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Rem: Revista Escola de Minas

ISSN: 0370-4467
editor@rem.com.br
Escola de Minas
Brasil

Teixeira Lima Neto, Raimundo; Ribeiro Mendonça, Luiz Alberto; Araujo Pereira, José de; Viana de
Sousa, Claire Anne; Brito Gonçalves, José Yarley de; Frischkorn, Horst
Análise morfométrica e ambiental da microbacia hidrográfica do rio Granjeiro, Crato/CE
Rem: Revista Escola de Minas, vol. 61, núm. 3, julio-septiembre, 2008, pp. 365-369
Escola de Minas
Ouro Preto, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=56416454015

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Raimundo Teixeira Lima Neto et al.
Engenharia Civil

Análise morfométrica e ambiental da


microbacia hidrográfica do rio Granjeiro,
Crato/CE
(Morphometric and environmental analyses of the Granjeiro
river micro basin, Crato/ CE)
Raimundo Teixeira Lima Neto Claire Anne Viana de Sousa
Graduado. Tecnólogo em Saneamento Ambiental MSc., Geóloga da Companhia de Gestão dos
pela Faculdade de Tecnologia CENTEC - Unidade Recursos Hídricos do Ceará (COGERH - Crato)
Cariri. E-mail: tedvadioacopis@hotmail.com E-mail: claireviana@yahoo.com.br

Luiz Alberto Ribeiro Mendonça José Yarley de Brito Gonçalves


Dr., Professor Adjunto do Curso de Engenharia Civil Graduado. Geólogo da COGERH - Crato
da UFC - Campus Cariri. E-mail: larm@ufc.br E-mail: larm@ufc.br

Horst Frischkorn
José de Araujo Pereira Dr., Professor Adjunto do Departamento de
MSc., Professor do CEFET/CE - Unidade Juazeiro Engenharia Hidráulica e Ambiental da UFC
do Norte. E-mail: araujo@cefet-ce.br E-mail: cariri@ufc.br

Resumo Abstract
As ações antrópicas na microbacia hidrográfica do Human activity in the micro basin of Granjeiro river,
rio Granjeiro, município do Crato, Ceará, estão levando a in the township of Crato/ Cariri, Ceará causes excessive
excessivo escoamento superficial, que produz assorea- runoff, producing sediment deposition in watercourses
mento dos cursos d’água e enchentes nos bairros por and causing floods along the river. In this investigation
onde o rio passa. Nesse trabalho, objetivou-se entender we try to understand the environmental impacts on the
os impactos ambientais no comportamento hidrológico hydrology of the area through: (i) a morphometric
da área através: (i) da caracterização morfométrica da mi- characterization of the Granjeiro river micro basin and
crobacia do rio Granjeiro e de duas microbacias adjacen- two adjacent ones, (ii) a comparison of the
tes, (ii) da comparação dos parâmetros morfométricos das morphometric parameters for the three micro basins,
(iii) an environmental evaluation of the Granjeiro micro
três microbacias, (iii) da avaliação ambiental da microba-
basin and (iv) a correlation of environmental impacts
cia do rio Granjeiro, e (iv) da correlação dos impactos
and morphometric parameters. Morphometric
ambientais avaliados com os parâmetros morfométricos.
characterization is made through parameters that
A caracterização morfométrica foi feita através de parâ-
describe the geometry of the basin, its drainage system
metros que caracterizam a forma da bacia, o sistema de and its relief. Environmental evaluation is based on the
drenagem e o relevo. A avaliação ambiental foi feita a spot diagnoses. According to morphometry, the
partir de um diagnóstico da área. Constatou-se, pela mor- Granjeiro micro basin should be less floods prone than
fometria, que a microbacia do rio Granjeiro deveria ser a the outher two. However, antropic environmental
menos propensa a cheias, mas os problemas ambientais problems invert this order transferring a higher
por ações antrópicas contribuem com a inversão do qua- incidence of floods to the first. In order to minimize
dro. Para minimizar os impactos ambientais, são sugeri- environmental impacts, actions through structural and
das ações através de medidas estruturais e não-estrutu- non-structural measures, in accordance with social-
rais, compatíveis com a realidade sócio-ambiental local. environmental local reality, are proposed.
Palavras-chave: Análise morfométrica, rio Granjeiro, Keywords: Morphometric analysis, Granjeiro river,
impactos ambientais. environmental impacts.

