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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO TRÊS RIOS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE - DCMA

FEIÇÕES EROSIVAS NA SUB-BACIA DO BAIRRO MONTE


CASTELO, TRÊS RIOS-RJ

Alessandra Cordeiro dos Santos

ORIENTADOR: Prof.ª. Drª. Patrícia Anselmo Duffles Teixeira

TRÊS RIOS - RJ
SETEMBRO – 2022
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO TRÊS RIOS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE - DCMA

FEIÇÕES EROSIVAS NA SUB-BACIA DO BAIRRO MONTE


CASTELO, TRÊS RIOS-RJ

Alessandra Cordeiro dos Santos

Monografia apresentada ao curso de Gestão Ambiental,


como requisito parcial para obtenção do título de bacharel
em Gestão Ambiental da UFRRJ, Instituto Três Rios da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

TRÊS RIOS - RJ
SETEMBRO – 2022
Cordeiro Santos, Alessandra,1998-
Feições Erosivas na Sub-bacia do Bairro Monte Castelo, Três Rios -RJ/
Alessandra Cordeiro dos Santos. - 2022.

58f.:figs., tabs.

Orientadora: Patrícia Anselmo Duffles Teixeira. Monografia (bacharelado) –


Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto Três Rios.
B
Bibliografia: f. 52-58.

1.Risco geológico. 2.Deslizamentos. 3.Sub-bacia.4.Desastres naturais.


I.Santos, Alessandra Cordeiro. II. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Instituto Três Rios. III. Título.
T
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO TRÊS RIOS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE - DCMA

FEIÇÕES EROSIVAS NA SUB-BACIA DO BAIRRO MONTE


CASTELO, TRÊS RIOS-RJ

Alessandra Cordeiro dos Santos

Monografia apresentada ao Curso de Gestão Ambiental


como pré-requisito parcial para obtenção do título de
bacharel em Gestão Ambiental da Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro, Instituto Três Rios da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Aprovada em / /

Banca examinadora:

__________________________________________
Orientadora Profª. Dra. Patrícia Anselmo Duffles Teixeira.

__________________________________________
Profª. Dra. Olga Venimar de Oliveira Gomes.

_____________________________________________
Prof. Dr. Sady Júnior Martins da Costa de Menezes.

TRÊS RIOS – RJ
SETEMBRO – 2022
Dedicatória

Dedico meu trabalho à minha Mãe, mulher guerreira que


desde o início me incentivou e motivou nos estudos para que eu
chegasse até aqui.
AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente a Deus por me conceder saúde, determinação e oportunidade para que
um dos meus objetivos fossem alcançados, e por me permitir ultrapassar todos os obstáculos
encontrados ao longo do curso.

À minha Mãe Marli Cordeiro pelo amor, ensino e por sempre me incentivar e motivar nos
estudos. Ao meu sobrinho Otavio Emanoel Cordeiro pela motivação e alegria incondicional
que me proporciona a cada dia.

À minha irmã Laisa Cordeiro, por todo apoio.

Ao meu melhor amigo Mateus Martins, que sempre esteve ao meu lado, pela amizade e apoio
demonstrado ao longo desses anos.

Agradeço à minha família, em especial ao meu tio Jorge Pinho por todo apoio e incentivo que
muito contribuíram para que eu chegasse até aqui.

À minha Orientadora Patrícia Anselmo Duffles por todo apoio, dedicação e paciência ao longo
do meu projeto final. E Por partilhar comigo todo o seu conhecimento.
Agradeço também a todos professores pelos ensinamentos e incentivo em cada fase do curso.
Gostaria de deixar também, um agradecimento especial ao Professor Fábio Souto.

Aos amigos do curso, que sempre estiveram ao meu lado, pela amizade e pelo apoio
demonstrado ao longo de todos esses anos.

Agradeço a todos que participaram da minha vida, incentivando e apoiando, que contribuíram
para a minha formação.

Agradeço a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro por permitir e proporcionar ensino
de qualidade.

Obrigada!!!
RESUMO
Um dos fatores que contribuem com áreas de deslizamentos é o processo de erosão, que pode
induzir ou acelerar fenômenos naturais e situações de riscos geológicos. O risco geológico diz
respeito entre a relação e a probabilidade de um evento geológico potencialmente danoso
ocorrer e a vulnerabilidade, ou seja o grau de suscetibilidade relacionado com as condições
físicas, sociais, econômicas e ambientais dos elementos expostos. As áreas desvalorizadas do
espaço urbano são as ambientalmente mais frágeis à ocupação e susceptíveis ao
desenvolvimento de processos de dinâmica superficial desencadeadores de risco. Atualmente a
utilização de tecnologias nas ações de redução de riscos tem avançado devido a criação da Lei
12.608/12. Dados indicam a existência de 27660 áreas de risco no Brasil, sendo a Região
Sudeste a apresentar o maior número de Áreas de Risco. O presente trabalho tem como objetivo
identificar feições erosivas que podem caracterizar algum risco geológico na Sub-bacia
hidrográfica do bairro Monte Castelo no Município de Três Rios-RJ. Para alcançar tal objetivo,
realizou-se uma pesquisa bibliográfica e documental, levantamento de dados através de visitas
de campo e análise de imagens de satélite. Afloramentos de rochas já intemperizadas do
complexo Quirino foram observadas em alguns pontos da área de estudo. Identificou-se que o
uso do terreno na Sub-bacia divide-se em 38% ocupação urbana, 41% em áreas de pastagem e
21% vegetação em estágio inicial de regeneração. Foram identificados 16 pontos de ocorrência
de feições erosivas, dentre elas feição laminar, em sulcos, ravinas e voçorocas, além de queda
de blocos e erosão em cunha. A ocorrência das feições erosivas divide-se em: 8 em áreas de
pastagem, 7 em área urbana e 1 em área de vegetação. Verificou-se que a falta do correto
direcionamento das águas pluviais nas residências favorece o aparecimento e desenvolvimento
das feições erosivas. Em relação a suscetibilidade a movimento de massa, a Sub-bacia apresenta
áreas com grau de média a alta que correspondem as áreas de pastagem que são atingidas por
queimadas anuais e as colinas suaves com cortes íngremes para a instalação de casas e estradas
normalmente com pouca ou nenhuma vegetação. Já as áreas de baixa suscetibilidade
correspondem a área edificada/urbana e de vegetação, no qual não apresentaram ocorrência de
feições erosivas. Conclui-se que os dados do presente estudo podem contribuir para a
delimitação do plano diretor com vista no planejamento urbano do bairro Monte Castelo. A
adoção de medidas mitigadoras são de suma importância na área de estudo.

Palavras-chave: Risco geológico, Deslizamentos, Sub-bacia.


