Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O SETOR DE ENERGIA
SOLAR FOTOVOLTAICA NO BRASIL
Nesta seção será apresentado um panorama do setor solar
fotovoltaico de geração centralizada no Brasil. Aborda a
representatividade da fonte na matriz elétrica e perspecti
vas e obstáculos para seu crescimento. Apresenta os aspectos
PANORAMA DE MERCADO
Eduardo Tobias Neme Fernandes Ruiz
Fig. 1.1. Potência e venda total dos projetos solares FV vencedores de leilões de ACR.
Fonte: ANEEL (2020a); Brasil Energia (2020).
01.PANORAMA DE MERCADO 29
100 88.16
90 O- 84,30
78,36
80
70
60
50
44,02
40-
5 35,24
30
17,62 20,38
20
10
Fig. 1.5. Preço médio de venda de energia elétrica de projetos defonte solar FVpor leilao no CR
Fonte: ANEEL (2020a).
instalada somente em
2017.c.
A fonte atingiu seu primeiro GWac de capacidade Como
inerentes à c u r v a de aprendizado da inserção datecnoi.
tal, carrega consigo desafios enologia
e desenvolvimento
produtiva.
da cadeia
18 abordam temas relacionados àcada.
O capítulo 10, o item 11.l e o capítulo
e qualificação de mão de obra, riscos, deca
produtiva da fonte no país, disponibilidade Brasil.
operação de UFVs no
fios e liçoes aprendidas na implantação«
vendida a preços médios inferiores aos da fonte eólica nos dois leilões realizados
2019, conforme ilustrado na figura 1.6, a seguir
Por
A causa da queda do custo de produção de energia elétrica solar FV,
vez, também é multifatorial. Os principais fatores são:
i) queda no CAPEX referente à parcela dos equipamentos e serviços P
cados em moeda estrangeira; e c i f -
100-
88,16
90 84,30
80 78,36
70
6057,43
52,91
50-
44,02
40
35,24
30 23,90
32,80 20,83
20
- Preço médio solar FV
10 20,30 17,62 20,38
Preço médioeólica
LER2014 1°LER2015 2LER2015 LENA42017 LENA42018 LENA42019 LENA62019
Fig. 1.6. Preço médio de venda de projetos de fonte solar FVe eólica por leilão no ACR.
Fonte: ANEEL (2020a); ANEEL (2020c).
Queda
Maior do CAPEX
desempenho
Menor custo
decapital
Queda no custo de
produção de energia
elétrica solar FV
Fig. 1.7. Fatores que causarama queda no custo de produção de energia elétrica solar FV.
Volume de importaçôes 0
-0- Estimativa
de custo unitário
1.200 F0,90
0,89
0,80
1.000
0,65 F0,70
800 0,60
0,62 0,51 0,50
600 0.39 F0403
0,33
400 0,30
F0,20
200
F0,10
2014 2015 2016 2017 2018 2019
2012 2013
reais dos
Apesar de não muito expressiva, também ocorreu queda
no custo em
inversores, conforme declarado pelos projetos habilitados aos leilões do ACR (EPE,
2020). A redução do fator de dimensionamento do inversor (vide item 10.1.3()
considerado no arranjo desses projetos também contribuiu com a redução do CAPEX
ãoda
(IBGE, 2020), permitindo ao Banco Central do Brasil (BACEN) iniciar ciclo
de reduy
5. Considera a garantia fisica, como numerador, e a potência em dor.
meta da SELIC (referência de taxa livre de risco no Brasil), conforme ilustrado na figura 1.9.
De 14,25% a.a., no auge da recessão em 2016, a SELIC meta foi reduzida para 2,0% a.a.
em agosto de 2020, minima histórica (BACEN, 2020). Junto, caíram as curvas futuras
de juros que são referências para o custo de captação de recursos próprios e de dívida
das empresas, e de custo de oportunidade de investidores.
15.0 IPCA
12,5 PIB
- SELIC meta
10,0-
7.5
5,0
2,5
0,0-
2,5
5,0 ..
7,5
2013
T 1
2 0 1
2014T1
T33
2014
2015T12015T32016T1
T3
201T2017T1 2018T1 2019T1
63
2017
T3
2 0 1T
83 2 0 1
2020T1
T93
7. Para o PIB considerou-se a variação percentual em relação ao mesmo periodo do ano anterior.
Para o IPCA é considerada a variação dos úiltimos 12 meses sobre o primeiro mês de cada
trimestre.
EDUAADO TOBIAS NEME
FERNANDES RUIZ
36
debentures incentivadas
o volume
de emissões de para
setor. De 2018 para
2019, RS 1,22 bilhão (ME, 2020
152%, atingindo
solar FV
cresceu
projetos de geração
figura 1.10.
conforme indicado na
4.884
2.500
2.000- 1.221
3.133
1.500 1.229
1.000 529
381
1.288 346
500 -700 280
381
2016 2017 2018 2019 31/03/2020
centralizada solar FV
Fig. 1.10. Financiamentos de longo prazo para projetos de geração
porfonte.
Fonte: BNB (2020); BNDES (2020); ME (2020).
para projetos do setor desde 2017 (BNB, 2020). Destacam-se também as adequações
feitas pelo BNB e BNDES em suas linhas de financiamento para contemplar, de
for
competitiva, projetos cuja estratégia de comercializaço considera o ACLe o mercauo
de curto prazo. As alternativas de financiamento disponíveis, e respectivas condiçoe
estão detalhadas no item 16.2.
428
450
361
400
350
300 204
250
200
150
100 76
20
50
7.000
5.782
6.000
5.000
4.000
3.000-
2.000 1.650
962 952
1.000
115
Fig. 1.12. Previsão para liberação de operação comercial de projetos solares FVjord
por poténcia.
Fonte: ANEEL (2020d).
01. PANORAMA DE MERCADO 39
REFERENCIAS
ABSOLAR. Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica. Infográfico energia solar
fotovoltaica no Brasil, n. 21, jul. 2020.
ANEEL. Resultados de leilões, abr. 2020a. Disponível em: https://www.aneel.gov.br/resultados-
de-leiloes. Acesso em: 14jun. 2020.
ANEEL. SIGA - Sistema de Informações de Geração da ANEEL, 2020b. Disponível
em: https://app.powerbi.com/view?r=eyJrljoiNjc40GYyYjQtYWM2ZC00
YjllLWJiYmEtYzdkNTQ1MTe1NjM2liwidC161jQwZDZmOW14LwVjY
Mi05MmQ0LWVhNGUSY2AxNZBIMSIsimMiOjR9. Acesso em: 29 jul. 2020.
TetNDZh
ANEEL. Resultados dos leilðes de geração no ambiente regulado, 2020c.
Disponível em: https://app.powerbi.com/view?r=eyJrljoiYm MzN2YONGMt
YjEyNy000TNILWI1YzctZji0zTUwMDg5ODE3liwidCI6ljQwZDZmOW14LWVj YTet
NDZhMi05MmQ0LWVhNGUSYZAXNzBIMSIslmMiOjR9. Acesso em: 06 ago. 2020.
ANEEL. Acompanhamento da implantação das centrais geradoras de energia elétrica.
Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Geração, 2020d. Disponível em: https://
app.powerbi.com/view?r= eyJrljoiMGYyZzWIONzgtMGRIOCOOM22jLTHZDYZTVkYjli
ZjkxzDBkliwidCl6jQwZDZmOW14LWVjYTctNDZhMi05MmQOLWVhNGUSYzAxNz
BIMSIsImMi0jR9. Acesso em: 6 ago. 2020.
BACEN. Taras de juros básicas - histórico, 2020. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/
controleinflacao/historicotaxasjuros. Acesso em: 4 ago. 2020.
BLOOMBERG NEF. New Energy Outlook 2019. Latin America Presentation, 2 ago. 2019, p. 16.
BNB. BNB transparente: contratações FNE, 2020. Disponível em: https://www.bnb.gov.br/
bnb-transparente/estatisticas-aplicacoes-fne-e-outros-recursos#FNE. Acesso em: 24 jun. 2020.
BNDES. Operações contratadas na forma direta e indireta não automática, 2020. Disponível
em: https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/transparencia/centraldedownloads.
Acesso em: 29 abr. 2020.
BRASIL ENERGIA. USinas solares no Brasil. Cenários Solar: Brasil Energia, 2020. Disponível
em: https://cenariossolar.editorabrasilenergia.com.br/usinas-solares-no-brasil/. Acesso em:
28 jul. 2020.
CCEE. Mercado Elétrico Brasileiro (ACReACL)}: 0 papel da fonte solar fotovoltaica. Intersolar
South America. São Paulo, 27 ago. 2019.
CCEE. Ste Institucional, 2020. Disponível em: https://www.ccee.org.brl. Acesso em: 28 jul. 2020.
EPE. Nota técnica n. "003/2020/EPE-DEE. Projetos fotovoltaicos nos leiloes de energia -análises
dos leilões A-4 eA-6 de 2019,jan. 2020.
ETENE BNB. Recurso Solar. Caderno Setorial, ano 5, n. 110, mar. 2020. Disponível em: https://
www.bnb.gov.br/documents/80223/6888946/110_Energia+Solar,pdf/da7 14c4b-2e47-825b-
1bc6-6389432166f1. Acesso em: 14 jul. 2020.
FREIRE, W. Energia solar no ACL passa de 6 GWp, aponta estudo. Canal Energia, 2020.
Disponível em: https://canalenergia.com.br/noticias/53124215/energia-solar-no-acl-passa-
de-6-gwp-aponta-estudo. Acesso em: 16 jun. 2020.
TBGE. Tabela completa de séries históricas, 2020. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/
estatisticas/economicas/precos-e-custos/9256-indice-nacional-de-precos-ao-consumidor-
amplo.html7-&t=series-historicas. Acesso em: 4 ago. 2020.
40 EDUARDO TOBIAS NEME FERNANDES RUIZ
RECURSO SOLAR
Eduardo Tobias Neme Fernandes Rui
7.1.1 Conceitos
ntes atmosféricos (moléculas, material particulado, nuvens etc.) (PEREIRA et al., 2017, p. 19).
d) Irradiação solar
e) Albedo
Sol
Topo da Atmosfera
Albedo
Mapa de iradiação
7.12
Afigura 7.2 traz a GHIl média parao período de um dia em todo o território
eiro (Wh/m/dia) (PEREIRA et al., 2017, p. 36). Por ser uma média anual, basta
multiplicar o valor por 365 (dias) para transformá-la na irradiação global horizontal
h/m/ano). Para fins de simplificação, este livro usará a nomenclatura GHI
anual
global horizontal.
também para irradiação
60W 50W
60
whyin',di
2.600
E 2.400-
2.200
2.000-
1.800-
1.600-
BA CE PB PE PI RN MG MS SP TO Centro-Oeste
Nordestesudeste
Fig. 7.3. GHI de projetos solar FV, por estado, cadastrados nos leilões do ACR.
Fonte: EPE (2020).
07. RECURSO SOLAR 133
12
ESTIMATIVA DE PRODUÇAO DE ENERGIA ELÉTRICA
Instituto Nacional de
mínimo de 12
n.° 102, de 2016 no local do empreendimento, por período
-
entre eoleid
colet
nos cabos de corrente continua. Neste exemplo, foi considerada uma pera orrente
d
incluindo sua eficiência. Ao final, obteve-se 2.057 kWh/ano de esti-
inversor,
é
produção bruta em CA na saída do inversor
a
Para todos os fins, a chamada
Este
elétrica da UFV objeto de certificação.
energia
estimativa de produção anual de
ano de operação. Para cadastramento
cálculo, no entanto, estima a produção primeiro
no
anual pelo
deve apresentar a estimativa de produção
nos leilões do ACR, a certificação
a taxa estimada de degradação
anual dos módulos
de 20 anos. Para isso, deduz-se
prazo
da produção bruta em CA calculada.
diferentes portes, é comum o cálculo
da
Para a comparação entre projetos de
specific yield. Para isso, divide-se
inglês,
chamada produção especifica em CA(Yac),
em
instalada (kWp). Neste exemplo,
aprodução bruta em CA (kWh/ano) pela capacidade CA
como a capacidade instalada considerada
foi de 1 kWp, a produção especifica em
é de 2.057 kWh/kWp/ano.
b) Cálculo via performance ratio
elétrica da UFV é a
Outra forma de estimar a produção anual de energia
partir do performance ratio (PR). O PR é a razão do total da produção de energia
eletrica na saída do inversor pela energia teoricamente disponível (IRENA, 2016).
ogo, a produção anual de energia elétrica calculada na certificação é consequência
Ye-PR x Gur
em CA na saida do inversor (em
Em que: Yac: produção específica Whk
PR: performance ratio (em %); GIL
irradiação global no plano dos muP
plano dos módulosWpland
kWh/m/ano).
Caso não conheça
se o PR da UFV, é possível calculá-lo a partir
2.057
PR
2.500 x 4,778 x 20,93%
arranjo, näão depende do GHI nem da orientação/inclinação dos módulos. Por esta
mesma
do indie
razão, a adoção ou não de trackers tem efeito praticamente nulo no cálculo
OPR também não é afetado pela eficiência da conversão FV de diferentes módtules
No entanto, a comparação tem suas restrições, uma vez que a temperatura meu
yetas
do local onde será instalado o projeto tem grande impacto no cálculo. Muitos Pr
étrica
no Nordeste, por exemplo, têm perdas maiores que 10% na produção de energ
exclusivamente devido à temperatura média do local.
erênciu
O PR também é frequentemente usado como indice contratual de re
2020
FC
Produção anual efetiva |MWh]
8.760 [horas] x Capacidade instalada |MWpl
como
gra todas
stvidade. Esta éa premissa que compora a receta bruta do as perdasEaté
projeto. a premissa
ocentroque
de
multiplicara0
preço de venda da energia elétrica.
132
Conceito aplicado a prmjetos grenfield
O cálculo da estimativa de produção anual efetiva de projetos greenfield é um
desafio, pelo esconhecimento dos valores das perdas. As perdas até a saída do inversor
desaadas. assim como a degradação anual dos módulos. No entanto,
siocertificad
partir daí,
a
reendedor/investidor estimá-las. Como parte das perdas não certificadas
cabe ao empreendedc
medição da UFV;
TETF-Taxa Equivalente de Indisponibilidade Forçada;
TEP- Taxa Equivalente de Indisponibilidade Programada;
perdas elétricas entre o ponto de medição da UFV e o ponto deconexãojunto
a
Concessionária de transmissão ou distribuigçao,
d s entre o ponto de conexão e o centro de gravidade.
140 EDUARDOTOBIASNEME FERNANDES RUIZ
a) Usinas
A tabela 7.3 apresenta ranking das 10 usinas fotovoltaicas operacionais cOm
maior FC efetivo do Brasil no ano de 2019. O FC calculado segue o conceitoapre
sentado no item 7.3.1. Ele considera a produção anual efetiva em MWh, medidaw
centro de gravidade, como numerador, e a capacidade instalada em MWp de cada usim
multiplicada por 8.760 horas, como denominador.
b) Projetos
em
potência
apo
Ogrande
a salto de 2014 para 2015 foi devido, principalmente, à maior adoção de trackers
detrimento
de struturas metálicas fixas.
em
281
26
24,5
23,3 23,4
24 22,3 22,0 21,8
22- O-
20 19,3
18-
16
LER2014 10LER2015 20LER2015 A42017 A42018 A42019 A62019
Fig. 7.4. Média dofator de capacidade dos projetos vencedores dos leilões do ACR.
