Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
NOVA ESPERANÇA
Estado do Paraná
Julho - 2010
2
NOVA ESPERANÇA
Estado do Paraná
Julho - 2010
A comunidade de Nova Esperança que dependem da água do Manancial do
ribeirão Paracatu, que possam usufruir de um meio ambiente mais saudável.
DEDICAMOS
xiv
AGRADECIMENTOS
BIOGRAFIA
ÍNDICE
xvii
LISTA DE TABELAS
LISTA DE FIGURAS
FIGURAS DO APÊNDICE
xviii
RESUMO
Palavras-chave:
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
1
Lei nº 9.433/97 – Art. 5º.
2
Lei nº 9.433/97 – Art. 6º.
3
Lei nº 9.433/97 – Art. 8º.
4
Lei nº 9.433/97 – Art. 35, IX, redação dada pela Lei nº 9.984/2000.
5
Resolução CNRH nº 58, - Art. 1º.
24
Esta Lei estabelece que o Estado deve elaborar, com base nos planejamentos
efetuados nas bacias hidrográficas, o Plano Estadual de Recursos Hídricos
(PLERH/PR), o qual conterá:
• os objetivos a serem alcançados;
• as diretrizes e critérios para o gerenciamento de recursos hídricos;
• a indicação de alternativas de aproveitamento e controle de recursos hídricos;
6
Resolução CNRH nº 58, - Art. 1º, Parágrafo único.
7
Lei Estadual nº 12.726 - Art. 6º.
25
8
Lei Estadual nº 12.726 – Art. 7º.
9
Lei Estadual nº 12.726 – Art. 7º, § 2º.
10
Lei Estadual nº 12.726 - Art. 9º.
26
Esta Lei também define que o enquadramento dos corpos de água deve ser
realizado de acordo com classes, segundo os usos preponderantes, e deverá11:
Lista quais são os usos que estão sujeitos à outorga pelo Poder Público12 e cita que
independem de outorga pelo Poder Público as acumulações, derivações, captações e
lançamentos considerados insignificantes, estabelecidos pelo Poder Executivo estadual
com base nas proposições dos Comitês, incluindo-se dentre os usos insignificantes os
poços destinados ao consumo familiar de proprietários e de pequenos núcleos
populacionais dispersos no meio rural13.
Ressalta que toda outorga estará condicionada às prioridades de uso estabelecidas
nos Planos de Bacia Hidrográfica14 e à disponibilidade de água, definindo que haverá
disponibilidade hídrica quando a vazão no curso de água for superior à respectiva vazão
outorgável, no trecho da captação ou do lançamento e em todos os trechos localizados a
jusante15.
11
Lei Estadual nº 12.726 – Art. 10.
12
Lei Estadual nº 12.726 – Art. 13.
13
Lei Estadual nº 12.726 – Art. 13, § 1º.
14
Lei Estadual nº 12.726 – Art. 14.
15
Lei Estadual 12.726 – Art. 16, caput e § 2º.
27
Ainda a Lei Estadual nº 12.726, de 1999, define que o direito de uso de recursos
hídricos sujeito à outorga será objeto de cobrança16 e que no cálculo do valor a ser
cobrado pelo direito de uso de recursos hídricos, devem ser observados os seguintes
fatores17:
Deve-se ressaltar que esta Lei ainda destaca que os fatores referidos acima serão
utilizados, para efeito de cálculo, de forma isolada, simultânea, combinada ou
cumulativa18.
16
Lei Estadual nº 12.726 – Art. 19.
17
Lei Estadual nº 12.726 – Art. 20, I a XIII.
18
Lei Estadual nº12.726 – Art. 20, § 1º.
28
19
Lei Estadual nº 12.726 – Art. 20, § 4º.
20
Lei Estadual nº 12.726 – Art. 24.
21
Lei Estadual nº 12.726 – Art. 25.
22
Lei Estadual nº 12.726 – Art. 33.
29
23
Lei Estadual nº 12.726 – Art. 37.
24
Lei Estadual nº 12.726 – Art. 40 e Decreto Estadual nº 2.315 – Art. 4º
30
25
Resolução CNRH nº 17/2001 - Art. 2º.