ABSTRACT
One of the factors that contribute to areas of landslides is the erosion process, which can induce
or accelerate natural phenomena and situations of geological risks. The geological risk concerns
between the relationship and the probability of a potentially harmful geological event occurring
and vulnerability, i.e. the degree of susceptibility related to the physical, social, economic and
environmental conditions of the exposed elements. The devalued areas of urban space are the
most environmentally fragile to occupation and susceptible to the development of risk-
triggering surface dynamics processes. Currently the use of technologies in risk reduction
actions has advanced due to the creation of Law 12.608/12. Data indicate the existence of 27660
risk areas in Brazil, with the Southeast region presenting the highest number of Risk Areas. The
present work aims to identify erosive features that may characterize some geological risk in the
sub-basin of the Monte Castelo neighborhood in the municipality of Três Rios-RJ. To achieve
this goal, a bibliographic and documentary research, data collection through field visits and
analysis of satellite images was carried out. Outcrops of already weathered rocks of the Quirino
complex were observed at some points in the study area. It was identified that the use of land
in the Sub-basin is divided into 38% urban occupation, 41% in pasture areas and 21% vegetation
in the initial stage of regeneration. We identified 16 points of occurrence of erosive features,
among them laminar features, in grooves, ravines and gullies, in addition to falling blocks and
wedge erosion. The occurrence of erosive features is divided into: 8 in pasture areas, 7 in urban
area and 1 in vegetation area. It was verified that the lack of correct direction of rainwater in
homes favors the appearance and development of erosive features. Regarding susceptibility to
mass movement, the Sub-basin presents areas with a medium to high degree that correspond to
the pasture areas that are hit by annual fires and the soft hills with steep cuts for the installation
of houses and roads normally with little or no vegetation. On the other hand, the areas of low
susceptibility correspond to the built/urban area and vegetation, in which there was no
occurrence of erosive features. It is concluded that the data of the present study can contribute
to the delimitation of the master plan with a view to the urban planning of the Monte Castelo
neighborhood. The adoption of mitigating measures are of paramount importance in the area of
study.
Keywords: Geological Risk, Landslides, Sub-basin.
LISTA DE ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS

CEMADEN – Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais

CONPDEC-Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil

CPRM – Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IPT-Instituto de Pesquisas Tecnológicas

MDE – Modelo Digital de Elevação

NASA- Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço

PNPDEC-Política Nacional de Proteção e Defesa Civil

SIG – Sistema de Informações Geográficas

SINPDEC-Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil

SRTM -Shuttle Radar Topography Mission

UTM - Universal Transversa de Mercator


LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Processo esquematizado de erosão hidrica. ........................................................... 17


Figura 2. Mapa de localização da Sub-bacia hidrográfica do Bairro Monte Castelo. ............ 22
Figura 3. Mapa de Suscetibilidade no Município de Três Rios, em destaque para a Sub-bacia
do Monte Castelo. ................................................................................................................ 24
Figura 4. Afloramento de Rochas do Complexo Quirino observadas na Sub-bacia. ............. 26
Figura 5. Rocha com espessos níveis de quatzo-feldspáticos, e composição granítica
(Complexo Quirino). ............................................................................................................ 26
Figura 6. Ocupação Urbana na Sub-bacia. ........................................................................... 27
Figura 7. Área de pastagem na Sub-bacia. ........................................................................... 27
Figura 8. Vegetação em estágio inicial de regeneração na Sub-bacia. .................................. 27
Figura 9. Árvores dispersas em meio ao pasto. .................................................................... 27
Figura 10. Mapa com feições erosivas passíveis de serem observadas na Sub-bacia do bairro
Monte Castelo. ..................................................................................................................... 28
Figura 11. Mapa com os pontos de feições erosivas na Sub-bacia. ....................................... 30
Figura 12. Mapa mostrando a localização de algumas das feições erosivas na Sub-bacia. .... 31
Figura 13. Feição laminar em área de pastagem. ................................................................. 32
Figura 14. Feição laminar com sulcos. ................................................................................ 32
Figura 15. Cortes em bancadas para retardar o avanço das feições erosivas. ........................ 33
Figura 16. Ponto 15- Feições em sulcos próximas a residências........................................... 34
Figura 17. Ponto 13- Desenvolvimento de feições em sulcos . ............................................. 34
Figura 18. Ponto 8- Desenvolvimento de ravina e voçoroca, ao lado o muro de contenção de
pneus. .................................................................................................................................. 35
Figura 19. Ponto 1-Voçoroca na cabeceira de drenagem com escorregamento rotacional. ... 36
Figura 20. Ponto 2- Evolução de voçoroca com escorregamento rotacional. ........................ 36
Figura 21. Ponto 13- Escorregamento rotacional na Sub-bacia ocasionado por fenômenos
naturais, onde a linha mostra o movimento do solo .............................................................. 37
Figura 22. Ponto 3-Voçoroca em desenvolvimento á margem de rodovia. ........................... 37
Figura 23. Ponto 12- Evolução de voçoroca com feições em sulcos. .................................... 38
Figura 24. Imagem de satélite (Google Earth) referente ao ano de 2021, feição erosiva
laminar................................................................................................................................. 39
Figura 25. Imagem de satélite (Google Earth) referente ao ano de 2019 onde é possível
observar queimadas sobre a área de pastagem incidindo nas feições erosivas ....................... 40
Figura 26. Erosão em cunha, localizado no ponto 5 (Google Earth, 2012). .......................... 41
Figura 27. Queda de bloco e evolução da feição erosiva do ponto 5 em 2022. ..................... 41
Figura 28. Erosão diferencial com rocha mais resistente a erosão. ....................................... 42
Figura 29. Erosão diferencial com queda de material rochoso. ............................................ 42
Figura 30. Sistema de drenagem com canos direcionados para as casas a jusante. ............... 44
Figura 31. Encanamento de residência direcionado para as ruas. ......................................... 44
Figura 32.Estaca fixando a telha de zinco na vertical........................................................... 45
Figura 33.Técnicas de contenção de encosta aplicadas por moradores locais. ...................... 45
Figura 34. Mapa de declividade da Sub-bacia do Monte Castelo. ........................................ 47
Figura 35. Mapa de Suscetibilidade da Sub-bacia do bairro Monte Castelo ......................... 49
LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Número de ocorrência de feições erosivas encontradas na Sub-bacia.................... 29


Tabela 2. Classificação Relevo EMBRAPA (1979). ............................................................ 46
Sumário

1.INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 13

1.1 OBJETIVO GERAL ..................................................................................................... 18

1.1.1 Objetivos Específicos .............................................................................................. 19

2.MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................... 19

2.1.ÁREA DE ESTUDO ................................................................................................... 20

3.RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 25

a.Feição Laminar ............................................................................................................... 32

b.Feição em Sulcos ............................................................................................................ 33

c.Ravinas ........................................................................................................................... 34

d.Voçorocas ....................................................................................................................... 35

e.Relação entre as feições erosivas, laminar, em sulcos e voçorocas ................................... 38

f.Erosão em cunha e Queda de blocos ................................................................................ 40

g.Erosão diferencial ........................................................................................................... 41

h.Declividade..........................................................................................................................46

i .Suscetibilidade ................................................................................................................ 48

4.CONSIDERAÇÕES FINAIS .. ....................................................................................... 50

5.REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 52
1. INTRODUÇÃO

O intenso processo de urbanização que levou ao crescimento de muitas cidades no Brasil


nas últimas décadas vem aumentando as situações de risco a desastres naturais (TOMINAGA
et al, 2009). Seja pela ocupação de áreas impróprias, pela falta de saneamento básico e correto
direcionamento de águas pluviais, seja pelas mudanças climáticas que intensificam as intensas
chuvas já comuns em nosso clima tropical.
Tobin e Montz, 1997 definem “desastres naturais como resultado do impacto de
fenômenos naturais extremos ou intensos sobre um sistema social, causando sérios danos e
prejuízos que excede a capacidade da comunidade ou da sociedade atingida em conviver com
o impacto.
Os desastres naturais podem ser classificados quanto a origem, ou seja, se naturais ou
antrópicos, ou quanto à intensidade, em função dos prejuízos provocados (TOMINAGA et al,
2009). Inundações, escorregamentos de massa, queda de blocos e tempestades são os principais
fenômenos relacionados a desastres naturais no Brasil.
Eventos como as inundações e enchentes são processos naturais que ocorrem devido a
submersão de áreas fora dos limites normais de um curso de água, ocasionado por alto volume
de chuva rápido ou de longa duração.
De acordo com CEMADEN (2016), os escorregamentos de massa, que também são
denominados como deslizamentos, ruptura de talude, queda de barreiras, refere-se aos
movimentos de descida do solos e rochas sob o efeito da gravidade, geralmente potencializado
pela ação da água. Estes ainda podem ser classificados em:
o Quedas - São movimentos em queda livre de fragmentos rochosos (de volumes
variáveis) que se desprendem de taludes íngremes;
o Tombamento: Ao sofrer uma rotação frontal para frente do talude;
o Os rolamentos são movimentos de blocos rochosos ao longo de encostas que geralmente
ocorrem devido aos descascamentos;
o Deslizamentos Translacional é a ruptura da superfície plana e o deslizamento rotacional
é caracterizado por uma ruptura curva ou singular;
o Corrida de Massa é denominado aos fluxos rápidos de lama e detritos;
o Subsidência e Colapsos são caracterizados pelo afundamento rápido ou gradual do
terreno, devido a redução da porosidade do solo ou deformação de material argiloso.
As causas dos escorregamento de massa podem ocorrer devido as condições naturais
dadas pelas características intrínsecas como a geologia, geomorfologia, aspectos climáticos e
hidrológicos, vegetação dos materiais, ou pela ação humana relativa às formas de uso e
ocupação do terreno, desmatamento, entre outros (Wolle, 1980; Fernandes & Amaral, 1996;
Augusto Filho, 2001; Fernandes et al., 2001; Tominaga, 2007).