Fonte: ANEEL (2020); Brasil Energia (2020).
ngeral, a premissa de GHI anual é razoável? Caso não seja, o parecer deve
Tecomendar valor aser considerado caso base.
para o
Qual seria aa margem
Oualaseria marg de erro razoável para a premissa de GHI anual adotada, e
qual respectivo
impacto no volume de produção de energia elétrica em cada cenário?
142 EDUARDO TOBIAS NEME FERNANDES RUIZ
REFERENCIAS
ANEEL. Resultados de leilöes, abr. 2020. ltados
Disponível
de-leiloes. Acesso em: 14 jun. 2020.
em: https://www.aneel.gov.br/resultau
07.RECURSO sOLAR 143
quefazemos_menu_later
https://www.ccce.org.br/portal/faces/
dicao. Acesso em: 28 jul. 2020
.ional, 22020b. Disponível em: https://www.ccee.org.br/. Acesso em: 28 jul. 2020.
instinucional,
SMe
CEE.
cOAKLEYYJ.A. ReflectanceandAlbedo, Surface. Corvallis, OR, USA: Oregon State University,
2003. Disponive em: http://curry.eas.gatech.ed
.edu/Courses/6140/ency/Chapter9/Ency_Atmos/
Reflectance_Albedo_.
lo_Surface.pdf. cesso em: 9 jul. 2020.
wwewrertznreooTgUR
CAPITUL0 D8
LOCALIZACAOEMARGEM DE ESCOAMENTO
EduardoTobias N. FRuiz e Heloisa FA. Scaramuce
As análises referentes aos objetivos (i) e (iii) serão tratadas neste capitulo
A análise do objetivo (ii) será explorada mais objetivamente no item 14.2.
Diferentemente das análises dos capítulos anteriores, esta pode indicar ainviab
lidade técnica do projeto em um determinado local. Por exemplo, pela impossibilida:
de conectar o projeto por restrições fisicas ou fundiárias, de implantar a usina em deer
idade
minada área em decorrência de restrições ambientais ou, ainda, pela indisponibliae
de margem de escoamento no ponto de conexão escolhido.
Do ponto de vista da viabilidade
econômica, é importante apurar qual o nsco
premissas consideradas mostrarem-se diferentes do esperado. Da escolha dalocaliza
elas
ao proyeto den vam, direta ou indiretamente, premissas muito importantes. Dentre
anhode
irradiação; perdas de produção devido à temperatura dos módulos; albedo; tarnau
0
área e respectivo custo; dimensionamento da nto de CAPEX
para
potência; orçamento
parque e infraestrutura de transmissão, valor da TUST/D; estimativas de TEIF e 1
cursos
com vasta
riência no escopo e no setor solar FV brasileiro, além de boa
experi
dente,
o mercado.
reputação perante
AL.I Meteomlogia
do imóvel? Os im:
proprietários? Qual a situação juridica dos proprietáriose móveis
suficientes para viabilizar a potência dimensionada para o parque? Quais
ais imóvé
Existem restriçðes de construção em aluma
georreferenciamento?
imóvel? Há disponibilidade de áreas vizinhas para expansão do parque, se necparte
possuem
b) Uso da terra
É um imóvel rural? Qual o uso atual das áreas do parque? Quais são o .
Ds prin
cipais usos da terra nessa região? Há previsão legal ou precedente de restriço.
uso do solo para construção de parque de geração de energia elétrica e subestacd
Há construções ou obras residenciais, comerciais ou industriais próximas que possam
am
de alguma forma, interferir no custo ou cronograma de implantação do parque ou, ainds
provocar sombreamento no parque?
c) Relevo
f Albedo
b) Uso da terra
traçado passa exclusivamente por imóveis rurais? Qual o uso atual das áreas
c) Relevo
Foi feito estudo topográfico? O traçado passa por alguma área cuja ton..
orçamento e/ou cronograma de
pogra
construção da litnha
fia onere, excessivamente, o
de
transmissäão? Caso positivo, é possível alterar o traçado para resolver esse Droki.
roblemg)
As estimativas de volumes e respectivo custO de terraplenagem consideraram o esh.
tudo
condições de solo e relevo, em geral, são compatíveis com as nre
topográfico? As premis
sas de CAPEX e cronograma de implantaçâo da linha? Caso negativo, estimarsvalore
cenário base.
prazo realistas para
opinar:
i) se o projeto da subestação elevadora, da linha de transmissão de interesse
restrito e do escopo necessário para a conexão são viáveis tecnicamente;
i) se o orçamento de CAPEX e cronograma de implantação dainfraestruturade
conexão são factiveis. Caso negativo, estimar valor realista para cenáriobase
ii) sobre uma margem de erro razoável para o orçamento de CAPEX da infraes
trutura de conexão, para mais e para menos;
iv) sobre uma margem de erro razoável para o cronograma de implantação da
as iregularidades?
ii) Quais são
ii) As situaçöes de irregularidade podem
vir a inviabilizar o projeto por falta
de área por falta de acesso para conexão elétrica?
ou
necessárias para regularização de cada propriedade, e qual
iv) Quais as medidas
o custo e prazo envolvidos?
vir excessivamente o orçamento
v) As situações de irregularidade podem
a onerar
do projeto?
de CAPEX ou o cronograma de implantação
das irre-
vi) Orçamento de
CAPEX contempla valor razoável para adequação
gularidades mapeadas?
premissa de custo de regularização das
vi) Estimar margem de
erro para a
propriedades.
O cronograma de implantação leva em consideração o tempo necessário
vii)
e/ou prospecção de áreas substitutas?
para regularização das propriedades
razoável para a premissa de prazo de regularização
ix) Estimar margem de erro
das propriedades.
da regu-
Como referência, alguns dos temas de pesquisa quando da avaliação
larização fundiária das áreas proteto são:
o imóvel;
e inexistência de ônus sobre
i) regularidade da tituledie do imóvel
ii) regularidade e atualize,ä da matrícula;
certificado de cadastro de imóvel rural;
ii) existência e regularidade do
mínimo do imóvel a título de Reserva Legal;
iv) atendimento efetivo do percentual
Ambiental Rural (CAR);
v) registro da Reserva Legal no Cadastro
vi) se aplicável, preservação de APP;
vii) registro de APP no CAR;
ambiental
cumprimento de termo de ajustamento de conduta
Vin) existência e
firmado,
Ix)se aplicável, adesão ao Programa de Regularização Ambiental;
Imposto sobrea
declaração e pagamento de impostos, em especial, ITR -
o
X)
Propriedade Territorial Rural;
XI) se as certidöes do cartório de registro de
imóveis referentes à matrícula do
matrícula do imóvel.
das normas sobre APP. O Art. 12 da Lei Federal n.° 12.651/12 prev
denominada Amazônia Legal, preservação de 80% do imóvel em áreas de florest região
em área de cerrado e 20% em áreas de campos gerais. Para imóveis localizad 39%
área total. Segundo ora da
Amazônia Legal, devem ser preservados 20%% da esta
é considerada Amazônia Legal: os estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rond mesma lei
Amapá e Mato Grosso e as regiðes situadas ao norte do paralelo 13° S, dos estad
Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44° W, do estado do Maranhão,
ados de
60ow B"OW
N1BGGE
NEZ
7UA
SURIIAME
Amazônia
2014
Legal
JYANA sUYANE
COONGIA
RR
eana
o AU anttc
sao
Tefesina
CE
PI
RbBahca
E SA
BOSVIA
k n GO So Captal Federa
G01ania
Captas Estaduas
MS LLmte Amazônialegal
T
Geografia e Estatistica.
A obrigatoriedade da Reserva e s c o l h a
da
Legal é um tema especialmente relevante ine jeitasà
localização de parques de geração solar FV. Ocorre áreas
que parte das s
manutenção de 35% e de 80% de vegetação tem alta mplo, a maior
b) Investimento estrangeiro e mc o s t a s
74.965/74.
Agrária. Aludida lei foi regulada pelo Decreto Federal n.°
O tema foi alvo de grande debate, sobretudo após a Constituição Federal de
1988 e a Emenda Constitucional n.° 6, de 1995. A Lei Federal n.° 8.629/93
5.709/71 ao dispor que o
ampliou a aplicação do disposto na Lei Federal n.°
arrendamento de imóvel rural pelas pessoas fisicas ejuridicas abrangidas pelo
disposto no parágrafo anterior também estará sujeito restrições previstas
às
na Lei Federal n.° 5.709/71. O Congresso Nacional será competente para
autorizar tanto a aquisição ou o arrendamento além das restriçðes previstas
na Lei Federal n.° 5.709/71.
Entre 1994 e 2010, a Advocacia-Geral da União emitiu quatro pareceres
dando seu entendimento sobre o tema. Embora os três primeiros pareceres
tenham sido, de forma geral, favoráveis à aquisição de imóveis rurais por
entendeu que as restrições
estrangeiros, o quarto parecer, emitido em 2010,
brasileiras com
da Lei n.° 5.709/71, deveriam ser aplicadas às empresas
de lei em tramitação
capital social majoritariamente estrangeiro. Há projetos
ha anos buscando derrubar as restrições existentes.
Procuradoria
Assim, o cenário atual, de acordo com interpretação emitida pela
Geral da República, a qual vincula o INCRA e todos os cartórios de registro
de imóveis do País, é de restrição à aquisição e locaç o/arrendamento de
moveis rurais por empresas estrangeiras ou empresas brasileiras controladas
c) Onus de garantia
Os imóveis possuem algum tipo de ônus ou gravame? Detalhar.
administrativa ou
desapropriação. No de bens
1ota afetação
caso públicos, a DUP denoad a mentos
a08
de Qutorga de autorização para exploração de geração de energia elétrica, nos
nsdo estudo de viabilidade técnica e econômica (EVTE) ou Projeto Básico. Para
termos
isso,o interessado deve fazer solicitaçõesàANEEL, especificando se as áreas são para
2. Art. 2
da Resoluçi Normativa ANEELn.° 740/16.
3. Art.
3 da Resoluçi Normativa ANEEL n.° 740/16.
SCARAMUCCI
EDUARDO TOBIAS N. E RUIZ
EHELOISA F A.
154
um acordo quanto
å indenizacão.
Caso nãoseja possível chegar a er devida
se
para o
empreendimento como um todo
versus infraestrutura disponivel
na região.
Sendo un
no orçamento
investimentos necessários de adeauo
viável, estimar e contemplar ções ou
nas despesas operacionais do projeto. De
complementações e eventuais impactos vese
dessas adequações no cronograma de implantação do troie
avaliar, também, impacto
o o.
b) Acesso às áreas
Existe logístico sem restrições de tráfego para o transporte dos equi
acesso
mentos e máquinas,
sejam nacionais ou importados? Será necessário algum investimen
adicional no acesso aos locais das obras na fase de
construção? Esses investiment
estão considerados
no orçamento de CAPEXe no cronograma de implantaça0 Caso
não estejam, qual seu
impacto em termos de custo e cronograma?
c) Conexão ao SIN
Qual é a forma de conexão (no barramento de onamento
de entrada em da
operação subestação? Qual ponto a tensão no de
a estimativa
«
ual
qual a
estimativa
em
negociação? cau
08. LOCALIZAÇÃO EMARGEM DE ESCOAMENTO 157
não contratados?
lem
Não obstante, a cada leilão, disposições específicas podem: conven
ser emitidas pelk
recebimento. Barai
candidatos são barramentos da Rede Básica, DIT ou ICG
ponto de conexão por meio do qual um ou mais
cadastrad ração
empreendimentos sac
acessam diretamente o
meio
de conexão
b) Alteração do ponto
No prazo de 5 dias da publicação da Nota Técnica de Quantitativos da Capacidade
Remanescente
Bemanescente do do SIN para escoamento de geração, o empreendedor poderá, por sua
alterar junto a EPE a informação quanto ao ponto de conexão do projeto
onta e risco,
indicadono ato do cadastramento. Tal alteração estará limitada à substituição do ponto
de conexão por um dos pontos de conexão para os quais tenha sido publicada capacidade
escoamento na aludida nota técnica.
remanescente para
esc0amento no ponto de conexão
c) Garantia de margem de
leilão deverá realizado mediante
O acesso ao SIN dos vencedores do
ser cone-
dimentos de geração, os vencedores da fase final do leilão poderão, por sua conta e
tal opção no sistema do leilão.
risco, utilizar conexão comparihadz, devendo ratificar
diretrizes desde 2013. Além disso, tais revisões consideram a realidade mais
recente
dos leilões de energia elétrica, como a baixa demanda pelas distribuidoras, redução
ao atraso de entrada em operação das novas instalações de transmissão, atualizações
regulatórias promovidas pela ANEEL, dentre outras."
Um exemplo de revisão foi a decisão pela transferência para o empreendedor,
de construção de novas linhas de transmissão e subestaçðes. Parte dos leilöes
SCO
e energia elétrica realizados de 2009 a 2013 tinham editais prevendo condições das
comercial". Destes
Lparticpantes receberem o atestado de "apta para operação
eilbes, resultou um total de 49 usinas "aptas para operação comercial", mas sem ter como
Ceara
Santa Parais0
Mirim l
Cruz
Extremoz ii
LEGENDA
PARAIBA piloes Grande
Coremas SaLstúzia João Pessoa
JuTg ermeVKA
Milagres
MilagresIn ****
****
** * * * * * * * * * * *
. Grande
(22) UTE Camplna Santa Mussurell
Subestaçdo (20)
Grande .a J.Pessoa l desie
500&V U T E Termonor
Cotemina
230
y U T E Termoparalod
escoamento remanescente
Concoencia pela margem de
8.2.3
de margem de escoamento remanescente é um ponto crítico
A disponibilidade
de todas fontes no Brasil. Devido
viabilização ou näão de projetos greenfield
as
nara a
dessa fonte concentram-se no Nordeste,
dependência do recurso solar, projetos
Piauí e Rio Grande do Norte. Situação similar
em especial nos estados da Bahia, Ceará,
Desde 2015, projetos solares e eólicos têm concorrido em
aplica-se para a fonte eólica. projeto
pontos de conexão, tendo prioridade
o
igualdade de condições pelos
mesmos
1.000-
900- 827
751
800
700- 649
574
620
600-
500 400 382
420
400-
295
300 225
2000g 148
100
LENA32013 LENA52014LER2014
LENAS2013 1 LER2015 2 LER2016
1 LER2016
2 LER2015 LENA42018
LENA42017 LENA62019
LENA42019
tidor desenvolve e investe em um projeto que, mais adiante, se torne inviável tn.
técnica
ou economicamente.
Contudo, esse gargalo tem se amenizado conforme avançam os investimenie
no sistema de transmissão e distribuição de energia elétrica no Brasil. Verificouse
nos ülimos anos, houve um declinio considerável na quantidade de empreenimen
tos de geração impactados diretamente por indisponibilidade de transmissão (MME
2019). No LEN A-4 de 2019, por exemplo, foram cadastrados 51,2 GWacemprojets
de todas as fontes, para 61,2 GWac de margem de escoamento disponíveis nas áreas
(ePower Bay, 2019). Ainda assim, a concorrência por alguns pontos de conexão m
Nordeste segue alta, principalmente em 69, 138 e 230kV.A seguir, gráficocom anis
da disponibilidade de margem de escoamento por estado, com base na Nota Técnica
n.0046/19 do referido leilão.
