprendiz, aquele
que segue a doutrina ou o ensino de alguém. A palavra discipulado, portanto, signi-
fica aprendizado.
A raiz original grega das palavras “discípulo”, “discipulado” e, ainda, “disciplina”,
vem da prática da Antiguidade de um aluno seguir seu mestre e seu ensino. O disci-
pulado cristão é um relacionamento de mestre e aluno, baseado no modelo de Cristo
e Seus discípulos. Nele, o mestre transmite tão bem ao aluno a plenitude de vida que

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tem em Cristo, que o discípulo é capaz de tornar-se um mestre e transformar outros
que,por sua vez, também ensinarão novos discípulos. Como lemos em 2 Timóteo 2:2,
“E as coisas que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confie a homens
fiéis que sejam também capazes de ensinar a outros”.
A palavra discipulado ainda possui as seguintes definições bíblicas:
• Um relacionamento íntimo com Jesus Cristo (João 21:15-19; 2 Coríntios 3:18);
• Ser um exemplo (Marcos 3:13; 1 Timóteo 4:12; Efésios 3:17; 1 Coríntios 11:1);
• Dedicação pessoal e intercessão (1 Tessalonicenses 2:8; Gálatas 4:19);
• Concentrar esforços (Mateus 6:33; 2 Coríntios 4:7-12).

O processo de discipulado na Igreja da Cidade, acontece em três eixos, a partir dos


quais as pessoas crescem rumo à maturidade espiritual. São eles: o eixo educacional,
o eixo relacional e o eixo pessoal.

• Enraizados em Jesus
Um dos símbolos que utilizamos para o discipulado em nossa igreja é o de uma
árvore, pois ela descreve bem a realidade de nossa existência em Cristo na Terra, como
lemos nas Escrituras:

Ele será como uma árvore plantada junto às águas e que estende
as suas raízes para o ribeiro. Ela não temerá quando chegar o ca-
lor, porque as suas folhas estão sempre verdes; não ficará ansiosa
no ano da seca nem deixará de dar fruto.
Jeremias 17:8

Sermos discípulos é nos alimentarmos a cada dia da presença de Cristo em nós, a


nossa fonte de água viva, para que, a despeito das circunstâncias à nossa volta, sejamos
capazes de dar frutos, cumprindo os propósitos de Deus para nós aqui na Terra, sendo
como Jesus é e vivendo capacitados por Seu Espírito.
Por isso, o discipulado envolve todo o ser de uma pessoa, não somente seu com-
portamento, seu conhecimento ou sua capacitação. Ele envolve sua identidade, seus
relacionamentos e sua visão de mundo. Enquanto o eixo educacional tem seu foco em
ferramentas didáticas, os eixos relacional e pessoal trazem à tona a verdade de que o
discipulado acontece por meio da transferência de vida de uma pessoa a outra.
O verdadeiro discipulado envolve o conhecimento, mas vai além – inclui a ami-
zade, a comunhão, a intimidade, a confiança entre o discípulo e seu discipulador. Jesus
demonstrou tal princípio quando chamou Seus discípulos de amigos (João 15:15). Essa
constatação não se consegue com algumas poucas horas gastas com o outro mensal-

bem-vindo DEFININDO AS BASES | 20


mente, mas é o resultado de anos de investimento. Jesus investiu três anos em regime
integral com os Seus discípulos para:
1. Dar-lhes o conhecimento bíblico essencial;
2. Formar um caráter restaurado em cada um deles;
3. Capacitá-los ao exercício do ministério,
4. Enviá-los para seu destino profético e sua missão no mundo.

Uma vez que tenhamos nascido na família de Deus, Ele quer que prossigamos
crescendo até a maturidade espiritual. O que seria isso? Maturidade espiritual é nos
tornarmos como Jesus na forma de pensar, de sentir e de agir. Quanto mais você de-
senvolver o caráter de Cristo, mais dará glória a Deus. Esse é o coração do discipulado.

3. DESTINO MINISTERIAL E A FORÇA


DO VOLUNTARIADO

Não servimos para sermos salvos ou para sermos amados.


Porque fomos salvos e somos amados por Deus, temos o prazer e a alegria
de servir uns aos outros. Servimos à família de Cristo com os dons e talentos
que recebemos de Deus, porque fomos feitos para servir.
Carlito Paes

Todo cristão é chamado a servir. Na nossa igreja, essa premissa é mais do que um
axioma; é uma verdade bíblica e um valor de discipulado cristão. O ministério, portanto,
é mais do que uma base de serviço, é um dos propósitos de Deus para a nossa vida. Não
fomos criados apenas para receber, termos conforto e prazeres, mas para deixarmos uma
contribuição ao mundo, dando a glória a Deus. Este é um pilar essencial na vida de cada
cristão e de cada igreja. Ela precisa proporcionar e ensinar uma cultura que pratique a
verdade de que todo cristão é um indivíduo criado por Deus, realizado em Cristo Jesus,
para que faça as boas obras preparadas para ele antes da fundação do mundo.
Entendemos que esse propósito divino pessoal é também seu propósito como
corpo de Cristo. O desafio de mobilizar e engajar pessoas, que é tão comum a diversos
tipos de instituições, está no cerne do “ser igreja”. Igrejas-família inspiram as pessoas
ao serviço e as encorajam a viver com um sentido maior: o de servir e abençoar.
Um aspecto de ser família é que todos têm suas responsabilidades. O senso de
pertencimento traz consigo o senso de engajamento. Quem se relaciona com a igreja
como simplesmente um local a se frequentar tende a vê-la sob uma perspectiva crítica
e consumista. Você não decide deixar de pertencer a uma família porque o jantar foi

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ruim, a faxina não foi feita ou porque não gostou da cor da pintura da casa. A família é
um lugar de identidade, mas também de serviço.
Por isso, a Igreja da Cidade tem como um de seus alicerces o entendimento de
que todo cristão foi chamado para servir. Igrejas que mobilizam pessoas eficazmente
entendem que cada uma delas tem um chamado dado por Deus, com suas habilidades,
experiências de vida, talentos e dons específicos. Assim sendo, as igrejas promovem
ambientes em que esses dons podem ser exercidos, trazendo um grande senso de re-
compensa e satisfação. As igrejas-família colocam em prática a passagem que afirma:
“Cada um exerça o dom que recebeu para servir aos outros, administrando fielmente a
graça de Deus em suas múltiplas formas” (1 Pedro 4:10).
Fora da igreja, todo cristão é um missionário. Dentro dela, todo cristão é um mi-
nistro. Há um chamado, há dons, há um destino ministerial a ser cumprido. Entende-
mos essa realidade de forma muito profunda e desenvolvemos uma cultura que engaja
e encoraja pessoas a viverem seu pleno potencial na igreja e no Reino.

• Grupos X Ministérios
Temos um axioma em nossa igreja: por meio dos ministérios, a igreja cuida de
pessoas ao servir; por meio dos Grupos, a igreja serve pessoas ao cuidar. Há uma rela-
ção de mutualidade entre Grupos e ministérios que visa desenvolver pessoas, lapidar
líderes e permitir o avanço do Reino em suas múltiplas formas. Grupos são excelentes
ambientes para o cuidado intencional e pessoal, bem como para o processo de desen-
volvimento ministerial de acordo com o chamado de cada um. Os ministérios serão
beneficiados por esses indivíduos que, sendo cuidados e mentoreados nos Grupos, po-
derão exercer seus dons e talentos de forma específica nesses ambientes. Cabe também
frisar que não necessariamente um indivíduo servirá somente em ambientes minis-
teriais da igreja, mas também será inspirado a atuar em diferentes realidades para o
Reino, nos sete montes de influência da sociedade.

4. FAROL, O ALCANCE DO BRILHO


COM MISSÕES E EVANGELISMO

A igreja não é o ponto de chegada; é o ponto de partida para a missão da igreja.


O campus de uma igreja não é o seu mundo. O mundo será sempre
o seu campo de missão e serviço para todos os discípulos enviados.
Carlito Paes

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Toda igreja precisa brilhar, levar a luz de Jesus para o mundo em trevas, tanto no
âmbito das cidades, quanto da própria nação e das nações. É uma questão de chamado
e missão. Dos cinco propósitos de Deus para as nossas vidas e igrejas, missões é o único
que tem prazo de validade, que não faremos na eternidade. Todos sabemos que juntos
viveremos na Terra e no Céu, adoração, comunhão, discipulado e ministérios, contudo
evangelismo e missões são uma tarefa terrena. Temos uma missão para com os filhos
de Deus que estão perdidos e precisam ser encontrados e incluídos na igreja-família. A
pergunta quanto ao evangelismo não deve ser o quanto vai custar, mas quantos iremos
alcançar. Missões não é sobre um programa, mas é sobre um propósito de vida para
todos os discípulos de Cristo.