31
26
Resolução CNRH nº 17/2001 – Art. 6º, caput e § 1º.
27
Resolução CNRH nº 17/2001 – Art. 7º.
28
Resolução CNRH nº 17/2001 – Art. 8º.
32
3.5 - PGAIM
O Programa de Gestão Ambiental Integrada em Microbacias Hidrográficas -
PGAIM busca atender às diretrizes da Política de Desenvolvimento do Estado e integrar
as ações e investimentos governamentais e, principalmente, aprimorar a gestão
ambiental e de recursos hídricos, de acordo a orientação com políticas e programas
nacionais e estaduais, como a Política Nacional e Estadual de Recursos Hídricos.
Esta nova política pública de governo deverá considerar necessariamente uma
visão holística, sistêmica e integrada de sustentabilidade, com a integração de outros
programas setoriais, tendo como pressuposto o planejamento e a implementação através
de ações integradas do Estado, formando parcerias com a sociedade civil.
A atividade de diagnóstico, na microbacia estudada foi grandemente facilitada e
melhor qualificada, com o emprego das ferramentas de geoprocessamento e
35
3.6 - Comitê
A microbacia ribeirão Paracatu possui um Comitê de Microbacia já instalado. O
Comitê Gestor da microbacia do ribeirão Paracatu foi formado por iniciativa do
Ministério Público, por se tratar de assunto pertinente ao Inquérito civil público nº
03/2004. Aos 27 dias do mês de setembro de 2005, no Tribunal do Júri do Fórum do
município e Comarca de Nova Esperança (PR), foi realizada a 1ª. Reunião do Comitê,
na qual foi criada um Grupo Técnico Gestor do Manancial Paracatu.
As principais funções de um Comitê são: racionalizar o uso, a quantidade de água
disponível para cada categoria de consumidor, financiar projetos de saneamento, de
educação ambiental, e apoiar e prestar assistência aos municípios integrantes de uma
mesma bacia no que tange à gestão dos recursos hídricos. Além disso, constitui o fórum
de negociação para solucionar os conflitos entre usuários de uma mesma bacia.
Evidencia-se, desse modo, a ampliação do quadro da gestão que inclui interações entre
um leque variado de agentes.
36
4 - METODOLOGIA
bacia e outro dos tipos de captação dos recursos hídricos, utilizando técnicas do
programa ArcView. As informações contidas nesses mapas foram adquiridas no
PGAIM e em campo com auxílio do GPS.
Produziu-se uma tabela contendo os dados das outorgas expedidas pela
SUDERSHA na área estudada e um quadro síntese apontando os principais conflitos
dos usos dos recursos hídricos encontrados na sub-bacia.
39
5 - MEIO FÍSICO
A caracterização do meio físico da microbacia hidrográfica, com intuito de
levantar todas as áreas críticas do ponto de vista da manutenção da água, é condição
básica para um planejamento bem sucedido da conservação e produção de água.
Segundo Pereira (1973), citado por Lima (1986), a conservação da água não pode ser
conseguida independentemente da conservação dos outros recursos naturais.
LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA
7440000
7440000
Y
#
Y
#
Y
#
7436000
7436000
Nova Esperança
Y
Y
#
Y
#
LEGENDA:
Y
#
Y
#
Y
#
Y
#
Nascentes
Y
#
Y
#
Y
#
Y Sede Municipal
Y
#
Reservatórios Existentes
Hidrografia
7432000
7432000
Sistema Viário
Y
# Mancha Urbana
N
Limite de Abrangência da Microbacia
W E Bacia do Pirapó
Bacia do Baixo Ivaí
S Bacia do Paranapanema IV
7455000
7455000
MUNICÍPIOS ENVOLVIDOS
7440000
7440000
Atalaia
Y
#
Y
Y
#
Y
#
Nova Esperança
Y Y
#
Y
#
Y
#
Y
#
##
YY
Y
# Y
#
Y
#
Y
#
LEGENDA:
Y
#
Nascentes
Presidente Castelo Branco
7425000
7425000
Y
Y Sedes Municipais
Hidrografia
Municípios Envolvidos
N
Limite de Abrangência da Microbacia
W E Região Norte Central Paranaense
S
3 0 3 6 9 Kilometers FONTE: EM A TER, 2010
BAS E CA RTO GR ÁFICA : SEM A , 2007
ELA BO RA ÇÃ O: EM ATER , 2010
360000 375000 390000
ÁREA DE DRENAGEM
7440000
7440000
LEGENDA:
7436000
7436000
Area de drenagem
Hidrografia
7432000
N
7432000
W E
S
1 0 1 2 3 4 Kilometers
A = 51,50 Km2
P = 34,28 Km
P
Kc = 0,28 x
Raiz (A)
P = 34,28 km
A = 51,50 Km2
34,28
Kc = 0,28 x
7,18
Kc = 0,28 x 4,78
Kc = 1,34
A
Kf =
L2
A = 51,50 Km2
L = 12,38 Km
51,50
Kf =
153,26
Kf = 0,34
Este índice indica a menor tendência para enchentes da microbacia. Isto se deve
ao fato de que, a microbacia é estreita e longa (Kf baixo), havendo menor possibilidade
de ocorrência de chuvas intensas cobrindo simultaneamente toda a sua extensão.