8.000
6.000
4.000
2.000
0
BA RN PI CE MG PB TO MT
PE PR SC MA RS Ms SP GO RAL
Fig. 8.4. Margem de escoamento 019
Fonte: E-Power Bay (2019).
remanescente versus poténcia cadastrada LE
-
08. LOCALIZAÇÃO EMARGEM OE ESCOAMENTO 163
de
2019 para 203.417 Km em 2029, representando um investimento estimado de
em
Para as subestações, o PDE 2029 planeja uma expansão de 41% nos próximos
cresceria de 396.092 MVA' para
557.354 MVA,
dez anos. A capacidade consolidada
bilhões. Da mesma forma,
investimento estimado em R$ 30,1
representando um
500 kV.
a expansão planejada
é majoritariamente em 230 e
230kV Total
750ky 500kV 440kV 345kV
Tensão
106.552 396.092
181.416 30.082 53.145
Estimativa dez./2019 24.897
16.102 54.334 161.262
0 85.052 5.773
Evolução 2020-2029
30.628 99.533
2.750 9.269
2020-2024 0 56.886
23.706 61.728
3.023 6.833
2025-2029 28.166
160.886 557.354
35.855 69.247
Estimativa 2029 24.897 266.468
6. MVA-megavolt-ampere.
HELOISA F A. SCARAMUCCI
164 EDUARDO TOBIAS N. E RUIZ E
REFERENCIAS
ANEEL. Resolução Normativa n.°740, de 11 de outubro de 2016. Estabelece os Drocedi.
gerais para requerimento de Declaração de Utilidade Pública - DUP. de áreae
de tere
necessárias à implantação de instalaçðes de geração e de Transporte de Energia Eléti
trica p
concessionários, permissionários e autorizados e dá outras providências.
BRASIL. Decreto-lei n.° 9.760, de 5 de setembro de 1946. Dispôe sobre os bens imóveis
eis da
União e dá outras providências.
BRASIL. Lei n.° 5.709, de 7 de outubro de 1971. Regula a aquisição de imóvel rural por
estrangeiro residente no país ou pessoa jurídica estrangeira autorizada a funcionar no Brasi
Diário Oficial da União, 11 out. 1971.
BRASIL. Decreto n.° 74.965, de 26 de novembro de 1974. Regulamenta a Lei n.° 5.709,de
de outubro de 1971, que dispõe sobre a aquisição de imóvel rural por estrangeiro residemt
no Pais ou pessoa jurídica estrangeira autorizada a funcionar no Brasil.
BRASIL Lei n."6.634, de 2 de maio de 1979. Dispõe sobre a faixa de fronteira. Diário Ofic
da União, 17 dez. 1976.
Plano Decenal de Eayparnsao ae Energia (DE) 2029, Brasilia: MME; EPE, 2020c. Disponivel
https:/www.cpe-gOv.Dr/SCs*pupuoncacocs-dados-abertos/publicacoes/Documents/
PDE%202029.pdf. Acesso cm: 16
jul. 2020,
EPOWER
AY Análise Margem de Escoamento A-4 2017, nov. 2017. Disponível em: https://
www.epowerbas
bay.com/post/20177/11/13/an%C3%A1lise-da-margem-de-escoamento-para-
as-lcil%C3%BSes-de-2017. Acesso em: 13 abr. 2020.
POWER-BAY
Leilão A-4 2019.Informações Compiladas: projetos conexðes, jun. 2019.
e
/www.epowerbay.com/post/2019/06/18/1eilao-a-4-2019-todas-
Disponivel em: https://ww
informacocs-disponiveis. Acesso em: 13 abr. 2020.
RENA. Technical concept guidelinesfor utility-scale solar PV. IRENA Project Navigator, 2016.
Disnonivel em: http://re.gaf.am/fileadmin/documents/TRENA_Project_Navigator_TCG
Uility-Scale_Solar_ Photovoltaic_web.pdf. Acesso em: 12 fev. 2020.
AMME Portaria n.° 514, de 2 de setembro de 2011. Dispõe sobre Editais dos Leilões do ACR.
Diário Oficial da União, 5 set. 2011.
MME. Portaria n.° 132, de 25 de abril de 2013. Determinou à ANEEL a realização, direta ou
indiretarnente, de leilão para contratação de energia de reserva. Diário Oficial da Uniäo, 26
abr. 2013.
MME. Portaria n.°444, de 25 de agosto de 2016. Estabelece Diretrizes Gerais para Definição
de Capacidade Remanescente do SIN para escoamento de geração de energia elétrica. Diário
Oficial da União, 29 ago. 2016.
REGULAÇAO EAUTORIZAÇOES
Heloisa FA Scaramuccie Eduardo Tobias NFRuUz
ant0. é
Paratanto, imprescindivel a contrataçao de uma empresa com vasta
n do setor elétrico, com bastante familiaridade
experiência
com
projetos
e mr e g u l a ç a
Registro de Despacho de
registro de
Requerimento Publicação
requerimento de outorga de outorga
de outorga requerimento
de autorização de autorização
de autorização de outorga (DRO)
HFig.9
de
de energiapas do processo de obtenção da outorga de autorização de exploração geraço
elétrica.
de
d) Publicação de outorga de autorização para exploração geração
FV:
dehnidores da capacidade de geração e das condições de operação da central geradora
) disponibilidade de dados sobre a radiação solar local;
i) capacidade instalada;
de distribuição, constituído de
cone-
1) acesso às instalações de transmissão e
xão e uso.
as outorgas de autoriza-
AKesolução Normativa ANEEL n.° 876/20 prevê que
de 36 meses para entrada
em
de geração solar FV fixarão prazo limite
Poetos
Esta regra não se aplica para
Comercial, contados da data de sua publicação.
POetos que se conectarão na Rede Básica.
de 35 anos. Para pedido
g a s de autorização emitidas possuem vigência
de prorrogação de outorga. a ANEEL analisará os seguintes aspectos:
d es e u
ACESSO A0 SISTEMA
DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
32
O aceso da
central geradora ao sistema de distribuição é regulado por resoluções
sobretudo a a Resolução Normativa ANEEL n.° 506/12, e pelos Procedimentos
ANEEL,
dh
ie Distribuição (PRODIST).
geradora.!
distribuidora deve verificar a
Quando de Consulta ou Solicitação de Acesso,
a
de
outras distribuidoras parecer técnico
acerca
necessidade de solicitar ao ONS ou a
1.
Parágrafos Primeiro Segu
gundo do Art. 7° da Resolução
e
Normativa ANEEL n.° 506/12.
2.
Art. da Resolução Normativa ANEEL n.° 506/12.
.
Parágrafo Primeiro do Art. 8 da Resolução Normativa ANEEL n.° 506/12.
ParágrafoSegundo do Art. 8° da Resolução Normativa ANEEL n.° 506/12.
TOBIAS N. F RUIZ
172 HELOISA E A SCARAMUCCI EEDUARDO
Envio à distribuidora
de comprovação
APB
de protocolo
ASE
DRO 60 dias
Processo de
Informação obtenção de
C o n s u l t a
60
de Acessoo outorga/alterac
deAcesso
dias
deoutorga
30 dias
1 ano
(sem obras)
120 dias
(com obras)
projeto básico) ASE (despacho de adequabilidade do sumário
Nota: APB (despacho de aprovação do e
Cxecuivo).
9.
Item 2.1.8 da Seção 3.1 do Módulo 3 (PRODIST, 2016).
10.Item 5.2 da
Seção 3.1
1. hem 5.3 da Seção 3.1 do Módulo 3 (PRODIST, 2016).
do Mödulo 3 (PRODIST, 2016).
174 HELOISA F A. SCARAMUCCI E EDUARDO TOBIAS N. F RUIZ
30 dias
Solicitação DAL
Pendências de 5 dias
informaçöes Central ou acordo
geradora
Fig. 9.3. Etapas para obtenção do Documento de Acesso para Leilo no ACR.
Fonte: PRODIST (2016-Módulo 3, p. 23).
agentes
32 Procedimento para
mentb ara acesso ao sistema de transmissão/Rede Básica
wwA ww
Fig. 9.4. Etapas para acesso ao sistema de transmissão por projetos de geração ACI
a) Consulta de Acesso
A Consulta de Acesso visa esclarecer o acessante quanto aos requisitos para a
conexão às instalações sob responsabilidade da transmissora. 3 Fazem parte da Consulta
13. Procedimentos de Rede, Item 1.2 do Submódulo 3.2 (ONS, 2017, 2018, 2019)
14. Procedimentos de Rede, Item 1.6 do Submódulo 3.2 (ONS, 2017, 2018, 2019)
15, Procedimentos de Rede, Item 6.2.1 do Submódulo 3.2 (ONS, 2017, 2018, 2019)
09. REGULAÇÃO EAUTORIZAÇðES 177
Acesso16
b) Informação de
exploração de
Para a obtenção alteração de outorga de autorização para
ou
acessante incluem
serem realizados pelo projeto
os procedimentos a
central de geração,
de Acesso ao ONS.
solicitação de Informação ao formecimento
de Acesso pelo ONS fica condicionada
A emissão da Informação Procedimentos
acessante-das informações e dos
dados requeridos nos
- pelo projeto da parte do acessante, após a avaliação,
o ONS
de Rede. Não existindo pendências
no ONS
até 30 dias, contados da data de protocolo
emite a Informação de Acesso
em
informar ao aces-
houver pendência, o ONS deverá
da correspondente solicitação. Se
mencio-
da solicitação, sendo que o prazo
sante em até 15 dias da data do protocolo
ONS das
retomado a partir do recebimento pelo
nado de 30 dias fica suspenso, sendo
informações faltantes.
c Parecer Técnico7
emissão de Parecer
distribuidora deve solicitar ao ONS
Sempre que necessário, a
do acesso requerido no sistema
de impactos, no sistema de transmissão,
CCnico acerca
Parecer de Acesso.
de Informação de Acesso ou de
usnbuição para fins de emissão necessidade de obras no sistema de
rarecer Técnico deve indicar os impactos e se há
O processo para
aLSmissão relativos ao acesso requerido no sistema de distribuição.
Cmissão do Parecer Técnico pelo ONS compreende as seguintes etapas:
2018, 2019).
0. Procedimentos de Rede, Jtem 6.3 do Submódulo 3.2 (ONS, 2017,
.FTocedimentos de Rede, Item 6.4 do Submódulo 3.2 (ONS, 2017, 2018, 2019).
0.FTOCedimentos de Rede, Item 6.2.1 do Submódulo 3.2 (ONS, 2017, 2018, 2019).
178 HELOISAFA.SCARAMUCCIEEDUARDO TOBIAS N. ERUIZ
o acesso envolver a de
implantação obras de ampliação e/ou reforço na Rede Básjca
nas DIT, nas ICG, além de obras no próprio
ponto de conexão. Para os demais cas8
a antecedéncia deve ser de um ano.
partir do protocolo da solicitação de acesso, o agente de transmissão deve:
A
em 3 dias úteis, enviar a
solicitação de acesso ao ONS e informar ao acessante sobre o
referido envio; e, em até 30 dias, enviar as seguintes informações ao acessante:
i) a viabilidade fisica, as condições contratuais e os prazos requeridos para a
conexão;
1) os requisitos técnicos mínimos necessários às caracteristicas do ponto de
conexão;
111) as normas e
padrões técnicos de caráter geral e os requisitos técmcos minin
a serem atendidos.
uma
12 via
via cda Solicitação de Acesso ao agente de transmissão a ser aces-
enviar
ii) Os casos de conexão as DIT'ou às ICG, também à concessionária
nos c a s o s
sadoe,
de distribuição;
ou permissionarna
iv)
comuni
aSolicitaçãoede Acesso requerida aos agentes afetados pelo acesso.
Na falta de algum dado, intormação, documento ou estudo necessário à elabo-
N fa
Dorecer de Acesso, o acessante deve solucionar as pendências e enviar as
nagiodoPa
es faltantes ao ONS, em 15 dias da data de solicitação feita por esse órgão.
Acesso21
Parecer de
el
consolida as avaliações de viabilidade técnica dos acessos
OParecer de Acesso
ou às DIT e é parte integrante do CUST. A principal finalidade
aliritados à Rede Básica
solicita
mentação necessária:
) 30 dias, se não for identificada a necessidade de obras de ampliações, reforços
Ou melhorias nas instalações de transmissão;
) 120 dias, se for identificada a necessidade de reforços elou melhorias nas
instalações de transmissão, sendo que, nesse caso, é indicado o praz0 para
P Procedimentos
deRede, Item 6.4 do Submódulo 3.3 (ONS, 2017, 2018, 2019).
180 HELOISA EA. SCARAMUCCI EEDUARDO TOBIAS N.ERUIZ
f)Contratação do acesso22
Aprioridade de atendimento, em relação a novas Solicitações de Acesso, vigo
até 90 dias a partir da emissão do Parecer de Acesso. Nesse prazo e de acordo com os
Procedimentos de Rede, o projeto acessante deve celebrar o CUST com o ONS elouo
CUSD com a concessionária ou permissionária de distribuição responsável pela ie
onde se localiza o ponto de conexão pretendido, conforme o caso.
Se o CUSTCUSD não for celebrado durante a validade do Parecer de Acesoe
se as condições de acesso nele previstas deixarem de ser aplicáveis em virtude de outras
Soicitações de Acesso posteriores, o projeto acessante fica sujeito a novas condiðes
de acessoe novos prazos.
No caso do CCT, o prazo e os procedimentos para sua celebração devem o0scrvar
n.
a ANEEL.
67/04, 68/04, 320/08, e 722/16. O ONS encaminha os CCT eCUSTP
9)Implantação da conexão23
O acessante deve providenciar, dentre outras: onexão;
1) a especificação detalhada dos equipamentos e das instalações para a cote
que
11) a elaboração do projeto executivo das instalações do ponto deconex
deve ser submetido à aprovação prévia do agente de transmissäã0,
22. Procedimentos de Rede, Item 6.5 do Submódulo 3.3 (ONS, 2017, 2018,2019)
23. Procedimentos de Rede, Item 6.6 do Submódulo 3.3 (ONS, 2017, 2018, 2019).
09. REGULAÇÃO EAUTORIZAçðES 181
esas ações podem ser realizadas pelo agente de transmissão, quando contratado
ez, cabe ao agente de transmissão
elo acessante.
acessado acompanhar e
specionar as obras civis, a montagem e o issionamento das instalações do ponto
aevão. O ONS pode acompanhar, quando julgar necessáio, o comissionamento
d econexão.
instalações de
conexão.
das
41
Autorizaço para exploração de geração de energia eletnca
Qual o status do processo de obtenção da outorga de autorização? O status é
velcoma fase de desenvolvimento do projeto? Quais as pendências e respectivo
status p o atendimento, por parte do projeto, das condições necessárias e precedentes
para
a r para próxima etapa do processo? Dentre as pendencias, ha alguma que
inviabilize acontinuidade ou impacte severamente ocronograma do projeto? Quais as
açbes 2 andamento para atendimento das pendências? Disponibilizar cronograma para
E RUIZ
E EDUARDO TOBIAS N.