A ESTRATÉGIA FAROL

O levantamento de fundos para financiar alguns segmentos específicos, em es-


pecial o social e o missionário, precisa ser feito com sabedoria e estratégia. Ninguém
contribui para preencher orçamentos ou pagar contas, mas para uma visão e uma mis-
são. Diante disto, entendemos que, quanto a comunicar as necessidades relacionadas
a missões e evangelismo em relação ao levantamento de recursos financeiros, a forma
mais objetiva e positiva seria a de apresentarmos essas necessidades por áreas e usan-
do uma metáfora bíblica. Além disso, trabalhar com um único fundo de ofertas missio-
nárias, sociais e educacionais traria uma melhor gestão dos recursos e uma percepção
ampla do todo.
Assim, Deus nos deu uma visão e lançamos as “ofertas F.A.R.O.L.”, dentro da
perspectiva supracitada da Igreja chamada para inspirar. As letras que formam o acrós-
tico F.A.R.O.L. identificam, respectivamente, cada uma das áreas em que a Igreja da
Cidade investe intencionalmente para ganhar mais pessoas para Jesus:

• Fundar novas igrejas: ações para a plantação de novas igrejas dentro da rea-
lidade das Igrejas da Cidade, de forma orgânica e natural. Não plantamos igrejas
abrindo “lojas grandes”, colocando placas e, com isso, atraindo muitos evangéli-
cos de outras igrejas. Vivemos em uma época em que precisamos zelar por isso,
devido à quantidade de evangélicos “sem igreja” por conta de pecados não trata-
dos, problemas relacionais, rebeldia por espírito de orfandade e doenças emocio-
nais e mentais não curadas. Precisamos plantar igrejas a partir do evangelismo e
do discipulado em grupos.
• Ajudar o próximo: ações de caráter social com foco em pessoas em situação
de vulnerabilidade, como na saúde, no aspecto familiar e educacional ou na
dependência química.

bem-vindo DEFININDO AS BASES | 23


• Reconciliar os povos: ações de missões nacionais e internacionais. Em Jesus
somos chamados para o ministério da reconciliação entre os povos da Terra, pois
só Jesus pode unir o mundo.
• Oferecer um legado: ações em benefício de construções e estruturas-base a
fim de dar suporte à igreja para o preparo e envio dos discípulos ao mundo. Para
brilhar longe e guiar navios, o farol precisa ter uma base forte, e assim é com a
igreja local.
• Lapidar novos vocacionados: ações que visam subsidiar a preparação teoló-
gica e ministerial de novos obreiros, missionários, pastores e líderes vocaciona-
dos. Investir em novos líderes para o envio é questão fundamental para o futuro
da obra.

A estratégia F.A.R.O.L. não é somente resultado do seu foco, mas é também, como
um farol, de sua intensidade para iluminar longas distâncias a partir de onde a igreja
está. Somos farol e devemos gerar luz para os que estão perto, mas nosso alvo será
sempre iluminar as trevas até bem longe de nós, conduzindo as pessoas mais distantes
em segurança ao seu destino.
Jesus nunca disse que seria fácil ou barato, mas sim que essa seria a missão. Ele até
mesmo nos adiantou sobre os riscos, fazendo a comparação de que somos como “ovelhas
no meio de lobos”. No entanto, Ele também prometeu que estaria sempre conosco.

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AULA 03

DEFININDO
O ALCANCE
E OS PERFIS
O alcance e os perfis são nossas janelas. Em um lar existem diferentes pessoas e a
igreja-família deve alcançar cada uma delas. Cada janela mostra um ângulo diferente
da paisagem, mas todas compartilham a mesma edificação. Perfis são sobre alcançar
gerações e permitem que o ambiente seja “ventilado” com novas perspectivas.
Carlito Paes

1. AS CRIANÇAS E OS JUNIORES DA FAMÍLIA

O ministério infantil não é um depósito de crianças ou um parquinho de entre-


tenimento; é a base de ignição para lançar as nossas crianças para a vida e ministério
por meio da ativação profética e da vida com propósitos, sempre a partir da sua lin-
guagem, cultura, contexto e cosmovisão.

• Princípios do ministério infantil Igreja da Cidade

Temos como visão para o ministério infantil alcançar todas as crianças e juniores
para Jesus, conduzindo-os a uma vida de intimidade com Deus. O nome do ministério
Ignição traz o sentido de prepará-las e lançá-las ao seu pleno potencial. Temos como
missão capacitá-las a viver os propósitos de Jesus, servindo a Deus e às pessoas, de
forma que avancem para o alvo de serem como Cristo, sejam luz para os seus amigos,
alegrem o coração de Deus e promovam restauração nas suas famílias.
Temos como valores dentro desse ministério:
• Ensinar de forma divertida e criativa;
• Oferecer suporte aos pais;
• Pastorear os corações das crianças, sempre em inovação e sem abrir mão dos princí-
pios bíblicos, com transparência e respeito pelas suas individualidades e identidades;
• Respeitar a ótica das crianças;
• Promover segurança física, emocional e espiritual, num ambiente de amizade e alegria;
• Empoderar crianças e juniores para que saibam tomar boas decisões,
• Treinar e preparar os voluntários continuamente, sempre com otimismo e excelência.

Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura, e graça diante de Deus e dos homens.


Lucas 2:52

O ministério infantil estabelece três pilares orientadores, relacionados às chama-


das de Jesus para o cuidado das crianças: o pilar do alcance, o da segurança e o da va-
lorização. Os adultos os quais as crianças se tornarão no futuro serão um resultado das

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experiências que tiverem na infância e de como elas interagiram com cada uma dessas
vivências. Assim, buscamos desenvolver cada um desses pilares de maneira intencio-
nal, criativa e relevante.
Na nossa igreja, todo o nosso ministério infanto-juvenil tem foco em ajudar os
pais a levarem os seus filhos a um novo nível de espiritualidade, fé e conquistas, geran-
do crianças apaixonadas por Jesus e pelo Reino, intercessoras e adoradoras em Espírito
e em verdade; crianças que entendem que fazem parte da família de Jesus e que, por
isso, são amadas e satisfeitas Nele.
Nosso ministério infantil não é um depósito de gente pequena, mas uma incuba-
dora de destinos proféticos, visando a transformação de outras crianças, famílias e da
sociedade em si. Não queremos que as crianças fiquem quietas enquanto recebem um
bom estudo bíblico infantil; queremos que elas sejam a resposta das nossas orações
pela redenção da humanidade e que tragam Jesus de volta à Terra.

2. A JUVENTUDE ELEVE EM 4 DIMENSÕES ETÁRIAS

O nosso alvo para a juventude é que ela viva uma realidade acima do normal, do
rotineiro e do casual. Queremos, de forma contextualizada e autêntica, levar os nossos
jovens e adolescentes a elevarem as suas vidas ao sobrenatural de Deus, impactando
sua identidade, atitude e ministério, de forma a edificarem e renovarem a igreja e al-
cançarem a sua geração para Cristo.

3. Liderando juventudes

Por ser uma faixa etária extensa, fez-se evidente ao longo dos anos que um ca-
minho para trabalhar com adolescentes e jovens é entender com mais detalhamento
cada fase de vida pela qual eles passam. Na nossa prática ministerial, a faixa etária que
engloba a juventude é a de 13 a 35 anos. Obviamente, este é um universo demasiada-
mente grande para enquadrarmos todos os interesses e perfis perfeitamente. Dos 13 ao
35, as transições são diversas e profundas: da adolescência e final da puberdade à vida
de solteiro, namoro, noivado e aos primeiros anos de casamento; e da vida na escola à
escolha profissional, a vida universitária e a colocação no mercado de trabalho.
Sob a perspectiva desse quadro, trabalhamos na Juventude Eleve com quatro fai-
xas etárias, ou quatro ambientes principais, para os jovens:
• Adolescentes de 13 a 17 anos (Eleve Xtreme);
• Jovens em idade universitária de 18 a 29 anos (Eleve Bold);
• Jovens adultos com mais de 30 anos (Eleve UP);

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• Jovens casais, namorados, noivos e recém-casados (Eleve A3).
Ao trabalharmos de forma específica com cada uma dessas faixas etárias, temos
visto, dentre outros, os seguintes resultados:
• Aumento de frequência nos programas;
• Assuntos da fé e da vida cristã abordados com maior especificidade;
• Maior identificação entre os participantes dos grupos e relacionamentos
aprofundados;
• Mais oportunidades para o desenvolvimento de novos líderes pela abertura de
novas frentes, o que gera maior identificação e motivação;
• Maior eficácia no cuidado e pastoreio;
• Um ministério mais saudável como um todo.