7440000
7440000
1
#
Y
1 1
3 LEGENDA:
#
Y
#
Y
Area de drenagem
7436000
7436000
1 Y
# Nascentes
7432000
N
7432000
#
Y
W E
S
1 0 1 2 3 4 Kilometers
L
Dd =
A
A = 51,50 Km2
L = 28,08 Km
51
28,08
Dd =
51,50
Dd = 0,55 Km/Km2
N
Dr =
A
A = 51,50 Km2
N = 13,00
13,00
Dr =
51,50
Dr = 0,2524 Cursos d’água/Km2
A
l =
4L
A = 51,50 Km2
L = 13,73 Km
51,50
l =
54,91
l = 0,9378 Km
Como l = 0,94 Km, ou seja, um valor considerável como baixo, a água precipitada
percorre um distância pequena até atingir os cursos d’água, fator este, benéfico por
haver puçá perda de água por evaporação.
L
Sin =
Lt
Lt = 11,69 Km
53
L = 13,73 Km
13,73
Sin =
11,69
Sin = 1,17
Como Sin = 1,17, ou seja, próxima da unidade (UM), o ribeirão é pouco sinuoso,
e a água precipitada percorre o ribeirão relativamente rápido, fator negativo para
escoamento da microbacia.
5.3 - Clima
A sub-bacia do ribeirão Paracatu (SBHP) situa-se no norte do paralelo de 23º e
45’ de latitude sul e está sob a influência do tipo climático Cfa (mesotérmico úmido sem
estação seca e temperatura média do mês mais quente superior a 22ºC).
Na área ocorrem geadas no período de inverno, principalmente nos vales e
depressões, podendo ocorrer ainda geadas tardias.
Os ventos dominantes provêem dos quadrantes nordeste e leste.
A análise descritiva da precipitação pluviométrica na área de abrangência da
SBHP dos últimos sete anos é apresentada na Tabela 2.
dados e mais representativa será sua média. A presença de dados altos ou baixos
provoca assimetria na distribuição das freqüências. Desta maneira, as médias se
deslocam na direção dos valores altos impedindo-as de serem medidas preferíveis de
tendência central.
5.4 - Geologia
A sub-bacia do ribeirão Paracatu localiza-se no Terceiro Planalto Paranaense –
Bloco do Planalto de Apucarana (MAACK, 1968) e compreende apenas uma unidade
litológica: o arenito da Formação Caiuá.
A Formação Caiuá está presente na totalidade da microbacia e a exposição do
arenito ocorre desde a nascente até sua foz no ribeirão Caxangá. As características
litológicas da Formação Caiuá na área de estudo são descirtas pelo IPT (1981) da
seguinte forma:
• Litologicamente a Formação Caiuá é constituída essencialmente por
arenitos médios a finos, com coloração arroxeada típica fornecida por
película ferruginosa que envolve os grãos.