182 HELOISA EA. SCARAMUCI
considerado no cronogra
da outorga de autorização. O prazo a è factiven
obtenção
seria um prazo razoável para
um cenário base? Oual. Oual seria e
Caso não seja. qual o
cenário otimista e para
um pessimista? Os gastos previstos relaci prauy
para um são factíveis? Caso .
processo de obtenção
da outorga de autorização
razoável?
negativo, qui
seria uma estimativa
tazer alteração das característie
Está prevista ou o investidor pretende
cnica
do projeto? Qual o escopo da alteração? alteração
A observa as diretrizes
diretrizes dae
definid
na Portaria MME n.° 481/18? Planeja-se alterar antes ou após a comercializacão
comereialização fo1 ou pretende-se oue o
energia elétrica?' Caso seja após,
a
tópico, cabe
parecer
obtenço da outorga de autorização regue
criticar o cronograma do ao
processo de explo
ração de geração de energia elétrica. pard
09. REGULAÇÃO EAUTORIZAçðES 183
Regime de exploração
g42
o item 3.6 apresentou em detalhes as características dos regimes de APE e PIE.
investidor avaliar o regime escolhido pelo empreendedor (caso definido),
Cabe ao investid
0 Outro regime?
Caso tenha optado por APE, para quem será destinada a energia elétrica? Por que
elétricos considerados na
de comercialização do excedente? Quais são os encargos
Sua participação já está formaliza-
modelagem financeira e respectivos valores?
da'? Caso positivo, avaliar contratos preexistentes entre empreendedor e a empresa
Lado. qual fi
foi aa causa
causa da inabilitação? A causa é solucionável? A qual preço e em qual
tado, qual
Drazo? O que está sendo feito para solucionar o problema?
Ainda que o projeto tenha sido habilitado no leilão mais recente, é importante
verificar se os requisitos necessarios para a habilitação permanecem válidos. Porexem
plo, se as licenças ambientais não estão vencidas ou se o projeto passou por alguma
alteração de características técnicas.
Caso o projeto nunca tenha sido cadastrado em um leilão, vale averiguar quais
dos requisitos usualmente requeridos nos editais esto atendidos e quais não, conforme
detalhado no item 3.3.4. Por exemplo, se o projeto já foi registrado na ANEEL, cujo
protocolo de solicitação é de apresentação obrigatória no ato de cadastramento para
leilöes do ACR.
Caso o projeto já tenha comercializado energia elétrica em leilão do ACR,
é necessário verificar se está cumprindo as obrigações posteriores à data do leilo,
previstas no respectivo edital. Por exemplo, entrega na CCEE dos documentos de
habilitação, envio dos documentos de constituição da SPE, aporte de garantia de fiel
Cumprimento etc.
REFERENCIAs
ANEEL. cõesgerais
Resolução Normativa n."281, de I de outubro de 1999. Estabelece as conargoio nsmissão&
de contratação do acesso, compreendendo o uso e a conexão, aos sistemas ae
distribuição de energia elétrica. Diário Oficial da União, 4 out. 1999.
ANEEL. Resolução Normativa n. "67, de 8 de junho de 2004. Estabelece as regras d d ecomposição
ao siste: de
acesso
e
Oficial da União, 19 set. 2012
distribuidora. Diário
ANEEL Resolução Normativa 666, de 23 de junho de 2015. Regulamenta a contratação do
sistema de transmis em caráter permanente, flexível,
uso do
temporário e de reserva de
nacidade e as formas de estabelecimento dos encargos correspondentes. Diário Oficial da
ANEEL. Resolução
da instalada
necessários à outorga de autorização para exploração e alteração capacidade
bem como os procedimentos para registro de centrais
de centrais geradoras fotovoltaicas,
geradoras com capacidade
instalada reduzida. Diário Oficial da União, 1 set. 2015.
de 31 de maio de 2016. Estabelece critérios para o acesso
ANEEL. Resolução Normativa n. °722,
7 2016.
à Rede Básica. Diário Oficial da União, jun.
BRASIL. Lei n.°9.074, de 7 de julho de 1995. Estabelece normas para outorga e prorrogações
das concessões e permissões de serviços públicos. Brasília, 1995.
BRASIL. Decreto n.°2.655, de 2 de julho de 1998. Regulamenta o mercado atacadista de energia
clétrica. Diário Oficial da União, 3 jul. 1998.
MME. Portaria n.° 481, de 26 de novembro de 2018. Estabelece diretrizes para alteração de
Oficial da União, 28 nov. 2018.
caracteristicas técnicas de empreendimentos de geração. Diário
IME. Nota Técnica n.° 112/2019/DPE/SPE, 2019. Disponível em: http://www.mme.gov.br/c/
document_library/get_file?uuid-=b6661f28-78a7-4441-4259-11845dc372ba&groupld=36189.
Acesso em: 27 fev. 2020.
Este capitulo trata da análise das premissas de orçamento para custose despesas
do projeto durante sua fase operacional. Para respaldar esta análise, exploram-se as
principais rubricas de custos e despesas de um projeto de geração centralizada solar FV.
O objetivo do investidor deve ser de avaliar se os valores orçados peloempreen
dedor serao suficientes para gerir, operar e manter o empreendimento nos niveis de
desempenho previstos na certificação de recurso solar. Quanto aos encargos elétricos,
deve-se entender se o valor orçado está calculado corretamente. Para o orçamento
ree
rente aos demais gastos não relacionados ao
desempenho, verificar se seguem padrao
de mercado e se são compatíveis com o porte, localização e as características tecnicas
e
tecnológicas do projeto. Caso as premissas de custos e despesas não sejam factivels
apurar quais deveriam ser os valores considerados para o cenário base. Adicionalmente.
caso a
estratégia de operação e manutenção (O&M) contemple terceirização. deve
avaliar se há restrições quanto à disponibilidade de formecedores qualificados. Se houc
estimar eventuais
impactos em custo e desempenho do projeto.
Doponto de vista da viabilidade econômica, é importante o investidor
apu
qual o risco das premissas de custo e
despesas consideradas mostrarem-se an
les do
esperado. Além disso, entendero quanto essas variar,
No item 19.3 são descritos os principais termos e condições que devem constar
em um contrato de O&M, inclusive o escopo, garantias de desempenho, peças sobres
salentes e seguros.
Em suma, são atribuições do escopo de 0&M do empreendimento (ENGIE
SOLAR, 2019):
1)operação local e remota;
11) negociação com fornecedores;
)) gestão da limpeza de módulos e roçadas,
manutenção preventiva, corretiva e preditiva;
da manutenção e de
Planejamento, monitoramento e controle para gestão
peças sobressalentes;
Eestão de garantias dos equipamentos (e do fornecedor de O&M, caso tercei-
rizado);
Vin) segurança patrimonial;
Vin) mapeamento de riscos,
X instruções de manobras/operação,
X) treinamentos e capacitação elc.
220 EDUARDO TOBIAS NEME FERNANDESRUIZ
curva nas
premissas de desempenho do projeto e custos considerados. Um n gador
de UFVs o
no Brasil.
Ao considerar a
terceirização, por sua vez, é importante avaliar d d
com a necessåria 1e
antecedência. A equipe de O&M precisa ser contratadaa
acompanhar fase de comissionamento e testes
a
dos
112 TUST/TUSD
1121 Caracteristicas
projetos de geração com fonte solar FV do que para projetos de outras fontes
para
Isso ocore devido ao menor fator de capacidade da fonte solar FV.
OArt. 4°da Resolução Normativa n.° 559/13, prevë que projetos vencedores de
LEN terãoa TUST/D estabelecida por resolução homologatória publicada previamemte
à realização do respectivo leilo. O valor indicado na resoluç o vigora até o fim do
monetánia
prazo da outorga e não poderá ser alterado; cabendo, somente, atualização
a cada ciclo tarifärio, pelo Indice de Atualização da Transmissão (1AT). Para o LEN
A-4 de 2019, por exemplo, as tarifas foram publicadas pela Resoluço Homologatora
n. 2.554/19. Para o LEN A-6 de 2019, as tarifas foram estabelecidas pela Resoluçao
sentativo do projeto.
de conexão? Caso não seja, esümar premissa a ser considerada no caso base e
ponto
erro, para mais e para menos.
margem de
Foi considerado o beneticio fiscal de redução na TUST/D? Qual o desconto
siderado? Qual foi a premissa considerada de reajuste do valor da tarifa: indice
consider
risticas
ist do projeto? Quais penalidades
as previstas
usualmente verifique uso
caso se
corretamente?
o encargo de conexao a
11. CUSTOS EDESPESAS OPERACIONAIS 227
impostos sobre esses valores? Caso positivo, quais são? Foram adequadamente contem-
plados no modelo financeiro? Os valores considerados são coerentes com as caracte-
risticas do projeto? Os valores de referéncia de orçamento anual do ONS e CCEE são
compativeis com os de anos anternores? Foi considerado algum reajuste desses valores
a0 longo dos anos, qual? São razoáveis os critérios de reajuste adotados?
11.5 SEGUROS
r a s pode ser bastante relevante. Aqui, cabe considerar não somente os juros
incid
s sobre financiamentos, mas também o custo de garantias financeiras (e.g.
ancaâria),
ia o 1OF, e de despesas recorrentes derivadas do financiamento; por
REFERENCIAS
1 de outubro de 1999. Estabelece as
ANEEL. Resolução Normativa n.°281, de e a conexão, aos sistemas de gei
de contratação do
distribuição de
acesso,
energia
comprcendendo o uso
elétrica. Diário Oficial
da Unio, 4 out. 1999. transmissão e
"328, de agosto12 de de 2004. Aprova o Estatito.
ANEEL. ResoluçãoAutorizativa n. ONS. Diário Oficial da União, 2004. perador
El trico
Nacional do Sistema
-
BRASIL. Lei n.°9.074, de 7 de julho de 1995. Estabelece nornmas para outorga e prorrogaçies
das concessões e permissões de serviços públicos. Brasilia, 1995.
SOCIOAMBIENTAL ELICENCIAMENTOS
Eduardo Tobias N. F Ruiz e Heloisa F. A. Scaramucci
No Brasil
há uma rigorosa legislação ambiental para que um imóvel rural esteja em
Em 2012 foi publicada Lei n.° 12.651 que dispõe sobre a proteção da
uaçãoregular.
vegetação
nativa. A lei é conhecida como Código Florestal.
outro ponto de atenção é a eventual cobrança de "compensação ambien-
aplicável para empreendimentos sujeitos ao EIA. Conforme o Decreto Federal
n* 6.S4S/09, a compensação ambiental está limitada a 0,5% dos investimentos totais
Na
a dnalise de investimento de projetos de infraestrutura é comum atentar-se
SOmente par
OSmpactos ambientais negativos. No entanto, nesse caso, há também
impactos ambientais positivos. A geração de energia elétrica a partir da fonte solar FV
nãoemit
er
s e s de efeito estufa (GEE), não tem ruido e não produz resíduos em sua
operação.
de GEE Logo, ecomenda-se incluir, no escopo do parecer, estimativa de emissões
de GE
evitadas com oempreendimento ao longo de sua vida úil.
234 EDUARDO TOBIAS N. FRUIZ EHELOISA FA. SCARAMUCCI
todo
voluntárias desenvolvidas para padronizar a forma como instituiçðes
o mundo avaliam e
financeados dos
gerenciam questões socioambientais de seus projetos nna
Os principios são baseados nas politicas e diretrizes socioambientais do Internao
Finance Corporation (IFC), braço privado do Banco Mundial.
12.SOCIOAMBIENTAL ELICENCIAMENTOS 235
1221 IPHAAN
A manifestação do IPHAN é imprescindivel para que determinados empreen-
dimentos não causem danos ou destruam os bens culturais acautelados, conforme
indica o Anexo II da Instrução Normativan.° 1, de 25 de março de 2015. Assim
a participação do IPHAN é requerida sempre que houver intervenção na área de
influéncia direta do empreendimento em bens culturais acautelados em åmbito federal.
Bens culturais acautelados em âmbito federal são aqueles:
i) tombados, nos termos do Decreto-lei n.° 25, de 30 de novembro de 1937:
i) arqueológicos, protegidos conforme o disposto na Lei n.° 3.924, de 26 de
julho de 1961;
ii) registrados, nos termos do Decreto n.° 3.551, de 4 de agosto de 2000;
iv) valorados, nos termos da Lei n.° 11.483, de 31 de maio de 2007
1222 FUNA
A iniciativa dos estudos, delimitação e demarcação das terras dos povos indi-
genas no Brasil é da competéncia do Ministério da Justiça, por meio da FUNAL.
dos indios às suas terras é
direito um direito constitucional, e projetos em tais áreas
podem ser inviabilizados.
12.2.3 INCRA
c terras
terras é um direito constitucional, e projetos
bos
sobre suas em tais terras podem
s e r i n v i a b i l i z a d o s .
12.3
LICENCIAMENTOS, AUTORIZAÇÕES EALVARAS
erceiro objeto do escopo do parecertécnico é a avaliação dos licenciamentos
se demais autorizações e alvarás para o projeto serconstruído e operar
121
Licenças ambientais do projeto
A: licenças ambientais, em geral, são separadas para o parque gerador, para
As
a subestae
há
linha de transmissão de interesse restrito. Porém,
casos emElevadora para e a
que uma ùnica licença.
podem ser solicitadas em conjunto e ser objeto de
O federal ou munici-
palpal. dependlicenciamente ambiental pode ocorrer no âmbito estadual,
vir a ser dependendo da lo
d a localidade e de possíveis impactos ao meio ambiente que possam
sados peloeempreendimento.
238 EDUARDO TOBIASN.E RUIZ E HELOISA F A SCARAMUCCI
viil) Há previsão legal de restrição do uso do solo que conflite com o escopo do
projeto?
ix) Há histórico de negativa de licenças ambientais para projetos similares na
região? Detalhar circunstâncias.
x) Há razões para considerar a possibilidade do órgão emissor recusar a soli-
citação de alguma licença? Detalhar circunstâncias.
xi) Quais são as prováveis condicionantes a serem solicitadas pelo órgão emissor
para cada licença a emitir?
xii) Os custos envolvidos para obtenção dessas licenças, incluindo estudos e
pagamento de taxas, e cumprimento das respectivas condicionantes estão
considerados no orçamento de CAPEX e OPEX?
xii) O prazo para obtenção dessas licenças e cumprimento das respectivas condi-
cionantes estão considerados no cronograma de implantação do projeto?
xiv) As estimativas de custos e prazo para obtenção dessas licenças e cumpri-
mento das respectivas condicionantes consideradas pelo empreendedor
são factíveis?
Xv) Qual seria a margem de erro razoável para a premissa de prazo de obtenção
das licenças para instalação e operação do parque gerador e da infraestrutura
de distribuição?
xvi) Qual seria a margem de erro razoável para a premissa de custo de obtenção
e
cumprimento das condicionantes dessas licenças?
L32
Autorização para supressão vegetal do projeto
Qualquer atividade que envolva o corte ou retirada da vegetação nativa de um
Tequer uma Autorização para Supressão de Vegetação (ASV) a seremitida pelo
conduzidos, inclusive
equivalentes. Determinados estudos devem
ser para caracter.
da ASV.
subsidiar o pedidode cterização
qualitativa dos tipos de vegetação a serem suprimidos, para
As questöes colocadas com relação às licenças ambientais a serem ahord
no parecer técnico deverão, tanto quanto aplicáveis, ser replicadas para a ASv
infraestrutura de conexão.
12.4
CERTIFICAÇÃO DE ENERGIA RENOVÁVEL
O Programa de Certificação de Energia Renovável no Brasil utilhia elatafor
i
ma de
registro e emissão de certificados do International REC Standara.
ficado de energia renovável, em
a
inglês International Renewable Energy Cert inie
(-REC), comprova a geração de 1 MWh de inje
energia elétrica renovável gera
12 SOCIOAMBIEN TAL E LICENCIAMENTOS 241
3.000.000
2.531.508
2.500.000
2.000.000-
1.494.765
1.500.000
1.000.000
500.000 337.579
180.397
50.000
0
REFERENCIAS
BRASIL.Decret
eartisstO
e
o n. "25, de 30 de novembro de 1937. Organiza a proteço do património
histórico
Brasilia, 2012.