Cada um desses ambientes possui uma rede de Grupos correspondente, de forma


que estes são organizados segundo o perfil de idade e fase de vida daqueles. Além
da estrutura de Grupos, existe a estrutura ministerial, responsável pelas celebrações
semanais de cada grupo, além de programações como retiros, cursos de discipulado e
outras ações ministeriais específicas, como:
• Eleve Campus (ação em universidades, escolas e locais de trabalho);
• 30 Semanas Jovem e Teen (Proibido Pessoas Perfeitas);
• Vigília de oração semanal;
• Eleve Resgate (evangelismo nas ruas);
• Casas de Paz com adolescentes e jovens;
• Escola de Pais dos adolescentes;
• Esportes;
• Atmosfera (gerando celebrações);
• Acampamentos;
• Viagens missionárias,
• Bateria Eleve.

Outros eventos realizados pela Juventude Eleve são festas, conferências e


encontros específicos. Os eventos não são o que sustentam um ministério saudável de
juventude, mas eles são importantes na medida em que consolidam culturas, geram
identificação e engajamento, e promovem ambientes intencionais de ministração,
oração e adoração.

bem-vindo DEFININDO O ALCANCE E OS PERFIS | 28


3. OS ADULTOS NA FAMÍLIA DA FÉ

Queremos edificar uma igreja com adultos maduros, que sejam pais espirituais,
líderes de referência para os que estão dentro e fora da igreja, e exemplos de amor, fé e
fidelidade para as novas gerações que chegam à igreja.
A atuação no ministério de adultos é focada em trabalhar no aspecto da essência
de cada um, em uma atmosfera de cura e liberdade, reforçando quem são e o que nas-
ceram para ser.
Na nossa realidade local, temos trabalhado com respectivas celebrações mensais
para homens e para mulheres. Esses ministérios visam ensinar, inspirar e empoderar.
Não são substitutos dos Grupos da Cidade ou dos programas de discipulado, mas fun-
cionam como ambientes onde assuntos específicos são tratados e conexões por identi-
ficação são feitas. Os encontros mensais são mais longos, com mensagens direcionadas
e adoração mais introspectiva. A atuação do ministério de casais, por sua vez, é voltada
para uma perspectiva de mais praticidade e dinamicidade. A atmosfera das celebrações
mensais nesse caso é mais descontraída; a duração, mais breve, e a ênfase é dada ao
avançar e conquistar.

• Ministério Feminina

Na nossa realidade local, realizamos celebrações mensais do ministério Feminina,


voltado a mulheres de todas as idades a partir da adolescência, com mensagens espe-
cíficas e momentos de adoração e intercessão intencionais. Esses ajuntamentos mobi-
lizam as mulheres da igreja como um todo com temáticas relevantes e interessantes.
Atenção especial é dada ao cuidado com crianças, para que mães possam participar,
inclusive as que têm bebês pequenos.
Outra ação importante são os retiros espirituais, realizados em duas modalidades,
casadas e solteiras, focando com maior intensidade à cura da essência da feminilidade.
Os retiros são sempre inspiradores, marcados por memoriais que ministram à alma da
mulher, em um ambiente de adoração intensa e ministração da Palavra que confronta,
liberta e cura.
Realizamos, também, um retiro para as meninas juniores (9 a 12 anos), em parce-
ria com o ministério infanto-juvenil, e um Day Camp para as adolescentes, com intuito
de trabalhar a formação da feminilidade nos seus corações.
Além das celebrações e retiros, o ministério trabalha com diversos grupos para
cada fase da mulher, objetivando promover encontros em que elas se identifiquem ain-
da mais umas com as outras. Entre esses ministérios, estão:
• Belas (evangelismo e discipulado com garotas de programa);

bem-vindo DEFININDO O ALCANCE E OS PERFIS | 29


• Colo de Mãe (mulheres em luto materno);
• Pérolas (capelania prisional);
• Ester (capelania hospitalar focada em mulheres enfermas);
• Escolhidas (mulheres que foram adotadas, adotaram ou pretendem adotar);
• Artesanato;
• Geração Real (mulheres gestantes);
• Mães de crianças especiais;
• Mulheres Empreendedoras;
• Santa Ajuda (ajudar alguma mulher que teve bebê com a limpeza da casa ou ali-
mentação),
• Banda Feminina.

Uma mulher curada é um grande potencial nas mãos de Deus. Ela terá um papel
extremamente importante na redenção de pessoas, cidades e do mundo, pois, além de
cumprir o seu propósito, permitirá que o homem ocupe seu lugar de sacerdote, e receba
dela todo o suporte e cuidado necessário.

• Ministério Homens de Honra

Na nossa realidade local, o ministério com homens é chamado Homens de Honra.


A correspondência direta da palavra grega para honra em português é “time”, e denota
valorização, apreciação, estima, olhar favorável e respeito. A honra é um princípio bí-
blico que diz respeito a posturas e recompensas, a uma maneira de ser e se relacionar:
“Quem recebe um profeta, porque ele é profeta, receberá a recompensa de profeta, e
quem recebe um justo, porque ele é justo, receberá a recompensa de justo” (Mateus
10:41). Honra também é um acróstico que traz os valores norteadores do ministério:
• Hombridade;
• Oração;
• Novidade;
• Responsabilidade,
• Alegria.

O ministério com homens realiza celebrações mensais, com temas específicos


para esse público, adoração intensa e intercessão. As celebrações buscam reunir todos
os homens da igreja, desde a adolescência até a terceira idade.
Além disso, realiza retiros específicos para homens, focados em ministrar sobre as
fases da masculinidade, em duas modalidades: solteiros e casados. O objetivo é propor
um ambiente de cura e liberdade.

bem-vindo DEFININDO O ALCANCE E OS PERFIS | 30


O ministério também atua com apoio específico a viagens missionárias, apoio a
construções e reformas de casas, eventos de comunhão e outras ações específicas. Tam-
bém desenvolve ministério profético composto por homens. Em todas as ações, há o
foco do servir e do conectar.

Só é possível ser relevante junto aos homens se acreditarmos


no destino divino que já foi estabelecido para eles.
Fabiano Ribeiro

• Ministério Herança Real


O ministério com casais adultos, o Herança Real, parte de um pressuposto de
abundância: a família vai muito bem! Quando homens e mulheres vivem a sua ple-
na identidade em Cristo, empoderados pelo Espírito Santo, eles têm o que precisam
para edificarem famílias saudáveis e frutíferas. Apenas quando homens e mulheres não
estão bem em sua individualidade, com feridas e desajustes pessoais, é que podem ar-
ruinar seus casamentos, paternidades e maternidades.
O Herança Real realiza celebrações mensais voltadas para os casais adultos, sem-
pre prezando por mensagens relevantes e ministrações específicas, por muitas, com um
viés mais prático. Essas celebrações podem ter diversos formatos, incluindo entrevistas
e perguntas e respostas. Alguns dos temas tratados são sexualidade, transições, ques-
tões sobre os filhos, vida financeira, entre outros.
Esse ministério também desenvolve grupos específicos que trabalham a essência
do casamento, permitindo a conexão entre casais e o cuidado entre eles. Esses grupos
reúnem-se por dez semanas (após um pré-encontro) e realizam estudos do material
Família para Sempre, que acompanha a leitura do livro homônimo, além de atividades
semanais. A cada encontro, eles trocam experiências e oram juntos, permitindo um
tempo de cura e crescimento para os casais, afinal, somos uma igreja-família.