• Uma das características mais distintivas destes arenitos além de sua
coloração típica corresponde à marcante estratificação cruzada e de grande
porte, apresentando-se sob a forma tabular, por vezes acanalada.
para Formação Adamantina. Desta forma estima-se que a Formação Caiuá tenha idade
correspondente ao Cretáceo Médio. Quanto à origem têm-se evidências de ambientes
tanto de deposição eólica como fluvial embora estudos mais aprofundados sejam
necessários.
5.5 – Relevo
O relevo onde esta localizada a bacia hidrográfica do Ribeirão Paracatu, no
município de Nova Esperança, faz parte da bacia hidrográfica do rio Pirapó, sendo que
seus divisores de água ao sudoeste estão juntos ao interflúvio da bacia hidrográfica do
rio Ivaí. É sustentado pelos arenitos ali formados e representado predominantemente por
colinas amplas, com topos extensos e retilíneos, separadas entre si por vales mais ou
menos profundos, pouco sinuosos porém bem encaixados, com declividade variando de
suavemente ondulado a ondulado, em geral, a maior parte da área apresenta uma
paisagem composta por relevo de morfologia uniforme.
No topo das vertentes, onde se localizam as vias regionais e locais de tráfego e
locomoção, o relevo se apresenta desdobrado em grandes patamares, essa morfologia
cria pequena alternância entre segmentos de declividades fracas e segmentos de
declividades mais fortes ao longo das vertentes. Assim observa-se nos setores de alta a
média vertente, segmentos de declividades entre 3 e 8%, podendo acontecer nas áreas
de topo segmentos praticamente planos (declividades de 1 a 3%). Já nos setores de
média a baixa vertente, em função do entalhe dos tributários de primeira ordem do
ribeirão Paracatu, ocorre mais freqüentemente a alternância de segmentos de
declividades fracas, entre 3 e 8%, com segmentos de declividades mais fortes, entre 8 e
12% e, eventualmente, superiores a 12%.
As altitudes de modo geral, variam de 400 metros nas áreas próximas a junção
do ribeirão Paracatu com o ribeirão Caxangá, a aproximadamente 580 metros no
interflúvio onde se localiza o trevo de acesso a Nova Esperança, na área de influencia da
principal nascente do ribeirão Paracatu.
O relevo tem sua importância na formação e evolução dos solos, principalmente
por ser a declividade responsável pela maior ou menor penetração das águas das chuvas,
pois quanto mais acentuada for à declividade maior será a velocidade da água que
escorre, dificultando sua penetração e favorecendo a erosão.
56
5.5.1 - Declividade
A declividade relaciona-se com a velocidade em que se dá o escoamento
superficial, afetando, portanto, o tempo que leva a água da chuva para concentrar-se nos
leitos fluviais que constituem a rede de drenagem das bacias, sendo que os picos de
enchente, infiltração e susceptibilidade para erosão dos solos dependem da rapidez com
que ocorre o escoamento sobre os terrenos da bacia (VILLELA; MATTOS, 1975).
5.5.2 - Altitude
A variação de altitude associa-se com a precipitação, evaporação e transpiração,
conseqüentemente sobre o deflúvio médio. Grandes variações de altitude numa bacia
acarretam diferenças significativas na temperatura média, a qual, por sua vez, causa
variações na evapotranspiração. Mais significativas, porém, são as possíveis variações
de precipitação anual com a elevação.
ALTIMETRIA
7440000
7440000
Y
#
Y
#
Y
#
7436000
7436000
Legenda:
Y
#
Y
#
Classes de Altimetria
Y
#
Y
#
400 a 440
Y
#
Y
# 440 a 460
Y
#
Y
#
460 a 480
Y
# 480 a 500
500 a 520
520 a 540
7432000
7432000
540 a 560
560 a 580
Y
#
N 580 a 600
Hidrografia
W E Limite de Abrangência da Microbacia
Y
#
Nascentes
S
5.6 - Pedologia
O ribeirão Paracatu percorre uma região fisiográfica do relevo paranaense o
terceiro planalto paranaense.