No Brasil verifica-se que a frequência, intensidade e concentração de chuvas têm


aumentado nas últimas décadas, o que intensifica o risco de deslizamentos de terra, enchentes
e enxurradas (Magrin et al., 2014). Dentre os eventos extremos hidrometeorológicos que
impactam o Brasil, os de precipitação são os mais preocupantes, tendo em vista que este é o
que mais causa mortes no país.
Segundo CEPED/UFSC, (2013) o ano de 2009 foi o ano em que mais ocorreram
desastres naturais no Brasil, com 10% dos registros, ou seja, cerca de 3.000, o banco de dados
indica que enxurrada é o tipo de desastre que causou o maior número de mortes, ou seja, 58,15%
do total, seguido dos movimentos de massa que foram responsáveis por 15,60% das mortes por
desastres naturais. A comparação entre o número de mortos e a população de cada região
(IBGE, 2010) demonstra que a região Sudeste é a única que supera a média brasileira de 18
mortos por milhão de habitantes. Dados indicam ainda, que em 2013 essa Região incorporou
84,62% da totalização dos eventos causados por deslizamentos, seguindo tendência verificada
no ano de 2012 (91,89%), tal fato se deve a alta densidade demográfica aliada à ocupação
desordenada em áreas de risco nessa região.

Entretanto mais do que pela influência das forças naturais, os desastres são definidos
pela vulnerabilidade dos sistemas humanos, ou seja, pela susceptibilidade das pessoas ou de
suas coisas expostas a um perigo (LICCO et al., 2015).
O grau de vulnerabilidade aumenta quando vários fatores são combinados, por exemplo,
efeito simultâneo de extremos de chuva, localização das moradias em áreas de risco, gestão
inadequada de bacias hidrográficas, natureza do solo, e/ou ressacas em áreas costeiras (ONU-
Habitat, 2012).
Panizzi (1990) ressalta que “grande parte das cidades brasileiras caracterizam-se pelo
crescimento e pela expansão da sua periferia, marcada pela presença de sub-habitações e pela
desordem urbana”. Com isso, o uso do terreno na área urbanizada varia significativamente entre
os estratos sociais e as áreas ocupadas por eles, com uma diferença significativa entre as classes
sociais distintas. Para Valencio et al., (2009) a inserção da população vulnerável em áreas
susceptíveis no território urbano transcorre da naturalização de um ordenamento territorial
impiedoso, fruto da indiferença cotidiana do cidadão comum à estrutural iniquidade
distributiva, e também da frágil interlocução política dos empobrecidos, os quais têm seus
direitos de cidadania diuturnamente contestados, e também afetado pela capacidade técnica do
setor público, que opera em prol de interesses corporativos mais do que pelo bem estar social.
A omissão e/ou o recuo do poder público em seu papel de proteção social cria ciclos de
reprodução de situações de opressão, não só no sentido da desigualdade no acesso a políticas e
serviços, mas de cerceamento da livre expressão e lutas dos sujeitos, o que esconde a dimensão
coletiva da vivência das populações em contextos de produção de vulnerabilidades. O olhar
para a integralidade dos sujeitos em situação de vulnerabilidade nada mais faz do que se alinhar
à constatação de que estes sujeitos possuem demandas e necessidades de diversas ordens,
possuem capacidades e se encontram em um estado de suscetibilidade a um risco devido à
vivência em contextos de desigualdade e injustiça social (Carmo, Michelly et al, 2018).
Sendo o risco geológico a relação e a probabilidade de um evento geológico potencialmente
danoso ocorrer e a vulnerabilidade, ou seja, o grau de suscetibilidade, como as condições físicas,
sociais, econômicas e ambientais dos elementos exposto. (TOMINAGA et al,2009). Dessa
forma, quanto maior a vulnerabilidade, maior o grau de risco e quanto mais frágil, maior a
vulnerabilidade (MINISTÉRIO DAS CIDADES – IPT, 2007).
Simões (1997) ressalta a importância da integração dos riscos geológicos no
planejamento, ordenamento de território e na proteção do meio ambiente, com ações como a
identificação de zonas de risco, estimativa de periodicidade, prevenção e correção de danos.
Atualmente ações de redução de riscos com a utilização de tecnologias tem avançado
ao longo dos anos, a análise das áreas de risco permite a elaboração de bancos de dados e de
mapas temáticos sobre ameaças, vulnerabilidades e riscos de desastres. Como exemplos, tem-
se: as cartas geotécnicas, os mapas de suscetibilidade, de perigo e de risco, além do
cadastramento e zoneamento de risco (TOMINAGA et al, 2009). Esse avanço se dá devido a
ocorrência de um dos piores desastres naturais do Brasil em 2011, na Região Serrana do Rio de
Janeiro com o registro de 947 mortes, mais de 300 pessoas desaparecidas e milhares de
desalojados e desabrigados, além de severas perdas econômicas, destruição de moradias e
infraestrutura, em decorrência de enxurradas e deslizamentos. Com a ocorrência de tal desastre
tornou-se indispensável dispor de um sistema de alerta que reunisse competências científicas e
tecnológicas de várias áreas do conhecimento, principalmente, de meteorologia, hidrologia,
geologia e desastres naturais. Nessa perspectiva, foi criado o Centro Nacional de
Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais-CEMADEN, tendo por objetivo usar tecnologias
modernas de monitoramento e previsões hidrometeorológicas e geodinâmicas.