BRASIL Decreto n.
°
10.252, de 20 de fevereiro de 2020. Aprova a estrutura regimental do
INCRA. Brasilia, 2020.
CONAMA. Resolução n.°279, de 27 de junho de 2001. Licenciamento ambiental simplificado
de empreendimentos elétricos com pequeno potencial de impacto ambiental. Diário Oficial
da União, 29 jun. 2001.
GIORDANO, S. R. Gestão ambiental no sistema agroindustrial. In: ZILBERSTAJN, D.; NEVES.
M. F. Economia e gestão dos negócios agroalimentares. São Paulo: Pioneira Thomson
Leaming, 2000, p. 255-281.
HOFFMAN, S. L. L. The law and business of international project finance. 3. ed. Ardsley
Cambridge, 2008.
IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor. Guia dos Bancos Responsáveis, [S.L
S.n.), 2018.
NSTITUTO TOTUM. Boletim informativo do Programa Brasileiro de Certificação de Energu
Renovável. Newsletter 17, maio de 2020.
13.1 TRIBUTAÇÃO
As propostas de refoma tributária, em discussão no legislativo federal, cone:
side
ram rever os regimes de tributação e a tibulaçao sobre os insumos, encargos, desne
spesas
operacionais, receitas e distribuição de dividendos do projeto? Quais são as alteracec
em
discussão? Qual a probabilidade estimada para aprovação?' A partir de quando as
novas
regras valeriam? As alterações valeriam reiroativamente? Qual seria, objetivamente
ente,
impacto na carga tributária do projeto?
Estimar margem de erro, para mais e Dara ma 0s,
da premissa de impacto na carga tributaria do projeto para quantificação do risco.
Quadro 13.1. Tributação dos regimes de Lucro Real e Presumido para projetos de geração solarFV
Regime
tributário Lucro Real LucroPresumido
IRP 15% do LAIR 15% sobre 8% da receita bruta
IRPJ adicional 10% sobreo queexceder R$ 20 mil/mês 10% sobre o que exceder RS 20 mil/ms
CSLL 9% sobre LAIR
9% sobre 12% da receita bruta
PIS/PASEP | 1,65% da receita bruta 0,65% da receita bruta
COFINS 7.6% da receita bruta 3% da receita bruta
Fonte: Lei Federal n.° 9.249/95; Lei Federal n.° 10.637/02; Lei Federal n.° 10.833/03.
a) Lucro Real
Segundo o Art. 13 da Lei Federal n. 9.718, 27 de novembro de 1998. a opcão
pelo regime tributário dá-se anualmente
por parte da empresa. O Art. 14 prevc
determinadas empresas são obrigadas a adotar o Lucro Real, incluindo as esas:
empre
cuja receita total no ano calendário anterior seja es
superior ao limite de RS 78 miu
ouproporcional ao número de meses do período, quando inferior a 1 uc ou
(11)cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de
investimentos
de
Formação
Servidor Püblico (PASEP) e da Contribuição para o
do Patrimônio do
de
amento da Seguridade Social (COFINS) dá-se por um regime chamado 'não
cumulativ regido pelas Leis Federais n.° 10.637, de 2002, e n.° 10.833, de 2003,
Spectivas alterações subsequentes. Apesar das alíquotas serem maiores, o regime
respecti
não cumulativo' permite que a pessoa juridica abata do valor a pagar créditos de
PIS PASEP e COFINS pagos: () sobre bens e serviços utilizados como insumo
b) Lucro Presumido
Para optar pelo Lucro Presumido, a empresa precisa ter receita total no ano
calendário anterior até o limite de RS 78 milhões ou proporcional ao número de meses
do periodo, quando inferior a 12 meses.
O Lucro Presumido é uma forma de tributação considerada simplificada por
pemitira presunção da base de cálculo do Imposto de Renda (IRP)e da Contribuição
Social Sobre o Lucro
Líquido (CSLL) das pessoas juridicas. Para tanto, a legislação prev
d o faturamento da empresa será considerado lucro para fins de cálculo do imposto
0 , Ctal presunção é feita através de tabelas prefixadas tanto do IRPJ como da CSLL.
rara o IRPJ, as margens de presunção de Lucro Antes do IRPJ (LAIR) consi-
efeito é conhecido como 'Iax shield'. No Lucro Presumido não há essa possioi
uma vez que o IRPJ e a CSLL são calculados sobre o valor da receita bruta.
Quanto á escolha do regime de tributação, o escopo do parecer deve ne
na CCEEe que envolvam liquidações no MCP, são reguladas pelo Convénio ICMS
15/2007 do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ), exceto quanto aos
estados listados no Anexo Único do Convênio ICMS 77/2011. São eles: Santa Catarina,
Sergipe, São Paulo, Mato Grosso, Bahia, Goiás e Maranhão.
Em regra, para os estados signatários do Convênio ICMS 15/2007, quando a
energia elétrica é destinada ao consumidor final, a responsabilidade pelo recolhimen-
9 do ICMSé do fornecedor. No caso de liquidações no MCP, cabe o recolhimento
PEO agente com posição devedora no MCP. Para ambos os casos, o Convênio 1CMS
dado que não haverà venda ou circulação da energia elétrica pela red.
junto à Ocarga,
escopo do parecer deve incluir, minimamente, as seguintes questões case
rede
caso o
PIE:
projeto esteja classificado
como
valem
Para o volume excedente de energia elétrica queserádestinado a terceiros.
as mesmas perguntas listadas anteriormente para projetos classificados como PIE
astumas
as turn responsáveis pelojulgamento de questôes tributárias no Superior Tribunal de
iea (ST). Tanto a 1° tuma como a 2" turma do STI proferiram decisões favoráveis
Jus
contribuintes do ICMS sob o fundamento de que a TUST e a TUSD remuneram
evercicio de uma atividade de meio de transporte da energia elétrica que não estaria
no campo de incidência do referido tributo. Contudo, em março de 2017, a 1 turma do
STJ decidiu, por maioria apertada de votos, que os valores relativos à TUST e TUSD
deveriam compor a base de cálculo do ICMS, ou seja, incidiria ICMS sobre a TUST/D
de energia elétrica. A decisão pela legalidade da incidéncia do ICMS
Dga pelo gerador
deveu-se ao entendimento de que seria impossivel dividir as etapas do fornecimento
de energia elétrica para fins de incidência do ICMS.
A questão foi levada à primeira seção do STJ, que écomposta por ministros das
'e2 turmas, para que a jurisprudência sobre o tema seja pacificadae uniformizada.
O escopo do parecer deve incluir, minimamente, as seguintes questões:
i) Incide ICMS sobre TUST/D paga pelo gerador de energia elétrica no estado
onde estará localizada a UFV?
) Caso positivo, qual a alíquota e como se dá o cálculo?
) Qual o status dos precedentese uniformização de jurisprudência referentes
à incidência ou não do ICMS sobre a TUST/D paga por projeto de geração
de energia elétrica?
V) A premissa de alíquota e a memória de cálculo do ICMS sobre a TUST/D
paga pelo projeto estão corretas no modelo financeiro?
Aprecificação da energia elétrica considerada nos contratos de venda nego-
Ciados e/ou em negociação contempla corretamente o cálculo do ICMS sobre
pagamento da TUST/D do projeto?
pelo mesmo ou outro Estado [..). Portanto, em havendo valor a pagar de ICMS GA.
pelo gerador, há a possibilidade de compensá-lo com créditos oriundos do pagamenie (débito)
ICMS embutido nos investimentos, custos e despesas. Sendo esteo caso,recomenda do
da-se
que o parecer contemple o seguinte escopo:
i) Sobre quais investimentos, custos e despesas aplicam-se o aproveitamen
nento
s créditos de ICMS durante as fases de construção e operação?
i) Como se dá a operacionalização da compensação desses créditos?
i) Os créditos e débitos de ICMS estão sendo calculados corretamente no
modelo financeiro? Caso negativo, quais são as adequações necessária 7
12
13.2 INCENTIVOS FISCAIS APLICÁVEIS
Existem diversos incentivos fiscais nas esferas federal, estadual e municipal
disponiveis para projetos de geração de fonte solar FV. Ë importante o entendimen-
10, em detalhe, de cada um deles para que o investidor possa avaliar seus beneficios
e ponderar impactos de eventuais alterações ou a não obtenço desses incentivos.
Especialmente em períodos de discussão de reforma do marco regulatório do setor
elétrico e de reforma tributária.
Logo, o escopo do parecer deve incluir, minimamente, as seguintes questões:
i) Quais os beneficios fiscais aplicáveis a este projeto?
i) Para cada incentivo, qual a esfera responsável pelo beneficio (e.g. federal.
estadual ou municipal), qual é o órgão responsável pela concessão, qual a
legislação aplicável e como é o processo de obtenção?
ii) O projeto contempla todos esses beneficios em seu estudo de viabilidade
econômica?
V) O projeto considera adequadamente os custos a serem incorridos com a
obtenção de cada beneficio e com o cumprimento, posterior, de eventuais
obrigaçõese contrapartidas dele decorrentes?
) O projeto contempla o processo de obtenção de todos esses beneficios em
Seu
cronograma de implantação?
Quais as chances de obtenção de cada beneficio e por quê?
) AS propostas de reforma tributária e do setor elétrico em discussão podem
valeriam retroativamente.
13.2.1 REIDI
O REIDI Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da
Infraestrutura - é um incentivo fiscal federal baseado na Lei Federal n." 11.488/07
(Arts. 1° a0 5), Decreto Federal n.° 6.144/07, Instrução Normativa n.° RFB 1.911/19e
Portaria MME n° 318/18. O beneficio prevé, para projetos de infraestrutura, incluindo
projetos de geração centralizada solar FV, a suspensão integral da contribuição para
o PISe a COFINS sobre bens destinados ao ativo fixo e serviços. Os gastos incluem
máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos novos, materiais de construção e
prestação de serviço por pessoa juridica estabelecida no país.
O Decreto Federal n.° 6.144/07 atribuiu ao MME a competência para estabelecer
quais projetos são passíveis de enquadramento e publicar a portaria de aprovação do
requerimento ou despacho de indeferimento.
O processo de obtenção do incentivo consiste nos seguintes passos:
Protocolo do
requerimento Análise do Publicação Protocolo do Análise do
Publicação da
da
de enquadra
mento na
requerimento
pela ANEEL ortariapleito ao
do MME REIDI
na Receita
pleito pela
Receita
habilitação do
projeto ao
pessoa juridica habilitada ao REIDI. Além disso, a coabilitação estará sujeita aos
solar FV.
O beneficio é válido para projetos protocolados e aprovados até 31 de dezembro
Lucro
4023 e aplicável somente se o projeto estiver no regime de tributação por
Oprojeto deve obter laudo constitutivo do direito ao beneficio junto à SUDENE
UDAMa ser emitido pelo Ministério da Integração Nacional e solicitar seu reco-
Cimento junto à Secretaria da Receita Federal.
nportante destacar que a redução de 75% do IRPJ não éuma isenção. Segundo
o
parágra 3° do Art. 19 do Decreto-lei n. 1.598/77, o beneficiário deve constituir
SCARAMUCCi
254 EDUARDO TOBIAS N. F RUIZ E HELOISA F A.
capacidade instalada;
13. INCENTIVos FISCAIS E TRIBUTAÇÃO 255
132.6 Ex-tarifário
13.2.7 PADIS
Um outro incentivo que afeta a cadeia produtiva solar FV diretamente e, indireta:
mente, os projetos de geração, está previsto no Programa de Apoio ao Desenvolvimento
Tecnológico da Indústria de Semicondutores (PADIS). O PADIS foi criado pela Lei
Federal n. 11.484/07, e regulamentado pelo Decreto Federal n.° 6.233/07.
Trata-se de um conjunto de incentivos fiscais federais para contribuir para
a atração de investimentos nas áreas de semicondutores. No caso da cadeia solar
FV, os incentivos aplicam-se às células FV (NCM 8541.40.16) e módulos FV
(NCM 8541.40.32), incluindo lingotes de silício e a purificação do silicio.
O programa contempla redução a 0% nas alíquotas do Imposto de Importação,
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), PIS/PASEP e COFINS na aquisição
local ou importada de máquinas, equipamentos, aparelhos, instrumentos utilizados na
implantação dos investimentos industriais.
A desoneração aplica-se, ainda, a insumos e matérias-primas, bem como ferra-
mentas de software. Os produtos incentivados pelo programa constam dos Anexos la
IV do Decreto Federal n.° 6.233/07, conforme alterado.
o beneficio fiscal indicado no item (i) também vale caso as pessoas fisicas
adquiram cotas de determinados Tundos de investimentos, desde que cumprar
exigéncias previstas na Lei Federal n. 12.431/11.As modalidades de fundos elegíveis
a esse beneficio e respectivos requisitos são:
OFIP-IE foi criado pela Lei Federal n.° 11.478/07 e regulamentada pela Instrução
Omativa CVM n.° 578/16. De acordo com tal lei e regulação, o FIP-IE deve observar
OSeguinte, dentre outros aspectos:
) investir 90% do PL em SPE com foco em novos ou expansões de projetos
de
infraestrutura, incluindo energia;
) ser constituído como condomínio fechado;
ii) ter, no minimo, cotistas, e nenhum deles deve ter participação superior a
40% do FIP-IE;
participar do processo decisório das sociedades investidas, com efetiva
influência na definição de suas políticas.
258 EDUARDO TOBIASN. F RUIZ E HELOISA FA. SCARAMUCI
REFERENCIAS
2004. Estabelece os proced:.
n.° 77, de 18 de agosto de
ANEEL. Resolução Normativa clétricos de transmissão e de distriko
vinculados àredução das
tarifas de uso dos sistemas istribuiç
hidroelétricos e base em
aqueles com fonte solar, cólica. bic
para empreendimentos Sistemas de transmissão distrib
potência injetada nos c
buição
ou cogeração qualificada. cuja da União. 19 ago. 2004,
menor ou igual 30.000 kW. Diário Oficial
a
seja
de 26 de dezembro de 1977.
Altera a legislação do imnosto
sto sobre .
ESTRATEGIA MERCADOLÓGICA
E COMPETITIVIDADE
Marilia Martins Múffalo Rabassa
Com a queda abrupta da demanda por energia elétrica, dos preços de compra
de energia elétrica nos leilões do ACRe do custo de equipamentos de geração solar
FV. conforme discutido nos capítulos 1 e 10, novas modalidades e estratégias de
comercialízação ganharam releváncia paraprojetos de geração solar FV. Até então.
variáveis preço e demanda eram dadas pelo mercado, o risco de crédito era conhecido e
Competitivos.