4. A FAMÍLIA E A TERCEIRA IDADE

A Igreja da Cidade atua para ser um ambiente em que seus idosos sejam amados
e honrados, e para que se cumpra a palavra de que na velhice ainda darão frutos e
serão viçosos.

bem-vindo DEFININDO O ALCANCE E OS PERFIS | 31


• Ministério Diamante

O ministério Diamante atua em prol da terceira idade em nossa igreja, isso é,


adultos com mais de 60 anos. O nome do ministério Diamante tem tudo a ver com o que
nele trabalhamos. O diamante é o resultado de um processo de alta pressão ao longo do
tempo, que é capaz de transformar um carvão em uma das pedras mais preciosas que
existe. É possível realizar uma analogia dessa transformação com o desenvolvimento
do ser humano, pois as dificuldades da vida e os aprendizados no seu percurso vão-nos
moldando, de forma que somos transformados e edificados em Deus, de um estado bru-
to para um estado lapidado e de valor.
As celebrações do ministério Diamante acontecem toda semana. Também desen-
volvemos e estimulamos trabalhos artesanais por meio do encontro semanal Tarde-Ar-
te. No decorrer da semana, reunimos os Grupos em lares hospedeiros de alguns membros
do ministério. Nesses ambientes de celebração, há um forte apelo ao relacionamento e
comunhão. Normalmente são servidos lanches e há comemorações dos aniversarian-
tes do mês. O objetivo é proporcionar aos idosos, que habitualmente frequentam as
celebrações, bem como aos visitantes, a oportunidade de aproveitar um momento de
comunhão, da formação e fortalecimento de amizades e do estabelecimento do com-
panheirismo – bastante valorizado pelo compartilhamento das experiências já vividas.

bem-vindo DEFININDO O ALCANCE E OS PERFIS | 32


AULA 04

DEFININDO AS
ESTRATÉGIAS
As estratégias são as nossas portas. Elas são meios para um fim.
Eventos, comunicação, administração e ações para a expansão são portas que
permitem que pessoas se acheguem ao ambiente do lar e circulem bem nele.
Carlito Paes

1. A COMUNICAÇÃO NA IGREJA-FAMÍLIA

Se desejamos alcançar as pessoas que vivem no século XXI, não podemos usar a
comunicação do século XX na nossa igreja-família. Precisamos tirar todo proveito da
mídia de forma efetiva e eficaz, contextualizando a nossa mensagem para os atuais
meios de comunicação e mídias em geral.
Mais do que nunca, estamos na era da comunicação. A comunicação de Deus com
os homens já foi oral, escrita e, agora, é também estética e visual. Deus continua falan-
do de muitas formas, e a Igreja precisa se lembrar disso ao pregar o Evangelho. Jesus é
o Verbo encarnado, isto é, Jesus é a Palavra, a comunicação encarnada. Por isso, o Evan-
gelho significa boas notícias ao mundo. Contudo, uma boa notícia só será boa se chegar
na hora certa e para a pessoa certa; não existe boa notícia atrasada.
Como Igreja, comunicamos a mensagem mais poderosa da Terra. Assim, busca-
mos desenvolver uma comunicação eficiente e relevante, com processos claros e in-
tencionais para continuar alcançando as pessoas. Como Paulo escreveu aos romanos:

Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão


naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não houver
quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está
escrito: “Como são belos os pés dos que anunciam boas-novas!”
Romanos 10:14-15

A palavra comunicação deriva do latim communis, que também origina a palavra


comunhão. Comunicar, portanto, é partilhar algo em comum. Nesse sentido, comunicar
é sempre sobre estabelecer pontes, o que está no cerne do chamado da Igreja.

• A estrutura da nossa comunicação

Ao estruturar nossa comunicação – equipe, meios e rotinas – buscamos entender


quem é o nosso público alvo. Precisamos saber com quem estamos falando e o que esta-
mos comunicando àquele público. Basicamente temos dois públicos: o público interno
e o externo.

bem-vindo DEFININDO AS ESTRATÉGIAS | 34


• A comunicação interna é voltada à nossa membresia, pessoas familiarizadas
com a visão e cultura da Igreja da Cidade.
• A comunicação externa é focada em nos comunicar com pessoas que estão fora do
domínio da nossa comunidade de fé. Essa comunicação tem como objetivo maior tra-
zer uma mensagem sobre quem a igreja é, o que ela faz, qual a sua proposta e valores.

A principal responsável pela rotina de comunicação da igreja e atualização cons-


tante das suas informações é a nossa House de comunicação. A House funciona como
uma agência de publicidade interna, com profissionais dedicados exclusivamente às
demandas da igreja em comunicação, sejam elas ministeriais, para eventos, conferên-
cias, materiais gráficos, gestão de redes sociais, entre outros.
Outra estratégia que utilizamos é a boa gestão das redes sociais, que são funda-
mentais para a comunicação eficiente de uma organização, em especial, a igreja. Esta-
mos nas principais plataformas digitais como Facebook, Instagram, Twitter e Youtube.

• Transmissão online de celebrações

A principal ferramenta para transmissão do nosso culto online hoje é o Youtube,


por meio de streaming (transmissão de vídeos ao vivo) em nosso canal (@icsjcampos).
Hoje temos nosso Campus Online que transmite as celebrações exclusivas para os que
não possuem um Igreja da Cidade em sua localidade ou estão impossibilitados de com-
parecer aos presenciais.
A comunicação é vital para a vida, em especial para a vida em família e comunitá-
ria. Por isso, entendemos que aplicar recursos financeiros em comunicação não é des-
perdício, pelo contrário: é um investimento em vidas e em qualidade no alcance dessas
vidas. O que fazemos sempre é um bom planejamento para fazer bom uso dos recursos
disponíveis e maximizar resultados para toda a família espiritual e para a organização
como um todo – sempre pensando no receptor, nunca no emissor, em especial se está
desejando alcançar os de fora, e também seu contexto e faixa-etária.

2. A ADMINISTRAÇÃO COMO PONTE

A administração da igreja não é um fim em si mesma, mas uma ponte forte e firme
que serve de forma efetiva para que a visão seja alcançada e a missão cumprida. Des-
de os primeiros anos da Igreja, vemos a necessidade de pessoas que cuidassem da sua
organização e gestão financeira. Em Atos 6, lemos que os apóstolos escolheram sete
homens para que cuidassem da distribuição de doações às viúvas, homens de “bom

bem-vindo DEFININDO AS ESTRATÉGIAS | 35


testemunho, cheios do Espírito e de sabedoria” (Atos 6:3). Ainda hoje, precisamos de
pessoas que carregam essa unção e capacitação, para cuidar com excelência da admi-
nistração da igreja em todas as suas frentes.
Atualmente, temos trabalhado com uma organização administrativa que possui
papéis e responsabilidades bem definidos e entrosados, gerando um ciclo orgânico de
fluxo de informações e processos. Também temos entendido que a equipe administra-
tiva precisa ser sempre alimentada com a visão da igreja, de forma que a sua gestão seja
mais do que manter as contas em dia, mas uma atuação empreendedora e inovadora.
Nesse sentido, podemos dizer que as “engrenagens” que fazem esse ciclo girar
são a própria visão da igreja, a sua missão e os seus valores. Estes balizam as ações da
equipe administrativa, que se estrutura, basicamente, em quatro frentes principais:
1. Gestão administrativa estratégica: definição e acompanhamento das estra-
tégias de avanço da igreja para que a visão se cumpra. Essa divisão da gestão adminis-
trativa, portanto, está muito próxima à liderança pastoral da igreja, pois trabalha para
a viabilidade da visão no aspecto institucional e administrativo, como a distribuição de
investimentos, por exemplo;
2. Gestão financeira: controle e registro em detalhes de todos os movimentos
financeiros (entradas e saídas), com precisão e eficiência;
3. Controladoria: consolidação das informações administrativo-financeiras e
conferência de todos os resultados, a fim de verificar se eles estão alinhados com as
estratégias da instituição;
4. Governança: trabalho de melhoria contínua dos procedimentos, para que
estes estejam sempre alinhados com a visão para um dado período e as estratégias
para alcançá-la.

A organização administrativa trabalha, dessa forma, para que os seus processos


sejam constantemente redefinidos, realizados, conferidos e aprimorados. Todos os que
atuam na área administrativa da igreja precisam ser pessoas que a amam, que sejam
dizimistas fiéis, generosas e tenham coração pastoral. Avarentos não devem zelar pelos
recursos da igreja, pois agem como donos dos recursos e não como mordomos fiéis que
prestam contas.