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Análise morfométrica e ambiental da microbacia hidrográfica do rio Granjeiro, Crato/ CE

1. Introdução Christofoletti (1970) ressalta que quente subúmido e, no vale, do tipo tro-
análises morfométricas relacionadas à pical quente semi-árido brando, com pre-
O rio Granjeiro é o rio principal da drenagem, ao relevo e à geologia podem cipitação média anual de, aproximada-
microbacia 03 da sub-bacia hidrográfica levar à elucidação e compreensão de di- mente, 1.090 mm.
do rio Salgado, que drena parte do muni- versas questões associadas à dinâmica
cípio do Crato/ CE e é afluente do rio ambiental local. No entanto, é importan- Nessa área, encontram-se, princi-
Jaguaribe (COGERH, 1999). Ele nasce na te frisar que os índices determinados na palmente, solos dos tipos aluviais, la-
encosta da Chapada do Araripe (com tossolos vermelho-amarelo e podzólico
análise morfométrica, isoladamente, não
declividade elevada, >70%) e possui vermelho-amarelo.
são capazes de simplificar a complexa
talvegue de 8,0 a 0,1% (IBGE, 1999).
dinâmica de uma bacia hidrográfica, que
No topo da chapada aflora a forma- tem forte variação temporal.
ção geológica Exu, composta, basica- 2.2 Parâmetros
mente, de arenitos quartzosos, em geral morfométricos
caulínicos. Nas três microbacias anali- 2. Material e método
sadas, essa área é protegida na Floresta Maiores detalhes sobre a metodo-
Nacional do Araripe. Na encosta da cha-
2.1 Área de trabalho logia adotada nesse trabalho encontram-
pada, sotopostas à formação Exu, de A Figura 1 mostra as microbacias se na literatura especializada de Villela e
cima para baixo, afloram as formações hidrográficas dos rios Granjeiro (com de- Mattos (1975), Lima (1986) e Silva et alii
Arajara e Santana. A primeira composta, clividade principal a sudoeste), Batatei- (2004).
basicamente, de arenitos finos, siltitos e ra (a noroeste do rio Granjeiro) e Saco (a Os dados utilizados no cálculo dos
argilitos e a segunda, por calcário, gipsi- sudeste do rio Granjeiro), no município parâmetros morfométricos das três mi-
ta e folhelhos. No Vale do Cariri, soto- do Crato, sul do Estado do Ceará, locali- crobacias hidrográficas, como a delimi-
posto à formação Santana, aflora a for- zadas entre as coordenadas 7° 10’ 44’’ e tação dos divisores de águas, os perí-
mação Rio da Batateira, composta, basi- 7° 17’ 57’’ de latitude sul e 39° 29’ 42’’ e metros, as áreas de drenagem e o com-
camente, por arenitos com intercalações 39° 21’ 31’’ de longitude oeste de primento total dos cursos d’água, foram
de lentes de argila e folhelhos. Ainda no Greenwich.
vale, encontram-se os sedimentos aluvi- feitos com uso do aplicativo AutoCad a
ais (DNPM, 1996). Segundo o IPECE (2007), na encos- partir do mapa georreferenciado da área
ta da Chapada, o clima é do tipo tropical na escala 1:70.000.
Na região, as chuvas são distribuí-
das, principalmente, entre uma pré-esta-
ção e uma estação chuvosa. A pré-esta-
ção, de dezembro a janeiro, contribui com
23% da precipitação anual e a estação
chuvosa, de fevereiro a maio, com 62%
(INMET, 1993).
Na sub-bacia do rio Salgado, os rios
e riachos são intermitentes, mas, em al-
guns lugares, são perenizados por nas-
centes na encosta da Chapada do Arari-
pe, ou, ainda, por águas superficiais ar-
mazenadas em açudes.
Para entender os impactos ambien-
tais ocorridos na microbacia hidrográfi-
ca do rio Granjeiro, serão feitas uma ca-
racterização morfométrica e uma avalia-
ção ambiental. Através da morfometria,
serão obtidos índices quantitativos, os
quais auxiliarão nos estudos hidrológi-
cos da microbacia hidrográfica e no en-
tendimento dos impactos ambientais ve-
rificados. Serão, também, determinados
os parâmetros morfométricos de duas
microbacias adjacentes para fins com- Figura 1 - Localização da área de trabalho (P: perímetro, A: área, L: comprimento total
parativos. dos cursos d’água).