Ao mesmo tempo, a quantidade de projetos de geração solar FV cresceu signit
em
cativamente nos últimos anos (EPE, 2020a). São mais de 28,6 GWac (EPE. 20205)
projetos greenfield prontos para comercializar energia elétrica, aumentando a concorc
cia para assegurar contratos de venda. Quando da negociação da venda da energidc
olares
noACR, um projeto solar FV concorre pelo preço mais competitivo com projetos
outras
FVs de todo o Brasil, além da concorrência pelo ponto de conexão com projetos ac
o com
fontes de vez, não só concorre pelo preço mais
geração. No ACL. por sua
competu
projetos solares FVs de todo o Brasil, mas também com projetos de geração de quaisquer
outras fontes.
elétrica
Dai a importáncia da escolha da estratégia de comercialização deenergla solar
14.1
ESTRATÉGIAS DE COMERCIALIZAÇAO DE ENERGIA ELÉTRICA
Modalidades de
comercializaço
41.1
ecta secão serão abordadas diferentes estratégias de comercialização de ener-
de geração solarFV, incluindo suas principais caracteristicas,
por projetos
gia elétrica
vantagens e desvantagens.
no ACR
a) Venda exclusivamente
A comercialização de energia elétrica exclusivamente no ACR foi a estratégia
Tabela 14.1. Preço médio de venda de energia elétrica por projetos de geração solar E
Preço médio de venda Preço médio de venda Taxa de càmbio
Leilão do ACR (BRL) (USD) na data
Leilão de Pernambucoo R$ 242,66/MWh USS 103,26/MWh R$ 2,35/US$s
LER 2014 R$ 215,12/MWh USS 88,16/MWh R$ 2,44/USS
1° LER 2015 R$ 301,79/MWh US$ 84,30/MWh R$ 3,58/USS$
2 LER 2015 RS 297,75/MWh US$ 78,36/MWh R$ 3,80/USS
LEN A-4 2017 R$ 145,71/MWh US$ 44,02/MWh R$ 3,31/USS
LEN A-4 2018 R$ 118,07/MWh USS 35,24/MWh R$ 3,35/USS
LEN A-4 2019 R$ 67,48/MWh US$ 17,62/MWh R$ 3,83/USS
LEN A-6 2019 R$ 84,39/MWh USS 20,38/MWh RS 4,14/USS
Fonte: ANEEL (2020a); IPEA data (2020).
Apesar disso, é importante ressaltar que os preços dos leilöes a partir de 2019
não refletem nos preços de uma estratégia de venda exclusivamente no ACR. Nos
leilões de 2019, os projetos de geração solar FV comercializaram, em média, 34% da
garantia fisica no LEN A-4 e 36,5% no LEN A-6 (ANEEL, 2020a).
Outras características favoráveis relevantes dos CCEAR são o reajuste de preço
anual pela inflação (IPCA) e prazo do fornecimento de 20 anos. Para maiores detalhes
sobre os termos e condições dos CCEAR vide item 19.2.
Existem cerca de 137 projetos vencedores de leilões que utilizaram a estratégia
exclusivamente no ACR, totalizando 3,729 GWac de capacidade instalada,
conforme detalhado no capítulo 4.
a
devera caso
ea:
energia elétrica diretamente para um consumidor final e não
vende
em que o projeto
a uma comercializadora. Outro desafio é dos prazos de contrato que são menores,
ara uma comercializador
p a r a
figura 14.1.4
onforme figura 14.1.Adicionalmente, é preciso estar atento para o risco de crédito da
aparte do CCEAL, o risco de submercado e de sazonalização da energia elétrica,
detalhados no capítulo 18.
conforme
40.000-
30.000
20.000-
10.000-
0TTTIT
são negociadas diretamente entre as partes, tais como: preço; prazo; submercado da
de
entrega da energia elétrica; curva de entrega; penalidades etc.
O esforço comercial do projeto nessa estratégia é alto, tanto para a identificac
da contraparte como também para a negociação dos termos do contrato. De forma geral
cação
os contratos apresentam preços maiores que os praticados no ACR, porém, praa
razos
enores. O risco de crédito da contraparte pode sersignificativamente maior, além de
de
ser concentrado no caso da venda para um único consumidor. Um risco de crédito maior
pode dificultar e encarecer o acesso a financiamento para o projeto, principalmente nos
casos em que a contraparte é uma comercializadora de energia elétrica.
Outra desvantagem é o maior risco de indisponibilidade de margem de escoa-
mento de energia elétrica no ponto de conexão, se comparado a um projeto com CCEAR
previsto para conectar-se no mesmo ponto. Conforme abordado no item 8.2.1 (c), projetos
vencedores de alguns tipos de leilöes no ACR possuem margem de escoamento garan-
tida. Logo, têm prioridade para a conexäo ao sistema de transmissão ou distribuição.
A prioridade de conexão para os projetos de ACR também abrevia o prazo
para contratação da conexão e do uso dos sistemas de transmissão ou distribuição.
Consequentemente, favorece o cronograma de implantação do projeto do ACR versus
aqueles dedicados ao ACL exclusivamente. Segundo levantamento feito pela ABSOLAR
(2019) junto ao mercado, para um projeto do ACL são necessários 15 meses desde a
obtenção do DRO até a assinatura do CUST/CCT.
Alem disso, conforme detalhado no item 11.2, projetos que vendam energia
elétrica no LEN tÉm a TUST/D estabelecida, por todo o prazo da outorga, previamente
a realiza_ão do respectivo leilão. Logo, definida previamente a determinação do preço
de venda da energia elétrica pelo empreendedor. Por outro lado, projetos não vence
dores de LEN terão o valor da TUST estabelecida, por dez ciclos tarifários, à epoca da
na maior esforço de
faturamento, gestão da energia e gestão contratual do pr jeto
A
popularidade desse tipo de estruturação para projetos de geração
cresceu com o advento de
soar
leilðes privados. Destaque para os leilðes organizad
10 a
amente pelos braços de comercialização de distribuidoras de energia elétrica, con
CEMIG (FREIRE,
2019) ea COPEL (FReiRE, 2020a).
14 ESTRATEGIA MERCADOLÓGICA ECOMPETITIVIDADE 265
d aAtlas Renewable Energy, que assinou contrato com a Anglo American para forne-
imento de energia
Cim
elétrica por 15anos (AGtNCIA CANAL ENERGIA, 2020b).
Venda para ACL e MCP
d
Esta modalidade de comercialização é derivada da modalidade de venda no ACL
norém com o diferencial de que parte da garantia física do projeto fica descontratada.
LoRO, esta parte é liquidada no MCP. Essa estratégia é utilizada quando se acredita
que as condiçðes
de preço da energia eletrica no MCP seråão superiores às condiçöes
obtidas no ACL. É também oportuna quando não é possível contratar toda a garantia
comerciais de contrato
fisica do projeto por falta de demanda ou quando as condições
no ACL não viabilizam economicamente o projeto.
O principal ponto de atenção desta modalidade é a volatilidade do PLD, que
pode apresentar valores entre R$ 39,89/MWh e RS 556,58/MWh (ANEEL, 2019a).
OPLD, até 2020, era calculado semanalmente para cada submercado do SIN em três
diariamente com base
cargas (leve, moderada e alta). Em 2021 passará a ser calculado
horiria. Seu valor é definido com base no custo de operação do sistema elétrico. Portanto,
varia em função da demanda de energia elétrica no sistema e do custo de geração para
atender a demanda, sendo altamente influenciado pela afluência das usinas hidrelétricas
CCEE, 2020a), o que torna complexa a previsão dos seus valores no longo prazo. Como
referéncia, segue gráfico como histórico do PLD para ilustrar a volatilidade de preço
da energia elétrica no MCP. Para maiores detalhes sobre a metodologia de cálculo do
PLDe as regras de contabilização e liquidação de operações no MCP, vide item
3.5.
900
800 SE/CO
700 Sul
Nordeste
600 Norte
500
400
300-
200
100
0
uef OL
. 1
u n .
Fig. 14.2.
Fonte: CCEEHistórico
do PLD por ercado.
(20206).
266 MARÍLIA MARTINS MÚFFALO RABASSA
e) Venda no MCP
consiste em o projeto realizar toda a
Esta modalidade de comercialização
dessa estratégia é
venda de elétrica do projeto no MCP. A principal vantagem
energia
da energia elétrica com preço, na média, superior ao
a expectativa de comercialização
porém está sujeito às variações
ACLeACR. Requer baixo esforço de comercialização,de receitas.
imprevisibilidade
positivas e negativas do PLD e alta
são a volatilidade e a falta de
Os principais pontos de atenção dessa estratégia
na capacidade do projeto de
previsibilidade do PLD, o que influencia significativamente
econômica do projeto. O racional dessa
contratar financiamento e na própria viabilidade
médio da energia elétrica no MCP
estratégia está centrado na premissa de que o preço
o investidor contratar mais
seria maior que no ACR eACL. Logo, é de suma importância
de um estudo de projeção de longo prazo de PLD junto a empresas - independentes
análise de cenários e
especializadas. Recomenda-se que o escopo do estudo contemple
referências para a analise
atribuição de probabilidades. Tais estudos munirão o investidor de
de viabilidade econômica do Ainda assim, recomenda-se considerar um prëmio
projeto.
econômica. As
de risco no custo decapital do acionista quando da análise de viabilidade
mesmas recomendações valem para a estratégia de venda parcial no MCP,
do item anterior.
) APE 'tradicional
de de
AAutoprodução de Energia também pode ser considerada uma
moaaidd aliza o
reala
Comercialização, mesmo nos casos em que o consumidor de energia elétrica
investimento completo do projeto.
14 ESTRATEGIA MERCADOLOGICA ECOMPETITIVIDADE 267
Como explicado no item 3.6, um APE é um consumidor que optou por investir
pria de energia elétrica. A estruturação da modalidade APE tradicional
eração própria
na
core quando oo consumidor de energia elétrica realiza o investimento direto em uma
orTe quando
9) Equiparado à APE
Uma modalidade de comercialização que deriva da APE tradicional é a Equiparado
APE. Ela eé estrutu o consumidor de energia elétrica
se torna acionista
do projeto geração emquando
iadeestruturada conjunto com o desenvolvedor do projeto. Para que possa
ser cons em uma SPE.
quiparado à APE, o projeto deve estar segregado
Adiciona COCEAL com a SPE do projeto
preciso que o consumidor assine um
,tere beneficios
para e
que possa semelhantes ao da APE tradicional.
encargos mencionados
no APE
Nesta modalidade também são aplicáveis
APE tra
as isenções de
desenvolvedor do projeto solar FV
Onal. Desta forma, possibilita ao
268 MARÍLIA MARTINS MÜFFALO RABASSA
3
14. ESTRATÉGIA MERCADoLÓGICA E COMPETITIVIDADE 271
A
A definicão da estratégia de
comercialização de energia elétrica de um
faz parte de um processo complexo e particular. Como tal, precisa levar em projeto
consi-
deraç tanto
as caracteristicas intrinsecas de cada
projeto (e.g. localização, recurso
colar. margem de escoamento no ponto de conex o, solução técnica, entre outros).
amo as características do seu acionista e grupo econômico do qual o projeto faz parte
(ce. custo de capital, apetite a risco, portfölio de projetos etc.).
Dada essa complexidade de variáveis, apesar deste capítulo elencar as estraté-
oias de comercialização, suas vantagens, desvantagens, potenciais riscos e tendências,
não há como indicar uma estrategia como mais vantajosa que outra para projetos de
42
COMPETITIVIDADE DE PROJETOS DE GERAÇAO SOLAR FV
nível de competitividade de de geração solar FV é
projeto
.nder 0 um
essencial para que
Pard que as premissas adotadas na estratégia de comercialização de energia
elétrica se concretizem.
Um projeto de é
tem maisumchances geraçgeração solar FV que possui alta competitividade aquele que
nances de êxito na comercialização do que projetos concorrentes, sendo
272 MARÍLIA MARTINS MÚFFALO RABASSA
ii) potência
ii) ponto de conexão;
iv) elegibilidade a financiamento de fundos constitucionais;
v) orçamento de CAPEX e cronograma de pagamento
vi) orçamento de OPEX;
vii) custo de capital do investidor.
b) Fator de capacidade
Apesar do fator de capacidade estar
diretamente associado à irradiação na
egião em que o projeto está localizado, ele também reflete a solução técnica utilizada
o projeto. Portanto, tambem e um excelente elemento de
pel no comparação quesito
avaliação do recurso solar e que também pode indicar restrições ou
vantagens
técnicas dos projetos.
Maiores detalhes sobre irradiação e fator de capacidade são explorados no
capítulo 7.
liquio
ra um projeto solar FV se comparado a projetos de outras fontes, devido ao
fator de capacidade.
menor
Anremissa da TUST/D é exógena ao projeto, mas sua
referência de custo é
dado publico. No caso de projetos que comercializam
um
energia elétrica no ACR, a
ANEEL publica esse custo previamente à realização do leilão por meio de
ANEEL
resolução
homologatória que consta nos editais de geração (ANEEL, 2020c).
REFERENCIAS
energia "O futuro da
KOs desafios da geração solar fotovoltaica no ACL. Workshop
Solar fotovoltaica no mercado livre -ÁBRACEEL ¢ ABSOLAR". Sao Paulo, 2018.
AGENCIA CANAL ENERGIA. Atilas e Anglo Americanfecham acordo para usina solar
Energia. 2020b. Disponivel em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/5312004ana
e-anglo-american-fecham-acordo-para-usina-solar. Acesso em: 23 abr. 2020 44/atlas.
ANEEL. Resolução Normativa n.°559, de 27 de junho de 2013. Estabelece o Drocedin. .
de
cálculo das Tarifas de Uso do Sistema de Transmissão TUST. Diário Oficial
-
28jun. 2013.
União,
ANEEL. ANEEL define limites do preço de liquidação de diferenças, 2019a. Disponivel
https://www.aneel.gov.br/sala-de-imprensa-exibicao-2/-/asset _publisher/zXQREz8FV em
conten/aneel-define-limites-do-preco-de-liquidacao-de-diferencas/6568772inheritRod
Redirec
=false. Acesso em: 26 mai. 2020.
GESTÃOEGOVERNANCA
EduardoTobias N.F Ruize Heloisa F A. Scaramucc
Esta análise não deixa de ser uma análise de risco pelo investidor. O risco.
contudo, não é um risco do projeto em si. Eo risco das pessoas responsáveis pelas
fases de desenvolvimento, implementação e operação do projeto - contribuirem, mais
ou menos, com a materialização das premissas base do fluxo de caixa previsto para
o projeto.
Logo, é primordial avaliar o perfil, as capacidades e a experiência dos empreen-
dedores e respectiva equipe que desenvolveramo projeto, com especial atenção àquelks
recomenda-se assegurar que os
que permanecerão após o investimento. Além disso,
interesses dos profissionais que conduzirão o projeto estejam alinhados com aqueles
dos acionistas.
Para o investidor, esse trabalho não se encera quando da decisão do investimento.
Após investir, ele deve acompanhar de pertoo andamento do projeto. Recomenda-se
participar nas principais decisões, ter acesso prontamente a informações operacionals
e financeiras relevantes, opinar na contratação de profissionais-chave, equipamentos
serviços de valor relevante e, quando necessário, intervir na gestão. Daí a importana
ara
da governança corporativa e da comunicação entre a empresa e os investidores pa
o sucesso do projeto.
dois
Nesse contexto, este capitulo descreve as principais caracteristicas dos
principais tipos societários (limitada e anônima), suas vantagens e desvantagens
ponto de vista do investidor, e o papel do Conselho de Administração na governainça
do projeto.
15. GESTÃOE GOVERNANÇA 279
v) empatia.
gestão de uma usina fotovoltaica operacional não necessariamente será uma boa equine
para viabilizar um projeto greenfield equivalente. Esse argumento é mais latente para
fase de implementação, cujo escopo, dinâmica e riscos såo completamente distintos de
um ativo operacional. Portanto, é um diferencial a experiência prévia na implantacão
de um projeto greenfield.
Outra variável a serconsideradaéo entrosamento das equipes envolvidas coma
implantação do projeto (eg. engenharia, compras, gerente de projetos) com a de opera-
ção e manutenção. Na transição de um projeto de geração FV para a fase operacional
muitos imprevistos, conforme relatado no item 18.3, por executivos
podem ocorrer
são parte de um portfólio de projetos de uma empresa estabelecida. Por mais qualificads
que sejam os funcionários individualmente em um determinado projeto, existira uma
curva de aprendizado no entrosamento entre as equipes. Esse entrosamento poue
acelerado contratando pessoas que já trabalharam juntas anteriormente.
nção.