Do ponto de vista da cobertura pedológica, a bacia hidrográfica do ribeirão
Paracatu apresenta quatro tipos de solos (Figura 5) descritos a seguir com base no
Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 1999). Os limites das classes
mapeadas foram baseados na carta de solos do IAPAR/EMBRABA em escala 1:25.000
e confirmados através de levantamento dos solos em campo. Nos trabalhos de campo
procurou-se observar e corrigir possíveis distorções dos vários mapas de solos
publicados sobre esta bacia hidrográfica, procurando elaborar um mapa de solos cuja
distribuição espacial das classes seja mais adequada à realidade observada. No entanto
somente foi possível fazer a classificação dos solos até o 2º nível categórico de
classificação devido as limitantes ocorridos durante os trabalhos realizados para esse
fim, como por exemplo, a falta de testes laboratoriais para determinar a porcentagem de
saturação das bases e a granulométrica dos solos.
380000 384000 388000
PEDOLOGIA
7440000
7440000
Y
#
Y
#
Y
#
7436000
7436000
Y
#
Y
#
Y
#
Y
#
Y
#
Y
#
LEGENDA
Y
#
Y
#
Y
#
Nascentes
Y
#
Hidrografia
7432000
7432000
Grupos de Solos
ARGISSOLO VERMELHO
Y
#
N
GLEISSOLO HÁPLICO INDISCRIMINADO
LATOSSOLO VERMELHO
W E
NITOSSOLO VERMELHO
S
às áreas de contato com o Latossolo, No entanto não foi possível chegar a esse nível
classificação por limitações logísticas ocorridas no projeto de pesquisa. Nos trabalhos
de campo foi possível observar que estes solos possuem espessura superior a 2 metros.
Percebeu-se visível contraste de cor e textura entre os horizontes A e B t (o A se
apresenta mais arenoso e o Bt mais argiloso). Estes detalhes são resultantes da migração
de argila do horizonte A para o Bt, criando uma diferença de textura entre esses
horizontes. A transição entre estes horizontes é clara ou gradual. A permeabilidade é
sensivelmente mais rápida no horizonte A do que no Bt. São formados
predominantemente pelos materiais resultantes da intemperização dos arenitos da
Formação Caiuá.
Apresenta média fertilidade natural, sendo bastante suscetível a erosão, em razão
da baixa capacidade de agregação das partículas do horizonte superficial, condicionado
pelos baixos teores de argila e matéria orgânica. Mesmo corrigidas as deficiências
químicas, através de corretivos e fertilizantes, exigem ainda práticas conservacionistas
intensivas de controle à erosão para o seu aproveitamento com agricultura, o que o torna
mais indicado para pastagens, no entanto boa parte destes solos está ocupada no
momento com a cana de açúcar, cujas práticas de manejo e conservação apresentam
problemas devido à construção de curvas de nível em espaçamento inadequado, e
remoção constante do solo nos processos de aração profunda para reforma do canavial,
quando o maquinário pesado expõe o horizonte textural pouco permeável, o que vem
desencadeando processos erosivos associados ao escoamento superficial, que tem
alterado os locais de origem das nascentes de toda a bacia hidrográfica.
5.7 - Hidrogeologia
Na microbacia do ribeirão Paracatu ocorre apenas uma Unidade Aqüífera, a
Unidade Caiuá. O aqüífero Caiuá consiste em um meio poroso constituído
litologicamente por rochas sedimentares cretáceas, pós-basálticas da Bacia Sedimentar
do Paraná. A Formação Caiuá abrange toda a área da microbacia, correspondendo a
63
HIDROGEOLOGIA
7440000
7440000
#
Y
#
Y
#
Y
7436000
7436000
#
Y
#
Y
#
Y
#
Y
Y
#
Y
# LEGENDA:
# #
Y
Y
#
Y Y
# Nascentes
Reservatórios Existentes
7432000
7432000
# N Hidrografia
Y
HIDROGRAFIA
7440000
7440000
#
Y
#
Y
#
Y
7436000
7436000
#
Y
#
Y
#
Y
#
Y
Y#
#
Y
# #
Y
Y
LEGENDA:
#
Y
#
Y Nascentes
Reservatórios Existentes
7432000
7432000
#
Hidrografia
Y N
Córrego
Ribeirao Paracatu
W E
Limite de Abrangência da Microbacia
S
6.1 - Vegetação
A vegetação natural presente na microbacia está ligada diretamente com as
condições climáticas e do relevo sendo classificada como remanescente da Floresta
Estacional Semidecidual, conhecida como Floresta Pluvial (Figura 7).