A Lei 12.608/12 - lei que institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil
(PNPDEC) é considerada um meio para a redução dos riscos de desastres, prestação de socorro
e assistência às populações atingidas, monitoramento de eventos meteorológicos, hidrológicos,
geológicos, biológicos, nucleares ou químicos e o combate à ocupação de áreas ambientalmente
vulneráveis e de risco. A lei também dispõe sobre o Sistema Nacional de Proteção e Defesa
Civil (SINPDEC) e sobre o Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil (CONPDEC).
Eventos meteorológicos, hidrológicos, geológicos, biológicos, nucleares ou químicos e o
combate à ocupação de áreas ambientalmente vulneráveis e de risco. Dispõe ainda sobre o
Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (SINPDEC) e sobre o Conselho Nacional de
Proteção e Defesa Civil –CONPDEC (FONSECA, 2019). Esta lei auxilia os municípios com
ações para prevenir os desastres e como agir diante dele.
Um dos fatores que contribuem com as áreas de deslizamentos é o processo de erosão,
no qual pode induzir ou acelerar a ocorrência de fenômenos naturais e situações de riscos
geológicos. Os solos que ficam desprotegidos da cobertura vegetal são submetidos à ação das
chuvas que passam a incidir diretamente sobre a superfície do terreno (Santoro, 1991 e 2000).
A partir disso, grande quantidade de solo é perdida pela aceleração dos processos erosivos.
Dessa forma entende-se por erosão como o processo de “desagregação e remoção de
partículas do solo ou de fragmentos e partículas de rochas pela ação combinada da gravidade
com a água, vento, gelo e/ou organismos (plantas e animais)” (IPT, 1986).
Com relação aos processos erosivos decorrentes da ação da água destacam-se dois tipos
principais, de acordo com a forma como ocorre o escoamento das águas superficiais: Erosão
laminar ou em lençol é aquela produzida por escoamento difuso das águas de chuva, e a Erosão
linear, quando devido à concentração do escoamento superficial, resulta em incisões na
superfície do terreno, no qual pode ser de três tipos: em sulcos, ravinas e voçorocas
(Proin/CAPES e UNESP/IGCE, 1999), conforme ilustrado na figura 1 mostrando também, a
erosão laminar:
Figura 1. Processo esquematizado de erosão hídrica.

Fonte: LOPIS, TRILLO,1999, apud GOMES, 2001.

Erosão em Sulcos - é um tipo de erosão no qual o fluxo d’água ao atingir maior volume
transporta maior quantidade de partículas, formando incisões na superfície de até 0,5 m de
profundidade e perpendiculares às curvas de nível;
Ravinas - são formas erosivas lineares com profundidade maior que 0,5 m, neste caso as águas
do escoamento superficial escavam o solo até seus horizontes inferiores; possuem forma
retilínea, alongada e estreita;
Voçoroca - é a forma mais complexa de erosão linear, neste caso ocorre o aprofundamento da
erosão até atingir o nível freático que aflora no fundo do canal. Há, então, ação combinada das
águas do escoamento superficial e subterrâneo, o que condiciona uma evolução da erosão lateral
e longitudinalmente.
Na atualidade o desenvolvimento de ravinas e voçorocas está ligado, essencialmente à
ação antrópica, não só dos espaços rurais, mas também urbanos, por isso, o planejamento
ineficaz de construções que ignoram essas problemáticas deixam o solo propenso a esse tipo de
fenômeno (VIEIRA, 2002).
Atualmente observa-se que os riscos à erosão, no âmbito de muitas cidades brasileiras,
têm causado sérios problemas à população, principalmente para aquelas que habitam áreas de
declive ou acidentadas e que, sobretudo por fatores econômicos e sociais, não podem se
deslocar para áreas menos perigosas.

Com o objetivo de minimizar a perda de solo pelo avanço do processo erosivo práticas
de controle podem ser utilizadas, primeiramente é fundamental que a área com a feição erosiva
seja isolada para assegurar a segurança das pessoas locais e garantir que o local não seja
utilizado de maneira inadequada, o que poderia acelerar a erosão da área.
Dentre as práticas mais utilizadas pode-se citar: a) estruturas para desvio e infiltração
das águas pluviais (drenagem e barreiras contra fluxo); b) retaludamento; c) construção de
terraço do tipo patamar; d) construção de terraços do tipo camalhão; e) preparo do solo e plantio
em curvas de nível; f) estrutura para controle de erosão (ex: paliçadas), sendo essas práticas são
as que requerem maior despendio de recursos financeiro.
Ferreira (2017) ressalta que práticas de caráter vegetativo e edáfico também mostram-
se viáveis, uma vez que esta garantirá a renovação do solo através da decomposição da matéria
morta e a disponibilização de nutrientes, podendo se citar: a) reflorestamento; b) formação e
manejo adequado de pastagens; c) culturas em faixas com renques de vegetação em nível que
interceptam o escoamento das águas; d) plantio de grama nos taludes das estradas; e) plantio de
faixas de árvores para a formação de quebra vento; f) e controle das capinas, podando a
cobertura vegetal ao invés de arrancá-la ou queimá-la.
No Brasil, o processo de prevenção e erradicação dos riscos constitui-se numa atribuição
dos municípios, sendo que os governos estadual e federal têm contribuído muito pouco na
prevenção, minimização e erradicação das áreas de risco existentes no país. Uma pesquisa feita
pelo IBGE (2018), destaca que existem 27660 áreas de risco no país, sendo a Região Sudeste
com a apresentar o maior número de Áreas de Risco (54,3%), sendo 17 175 áreas.
Uma vez que a falta de planejamento resulta em áreas inabitáveis, que acabam por ser
ocupadas, como encostas de grandes desfiladeiros, planícies de inundação e áreas de
preservação permanente, o que torna tais ocupações totalmente sujeitas a catástrofes e em
desconformidade com a lei (FONSECA, 2019).
Considerando os problemas relacionados à forma de uso e ocupação do terreno, tornam-
se indispensáveis medidas de mapeamento de áreas suscetíveis a eventos como deslizamentos.
Segundo Brüggeman (2009), onde há informação e conhecimento, a possibilidade de se
prevenir desastres e de se perceber os riscos é proporcionalmente maior.

1.1 OBJETIVO GERAL


Identificar feições erosivas que podem caracterizar algum risco geológico na Sub-bacia
hidrográfica do bairro Monte Castelo no Município de Três Rios-RJ.
1.1.1 Objetivos Específicos
● Delimitar a Sub-bacia do bairro Monte Castelo
● Gerar por meio de dados digitais gratuitos levantados em órgãos públicos e por sítios
na internet o mapa de declividade para a Sub-bacia hidrográfica do bairro Monte
Castelo;
● Identificação, localização e descrição as feições erosivas na Sub-bacia hidrográfica do
bairro Monte Castelo, com acompanhamento fotográfico;
● Avaliar como os diferentes tipos de uso e cobertura da terra contribuem para o aumento
das feições erosivas;
● Observar se há relação entre os litotipos locais e as características erosivas da área em
estudo.
● Elaboração de um mapa de suscetibilidade de riscos de movimentos de massa para a
Sub-bacia do Monte Castelo;

2. MATERIAIS E MÉTODOS
Para a realização do presente estudo foi considerada e delimitada a Sub-bacia do bairro
Monte Castelo, Três Rios-RJ no qual tem seu exutório no Córrego Cantagalo, a mesma foi
escolhida por apresentar diversas feições erosivas ao longo de toda a sua área, sendo de suma
importância a verificação e realização de um mapeamento dos locais que apresentam riscos de
movimento de massa.
Realizou-se uma pesquisa bibliográfica e documental de autores que tratassem do tema,
com foco em riscos geológicos, movimentos de massa e processos erosivos, além do
levantamento de dados e mapas com informações sobre a vegetação, características de solo, uso
e ocupação do terreno e declividade para o município de Três Rios.
As feições erosivas foram identificadas a partir de seis visitas de campo ao bairro de
Monte Castelo acompanhadas de registro fotográfico da área. Os pontos visitados foram
fotografados com o auxílio de um aparelho celular. Através do Google Earth Pro versão 7.3 os
pontos foram localizados de onde foram retiradas informações como as coordenadas
geográficas e altitudes. As informações foram passadas para uma tabela e os pontos com as
feições erosivas foram inseridos no mapa de pontos.
As imagens fotográficas foram analisadas e as feições erosivas classificadas em: erosão
laminar; sulcos, ravinas e voçorocas. O número total de feições são apresentadas em uma tabela.
A compilação e interpretação dos dados obtidos permitiu a elaboração de um mapa de
suscetibilidade para a Sub-bacia no bairro Monte Castelo.
Para a elaboração dos mapas foi utilizada a Base Cartográfica Vetorial Contínua do
Estado do Rio de Janeiro, na escala 1:25.000 (BC25_RJ, 2018), disponível para download
gratuito no sítio do IBGE e os dados do CPRM – Serviço Geológico do Brasil para o município
em estudo (CPRM, 2016). Os dados utilizados foram baixados, sendo processados a partir do
software QGIS, versão 3.24.3. No software, foi utilizado dados do SRTM (Missão espacial de
topografia por Radar em tradução livre) da Nasa, que fornece base de dados sobre o relevo e
topografia que foi utilizada para a área de estudo.Após a criação e análise da base de dados, foi
feita a interpretação dos mapas onde as bases cartográficas estão configuradas em Projeção
Cartográfica Universal Transversal de Mercator (UTM) e em Datum SIRGAS 2000.