As competências comercial e de financiamento requerem especial atena
ar
Oprotagonismo do ACL trouxe como desafio a necessidade de originar clientes,negoct
contratos de venda de energia elétrica customizados e manter um bom relacionamel
pós-venda. Nada disso era importante quando prevalecia a estratégia decomercial
integral da energia elétrica no ACR. Pelo mesmo motivo, a estruturação definanciame
duas
de longo prazo deixou de ser corriqueira, um produto de 'prateleira'. Logo, essas
ração
competências se tornaram fundamentais para que um projeto greenfield de s
centralizada solar FV entregue o valor econômico esperado
ionista.
15.3 COMPROMETIMENTO
1532 Pacote de
remuneração de curto e longo prazo
Aremuneração dos empreendedores e principais profissionais vai depender muito
ad
estrutura da operaçâão de investimento. De qualquer forma, o objetivo do investidor
Ve Serbuscar uma estrutura de remuneração adequada para manter os profissionais
COmprometidos e motivados e retê-los no longo prazo. Do ponto de vista do profissional,
Dalhar em um projeto greenfield é mais desafiador e arriscado, principalmente se o
282 EDUARDO TOBIAS N. E RUIZ E HELOISA F A. SCARAMUCCI
sociedades anónimas possuem regras societárias que viabilizam e trazem maior segurança
para estruturas de controle com capital votante de 50% mais um e controlecompar
tilhado. As sociedades anónimas também podem emitir titulos e outros instrumentos
negociáveis, como debêntures, e ainda abrir o capital. Sobo ponto de vista tributário,
ambos os tipos societários possuemomesmo tratamento na legislação brasileira. Porém,
é possivel que o país de origem dos investimentos conceda tratamento diferente acs
lucros e perdas de sociedades limitadas e anônimas.
O quadro a seguir representa um resumo das principais caracteristicas das
Quadro 15.1. Principais caracteristicas das sociedades limitadas e das sociedades anónimas.
Ltda.
Caracteristicas
S.A.
Leiaplicável
.Código Civil, podendo o contrato| Lei Federal n. 6.404/76 (Lei das S.A.s).
social preverregênciasupletiva pelas
regras aplicáveis às sociedades simples
ou pela Lei das S.A.s.
Numero de Minimo dois, sendo admitida a falta Minimo dois, admitida falta da plurali-
sócios/acionistas da pluralidade pelo prazo de 180 dias. dade até a Assembleia Geral Ordinária
do ano subsequente.
Capitalsocial Eformado por quotas, que podem ser E formado por ações, com ou sem valor
integralizadas em dinheiro ou bens nominal, que podem ser integralizadas
móveis ou imóveis. em dinheiro ou bens suscetiveis de
No caso de contribuição em bens, não avaliação em dinheiro.
é necessáia a avaliaço do valor de Aavaliação dos bens seráfeita portrês
tais bens por empresa especializada,| peritos ou por empresa especializada,
porém os sócios são solidariamente nomeados em assembleia.
responsáveis porcinco anos pela even-. Pode ser uma S.A. aberta ou fechada.
tual diferença entre o valor atribuido As ações podem ser ordinárias ou
aos bens e o valor efetivo destes. preferenciais e ter classes distintas.
.O estatuto social pode autorizar
o aumento do capital social sem
que uma reforma estatutária seja
necessária.
Distribuição de .Pode ser feita a critério dos sócios,|. Não é admitida distribuiçäo despro-
lucros tanto quanto ao prazo como ao porcional, sem prejuizo da possibilida-
valor, dependendo das disposições de de emissão de ações preferenciais
do contrato social. com direitoa recebimernto de dividen-
E possivel distribuição de lucros de dos diferenciados.
formadesproporcionalà participação Como regra geral e salvo exceções
dos sócios na sociedade. especificas, os acionistas têm direito a
um dividendo compulsório a ser esta-
belecido no estatuto social, sujeito à
existência de lucros.
donsabilidade Peranteossócios,cadasócioé respon Responsabilidade dos acionistas
dos sócios está limitada ao preço de emissão
sável pelo valor de sua participação
subscrita e não integralizada. Perante das açoes subscritas ou adquiridas
terceiros, os sócios sao solidariamen que não tenham sido integralizadas,
te responsáveis pelo total do capital observadas determinadas exceçôes.
subscrito e não integralizado. Responsabilidade ilimitada pode ser
Responsabilidade ilimitada poderá aplicável em alguns casos especificos
ser aplicável ao sócio que votar ou de desconsideração da personalidade
aprovar deliberação social contrária juridica.
ao disposto no contrato social e/ou
em lei e em casos especificos nos quais
a desconsideração da personalidade
juridicapode ser aplicável.
284 EDUARDO TOBIAS N. ERUIZ EHELOISAFA.SCARAMUCCI
Ltda. S.A.
Caracteristicas
Deliberação dos
As seguintes matérias estão sujeitas Em geral, aprovaçãode deliberae
à deliberação pelos sócios, observa ocorre por maioria absoluta
sócios dos votoe
dos os quóruns mínimos abaixo (que embora algumas matérias demandem
a aprovação de acionistas
podem ser aumentados no contrato represen.
social): tando, no mínimo, a maioria das açõec
a) aprovação unânime até a inte- com direito a voto.
gralização do capital ou de sócios O estatuto social pode estipular
representando 2/3 do capital se o quóruns maiores, porem não menores
capital estiver integralizado: paraAtas detodas as assembleias deyen
m
nomeação de administrador que ser publicadas.
não seja sócio;
b) sócios representando 2/3 d capi
tal:para remogão de administrador
sócio que tenha sido nomeado no
contrato social;
c)sócios representando 3/4 do capi-
tal: para alteração ao contrato
social; e para fusão, consolidação,
dissolução ou liquidação;
d) sócios representando mais da
metade docapital: para nomeação
de administradores que são sócios
ematoseparadoao contratosocial;
para remoção de administrado
res nomeados em ato separadoao
contrato social; remuneração dos
administradores, se não estipulada
no contrato social; e
e)sócios representando a maioria
dos presentes: nos demais casos.
Ltda.
Características
S.A.
Conselho fiscal
.
Nãoé obrigatório, mas pode ser cons-| Existência obrigatória, mas o funcio-
tituido com três ou mais membros. namento pode não ser permanente.
Pode ser constituido com três a cinco
membros residentes no Brasil.
Menos custos do que S.A. com ques-. Mais custos que Ltda. com questões de
Custos toes de rotina. Por exemplo, não há rotina, tais como publicações de editais
necessidade de publicação de grande de convocação de assembleia geral,
parte dos atos societários. atas de assembleia e atas de reuniáo
do Conselho de Administração.
Fonte: Código Civil (Lei n.° 10.406/02); Lei Federal n.° 6.404/76.
iv) convocar a assembleia geral quando julgar conveniente ou nos casos pre
revis
tos em lei:
v) manifestar-se sobre o relatório da administração e as contas da diretoria
vi) manifestar-se previamente sobre atos ou contratos, quando o estatuto assi
assim
o exigir:
vii) deliberar. quando autorizado pelo estatuto, sobre a emissão de ações oud.
be
bonus de subscrição:
vii) autorizar, se o estatuto não dispuser em contrário, a alienação de bens d.
ativo não circulante, a constituição de ônus reais e a prestação de garantia
a obrigações de terceiros;
ix) escolher e destituir os auditores independentes, se houver.
o Conselho de Administração exerce o papel de guardião dos principios, valores, objeto soca
e sistema de governança da organização, sendo seu principal componente. Além de decidir
os rumos estratégicos do negócio, o Conselho de Administração também monitora a
diretoria e atua como elo entre esta e os acionistas.
Uma boa estruturação e indicação de membros para o Conselho de Administração
será determinante para o sucesso do projeto. Dentre as melhores práticas de govenança
corporativa elencadas pelo IBGC no Código das Melhores Práticas de Govemança
Corporativa, incluem-se as seguintes:
i) o conselho deve sempre decidir pelo melhor interesse da companhia, considerando
oobjeto da companhia, sua viabilidade no longo prazo e os impactos decorn
tes de suas atividades, independente das partes que indicaram seusmembros
ii) cabe ao conselho identificar, discutir e garantir a disseminação dos valores
principios da companhia;
ii) o conselho deve estabelecer formas de monitorar, permanentemente, se as
decisões e açðes empresariais estão alinhadas aos principios e valores da
companhia;
iv) para que o interesse da companhia sempre prevaleça, o conselho deve prevenir
e administrar situaçðes de conflitos de interesses, administrar divergências
de opiniðes e prestar contas aos sócios;
v) o conselho não deve interferir em assuntos operacionais.
15.GESTÃO EGOVERNANÇA 287
Para tanto, o investidor deve definir mecanismos para fazer cumprir uma adequada
gestdo do projeto. Por exemplo, definindo limites de aprovação de gastos dos executivos,
alçadas para tomada de decisão, exigência de pareceres externos para determinadas
aecisões, além dos mecanismos de prestação de contas descritos no item anterior.
Conselheiros independentes especialistas no setor de geração de energia elétrica
podem agregar bastante valor na gestão do ativo. As melhores práticas de govermança
indicam que
para promover a independência no julgamento de todos os conselheiros e a
integridade do sistema de governança, a indicação de conselheiros internos
EDUARDO TOBIAS N. E RUIZ E HELOISA
F A. SCARAMUCCI
288
ao número total de
conselheiros (1BGC, 2015.
cipação relevante em relação
Decisões relevantes devem ser submetidas a processo de aprovação mpanj.
dentre outras:
Ihado com o Conselho de Administração. Como exemplo,
de fornecedores de
Engineering, Procr
i) a escolha, contratação e troca
and Construction (EPC), equipamentos principais (módulos, inversor
ersores
estrutura metálica, transformadores etc.) e O&M;
in) realização de grandes gastos;
respectivos contratos de venda de
il) estratégia de comercialização e ener.
elétrica;
iv) estratégia de financiamento;
v) estratégia de gerenciamento de riscos do projeto, incluindo programa de
REFERENCIAS
BRASIL. Lei n.° 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as sociedades por açoes
Diário Oficial da União, 17 dez. 1976.
BRASIL. Lei n.° 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília, 2002.
HOFFMAN, S. L. L. The law and business of international project finance. 3. ed. Ardsiey
Cambridge, 2008.
TBGC. Código das melhorespráticasde governança corporativa. 5. ed. IBGC, 2015. Disponivc
em: https:/lconhecimento.ibgc.org.br/Paginas/Publicacao.aspx?Publd-21138. Acesso en
4 ago. 2020.
ROLDÃO, V. S. Guiaparapreparaçãoe avaliação de investimentos. 2. ed. Lisboa: Monitor, 189.
CAPITUL0 17
VIABILIDADE ECONOMICO-FINANCEIRA
Eduardo Tobias Neme Fernandes Ruiz
ientes ou depender
projetos mutuamente
dependentes. O foco é restrito à análise de fundamentos qualitativos e
cludentes
c t c
11 METODOLOGIAS CLÁSSICAS
111 Analise econõmico-financeira
a) Análise estratégica
A primeira etapa consiste na análise da estratégia da empresa ou projeto em
questão e do setor econômico onde estão inseridos, já tratada no capítulo 6. A análise
estratégica também permite a identificação dos fatores que geram lucro para a empresa
aim como seus riscos mais relevantes, proporcionando ao analista a possibilidade de
avaliar a sustentabilidade do desempenho da empresa (ou projeto) e fazer projeções
Tealisticas do desempenho futuro (PALEPU; HEALY, 2013).
A capacidade de uma empresa (ou projeto) de gerar retornos acima de seu custo
e captal depende de suas próprias escolhas estratégicas. Por exemplo, a escolha em
qual mercado se inserirá e qual será sua estratégia competitiva e corporativa (PALEPU;
iEALY, 2013). Portanto, entender as estratégias do setor dá subsídios para prever o
Comportamento futuro do mercado e, logo, projetar consistentemente resultados.
b) Análise contábil
propósito da análise contábil é avaliar em que grau a contabilidade da empresa captura
c) Análise financeira
Por último, a análise financeira. Aqui é onde se faz imprescindível a presença
do modelo econômico-financeiro, uma vez que ela consiste em analisar o fv
de
caixa do projeto, seus resultados e indices financeiros. Tanto os índices como o .
fluxo
de caixa são produtos do modelo.
A análise do fluxo de caixa complementa a análise de indices ao examinar as ativids
Jades
investimento e riscos financeiros da própria empresa(PA
operacionais, gerenciamento de LEPU
HEALY, 2013, p. 5-27, tradução nossa) ou projeto.
realidade econômica do projeto. Por isso, deve conter todas as caracteristicas do projeto,
ou seja, estar completo. Deve representar o que será a realidade.
Seguindo essa lógica, o modelo, para ser fiel ao projeto, deve contemplar todos
os seus aspectos. Desde as premissas técnicas operacionais e econômicas usadas, até
suas necessidades de investimento e financiamento. Tudo projetado por quantos forem
Os anos planejados de operação, a chamada vida útil do projeto.
resuttado e do balanço patrimonial da empresa (PALEPU; HEALY, 2013, p. 5-27, tradução nossa).
Os indices são ferramentas para interpretar os relatórios financeiros. Eles podem prover intros
Desta possível
é possivel
esta forma, é avaliar, partir
a da margem de lucro líquido, a gestão
nal: apartir do giro dos atnvos, gestão dos
a
investimentos; e a partir da alavan
financeira, gestao
a dos passivos,
c
aem
a g e n
as prátic
com as Dráticas contábeis adotadas por cada empresa, fatores sazonais que podem
distorce
torcer demonstrativos anuais, efeito da inflação sobre os números contábeis ao
do tempo etc.
longo
de caixa incremental
(7.14 Fluxo
Segundo Brealey, Myers e Allen (2020), o valor de um projeto de investimento
de caixa adicional dele decorrente após data de
depende de todo e qualquer fiuxo
a
sua aprovação.
fins
considerar somente fluxos de caixa incrementais positivos negativos para
e
-
recursos e infraestrutura.
Para ilustrar este exemplo, suponha que os projetos passem a compartilhar
foi feito pelo parque eólico. Suponha que
investimento
Subestação de uso restrito cujo de
de R$ 2.000.000 e o custo
será necessário investimento adicional na subestação
O investimento
de R$ 100.000 para RS 120.000 por ano.
O&M da subestação passará a
ao projeto
solar FV. Agora, suponha que
de RS 2.000.000 é diretamente relacionado 120.000
e contábil,
alocar metade dos RS
npresa decida, do ponto de vista gerencial
diretamente relacionado ao
Nesse caso, o fluxo
de caixa
ano para cada projeto. deve-se também considerar
P ano. No entanto,
solar FV seria de RS 60.000 por
POJeto econômica do projeto solar
incremental para análise
de viabilidade
DxO de caixa
da subestação
de RS 100.000 para RS 60.000 por
"aredução do custo operacional
348 FDUARDO TOBIASNEMEFERINANDESARU
da suhestação.
da Pessoa Juridica).
