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3.

3 – CURVAS DE NÍVEL
Definimos como curva de nível, as linhas que unem os pontos de mesma cota
ou altitude. São linhas sinuosas que fornecem a representação do relevo de uma
área, que permitirão o estudo de projetos a serem implantados nesta área.
A distância vertical, constante entre as curvas recebe o nome eqüidistância.
Para as obras de engenharia mais usuais, utiliza-se a eqüidistância de um
metro, ou seja as curvas estarão distanciadas de um em um metro na vertical.
Para facilitar a interpretação do relevo do terreno, as curvas de nível múltiplas
de 5 metros são reforçadas, e são denominadas curvas mestras.

Fig.25 –Representação esquemática das curvas de nível

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3.3.1 – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS CURVAS DE
NÍVEL
a) Todos os pontos de uma mesma curva de nível tem a mesma altitude ou
cota;
b) Formam linhas fechadas em torno das elevações e depressões, dentro e fora
dos limites do desenho;
c) Tendem a um certo paralelismo, não ocorrendo ângulos vivos, ou curvas
bruscas;
d) São linhas contínuas que não se interrompem bruscamente;
e) Não se cruzam;
f) Não tangenciam entre si;
g) Não se bifurcam;
h) Os aclives e declives, são representados por curvas eqüidistantes. A maior
ou menor aproximação das curvas indicam aclives ou declives mais
acentuados.
Contudo existem exceções as propriedades acima citadas no caso de
paredões rochosos ou reentrâncias, o mesmo ocorrendo também em relevos
modificados, em terraplanagens em cortes e aterros.

Fig.26 –Casos específicos de paredões rochosos em que as curvas se tangenciam ou se cruzam

3.3.2 – TRAÇADO DAS CURVAS DE NÍVEL


As curvas de nível são traçadas mantendo entre si uma diferença de cotas
constantes que poderá ser de 0.5, 1.00, 2.00, 5.00, 10.00 metros, conforme a
necessidade.
Para traçarmos as curvas, precisamos da posição planimétrica dos pontos,
obtidos por levantamento topográfico, e as cotas destes pontos obtidas por
nivelamento geométrico, trigonométrico ou taqueométrico.
Estes pontos planimétricos são plotados em uma escala apropriada conforme a
finalidade, posteriormente anota-se ao lado do ponto sua referida cota ou
altitude.

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Fig.27 – Desenho dos pontos planimétricos obtidos através de levantamento topográfico, ao lado
dos mesmos deverão ser escritas as cotas dos pontos.
103,4

105,3

108,9
100,6

SEÇÃO 1 5,0 7,0 10,2


103,1

105,3

107,7

110,5
6,4 7,2 9,6
SEÇÃO 2
1008,3
106,4

110,6

SEÇÃO 3 7,6 7,0 8,2 113,4

Fig.28 – Desenho dos pontos planimétricos obtidos através do levantamento topográfico


103,4

105,3

108,9
101

102

103

104

105

106

107

108
100,6

SEÇÃO 1 5,0 7,0 10,2


101

Det. 01
5,0

102
103,1

104

105

109

110
106

107

108
105,3

107,7

110,5

SEÇÃO 2 103
6,4 7,2 9,6

104
5,0

105
1008,3

110,6

113,4
106,4

107

108

109

110

112

113
111

106 107,7
SEÇÃO 3 7,6 8,2

Fig.29 – Interpolação linear entre os pontos para obtenção das cotas cheias
Por interpolação linear optem-se os pontos de cotas cheias, existentes entre os
dois pontos conhecidos, depois liga-se os pontos entre si formando a curva.
105,3
2,4

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1,7

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0,7

X1
X2
7,2

Fig. 30 – Det.01 – Interpolação linear para localização das cotas cheias


2,4  7,2
0,7  X1 X1 = 0,7x7,2 = 2,1
2,4
2,4  7,2
1,7  X2 X2 = 1,7x7,2 = 5,1
2,4
103,4

105,3

108,9
101

102

103

104

105

106

107

108
100,6

SEÇÃO 1 5,0 7,0 10,2


101
5,0

102
103,1

104

105

109

110
106

107

108
105,3

107,7

110,5
SEÇÃO 2 103
6,4 7,2 9,6

104
5,0

105
1008,3

110,6

113,4
106,4

107

108

109

110

112

113
111

106
SEÇÃO 3 7,6 8,2

Fig.31 – Desenho das curvas, através da união dos pontos de mesma cota

Apesar de todo rigor empregado na plotagem e interpolação dos pontos, a


fidelidade das curvas está muito mais relacionada a escolha dos pontos
levantados no terreno. É fundamental que os pontos de mudança de inclinação
no terreno sejam levantados com muito cuidado, pois serão estes pontos que
definirão o formato das curvas.

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Fig.32 – Apresentação final de um levantamento de curvas de níveis

Fig.33 – Traçado de uma seção a partir das curvas de níveis

3.3.3 – LINHAS E ELEMENTOS NOTÁVEIS DO RELEVO


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Fig.33 – Traçado de uma seção a partir das curvas de níveis


a) Elevação:

Fig.34 – Representação esquemática de uma elevação ou encosta vertical

b) Depressão

Fig.35 – Representação esquemática de uma depressão

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a) Divisor de águas, linha de cumeeira: são as linhas formadas pela sucessão
de pontos mais altos e são paralelas as linhas formadas pelas linhas do
fundo dos vales;

Fig. 36 – Linha de cumeeiras

Fig. 32 – Linhas de cumeeira b) Espigão: Ponto de uma linha de cumeeira onde se encontram duas ou mais
linhas de cumeeira;

Fig. 37 - Espigão

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c) Talvegue: É a linha formada pela sucessão de pontos mais baixos de um
vale.
Ao longo das linhas de talvegue, reúnem-se as águas formando cursos de
águas permanentes ou temporários;

d) Garganta: Ponto de uma linha de cumeeira onde concorrem os


prolongamentos de duas linhas de talvegue;

Fig. 38 – Garganta / Talvegue

Fig. 39 – Representação esquemática – Espigão, vale e garganta

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Uma linha notável é delimitada por duas superfícies laterais irregulares. Estas
superfícies são denominadas vertentes, no caso de um divisor de águas e flancos no caso de
talvegues. Os flancos e as vertentes se confunde, pois as superfícies são prolongamentos umas
das outras.
Os flancos e as vertentes são irregulares, apresentando elevações e depressões
secundárias, onde são identificados divisores de águas e talvegues secundários.
O conjunto formado pelos pontos e linhas notáveis de um terreno, caracteriza a
forma como se apresenta a sua superfície topográfica. As formas que constituem os terrenos
são classificadas em formas fundamentais ou simples e formas compostas ou derivadas.
Os acidentes topográficos são classificados em duas formas fundamentais, das quais
derivam as demais formas da superfície terrestre:
a) Dorso: É uma superfície convexa formada por duas vertentes. Pelos vértices das
curvas de nível passa a linha do divisor de águas;
b) Vale: É uma superfície côncava formada por dois flancos opostos. Pelos vértices
das curvas de nível passa a linha do talvegue.

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