2.1. ÁREA DE ESTUDO – SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO BAIRRO MONTE


CASTELO- TRÊS RIOS
A área de estudo compreende a Sub-bacia do bairro Monte Castelo que se encontra
localizada no município de Três Rios (Figura 2). Essa Sub-bacia situa-se entre as coordenadas
geográficas Latitude 22° 09° 01” S e a uma Longitude 43°21°33” W.
A Sub-bacia estudada está inserida no bairro Monte Castelo que fica localizado próximo
a Estrada União Indústria que dá acesso ao município de Levy Gasparian. Este é um bairro é
subdividido em duas áreas conhecidas como o Espinhaço e a Popular. Apresenta 39 ruas e vias,
38 estabelecimentos comerciais distribuídos entre vários segmentos do comércio, serviço,
indústrias dentre outros.
A Sub-bacia de Monte Castelo tem seu divisor topográfico nas colinas que se estendem
de NE a SE da área, atingindo altitudes de até 500 metros. Seu exutório é o Córrego do
Cantagalo que após banhar os bairros Mutirão, Santa Terezinha, Loteamento Vale Esperança,
Boa União, Mirante Sul, Cidade Nova e Santa Rosa, desagua no Rio Paraíba do Sul que corta
o município de Três Rios oeste a leste. O Município de Três Rios e consequentemente a Sub-
bacia de Monte Castelo que nele está contido, estão inseridos no bioma Mata Atlântica, cujas
fitofisionomias originais são a Floresta Ombrófila e a Floresta Estacional Semi decidual (EA,
2011. Geomorfologicamente, a Sub-bacia é caracterizada por relevo colinoso com vertentes
convexo-côncavas e topo alongado, com sedimentação de colúvios e alúvios, condizente com
o proposto para o município de Três Rios no Estudo Geoambiental do Estado do Rio de Janeiro
(2001). Trata-se de uma drenagem com padrão dendrítico e amplitude topográfica inferiores a
100m e gradiente suave.

- Solo
O IBGE (2018) caracteriza a área do município de Três Rios pela ocorrência de
Argissolos Vermelho-Amarelos Eutrófico e Argissolo Vermelhos Distrófico. Não existe uma
caracterização do solo em escala de detalhe de forma abranger a Sub-bacia de Monte Castelo.
A Embrapa Solo (2000) ressalta que Argissolos Vermelho-Amarelos Eutrófico apresentam
grande susceptibilidade à erosão.
Figura 2. Mapa de localização da Sub-bacia hidrográfica do Bairro Monte Castelo.
- Geologia
O mapa geológico em escala 1:100.000 da folha Três Rios, publicado pela CPRM
(Valladares, 2009) caracteriza a área em questão como uma intercalação de rochas do
Complexo Quirino e rochas do Complexo Paraíba do Sul. Esses autores caracterizam o
Complexo Quirino como hornblenda-biotita ortognaisses e biotitia-ortognaisses leuco a
mesocráticos de granulometria média a grossa de estrutura maciça, gnáissica ou migmatítica,
com enclaves meso a melanocráticos centimétricos a métricos, calcissilicáticos e anfibolíticos.
O Complexo Paraíba do Sul é caracterizado por biotita gnaisse bandado com intercalações de
sillimanita-granada-muscovita-bioitia xisto associados a lentes de mármore calcíticos e
dolomíticos e rochas calcissilicáticas em pequenos boudins decimétricos a métricos.
Ainda segundo Valladares (2009), rochas do Complexo Juiz de Fora, caracterizados por
ortogranulitos de composição variada, incluindo rochas charnockíticas, charno-enderbíticas,
enderbíticas e rochas gabróicas com textura variando de granoblástica, gnáissica a milonítica,
também afloram a região de Três Rios.
O Município de Três Rios encontra-se inserido na grande feição estrutural do
lineamento Além Paraíba, mais bem conhecido como Zona de Cisalhamento Além Paraíba,
onde as rochas descritas acima apresentam textura milonítica de alto grau e foliação subvertical.
Trata-se de uma grande estrutura de trend ENE-WSW que se extende pelos estados do Espírito
Santo, Minas Gerais que tem sido foco de trabalho de muitos grupos de pesquisa (Almeida et
al., 1975; Campanha, 1980; Campanha & Ferrari, 1984; Almeida, 2000). Giraldo et al, 2019
dedicou-se ao mapeamento detalhado das rochas miloníticas e não miloníticas entre entre os
municípios de Três Rios (RJ) e Bananal (SP), seus dados de campo foram utilizados para a
caracterização geológica da sub-bacia do Monte Castelo.

- Suscetibilidade
O mapa de risco de movimento de massa no município de Três Rios (IBGE, 2018)
apresenta um predomínio de áreas classificadas como de média a alta suscetibilidade (Figura
3). Em particular para a Sub-bacia do Monte Castelo observa-se que as áreas de alta
suscetibilidade correspondem predominantemente às pastagens. Os cumes das colinas que são
os divisores topográficos da bacia, bem como as íngremes encostas ao redor da área urbana são
caracterizadas como de média suscetibilidade. Já a área urbanizada corresponde a classe de
baixa suscetibilidade à erosão
Figura 3. Mapa de Suscetibilidade no Município de Três Rios, em destaque para a Sub-bacia do Monte Castelo.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Através da análise dos dados coletados e projetados para a Sub-bacia do bairro Monte
Castelo, constatou-se que a mesma ocupa uma área de 802204.9 m², seu exutório, o Córrego
Cantagalo, encontra-se em uma cota topográfica de 320 metros, conferindo um desnível
máximo de 180 metros na área em estudo.
Dados coletados na Unidade Básica de Saúde do Bairro Monte Castelo, indicam que a
população estimada que habita a área da Sub-bacia é de 3.410, entretanto dados informais
sugerem um público votante de 7.000 mil pessoas. Não há dados oficiais da quantidade de
moradores do bairro.
Na Sub-bacia não mais se observa fitofisionomia original do bioma Mata Atlântico, os divisores
topográficos são ocupados por vegetação rasteira (capim colonial) e sofrem queimadas anuais.
As planícies de inundação aluvial foram impermeabilizadas pela presença de asfalto e
aglomerações urbanas e o córrego encontra-se canalizado.
Para a caracterização geológica da Sub-bacia do Monte Castelo foi realizada uma visita
de campo, bem como utilizados dados de campo de Giraldo (2018). Afloramentos rochosos na
Sub-bacia do Monte Castelo são escassos em alto estágio de alteração, sendo raro a observação
de estruturas reliquiares em barranco alterado. Dois pontos de afloramento foram descritos,
ambos são saprolitos, ou seja, locais onde os minerais primários encontram-se substituídos por
minerais secundários resultantes do intemperismo físico e químico, mas que ainda mantém
vestígios da estrutura original da rocha.
Apesar de não ter sido identificado um plano passível de medição precisa da foliação,
foi possível observar sua orientação ENE-WSW condizente com o trend regional, bem como a
presença de rochas leuco a mesocráticas de granulometria média a grossa de estrutura maciça,
com espessos níveis quartzo-feldspáticos conferindo uma textura gnáissica ou migmatítica
(Figuras 4 e 5). Além disso, foi observada a presença de enclaves melanocráticos de largura
centimétrica e comprimento métrico. Feições miloníticas e sua foliação subvertical é rara ou
ausente.
Giraldo (2018) ao descrever o afloramento do entrocamento entre a antiga estrada União
Indùstria com a linha férrea (coordenadas 23K 0684289E / 7554914S) relata presença de
gnaisse migmatítico e chama a atenção para a presença de níveis de quatzo-feldspáticos mais
espessos, podendo atingir até 12cm de espessura. Além do desenvolvimento de porfiroblastos
de feldspatos subédricos com aproximadamente 3-4cm de tamanho. Nesse ponto, localizado a
cerca de 1,5km ao sul da sub-bacia do Monte Castelo, Giraldo interpreta as rochas como
Figura 4. Afloramento de Rochas do Complexo Figura 5. Rocha com espessos níveis de
Quirino observadas na Sub-bacia. quatzo-feldspáticos, e composição granítica
(Complexo Quirino).