O quadro 17.1 ilustra a composição do cálculo do FCFF em um determinado
periodo
(-)IReCSLL
(+)Depreciação
(-Variação do capital de giro
(-CAPEX
(=)Fluxode Caixa Livre de Firma
despesas (contas a pagar). Neste exemplo, o projeto iria requerer mais capital de u
Cm inglês,
Em inglês, ééodenominado Free Cash Flow to Equiy (FCFE). É o fluxo de caixa
ado pelos ativos de uma empresa (ou por um projeto) para remunerar o capital
ivTegerado
ipvestido pelos sócios.
l ode
ação operacional
geraça
caixa após pagamento do serviço da dívida (principal e juros)
alva-se que receitas decorentes de aplicações financeiras e respectivos impostos
são
Consideradas neste cálculo por não serem fruto da operação do ativo.
não
quadro 17.2 ustra a composição do cálculo do FCFE em um determinado
p e n o d o :
(+)Depreciação
-Variação do capital de giro
(HCAPEX
|( Despesasfinanceiras
HAmortização de dívidas
(+) Novasdividas
(=)Fluxo de Caixa Livre ao Acionista
Note que a única diferença entre o cálculo deste e do FCFF são os fluxos deri-
vados de recursos de terceiros, ou seja, de dívida. Portanto, caso o(s) sócio(s) opte(m)
por financiar o projeto exclusivamente com capital próprio, o FCFE e o FCFF devem
ser idénticos. Logo, neste caso, a TIR e o VPL acionista, descritos no item 17.1.6,
devem igualar-se à TIR e ao VPL projeto.
Caso as) divida(s) contraída(s) pelo projeto demande(m) contas reserva (vide
tem 16.3.5), tanto os recursos necessários para a constituição dessas contas quanto a
de investimento.
e c o n ô m i c o - f i n a n c e i r a de projetos
lidade
a) Payback descontado
contando o número de anos quee
O periodo de paybock de um projeto é obtido em leva
investimento inicial (BREALEY, Me.
para o fluxo de caixa projetado acumulado
se igualar ao rEs
um ajuste da metodoioga
I13, tradução nossa). O paybackdescontadoé
ALEN, 2020. p.
são trazidos a valor presente
do pavback. Nesse método, os fluxos de caixa projetados
descontados a uma determinada taxa, possibilitando comparar com o investimenta
é
igual
a
para essa métrica é fazer o investimento
noprojetos sempre que aTIR for maior que o custo de
MYERS; ALLEN, 2020), oportunidade do capital alocado
BREALEY
ticionalidade, as vantagens são as mesmas do VPL. Quando se
exceção da adici
A exceção
custo de oportunidade do capital com a TIR
a
c o m p a r
er mais de uma
ais de uma "TIR em um mesmo projeto. Isso ocorrerásempre que houver mais
bter
deinyersão
uma inversãc no sinal dos fluxos de caixa
projetados. Pode ocorrer, por exemplo,
em um projeto
projeto de geração solar FV em que já é concebida uma futura expansão de
um projeto com TIR acionista nominal de 15% a.a. pode ser uma decisão que gera
em
nenos valor que a de investir em um projeto, de mesmo risco, com 12% a.a. em função
da escala de cada projeto. Essa variável é capturada ao se comparar o VPL de cada
projeto. Também no caso do VPL, o risco particular a cada projeto está ponderado no
cálculo da respectiva taxa minima de atratividade.
Vale ressaltar que tanto a TIR quanto o VPL podem ser calculados em termos
reais ou termos nominais. Isso dependerá se o fluxo de caixa do projeto foi projetado
em termos nominais (considerando inflação) ou em termos reais (sem considerar a
inflação). No caso do VPL, depende, também, se a taxa de desconto foi determinada
em termos nominais ou reais. As duas formas são corretas, desde que todos os valores
tenham um único padrão.
seu custo marginal de financiamento para este projeto seria igual o WACC. Contudo,
por se tratar de parâmetros de uma empresa como um todo, só faria sentido usar o
WACC como taxa de desconto para o fluxo do projeto se esta tiver risco e alavancagem
financeira similares ao da empresa (BREALEY; MYERS; ALLEN, 2020). Portanto, para
todos os outros casos, é mais apropriado calcular o WACC do projeto c
para o custo de capital do projeto.
Deve-se usar o custo de capital do projeto como taxa de desconto do fluxo de
caixa livre do projeto, ou seja, do FCFF.
Ke =Rf+ Bx (Rm-R
Em que: Ke =
é a mínima de atratividade do capital do acionista; Rf= é
taxa de
taxa
juros de ativo financeiro considerado livre de risco; B= é o coeficiente da contribul
ição
.VIABILIDADE ECONOMICo-FINANCEIRA 353
e uma
marg1nal de ação ao isco das
taxa de
ações de todas as
Rm: é a
retomo média das
ações de empresas do mercado, coletiva-
mencomponente
mente;
édia do
proporcionar-lhe um retorno acima da
mercado e vice-versa (BREALEY; MYERS,
ALLEN, 2020).
a) Análise de cenários
A primeira
metodologia consiste em variar premissas coletivamente. A partir
do casobase, após analisar o projeto nos diversos aspectos, o investidor pode criar,
pelo menos, outros dois cenários: um pessimista e outro otimista. Nessa
metodologia,
o
1nvestidor iria, no cenário pessimista, piorar um conjunto de premissas; no cenário
otumista, melhorar um conjunto de premissas. Naão há um limite para o número de cenários.
A partir da análise de cenários, surge a possibilidade de uma nova abordagem às
etncas apresentadas de análise de viabilidade. E possivel atribuir probabilidades a cada
um dos cenários e calcular uma média ponderada da TIR, chamada 'taxa esperada de
IR
longo da vida útil do projeto. Por exemplo, a variação de capital de giro.,
e
CSLL e CAPEX.
de Resultados
Assim sendo, deve-se começar avaliando no Demonstrativo
as premissas que compõem o Lucro Antes de Juros Impostos
dn Exercicio (DRE)
de centralizada de energia
Depreciação e Amorizaçao (LAJIDA). projetos geração
Em
a fase operacional.
do modelo de um projeto greenfield
explicação dos componentes
Para ilustrar a
segue seu fluxograma
Oe geração solar FV, suas relações de causa-efeito importância,
e
a direita.
cestrutura. 0 fluxograma deve ser lido da esquerda para
356 EDUARDO TOBIAS NEMEFERNANDES RUIZ
Receita
Operação e manutenção
Encargos elétricos
Arrendamento
Macroeconômicas
Fig. 17.1. Fluxograma e estrutura de modelo económico-financeiro de projeto de geração
solar FV
composição do
cálculo do capitalal de
de
Na sequência, deve-se analisar a
oi.
giro do
De um lado, as contas
projeto variação ao longo
e sua da vida útil do ativo. a nan
pagar,
encargos eletricos; arrendamen
por exemplo: O&M; pessoal administrativo; impostos; ento
etc. De outro, as contas a receber. Em havendo, de antemao, um contrato assinado.
de
prazo medio de
recebimento
venda de energia elétrica, sabe-se exatamente qual o
da
receita. Nesse caso, fica mais fácil para o investidor criticar os cálculos. Ë coOm
mum
que haja aumento da demanda por capital de giro na fase de comissionamento, test.
testes
e partida do empreendimento até o momento do recebimento do primeiro pagamenta
pela venda da energia elétrica. Essa demanda de capital pode ser representativa
ae,
de qualquer forma, deve fazer parte dos usos totais do projeto. Consequentemente
a) Margem LA.JIDA
E calculada em base anual pela razão entre LAJIDA como numerador ea
Receita Líquida como denominador. E uma forma simples de analisar a capacidade
de geração de fluxo de caixa operacional do
projeto e se há algum periodo especifico
no qual a geração é mais frágil. Uma margem LAJIDA baixa não necessariamente e
ruim, a depender do valor investido no projeto. No caso dos projetos de geração solar
17.VIABILIDADE ECONOMIC0-FINANCEIRA 359
Receita liquida
Esse indice serve para avaliar se a geração operacional de caixa do projeto seráá
suficiente para pagar o serviço da divida. E um índice bastante utilizado como par-
metro para limitar o endividamento máximo de um projeto financiado na modalidade
projectfinance. Em geral, credores exigem ICSD anual mínimo de 1,20 ou 1,30 vezes.
Em outras palavras, o pior ano do projeto deve gerar, no mínimo, de 120 a 130% de
caixa, se comparado ao respectivo compromisso de serviço da dívida daquele ano.
Ativo total
or, e
o LAJIDA, como denominador.
Passivo oneroso-Caixa
LAJIDA
Esse indice é calculado ano a ano com base no Balanço Patrimonial e DRE.
Ele serve para avaliar quantos anos de LAJIDA seriam necessários para quitar a divida
liquida do projeto. Assim como o item anterior, ele é utilizado por credores para: limitar
o endividamento inicial máximo do projeto; e avaliar, ao longo da vida útil do projeto
se ele poderá contrair novas diívidas.
Quanto
anto ao FCFE, deve-se considerar que o
ao FCF
caixa gerado não nifica, necessa
aixa disponibilizado de imediato ao significa, necessa-
acionista. Este é
um ponto
ponto especialmente
f e guando
relevante quando sse trata de projetos
tinanciados na modalidade
um
especialmente
eenforme detalhado no capítulo 16, o(s) credor(es) project finance.
casos, c o n f o
Nesses
c restrições na demanda(m) a constituição
de
de
contas reserva, movimentação de contas-correntes e, em geral,
geral, há
ha
s nadistribuição de dividendos, redução de capital e/ou
nital próprio. Caso no estivesse presa' na SPE, essa pagamento de juros
Tacão poderia ser usada pelos acionistas para outros finsparcela
sobre
de caixa gerada
pelaoper
mais rentáveis do que
icações financeiras de baixo risco e alta liquidez.
Considerando que o objeto do livTo é a análise de investimento do ponto de vista
avestidor/acionista, deve ser priorizada a análise da geração de caixa ao acionista
doin
T atomada
tomada dedecisão.
de Recomenda-se que aescolhaentre as modalidades FCFE ou
para a
nDM seja em função das caracteristicas do financiamento vislumbrado pelo projeto.
Caso o financiamento implique em retenção de volumes relevantes de
Caso
capital no projeto,
Tecomenda-se utilizar a modalidade DDM.
Deve-se atentar para o fato de que cada modalidade de fluxo de caixa terá um
valorde VPLe um de TIR. No caso do FCFF, denominam-se VPLe TIR do projeto.
No caso do FCFE e do DDM, denominam-se VPL e TIR do acionista. Além disso,
para a mesma modalidade de fluxo de caixa, VPL e TIR do fluxo inflacionado serão
diferentes do fluxo em termos reais.
Tendo em vista que o propósito é avaliar individualmente a viabilidade econô-
mica de projetos greenfield de geração centralizada solar FV, a recomendação é usar
duas métricas. Primeiro, a métrica do VPL como instância definitiva de tomada de
decisão. Em segundo lugar, usar a TIR. O uso da TIR deve-se, principalmente, por
Ser una metodologia muito utilizada no setor e por retratar padrão de rentabilidade de
1I24
Considerações para a determinação do custo de cap1ital
OWACC é uma boa metodologia para cálculo do custo de capital de um projeto,
empre que se conheça a TMA do acionista para aquele projeto. Aqui reside o principal
UCSafio, o de estimar a TMA do acionista.
362 EDUARDO TOBIAS NEME FERNANDES RUIZ
determinação da TMA do
acionista
epende, priprimei.
depende,
Eimportante frisar que a
de seu portfölio de ativos
investidor e das características .Por
ramente, do perfil do do setor deenerpia
exemplo, no caso de
investidor de perfil estratégico (eg. empresa
de ativos, sua TMA
ergia),
do que o de seu portfölio para
risco do projeto for maior
se o
seu custo de capital
(WACC). No caso de fund
andos
maior que
aquele projeto deverá ser
meta prevista no regulamens
custo de capital é a rentabilidade nento
de investimento, seu
isco do projeto, o gestor .
a depender
do do
mesma forma,
do fundo. No entanto, da
rentabilidade meta.
TMA diferente da
fundo pode exigir uma
estimar o Ke, ou seja, a IMA que compõe o WACCC
Como fazer, então, para
do projeto?
a metodologia
do CAPM. isso, é necessá Para
A primeira opção seria usar tomar como referénci
Para estimá-lo, deve-se
estimar o valor do Bda ação do projeto.
de ativos seja maio
da ação de projetos similares ou
de empresas cujo portfölio
o
de geração de energia
ritariamente de similares. Não há, no Brasil, projeto
projetos
listadas em bolsa. Também
elétrica de fonte solar FV, nem de eólica, que tenha ações
bolsa dedicadas exclusivamente a projetos de
não são muitas as empresas listadas em
FV no Brasil.
Outra opção seria o uso da metodologia denominada risk-adjusted discount
rate (BRIGHAM; EHRHARDT, 2014). Esse método consiste em calcular diretamente o
WACC do projeto com base, exclusivamente, no WACC do acionista. Caso o projeto de
investimento tenha risco maior que o risco do portfólio de ativos do acionista, deve-se
considerar unm prêmio sobre o WACC. Analogamente, para projetos de menor risco,
considerar um desconto. Contudo, Brigham e Ehrhardt (2014) admitem que não há
critério objetivo para dimensionar os ajustes no WACC do investidor.
A aplicação do risk-adjusted discount rate, no entanto, tem limitações. Ela so
primeira
es. At a
delas
ç õ
é
peculiar ao Brasil. O
d e s
projeto tambem
sobre o custo da dívida. No Brasil, WACC supðe beneficio do
essa
tributário seja de Lucro
Real. Caso
suposição só é válida para projetos
cujo regime oprojeto opte pelo regime
para não incorrer em erro, deve-se regime de Lucro
P r e s u n
limitação, :
Outra limitação,
Outra segundo Brealey, Myers e Allen (2020), é
caixanclo
pelo WACO WACC supõe que o nivel de endividamento do que descontar fluxos
daünil. Entretanto, caso financiado na modalidade projeto será igual por toda
vida útil. Entreta
Sua
do projeto será
italdo
i t a
Tesult distorcidos (MARTELANC et al, 2004). Apesar do estudo ter sido focado
364 EDUARDO TOBIAS NEME FERNANDESRUIZ
modelo econômico-financeiro.
determinação das principais premissas de
um
REFERENCIAS
BREALEY, R. A,; MYERS, s. C.; ALLEN, E.Principles ofcorporatefinance. 13. ed. New
York: McGraw-Hill Education, 2020.
BRIGHAM, E. F; EHRHARDT, M. C. Financial management: theory and practice. 14. ed.
Mason: South-Western Cengage Learning, 2014.
HAWKINS, D. F. Basic ratio analysis and equity valuation. Harvard Business School Case
(9-185-149). Boston, 2002.
MARTELANC, R. et al. Uilização de metodologias de avaliação de empresas: resultados de
uma pesquisa no Brasil. São Paulo: FEA-USP, 12 fev. 2004.
PALEPU, K.; HEALY, P. M. Business analysis & valuation: using financial statements, text and
cases. 5. ed. Mason: Thomson South-Western, 2013.
CAPÍTUL0 21
DECISAO DE INVESTIMENTO
Eduardo Tobias Neme Fernandes Ruiz
eventuais
construção; sobrecusto na implantação; escalada nos custos operacionais;
anos com geração abaixo do previsto; alteração de incentivos fiscais; de regulação,
dentre outras.
da análise ae
Essa conclusão deve ser obtida a partir da análise de cenários e
Caso o VPL acionista do cenário base seja positivo, mas o E(VPL) seja negativ
de
o item (i) deve ser o fator de desempate. Deve-se avaliar se a estratégia definida
alocação e mitigação de riscos reduziria a probabilidade de ocorrência dos cenários
483
21. DECISÃO DE INVESTIMENTO