3. ESTRATÉGIAS DE EXPANSÃO

A igreja não é o ponto de chegada, mas o ponto de partida para a expansão do


Reino de Deus por meio de multisites em São José dos Campos e da plantação de novas
igrejas em outras cidades, estados e países.

bem-vindo DEFININDO AS ESTRATÉGIAS | 36


Quando o cristianismo surgiu – e até o fim do século XIX – as cidades eram pe-
quenas, e mesmo as capitais não enfrentavam problemas urbanos, como altos custos
de vida, trânsito, violência e poluição. Diante dessa nova realidade, a estratégia de mul-
tisites e de novos lugares para a atuação ministerial se tornou indispensável para as
igrejas locais com grande fluxo de crescimento. É a força em movimento fazendo novos
desenhos e contornos na sua realidade para melhor servir às pessoas.
Por isso, somos intencionais nos nossos movimentos de expansão, criando es-
tratégias para que promovam o crescimento e nos preparem para ele. Se cremos que,
para uma igreja saudável, o crescimento vem de forma natural, segundo os movimen-
tos do Espírito Santo, temos de criar mecanismos e meios para que esse crescimento
seja sustentável.
Quando falamos sobre estratégias de expansão, não estamos falando de modelos
fechados; para nós, uma igreja-família é sempre uma experiência em construção. Esta-
mos nos referindo a algo mais prático, que acontece como resultado do estabelecimen-
to das bases e das estratégias que podemos lançar mão para que tudo isso funcione de
forma coesa e sustentavelmente crescente.

• Um campus para abençoar a cidade

A Igreja da Cidade em São José dos Campos nasceu em 1942, como Igreja Evan-
gélica Batista de São José dos Campos. Um tempo depois mudou para Igreja Batista da
Praça Kennedy e, em 1982, passou a chamar-se Primeira Igreja Batista em São José dos
Campos. Assim como mudou de nome também mudou algumas vezes de endereço. Ao
todo foram cinco. Hoje, temos vários pontos de presença da igreja em diferentes luga-
res de São José dos Campos, em várias outras cidades da região e outros estados do Bra-
sil. Preparamo-nos para expandir ainda mais, e, em breve, estaremos em mais cidades.
O Campus Colina é a nossa plataforma de preparo e envio para estas novas igre-
jas. Mais do que nunca, é muito perceptível que vivemos um novo tempo de Deus, que
nos encaminha a uma nova realidade, para continuarmos sendo uma igreja saudável,
balizada pelos propósitos bíblicos, crescente, multiplicadora, perseverante em Jesus,
renovada em sua estrutura, contextualizada em sua comunicação, pastoreada por uma
Rede de Grupos da Cidade e guiada pelo Espírito Santo.
Quando adquirimos a área em que hoje está o Campus Colina, em 2004, não havia
nada além de um campo vazio, em um local afastado da cidade, sem acesso próprio,
estrada, água ou luz. Em milagres caminhamos e edificamos nosso campus, com fide-
lidade e doação de discípulos extraordinários. Em 2012 mudamos para a Colina. Nesse
movimento, realizamos a “Marcha da Conquista”, na qual milhares de pessoas saíram
da antiga sede e marcharam pela cidade até o Campus Colina onde a igreja celebrou
mais uma grande vitória.

bem-vindo DEFININDO AS ESTRATÉGIAS | 37


Nossa mudança e crescimento refletem nosso movimento, nossa evolução e nosso
dinamismo. Como os romanos diziam: “Tempora mutantur et nos, mutamur in illis”, ou
seja, “Os tempos mudam e nós mudamos com eles”. Não mudamos nossa visão, missão,
valores e princípios, mas constantemente mudamos técnicas, estratégias, processos,
nomes e lugares, revelando assim o nosso diálogo com o momento da história.
Somos chamados para ser a história. O que nunca mudará é a Palavra de Deus.
“O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão” (Lucas 21:33). E
também a nossa fé em Jesus Cristo, pois cremos no que está escrito, em Hebreus 13:8:
“Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre”.
Seguimos também uma tendência global. Em especial, na Europa e Estados Uni-
dos, as igrejas históricas, muitas delas batistas, estão vivendo um novo momento. Estas
igrejas estão mudando de nome e expandindo sua influência com a abertura de novos
campi e igrejas.
Como nosso nome anterior era PIB (Primeira Igreja Batista) e outras igrejas em
diferentes cidades usam este nome, precisávamos de um nome que refletisse a visão da
nossa igreja e assim em 2015, nasceu a Igreja da Cidade. Há alguns anos temos usado
este nome para nossas outras igrejas e vimos que era o tempo de unificar esta informa-
ção para nosso povo e para a sociedade em geral.
De fato, nosso nome traz consigo o que enxergamos como missão apostólica: deseja-
mos ganhar todas as pessoas para Jesus e fazer de pessoas comuns, extraordinários discí-
pulos de Cristo, promovendo transformação das cidades e abençoando-as a partir de nosso
contexto de igreja local, seguindo até as nações da Terra e alcançando todos os povos.
Permanecemos ligados à Convenção Batista Brasileira e aliados com as igrejas
coirmãs. Contudo, entendemos que nosso maior compromisso é com a direção do Es-
pírito Santo. Nosso orgulho não é ser uma Igreja Batista ou ser da Igreja da Cidade em
São José dos Campos. Nosso maior orgulho é ser Igreja de Jesus Cristo, o Senhor!
Seguimos na direção mais importante, que é cumprir a Grande Comissão (Mateus
28:19-20) e viver o Grande Mandamento (Marcos 12:30-31) de nosso Senhor Jesus Cris-
to até a Sua volta.
Assim, sabemos que todas as demais questões são apenas meios e, por isso, perio-
dicamente, passamos por processos de ajustes e reajustes. Contudo, seguimos priorita-
riamente cumprido o chamado e obedecendo ao Espírito e à Palavra de Deus, sabendo
que Jesus nunca disse que seria fácil, mas Ele disse: “… eu estarei sempre com vocês, até
o fim dos tempos” (Mateus 28:20).

bem-vindo DEFININDO AS ESTRATÉGIAS | 38


• Inspirando outras igrejas

A Igreja da Cidade tem se conectado a pastores e igrejas de diferentes partes do


Brasil e do mundo e, a cada conversa ou visita, novas ideias surgem e inspiram a nossa
caminhada ministerial. Não há vantagem alguma em andarmos sozinhos – juntos so-
mos melhores! É fácil perceber que as melhores igrejas do mundo nunca vivem isola-
das. Ao contrário, elas sempre estão promovendo atividades que permitam o encontro
com outras igrejas, incluindo seminários, congressos, reuniões de pastores, entre ou-
tros. Por causa dessa realidade espiritual e do desejo de conexão, surgiu a Rede Inspire
de Igrejas, que trabalha pela unidade da igreja brasileira. Pela graça de Deus, a Igreja
da Cidade tem experimentado nos últimos anos um crescimento exponencial, e o que
temos aprendido e vivido aqui, queremos compartilhar com outras realidades locais,
que podem tirar proveito e aprendizado de tais vivências de acordo com o seu contexto
e necessidade.
A rede surgiu após dez anos de apoio às igrejas por meio do Ministério Propósitos
Brasil, realizando conferências nacionais e regionais, editando e disponibilizando re-
cursos e fazendo a mentoria de pastores e líderes evangélicos no Brasil. Com o tempo,
passamos à concretização de uma visão mais ampla e efetiva para o apoio a igrejas,
voltada para as comunidades que desejavam estar mais próximas da realidade da Igreja
da Cidade, inspirando-se em nossos princípios e valores como igreja local.

4. OS EVENTOS CATALISADORES NA IGREJA-FAMÍLIA

Um evento-ponte, como o próprio nome define, tem como meta fazer uma pon-
te, ou seja, gerar diálogo entre a igreja e a comunidade. Apesar de acontecer muitas
vezes, não necessariamente vemos conversões diretas em um evento-ponte. O alvo
principal é iniciar um contato que terá continuidade por meio de outras ações evan-
gelísticas diretas.
Quando existe visão e propósitos definidos, os eventos-ponte são realizados com
excelência e sob muita oração. Eventos são ferramentas poderosas para o engajamento
de pessoas, o estabelecimento de culturas e a propagação de valores. Procuramos rea-
lizar eventos que são movimentos, que geram vida, edificam os salvos da família da fé
ou ganham novas pessoas para Jesus.
Como exemplo, realizamos anualmente em nossa cidade o espetáculo Auto de
Páscoa, que envolve teatro, coro, orquestra, dança e outras expressões artísticas. Per-
cebemos que a nossa região é formada por uma forte tradição cristã católica romana,
ainda que muitas pessoas não sejam praticantes, e isso gera uma abertura muito gran-

bem-vindo DEFININDO AS ESTRATÉGIAS | 39


de na época da Páscoa para que pessoas venham assistir um espetáculo que retrata a
vida de Cristo.
Atualmente, o espetáculo é de grandes proporções, com mais de 600 pessoas em
palco, de grande excelência e qualidade. Nos últimos anos, em oito apresentações, o
público alcançado foi de 40 mil pessoas de nossa cidade, região e até de outros estados
do Brasil. Ele também tem inspirado outras igrejas a desenvolverem a mesma estraté-
gia nas realidades locais, em números que não param de crescer por todo o país, resga-
tando a prática de evangelismo e impacto por ocasião da semana chamada Santa.