pertencentes ao Complexo Quirino e também observa menor verticalização da foliação


milonítica, com trend 160/89°.
A descrição de Giraldo (2018) condiz com o que observamos na Sub-bacia. A
compilação de dados de campo com os dados da literatura, bem como o descrito por Valladares
(2009) leva a interpretação de uma predominância de rochas do Complexo Quirino na área em
estudo e milonitização da foliação incipiente.

A compilação de dados de análise de imagens de satélite com visitas de campo permitiu


a identificação do uso do terreno na Sub-bacia, descrita a seguir e observada nas imagens
abaixo: a ocupação urbana que abrange uma área de 38% (Figura 6), as áreas de pastagem
compreendem 41% (Figura 7) e a vegetação em estágio inicial de regeneração ocupa 21% do
total da área da sub-bacia (Figuras 8). Além disso algumas árvores ocorrem dispersas em meio
ao pasto (Figura 9).

As feições erosivas passíveis de serem observadas em imagem de satélite de 2016,


representam 39% da área da Sub-bacia (Figura 10).
Figura 6. Ocupação Urbana na Sub-bacia.

Figura 7. Área de pastagem na Sub-bacia.

Figura 8. Vegetação em estágio inicial de Figura 9. Árvores dispersas em meio ao


regeneração na Sub-bacia. pasto.
Figura 10. Mapa com feições erosivas passíveis de serem observadas na Sub-bacia do bairro Monte Castelo.
Foram realizadas seis visitas de campo que permitiram a identificação de 16 pontos de
ocorrência de feições erosivas (TABELA 1). Os pontos visitados foram localizados com apoio
do Google Earth 7.3 de onde foram retiradas as coordenadas geográficas inseridas no software
QGIS para elaboração do mapa de pontos (Figura 11).

Tabela 1. Número de ocorrência de feições erosivas encontradas na Sub-bacia

NÚMERO DE
FEIÇÕES OCORRÊNCIAS
LAMINAR 3
SULCOS 1
VOÇOROCAS 8
QUEDA DE BLOCOS 1
LAMINAR/SULCOS 1
SULCOS/VOÇOROCAS 1
VOÇOROCA/RAVINA 1
TOTAL 16

Sobrepondo o mapa de pontos das feições erosivas com o mapa de localização das mesmas na
Sub-bacia, observa-se sete feições erosivas em área de ocupação urbana, oito em áreas de
pastagens e uma feição erosiva associada à área de vegetação em estágio inicial de regeneração
como observamos na Figura 11 que corresponde ao mapa com a localização de algumas das
feições erosivas identificadas na Sub-bacia do Monte Castelo.
Figura 11. Mapa com os pontos de feições erosivas na Sub-bacia.
Figura 12. Mapa mostrando a localização de algumas das feições erosivas na Sub-bacia.
a. Feição Laminar
A erosão laminar está intimamente ligadas a retirada da vegetação de uma área deixando-a
exposta à erosão, causada pela queda das gotículas de água, provenientes principalmente das
chuvas, acarretando movimento de massa no solo. Feições de erosão laminar ocorrem nas áreas
de menor declividade e se localizam nos pontos 14 e 16 do mapa de pontos de feições erosivas
(Fig. 11) da Sub-bacia, que podem ser observadas nas figuras 13 e 14. Podemos observar que
estas feições encontram-se em área de pastagem, esta é uma área da Sub-bacia que sofre
queimadas anuais levando o empobrecimento do solo e consequentemente o solo fica
parcialmente exposto a fatores erosivos. Este tipo de feição tem como característica se espalhar
sobre extensas áreas, chegando a recobrir grandes áreas das encostas em uma bacia de
drenagem, durante um pico de evento chuvoso. Sua ocorrência se dá através do escoamento
superficial difuso da água da chuva, carrega os sedimentos mais finos e, apesar de ser uma
forma mais amena de erosão, é responsável pelo desenvolvimento de outras feições erosivas.
Erosão como estas se desenvolvem de forma mais rápida quando o solo está desprotegido e
com o aumento do escoamento superficial e consequentemente subsuperficial nas áreas de
drenagem no terreno.

Figura 13. Feição laminar em área de pastagem. Figura 14. Feição laminar com sulcos.
Já na figura 15 é possível observar uma obra caracterizada por cortes em bancadas para diminuir
a velocidade do avanço de feições erosivas. O objetivo dessa obra é desacelerar a velocidade
do escoamento das águas da chuva, e dessa forma diminuir a remoção de partículas do solo.

Figura 15. Cortes em bancadas para retardar o avanço das feições erosivas.

b. Feição em Sulcos
Nas imagens abaixo (Figuras 16 e 17), observamos incisões na superfície do terreno em
forma de sulcos. A erosão em sulcos ocorre em função do avanço da feição laminar que
promove irregularidades no solo e fazem com que as águas da chuva comecem a se concentrar
ao longo de determinados planos, formando os primeiros filetes, ou sulcos. Nota-se que o solo
encontra-se desprotegido da ação da água onde o escoamento, se concentra através de linhas.
Ressalta-se que neste tipo de erosão quando o fluxo de água atinge maior volume transporta
maior quantidade de partículas e as incisões na superfície podem atingir até 0,5m de
profundidade e perpendiculares às curvas de nível. Na imagem da figura 16 observam-se feições
em sulcos muito próximas às residências. Cabe ressaltar que o desenvolvimento desse tipo de
erosão configura um risco iminente e pode causar grandes prejuízos à população local, tanto
materiais quanto a vida humana.
F
Figura 16. Ponto 15- Feições em sulcos Figura 17. Ponto 13- Desenvolvimento de
i
próximas a residências. feições em sulcos em área urbanzida da Sub-
g
u bacia.
r
a
7
. c. Ravinas
1
A As incisões na superfície do terreno em forma de sulcos quando intensificadas podem
P
evoluir por aprofundamento, formando as ravinas. Este tipo de erosão pode ser observado na
o
n
imagem da figura 18, assim como feições em sulcos e o desenvolvimento de uma voçoroca ao
t
redor.
o Sendo o corte na encosta um dos condicionantes para a evolução das feições encontradas
1
neste ponto da Sub-bacia. A concentração do escoamento superficial das águas, no qual
5
escavam o solo até seus horizontes inferiores propiciam a evolução dos sulcos na encosta
-
F
observada. Seu avanço é muito rápido, acarreta graves prejuízos podendo levar a total
e
destruição de grandes superfícies do terreno. Cabe ressaltar que este tipo de feição não apresenta
i
ç
grandes ocorrências na Sub-bacia devido a canalização de seu córrego principal.
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o
Ainda na mesma imagem, observamos um muro de contenção de pneus improvisado por
e
um
m morador local na tentativa de conter o avanço das feições erosivas para dentro de sua
s
propriedade, e assim e evitar maiores danos materiais. Entretanto observa-se a formação de
u
vários
l sulcos a cima do muro de contenção construído, evidenciando a necessidade de uma obra
c
de maior porte.
o
s
p
r
ó
x
i
Figura 18. Ponto 8- Desenvolvimento de ravina e voçoroca, ao lado o muro de contenção de
pneus.

d. Voçorocas

O desenvolvimento de grandes feições erosivas do tipo voçoroca pode ser observado nas
imagens das figuras 19 e 20, essas feições estão localizadas no mapa (Fig.11) nos pontos 1 e 2.
Trata-se do aprofundamento da erosão até atingir o nível freático passando assim a sofrer uma
ação combinada das águas do escoamento superficial e subterrâneo, o que condiciona uma
evolução da erosão lateral e longitudinal, vindo a provocar escorregamentos rotacionais.