FIGURA 7 – Mapa da cobertura vegetal original
Maack (1981) ressalta que, quando as matas da Floresta Estacional Semidecidual
estavam presentes em grandes extensões do Terceiro Planalto Paranaense, em especial a
região, Norte do Paraná, o clima existente era mais úmido, a mata mantinha uma
umidade relativa do ar mais elevada. Com o avanço da colonização e o progresso da
região, houve um desmatamento quase total da área, tornando o clima local e
microclima mais seco.
Quase toda a cobertura florestal nativa da microbacia, foi extraída para dar lugar
ao plantio de agricultura permanente, agricultura temporária, pastagens artificiais,
reflorestamento com exóticas e à ocupação urbana (Figura 8).
FIGURA 8 – Cobertura vegetal original, 1980
A extração e o beneficiamento da madeira constituíram-se, no início da
colonização, importantes atividades econômicas e influenciaram, sobremaneira, o tipo
de habitação encontrado nos municípios da microbacia.
Com a eliminação da floresta original, são raros os remanescentes que podem
retratar a exuberância daquela associação vegetal, nos dias atuais. A microbacia possui
em algumas áreas de sua superfície, fragmentos florestais que, embora alterado por
cortes seletivos, guarda ainda características da floresta original.
A área e percentagem de vegetação natural, e a percentagem sobre a área da
microbacia dos principais tipos vegetacionais, são apresentados na Tabela 4.
COBERTURA VEGETAL
7440000
7440000
Y
#
12
11
Y
#
13
Y
#
7436000
7436000
LEGENDA:
07
Y
#
10
Y
#
08
Y
#
#
Y Nascentes
09
Y
#
04
#
Y
01
03 #
Y
06
Y
#
Reservatórios Existentes
#
Y
02
Y
# Hidrografia
7432000
7432000
05
N Vegetação natural
Y
#
Floresta nativa
W E
Floresta ripária
S
1000 0 1000 2000 3000 M eters
FONTE: EM A TER, 2010
BAS E CA RTO GR ÁFICA : SEM A , 2007
ELA BO RA ÇÃ O: EM ATER , 2010
380000 384000 388000
NASCENTES
7440000
7440000
Y
#
12
Y
#
11
Y
#
13
7436000
7436000
07 Y
#
Y
#
Y
#
10
08
04 Y
#
#
Y
Y
# 09
01 Y
#
03 Y
#
06
02 Y
#
LEGENDA:
Y
# Nascentes
7432000
7432000
05 Reservatórios Existentes
W E Hidrografia
7 - MEIO SÓCIO-ECONÔMICO
A análise do meio sócio-econômico apresenta uma descrição da forma como
ocorreu a ocupação dos municípios que fazem parte da microbacia do ribeirão Paracatu
(MHRP), o perfil dos municípios, além dos aspectos sócio-econômicos e sua dimensão
econômica.
É importante ressaltar que a análise deste diagnóstico abrange três municípios,
conforme comentado no item 3.1, e que os limites político-administrativos dos
municípios não coincidem com os limites territoriais da microbacia.
7.3.1 - Analfabetismo
Do conjunto dos municípios da MHRP, todos apresentam mais de 11% da
população de 15 anos ou mais na condição de não alfabetizada, sendo que Presidente
Castelo Branco apresenta o pior índice. Nenhum dos municípios da MHP apresenta
índices iguais ou inferiores à média do Estado (9,50). A Tabela 8 exibe a distribuição da
taxa de analfabetismo através de faixa etária.
7.3.2 - Saúde
A saúde é considerada um dos fatores mais importantes na composição do IDH.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) uma média de 10 óbitos por
mil nascidos vivos pode ser considerada como “aceitável. Na MHRP as taxas de
mortalidade infantil são relativamente altas, com exceção do município de Atalaia que
apresentou taxa de mortalidade igual a zero (Tabela 9).
A Tabela 9 apresenta o coeficiente de mortalidade infantil (mil nascidos vivos) e
mortalidade geral (mil habitantes), dos municípios que fazem parte da MHRP.