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Raimundo Teixeira Lima Neto et al.
2.2.1 Forma da bacia • Densidade de drenagem (Dd): deter- 3. Avaliação ambiental
Esse parâmetro é um dos mais difí- minada pela razão entre o comprimen-
A avaliação ambiental da microba-
ceis de expressar em termos quantitati- to total dos cursos d’água de uma
cia hidrográfica do rio Granjeiro foi feita
vos, podendo ser representado pelos bacia (∑ l ) , sejam eles intermiten-
i a partir da identificação, em campo, dos
índices: impactos ambientais e de suas causas.
tes ou perenes, e a área total da mes-
• Coeficiente de compacidade (Kc): de- ma (A).
terminado através da razão entre pe-
rímetro da bacia (P) e o de um círculo 4. Resultados e
( )
de área igual a da bacia 2 πA , dado
2.2.3 Relevo da bacia discussão
( ) 4.1 Parâmetros morfométricos
As características do relevo de uma
pela expressão Kc = 0,28 P A , bacia podem ser avaliadas através das
onde P e A são, respectivamente, o declividades médias: A Figura 1 mostra a delimitação das
perímetro (em km) e a área da bacia microbacias dos rios Granjeiro, Batateira
(em km²). • Da bacia ( D ): determinada através e Saco, com seus respectivos perímetros,
do método das quadrículas, que áreas e comprimentos dos cursos d’água.
• Fator de forma (Ff): determinado atra-
consiste em lançar uma malha qua- A Tabela 1 mostra a síntese dos parâme-
vés da razão entre a largura média da
tros morfométricos obtidos para as três
()
driculada sobre o mapa topográfico
bacia L e o comprimento axial do da bacia, com os pontos de interse- microbacias analisadas.
curso d’água (L); a largura média é ção das linhas assinalados; em cada Quanto à forma das bacias, apesar
obtida pela divisão da área por L, que ponto, a partir das curvas de níveis, de os coeficientes de compacidade (Kc)
é obtido medindo-se o curso d’água determina-se uma declividade; após estarem muito próximos (1,65 para a mi-
mais longo, desde a cabeceira mais a determinação da declividade dos crobacia do rio Granjeiro; 1,53 para a do
distante até o exutório. pontos, constrói-se uma tabela de rio Batateira; 1,43 para a do rio Saco),
distribuição de freqüência, tomando- esses valores associados ao fator de for-
se uma amplitude para as classes, de ma (Ff) indicam que a microbacia do rio
2.2.2 Sistema de drenagem onde se calcula a declividade média Granjeiro é a mais irregular quanto à for-
Segundo Horton (1945) e Strahler da bacia. ma (maior Kc) e a mais estreita e alonga-
(1957), as características de uma rede de da (menor Ff) entre as três microbacias,
drenagem podem ser descritas pelos ín- • Do rio principal ( d ): obtida através indicando que há menor possibilidade
dices: da média harmônica ponderada da raiz de ocorrência de chuvas intensas co-
quadrada das declividades dos diver- brindo simultaneamente toda área.
• Razão de bifurcação (Rb): determina-
do com base na ordem dos cursos sos trechos retilíneos, tomando-se
como peso a extensão de cada trecho, Quanto ao sistema de drena-
d’água (u) e na contagem das mes-
gem, as densidades de drenagem
mas (Nu), a partir da construção do
gráfico Nu x u, de onde obtém-se a
d = [∑ l ∑ (l
i i di )] , onde l é
2
(Dd) indicam que as três microba-
a extensão de cada trecho do rio e di, cias são medianamente drenadas
reta de correlação Nu = a + bu, da
a declividades dos diversos trechos (0,5 km/km² < Dd < 3,0 km/km², segundo
qual define-se a razão de bifurcação
Rb = b = ΔNu/Δu. retilíneos. Vilela & Mattos, 1975).

Tabela 1 - Síntese dos parâmetros morfométricos obtidos para as microbacias dos rios Granjeiro, Batateira e Saco. (Kc: coeficiente
de compacidade, Ff: fator de forma, Dd: densidade de drenagem, Rb: razão de bifurcação, D : declividade média da

microbacia e d : declividade média do rio principal).

Forma Sistema de drenagem Relevo


Microbacia
Kc Ff Dd Rb D (m/m) d (m/m)
Rio Granjeiro 1,65 0,1 1,02 -1,0 0,0679 0,0141