Os escorregamentos rotacionais caracterizam-se por uma superfície de ruptura curva ao


longo da qual se dá um movimento rotacional do maciço de solo como podemos observar nas
imagens apresentadas abaixo. A ocorrência deste movimento é comumente associada a solos
espessos e homogêneos, como os argissolos que compõem a Sub-bacia. Fernandes & Amaral
(1996) ressaltam que o início do movimento muitas vezes é provocado pela execução de cortes
para implantação de estrada, ou para construção de edificações. Cabe ressaltar que os
escorregamentos rotacionais ocorrem também por fenômenos naturais, como observado na
imagem da figura 21.

Nesta área da Sub-bacia a formação de voçorocas é predominantemente à margem das


rodovias, como pode ser observado na imagem da figura 22, onde uma voçoroca desenvolve-
se na cabeceira de drenagem que fica à margem de uma rodovia. É importante frisar que o
escorregamento rotacional, junto com outros mecanismos erosivos secundários, ocorrem com
mais facilidade nas áreas de cabeceiras de drenagem.

Figura 19. Ponto 1-Voçoroca na cabeceira de Figura 20. Ponto 2- Evolução de


drenagem com escorregamento rotacional. voçoroca com escorregamento rotacional.
Figura 21. Ponto 13- Escorregamento rotacional na Sub-bacia ocasionado por fenômenos
naturais, onde a linha mostra o movimento do solo.

Figura 22. Ponto 3-Voçoroca em desenvolvimento á


margem de rodovia.
A figura 23 caracteriza-se a uma voçorococa na cabeceira de drenagem, onde
observamos a formação de vários sulcos. Fatores como a ausência de vegetação, impacto da
gota de chuva e empobrecimento do solo contribuem para intensificar o desenvolvimento dessa
feição.

Figura 23. Ponto 12- Evolução de voçoroca com feições em sulcos.

e. Relação entre as feições erosivas, laminar, em sulcos e voçorocas


Na imagem abaixo (Figura 24), observamos uma feição erosiva laminar desenvolvendo-se
para erosão em sulcos. Trata-se de uma área de pastagem que sofre queimadas anuais. A
ausência de vegetação deixa o solo suscetível ao impacto da gota de chuva (splash),
desagregando o solo e levando ao desenvolvimento da erosão laminar nas áreas de menor
declividade. A erosão laminar ocorre através do escoamento superficial difuso da água da
chuva, quando há maior declividade do terreno o escoamento se concentra através de linhas de
fluxo bem definidas, formando um fluxo concentrado e levando a formação de sulcos que
podem se desenvolver para ravinas e posteriormente para voçorocas. Considerando que sulcos
constituem feições alongadas e rasas inferiores a 50 cm, podemos já classificar algumas das
feições observadas na imagem abaixo como ravinas, que tem maior porte, de profundidade
variável, forma alongada, mas ainda não atingem o lençol de água subterrânea.
Essa feição erosiva por fluxo concentrado promove o desenvolvimento de talvegues ou cursos
de drenagem de primeira ordem, resultando no entalhamento vertical do terreno e rebaixamento
das vertentes laterais.
Embora as voçorocas sejam feições erosivas mais proeminente, o seu desenvolvimento é
restrito e raramente ultrapassa 15% da área de uma bacia hidrográfica (Zachar, 1982).

Figura 24. Imagem de satélite (Google Earth) referente ao ano de 2021, feição erosiva laminar

Ao analisar imagens do ano de 2019 (Figura 25) foi possível constatar que um dos
fatores condicionantes para o surgimento e desenvolvimento do voçorocamento da área
delimitada acima, está ligado a fatores antrópicos, como as queimadas, o que é possível
observar na imagem abaixo. Ressalta-se que as queimadas geram a perda da matéria orgânica,
alteram as características químicas e afetam a estrutura do solo, tornando-o mais frágil a
formação de voçorocas.
Figura 25. Imagem de satélite (Google Earth) referente ao ano de 2019 onde é possível observar
queimadas sobre a área de pastagem incidindo nas feições erosivas

f. Erosão em cunha e Queda de blocos


Os escorregamentos em cunha têm ocorrência mais restrita às regiões que apresentam um
relevo fortemente controlado por estruturas geológicas. Na imagem da figura 26 observamos o
desenvolvimento de uma erosão em cunha no ano de 2012. Percebemos na imagem a formação
de uma estrutura condicionada pela intercessão de dois planos. Na figura 27 observamos, a
evolução dessa erosão em cunha no ano de 2022, deixando expostas dois blocos de rocha. Dessa
forma, é possível perceber o controle geológico nessa feição erosiva.

A queda de blocos é um tipo de movimento gravitacional de massa movido pela ação da


gravidade. Trata-se de um queda livre de blocos sem sustentação em taludes íngremes. Na Sub-
bacia de Monte Castelo ao longo de pelo menos dez anos, a ação erosiva da água expos blocos
de rocha que tombaram devido à perda de sustentação. Após o movimento de queda de blocos
ser iniciado no topo de uma encosta ou talude, o fator mais importante que controla a trajetória
de queda é a geometria do talude, sendo, marcada, por exemplo, por uma foliação ou por
cicatrizes de rupturas anteriores. As causas desse evento são diversas dentre elas características
geológicas, declividade e os elevados índices pluviométricos na Sub-bacia.
Figura 26. Erosão em cunha, localizado no Figura 27. Queda de bloco e evolução da
ponto 5 (Google Earth, 2012). feição erosiva do ponto 5 em 2022.

g. Erosão diferencial
Erosão diferencial, é a resposta de forma diferente de uma rocha a outros tipos de matérias
rochosos que sofrem o mesmo processo erosivo. Nas imagens abaixo observa-se erosão
diferencial em função de uma camada tabular em destaque na imagem (Figura 28), sendo esta
mais resistente a erosão. A água penetra na direção da seta indicada na imagem e se acumula
formando um bolsão, devido a dificuldade penetrar na camada mais resistente. Já na Figura 29,
observamos o material rochoso já se desprendendo da feição erosiva por conta da ação da água
sobre a rocha.
Figura 28. Erosão diferencial com rocha mais resistente a erosão.

Figura 29. Erosão diferencial com queda de material rochoso.


Cabe ressaltar que o tipo específico de uso do terreno proporciona o aparecimento de
feições erosivas, gerando a aceleração da degradação. Apesar de se tratar de um fenômeno
natural, as ações antrópicas também contribuem para a fragilização das áreas que apresentam
riscos geológicos. Tendo em vista que a supressão da cobertura vegetal, no topo das encostas
combinado com a falta de infraestrutura básica e altas precipitações contribui para tornar a área
susceptível a erosão de forma acelerada desencadeando assim o surgimento de feições erosivas.

