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INTRODUÇÃO
O uso e a ocupação da terra promovem deterioração da qualidade ambiental nas
bacias hidrográficas urbanas que modificam as características físico-químicas não só
dos corpos d’água, mas também do seu entorno. O crescimento urbano do município de
Imperatriz-MA e da região tocantina maranhense, tal qual acontece em diversas cidades
brasileiras, tem produzido inúmeros problemas socioambientais, tais como: deslizamentos,
alagamentos, inundações, poluição das águas, dentre outros. Esses fatores contribuem
para um ambiente degradado, que nas condições atuais da cidade tendem a piorar. Esse
processo não está sendo contido, mas ampliado à proporção que o limite da mancha
urbana aumenta.
Nas sub-bacias hidrográficas do rio Tocantins, no município de Imperatriz-MA, o
que se pode observar na atualidade é a acentuada modificação antrópica. As sub-bacias
hidrográficas analisadas neste estudo se constituíram, no passado, em fontes disponíveis
de água, porém o crescimento urbano as degrada. As principais formas de agressão das
águas superficiais das sub-bacias do rio Tocantins, no município de Imperatriz, se dão
METODOLOGIA
As sub-bacias hidrográficas do rio Tocantins analisadas foram as dos riachos Bacuri,
Cacau e Capivara. Para a pesquisa foram necessárias as seguintes metodologias: revisão
bibliográfica, estudo de caso, utilização de técnicas de geoprocessamento e métrica de
paisagem.
Área de estudo
A pesquisa delimita o recorte espacial de três sub-bacias do rio Tocantins, que
drenam o perímetro urbano de Imperatriz-MA (Figura 1). A região analisada pertence
à grande bacia hidrográfica do Araguaia-Tocantins, que possui a rede de drenagem de
991,095 km e área total de 1.368,988 km², além de densidade demográfica de 180,8 hab./
km². Todas as sub-bacias se encontram no perímetro urbano de Imperatriz-MA, exceto a
sub-bacia do Cacau, que se distribui nos municípios de Imperatriz, Buritirana, Davinópolis,
Governador Edson Lobão e Senador La Roque, no Maranhão. Os municípios se localizam
na Região Geográfica Intermediaria de Imperatriz, Maranhão, e fazem parte da bacia
hidrográfica do rio Tocantins.
A geomorfologia corresponde a uma área de depressão do médio vale do rio
Figura 1. Localização das áreas de estudos das sub-bacias hidrográficas dos riachos Bacuri, Cacau e
Capivara, Maranhão.
Fonte: Autores (2023).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nesta pesquisa, o período amostral de 1990 e 2020 retratou que as sub-bacias
hidrográficas têm suas classes predominantes e que, no decorrer dos anos, o tamanho das
áreas de ocupação dessas classes sofreu mudanças, sendo que algumas expandiram e
outras retraíram (Tabela 1).
Figura 2. Uso e da cobertura da terra, nos anos de 1990 e 2020, nas sub-bacias hidrográficas dos
riachos Bacuri, Cacau e Capivara, no Maranhão.
Fonte: Autores (2023).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No período amostral dessa pesquisa, 1990 e 2020, as sub-bacias analisadas em
todos os cenários demonstraram redução da formação florestal (áreas com predomínio do
estrato arbóreo e com formação de dossel). Esse fato é corroborado pelo desmatamento,
para a instauração da cultura da agropecuária representada pela classe de mosaico de
agricultura e pastagem. Além da perda da vegetação nativa (floresta e savânica) e a
introdução de pastagem e lavouras temporárias, também se constatou a expansão da área
urbana (mancha urbana), acompanhada pelos investimentos econômicos na região.
Neste estudo, constatou-se que as sub-bacias do Bacuri e Capivara apresentam
de 70% a 80% do território ocupado pela urbanização desordenada. Esse cenário pode
dificultar a restauração desses cursos d’água, além de provocar impactos socioambientais
como inundações, perdas econômicas e proliferação de doenças pela falta de saneamento
ambiental inadequado.
Por meio da utilização da ferramenta LecoS foi possível determinar as unidades de
paisagem e a métrica do uso e da cobertura da terra ao longo de trinta anos. Os dados
fornecem informações sobre a qualidade ambiental das sub-bacias e podem ter importância
para pesquisas futuras e na gestão desses corpos d’água.
AGRADECIMENTOS
Os pesquisadores agradecem ao financiamento das bolsas de Iniciação Cientifica,
à Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico
do Maranhão (FAPEMA) e à Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão
(UEMASUL).
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