Rio Batateira 1,53 0,2 0,85 -4,0 0,1076 0,0062

Rio Saco 1,43 0,3 0,94 -2,5 0,1068 0,015

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Análise morfométrica e ambiental da microbacia hidrográfica do rio Granjeiro, Crato/ CE
Apesar de os valores de Dd esta- sas, citadas a seguir, corroboram com os num canal de concreto estreito, com
rem muito próximos e dentro do interva- problemas citados por Sousa et alii (2006). elevado risco de extravasamento
lo proposto para bacias medianamente (Figura 2c).
Identificação dos problemas ambi-
drenadas (1,02 km/km² para a microbacia
do rio Granjeiro; 0,85 km/km² para a do entais: • Lançamento de esgotos e a disposi-
rio Batateira; 0,94 km/km² para a do rio ção inadequada de resíduos sólidos
• Ocupação irregular nas áreas de
Saco), esses valores, associados aos da dentro do canal, causando poluição
preservação permanente nas pro-
razão de bifurcação (Rb), indicam que a das águas e poluição visual (o lança-
ximidades da encosta da Chapada
microbacia do rio Granjeiro é a menos mento de esgotos residenciais no
(Figura 2a).
propensa a cheias entre as três por pos- canal do rio Granjeiro chegou a pro-
suir maior Rb. • Desmatamento na encosta da Cha- duzir uma voçoroca, conhecida como
pada e retirada da mata ciliar ao lon- vulcãozinho (Ribeiro & Guerra,
Quanto ao relevo das bacias, a mi- go dos rios e riachos, causando des- 2003)).
crobacia do rio Granjeiro possui menor lizamentos e assoreamento dos cur-
• Incompatibilidade da atual situação
declividade média ( D ) entre as três, in- sos d’água.
do canal do rio Granjeiro com a reali-
dicando que a mesma deveria apresen- • Impermeabilização nos interflúvios dade ambiental invariável (as mudan-
tar escoamento superficial mais lento e devido à urbanização crescente ças bruscas na declividade dos tal-
maior tempo de concentração. Essa con- (Figura 2b), reduzindo a infiltração e vegues do rio Granjeiro e seus aflu-
dição indica que os tributários conduzi- aumentando o escoamento superfi- entes, considerados de alta declivi-
rão água para o rio principal de forma cial, muitas vezes tornando trágica a dade nas nascentes da encosta da
mais lenta. Esse maior tempo de concen- quadra chuvosa da região, que vai serra e baixa declividade no Vale do
tração deveria contribuir também com
de fevereiro a maio (Figura 2d). Cariri).
uma maior infiltração nos arenitos da for-
mação Rio da Batateira, que compõem a • Impermeabilização da área de inun- • Existência de um canal conhecido
geologia da bacia no vale, bem como com dação do rio Granjeiro na zona urba- como Levada do Lameiro, que trans-
a evaporação, contribuindo com uma na, onde o rio encontra-se contido põe parte das águas da fonte Bata-
menor chegada de água por escoamento
superficial ao rio Granjeiro, que é o prin-
cipal.
Com relação à declividade média do
rio principal ( d ), entre os quatro rios
analisados, o rio Granjeiro possui 0,0141
m/m, valor muito próximo da declividade
do rio Saco que é de 0,0150 m/m. Isto in-
dica que o rio Granjeiro deve conduzir
água com maior velocidade que, por exem-
plo, o rio Batateira, que possui declivi-
dade média de 0,0062 m/m. Mas, como (a) (b)
os tributários do rio Granjeiro contribu-
em lentamente para ele, esse efeito de-
veria ser minimizado.
Com base nessa análise, pode-se
observar que a microbacia do rio Gran-
jeiro deveria ser a menos propensa a chei-
as. Mas os problemas identificados na
avaliação ambiental contribuem com a
inversão do quadro, tornando-a mais
propensa a cheias.
(c) (d)
4.2 Avaliação ambiental
Figura 2 - Ocupação irregular nas áreas de preservação permanente (a),
A identificação dos problemas am- impermeabilização dos interflúvios devido à urbanização crescente (b), rio Granjeiro
bientais e a determinação de suas cau- contido num canal de concreto estreito (c) e quadra chuvosa trágica (d).