Situações como a falta de um sistema pluvial adequado nas residências pode ser
observado na Sub-bacia de Monte Castelo (Figuras 30 e 31). A falta de um sistema de drenagem
faz com que a construção de novas habitações à montante em casos de grande volume de água
de chuva afete as áreas onde as construções são as mais antigas, localizadas a jusante. Além
disso, feições erosivas acabam evoluindo em razão da descarga de água pluvial oriunda das
residências.
Com o escoamento superficial os sedimentos enriquecidos em nutrientes são perdidos, uma vez
que o excesso de água reduz a resistência do solo à compressão, pois a coesão entre partículas
fica reduzida. Como consequência o solo mostra-se mais arenoso com pouco ou nenhum
nutriente. Dessa forma, perdem a capacidade de retenção de água, solos com predominância
desta fração são mais propensos a serem deficientes em umidade em períodos de estiagem.
Partículas de areia são consideradas não coesivas, isto é, não se mantêm unidas a outras
partículas, o que pode vim a causar movimentos de massa.
Figura 30. Sistema de drenagem com canos Figura 31. Encanamento de residência
direcionados para as casas a jusante. direcionado para as ruas.

Ao perceber os riscos da força erosiva da água escoada na Sub-bacia, moradores locais


improvisam muros de contenção com telhas de zinco (Figura 32) ou muro de pneus (Figura 33),
como forma de diminuir o aumento das feições erosivas e possíveis escorregamentos de massa.
Sendo que, o muro de pneus tem como vantagem a simplicidade de construção e a dispensa de
dispositivos de drenagem, pois o material do muro é drenante.

Ressalta-se que não foram identificadas ações do poder público frente as áreas que
possam apresentar riscos de deslizamento a população da Sub-bacia do Monte Castelo.
Figura 32.Estaca fixando a telha de zinco na vertical

Figura 33.Técnicas de contenção de encosta aplicadas por moradores locais.


h. Declividade
A Figura 34 demonstra o mapa de declividade em porcentagem, encontradas para a Sub-
bacia do bairro Monte Castelo.
A declividade refere-se à inclinação do relevo em relação ao horizonte, podendo ter
unidade de medida em graus (variando de 0° a 90°) ou pode ser expressa em porcentagem
(TABELA 1), variando de zero a infinito (VALERIANO, 2008), ressalta-se ainda que
declividade tem influência decisiva na intensidade da erosão no terreno.

Tabela 2. Classificação Relevo EMBRAPA (1979).

Declividade Discriminação
% Graus
0 – 3% 0° a 1°43'6.089" Relevo Plano
3 – 8% 1°43'6.089" a 4°34'26.12" Relevo Suavemente Ondulado
8 – 20% 4°34'26.12" a 11°18'35.76" Relevo Ondulado
20 – 45% 11°18'35.76" a 24°13'39.88" Relevo Fortemente Ondulado

45 – 75% 24°13'39.88" a 36°52'11.63" Relevo Montanhoso


>75% >36°52'11.63" Relevo Fortemente Montanhoso

A baixa suscetibilidade abrange grande parte da Sub-bacia, no qual apresenta o relevo


plano a ondulado entre 0-20%. Podemos observar que apenas alguns pontos apresentam relevo
ondulado a forte ondulado ficando entre 20 a 45%.
Cabe ressaltar que a declividade do terreno e o comprimento de rampa são fatores
determinantes na velocidade do escoamento superficial, essas influenciam na velocidade de
escorrimento de água, e consequentemente no tamanho e na quantidade de material em
suspensão arrastado, o que facilita no aparecimento de feições erosivas pela Sub-bacia.
Em relação ao município de Três Rios, apresenta algumas áreas com terrenos com relevo
fortemente ondulado a forte montanhoso 20-75%, no que correspondem a grau de
susceptibilidade de médio para alta.
Figura 34. Mapa de declividade do Município de Três Rios/RJ com destaque para a Sub-bacia do Monte Castelo.
i. Suscetibilidade
Com a elaboração do mapa de risco de movimento de massa da Sub-bacia do bairro
Monte Castelo (Figura 35), foram identificados pontos propícios a ocorrência deste evento.
Onde as áreas com o grau de média a alta suscetibilidade correspondem as áreas com maior
incidência de feições erosivas, que respectivamente são as áreas de pastagem atingidas por
queimadas anuais e áreas de colinas suaves com cortes íngremes para a instalação de casas e
estradas normalmente com pouca ou nenhuma vegetação. Além de algumas áreas dispersas em
meio a área edificada/urbana no qual sofrem pelo impacto da ação humana por cortes em
encostas.
Já as áreas de baixa suscetibilidade correspondem grande parte da área edificada/urbana e áreas
com vegetação, que não apresentam ocorrência de feição erosiva.
Figura 35. Mapa de Suscetibilidade da Sub-bacia do bairro Monte Castelo
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O cenário de ocupação urbana na Sub-bacia de Monte Castelo hoje traz um problema grave,
isto é, com a contínua expansão urbana o aumento das áreas de riscos geológicos Como
observado nas imagens de satélite, com a expansão urbana na Sub-bacia, a ocupação
desordenada se estende em encostas e topos de morros, passando a ocupar áreas de risco. Sendo
de responsabilidade do Poder Municipal a delimitação da área urbana, através do Plano Diretor.
Entretanto, uma vez delimitada a área urbana, isto não significa que toda esta área pode ser
ocupada. Áreas como os topos de morro, as nascentes, os cursos d’água, as florestas, entre
outros, devem ser resguardadas. No entanto, não se verifica na Sub-bacia fiscalização do poder
público frente a ocupação dessas áreas.

A partir do mapeamento feito na Sub-bacia hidrográfica do bairro Monte Castelo, foi possível
identificar feições erosivas do tipo laminar, em sulcos, voçorocas e ravinas, além de
tombamento de blocos e algumas áreas com escorregamento rotacional. A feição com maior
distribuição frente as outras foi a de voçoroca. As áreas que apresentam estas feições em sua
maioria, estão entre as áreas de pastagem, margem de rodovia, cabeceiras de drenagem e áreas
afetas por cortes em encostas. Observou-se que os cortes de estrada favorecem as voçorocas
que geram escorregamentos rotacionais.

Cabe ressaltar que fatores como a erodibilidade do solo, ou seja, a suscetibilidade à erosão,
contribuem para intensificar o desenvolvimento das feições erosivas na Sub-bacia. Observou-
se que as feições geológicas estruturais favorecem a erosão diferencial e eventualmente a
formação de erosão em cunha e queda de blocos.

A despeito da lei 12608/12, não foram identificadas iniciativas do poder público em obras de
contenção, tampouco no mapeamento das áreas de risco. Fica claro que a população local
percebe o risco e tenta contê-lo com seus próprios meios. Ressalta-se que a responsabilidade na
garantia de direitos pelo poder público e a ativa participação popular são elementos essenciais
para a defesa e usufruto da cidadania pela parcela da população que vivencia situações de
vulnerabilidade.

Conclui-se que os dados do presente estudo podem contribuir para a delimitação do plano
diretor com vista no planejamento urbano do bairro Monte Castelo, uma vez que o cuidado na
utilização de novas áreas na Sub-bacia evitaria ou amenizaria a ocupação das áreas de risco.
Ressalta-se a importância da adoção de medidas mitigadoras na área de estudo, bem como a
redução da retirada da vegetação ciliar, a impermeabilização do solo deve ser restrita apenas às
áreas onde esse processo é indispensável, recobrir o solo desprotegido com espécies de
gramíneas e espécies arbóreas e herbáceas. Além da fiscalização, de maneira rigorosa, a
queimadas criminosas e a execução de cortes irregulares para a construção de casas e rodovias.
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