bem-vindo DEFININDO AS ESTRATÉGIAS | 40


AULA 05

UMA FORÇA EM
MOVIMENTO
Como igreja, somos um movimento do Céu na Terra, constantemente crescendo,
absorvendo novas dinâmicas e mudando para que seus propósitos sejam cumpridos
na Terra. Por sermos um movimento, somos uma obra inacabada, que sempre
precisará se reinventar e renovar-se para que continue fazendo sentido para as
pessoas e cumprindo sua missão divina e social na Terra.
Carlito Paes

1. A FORMAÇÃO DE NOVOS LÍDERES

Temos como forte missão lapidar constantemente novos líderes, porque acredita-
mos que deles dependerá a renovação, criatividade e vitalidade da igreja no futuro. Esse
processo assegura a doutrina, a prática da Palavra, o testemunho dos santos e a mul-
tiplicação saudável do corpo de Cristo. O papel da igreja em auxiliar nessa formação e
preparo começa pelo discipulado. Porém há, nesse processo de discipulado, um aspecto
muito importante para a vida da igreja: a formação de novos líderes, em especial, que
entenderam o seu chamado específico à liderança pastoral na igreja.
A estes chamamos de vocacionados, que recebam formação teológica em parale-
lo à ministerial, de forma que possam crescer em ambas as áreas sem deixar de servir
a igreja local. Preparamos os vocacionados por meio de um ensino avançado em três
áreas: teológica, ministerial e liderança pastoral.
• A formação teológica dos líderes é essencial para assegurar que a igreja cresça
com maturidade doutrinária e aplique os valores do Reino em suas vidas e nos
locais onde estão inseridos.
• O ensino focado em capacitar os vocacionados na área ministerial faz com que
cada líder conheça seus dons, compreenda a missão que lhes foi dada por Deus e
encaixe-se no lugar adequado para cumprir essa missão com êxito e dedicação.
• A capacitação para a liderança pastoral é importante para que o vocacionado
amplie a sua compreensão sobre a ética cristã, aplicando os princípios da Palavra
em sua vida e na dinâmica ministerial.

Ao aconselhar o seu discípulo Timóteo, o apóstolo Paulo repassa alguns valores


que são inerentes àquele que deve estar à frente do ministério da igreja local:

É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma


só mulher, sóbrio, prudente, respeitável, hospitaleiro e apto para
ensinar; não deve ser apegado ao vinho, nem violento, mas sim
amável, pacífico e não apegado ao dinheiro. Ele deve governar
bem sua própria família, tendo os filhos sujeitos a ele, com toda a

bem-vindo UMA FORÇA EM MOVIMENTO | 42


dignidade. Pois, se alguém não sabe governar sua própria família,
como poderá cuidar da igreja de Deus? Não pode ser recém-con-
vertido, para que não se ensoberbeça e caia na mesma condena-
ção em que caiu o diabo.
1 Timóteo 3:2-6, ARA

• Instituto Propósitos de Ensino

Na nossa realidade local, temos trabalhado com uma plataforma de ensino online,
com cursos avançados de conhecimentos teológicos e de formação ministerial. Hoje, o
IPE atua com três formações principais: a formação em Teologia em formato de curso
superior; o curso Karis, focado no ministério sobrenatural, e o de Psicoteologia, que
trabalha a formação de conselheiros cristãos. O IPE tem sido nosso centro de treina-
mento para os vocacionados na nossa igreja sede, extensões e plantações, bem como
abençoado outras igrejas parceiras e pessoas de todo o Brasil e em outros países.
Quando um vocacionado ao ministério pastoral encerra sua formação teoló-
gica, ele pode ser indicado pelo colegiado ao concílio pastoral. Essa indicação tem
como prerrogativas o reconhecimento do chamado, a liderança local, o caráter e
outras características.
Entendemos que há diversas formas com que as igrejas têm realizado a prepa-
ração e consagração de vocacionados ao ministério. Sabemos que todo cristão é um
ministro, mas que alguns têm um chamado específico para o ministério pastoral, sendo
ele integral ou não.

• IC College

IC College é uma escola ministerial integral e imersiva, com duração de um ano


para a formação de novos líderes. O alvo do IC College é formar líderes conscientes do
seu chamado aqui na Terra, com uma mentalidade empreendedora, ousada e profunda-
mente enraizada na Palavra e no Espírito.
Durante um ano, os alunos estão dedicados a um programa que inclui aulas, men-
torias específicas por áreas de interesse, grupos de ativação profética, estágios minis-
teriais e viagens missionárias, entendendo quais são seus dons e chamados e sendo
levados a os exercerem de forma prática.
A maioria dos alunos são jovens que terminaram o ensino médio e desejam de-
dicar um ano aprofundando sua fé e vocação, bem como universitários que desejam
dedicar este tempo entre ou após seus cursos para serem lapidados em seu chamado.

bem-vindo UMA FORÇA EM MOVIMENTO | 43


É interessante notar que o IC College é algo que a igreja realiza com o foco na nova
geração. Atualmente, temos alunos tanto de nossa própria igreja local, quanto de outras
igrejas do Brasil e alunos do exterior. Há uma relação muito próxima do College com a
juventude, pois um oxigena o outro com novos líderes e oportunidades para servir.
Grandes avivamentos pontuais que ficam apenas em eventos ou personalidades,
acabam por ter focos efêmeros, e são movimentos que poderiam ter impacto e conti-
nuidade muito maiores. A formação de uma escola é uma forma de reconhecer o favor
de Deus em um local e em um tempo específico e valorizá-lo, investindo na formação
de novas pessoas, transferindo visão intencionalmente, multiplicando oportunidades
e cultivando uma cultura.

2. A CULTURA SOBRENATURAL NA IGREJA

O homem não é um ser que vive na Terra uma experiência espiritual. Somos seres
espirituais que vivenciamos na Terra uma experiência humana, de forma breve, tempo-
rária e passageira. Logo retornaremos para a eternidade. A única questão a ser decidi-
da aqui é se viveremos essa eternidade fora ou dentro da presença do Eterno Criador.
Como uma igreja biblicamente saudável, não podemos dispensar a fé sobrenatural para
alcançar e servir as pessoas.

De repente veio do céu um som, como de um vento muito forte,


e encheu toda a casa na qual estavam assentados. E viram o que
parecia línguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada
um deles. E todos ficaram cheios do Espírito Santo (...).
Atos 2:2-4

A natureza da igreja é sobrenatural e cada um dos que a forma tem a presença do


Espírito Santo como línguas de fogo sobre si, o que nos impulsiona individual e coleti-
vamente. Essa expressão não é mais resguardada a sacerdotes, ou a um clero, ou apenas
a alguns escolhidos. Vivemos a cultura do sobrenatural, que só existe com a verdade de
que todos os que estão em Cristo podem vivê-la. Uma das coisas mais importantes para
o ser humano é compreender que ele pode ouvir a voz de Deus e acessar Seus pensa-
mentos a seu respeito.
Ao longo de nossa história como Igreja, aprendemos que a cultura do sobrenatu-
ral não é sobre jargões ou ambientes forçados, pesados e de julgamento; antes, é sobre
liberdade, paternidade, santidade e alegria. Como resultado de uma cultura, novas es-
truturas foram nascendo. Uma das formas pelas quais essa nova cultura foi sendo ins-

bem-vindo UMA FORÇA EM MOVIMENTO | 44


tituída foi quando começamos a receber de Deus a visão dos anos proféticos, há mais
de dez anos:

• 2009, Ano da Restituição;


• 2010, Ano da Santificação;
• 2011, Ano da Compaixão;
• 2012, Ano de Renovação;
• 2013, Ano de Doação;
• 2014, Ano de Consolidação;
• 2015, Ano de Amar;
• 2016, Ano do Crescimento;
• 2017, Ano da Fé;
• 2018, Ano da Intercessão;
• 2019, Ano de Conquistas;
• 2020, Ano da Família e da Palavra;
• 2021, Ano do Avivamento;
• 2022, Ano do Espírito Santo.