83
7.4.1 - Agropecuária
A atividade agropecuária é composta por lavoura permanente, lavoura temporária,
pecuária, horticultura, silvicultura, investimentos em formação de matas plantadas e
lavouras permanentes, indústria rural, produção do pessoal residente no estabelecimento
rural e serviços auxiliares da agropecuária.
87
7.4.2 - Indústria
A indústria é constituída por extrativismo mineral, indústria de transformação,
construção civil e serviços industriais de utilidade pública.
O valor da transformação industrial da MHRP atingiu R$ xxx em XXX. Na
estrutura industrial da MHRP predominam os segmentos de alimentos e bebidas e ....,
responsáveis por aproximadamente XX% do valor de transformação da industria local.
7.4.3 - Serviços
A prestação de serviços é formada por comércio, alojamento e alimentação,
transportes, comunicações, serviços financeiros, atividades imobiliárias e serviços
prestados às empresas, administração pública e demais serviços (IBGE, 2004)
O valor adicionado do setor de serviços na MHRP totalizou R$ ... em XXXX,
com grande participação dos ramos de comércio, administração pública e atividade
imobiliárias.
FIGURA 8 - FIGURA 9 -
FIGURA 10 - FIGURA 11
93
FIGURA 12 - FIGURA 13 -
94
7440000
7440000
LEGENDA:
#
Y #
Y Nascentes
Hidrografia
#
Y
Uso Atual do Solo
Amoreira
#
Y
Áreas urbanizadas
7436000
7436000
Avicultura de Postura
Café
Cana de açúcar
#
Y
#
Y Eucalipto
#
Y
#
Y
Floresta nativa
#
Y
#
Y
#
Y
Floresta ripária
#
Y
Hidrografia
#
Y
Laranja
Mandioca
7432000
7432000
Milho
#
Y
N Pastagem
Reservatório
W E Sistema viário
Uva
S
#
Y
#
Y
#
Y
7436000
7436000
LEGENDA:
#
Y Nascentes
#
Y
#
Y
Hidrografia
#
Y
#
Y Classes de Uso do Solo
#
Y
#
Y
#
Y
#
Y Agricultura
#
Avicultura
Y
Corpos d´água
Fruticultura
7432000
7432000
Pastagem
#
Y Reflorestamento
N
Sistema viário
W E Urbanização
Vegetação natural
S
TABELA 22 – Agricultura
Agricultura Área (ha) Área (%) % da área da
microbacia
A pastagem ocupa 23,99% da área em estudo. Esta cobertura vegetal, quando bem
cuidada, proporciona o recobrimento da superfície do solo durante todo ano, reduzindo
a velocidade do escorrimento superficial. Entretanto pelas observações de campo
(FIGURA) foi possível observar áreas mal manejadas, altamente compactadas e com
lotações animais muito altos, levando à superutilização da forragem disponível na
pastagem, deixando o solo descoberto e sem proteção contra a ação erosiva das chuvas e
dos ventos, diminuindo significativamente, a infiltração e afetando diretamente a vazão
das nascentes.
A área coberta pela vegetação natural, que correspondem as florestas primárias
ou secundárias e às matas ciliares primárias ou secundárias, ocupam 11,28% da área
total. As florestas, encontraram-se fragmentadas e localizadas nas margens da mata
ciliar e em alguns pontos na centro das propriedades. Este fato é preocupante uma vez
que o Código Florestal (1965) exige, para a região, um mínimo de 20% de cada
propriedade como área de Reserva Legal, isso sem considerar as Áreas de Preservação
permanente.
As florestas têm ação regularizadora nas vazões dos cursos d’água, mas não
aumentam o valor médio das vazões. Em climas secos, a vegetação pode até mesmo
diminuí-lo em virtude do aumento da evaporação.
Os plantios de eucalipto (reflorestamento) representam 7,38% da área da
microbacia hidrográfica. Além disso, verificou-se que a classe reflorestamento aparece
em quase toda a extensão da microbacia.
Parte da sede urbana do município de Nova Esperança está localizada na parte
mais alta da microbacia. Levando em consideração que esta parte da cidade não possui
sistema de coleta e tratamento de esgoto, esta microbacia é prejudicada pelos efluentes
urbanos.