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Raimundo Teixeira Lima Neto et al.
teira, localizada na microbacia vizi- mais detalhada; as condições socioeco- IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e
nha, e que, durante o período chu- nômicas da população; a qualidade da Estatística. Diagnóstico ambiental da
voso, também faz transferência de água; as características da flora e fauna; bacia do rio Jaguaribe: diretrizes gerais
entre outras. Esse detalhamento resulta- para a ordenação territorial. Luiz Carlos
cheias para o rio Granjeiro. A capaci-
Soares Gatto (Supervisor). Salvador:
dade máxima do canal é de 163 m³/h. rá num diagnóstico integral mais amplo,
IBGE, Diretoria de Geociências e 1ª
Durante o período seco, a vazão li- que possibilite a geração de um banco Divisão de Geociências do Nordeste -
berada para irrigação é de, aproxima- de dados para determinar, não só os fa- DIGEO 1/NE.1, 1999. 77p.
damente, 35 m³/h. No período chu- tores naturais, mas, também, os fatores INMET. Normais climatológicas, 1961 -
voso, essa vazão é acrescida do es- sócio-ambientais que contribuem para 1990. Brasília: INMET, 1993.
coamento superficial, podendo atin- degradação da área. Esse diagnóstico IPECE - Instituto de Pesquisa e Estratégia
gir a capacidade máxima. Mas, como deverá incluir as demais microbacias que Econômica do Ceará. Perfil Básico
não apresentaram cheias no baixo Municipal, 2004. Disponível em: <http:/
não há monitoramento do canal, por
curso, mas que englobam parte da zona /www.ipece.ce.gov.br>. Acesso: Maio/
parte dos usuários, ele é gradativa- 2007.
mente obstruído pelo transporte de urbana.
LIMA, W. P. Princípios de hidrologia
sedimentos. Assim, dependendo do florestal para o manejo de bacias
grau de obstrução e da intensidade hidrográficas. Piracicaba, SP: Escola
da chuva, ele pode contribuir com 5. Agradecimentos Superior de Agricultura “Luiz de
significativa vazão. À Faculdade de Tecnologia Queiroz” (ESALQ), 1986. 242 p. (Texto
básico para a disciplina “Manejo de
CENTEC - unidade do Cariri e à Compa-
Determinação das causas dos pro- Bacias Hidrográficas”).
nhia de Gestão dos Recursos Hídricos
blemas ambientais identificados: RIBEIRO, S. C., GUERRA, A. J. T. Fatores
do Estado do Ceará (COGERH), pelo sócio-ambientais na aceleração de
• Plano diretor urbano incompatível com acolhimento e incentivo na elaboração processos erosivos em áreas urbanas: o
a hidrologia e hidráulica da microbacia. desse trabalho. bairro Seminário, Crato/CE. Revista do
Departamento de Geografia – GEO
• Urbanizações progressivas, feitas
UERJ, número especial, p. 1827-1829,
sem planejamentos e disciplinamen-
to do uso e ocupação do solo, ocu-
6. Referências 2003.
SILVA, A. M. et alii. Erosão e
pando com quase totalidade a micro- bibliográficas hidrossedimentologia em bacias
bacia do rio Granjeiro. CHRISTOFOLETTI, A. Análise hidrográficas. São Carlos: RIMA,
morfométrica de bacias hidrográficas no 2004.140p.
• Ocorrência de vazões de pico extra- Planalto de Poços de Caldas. Rio Claro: SOUSA, C. A. V. et alii. Análise preliminar
ordinárias, acima do valor máximo Instituto de Geociências, Universidade de riscos ambientais devido a expansão
considerado para a capacidade das Estadual Paulista, 1970. 375f. (Tese de urbana na microbacia hidrográfica do rio
obras de drenagem. Livre Docência). Granjeiro no município do Crato - CE.
COGERH - Companhia de Gestão dos In: SIMPÓSIO ÍTALO BRASILEIRO
• Falta de órgão gestor e coordenador Recursos Hídricos do Estado do Ceará. DE ENGENHARIA SANITÁRIA E
para a drenagem urbana. Plano de gerenciamento das águas da AMBIENTAL, 8. Fortaleza. Anais... Rio
bacia do rio Jaguaribe. Fortaleza: 1999. de Janeiro: ABES, 2006.
• Falta de conscientização da popula- CD-ROM. STRAHLER, A. N. Quantitative analysis of
ção com o problema de drenagem e DNPM. Projeto avaliação hidrogeológica watershed geomorphology. American
com o lançamento de esgotos e resí- da bacia sedimentar do Araripe. Recife: Geophysical Union, Transactions, v. 38,
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rias e canais. HORTON, R. E. Erosional development of VILLELA, S. M., MATTOS, A. Hidrologia
streams and their drainage basins: aplicada. São Paulo: McGraw-Hill do
• Falta de investimento, tanto no pla- hydrophysical approach to quantitative Brasil, 1975. 245p.
nejamento, como na execução de ma- morphology. Geological Society of
nutenção de obras civis. America Bulletin, New York, v. 56, Artigo recebido em 24/05/2007 e
p. 807-813, 1945. aprovado em 14/05/2008.
• Ocupação irregular do solo, sem um
programa de controle de erosão.
• Falta de controle e fiscalização de áre-
as ocupadas e de obras irregulares.
Para uma melhor avaliação das con-
dições ambientais da área, deve-se fazer
um diagnóstico sócio-ambiental que con-
temple os impactos ambientais de forma

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