Outros fatores impulsionadores foram a leitura do Devocional Diário anual por


toda a igreja, a leitura de livros que nos ensinaram sobre essa cultura, a realização de
jejuns coletivos, campanhas de oração e participações de conferências tanto na nossa
igreja como no exterior, como as realizadas pela Bethel Church em Redding (CA). Tudo
isso tem nos levado ao crescimento espiritual e ao desejo de viver o ministério proféti-
co sobrenatural como algo natural na vida da nossa igreja-família.
A cultura do sobrenatural hoje perpassa toda a igreja, porque está no nosso modo
de pensar, ser e viver a vida cristã, desde os bebês, as crianças, até a terceira idade, nas
áreas administrativas e em cada ministério.

• Entendimento dos dons de governo

Diversas etapas foram vividas nessa transição e plantação natural de uma cultura
do sobrenatural na nossa igreja. Mais recentemente, uma delas trouxe mudanças sig-
nificativas nos ministérios ligados a essa área, que foi o entendimento mais profundo
dos cinco dons de governo, ou dons de Cristo, dados à igreja conforme Efésios 4:11-12:
“E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e
outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do minis-
tério, para que o corpo de Cristo seja edificado (...)”.

bem-vindo UMA FORÇA EM MOVIMENTO | 45


Em 2014, toda a equipe do colegiado pastoral da Igreja da Cidade fez a leitura do
livro Cultura da Honra, do pastor Danny Silk, o que solidificou um novo entendimento
sobre os dons de apóstolo, profeta, pastor, mestre e evangelista, bem como uma cultura
na qual podemos celebrar e incentivar aquilo que o Pai colocou sobre cada filho para a
edificação da sua igreja. Como o autor afirma:

Sem uma expressão completa e madura dessas graças (dons de governo) que
equipam os santos, o povo de Deus não pode ser preparado adequadamente para
receber o que Deus está derramando e liberar isso para o mundo que o cerca.
Danny Silk

• Ministérios proféticos na Igreja da Cidade

Os ministérios proféticos surgiram de forma bastante orgânica na Igreja da Cida-


de. Buscando estabelecer ambientes em que pudéssemos experimentar mais do sobre-
natural e do mover do Espírito Santo, fomentamos neles a participação de pessoas que
foram despontando com interesse e unção para essa atuação. Alguns desses ambientes
iniciais foram as vigílias, culto de avivamento e cura, e adoração com bandeiras em
cultos cujo foco não fosse tão evangelístico.
• Ministério Posso Orar por Você?;
• Ministério Manhãs de Cura;
• Ministério Culto de Avivamento e Cura;
• Ministério Estação Profética;
• Ministério Dom da Presença;
• Ministério de Aconselhamento;
• Cultos de Campanha de 7 Semanas;
• Vigílias de Avivamento;
• Bandeiras Ruah;
• Casa Betel de Oração 24h;
• 24 horas de adoração;
• Portas abertas;
• Ministério Outside,
• Ministério Sozo.

Devemos manter nossa fome por Deus e por Suas manifestações, a exemplo do
que diz Bill Johnson: “Deus, preciso mais do Senhor a qualquer custo”. Acreditamos
que os nossos melhores anos na visão e prática do ministério profético, para dentro e
fora da igreja, ainda estão por vir. Estamos somente no começo, simplesmente porque

bem-vindo UMA FORÇA EM MOVIMENTO | 46


cremos e estamos buscando. Ele é a fonte e deseja encontrar igrejas com essa expecta-
tiva. Existem muitas promessas de Deus sobre a nossa igreja-família em São José dos
Campos, as quais cremos que estão somente começando a se cumprir.
Somos uma igreja biblicamente profética, apostólica e pastoral, que vive em fa-
mília para cumprir o grande mandamento e a grande comissão de Jesus de forma local
e global. Sabemos que a igreja é de Jesus, e não nossa. Somos apenas servos, Ele é o
Senhor. Foi o que Jesus afirmou em Cesareia de Filipe, nos dias do Império Romano: “E
eu lhe digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do
Hades não poderão vencê-la” (Mateus 16:18).

bem-vindo UMA FORÇA EM MOVIMENTO | 47


AULA 06

ALICERCES DA
NOSSA FÉ
Há um só corpo e um só Espírito, assim como a esperança para a
qual vocês foram chamados é uma só; há um só Senhor, uma só
fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos,
por meio de todos e em todos. E a cada um de nós foi concedida a
graça, conforme a medida repartida por Cristo.
Efésios 4:4-7

1. COMO EXERCEMOS A NOSSA FÉ

As crenças não demonstram a sua importância até que sejam traduzidas em ações.
Fundamentados no que a Bíblia ensina, adotamos as seis práticas abaixo:

1. Cremos que a Bíblia é a nossa fonte de Autoridade


Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão,
para a correção e para a instrução na justiça.
2 Timóteo 3:16

2. Cremos na autonomia da igreja local.


Ele é a cabeça do corpo formado pelo seu povo – isto é, sua igreja.
Colossenses 1:18

3. Cremos no sacerdócio (ministério) de cada crente.


E nos constituiu reino e sacerdotes para servir a seu Deus e Pai.
A ele sejam glória e poder para todo o sempre! Amém.
Apocalipse 1:6

4. Cremos na doutrina bíblica dos dízimos e das ofertas.


A responsabilidade de cada crente no sustento da obra da igreja.
Todos os dízimos da terra, seja dos cereais, seja das frutas das árvores,
pertencem ao Senhor; são consagrados ao Senhor.
Levítico 27:30

5. Cremos que a nossa vida precisa ser dirigida pelo Espírito Santo.
Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele,
esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma.
João 15:5

bem-vindo ALICERCES DA NOSSA FÉ | 49


6. Cremos que cada crente deve compartilhar a fé em Jesus
Cristo para as demais pessoas.
Antes, santifiquem Cristo como Senhor no coração. Estejam sempre preparados
para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês.
1 Pedro 3:15

2. NOSSOS ALICERCES

Nossa igreja tem um sólido referencial teológico e doutrinário que nos identifica
como uma igreja evangélica genuinamente bíblica cristã. Esses alicerces, assim como
nossos princípios e a nossa história, também nos dão a identidade de uma igreja
pertencente à Denominação Batista Histórica, filiada à Convenção Batista Brasileira.

• Sobre Deus

Deus é o Criador e Soberano do universo. Ele existe eternamente em três pessoas:


o Pai, o Filho e o Espírito Santo (1 Pedro 1:2; 2; Coríntios 13:14).

Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações,


batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Mateus 28:19

• Sobre Jesus Cristo

Jesus Cristo é o Filho de Deus. Ele é igual ao Pai. Jesus viveu uma vida humana
sem pecado e Se ofereceu a si mesmo, morrendo na cruz, como sacrifício perfeito
pelos pecados de todos os povos. Ele ressuscitou dos mortos depois de três dias, para
demonstrar o Seu poder sobre o pecado e a morte, subiu à glória do Céu e voltará à
Terra para reinar como Rei dos reis e Senhor dos senhores (Mateus 1:22-23; Isaías 9:6).

No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus


e era Deus. Ele estava com Deus no princípio. Todas as coisas
foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe
teria sido feito.
João 1:1-3

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• Sobre o Espírito Santo

O Espírito Santo é igual ao Pai e ao Filho. Ele está presente no mundo para despertar
a consciência dos homens para a necessidade de aceitar a Jesus Cristo. Ele também
passa a habitar em cada cristão a partir da conversão, dá poder para o viver cristão,
entendimento das verdades espirituais e direção para a escolha do que é certo. Dá a
todos os crentes dons espirituais. Como cristãos procuramos viver sob Seu controle.
(Mateus 28:19; Efésios 4:30, 5:18).

Mas, quando o Espírito da verdade vier, ele os guiará a toda a verdade.


Não falará de si mesmo; falará apenas o que ouvir, e lhes anunciará o que está por vir.
João 16:13

• Sobre os Dons Espirituais

Dez verdades sobre os dons:


1. Somente os crentes possuem dons espirituais. “Quem não tem o Espírito não
aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe são loucura; e não é capaz de
entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente” (1 Coríntios 2:14).
2. Todo crente tem no mínimo um dom espiritual.
3. Ninguém tem todos os dons.
4. O mesmo dom não é dado para todos.
5. Os dons espirituais são dados por causa da graça.
6. O Espírito Santo é quem decide qual é o dom entregue (1 Coríntios 12:11).
7. Os dons que são dados são permanentes, “pois os dons e o chamado de Deus são
irrevogáveis” (Romanos 11:29). A manifestação pode cessar por causa do pecado, mas
o dom continua presente.
8. É preciso desenvolver os dons que Deus nos dá. “Não desprezes o dom que há
em ti, o qual te foi dado por profecia” (1 Timóteo 4:14).
9. É pecado desperdiçar os dons que Deus dá (Mateus 25:14-30) “Portanto, que
todos nos considerem como servos de Cristo e encarregados dos mistérios de Deus. O
que se requer destes encarregados é que sejam fiéis” (1 Coríntios 4:1-2).
10. Ao usar dons, Deus é glorificado e há crescimento espiritual (João 15:8).

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• Sobre a Bíblia

A Bíblia é a palavra de Deus para nós. Foi escrita por homens, sob a orientação
sobrenatural do Espírito Santo. É a fonte suprema da verdade para a fé e a prática dos
cristãos. Porque é inspirada por Deus, a Bíblia é a verdade, sem qualquer sombra de erro
(2 Timóteo 3:16; 2 Pedro 1:20-21; Isaías 40:8).

• Sobre os Seres Humanos

As pessoas foram feitas à imagem espiritual de Deus, para serem semelhantes a


Ele em caráter. São a coroa da criação de Deus. Embora todas as pessoas possuam um
tremendo potencial para o bem, todas são marcadas por uma atitude de desobediência
a Deus. Isto se chama pecado. Esta atitude separa as pessoas de Deus e causa muitos
problemas para a vida (Gênesis 1:27; Salmos 8:3-6; Romanos 3:23).

• Sobre a Salvação

A salvação é uma dádiva graciosa de Deus para nós, mas precisamos aceitá-la. Nunca
poderemos nos livrar do pecado por meio de boas obras ou melhora de comportamento.
Apenas confiando em Jesus Cristo como oferta de Deus para o perdão, somos salvos
da condenação dos pecados. Quando deixamos nossa vida desregrada e nos voltamos
para Jesus por meio da fé, somos salvos. A vida eterna começa no momento em que
recebemos Jesus, pela fé, em nossa vida (Romanos 6:23; Efésios 2:8-9; João 14:6).

• Sobre a Segurança

Deus nos dá a vida eterna em Cristo Jesus; o verdadeiro crente está convicto da
salvação para a eternidade. Se você foi genuinamente salvo, não pode perder a salvação.
A salvação é mantida pela graça e pelo poder de Deus, e não pelo esforço próprio do
cristão. A graça e o poder de Deus nos dão segurança (João 10:28-29; 2 Timóteo 1:12; 1
Pedro 1:3-5,1 Coríntios 5:1-5).
1. Uma vez salvo, salvo para sempre.
2. Salvação e vida eterna não podem ser conquistadas (herdadas) e também não
podem ser perdidas.
3. Não somos salvos por causa do que fazemos, mas por confiarmos no que Cristo
fez por nós.

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• SOBRE O BATISMO

A ordenança do batismo foi estabelecida por Jesus como parte da Grande Comissão:
“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai
e do Filho e do Espírito Santo” (Mateus 28:19). Em outra passagem, Jesus depois de
ordenar diz: “Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas. Quem
crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Marcos 16:15-16). A
prescrição do batismo foi, portanto, claramente determinada por Jesus.
A palavra batismo simplesmente é uma transliteração da palavra grega baptisma,
cuja forma verbal é baptizo. O significado primário da palavra é imersão ou submersão.
Logo, o batismo literalmente é pôr debaixo da água.
O batismo é o símbolo do compromisso que o crente assume com Deus, de sua
união com Cristo, da regeneração, da confissão de pecados e também da sua consagração,
a fim de andar em novidade de vida. Com o ato do batismo, a pessoa testemunha o seu
novo nascimento e sua nova identidade em Cristo, fazendo parte da família de Deus. O
batismo está relacionado com vários temas que iniciam a fé cristã:
• O perdão dos pecados (Atos 2:38);
• A regeneração (Tito 3:5; João 3:5);
• Sepultado com Cristo e ressuscitado com ele (Romanos 6:3-4; Colossenses 2:12);
• União com Cristo e unidade com outros crentes (Gálatas 3:27-28),
• Compromisso de pertencer ao Senhor (Lucas 12:8).

Os que devem ser batizados são os que crêem e confessam Jesus Cristo. Isso é
evidente em todas as passagens do Novo Testamento relacionadas ao tema:
• “Os que aceitaram a mensagem foram batizados” (Atos 2:41);
• “No entanto, quando Filipe lhes pregou as boas novas do Reino de Deus e do
nome de Jesus Cristo, creram nele, e foram batizados, tanto homens como mulheres”
(Atos 8:12),
• “Crispo, chefe da sinagoga, creu no Senhor, ele e toda a sua casa; e dos coríntios
que o ouviam, muitos criam e eram batizados” (Atos 18:8).

• SOBRE A CEIA DO SENHOR

Foi instituída por Jesus na época da páscoa dos judeus, como relata o texto bíblico:
“Tomando o pão, deu graças, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: ‘Isto é o meu corpo
dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim’. Da mesma forma, depois da
ceia, tomou o cálice, dizendo: ‘Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em
favor de vocês’” (Lucas 22:19-20). A Ceia é uma autêntica celebração de triunfo, gratidão

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e comunhão com Deus e com a igreja, que se utiliza de símbolos, como o vinho e o pão,
para relembrar o sacrifício de Jesus Cristo e a promessa do vinho novo no Reino do Pai
(Mateus 26:26-29; Marcos 14:17-25; Lucas 22:14-19; 1 Coríntios 10:16-21).

• DÍZIMOS E OFERTAS

O dízimo é um mandamento bíblico que consiste na entrega da primeira décima


parte de todos os rendimentos financeiros, sendo sempre realizado de maneira
proporcional aos recursos recebidos. As Escrituras Sagradas afirmam que esta parte dos
recursos não pertence àquele que faz a entrega, mas ao próprio Deus. Quem não entrega
o dízimo está em pecado e roubando a Deus. Portanto, como o próprio Jesus Cristo
orientou, cabe a todos entregar o dízimo de tudo o que se recebe. Este mandamento
deve ser realizado em qualquer circunstância como um ato de fidelidade e adoração
a Deus. Os dízimos devem ser entregues na igreja local onde o dizimista é cuidado,
ministrado e onde recebe cobertura espiritual (Malaquias 3:10).
A oferta é um ato voluntário de adoração a Deus que consiste na entrega de um
recurso financeiro, um bem material ou serviço dado com o fim específico, de acordo
com o direcionamento do Espírito Santo, sendo esta entrega administrada pelo
ofertante. Ofertar é uma prática espiritual que passou a ser realizada desde as ofertas
de Caim e Abel (Gênesis 4:3-4). Todo aquele que recebe uma direção de Deus para
ofertar, motivado pelo amor e com uma atitude de fé e obediência deverá entregar sua
oferta com alegria generosidade e gratidão (2 Coríntios 9:6-7).

• Sobre a Eternidade

As pessoas foram criadas para viverem para sempre. Podemos viver eternamente
separados de Deus, por causa do pecado, ou eternamente com Deus por meio do perdão
e da salvação. Estar eternamente separados de Deus é inferno. Estar eternamente em
união com Deus é vida eterna. Céu e inferno são realidades da existência eterna (João
3:16; Romanos 6:23; 1 Coríntios 2:7-9).

3. A VIDA CHEIA DO ESPÍRITO SANTO

Deixem-se encher pelo Espírito.


Efésios 5:18

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Vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne.
Gálatas 5:16

O que não é encher-se do Espírito?


• Não é estar recebendo mais do Espírito.
• Não é ter mais tempo de vida cristã.

O viver “cheio do Espírito” deve ser visto como uma posição de boa saúde espiritual.
A saúde pode ser experimentada em qualquer idade, contudo a falta de uma boa saúde
é um impedimento ao crescimento formal, tanto no reino físico quanto no espiritual.
As experiências de “encher-se do Espírito” e “ser batizado com o Espírito” têm sido
frequentemente confundidas. Como esperado, o enchimento acompanhou o batismo
em Atos 2, mas confundi-los é um sério erro que acaba pervertendo ambas verdades
bíblicas. O batismo com o Espírito foi determinado para o dia do novo nascimento. No
dia que a pessoa crê, ela recebe o batismo com o Espírito.

Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo.


Efésios 4:5

Portanto, fomos sepultados com ele na morte por meio do batismo,


a fim de que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante
a glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova.
Romanos 6:4

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SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

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